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A empresa aérea Latam foi autuada, na manhã desta quarta-feira (11), pelo Procon-PE, por ter proibido o embarque de uma mulher autista de 26 anos. De acordo com o órgão, Uli Firmino Ary estava com o laudo médico que comprova que ela é apta a desenvolver todas as suas necessidades sozinhas. Mesmo assim, a Latam proibiu que a consumidora viajasse sozinha, tendo que aguardar 72 horas para que a empresa conferisse o documento.

O Procon-PE foi procurado pela empresa Eleve Gestão de Negócios, especialista em atuar com inclusão, que falou sobre o caso da Uli Firmino, que iria para Fortaleza, Ceará, no último dia 7 de setembro, onde faria uma cirurgia na gengiva, marcada para acontecer nesta última terça-feira (10). 

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Tudo começou quando a mulher pediu para trocar de assento porque o que estava ficava perto da hélice e ela possui sensibilidade auditiva. Depois de questionar o porquê e escutar da própria Uli que ela era autista, a Latam informou que a mulher não poderia viajar sozinha, mesmo após o laudo neurológico ter sido apresentado. 

"A Latam foi autuada e multada por não apresentar justificativa legal para que ela (Uli Firmino) viajasse, descumprindo o laudo médico da consumidora. No momento também queremos que ela seja realocada no voo mais próximo de acordo com suas necessidades”, explicou Danyelle Sena, gerente de fiscalização do Procon. Uli irá viajar nesta quinta-feira, às 11h55.

A advogada da Eleve, Taisa Guedes, informou que também irá entrar judicialmente contra a Latam por danos materiais, já que Uli perdeu a cirurgia que já estava paga, danos morais, e também aberto um Boletim de Ocorrência por discriminação. 

Em uma exposição inédita que acontece, nesta quinta-feira (15) e sexta-feira (16), na Câmara Municipal do Recife, pinturas em tela feitas por crianças autistas serão exibidas e leiloadas. Todo o valor arrecadado será destinado ao projeto Compartilhar Solidariedade, que acolhe e atende famílias que receberam o diagnóstico dos seus filhos autistas. Quem quiser conferir, a abertura da exposição será às 9h.

Os quadros foram pintados no último sábado (10), no evento denominado “Ateliê Solidário: arteterapia no autismo”, na sede do Campo da União, no bairro da Macaxeira.

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A iniciativa da exposição é do vereador Hélio Guabiraba (Sem partido), que também convocou uma reunião pública, a partir das 14h, para tratar sobre o tema. A audiência “Quantos autistas há no Brasil e a importância desses dados para a cidade do Recife” vai reunir representantes de associações ligadas ao autismo, Secretaria Municipal de Saúde e de Educação. O encontro, que vai acontecer no plenarinho da Câmara Municipal, é aberta ao público.

De 15 a 17 de agosto, acontece no Recife o 3º Encontro Brasil & EUA de autismo. Promovido pela Associação de Famílias para o Bem-Estar e Tratamento da Pessoa com Autismo (Afeto), o evento levará ao teatro do Shopping Riomar profissionais da área reconhecidos nacional e internacionalmente. O objetivo é difundir cada vez mais a filosofia da Análise do Comportamento e sua aplicação entre pais, alunos e profissionais de Recife, bem como do Brasil.

A base dos profissionais palestrantes é o Behaviorismo e análise experimental e/ou aplicada do comportamento. A capacitação/atualização dos profissionais locais é fundamental, pois a demanda é crescente. De acordo com estudo realizado pelo CDC (Center of Deseases Control and Prevention), órgão ligado ao governo dos Estados Unidos, uma criança a cada 59 nasce com o Transtorno do Espectro Autista (TEA) no mundo, sendo a proporção de quatro meninos para cada menina com autismo. Há alguns anos este número era de uma criança a cada 500. Daí estima-se que o Brasil tenha hoje mais de 2 milhões de autistas.

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Além disso, a rotina do tratamento do TEA demanda de uma variedade de intervenções de diferentes profissionais. Um acompanhamento inclui, muito comumente, mais de cinco ou seis especialidades como psicólogos, pedagogos, psiquiatras e fonoaudiólogos. Eventos como o Encontro Brasil & EUA servem também para integração e alinhamento entre aqueles que atuam na área e atualização com as tendências e novidades no mundo. Para mais informações, acesse o site.

 Da assesoria de imprensa

Após ser rejeitado em um aniversário e ser chamado de “problemático” pela amiga da mãe, um menino autista ganhou uma festa. As mães de um grupo do WhatsApp se comoveram com a história de Arthur, de apenas dois anos, e organizaram um evento em prol da "amizade, do respeito, da sororidade e da inclusão", em Campo Grande, Mato Grosso do Sul.

Através do grupo "Aldeia Materna", a doula Tatiana Marinho, proprietária de um buffet em família, decidiu organizar um evento decorado com o Mickey para Arthur. "Vamos mostrar que diferente não é problemático", e continuou, "o que é mais bacana é que teremos inclusão, com outros meninos para brincar. Queremos mostrar que ele é uma criança e pode se divertir como todas as outras", reafirmou Tatiana ao G1.

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Sara Onori, mãe do Arthur, se surpreendeu com a repercussão do caso e com atitude das mães. “Acho que o autismo precisa ser falado, não é um bicho de sete cabeças. As pessoas precisam de informação para não cometer o mesmo erro", destacou.

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Faltam nove dias para Sandy e Junior estrearem a turnê "Nossa História". Enquanto os cantores não abrem a série de shows no Classic Hall, em Olinda, no próximo dia 12, assuntos relacionados à dupla estão ganhando repercussão desde o anúncio da volta deles aos palcos em março deste ano.

Na internet, os vídeos de um garoto cego e autista tocando as músicas de Sandy e Junior está emocionando diversas pessoas. Daniel, de sete anos, vem fazendo sucesso no Instagram após a mãe dele, Hedrienny dos Santos, compartilhar registros do garoto reproduzindo no piano todas as canções da dupla, um total de 178.

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Em entrevista ao jornal Extra, Hedrienny contou que o filho se distrai ouvindo os filhos do cantor Xororó. "O Dan ama Sandy e Junior por minha influência. Eu era aquela fã de ir a shows, colecionar coisas, entrei no meu casamento com a música "Olha o que o amor me faz" tocada no violino... E ele gosta tanto, pede para ouvir sempre, que às vezes brinco que eu não aguento mais ouvir Sandy e Junior. Ele chora e diz que ainda aguenta", revelou.

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A ideia começou quando a realização dos shows de Sandy e Junior foi confirmada pela produção dos cantores. O desafio era que os vídeos fossem lançados até o dia 20 de julho, dia da apresentação da dupla em Brasília, cidade onde mora a família de Hedrienny.

A mãe de Daniel declarou que o pianista mirim em 2018 gravava uma música por dia. Ela mostrava para as pessoas que o filho era capaz de explorar seus dons. "Criei o Instagram depois que o Daniel, no ano passado, foi convidado a se retirar de um curso de musicalização. Primeiro, disseram que ele não tinha intimidade suficiente com os instrumentos. Mas ele tocava 500 músicas. Retruquei e, então, admitiram que eles não estavam preparados para lidar com um aluno cego e autista", disse ao jornal. 

"Isso me deixou para baixo, mas ou eu transmitia essa rejeição para ele, ou dava um jeito de incentivá-lo. Foi aí que criei esses desafios. Não é para mostrar para os outros e, sim, para o meu filho que ele é capaz", completou. Nos conteúdos divulgados por Hedrienny, Daniel divide alguns vocais com a irmã de cinco anos, Júlia, que também é cega. 

Confira:

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Atraso na fala, dificuldade de comunicação, falta de interação social e de contato visual são características comuns do transtorno do espectro do autismo perceptíveis já nos primeiros anos de vida.

Foi observando características semelhantes a essas que a professora Michele Barros descobriu que o filho tem autismo. Logo cedo, a mãe percebeu que o comportamento do pequeno Emanuel era diferente do das crianças da creche onde ele entrou com 6 meses. Emanuel chegou aos 2 anos sem falar, não apontava objetos, nem a comida quando estava com fome. Começou ter comportamentos repetitivos e não interagia com outras crianças.

“Fui notando coisas que eram diferentes. Ele não gostava de ir a lugar com barulho, ia a festas de aniversário e, na hora dos parabéns, tampava os ouvidos e chorava. A professora começou a notar também que, quando contava histórias, Emanuel estava andando, olhando para a parede, não participava de nada e tinha muitas rotinas. Queria ficar só acendendo e apagando a luz, abrindo e fechando a porta, não participava [de atividades e brincadeiras] com as outras crianças.”

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Michele Barros, então, procurou especialistas para tratar do filho. Emanuel começou fazer vários tipos de terapia e, com pouco mais de um ano de tratamento, teve bons resultados. Hoje, com 4 anos, ele já fala frases, consegue demonstrar o que quer e brincar perto de outras crianças. “São muitas terapias, é pesado, mas é gratificante. Vemos que temos retorno do que estamos investindo.”

Na última terça-feira (18), Dia do Orgulho Autista, a Agência Brasil ouviu a história de Michele Barros e de outras pessoas que lidam com o transtorno para falar sobre o diagnóstico e o tratamento do autismo.

Diagnóstico

O diagnóstico do autismo é essencialmente clínico, feito por meio da observação do comportamento e com a participação de psicólogos, psiquiatras e neurologistas. Há três características principais a serem observadas no comportamento que podem indicar o autismo, explica a professora aposentada do Departamento de Psicologia Clínica da Universidade de Brasília, Izabel Raso Tafuri.

Uma das características é o atraso significativo da fala e da capacidade de comunicação da criança, ou seja, de se fazer entender e transmitir uma mensagem com frases. Há também  dificuldade de interação, o que leva a criança a se isolar, não conseguir brincar com as outras e se sentir excluída na sociedade. Outro traço são comportamento repetitivos, ritmados e obsessivos ou ritualísticos.

“Bebês com risco de desenvolver autismo geralmente não apresentam modulações na voz, não olham para as mães quando estão sendo amamentados e muitos não se aconchegam nos colos das mães”, explicou Izabel.

Os sintomas característicos dos transtornos do espectro do autismo estão presentes antes dos 3 anos de idade. Segundo a presidente do Movimento Orgulho Autista Brasil, Viviane Guimarães, o diagnóstico é possível por volta dos 18 meses. Quanto mais cedo o transtorno for diagnosticado, mais chances o autista tem de desenvolver autonomia e se tornar um adulto mais independente, afirma Viviane.

“Quanto mais cedo a gente conseguir diagnosticar, menos atrasos a criança vai ter. Nosso cérebro fecha alguns canais de aprendizagem com determinada idade. O ideal é iniciar uma intervenção antes dos 3 anos. Conseguindo fazer isso, a criança vai ter mais autonomia. Nós, do Movimento Orgulho Autista, trabalhamos em uma lei que fala da importância de ser diagnosticado antes dos 18 meses”, acrescenta Viviane. Ela tem um filho de 18 anos, Caio, que é autista. O diagnóstico correto de Caio veio apenas perto dos 13 anos, após ele ter passado por oito médicos.

Tratamento

Segundo Viviane, após a confirmação do autismo, é importante fazer avaliação com psicólogo, neuropsicólogo, para verificar o ponto que precisa ser mais trabalhado naquela criança. Ela aconselha as mães também procurarem informação. “Não acredite em tudo que você ouve, nem em qualquer tratamento. Procure o que tem comprovação científica, estude porque você é o principal apoio que seu filho vai ter durante toda a vida.”

A Associação de Amigos do Autista recomenda que, uma vez diagnosticado o autismo, uma equipe multidisciplinar avalie e desenvolva um programa de intervenção específico para cada criança já que existem diferentes graus de autismo e nenhuma pessoa com autismo é igual a outra.

“Os sinais de autismo que aparecem na tenra infância, até os 3 anos de idade, podem desaparecer significativamente se o tratamento for feito a termo e se não houver nenhuma doença neurológica associada ao quadro do autismo que pode trazer incapacidade para a criança”, explica Izabel Raso Tafuri.

Mãe de um autista que está com 41 anos, Marisa Furia Silva, que é vice-presidente da Região Sudeste da Associação Brasileira de Autismo, considera um grande desafio a ser enfrentado no tratamento do autismo a necessidade de um serviço público adequado para atender essa população ao longo da vida. “O autismo hoje não tem cura, e temos que fazer o máximo possível com os serviços gratuitos. O Sistema Único de Saúde [SUS] e as escolas têm que atender a população autista de forma correta, para que, assim, essas pessoas tornem-se adultos mais produtivos e independentes com atendimento diário.”

Com mais de 40 anos de convivência diária com o autismo na criação do filho, Marisa Furia diz que as famílias que vivem a mesma situação precisam enfrentar os desafios. “Não se desespere, tem que enfrentar e lutar para que essas crianças tenham as condições necessárias para se tornar adultos o menos comprometidos possível e tenham uma vida adequada e digna.”

No Dia do Orgulho Autista, em audiência pública, a Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) do Senado Federal discutiu o atendimento aos autistasno sistema público de saúde.

Macacos programados geneticamente para expressar um gene ligado ao autismo acabam de ser criados em laboratório por pesquisadores americanos e chineses. Os animais apresentam traços comportamentais e padrões de conectividade cerebral similares aos registrados em humanos e poderão ser usados para testar novas drogas e tratamentos contra o autismo e outros transtornos neurológicos.

"O nosso objetivo era criar um modelo que nos permitisse entender melhor o mecanismo biológico do autismo e testar opções de tratamento que possam ser eficientes em humanos", explicou um dos principais autores do estudo, Guoping Feng, do Instituto McGovern para Pesquisa do Cérebro, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos EUA.

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Até agora, muitos testes de novos tratamentos e drogas eram feitos em camundongos geneticamente modificados, mas nenhum deles foi bem sucedido. Como os macacos são mais parecidos com os humanos, cientistas esperam que serão um modelo de testagem mais eficiente.

"Nós precisamos urgentemente de opções de tratamento para desordens do espectro do autismo, e os tratamentos desenvolvidos com camundongos não foram bem sucedidos", disse o diretor do Instituto do Cérebro do MIT, Robert Desimone, que também é autor do estudo.

"As pesquisas com os camundongos continuam sendo muito importantes, mas acreditamos que os primatas nos ajudarão a desenvolver medicamentos e, possivelmente, até terapias genéticas para as formas mais severas de autismo", complementou.

Huihui Zhou, do Instituto de Tecnologia Avançada de Shenzhen; Andy Peng Xlang, da Universidade Sun Yat-Sem; e pesquisadores da Universidade Agrícola de Shihua Yang, na China, também participaram do estudo, publicado esta semana na revista Nature, uma das mais importantes revistas científicas do mundo.

Variantes genéticas

Até hoje, os cientistas já identificaram centenas de variantes genéticas relacionadas ao espectro do autismo. No novo estudo, os pesquisadores usaram o gene Shank3, que tem uma forte relação com o transtorno e também está relacionado a uma desordem rara chamada síndrome de Phelan-McDermid - que provoca problemas de fala, interferência no sono e comportamentos repetitivos.

A proteína codificada pelo gene Shank3 é encontrada nas sinapses - a região de transmissão dos impulsos nervosos entre os neurônios. É particularmente ativa em uma parte do cérebro responsável pelo planejamento motor, a motivação e os comportamentos de hábito.

Feng e outros cientistas já haviam trabalhado com camundongos que apresentavam mutações na expressão do Shank3 e constataram que eles revelavam algumas características associadas ao autismo, como evitar o contato social e apresentar comportamentos obsessivos e repetitivos.

Embora os trabalhos com camundongos tenham oferecido informação em nível molecular, o estudo sobre o desenvolvimento neuronal dos transtornos não foi bem sucedido. Isso acontece, em grande parte, porque os camundongos não têm o córtex pré-frontal muito desenvolvido - que é a região do cérebro responsável por traços característicos dos primatas, como a tomada de decisão, a atenção focada, a interpretação de dados sociais - todos eles relacionados ao transtorno.

Até o ano que vem, os cientistas esperam poder testar nos macacos tratamentos para os sintomas relacionados ao autismo. Eles querem também identificar biomarcadores - como, por exemplo, os padrões de conectividade cerebral detectados nos exames de ressonância magnética que poderiam ajudar a avaliar se os tratamentos estão fazendo efeito.

"Dadas as limitações dos modelos com camundongos, os pacientes realmente precisam desse tipo de avanço para ter esperança", disse Feng. "Não sabemos se os novos modelos serão bem sucedidos no desenvolvimento de tratamentos, mas, nos próximos anos, veremos como eles podem nos ajudar a traduzir algumas das descobertas de laboratório para a clínica médica."

Cuidado materno

O pesquisador brasileiro Alysson Muotri, da Universidade da Califórnia, especialista em austismo, chama atenção para um outro aspecto do estudo dos americanos e dos chineses: o cuidado especial dispensado pela mãe macaca com o filhote autista.

"A maior parte do trabalho compara o filhote autista com os demais, mas a relação da mãe com os filhotes é bem interessante porque revela que ela dá muito mais atenção ao que apresenta o transtorno", afirma Muotri.

Para o especialista, o resultado é importante para contestar a explicação psicológica do autismo, segundo a qual o transtorno se manifestaria em crianças tratadas com mais distanciamento e frieza pelas mães.

"Acho que a explicação psicológica do autismo pode ser enterrada agora", disse o especialista. "O estudo mostra o esforço materno para cuidar daquele filhote."

A vida de Luclecia da Cunha Cabral, mãe de Heitor, de quatro anos, mudou completamente depois que ela conheceu o óleo da maconha como uma forma de medicação para tratar o autismo do pequeno. Mais do que a vida de Luclecia, a vida de Heitor se transformou em escalas ainda maiores. 

"Heitor é autista. Ele era agressivo, não dormia à noite. Era uma situação muito difícil. Ele chorava todos os dias, não rendia na escola. Agora tudo mudou, ele passou a ficar mais esperto, ele é carinhoso, dá beijo, interage bem", falou, com alegria, Luclecia. 

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Presente com seu filho na marca da maconha do Recife na tarde deste sábado (18), Luclecia explicou que foi direcionada à possibilidade de tratar Heitor com o óleo da maconha pela Associação Cannabis, que fica em Paulista. "É difícil porque são poucos médicos que acreditam, mas consegui uma consulta, pegamos receita. Foi tudo legalizado, tudo certinho e meu filho ja faz uso há oito meses do óleo", contou. 

Heitor toma gotas do óleo de maconha três vezes por dia. Luclecia conta que já tentou tratar o filho com medicamentos da indústria farmacêutica, mas foi no óleo da maconha onde ela encontrou sua mudança de vida. 

"Ele usava medicamento comum que melhorou sua vida por quatro meses, mas depois voltou pior do que era. Aí que eu decidi que queria uma coisa natural para o meu filho. Porque, por exemplo, se eu der duas doses desse remédio alopático para o meu filho, ele entra em coma. Mas se, sem querer, eu der duas vezes o óleo da maconha, ele vai apenas dormir", finalizou Luclecia.

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A Secretaria de Saúde do município de Carpina, na Zona da Mata pernambucana, realizará no dia 30 de abril o II Workshop do Transtorno do Espectro Autista. O tema este ano será “Desmistificando a Inclusão e Quebrando Preconceitos”, que levantará debates, além de palestras com profissionais em saúde mental, relatos de caso, orientações e diversas outras atividades relacionadas ao tema.  

A oficina é gratuita e será realizada no auditório da própria sede da Prefeitura  Municipal de Carpina, das 8h às 17h. As inscrições serão realizadas no dia do evento, bem como o credenciamento. No workshop também serão distribuídos certificados de participação. 

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Serviço 

Workshop sobre autismo em Carpina 

Quando: 30 de abril, das 8h às 17h 

Onde: Auditório da sede da Prefeitura Municipal de Carpina 

Participação gratuita 

 

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Foi lançado em São Paulo, no Shopping Center Norte, no dia 2, e em Belém, no dia 11, na livraria da Fox, o livro "Maternidade & autismo, a ligação umbilical que transformou vidas", da jornalista Carol Boralli. O lançamento marcou a passagem do Dia Mundial de Conscientização do Autismo.

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Resultado do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresentado à UNAMA - Universidade da Amazônia, o livro reportagem fala sobre a relação de uma mãe com a filha autista. A obra relata aspectos da educação e relações familiares de pessoas portadoras do TEA (Transtorno do Espectro Autista) e transcorre desde o diagnóstico positivo da menina até a defesa da dissertação de Mestrado da mãe, Eliana Boralli.

Para Carol Boralli, tanto em São Paulo quanto em Belém, a noite de autógrafos representou momento especial que significou o início de uma carreira. “Como jornalista recém-formada, vou adentrar essa área do jornalismo literário, e pretendo fazer vários livros reportagens. Esse foi apenas o primeiro”, disse a autora.

A ideia de escrever sobre esse assunto teve uma motivação: o autismo é um tema que tem ganhado bastante abrangência e relevância, porque muitas pessoas vêm tendo interesse em entender o que é o transtorno. "Isso é primordial, porque é importante que as pessoas conheçam, compreendam o que é, pois isso faz com que diminuam o preconceito e opiniões estereotipadas de lugar comum", explica a autora.

Por Ramon Almeida.

 

O próximo sábado (13) será dia de Sessão Azul no Cinemark do Shopping RioMar. O projeto, em parceria com o Eu faço Cultura, vai promover uma sessão de cinema especial para crianças autistas. Os ingressos são gratuitos.

Para celebrar o mês de abril, quando são feitas várias campanhas de conscientização do autismo, o programa eu Faço Cultura se une ao Sessão Azul para levar pequenos com distúrbios sensoriais e suas famílias ao cinema. Nessa sessões, as salas de projeção ficam com as luzes acesos, o som mais baixo e a plateia pode andar, dançar, gritar e cantar livremente durante todo o filme. Desde 2016, já foram realizadas 60 sessões adaptadas em 16 cidades diferentes.

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Neste sábado (13), o filme exibido para a criançada será Parque dos Sonhos, uma animação que mostra as aventuras da pequena June em um parque encantado descoberto no meio da floresta. Os interessados podem fazer sua inscrição através do site. No Recife, a sessão será no Shopping Riomar, começando às 11h. As cidades de Florianópolis, Vila Velha, Campinas e Belo Horizonte também recebem o projeto.

Segundo a Organização Pan-americana de Saúde (OPAS), no Brasil, uma em cada 160 crianças tem autismo. O transtorno possui forte componente genético, cerca de 70% dos casos diagnosticados, segundo a neuropsicóloga Karina Medrado. 

Em 2 de abril é celebrado o dia Mundial da Conscientização do Autismo. Durante todo o mês, eventos, palestras, debates e campanhas reforçam a importância do diagnóstico, do tratamento e da inclusão.

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Entrevistada pelo LeiaJá, Karina Medrado alerta que os cuidados de especialistas são fundamentais para o desenvolvimento das pessoas autistas.

O que é o autismo?

Autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento de amplo espectro, que pode apresentar algumas características específicas, como: dificuldade para interagir, atraso no desenvolvimento da linguagem, dificuldade para manter contato visual, estereotipias motoras, seletividade alimentar, sensibilidade sensorial, dentre outros.

Existem diferentes graus de autismo?

Sim. O autismo é considerado um espectro exatamente porque os graus em que o transtorno se apresenta são variados. Existe aquela forma mais leve, sutil, que é o caso da Síndrome de Asperger, onde não tem comprometimento intelectual, mas apresenta outras características como a inabilidade social, o hiperfoco em um determinado assunto, a preferência pelo isolamento. Já o autismo de grau médio são os casos daquelas pessoas não verbais, ou seja, que não conseguiram desenvolver a linguagem ou que desenvolveram de forma limitada. Os casos severos são aquele onde existe um comprometimento importante em vários aspectos, como estereotipias motoras excessivas ou comportamento autolesivo.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico é realizado por um médico neuropediatra ou psiquiatra infantil. Paralelo a isso, a criança é avaliada por um neuropsicóloga ou psicólogo especialista na área que vai avaliar com protocolos específicos para autismo, se a criança apresenta um desenvolvimento adequado para sua idade; se possui atraso cognitivo; características que envolvem o transtorno. Sempre com base nesses instrumentos de avaliação e experiência clínica na área.

O que desencadeia o transtorno? Fatores hereditários, metabólicos ou o problema ocorre ao acaso?

O fator genético ainda é o de maior importância, apontando uma incidência em 70% dos casos. Hoje já sabemos que nós temos mais de cem genes compatíveis com o autismo, e que através de uma mutação pode ocorrer a predisposição. Existem outros fatores que podem contribuir. Algumas pesquisas apontam também para o contato com substâncias tóxicas, mas o fator genético ainda é o mais significativo.

Existe tratamento? Como funciona?

Sim. O tratamento deve ser realizado em equipe multiprofissional para que cada um possa trabalhar um aspecto específico. Neuropediatra, para trabalhar questões relacionadas à medicação e demais comorbidades. Neuropsicóloga, para avaliar se existe comprometimento cognitivo e o grau, posteriormente seguir com a terapia cognitiva comportamental para estimulação e treino de habilidades sociais. O terapeuta ocupacional, que trabalha aspectos relacionados à estimulação sensorial. O fonoaudiólogo, para o desenvolvimento da linguagem. Quando se fala em autismo se fala um conjunto de terapias de propiciem a maior estimulação da criança. Quanto mais cedo o diagnóstico, maior as chances de desenvolvimento da criança.

Como funciona o aprendizado de uma criança autista na escola?

O aprendizado deve ser inclusivo, com um plano individual que considere o momento da criança, com estratégias específicas de aprendizado para ela, material escolar inclusivo para autismo, provas adequadas e estimulação correta por parte dos profissionais.

Como o diretor da escola pode garantir a inclusão de alunos com autismo?

Primeiro possibilitando o ingresso dessas crianças diagnosticadas com TEA (Transtorno do Espectro Autista) na escola. Depois proporcionando a todos os profissionais que atuam no ambiente pedagógico o treinamento necessário, com informação sobre o autismo e suas formas de intervenção.

Quais as recomendações para os pais que enfrentam dificuldades para matricular os seus filhos?

Procurar orientação com a rede de apoio, profissionais especialistas e grupos de suporte. Buscar por escolas que ofereçam de fato a inclusão, não apenas porque se denominam inclusivas, mas porque têm estrutura pedagógica para ensinar essas crianças.

 

O plenário da Câmara aprovou na noite desta quarta-feira (3) dois projetos em defesa das pessoas com autismo. O Projeto de Lei 1712/19 atribui à União a coordenação da Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, já o Projeto de Lei 1354/19 assegura à pessoa com transtorno do espectro autista (TEA) prioridade na tramitação dos processos e procedimentos judiciais e administrativos. Os dois PLs seguem agora para o Senado.

Com a aprovação do PL 1712/19, o governo federal deverá fornecer apoio técnico e financeiro aos estados e municípios para o cumprimento da Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista. O apoio federal poderá ocorrer por meio de fomento de projetos e programas específicos de atenção à saúde, à educação inclusiva com atendimento educacional especializado e de outras políticas que possibilitem a inclusão social plena das pessoas autistas. 

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O PL 1354/19 fará com o que o autista tenha prioridade na execução de atos e diligências judiciais ou administrativas em que o figure como parte ou interveniente em qualquer instância. Para isso, ele deverá fazer prova de sua condição.  

* Com informações da Agência Câmara

A Turma da Mônica vai participar da celebração do Dia Mundial da Conscientização sobre o Autismo, nesta terça (2). Para a data, o Instituto Maurício de Souza vai publicar uma tirinha especial com André, personagem autista da turminha.

André nasceu em 2001 após um convite feito pela Universidade de Harvard para desenvolver um projeto que chama a atenção da população para o tema. Além da tirinha, também serão publicados seis vídeos de animação que mostram os sinais do Transtorno do Espectro de Autismo e a importância do diagnóstico.

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A tirinha e os vídeos poderão ser vistos tanto nas páginas oficiais do Instituto Maurício de Souza quanto no canal da Maurício de Souza Produções.

Está marcada para ocorrer no dia 7 de abril a corrida Autismo Run, promovida pela Associação dos Corredores de Pernambuco (ACOPE). O evento terá início às 7h, na Orla, na Praça Duque de Caxias, Casa Caiada. As inscrições vão até o dia 2 de abril pela internet.

Também será realizada uma prova especial, promovida para os atletas autistas, com 200 metros de extensão total. O objetivo da competição é a conscientização social sobre o Autismo, com parte da renda das inscrições revertida para a ONG Ame Olinda. O percurso da corrida será de 6 km, seguindo até as proximidades do Flat 4 Rodas, fazendo retorno para a Praça Duque de Caxias.

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Homens e mulheres, profissionais e amadores podem participar da competição. O corredor inscrito irá receber um kit com camisa, número no peito e chip de cronometragem. Além de medalha em forma de mandala para quem completar o percurso; os vencedores receberão outras premiações.

Serviço

Corrida: Autismo Run

7 de abril | 7h

Praça Duque de Caxias ( Casa Caiada, Olinda-PE)

Inscrições:  www.ticketagora.com

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Com o início do ano letivo, vem a pergunta: como está o desenvolvimento escolar do seu filho? É importante que os pais realmente estejam de olho nisso, pois há casos em que o atraso escolar se dá por conta do autismo.

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No Pará, foram matriculados 1.231 alunos com o diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista, em 2018, segundo a Secretária de Educação (Seduc), mas há alunos que apresentam os sintomas e que precisam da sensibilidade do olhar dos pais e professores, explica Karina Medrado, neuropsicóloga atuante no diagnóstico e tratamento do autismo.

A especialista disse que muitas das vezes os pais levam o filho ao médico e o profissional não fecha o diagnóstico de autismo e pede para os pais aguardarem mais um tempo, tardando o início da terapia. “Ou então os pais ficam pensando que em algum momento os filhos vão desenvolver-se sozinhos, e não vão. É muito importante ter essa conscientização”, disse.

Segundo Cintia Lavratti Brandão, psicoterapeuta e professora de psicologia da UNAMA – Universidade da Amazônia, o transtorno do autismo ainda é um desafio diagnóstico, porque até três anos de idade todos os sinais e sintomas podem ficar mascarados, mas nem sempre o ritmo incomum de aquisição de interações sociais e de linguagem significa que a criança seja autista. “Ela pode ser uma criança tímida, uma criança retraída, uma criança que tem algum distúrbio de linguagem, ou algum outro diagnóstico fonoaudiológico que não necessariamente o autismo”, afirmou a professora.

Para a psicoterapeuta, independente do que a criança apresente, de quais são as dificuldades que os pais reconhecem nas interações das crianças com o mundo, quanto mais cedo for identificado o problema, melhor, por dois grandes motivos. “Quanto menor é a criança, mais ela está suscetível à estimulação e a respostas positivas. A partir do momento em que se tem uma leitura diagnóstica, posso utilizar ações que minimizem o desconforto social e a adaptabilidade daquela criança e, principalmente, orientar os pais nas ações adequadas sobre as necessidades daquele filho”, detalhou Cintia.

O autismo não é uma deficiência, é um espectro, classificado como leve, moderado e grave. A especialista Karina Medrado explica que o déficit da linguagem, chamado de autismo não verbal, se caracteriza pelo não desenvolvimento da linguagem. Nesse caso, há estereotipias motoras, que são atos repetitivos como os chamados flaps - balançar as mãos - movimentar o tronco, além da ausência de contato visual. “O autismo é muito amplo e é muito subjetivo. Cada criança desenvolve um tipo de sintoma. Umas têm a questão da hipersensibilidade, ou a hiposensibilidade sensorial, que pode ter aversão a estímulos sonoros muito intensos, ou não sentem tanta dor. Quando a gente fala de estímulos, a gente sempre fala de todos esses aspectos”, afirmou.

O transtorno do neurodesenvolvimento tem 70% de origem genética, segundo Karina. “O cérebro não faz as sinapses de maneira funcional, como acontece no cérebro de uma pessoa que é típica, e as conexões inter-hemisféricas e intra-hemisférica também não acontecem da maneira adequada. Por isso ele tem vários déficits cognitivos na atenção sustentada, na atenção compartilhada, às vezes na linguagem, na parte motora e na parte sensorial”, esclareceu.

O diagnóstico em adolescente tem crescido nos últimos anos, explica Karina. O autismo mais leve, mais sutil, é considerado como a síndrome de Asperger.  “Antigamente existia uma divisão entre síndrome de Asperger e autismo. Com o novo manual de psiquiatria, o DSM 5 (Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais 5.ª edição), foi englobado tudo num espectro. Então a Asperger, hoje em dia, faz parte do espectro autista”, explicou.

A especialista conta que quando a pessoa é diagnosticada na adolescência é porque, quando criança, não apresentava todos os sinais e sintomas. “A linguagem se desenvolveu da maneira adequada, não teve muita estereotipia motora, ela tinha mais uma questão de habilidade social. Quando isso acontece, lá na adolescência, na hora da interação, na hora de entender contexto social, aquele adolescente que é mais tímido chega ao nosso consultório com características de depressão e quando a gente vai avaliar, na verdade, apresenta critérios para autismo. Isso acontece muito com meninas, principalmente, porque meninas têm mais habilidades sociais desenvolvidas. O cérebro da menina é mais focado nessas questões de habilidades sociais”, observa a neuropsicóloga.

A adolescente autista é muita assertiva, diz Karina Medrado, tem raciocínio concreto e não fica no plano de raciocínio abstrato - aí que se dá a dificuldade de interagir e de entender esse contexto social, sinais que precisam ser observados pelos pais. “É aquela menina que não tem malícia. Ela não consegue compreender alguns contextos sociais, não consegue entender o tom de ironia, não consegue entender, às vezes, uma piada, não faz muito sentido para ela essas coisas”, disse Karina.

Diagnóstico

Cintia Brandão destaca que, em qualquer circunstância, seja do ponto de vista neuropsicológico ou interacional, o diagnóstico precoce sempre será um ganho. “Quanto mais cedo a criança tiver acesso a atendimento especializado para a dificuldade que ela apresenta, mais cedo ela pode construir respostas mais adaptativas e que minimizem o sofrimento, a exclusão, a angústia dos pais e a própria cobrança em relação à criança de aspectos que ela não pode oferecer como competência e também a possibilidade de não subestimar as capacidades e competências que a criança tem”, detalhou a psicoterapeuta.

Quanto aos sinais, segundo a psicoterapeuta, é possível perceber um déficit muito cedo, próximo aos seis meses de vida, por exemplo. “É possível perceber bebês que têm pouca resposta de sorriso social, uma criança que a gente olha e parece que ela está mais absorta no universo dela e com pouca resposta de um sorriso social quando uma pessoa faz uma brincadeira com ela. Outro aspecto importante é que a criança tem uma preferência por manipular objetos do que olhar e interagir com pessoas”, detalhou Cintia.

Essa manipulação de objeto acontece de forma atípica, explica a psicóloga. “A criança brinca com um carrinho não fazendo o barulho do carro, usando o carrinho como uma ferramenta de locomoção, ela usa o carrinho para fazer uma fila, ou para ficar vários minutos rodando as rodinhas, observando aquele movimento. A criança tende a ter, desde pequeno, movimentos estereotipados, há um atraso bem significativo na linguagem, e um déficit de busca espontânea por interação com outras crianças”, afirmou Cintia.

Segundo a psicoterapeuta, um dos sinais do autismo é a conduta motora da criança. Há possibilidade de que ela tenha hiperfocos, goste de ficar sempre fazendo a mesma coisa, com o mesmo tipo de brinquedo, desenho e movimento. “Não que a criança não possa estar com outras crianças e que em algum momento até busque algum tipo de brincadeira, mas a tendência é fazer isso de uma forma atípica. A criança tem uma dificuldade de interagir com os pares na sua faixa etária a partir das demandas das outras crianças. Gosta de brincar, de correr, de pegar objetos e não necessariamente com uma socialização que envolva uma perspectiva de coletividade”, informou Cintia.

Quando os pais identificam um desses três eixos, déficit de linguagem, alterações motoras e psicomotoras e de socialização, devem buscar ajuda especializada, que envolve geralmente uma tríade de profissionais. “Em primeira instância: fonoaudiólogo, neurologista e psicólogo ou neuropsicológo”, enfatizou Cintia.

O papel da escola

O diagnóstico é feito assim que os pais ou a escola identifica que a criança está apresentando um atraso no desenvolvimento. Esses pais devem procurar um profissional especialista no assunto. “O ideal é que seja feita uma avaliação neuropsicológica. Nessa avaliação, a gente consegue identificar se tem déficits cognitivos, como estão a atenção, a memória, a capacidade de planejar, impulsividade, incapacidade de executar uma determinada tarefa e avaliar o Q.I (Quociente intelectual) dessa criança também”, detalhou Karina Medrado.

No autismo moderado para o grave, o autista pode ter uma deficiência intelectual. “A terapia entra para trabalhar a estimulação cognitiva desses déficits e habilidades sociais, remodelar comportamento. Hoje a terapia mais indicada é a terapia comportamental, principalmente a ABA, que é a terapia de análise de comportamento. Você trabalha o tempo todo a estimulação com essa criança. A criança tem um tipo de comportamento, a gente reforça positivamente o comportamento que a gente quer que ela modifique, então é bem comportamental mesmo”, disse a neuropsicóloga.

Para Karina, os professores ainda enfrentam desafios, mas a dificuldade está diminuindo pela disseminação de informação sobre o espectro. “As pesquisas, artigos científicos estão aí para a gente ter muito acesso. O autismo já foi um grande tabu, eu sei que dar um diagnóstico de autismo, para muito profissional, ainda é muito complicado, muitos preferem aguardar um tempo. Para a escola, quando ela percebe que a criança não está dentro daqueles padrões do desenvolvimento da infância, ela precisa chamar esses pais, precisa orientá-los a buscar um profissional. Quanto mais a gente demora a iniciar essa terapia, mais atraso no desenvolvimento essa criança vai ter. Então, é um desafio que a escola tem, mas acho que hoje ela tem um pouco mais de recursos para lidar com essas questões”, declarou.

Para Rosiane Santos, pedagoga, professora da educação básica, que dá aula para crianças autistas, a base de todo trabalho se resume no amor. “Quando você acredita na potencialidade de cada criança, colocando em foco suas habilidades, tudo fica mais fácil. Quem não vai estar bem fazendo o que gosta? Além do mais, buscamos sempre descobrir através da anamnese, saber as preferências e gostos das crianças, como uma música, brinquedos, doces, enfim, o que possa servir de um provável reforçador na aprendizagem”, explicou.

Falta de informações

Segundo a neuropsicóloga Karina Medrado, faltam informações aos pais. Além disso, às vezes, há um pouco de resistência na aceitação do diagnóstico. “Você imagina, às vezes é o primeiro filho, e quando é o primeiro filho a gente não tem muito critério do que é o desenvolvimento esperado com seis meses, com um ano e assim sucessivamente. Muitos pais aguardam. Normalmente quem percebe que tem alguma coisa que não está fluindo bem é a mãe. Às vezes, quando a mãe vai comunicar isso para o pai, ou para algum outro familiar, a fala dela é desconsiderada”, explicou.

Para Karina, quando isso acontece, a mãe fica naquela situação de "será que eu estou vendo em excesso, ou realmente que lado tem razão?" e ela acaba esperando. “Entra a falta de informação dos pais, de aceitação, de que o 'meu filho tem, de fato, um atraso e eu preciso procurar um profissional, porque eu preciso entender a causa desse atraso, e se for autismo, iniciar um processo de terapia'”, afirmou.

O processo de terapia para o autismo é eficaz, explica a especialista, mas o sucesso só acontece se houver engajamento dos pais. “Pais que entendam o que é o autismo e que sejam treinados para trabalhar com o filho que recebeu esse diagnóstico. Procuro, na terapia, dez minutos antes de terminar a sessão, sempre chamar esse pai e mostrar o que foi trabalhado, mostrar o que a gente estimulou em cada sessão, porque eu vou ficar com essas crianças uma hora por semana e esses pais ficam todo o restante do dia. Eles precisam aplicar esses conhecimentos em casa para estarmos todos em conjunto. Não adianta pensar 'ah, vou levar na terapia e em casa deixo para lá', não vai dar certo desse jeito”, avaliou. 

O tratamento

O tratamento do autismo envolve equipe multidisciplinar. Segundo a especialista, a pessoa mais indicada, no inicio do diagnóstico, é o psicólogo ou o neuropediatra para fazer essa avaliação e identificar se realmente fecha os critérios para o diagnóstico. “Depois a gente vai avaliar quais são as necessidades dessa criança, se ela tem questões relacionadas a déficit de processamento sensorial, se ela vai precisar do acompanhamento de uma terapeuta ocupacional; se ela tem a questão da linguagem, vai precisar do acompanhamento de uma fonodióloga; se tem questão motora precisa de uma fisioterapeuta. Realmente é muito em equipe multi”, explicou.

O médico entra na equipe quando o autista tem alguma doença. “O médico entra, às vezes, com a questão de medicação. Existem crianças que além do autismo tem uma comorbidade. Por exemplo, ela fecha o diagnóstico de autismo e de epilepsia, então o médico entra para fazer a medicação para controle de crise. Por isso que o trabalho em equipe multi, no autismo, é muito importante”, ressaltou Karina.

Karina Medrado explica que é muito difícil entender e buscar cura para esse tipo de transtorno, mas que os estudos estão cada vez mais intensificados. “Eu estava em um simpósio e o pesquisador brasileiro estava falando 'o que significa autismo? é o alvo em movimento', como a gente tem um espectro que é muito amplo de sintomas e características. Existem estudos genéticos que estão apontando, de repente, para qual o gene causador do autismo, mas tudo ainda em caráter de pesquisa, caráter cientifico. Por isso que o tratamento tem que ser realizado”, ressaltou. 

Quanto mais precoce for esse tratamento, melhor. “A criança tem o que a gente chama de neuroplasticidade cerebral, que é a capacidade de aprender. Por exemplo, quando a gente começa a estimular uma criança de dois anos de idade ela vai ter um processo de desenvolvimento muito melhor, que se eu começar a estimular uma criança de dez anos. Existe uma diferença muito grande aí. Por isso o tratamento tem que ser precoce e contínuo, ele é um processo”, disse a especialista.

A neuropsicóloga explicou que o plano de intervenção é muito subjetivo para cada criança. “Se eu tenho uma criança que tem comportamento reativo de agressividade talvez essa criança demore mais tempo em terapia. Se eu tenho uma criança que tem mais uma questão de habilidade social, é uma criança que vai ficar menos tempo em terapia. Então vai depender dos sintomas que essa criança apresenta para mim”, declarou Karina.

 

 

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Uma das primeiras formas de entretenimento de muitas pessoas, quando crianças, as histórias em quadrinhos (ou HQs) são o meio pelo qual muitos autores podem contar suas histórias e passar uma mensagem. Foi com essa linguagem que o jovem autista Lucas Moura Quaresma achou um meio de expressar seus sentimentos e pensamentos para o resto do mundo.

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Diagnosticado com autismo grave aos 3 anos de idade, Lucas sempre foi um aficionado por desenhos animados e começou a desenhar aos 4 anos. Formado em Design de Produtos em 2016, no mesmo ano publicou on-line sua primeira história em quadrinhos, feita com a ajuda e incentivo da mãe Eliane Helena Moura Quaresma, que falava sobre seu medo de cachorro.

A partir daí, ideias para outras histórias surgiram. Percebendo o potencial de Lucas, Eliane e a designer Thayz Magnago se mobilizaram e junto com o Lucas lançaram a primeira história impressa da coleção "Medo De Que?", uma série de HQs voltadas para o público infantil que aborda os mais diversos medos das crianças, sempre com humor, emoção e uma dose de aventura.

Ao falar sobre seus próprios medos, e dos medos que crianças compartilham com ele para serem transformados em histórias, Lucas ajuda as crianças e a si mesmo e também mostra sua visão de mundo. Além da coleção "Medo de Que?", Lucas trabalha fazendo artes para camisetas e na nova coleção de histórias "De Que O Mundo Precisa?", que já tem uma HQ publicada.

A equipe do LeiaJá Pará esteve com Lucas, antes do lançamento da coleção "De Que O Mundo Precisa?", e conversou com a mãe dele, Eliane Quaresma, e com a amiga Thayz Magnago. Veja o vídeo abaixo.

Por Felipe Pinheiro e Breno Mendonça.

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O autismo é um transtorno que ainda desperta muitas dúvidas quanto ao tratamento. Foi a partir dessa realidade que a recém-formada em Jornalismo pela UNAMA - Universidade da Amazônia Carol Boralli decidiu escrever o livro “Maternidade & autismo - A ligação umbilical que transformou vidas”. A obra aborda um recorte temporal do diagnóstico positivo de autismo de uma jovem chamada Nathália Lopes até a defesa da dissertação de mestrado de Eliana Boralli, sua mãe. O livro faz parte do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) e o lançamento está previsto para este ano.

A história de vida da jovem e a vontade de fazer a diferença motivaram a jornalista a elaborar o livro-reportagem. “A partir do sexto semestre eu comecei a ver apresentações de TCCs de colegas do mesmo curso e descobri a possibilidade de escrever um livro. A partir daí me encontrei. Comecei a pesquisar temas que tivessem informações suficientes para elaborar esse trabalho. Então, decidi escrever sobre a história da minha tia Eliana Boralli e da filha dela, a Nathália, minha prima”, contou.

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A obra segue os preceitos do jornalismo literário, com documentos, fotos de arquivo e a biografia de Eliana. “O mais interessante é que durante os depoimentos e a grande quantidade de informações, pude perceber o quanto a educação brasileira precisa melhorar no que diz respeito ao cuidado com pessoas autistas. Me deparei com a história de uma mãe que não tinha informação suficiente sobre autismo no passado e que hoje é referência no assunto”, afirmou.

A jornalista ressalta que o trabalho não se resume somente a uma história de amor, mas também de muita informação e relevância sobre o transtorno. “Foi um trabalho muito bacana de se fazer porque falei com um personagem que foi pioneiro nessa questão. A Eliana decidiu, na época, estudar mais sobre o assunto quando soube do diagnóstico e fundou da AUMA - Associação dos Amigos da Criança Autista, junto com o pai de Nathália, pois não se sentiam confortáveis em deixar a filha em nenhuma outra escola. O meu trabalho, portanto, contém informação para familiares, pessoas com autismo e demais pessoas interessadas”, declarou.

Carol Boralli destaca a importância da UNAMA nesse processo e afirmou que se sentiu muito segura ao escrever o livro com a ajuda dos professores. “Eu já sou formada em Direito e, depois de um bom tempo, decidi mudar para Jornalismo porque sentia que alguma coisa estava faltando. Apesar de já estar com 35 anos de idade e meus colegas de turma estarem na faixa etária dos 20, a Universidade me deu total apoio e tranquilidade para realizar o curso e fazer esse tipo de trabalho”, concluiu. 

Por Alessandra Fonseca (Ascom/UNAMA).

 

A neuropsicóloga Karina Medrado vai representar o Estado do Pará no primeiro Simpósio Internacional do Instituto de Comportamento Infantil, o Child Behavior Institute, nesta sexta-feira (25), na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. O Instituto, que é referência no assunto, foi criado na Flórida e oferece conhecimento sobre a saúde mental infantil.

O evento vai discutir o futuro do tratamento do Transtorno do Espectro Autista (TEA), o autismo; a importância da educação para lidar com o transtorno e os novos diagnósticos que identificam o autismo.

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Karina Medrado é graduada em Psicologia pela UNAMA – Universidade da Amazônia e especialista em Neuropsicologia pelo Instituto Neurológico de São Paulo. Em Belém, atua no diagnóstico e atendimento de TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade), autismo e Mal de Alzheimer.

Segundo Karina, dentre os assuntos que serão abordados no simpósio estão as últimas atualizações no tratamento de TEA, estratégias comportamentais com enfoque nas habilidades sociais, atualizações em ABA (do inglês Applied Behavior Analysis, que pode ser traduzido como Análise do Comportamento Aplicada) e modelo Denver (abordagem terapêutica para crianças autistas), o tratamento medicamentoso e o enriquecimento do ambiente no autismo. “Todos os temas abordados na I International Conferences CBI of Miami são de extrema relevância para os profissionais que trabalham com o Transtorno do Espectro Autista. A compreensão dos resultados das novas pesquisas científicas possibilita que os profissionais apliquem esses conhecimentos na prática clínica, tendo sempre como objetivo a evolução comportamental e cognitiva do cliente”, destacou.

O tratamento do autismo, observou a neuropsicóloga, tem avançado nos últimos anos. No entanto, por envolver profissionais de diferentes especialidades, como neuropsicólogo, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, neuropediatra, ainda implica alto custo financeiro. “A população que não disponibiliza de recursos financeiros que custeiem o tratamento acaba não tendo acesso a ele”, assinalou Karina.

Outra dificuldade, destacou Karina Medrado, é o receio por parte dos profissionais em fechar o diagnóstico do transtorno em crianças com menos de dois anos (24 meses completos). “Postergar o diagnóstico faz com que início das terapias seja tardio. Sabe-se que quanto antes as terapias iniciarem, melhores são os resultados alcançados. Por outro lado, vejo que os pais e cuidadores nem sempre recebem o treinamento adequado para continuar as estimulações e intervenções em casa, ou quando recebem, este fica a cargo apenas de um acompanhante terapêutico que na maioria das vezes é mãe”, disse.

A experiência demonstra, relatou Karina, que as chances de melhora comportamental ocorrem com as estimulações em todos os ambientes que a criança frequenta. “Por isso, o engajamento dos pais é de suma importância”, afirmou.

Desmistificar o autismo é um grande desafio. De um modo geral, observou a neruopsicóloga, ainda existem muitas dúvidas sobre o transtorno. “Debater sobre o tema à exaustão é a melhor forma de modificar a ideia relacionada às possibilidades da criança com TEA”, opinou.

Na educação, as práticas de atendimento a crianças autistas requerem atualização. Segundo Karina Medrado, na maioria das escolas o programa de inclusão para criança atípica utiliza método de ensino generalista no lugar da atenção individualizada. “Quando falamos em autismo, pensamos em programas individuais para cada criança. O transtorno neurobiológico acontece desde a forma mais leve, sútil, até aquela mais grave. Levando-se isso em consideração a escola deve não só incluir essa criança, mas atuar de forma ativa no processo de estimulação, observando de maneira individual as dificuldades, características e evoluções que vão ocorrer durante o período letivo”, observou a neuropsicóloga.

 Todo o processo educacional da criança autista exige participação de profissionais de saúde, educadores e família. “A orientação possibilita que educadores, pais e sociedade obtenham informações que direcionem quais os melhores caminhos a seguir. Sabe-se que a criança tem plasticidade neural, isso significa que ela aprende e remodela novos comportamentos com maior facilidade. Porém todo esse processo só é possível se houver um trabalho em conjunto”, finalizou Karina.

Da Redação do LeiaJá Pará.

 

Marcos Mion emocionou seus seguidores, no último domingo (23), ao compartilhar um vídeo de seu filho mais velho, Romeo. Nas imagens, o menino de 13 anos, que é autista, arrasa nos passos dançando diferentes ritmos. Na legenda, o papai Mion extravasou toda sua admiração pelo filho e aproveitou para deixar seus votos de Feliz Natal para os fãs.

Nas imagens, Romeo aparece, bastante desenvolto, dançando diferentes ritmos, inclusive o frevo. Do outro lado da sala de dança, Marcos MIon e o restante da família acompanham todos os movimentos do garoto com palmas e muitos sorrisos. O apresentador legendou a postagem: "Esse vídeo representa tanta coisa...tanto AMOR, tanta dedicação, tanta evolução, tanta...vitória". Ele também diz que a dança é uma das maiores conexões entre ele e o filho e parabenizou o garoto: "Romeozão, quanto orgulho de você. De tudo que você representa pra milhares de famílias, você veio com uma missão e a minha é ser seu porta voz! Te amo, meu anjo".

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Na postagem, Mion também deixou um recado para os fãs: "Que nesse Natal, o espírito de felicidade pura, alegria, superação e emoção pela vitória de uma criança com autismo inunde sua família de amor". Nos comentários, os seguidores do apresentador elogiaram muito sua postura e dedicação ao filho e à família. "É emocionante ver esse amor. Você é o cara"; "Por momentos assim que sou seu fã"; "É linda a conexão de vocês, obrigada por deixar meu Natal mais bonito".

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