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Um dia após a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, pautar para o dia 22 de março o julgamento das ações que tratam do auxílio-moradia a juízes, a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) resolveu fazer uma consulta entre seus associados sobre a possibilidade de realizar uma paralisação da categoria.

Segundo a assessoria de imprensa da entidade, a greve não está confirmada, mas teria como pauta a "valorização da carreira" dos magistrados. No entanto, em nota, a própria Ajufe cita o julgamento da ação ordinária nº 1.773 pelo Supremo e critica a não inclusão da ADI nº 4.393, que serviria "para definir o que pode e o que não pode ser pago aos juízes de todo o país, de forma clara, transparente e de acordo com os anseios de toda a população brasileira".

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"Não basta apenas julgar as ações que tratam do auxílio-moradia, que atingirão apenas os juízes federais, deixando sem resolução os diversos pagamentos realizados nos âmbitos dos demais seguimentos do judiciário", diz a nota.

Segundo o site Poder360, a paralisação foi convocada para o próximo dia 15, mas precisaria ser aprovada por essa consulta, que estaria acontecendo entre hoje e próximo dia 28.

Leia, na íntegra, a nota da Ajufe:

NOTA DE ESCLARECIMENTO

A Associação dos Juízes Federais do Brasil - AJUFE vem a público esclarecer que:

1) A AJUFE defende um tratamento justo e igualitário para toda a Magistratura Nacional. A remuneração dos juízes deve ser transparente, devendo ser acessível a todo cidadão brasileiro, e condizente com a responsabilidade do trabalho exercido, sempre de acordo com a Constituição e as leis nacionais.

2) O Supremo Tribunal Federal incluiu na pauta de julgamentos do dia 22/03/2018 a Ação Ordinária n.º 1.773, que trata acerca do recebimento do auxílio-moradia pelos magistrados. Entretanto, deixou de incluir em pauta de julgamento a Ação Direta de Inconstitucionalidade - ADI n.º 4.393, que trata da Lei dos "Fatos Funcionais da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro", que servirá para definir o que pode e o que não pode ser pago aos juízes de todo o país, de forma clara, transparente e de acordo com os anseios de toda a população brasileira.

3) Assim, a AJUFE, no presente momento, defende a inclusão em pauta da Ação Ordinária n.º 1.773 e o julgamento conjunto com a ADI n.º 4.393, para que sejam definidos, pelo STF, quais são os pagamentos legais e constitucionais devidos a todos os magistrados brasileiros (Ministros, Desembargadores e Juízes), colocando uma resolução definitiva nesta questão, que tanto atormenta a população e a opinião pública brasileiras.

4) Não basta apenas julgar as ações que tratam do auxílio-moradia, que atingirão apenas os juízes federais, deixando sem resolução os diversos pagamentos realizados nos âmbitos dos demais seguimentos do judiciário.

5) Os juízes federais entraram no foco de poderosas forças em razão de sua atuação imparcial e combativa contra a corrupção e as desmazelas perpetradas na Administração Pública por alguns, independentemente de quem fossem, motivo pelo qual somente a eles busca-se minorar os direitos.

6) Por essa razão, a AJUFE tem mobilizado todos os magistrados federais para que não deixem de exercer sua atividade judicante, de forma altiva e responsável, não aceitando tratamento diferenciado e depreciativo, inclusive de forma reflexa, atingindo a remuneração que lhe é devida, como todo trabalhador brasileiro.

7) "Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza (...)" diz nossa Constituição (art. 5º), e assim todos queremos e devemos ser tratados.

Brasília, 22 de fevereiro de 2018

ROBERTO CARVALHO VELOSO

Presidente da Ajufe

(Marcelo Osakabe - marcelo.osakabe@estadao.com)

A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, pautou para o dia 22 de março o julgamento das ações que tratam de auxílio-moradia de juízes. Entre as ações estão as que o ministro Luiz Fux julgou liminarmente em 2014, estendendo o auxílio-moradia, no valor de R$ 4.378, a todos os juízes do Brasil.

Depois disso, o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) aprovou resolução que regulamentou a concessão de auxílio-moradia aos membros do Ministério Público da União e dos Estados.

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Desde que Fux liberou as ações para julgamento, magistrados têm se manifestado pela manutenção do auxílio. Na semana passada, o corregedor nacional de Justiça, João Otávio de Noronha, defendeu o pagamento a juízes que possuem imóveis nas cidades em que trabalham. Segundo ele, o benefício é tratado como "verba de natureza indenizatória" em "qualquer lugar do mundo" e no setor privado, o que o torna isento do Imposto de Renda.

Reportagem publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo revelou que o Fisco deixa de arrecadar R$ 360 milhões ao ano em razão do tratamento tributário dado ao auxílio-moradia. Na prática, o benefício funciona como uma complementação salarial para magistrados que possuem imóvel próprio.

Pedido

A Associação dos Juízes Federais (Ajufe) apresentou ao Supremo um pedido no início de fevereiro para tentar adiar o julgamento de uma dessas ações, na qual é parte. O processo, no entanto, também está pautado para o dia 22.

A Ajufe alega que a ação devia ser retirada de pauta porque, segundo ela, o rito processual não foi cumprido. "Qual não foi a surpresa em constatar que o feito não podia, ainda, ser liberado, em razão de não estar concluída a instrução", afirma a associação.

Nesta quarta-feira, 21, o ministro Fux, relator da ação, abriu um prazo de cinco dias úteis para manifestação de razões finais e demais alegações. "Intime-se, ainda, o Ministério Público Federal para que, querendo, manifeste-se no mesmo prazo de 5 (cinco) dias úteis", despachou o ministro.

Fora da pauta

A ministra Cármen Lúcia não pautou a ação de 2010 que questiona a lei estadual do Rio de Janeiro "dos fatos funcionais" (Lei 5535/2009). A lei estabelece normas sobre provimento inicial, promoções, remoções e permutas, posse e apuração de antiguidade, garantias e prerrogativas, remuneração, licença, férias, afastamentos e seguridade social.

"O problema é não ter sido pautada a ADI dos fatos funcionais. A lei do Sérgio Cabral que criou os penduricalhos para os juízes do Rio de Janeiro", disse Roberto Veloso, presidente da Ajufe.

"É que essa Lei dos Fatos Funcionais é muito importante, porque ela estabelece todos os critérios da remuneração da magistratura. (...) Se não julgar a lei dos fatos funcionais, esse julgamento do auxílio-moradia será só uma cortina de fumaça", afirmou Veloso.

Na manhã desta quinta-feira, 22, estavam reunidos com a ministra Cármen Lúcia o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, o deputado Benito Gama (PTB-BA) e o corregedor Noronha. O assunto foi transparência de salários no Judiciário.

A Associação dos Juízes Federais (Ajufe) apresentou uma questão de ordem ao Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar adiar o julgamento da ação que discute o pagamento de auxílio-moradia. O processo ainda não foi pautado formalmente, mas a presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia, indicou a entidades da magistratura que deve colocar o tema para votação em março.

A Ajufe alega que a ação deve ser retirada de pauta porque, segundo a entidade, o rito processual não foi cumprido. "Qual não foi a surpresa em constatar que o feito não podia, ainda, ser liberado, em razão de não estar concluída a instrução", afirma.

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A associação de juízes alega que precisa apresentar suas razões finais após a manifestação da Advocacia-Geral da União (AGU) e da Procuradoria-Geral da República (PGR). "Pedimos que a matéria seja retirada de pauta para que, inicialmente, seja promovida a intimação para apresentarmos a réplica à contestação e contrarrazões."

Em dezembro do ano passado, o ministro Luiz Fux liberou para votação em plenário as decisões liminares (em caráter provisório) que proferiu em 2014 estendendo o auxílio-moradia, no valor de R$ 4.378, a todos os juízes do País. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) regulamentou o benefício e estabeleceu que todos juízes que não tenham residência oficial à disposição podem receber a ajuda de custo.

Depois disso, o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) aprovou resolução que regulamentou a concessão de auxílio-moradia aos membros do Ministério Público da União e dos Estados.

As ações que pediam essa extensão foram ajuizadas no Supremo pela Ajufe, pela Associação dos Magistrados do Brasil (AMB) e pela Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra).

Em uma postagem feita na rede social Instagram, a advogada Rosangela Wolff Moro, esposa do juiz federal Sérgio Moro, fez duras crítica à imprensa. Na foto, é possível ver um cacho de bananas em cima de uma edição da Folha de S.Paulo amassada - a imagem é resultado de uma capa especial do jornal publicada em 2016. Na legenda, a advogada escreveu: “Imprensa.... para o bem e para o mal. Separam o joio do trigo e publicam o joio”.

A crítica acontece um dia após a publicação de notícias sobre o auxílio-moradia no valor de R$ 4.378,00 recebido por Moro. Apesar de ter um apartamento próprio em Curitiba, o juiz solicitou o benefício, que foi acatado por conta de uma decisão liminar do ministro do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, que autorizava o auxílio para todos os juízes federais do Brasil. Sérgio Moro recebe o dinheiro desde 2014. De acordo com a Folha de São Paulo, por conta dos benefícios de auxílio-moradia e auxílio alimentação, o valor bruto do salário de Sérgio Moro pode chegar a mais de R$ 41 mil.

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A postagem de Rosangela Moro gerou revolta entre os internautas, que aproveitaram o perfil aberto da advogada e fizeram duros comentários. “Que desta vez a justiça seja realmente feita! Auxílio sem necessidade não é ético”, pediu um. “Se ele tem casa na cidade de trabalho, então não deve receber auxílio, somente isso”, criticou outro. “Canalhas, recebendo auxílio pago por nós, mesmo com imóvel próprio”, reclamou. 

Participantes do ato "contra a Reforma da Previdência e pela valorização da Magistratura e do Ministério Público", nesta quinta-feira, 1º, em Brasília, defenderam a manutenção do auxílio-moradia para juízes e procuradores. Embora não conste na carta entregue à presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, e procuradora-geral da República, Raquel Dodge, o assunto foi tema de conversas entre os manifestantes que pedem reajuste salarial. A manutenção ou não do benefício deve ser votada definitivamente em março pelo STF, segundo auxiliares de Cármen.

Para o juiz do Mato Grosso do Sul Fernando Cury, a pauta da questão remuneratória é "muito maior" do que o auxílio-moradia, que, segundo ele, ganhou evidência como forma de enfraquecer a imagem do Judiciário e do MP. "Benefícios como irredutibilidade e vitaliciedade não são garantias do juiz, e sim da sociedade, para que se tenha um juiz isento", argumentou. Ele defendeu que o juiz deve receber auxílio-moradia porque é o único servidor público obrigado a morar onde trabalha e muitas vezes precisa se mudar para exercer a profissão.

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Cury também criticou as declarações do ministro Carlos Marun, que comparou a "moralidade" da indicação da deputada Cristiane Brasil ao Ministério do Trabalho, suspensa pela Justiça, com o auxílio-moradia pago ao juiz Marcelo Bretas e à sua esposa, também juíza. "Dois auxílios-moradia para quem vive em casa própria é moral?", questionou Marun nesta quinta-feira. O juiz do Mato Grosso do Sul acredita que este tipo de crítica ocorre porque "o Judiciário está tomando frente no combate à corrupção".

O juiz federal do Ceará, Thiago Mesquita Carvalho, disse que há uma "preocupação" porque há uma defasagem salarial no Judiciário e MP desde 2015. "As demais carreiras tiveram recomposição dos seus vencimentos, ainda que para recompor a inflação, mas o Judiciário e o MP não tiveram essa recomposição. Há uma certa contemporaneidade da época que iniciamos o combate à corrupção com o período em que começou essa defasagem", disse. A Operação Lava Jato, por exemplo, foi deflagrada em março de 2014.

Já o juiz Andreo Marques, do Rio Grande do Norte, avaliou que o auxílio-moradia é concedido há anos e "é muito estranho que esse tipo de controle" sobre o benefício esteja sendo feito apenas nos últimos anos, coincidindo com investigações contra políticos. Ele considera que o auxílio é um "direito da magistratura que foi colocado como um incentivo" para a profissão e não pode ser cortado. "A gente não pode exercer outras profissões, por exemplo, temos uma série de restrições."

O comandante da Marinha, almirante Eduardo Bacellar Leal Ferreira, defendeu, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, a volta do auxílio-moradia para militares, extinto em dezembro de 2000. O benefício é reivindicado também por integrantes do Exército e da Aeronáutica. Dados de um estudo do Ministério da Defesa sobre os vencimentos da categoria apontam que a volta do auxílio-moradia para as Forças Armadas custaria R$ 2,2 bilhões neste ano. O valor se refere ao pagamento a 246 mil militares na ativa das três Forças.

A discussão ocorre em um momento em que o Supremo Tribunal Federal prevê para março o julgamento do conjunto de ações que tratam do auxílio-moradia para juízes. Desde setembro de 2014, uma decisão liminar (provisória) do ministro do STF Luiz Fux garante aos magistrados o pagamento de até R$ 4.377 mensais referente ao benefício. Na esteira da decisão, o Conselho Nacional do Ministério Público estendeu o auxílio a promotores e procuradores com valores semelhantes.

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No Congresso, deputados que optam por não morar nos apartamentos funcionais - mantidos com recursos da Câmara - podem pleitear R$ 4.253 por mês. De acordo com o estudo da Defesa, se o auxílio-moradia voltasse a existir nas Forças, o valor médio pago aos militares seria de R$ 748 mensais. Pela lei extinta, a indenização variava de acordo com o posto.

Dados do Ministério do Planejamento apontam que o governo desembolsou, em 2016, R$ 900 milhões com auxílio-moradia para integrantes do Executivo, Legislativo e Judiciário. Esse gasto representou 5,42% de todos os benefícios pagos a servidores naquele ano.

'Soldo baixo'

O comandante da Marinha disse considerar "fundamental" a volta do benefício por causa dos baixos vencimentos da corporação. "O topo da nossa carreira, depois de 45 anos de serviço, muitas vezes, não é nem o piso de outras", afirmou Leal Ferreira. E completou: "Isso dá um incômodo e uma sensação de injustiça".

Segundo ele, os militares, que vêm participando de ações de segurança pública em capitais e grandes cidades, acabam morando em áreas de risco, muitas vezes controladas pelo tráfico e milícias, "onde as famílias ficam vulneráveis e são ameaçadas". "O risco de contaminação da tropa (pelo crime organizado) é grande, principalmente porque a Marinha participa, junto com o Exército, das operações nestes locais", afirmou o almirante Leal Ferreira.

A mesma preocupação com esse tipo de contaminação da tropa já havia sido manifestada pelo comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, em entrevista ao Estado publicada na segunda-feira, dia 15.

O almirante Leal Ferreira disse ainda que o auxílio-moradia para a Marinha é importante porque 70% do efetivo - cerca de 50 mil militares - mora no Rio. No Estado, existem cerca de 500 imóveis funcionais, que atendem a 1% do total.

De acordo com o artigo 50 do Estatuto dos Militares, quem está na ativa tem direito a moradia para si e família, "em imóvel sob responsabilidade da União, de acordo com a disponibilidade existente", ou em quartel ou embarcado.

Em viagem ao exterior, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, não foi localizado para comentar o assunto. O Ministério do Planejamento informou que não foi procurado para tratar do caso. A equipe econômica vem estudando, desde o ano passado, propostas para reduzir gastos com benefícios de servidores.

Histórico

A lei que estabelecia a indenização de moradia para as Forças, aprovada no início dos anos 1990, previa que o valor pago variava de acordo com o posto do militar. Representava 30% do soldo se o militar possuísse dependente declarado e 10%, se não. "Cortaram nosso auxílio-moradia e deram para muitas outras categorias. Isso levou militares a morar em áreas de risco, por causa dos baixos salários", disse o almirante. Ele lembrou que o militar está sujeito a transferências constantes de cidade, independentemente de sua vontade.

Dos atuais 378 mil militares na ativa, 246 mil teriam direito ao auxílio-moradia. Recrutas (soldados prestando serviço militar) e alunos de escolas de formação não teriam direito porque dispõem de alojamentos.

Julgamento

A presidente do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia, deve pautar para março o julgamento de três ações sobre o auxílio-moradia da magistratura. O plenário da Corte vai decidir se referenda ou não decisão do ministro Luiz Fux de 2014 que assegurou o direito ao benefício a todos os juízes em atividade no País.

Para a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) e a Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), os questionamentos ao auxílio-moradia a juízes estão em um contexto de "retaliação". "Há um esforço de desviar um pouco a atenção do quadro de corrupção a partir de ataques cada vez mais sistemáticos ao Judiciário, que dos três Poderes da República é o mais prestigiado", disse o presidente da Anamatra, Guilherme Feliciano. "Eu acho que há um conjunto de situações que indicam uma retaliação à magistratura", afirmou o presidente da Ajufe, Roberto Veloso.

A ministra Cármen Lúcia informou na segunda-feira, dia 15, os presidentes da Anamatra e da Ajufe sobre a intenção de pautar as ações que estão sob relatoria de Fux. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) afirmou em entrevista publicada pelo jornal Folha de São Paulo, nesta sexta-feira (12), que usava o auxílio-moradia repassado pela Câmara dos Deputados para "comer gente". Bolsonaro tem um apartamento em Brasília e, mesmo assim, como os outros deputados sem residência fixa na capital do país, recebe o benefício parlamentar. 

Ao ser questionado pela reportagem se, em algum momento, utilizou a verba repassada pela Casa para pagar o apartamento próprio, ele rebateu. "Como eu estava solteiro naquela época, esse dinheiro de auxílio-moradia eu usava para comer gente", disparou, perguntando se a repórter estava satisfeita com a resposta. 

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Na entrevista, Bolsonaro diz também que no fim do recesso vai pedir um apartamento funcional para a Câmara. Recentemente, em vídeo publicado nas redes sociais, ele pontuou que pretende vender a residência onde mora em Brasília. "Vou morar numa mansão, não vou pagar segurança, não vou pagar IPTU, no meu eu pago, não vou pagar condomínio, no meu eu pago, eu vou ter paz", cravou. 

Jair Bolsonaro também é indagado se a postura de utilizar a verba tendo residência, apesar de não ser inconstitucional, destoa com seu discurso. Ele nega. "Onde tem alguma instrução na Câmara que diz que quem tem imóvel em Brasília não pode receber auxílio-moradia?", questiona.

No fim de semana, uma outra reportagem do jornal questionou o crescimento exponencial do patrimônio dele e dos seus três filhos Flávio, Eduardo e Carlos - respectivamente, deputado estadual do Rio de Janeiro, deputado federal e vereador do Rio - depois do ingresso na política. Bolsonaro disse que não há nenhum tipo de irregularidade nos bens da família e pontuou que só deixa a disputa presidencial se o matarem. 

 

Com a alegação de que enfrentam uma "campanha orquestrada" contra seus direitos, as principais entidades representativas da Magistratura prometem lutar para evitar a perda de benefícios e programaram um protesto em Brasília após o recesso do Judiciário. A mobilização ocorre em meio a questionamentos no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a concessão de auxílio-moradia aos juízes.

A Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) e a Associação dos Magistrados do Brasil (AMB) convocaram seus associados para um ato no dia 1º de fevereiro "pela valorização da magistratura e contra a reforma da Previdência". A Ajufe vai ajudar a custear a viagem de 100 juízes. Em mensagens internas, os presidentes de entidades dizem que "não aceitarão" a perda dos benefícios

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O ministro Luiz Fux, do Supremo, liberou no dia 19 para votação no plenário as decisões liminares que proferiu em 2014 estendendo o auxílio-moradia a todos os juízes do País. Caberá aos ministros da Corte referendarem ou não a decisão.

Em mensagem aos associados, o presidente da Ajufe, Roberto Veloso, afirma que "era sabida a campanha orquestrada contra os direitos dos magistrados federais, inclusive quanto ao auxílio-moradia, sendo realizada grande pressão ao ministro Luiz Fux para que tal processo fosse pautado, inclusive campanhas na imprensa contra ele e a Magistratura". "Ainda que não haja data fixada para o julgamento do processo, não aceitaremos a perda de qualquer direito sem a luta necessária, que hoje se reforça."

Segundo Veloso, o ato do dia 1º de fevereiro de 2018 - que vai marcar a abertura do ano do Judiciário - tornou-se "mais importante". "Para tanto, além de manter o diálogo permanente com todos os ministros do STF sobre esses assuntos absolutamente relevantes (auxílio-moradia e valorização por tempo de serviço), a Ajufe abrirá vagas para que 100 (cem) associados venham a Brasília para o referido ato, sem prejuízo de que outros tantos venham de acordo com as possibilidades das associações regionais e dos associados, especialmente aqueles mais próximos de Brasília."

Ao Estado, Veloso disse que a "associação ajuda no custeio das despesas" (mais informações nesta página). "A associação tem dois mil sócios. Quem vem está de férias, tem direito à compensação de dias trabalhados em plantão. Por isso, não abrimos vagas para todos, apenas para 5% dos associados. Os que estão de folga no dia."

O presidente da AMB, Jayme de Oliveira, disse aos seus associados que a entidade "trabalhará no limite de suas forças para manutenção de todas as verbas hoje pagas aos magistrados, porquanto legítimas e amparadas pela legislação e não se curvará aos detratores, especialmente à difamatória campanha lançada por alguns setores da imprensa".

Somente nos Tribunais de Justiça nos Estados, o impacto anual dos ‘penduricalhos’ - considerando-se apenas os fixos, como auxílio-moradia e outros - chega a cerca de R$ 890 milhões por ano, conforme revelou o Estado. Os magistrados estaduais recebem, em média, cerca de R$ 5 mil, mais do que o dobro do recebido pelos ministros dos tribunais superiores. Segundo cálculo da ONG Contas Abertas, o valor médio do auxílio-moradia é de R$ 4,3 mil. Mesmo quem mora na comarca aonde trabalha tem direito ao benefício.

PEC 63. Entre as reivindicações está também a aprovação de uma proposta de emenda constitucional que cria um adicional por tempo de serviço para juízes e membros do Ministério Público Federal, a PEC 63, de 2013. A proposta prevê reajustes, a cada cinco anos, de 5% sobre os subsídios. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente da Ajufe, Roberto Veloso, afirma que "não há uma ação dessas que estão os poderosos presos que tramitem na Justiça dos Estados".

A entidade promete lutar pela permanência do auxílio-moradia. Por que?

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Tenho 22 anos de Magistratura. Quando eu entrei, fui para a cidade de Imperatriz, no Maranhão. Depois, fui para Teresina, São Luís, depois Brasília, depois voltei para São Luís. Eu tive todos esses deslocamentos. Em nenhuma ocasião eu recebi auxílio-moradia. Levava meu diretor de secretaria, ele recebia e eu não. Quando estive em Brasília, eu levei meu diretor de secretaria e ele morava melhor do que eu, porque ele recebia e eu não. Essa foi a motivação de termos entrado judicialmente.

As verbas indenizatórias são privilégios?

A única verba que recebemos é o auxílio-moradia para a Justiça Federal. Não recebemos outras verbas. Eu encaminhei a mensagem principalmente porque nós, juízes federais, estamos sofrendo uma retaliação por causa do enfrentamento da corrupção.

Há alguma preocupação com o fato de que magistrados recebem o auxílio-moradia mesmo morando em suas comarcas?

Atualmente a lei orgânica da magistratura assegura o pagamento de auxílio-moradia da forma como ele está sendo garantido na liminar. Não há uma ilegalidade no pagamento.

Eu me referia a uma preocupação de caráter moral...

Não estamos com essa preocupação. Não estamos com essa pauta. Estamos pensando um pouco mais à frente. Precisamos resolver essa questão remuneratória.

O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), liberou nesta terça-feira, 19, para votação no plenário as decisões liminares que proferiu em 2014 estendendo o auxílio-moradia a todos os juízes do País. Caberá aos ministros da Corte referendarem ou não a decisão.

As ações que pediam esta extensão foram ajuizados no Supremo pela Associação dos Magistrados do Brasil (AMB) e pela Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra).

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Na ocasião, em 2014, Fux afirmou que o auxílio é direito de todos os magistrados, pois se trata de verba de caráter indenizatório - compatível com o regime do subsídio -, previsto pela Lei Orgânica da Magistratura (Loman).

Polêmica

A decisão tomada há três anos pelo ministro vinha sendo lembrada em função da recente divulgação dos salários do Judiciário brasileiro. Presidente do STF e do Conselho Nacional da Justiça (CNJ), a ministra Cármen Lúcia, por meio de portaria, decretou em agosto que os tribunais deveriam divulgar os valores pagos aos magistrados.

Reportagem especial do jornal O Estado de S. Paulo de ontem revelou que 26 Tribunais de Justiça gastaram cerca de R$ 890 milhões com a concessão de "penduricalhos", como auxílio-moradia, auxílio-alimentação e auxílio-saúde.

Para analisar esses dados e apurar possíveis irregularidades, Cármen decidiu criar uma comissão. O grupo responderá diretamente à ministra sobre as remunerações dos magistrados e deverá ser formalizado no início do próximo ano.

A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministra Cármen Lúcia, decidiu criar uma comissão para analisar os vencimentos dos magistrados de tribunais de todo o País. O objetivo é verificar os dados divulgados na página oficial do conselho para apurar eventuais irregularidades.

O grupo responderá diretamente à ministra sobre as remunerações dos magistrados e deverá ser formalizado no início do próximo ano.

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Entre os nomes cotados para integrar a comissão estão o do ex-secretário da Receita Federal Everardo Maciel e do conselheiro do CNJ Márcio Schiefler, ex-braço direito de Teori Zavascki (morto em acidente aéreo em janeiro deste ano) na condução de inquéritos da Lava Jato. Na edição desta segunda-feira, 18, o jornal O Estado de S. Paulo revelou que 26 Tribunais de Justiça gastaram cerca de R$ 890 milhões com a concessão de "penduricalhos", como auxílio-moradia, auxílio-alimentação e auxílio-saúde.

Em entrevista ao Estado publicada no mês passado, Cármen Lúcia prometeu que eventuais abusos serão apurados pela Corregedoria Nacional de Justiça, órgão do CNJ que atua na elaboração de estratégias para tornar a prestação jurisdicional mais eficiente. "Esse dado na hora que chegar, ou ele tem explicação, ou ele vai para Corregedoria", disse.

A ministra ainda não colocou para votação uma resolução que prevê um sistema de monitoramento, a ser gerido pelo próprio conselho, com o objetivo de acompanhar e analisar as informações sobre os vencimentos de juízes, desembargadores e ministros de todo o País. Inspirado em modelo implementado pelo Banco do Brasil para monitorar a sua folha de pagamento, o próprio software poderia alertar o CNJ no caso de distorções.

Quatro meses após Cármen Lúcia editar a portaria determinando o envio dos dados de pagamento, o Conselho da Justiça Federal (CJF), três Tribunais Regionais do Trabalho (TRTs) e outros três Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) ainda não cumpriram a obrigação.

Controle

O ministro Gilmar Mendes, do STF, disse nesta segunda-feira que a soma em auxílios-moradia, alimentação e saúde concedidos a juízes calculada pelo jornal "realmente" precisa ser verificada. O ministro afirmou que é necessário, em um futuro próximo, discutir o modelo de autonomia administrativa e financeira do Judiciário, que permite aos órgãos concederem aos seus próprios servidores determinados benefícios. "Isso muitas vezes foge do controle."

Para Gilmar, o modelo tem se revelado como um "grande problema" em termos de responsabilidade fiscal. "Esperamos que tenhamos respostas rápidas", disse em referência ao trabalho do CNJ. Gilmar ainda observou que "certamente" o Congresso Nacional terá resposta para os vencimentos que ultrapassam o teto constitucional, em relação à fixação de limites - um ministro do STF ganha R$ 33,7 mil.

Gilmar ainda criticou a decisão do ministro do STF Luiz Fux, que em 2014, deu liminar favorável ao pagamento de benefícios. Recentemente, Fux também negou seguimento a uma ação popular movida contra a decisão que autorizou o pagamento de R$ 4,3 mil em auxílio-moradia a magistrados, promotores e conselheiros de Tribunais de Contas. "Essas liminares precisam ser votadas no plenário. Precisamos encerrar esse ciclo de decisões monocráticas", disse Gilmar.

Durante a sessão plenária do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ele usou o pagamento de auxílio-moradia a magistrados para ironizar os gastos com a implementação do voto impresso nas urnas. "Em relação à impressão de votos, nós temos aqui realmente uma situação delicada. Já estamos fazendo a licitação para a feitura das impressoras adequadas para isso. Há limitações técnicas para atendimento do que está na lei. Isso já deixei claro com as autoridades congressuais. Nós não temos condições, nem se cortássemos os auxílios-moradia do Brasil todo, conseguiríamos colocar isso em funcionamento", afirmou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal, negou seguimento a uma ação popular movida contra decisão que autorizou o pagamento de R$ 4,3 mil em auxílio-moradia a magistrados, promotores e conselheiros de Tribunais de Contas. A ação foi movida pelo Sindicato dos Servidores da Justiça de 2ª Instância do Estado de Minas, para que sejam declarados inconstitucionais os valores conferidos a magistrados que tenham residência ou domicílio na mesma comarca em que trabalham.

De acordo com a entidade, o pagamento do benefício, em modalidade indenizatória - que implica ressarcimento do servidor por gastos decorrentes das suas próprias funções -, vem sendo, na prática, uma forma de aumentar a remuneração dos juízes. "Afinal, o que está sendo indenizado? A moradia? Desde quando o agente público que trabalha e reside ou tem domicílio no local de sua lotação tem direito a ter a moradia custeada pela administração, na verdade, por todos os cidadãos brasileiros?", questionou a entidade dos servidores de Minas.

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Desde setembro de 2014, quando o próprio Fux acolheu ação movida por um conjunto de magistrados, com apoio da Associação Nacional dos Juízes Federais, e proferiu decisão favorável aos pagamentos dos benefícios, o benefício já custou R$ 4,5 bilhões aos cofres públicos, de acordo com estimativa da ONG Contas Abertas.

O secretário-geral da entidade, Gil Castello Branco, disse que a margem de erro do cálculo é mínima, uma vez que são raros os magistrados que recusam receber a indenização. "Em um dos Estados, seis juízes não aceitaram. No Espírito Santo, apenas um se recusou a receber".

De acordo com informações da Contas Abertas, atualmente há 17 mil magistrados e 13 mil procuradores do Ministério Público Federal com potencial para receber o auxílio-moradia. Dados comparados da ONG dão conta de que o auxílio-moradia corresponde ao dobro do piso salarial dos professores, no valor de R$ 2,9 mil.

Ação popular

Em sua manifestação na ação popular, Fux não entrou no mérito da questão e levou em consideração decisões anteriores da Corte que sustentam o entendimento de que não cabe mover ações populares contra decisões judiciais - atos jurisdicionais.

Ao negar o seguimento da ação, na semana passada, Fux evocou decisão da Segunda Turma da Corte, de março de 2015, em que ficou estabelecido que "o Supremo Tribunal Federal - por ausência de previsão constitucional - não dispõe de competência originária para processar e julgar ação popular promovida contra qualquer outro órgão ou autoridade da República". "No âmbito da doutrina especializada do processo civil coletivo, o entendimento também é pacífico", destacou o ministro na sua decisão. Procurado, o gabinete do ministro não se manifestou sobre a decisão.

Barroso

Em outra ação que julga validade da concessão do auxílio-moradia a todos os juízes, o ministro relator Luís Roberto Barroso encaminhou o caso para o plenário do Supremo Tribunal Federal. O processo ainda não foi pautado pela presidente da Corte, Cármen Lúcia. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Governo de Pernambuco autorizou, nesta quarta-feira (21), a concessão de auxílio-moradia emergencial para as famílias desabrigadas ou desalojadas por conta das fortes chuvas de maio que atingiram principalmente o Agreste e Mata Sul do Estado. As famílias vão receber parcelas mensais de R$ 200 para serem utilizadas exclusivamente no pagamento de aluguel de imóvel residencial.

O benefício é ofertado para os moradores dos seguintes municípios: Água Preta, Amaraji, Barra de Guabiraba, Barreiros, Belém de Maria, Catende, Cortês, Gameleira, Jaqueira, Maraial, Palmares, Ribeirão, Rio Formoso e São Benedito do Sul, Caruaru, Ipojuca, Joaquim Nabuco, Jurema, Lagoa dos Gatos, Primavera, Quipapá, Sirinhaém, Tamandaré e Xexéu, Bonito, Escada e São José da Coroa Grande.

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Além de estarem desabrigadas ou desalojadas, as famílias também não podem possuir um outro imóvel. O benefício durará 180 dias, podendo o prazo ser estendido até ser solucionada a situação habitacional da pessoa ou cancelado antecipadamente, caso a família deixe de preencher os requisitos. 

Os beneficiários serão definidos através de cadastro socioeonômico realizado pela Companhia Estadual de Habitação e Obras (CEHAB). Atualmente, a Coordenadoria da Defesa Civil de Pernambuco (Codecipe) contabiliza 1639 desabrigados e 29.657 desalojados. Basicamente, a lei considera que família desabrigada é aquela cuja habitação sofreu dano ou ameaça de dano e agora vive em abrigo oferecido pelo Poder Público; enquanto a família desalojada é aquela obrigada a abandonar a habitação temporária ou definitivamente e que não carece de abrigo oferecido pelo Poder Público. 

As chuvas de maio chegaram a deixar 55 mil pessoas fora de suas casas. Ao todo, seis pessoas morreram, duas no Recife, duas em Caruaru e mais duas em Lagoa dos Gatos. 

A Advocacia-Geral da União (AGU) encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma manifestação contrária ao pagamento de auxílio-moradia a procuradores, a promotores e a membros do Ministério Público da União (MPU), alegando que tal auxílio estaria burlando o teto do funcionalismo público, que é de R$ 33.763.

O parecer foi solicitado pelo ministro Luiz Fux, que é o relator de uma ação de autoria da Associação Nacional dos Servidores do Ministério Público (Ansemp) contra uma resolução do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) que regulamentou a ajuda de custo.

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A AGU afirmou que o CNMP, ao estabelecer o auxílio-moradia como verba indenizatória, permite "subtrair referida parcela pecuniária da incidência do teto constitucional e do regime de remuneração por subsídio".

Ainda segundo a Advocacia-Geral da União, o auxílio-moradia autorizado pelo Conselho Nacional do Ministério Público "evidencia sua efetiva caracterização como parcela de cunho remuneratório e, como tal, se revela incompatível com a remuneração em parcela única prevista no artigo 39 da Constituição de 1988".

Este artigo diz que membros de Poderes (Judiciário, Executivo ou Legislativo), detentores de mandato eletivo, ministros de Estado e secretários estaduais e municipais "serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória". A Constituição diz também, no artigo 37-X, que a remuneração e os subsídios só poderão ser fixados ou alterados por lei específica.

A Ansemp, que apresentou ao Supremo a ação declaratória de inconstitucionalidade, também cita estes artigos da Constituição ao afirmar que o benefício só poderia ser regulamentado por lei, e não por norma do CNMP.

A associação diz também que tal benefício é um "verdadeiro escárnio" e uma "verdadeira afronta aos princípios constitucionais da legalidade, da igualdade, da eficiência, da finalidade e da moralidade, exigindo prontas e eficazes medidas corretivas".

"Isso porque, via de regra, o benefício restou estabelecido tendo por paradigma Brasília (teto do valor do auxílio moradia pago a ministros do STF) e não a realidade de cada Estado da Federação. Da mesma forma, o pagamento de tal benefício não leva em consideração nem mesmo a necessidade e demonstração fática da situação que o enseja, retirando-lhe mais uma vez a natureza 'indenizatória' do auxílio", alega a associação.

De acordo com a Ansemp, a resolução é tão abrangente que, no caso de Santa Catarina, 99,55% dos procuradores e promotores recebem o benefício, o que "indubitavelmente retira do benefício seu caráter indenizatório, transformando-o em nítido complemento salarial".

"Ao permitir que seja concedido auxílio-moradia a todos indistintamente pelo simples fato de ser membro do MP e sem qualquer exigência quanto ao efetivo e necessário dispêndio com moradia, a resolução conferiu ao instituto um nítido caráter remuneratório, o que não é permitido no regime de subsídio", diz a associação.

No passado, Luiz Fux já deu liminares favoráveis à concessão do benefício a juízes.

O Superior Tribunal de Justiça marcou para esta terça-feira (16) julgamento de uma polêmica questão envolvendo benefício para juízes. A Corte vai julgar uma ação movida pela Associação de Magistrados Catarinenses. A entidade questiona a proibição do pagamento de auxílio-moradia para juízes casados entre si. O pagamento foi suspenso no Estado a partir de uma decisão do Tribunal de Justiça, onde 17 casais de juízes se encontram nessa situação.

O julgamento será realizado na 2.ª Turma do STJ. O relator é o ministro Herman Benjamin.

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O pedido da Associação de Magistrados Catarinenses questiona a Resolução 199/2014, do Conselho Nacional de Justiça, firmada a partir de um julgamento do Supremo Tribunal Federal, na gestão do ministro Ricardo Lewandowski.

O inciso IV, artigo 3.º da Resolução do CNJ, trata dos que não têm direito à vantagem, mas com um detalhe - ‘perceber, ou pessoa com quem resida, vantagem da mesma natureza de qualquer órgão da administração pública, salvo se o cônjuge ou companheiro(a) mantiver residência em outra localidade’.

A entidade dos juízes catarinenses argumenta que essa seria justamente a situação dos 17 casais de magistrados do Estado. Mas o Tribunal de Justiça de Santa Catarina negou o pedido. O recurso será julgado agora pela 2.ª Turma do STJ.

A presidente Dilma Rousseff (PT) editou a Medida Provisória 711/2016, que abre R$ 419,4 milhões de crédito extraordinário em favor de diversos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, da Defensoria Pública da União e do Ministério Público da União. A MP foi publicada na edição desta terça-feira (19) do Diário Oficial da União.

O dinheiro será aplicado na ajuda de custo para moradia ou auxílio-moradia para agentes públicos da Câmara dos Deputados, do Tribunal de Contas da União, do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça; da Justiça Federal, da Justiça Militar da União, do Tribunal Superior do Trabalho e da Justiça do Trabalho, além da Defensoria Pública da União e do Ministério Público da União.

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Os servidores do Itamaraty aprovaram em assembleia uma nova greve da categoria, dessa vez pelo pagamento do auxílio-moradia no exterior, que está novamente atrasado. Os oficiais e assistentes de chancelaria, além de diplomatas, deram um prazo de até 6 de maio para que o pagamento seja regularizado antes de adotar a greve.

O governo federal deixou de pagar as parcelas do auxílio-moradia para os servidores do exterior desde fevereiro. O atraso é recorrente. No segundo semestre do ano passado, os funcionários do chamado serviço exterior - que inclui diplomatas, assistentes e oficiais de chancelaria - ficaram também três meses sem receber depois que o orçamento do Itamaraty para o ano acabou. Uma suplementação orçamentária havia sido autorizada pelo Congresso em outubro, mas a presidente Dilma Rousseff só assinou a liberação em novembro.

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Desta vez, a falta de pagamento é devido ao atraso na aprovação do orçamento, que ocorreu há apenas duas semanas. Até ali, os ministérios estavam recebendo apenas 1/18 dos recursos para o ano, em vez dos tradicionais 1/12 autorizados normalmente, o que fez com que o Ministério das Relações Exteriores começasse a atrasar suas contas. Uma liberação extra, de R$ 39 milhões, foi feita em fevereiro, mas os recursos não chegaram para o auxílio-moradia.

O atraso atinge cerca de 2 mil servidores em 227 postos em todo o mundo, já que a suplementação é paga a todos os funcionários que são deslocados do Brasil para o serviço no exterior. Em alguns casos, o pagamento do aluguel chega a representar 70% do salário, especialmente em cidades muito caras, como Luanda, em Angola, ou Londres.

Desde que assumiram o ministério, o ministro Mauro Vieira e o secretário-geral, Sérgio Danese, vêm tentando resolver os problemas de caixa do Itamaraty em diversas reuniões com os ministérios da Fazenda e do Planejamento. Consultado sobre o novo atraso, o Itamaraty respondeu que "a Administração está envidando todos os esforços para regularizar os pagamentos da residência funcional no prazo mais curto possível". Mas ainda não há previsão.

Em resposta a uma consulta da reportagem, o Sinditamaraty confirmou por e-mail o atraso e a falta de perspectiva. "O contingenciamento do orçamento do Itamaraty pela PR (Presidência) e pelo MPOG (Ministério do Planejamento) é a explicação oficial pelos crônicos e cada vez maiores atrasos no pagamento da indenização devida aos funcionários em missão permanente no exterior. Infelizmente, não existe perspectiva concreta para a regularização da situação", diz o texto.

Nesta segunda-feira, 13, o sindicato apresentou o resultado de uma assembleia feita eletronicamente. Pouco menos de 400 servidores responderam e quase 90% optaram pela greve se a situação não for regularizada até o dia 6 de maio, quando deveria ser paga mais uma parcela do auxílio-moradia. O resultado da assembleia será levado ao ministro.

A Assembleia Legislativa de Minas Gerais aprovou nesta terça-feira, 10, em segundo turno, a volta do auxílio-moradia para todos os deputados estaduais mineiros, incluindo aqueles que têm imóvel próprio em Belo Horizonte ou na região metropolitana da capital.

A medida, aprovada sob vaias de quem acompanhou a sessão nas galerias da Casa, foi a primeira analisada pela nova legislatura. Atualmente, os deputados mineiros recebem salários de R$ 25,3 mil, valor que crescerá para R$ 28,1 mil com os R$ 2,8 mil do auxílio-moradia.

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O benefício é uma das medidas previstas na primeira resolução apresentada pela nova Mesa Diretora, comandada pelo deputado estadual Adalclever Lopes (PMDB).

O benefício para os parlamentares que têm imóveis na região metropolitana de Belo Horizonte havia sido extinto em 2013. Dos 77 atuais deputados, 31 incluíram residências em Belo Horizonte ou municípios vizinhos na declaração patrimonial apresentada à Justiça Eleitoral.

A volta do auxílio-moradia foi aprovada com 36 votos favoráveis e 21 contrários. Na votação de primeiro turno, na quinta-feira (5), 40 deputados haviam sido favoráveis à medida e apenas quatro foram contra. O benefício, que precisa ser requisitado pelos deputados, também vale para os parlamentares que se licenciarem para ocupar cargos no Executivo, por exemplo, e optarem pelo salário de deputado. Neste caso, a medida, votada separadamente, foi aprovada por 37 votos a 19.

Caso seja requisitado pelos 77 parlamentares que atuam hoje na Assembleia, o auxílio-moradia vai representar um gasto anual de R$ 2,6 milhões aos cofres públicos mineiros. E a despesa pode ser ainda maior. Uma das emendas do Projeto de Resolução 1/15, que ainda precisa ser regulamentado por deliberação da mesma Mesa que o apresentou, prevê que o auxílio-moradia será pago "em consonância com os limites e demais critérios" definidos pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ)" para o Judiciário.

Com isso, o benefício pode subir para pouco mais de R$ 4,3 mil mensais, o que faria o gasto anual saltar para R$ 3,9 milhões.

O jornal O Estado de S. Paulo tentou falar com Adalclever Lopes na tarde desta terça, mas ele não atendeu às ligações. O mesmo ocorreu com outros parlamentares presentes à sessão, que não atenderam e não retornaram os recados deixados pela reportagem.

Ao discursar em plenário anunciando sua mudança posição em relação ao primeiro turno, o deputado estadual Sargento Rodrigues (PDT), que foi contra a aprovação, declarou que não poderia "contrariar" seus eleitores.

O Tribunal de Contas da União (TCU) liberou nesta quarta-feira, 4, o pagamento de auxílio-moradia aos seus 13 ministros e seis procuradores. Conforme decisão do plenário, as autoridades terão direito ao benefício de R$ 4,3 mil mensais, mesmo que já morem em casas próprias em Brasília.

Exceto o ministro Augusto Nardes, que alegou impedimento, os demais presentes ao julgamento, durante a tarde, votaram a favor do auxílio, do qual eles próprios são beneficiários. Segundo técnicos do tribunal, o pagamento é retroativo a 15 de setembro de 2014.

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O relator do processo, Raimundo Carreiro, justificou que o TCU "não está mandando pagar o auxílio a ninguém", mas apenas reconhecendo, por questão de "simetria", que o pagamento já feito a integrantes do Judiciário e do Ministério Público também cabe aos representantes da corte de contas. Segundo ele, a liberação depende de cada interessado fazer um pedido à área administrativa da corte. Quem já mora em imóvel funcional da União não pode receber.

De acordo com a Constituição, ministros do TCU têm as mesmas vantagens de ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que já recebem o auxílio, daí entendimento de que cabe o pagamento aos integrantes da corte de contas.

A decisão foi tomada com base em normas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) que liberaram o pagamento para a magistratura e integrantes do MP, apoiadas em liminar do Supremo Tribunal Federal (STF).

Não há, por ora, um cálculo dos impactos da medida. Ela deve servir de referência para tribunais de contas estaduais e municipais, que também avaliam o pagamento do benefício. O julgamento desta quarta foi provocado por uma consulta da Associação dos Tribunais de Contas do Brasil e do procurador que atua no TCU, Marinus Marsico.

O TCU tem nove ministros titulares e quatro substitutos, além de seis procuradores que atuam no Ministério Público de Contas. O número de conselheiros de cada tribunal de contas estadual é fixado em sete pela Constituição. A composição dos seis tribunais ligados aos municípios é variável.

No TCU, atualmente, nenhum ministro recebe o auxílio. Ao menos três deles moram em imóveis funcionais (Ana Arraes, José Múcio e Aroldo Cedraz), conforme informações da assessoria do tribunal de contas.

O ministro Raimundo Carreiro, do Tribunal de Contas da União (TCU), retirou da pauta desta quarta-feira, 21, o caso que podia fazer a corte tomar uma decisão definitiva sobre o pagamento de auxílio-moradia a seus integrantes. Depende de Carreiro definir uma nova data para levar o assunto ao plenário.

O que está em discussão no TCU é uma solicitação feita pela Associação dos Tribunais de Contas do Brasil (Atricon) para que a corte reconheça o direito de seus integrantes ao benefício nos mesmos moldes do Poder Judiciário e do Ministério Público que, em 2014, aprovaram regras que permitem o pagamento do auxílio mesmo para quem já tem casa própria na cidade onde trabalha.

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A Atricon enviou a mesma solicitação a todos os outros tribunais de contas do País - estaduais, municipais e do Distrito Federal. Por isso, a decisão do TCU deve orientar as demais cortes.

Na terça-feira, 20, Carreiro havia afirmado ao jornal O Estado de S. Paulo que iria sugerir aos colegas aceitarem as regras das outras instituições. Segundo ele, é preciso aplicar a simetria estabelecida pela Constituição entre o TCU e o Superior Tribunal de Justiça (STJ), órgão que já adota o pagamento generalizado. Nesta quarta, até o momento, a reportagem não conseguiu contato com ele.

Na edição do último domingo, dia 18, o Estadão mostrou que cinco ministros do STJ recebem o auxílio-moradia mesmo sendo proprietários de imóveis nos bairros mais caros de Brasília, cidade onde trabalham. O tribunal é composto por 33 ministros, mas atualmente quatro cadeiras estão vazias.

Cinco dos 26 ministros do Tribunal Superior do Trabalho (TST) e quatro dos 11 integrantes do Conselho Superior do Ministério Público Federal também são donos de imóveis nas áreas nobres da capital federal e, mesmo assim, recebem o benefício.

No TCU, atualmente, nenhum ministro recebe o auxílio. Três deles moram em imóveis funcionais (Ana Arraes, José Múcio e Aroldo Cedraz), segundo informado pela assessoria do tribunal.

As regras adotadas pelo Judiciário e pelo MP no fim de 2014 foram decorrentes de decisões liminares (de caráter provisório) tomadas pelo ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), em setembro de 2014. O assunto ainda deve ser analisado pelo plenário do Supremo, mas não há data definida para o julgamento.

Com base nas liminares, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) aprovaram resoluções determinando o pagamento do auxílio a todos os integrantes das instituições, mesmo para aqueles que possuem imóvel próprio na cidade em que trabalham. Só ficam de fora os licenciados, os inativos, quem tem acesso a imóvel funcional ou mora com alguém que tenha acesso. Por isso, os ministros do TCU que não moram em imóvel funcional são potenciais beneficiários.

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