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O Corpo de Bombeiros informou na tarde deste sábado, 2, mais de uma semana após a tragédia da Vale em Brumadinho (MG), que o número oficial de mortos subiu para 121. Já foram identificados até agora 93 corpos e continuam desaparecidas 226 pessoas. Os trabalhos dos bombeiros, militares, voluntários e cães farejadores foram retomados na manhã deste sábado.

Uma equipe de agentes que trabalhava nesta sexta-feira, 1, na remoção de lama para tentar liberar uma das principais estradas da cidade teve de paralisar seu trabalho porque encontrou um corpo enquanto retirava o rejeito. A equipe não era especializada em busca e salvamento.

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A prefeitura acredita que, até a próxima terça-feira, dia 5, a estrada em que o corpo foi encontrado deverá ser desobstruída e liberada para o tráfego. As outras duas estradas engolidas pela lama, porém, não têm prazo para liberação, devido ao grande volume de rejeitos que acumulam e à possibilidade maior de haver vítimas fatais nas áreas.

No nono dia de buscas, em Brumadinho, nos arredores de Belo Horizonte (MG), um ritual de dor e angústia se repete para muitas famílias. São pessoas que aguardam notícias de seus parentes desaparecidos. Homens, mulheres e crianças que ficam horas olhando para um mar de lama e que diariamente vão à Central de Informações para checar a lista de identificados.

Psicólogos e assistentes sociais fazem plantão nos locais para dar apoio às famílias que descobrem que a pessoa procurada está entre os mortos e desaparecidos. Pelo último balanço, são 115 mortos, 248 desaparecidos e 395 localizados. Dos mortos, 71 foram identificados.

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Um casal e as duas filhas, que preferiram não se identificar, procuram a terceira irmã das jovens, que trabalhava na empresa Vale no momento do rompimento da barragem Mina Córrego do Feijão. Todos os dias os quatro ficam de prontidão na margem do “mar de lama” como quem busca localizar um sinal de vida.

A imagem que se vê por todos os lados, entretanto, é a mesma: uma área imensa dominada pelo barro. Não é possível enxergar nada com cor ou forma. A lama tomou conta de tudo.

Buscas

Mais uma vez hoje, oito dias depois da tragédia, as operações de resgate iniciaram por volta das 4h, antes de o sol aparecer, e devem seguir até a noite. O porta-voz do Corpo de Bombeiros, Pedro Aihara, disse que o ritmo de identificação dos corpos deve diminuir. A partir de agora, o trabalho fica mais complexo por se tratar de vestígios de mais difícil acesso abaixo da lama.

Segundo ele, as buscas entram na fase mais delicada de escavação, que exige fazer a nivelação do solo. Além disso, depois de mais uma semana do desastre, os corpos começam a entrar em decomposição.

O bombeiro admitiu que as chances de localizar pessoas com vida é “pequena”. De acordo com Aihara, não há previsão de data para encerramento os trabalhos de buscas. Ele lembrou que, no caso de Mariana, as ações prosseguiram por quatro meses.

Na madrugada deste sábado (2), 60 bombeiros da Força Nacional de Segurança Pública saíram de Brasília com destino a Brumadinho para reforçar as buscas. Eles iniciam os trabalhos neste domingo (3).

Vídeo

Questionado sobre as imagens divulgadas mostrando o curso da lama após o rompimento da barragem, o porta-voz do Corpo de Bombeiros, Pedro Aihara, afirmou que o comando unificado integrado pelas diversas corporações envolvidas nas buscas já tinha conhecimento dos vídeos.

Segundo Aihara, optou-se por não tornar as imagens públicas pelo receio do impacto delas caso houvesse alerta de risco de uma nova tragédia em outras barragens.

Uma semana depois da tragédia ocorrida em Brumadinho (MG), causada pelo rompimento de uma barragem de rejeitos da Vale, a ação da mineradora está fora das carteiras recomendadas pelas corretoras. Aquelas que tinham o papel entre suas recomendações retiraram Vale ON da lista para a próxima semana. As corretoras evitam mudar suas recomendações para a ação por enquanto, mas começam a recomendar mais cautela aos investidores.

O Banco do Brasil Investimentos (BB-BI) retirou Vale ON de sua carteira para o mês de fevereiro. Em relatório, o banco informa que decidiu, no entanto, manter o preço-alvo para a ação em R$ 62, e para o American Depositary Receipt (ADR) em US$ 16. Isso por conta da manutenção dos fundamentos da indústria de mineração, e pela demanda por minério de ferro de melhor qualidade, que deve continuar forte, segundo as analistas Gabriela Cortez e Catherine Kiselar.

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Também retiraram Vale ON de suas carteiras Modalmais, Nova Futura, Terra Investimentos e XP Investimentos. Para o analista Karel Luketic, da XP, o plano de ação da Vale ajuda a mitigar incertezas em relação à produção. "No entanto ainda existe incerteza em relação aos processos judiciais decorrentes do evento. Após incorporarmos as medidas anunciadas, ajustamos marginalmente o preço-alvo mas mantivemos a recomendação de compra. A queda ao longo dos últimos dois dias parece já refletir parte relevante dos riscos". A XP baixou o preço-alvo da Vale de R$ 70 para R$ 66.

Sandra Peres, analista da Coinvalores, afirma que a corretora também não mudou sua recomendação para Vale ON, mas neste momento, acredita que a ação destinam-se principalmente a investidores de perfil mais arrojado ou que visem o longo prazo.

Na visão de Pedro Galdi, analista da Mirae Asset, ainda são necessárias maiores informações para inserir o desastre de Brumadinho nas projeções e no preço-alvo da Vale. "A decisão de congelar pagamento de dividendos afetou aquelas estratégias de investidores que inseriram a ação da mineradora em função do anúncio de que iria remunerar melhor seus acionistas".

Com o início do mês, alguns bancos que divulgam carteiras mensais fizeram alterações nas suas recomendações. No caso do BB-BI, além de Vale ON, saíram também Movida ON e Ultrapar ON, para a entrada de MRV ON, Locamerica ON e B2W ON. As carteiras da Bradesco Corretora e Agora Investimentos registram as saídas de Cyrela ON e Petrobras PN, com a inserção de Duratex ON e Energisa Unit.

A Socopa fez uma alteração, com a saída de EcoRodovias ON e a entrada de Kroton ON. Ainda entre as corretoras que retiraram Vale ON de suas carteiras, a Terra excluiu também Via Varejo ON, e inseriu Braskem PNA e Marfrig ON. Já a XP retirou também Lojas Americanas PN, e inseriu JBS ON e Suzano ON.

A Modalmais, além de Vale ON, retirou também Itaúsa PN e Lojas Renner ON, com a entrada de Ambev ON, Porto Seguro ON e Banco do Brasil ON. A Nova Futura retirou Lojas Renner ON, Copel PNB e Vale, com as entradas de Ambev ON, Gerdau PN e Telefônica Brasil PN. A Mirae fez quatro alterações, retirando BRF ON, Ambev ON, Santander Brasil Unit e Randon PN, e inserindo Sanepar Unit, Lojas Renner ON, Klabin Unit e Itaú Unibanco PN.

Termômetro

 

Os investidores estão menos otimistas com relação ao desempenho do Ibovespa na próxima semana, segundo profissionais ouvidos pelo Termômetro Broadcast Bolsa. Pela pesquisa, que tem por objetivo captar o sentimento de operadores, analistas e gestores para o comportamento do Ibovespa na semana seguinte, 70,97% das 31 respostas enviadas apontam para alta do principal índice acionário local. Esse porcentual era de 75,00% no levantamento anterior.

A fatia dos que esperam estabilidade aumentou de 12,50% para 22,58% no mesmo período. A parcela que prevê baixa diminuiu de 12,50% para 6,45%. Nesta semana, o Ibovespa acumulou valorização de 0,19%.

Na primeira semana cheia de fevereiro, os investidores estarão atentos a detalhamentos que podem ser divulgados sobre o projeto de reforma da Previdência a ser encaminhado durante este mês ao Congresso Nacional. Inclusive, os olhares vão se concentrar no início efetivo do ano do Legislativo com os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado já eleitos e a participação de parlamentares novatos. A força política do presidente Jair Bolsonaro começará a ser testada.

No plano econômico, o foco recairá na decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central sobre a Selic - que deve ser de manutenção da taxa básica ainda estimulativa em 6,5% ao ano - e, sobretudo, na sinalização dos próximos passos na condução da política monetária, num contexto no qual a atividade econômica ainda demora a ganhar velocidade de recuperação.

A temporada de balanços continua tanto aqui, com a divulgação de resultados do Itaú Unibanco, da Porto Seguro e da Klabin, quanto no exterior, com a apresentação dos números de Alphabet, GM e Disney nos EUA.

Sentado sobre um amontoado de raízes e galhos mortos, Wilson Francelino Caetano observava, imóvel, os agentes oficiais que passavam para se agruparem nos tapumes que cobriam o barro. Chegou um padre; depois, um policial civil com violão debaixo do braço.

Sobre um pequeno amontoado de terra, uma cruz foi erguida. Caixas de som colocadas sobre o entulho seco testavam os microfones, uma corneta e um violão às 12h36. Os jornalistas se aglomeraram em busca de uma melhor posição para registrar a cerimônia e a chuva de pétalas de rosas anunciada pelo Corpo de Bombeiros. As flores enviadas pela população de Belo Horizonte seriam lançadas por helicópteros no horário exato do rompimento da barragem do Córrego do Feijão, a tragédia que, uma semana atrás, às 12h28, levaria centenas de vidas em Brumadinho.

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Caetano acendeu um pequeno cigarro de palha, com alguma atenção pregada no discurso que teve início às 12h46. Sentado, com a cabeça apoiada na mão, acompanhava tudo com algum distanciamento. Vieram, então, as canções religiosas, o violão falhava, um cantor pedia "cura, Senhor, onde eu não posso ir". Caetano também não podia ir. Se pudesse, já teria partido em busca do filho desaparecido, o mecânico Luiz Paulo Caetano, de 31 anos. O rapaz, que tinha acabado de se casar e não era de Brumadinho. Foi chamado pela Vale para trabalhar justamente naquela sexta-feira. Precisava consertar umas máquinas da mina do Córrego do Feijão.

Dez helicópteros se posicionaram no céu, à espera do fim do culto e do hasteamento das bandeiras do Brasil e de Minas. Seguiram-se os protocolos militares no barro, as continências e os sopros da corneta. Caetano olhava para cima.

Às 13h09, viu as aeronaves despejarem as flores. O giro das hélices espalhou as pétalas pela baía de lama que os rejeitos da Vale abriram pelo caminho. Seis minutos depois, a cerimônia foi encerrada com aplausos e comoção generalizada. Parentes e amigos de vítimas se ajoelharam e choraram sobre a lama que ainda esconde seus parentes.

Resgate

No céu, os helicópteros partiram para o apoio às buscas das mais de 250 pessoas que ainda não foram encontradas. Sobre a lama, os porta-vozes das autoridades reuniram os jornalistas para dizer que todas as equipes continuarão mobilizadas e não há prazo para a conclusão do trabalho. Ninguém da Vale por ali. Os oficiais ainda ensaiaram alguma argumentação para dizer que a empresa estava apoiando os serviços, mas não disseram como. Fim das perguntas e das respostas. Todos foram embora.

Embaixo de uma das poucas árvores que restaram de pé, Caetano permanecia sentado, os olhos no barro e a palha na boca. Sentei-me ao seu lado e perguntei se ele morava por ali. "Não", disse ele. Depois de um silêncio, emendou. "Estou esperando meu filho sair do barro." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais informou hoje (1º) que não há como prever uma data de encerramento das buscas por vítimas na região de Brumadinho (MG), onde a barragem da Mina Córrego do Feijão, da mineradora Vale, se rompeu, no dia 25 de janeiro.

"A gente ainda tem que fazer um planejamento, de vários dias. A perspectiva é que, ao longo do tempo, com a lama se estabilizando, a gente vá mudando as técnicas operacionais e, a partir daí, a gente tenha um panorama. Hoje, é impossível cravar uma data final das operações. Infelizmente, não", afirmou em coletiva de imprensa o chefe da equipe, coronel Erlon Dias do Nascimento Botelho.

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De acordo com o porta-voz da corporação, tenente Pedro Aihara, as equipes dividiram a área vasculhada em 45 quadrantes para facilitar a distribuição de tarefas. O militar explicou que têm chegado às mãos da organização vídeos que não têm relação com o desastre mas que são divulgados como se registrassem resgates de vítimas da ocorrência, o que tem atrapalhado a orientação dos trabalhos.

"Muitos vídeos veiculados são fake news, notícia falsa. Episódios que aconteceram em outros países e situações de salvamento que também são veiculados de maneira maliciosa. Isso acaba se tornando uma grande crueldade com os familiares das vítimas, gerando uma expectativa, uma angústia maior ainda", disse.

Ao todo, em oito dias de buscas, foram localizados 110 mortos, dos quais 71 foram identificadas por exames realizados pela Polícia Civil.

Além disso, 238 pessoas permanecem desaparecidas e seis pessoas foram hospitalizadas. Das pessoas resgatadas, 108 estão desabrigadas.

Medidas

Diversas diligências têm sido estabelecidas pelas autoridades governamentais e pela mineradora, após o incidente, que provocou, inclusive, o adiamento do início do período letivo das escolas do município, que abrangem cerca de 6 mil alunos.

Entre as deliberações está, por exemplo, a emissão, da parte do Ministério Público Federal (MPF), de três recomendações favoráveis à cessação de licenças ambientais para barragens que utilizem o método de alteamento de montante, como é o caso do reservatório 1 da Mina Córrego do Feijão e da barragem de Fundão, em Mariana (MG). Os documentos foram endereçados ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), à Agência Nacional de Mineração (ANM) e à Secretaria do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais (Semad), órgãos que ficam responsáveis por expedir essa autorização, sem a qual obras de expressivo impacto ambiental não podem funcionar.

Conforme o MPF explicou em nota, o alteamento de montante é um método proibido em alguns países, como no Chile. Tal sistema permite que o dique inicial seja ampliado para cima quando a barragem fica cheia, e o próprio rejeito do processo de beneficiamento do minério acaba sendo usado como fundação da barreira de contenção.

Além disso, parlamentares da esfera federal têm se mobilizado para reforçar a supervisão de estruturas. A comissão externa da Câmara dos Deputados, composta por 15 membros, confirmou que irá a Brumadinho na próxima quarta-feira (6). Chegando lá, participará de reuniões com bombeiros, defesa civil, Ministério Público e gabinete de crise instalados na cidade, para averiguar as circunstâncias que a população local tem enfrentado.

Vale

A Justiça já bloqueou R$ 11,8 bilhões de contas da Vale. Da quantia, R$ 800 milhões serão reservados para assegurar pagamentos e indenizações trabalhistas, segundo o Ministério Público do Trabalho (MPT). De acordo com o órgão, recaem também sobre a mineradora obrigações como arcar com custos de sepultamento e a manutenção de pagamentos de salários a trabalhadores vivos e familiares de mortos e desaparecidos, a entrega de documentos considerados fundamentais para a instrução do inquérito e a apuração das condições de segurança na mina.

A mineradora decidiu doar R$ 80 milhões para Brumadinho, como forma de compensar a perda de arrecadação com o rompimento da barragem de rejeitos. O montante deve ser repassado à prefeitura no decurso de dois anos.

Além disso, a multinacional anunciou, na última terça-feira (29), que fechará dez barragens semelhantes à que foi afetada, todas localizadas em Minas Gerais.

Nesta sexta-feira (1º) completa-se uma semana da tragédia de Brumadinho, Minas Gerais. Até agora, 110 pessoas mortas foram confirmadas e outras 238 seguem desaparecidas. Diante de tanto caos, vídeos do exato momento do rompimento da barragem estão sendo compartilhado nas redes sociais.

As imagens mostram a força com que os rejeitos arrastam tudo o que encontram pela frente e como toda a destruição começou. Veja:

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A Polícia Científica do estado de São Paulo enviou hoje (1°) para Brumadinho, Minas Gerais, uma equipe composta por dois médicos legistas, dois atendentes de necrotério e três auxiliares de necropsia para auxiliar na identificação das vítimas da barragem da mineradora Vale, que se rompeu há uma semana.

De acordo com o superintendente da instituição, Maurício Rodrigues Costa, os profissionais são treinados para todo tipo de atendimento. “Temos capacidade e expertise de trabalhar para isso. A equipe parte daqui [de São Paulo] com condições e conhecimento para auxiliar os policiais mineiros”, explicou.

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Costa acrescentou que já existem outras equipes preparadas caso haja necessidade de enviar mais profissionais.

Nesta semana, atendendo a uma solicitação da Polícia Federal, a Polícia Científica de São Paulo também enviou para Brumadinho 400 kits para auxiliar na identificação de DNA das vítimas.

Usando as redes sociais para compartilhar conteúdos religiosos e bem-humorados, Padre Fábio de Melo também sabe falar sério. Em uma das suas postagens nesta semana, no Twitter, o religioso ficou indignado com a decisão da Justiça de soltar  Denis Cezar Barros Furtado, o Doutor Bumbum, preso desde julho de 2018.

"A justiça dá só um tapinha de leve na bundinha e fala: 'vá embora e não mate mais as pessoas, menino levado!'", ironizou o pároco.

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Interagindo com os internautas, o padre chegou a dizer que o motivo da publicação foi um "Efeito Brumadinho", criticando também o rompimento da barragem do Vale na cidade de Brumadinho, Região Metropolitana de Belo Horizonte, na última sexta-feira (25).

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Em uma emocionante missa de sétimo dia pelas vítimas de Brumadinho, o arcebispo de Belo Horizonte disse, na noite desta quinta-feira (31), que a tragédia é resultado da "idolatria do dinheiro", e exigiu uma investigação.

"O que vimos acontecer é fruto da idolatria do dinheiro. Precisamos de uma sociedade que gere trabalho, oportunidades. Que o lucro não passe por cima de pessoas", disse Walmor Oliveira de Azevedo, arcebispo de Belo Horizonte.

Há sete dias, o rompimento de uma barragem que continha resíduos de mineração, propriedade da empresa Vale, causou um tsunami de lama que matou 110 pessoas e deixou mais de 230 desaparecidos, segundo o último balanço. A maioria das vítimas era empregada pela empresa.

Ao cair da noite, nesta quinta-feira, familiares e amigos se reuniram na Igreja Matriz de São Sebastião, em Brumadinho.

Aqueles que chegaram cedo foram recebidos com flores brancas e puderam ser acomodados dentro da paróquia. Os demais acompanharam a cerimônia através de um telão instalado do lado de fora.

Durante a missa, na qual foram lidos os nomes das vítimas já identificadas, o arcebispo recordou a tragédia de Mariana, que deixou 19 mortos e devastou ecossistemas inteiros.

"Precisamos de leis mais adequadas. Minas Gerais não pode mais ser a mesma. O Brasil precisa mudar", afirmou.

A 57 quilômetros de Belo Horizonte, Brumadinho se tornou referência na região por causa da empresa Vale e da proximidade com o Museu do Inhotim, mas desde o desastre há uma semana, quando a barragem da Mina Córrego do Feijão se rompeu, a cidade vive em clima de luto e tristeza. As pessoas caminham sem sorrir nem conversar em voz alta, há enterros todos os dias, parte do comércio fechou as portas e até bares e restaurantes se impuseram luto.

Com pouco mais de 36 mil moradores, Brumadinho é a típica cidade do interior de Minas Gerais: praça onde todos se reúnem, bares com música ao vivo e a igreja, ponto de encontro da maioria. Com a tragédia que matou 110 pessoas e deixou 238 desaparecidas, de acordo com o último balanço, todos têm um parente ou amigo entre as vítimas.

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A esperança que dominou as pessoas, nos primeiros dias de resgate, cedeu lugar à angústia e ao desânimo. É comum encontrar pessoas que afirmam que querem apenas dar um sepultamento digno para uma vítima ainda desaparecida. No desespero, há quem se aventure pela lama e na mata em busca do parente ou amigo desaparecido, o que é condenado pela Defesa Civil e pelos bombeiros.

Heróis invisíveis   

Nas ruas, o único assunto desde o dia 25 é o desastre. Em meio à tristeza que predomina na cidade, surgem heróis invisíveis que estão em todos os lugares. Mulheres de várias idades se uniram e montaram uma lavanderia coletiva. Nela, lavam as roupas dos bombeiros que estão acampados no município para ajudar nas operações de resgate.

Em outro local, voluntários se revezam para tomar conta e brincar com crianças cujos pais estão envolvidos nas buscas ou entre os desaparecidos. Também há grupos de apoio aos militares e civis que atuam diretamente nas ações.

Preocupações

A preocupação da maioria dos moradores se concentra no bairro rural Córrego do Feijão, próximo à barragem. Lá, a comunidade é dependente da Vale e foi duramente atingida pela tragédia. Com a lama por todos os lados, a imagem é desoladora.

Nas pousadas da região, chegam curiosos todos os dias. Pessoas que querem ver de perto a área do desastre e acompanhar os trabalhos de buscas. O movimento ocorre na contramão da economia local, que dependia basicamente da empresa Vale e dos seus impactos.  

As buscas por vítimas do desastre causado pelo rompimento da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, nos arredores de Belo Horizonte, continuam nesta sexta-feira (1º) pelo oitavo dia. O desastre é apontado por especialistas como a maior tragédia humana da história recente do país.

O balanço mais recente indica 110 mortos, 238 desaparecidos e 394 identificados. Dos mortos, 71 foram identificados por exames realizados pela Polícia Civil. Também há 108 desabrigados e seis pessoas hospitalizadas.

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A Vale informou, há três dias, que a empresa vai acabar com dez barragens, como a que se rompeu em Brumadinho. As barragens serão descomissionadas. Todas localizadas em Minas Gerais. Segundo a empresa, descomissionar significa preparar a barragem para integrá-la à natureza.

Bloqueios

A Justiça do Trabalho autorizou um novo bloqueio de R$ 800 milhões da mineradora Vale, responsável pela barragem que se rompeu em Brumadinho.

Na última segunda-feira (28), já haviam sido bloqueados R$ 800 milhões, valor correspondente a 50% do total pedido pelo Ministério Público do Trabalho em Minas Gerais (MPT-MG).

A Vale também teve bloqueados, em outras ações, R$ 11 bilhões.

Medidas

Desde o desastre no último dia 25, a empresa anuncia medidas e faz reuniões com autoridades públicas federais e estaduais. Em encontro com procuradores em Brasília, o presidente da empresa, Fabio Schvartsman, disse que vai acelerar os acordos extrajudiciais.

Paralelamente, a empresa ofereceu o pagamento de R$ 100 mil para cada família cujo parente morreu ou está desaparecido. O cadastramento dos parentes começou, mas muitos se queixam do método utilizado.

Bolsa Família

O Ministério da Cidadania anunciou a antecipação do pagamento do Bolsa Famíliapara os beneficiários do programa que vivem em Brumadinho.

Com a medida, os beneficiários poderão sacar o dinheiro a que têm direito sem precisar seguir o calendário do programa. Atualmente, 1.506 famílias da cidade mineira estão inscritas no Bolsa Família

Buscas

As buscas por vítimas completam hoje oito dias. Um grupo de 136 militares de Israeldesembarcou na região de Brumadinho para ajudar nas operações de resgate. De acordo com informações oficiais, a tropa israelense contribuiu na localização de 35 corpos.

Trabalham no local militares do Corpo de Bombeiros, inclusive de outros estados, das Forças Armadas, Defesa Civil, Polícia Civil e Política Militar.

A delegacia de Brumadinho funciona 24h para atender familiares e receber ocorrências. Também está sendo providenciada uma equipe para atuar na expedição das identidades de parentes de familiares vitimados pelo rompimento da barragem.

De acordo com o Corpo de Bombeiros, mais de 360 militares atuam na área com apoio de 15 aeronaves e 21 cães farejadores. Há ainda 66 voluntários, que atuam entre área seca e a inundada. Esses voluntários são pessoas com qualificação técnica.

A cerca de 40 km abaixo do ponto em que a onda de rejeitos da barragem da Vale encontrou o Rio Paraopeba, uma pequena nascente, limpa, tenta se misturar ao rio e seguir seu curso. Em vão. O rio virou um tijolo líquido. Parece chocolate derretido.

A comparação é de Malu Ribeiro, da SOS Mata Atlântica, que lidera expedição iniciada ontem para monitorar a qualidade da água do rio após o acidente na barragem e trazer pistas sobre impactos ambientais.

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Ali, porém, não há indicador de qualidade a ser medido. A turbidez é tão alta e densa que tirou todo o oxigênio - principal indicador de vida. Não é possível checar quantidades de nitrato, fosfato ou quaisquer outros parâmetros porque a água virou uma lama só. "A única coisa que podemos dizer aqui é que esse rio está morto", diz Malu.

O plano da expedição, acompanhada pela reportagem, é coletar água em vários locais a partir do marco zero, onde o rio foi contaminado, e checar as condições ao longo de seu curso em direção ao São Francisco, por 356 quilômetros. A previsão é de seguir até a hidrelétrica de Três Marias, já no São Francisco.

Há três anos, Malu e a equipe encararam cenário semelhante no Rio Doce, no maior desastre ambiental do País. "Lá o rejeito era mais fino e ficava sobre a água, não decantava, aqui tomou tudo. É lama mesmo. A corredeira vai movimentando como se fosse uma batedeira de bolo", explica. Outra diferença importante, diz, é o local atingido primeiramente, que é de cabeceira. "Aqui a lama ficou depositada em várias nascentes que abastecem o Paraopeba. Vai continuar descendo constantemente com a água."

O primeiro dia de expedição teve coleta em três pontos. Análises anteriores feitas pelo Estado apontavam que o local tinha qualidade de água em nível regular. Nesta quinta-feira (31) já era ruim. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Lucas rasteja na lama, tenta se equilibrar em cima do tronco de árvore tombado. Há um tênis destroçado ao seu lado. É o indício que o leva a crer que pode haver alguém ali debaixo. Enfia o braço no barro, vasculha o mais fundo que pode. Avança um pouco mais, engatinha, atola o corpo no rejeito. O caminho é esse, não tem outra forma. No dia anterior, achou uma perna. Ele está em busca de corpos há mais de 48 horas.

De longe, o batalhão de bombeiros de Belo Horizonte que integra é uma imagem turva em meio a escombros. São pequenos pontos vermelhos que se movem lentamente sobre dezenas de quilômetros do lamaçal. De perto, cada homem tem o passo calculado, toda a atenção voltada sobre onde colocar os pés, em que apoiar as mãos. A lama é traiçoeira, prende e puxa para baixo. E há mais de dez metros de profundidade dela neste trecho, na beira do barranco.

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"Nunca vi nada assim", diz o soldado Lucas Antunes, de 30 anos. Com máscara e óculos de proteção, responde às perguntas que faço, mas não se distrai. Tem os olhos fixos no barro mole. Dessa vez, não encontrou nada. "É desse jeito. Tem de ter paciência, é um trabalho lento."

Nos cinco anos dedicados ao Corpo de Bombeiros, o rapaz de João Monlevade, um dos tantos municípios mineiros forjados na exploração do ferro, passou por várias missões, mas, como a maior parte dos jovens que entraram para a profissão, não coleciona grandes tragédias no currículo. Então, vem Brumadinho. "Não dá para esquecer nunca disso aqui. É uma lição para a vida."

Ainda não há data de ir para casa, mas ele quer uma. A mulher e o pequeno Lucas Antonio esperam pelo bombeiro em casa, em BH. "Meu filho faz dois anos no dia 3. Se Deus quiser, estarei com a minha família pra comemorar." Difícil saber.

Sem prazo

Os funcionários públicos de Minas, incluindo bombeiros, estão com o 13º salário de 2018 atrasado e receberão o benefício parcelado ao longo do ano. O fim do trabalho em Brumadinho ainda é uma incógnita. Calcula-se o número de mortos e desaparecidos, multas e doações e projeta-se a extensão dos danos. O fim das buscas, porém, ainda é tarefa de prazo indeterminado e assunto proibido para milhares de parentes que esperam resposta.

Tampouco é possível prever exatamente quanto tempo custará a retirada de toda a lama podre que encobriu a cidade. E esta será, de fato, uma exigência da população e do poder público aos culpados pela enxurrada de crimes que cometeram.

São assuntos que, no momento, não passam pela cabeça de Lucas e dos companheiros que vasculham a lama. Apoiados em madeiras, canos, galões de combustíveis e tudo o mais que encontram pela frente, brigadistas e voluntários seguem pelo barro, em busca de sinais de vítimas. É a missão. Lucas volta ao trabalho. Uma chuva forte está a caminho, para dificultar um pouco mais. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Após três dias em solo brasileiro, a tropa israelense que veio ao Brasil ajudar nas buscas por pessoas desaparecidas, após o desastre da barragem da Vale, em Brumadinho, embarcou de volta ao país. A expectativa das autoridades brasileiras é que, com o apoio de Israel, a chance de encontrar vítimas fossem ampliadas. 

Nesta quinta-feira (31), uma publicação do presidente Jair Bolsonaro (PSL), agradecendo o apoio com direito a uma montagem com a foto de alguns integrantes da tropa deu o que falar por exaltar, segundo os críticos, mais a atuação dos israelenses do que o trabalho das Forças Armadas e do Corpo de Bombeiros do país.

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“As bravas tropas israelenses, cedidas pelo Primeiro Ministro @b.netanyahu , encerram hoje a missão no Brasil. Agradeço, em nome do povo brasileiro, ao Estado de Israel pelos serviços prestados em Brumadinho-MG em parceria com nossos Guerreiros das Forças Armadas e Bombeiros”, escreveu o militar. 

Bolsonaro complementou contando que seguia se recuperando e trabalhando do hospital. “São muitas as linhas de atuação nesse primeiro mês de governo e ainda há muito a se fazer. Estamos no caminho certo. Nossa missão será cumprida! O Brasil ocupará a posição que merece no contexto internacional”. 

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Internautas não deixaram passar batido. “Guerreiros são nossos bombeiros e policiais que dão suas vidas por um salário difícil”, escreveu um. “Mas já, menos de três dias de participação e vão embora? Então já foram resgatados todos os desaparecidos?”, indagou outro. 

Os defensores do presidente também se pronunciaram. “O povo brasileiro, aquele que se preocupa com os seus semelhantes, agradece do fundo do coração por ter cedido a equipe e os equipamentos para auxiliar em Brumadinho”, rebateu uma internauta. 

Alerta fofura! Henrique Fogaça levou sua cachorrinha, a Granola, para doar sangue aos animais sobreviventes da tragédia de Brumadinho, em Minas Gerais. O chef foi muito elogiado pelo ato, e aproveitou para conscientizar seus seguidores sobre a doação de sangue de pets, ainda pouco conhecida.

Em seu Instagram, Fogaça escreveu:

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Bom dia... Ontem foi dia da minha Granola fazer doação de sangue para os animais que sobreviveram à tragédia de Brumadinho! Quem puder ajudar, por favor entre em contato com a The Point Pet... Obrigado, qualquer doação será muito bem vinda!

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Usando uma capa de super-herói roxa, Granola encantou os seguidores. Alguns internautas escreveram:

Que legal, não sabia disso! Linda a Granola!

Parabéns pela atitude! São poucos que fazem isso!

Para que o cachorro possa doar sangue, ele deve ter de um a oito anos de idade, acima de 25 quilos e não ter nenhuma doença ou feito nenhuma cirurgia nos últimos dois anos. Já para gatos, os critérios são basicamente os mesmos, exceto que só podem fazer a doação os felinos que pesarem acima de quatro quilos.

Emocionada e em alguns momentos com a voz embargada, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, disse nesta quinta-feira (31) que é muito difícil "não se emocionar" diante dos relatos dos parentes das vítimas desastre causado pelo rompimento de rejeitos da barragem da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG). Segundo ela, as reparações civis e ambientais às vítimas podem ser feitas extrajudicialmente e alertou que a Vale deve assumir suas “responsabilidades”.

“A expectativa do Ministério Público é de que as soluções para este caso sejam notadamente extrajudiciais. Esperamos que sejam mais rápidas, com cada um assumindo suas responsabilidades e o dever de indenizar e adotar as medidas emergenciais. Não é preciso aguardar a ação da Justiça”, disse Dodge, com lágrimas nos olhos e visivelmente emocionada. “Aquele que comete uma infração tem o dever de reparar o dano”, completou.

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Pela manhã, a procuradora teve uma longa reunião com representantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e das famílias afetadas pelo rompimento das barragens de Brumadinho e também de Mariana (MG), em novembro de 2015.

"Não é possível não sentir essa dor. Não é possível ignorar que tem mais de 400 pessoas nessa situação de desaparecimento e, portanto, pessoas que têm parentes, que têm amigos, que são brasileiros como nós. É muito difícil ouvir todo esse relato e não se emocionar", disse Raquel Dodge, sem conter as lágrimas.

Tragédia

Classificando o rompimento da barragem de Brumadinho como uma “grande tragédia”, Dodge afirmou que as empresas mineradoras precisam assumir - “de forma muito séria” - o compromisso de zelar diariamente pela higidez de suas barragens. “Para que elas não se rompam e novas vítimas sejam atingidas”, disse.

Dodge alertou sobre “possíveis vítimas futuras” ao mencionar o risco de que outras barragens se rompam.

“É preciso tratar desta questão do ponto de vista daqueles que temem novos acidentes e que estão diretamente na linha de rompimento de novas barragens. As pessoas que trabalham nesta região estão sofrendo graves danos psicológicos, temendo por novos acidentes”, acrescentou a procuradora-geral, reconhecendo que, por ocasião da tragédia de Mariana, no qual 19 pessoas morreram, houve erros que não podem se repetir.

Emergência

Ao fim do encontro, ela destacou que é vital que a Vale e os órgãos públicos envolvidos com a tragédia da última sexta-feira (25) cuidem das questões emergenciais, como o resgate das vítimas e a busca dos desaparecidos, e o fornecimento de água, alimentos, remédios e abrigos, ao mesmo tempo que tomem as providências necessárias para que a população possa, pouco a pouco, retornar à rotina.

“É preciso que as crianças tenham condições de retornar às escolas e que a vida volte ao normal. E nada disso será possível se a empresa não assumir, de forma muito clara, suas responsabilidades. Imediatamente. Independentemente de ações judiciais”, acrescentou Dodge.

Para Raquel Dodge, as instituições brasileiras precisam trabalhar com o objetivo de proporcionar resoluções céleres, lembrando que a sociedade civil e suas organizações precisam ser ouvidas a fim de garantir que as necessidades das vítimas sejam atendidas.

“Há uma demora na solução dos casos que ocorrem em detrimento dos mais vulneráveis: os trabalhadores, os moradores da região, as pessoas que estavam na linha direta da lama e não tinham condições de se defender”, criticou.

A procuradora se reúne hoje com o presidente da Vale, Fabio Schvartsman, de quem cobrará ações extrajudiciais. Ela participa de uma solenidade com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Dias Toffoli. Os dois assinarão um documento priorizando, no âmbito do Poder Judiciário e do MP, o atendimento aos processos envolvendo graves crimes ambientais.

  A tragédia de Brumadinho, Minas Gerais, vem comovendo não só artistas brasileiros, mas também estrelas de Hollywood. O ator LeonardoDiCaprio compartilhou fotos do Greenpeace, em seu Instagram, nesta quarta-feira (30) e fez um apelo para o Governo e empresas.

"Na última sexta-feira, uma barragem de uma pequena cidade do Brazil se rompeu, liberando mais de 13 milhões de metros cúbicos de uma lama tóxica e deixando para trás um rastro de morte e desolação. Isso aconteceu apenas três anos após o maior desastre ambiental do país, quando outra barragem rompeu. Passou dos limites. Governos e corporações PRECISAM parar de colocar os lucros acima das vidas das pessoas e da natureza", escreveu.

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A barragem, da empresa Vale, que se rompeu na última sexta-feira(25) já deixou 99 mortos e 259 desaparecidos. Anteriormente, DiCaprio já tinha chamado atenção para questão ambiental no Brasil, no desafio dos 10 anos, onde comparou uma foto da Floresta Amazônica em Rondônia em 2006 e 2018.

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O número de animais resgatados em Brumadinho até a noite desta quarta-feira (30) aumentou para 57. A Brigada Animal acolheu 27 cães, 14 pássaros, oito galinhas, dois galos, dois bovinos, dois patos, um gato e um cágado. Todos foram encaminhados para o hospital de campanha montado em uma fazenda da região indicada pela Vale, empresa responsável pela barragem que se rompeu.

A estrutura para os procedimentos com os animais ocorre em duas fazendas. O Conselho Regional de Medicina Veterinária de Minas Gerais coordena a equipe de profissionais, estudantes da Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), auxiliares e ONGs, como a Federação Humanitária Internacional Fraternidade e a Arca da Fé resgate animal. As ações também contam com a participação da Anclivepa Minas.

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Inicialmente, todos são tratados no hospital improvisado e serão encaminhados aos donos. Caso os tutores não sejam localizados, serão disponibilizados para adoção. A Brigada Animal ainda não soube dizer se conseguirá localizar os responsáveis pelos bovinos.

Desde os primeiros instantes após a tragédia, ocorrida na sexta-feira (25), equipes de veterinários e peritos fazem o trabalho de buscas, salvamento e cuidados dos animais encontrados. Em alguns casos, como o resgate de bois e vacas, há a utilização de equipamentos específicos.

Na terça-feira (29), animais em área de risco foram mortos por agentes na região. A apresentadora Luisa Mell publicou, nas redes sociais, um vídeo criticando a situação. "Não há eutanásia em cima de um helicóptero, atirando, isso é assassinato", declarou.

De acordo com o Conselho Federal de Medicina Veterinária, uma vaca e um cavalo, que estavam atolados há quatro dias em um local de difícil acesso, tiveram de ser abatidos por meio de rifle sanitário na segunda-feira (28).

A Vale divulgou nota na manhã desta quinta-feira (31) atualizando o número de mortos identificados no desastre do rompimento da barragem de Brumadinho (MG), ocorrido na sexta-feira (25) passada.

Eram 57 identificados e agora são 67. O número total de fatalidades continua em 99 e o de desaparecidos, em 259. O número de vítimas resgatadas está em 192 e o de localizados, em 393.

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O juiz Ordenisio Cesar dos Santos, titular da 5ª Vara do Trabalho de Betim, determinou na manhã desta quinta-feira, 31, o bloqueio de mais R$ 800 milhões da mineradora Vale. O valor congelado visa assegurar a reparação dos danos morais coletivos dos atingidos pelo rompimento da Barragem I da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG). Ao todo, os valores bloqueados da mineradora no âmbito trabalhista somam R$ 1,6 bilhão.

Na segunda-feira, 28, a juíza plantonista Renata Lopes Vale determinou o bloqueio de R$ 800 milhões da Vale para assegurar as indenizações necessárias às famílias atingidas pelo rompimento da barragem. No domingo, 27, a Ministério Público do Trabalho em MG solicitou o bloqueio de R$ 1,6 bilhão da mineradora a fim de garantir o pagamento de eventuais indenizações às famílias das vítimas e dos sobreviventes da tragédia.

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O procurador do trabalho Geraldo Emediato explicou ao jornal O Estado de S. Paulo que os R$ 800 milhões bloqueados nesta quinta para o pagamento de danos morais coletivos podem servir para subsidiar ações sociais, amparar hospitais, bombeiros, polícia civil, comunidades, entidades filantrópicas e assistenciais.

Em sua decisão, o juiz afirmou que o "se trata de desastre reincidente, de proporções bem maiores do que o ocorrido na barragem do fundão, em Mariana/MG, em novembro de 2015, também de propriedade da requerida (Vale), com perdas de centenas de vidas, dentre as quais empregados diretos e terceirizados da requerida, e repercussões inestimáveis na vida e na saúde, física e mental, dos seus familiares".

O titular da 5ª Vara determinou ainda que a Vale apresente, no prazo de 10 dias úteis, a relação de todos os seus empregados diretos, indiretos, avulsos, e terceirizados, e os documentos correspondentes, sob pena de multa diária.

Ao todo, a Justiça já decretou bloqueios de R$ 12,6 bilhões à mineradora. Na própria sexta-feira, 25, dia do rompimento da barragem, o juiz de plantão da Vara de Fazenda Pública de Belo Horizonte, Renan Carreira Machado, determinou o bloqueio de R$ 1 bilhão nas contas da Vale, após solicitação da Advocacia Geral do Estado de Minas Gerais.

O ministério Público do Estado de Minas Gerais ajuizou uma ação civil pública cautelar na Vara Cível da Comarca de Brumadinho pleiteando R$ 5 bilhões para reparações emergenciais nas comunidades atingidas e obrigações de fazer para garantia de estabilidade de uma das barragens. O pedido foi acolhido.

Uma segunda ação do Ministério Público resultou no bloqueio de outros R$ 5 bilhões para danos ambientais, arquitetônicos, e relativos aos equipamentos públicos e às moradias atingidas.

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