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Há quase três meses preso no Centro de Observação Criminológica e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), o prefeito do Cabo de Santo Agostinho, Lula Cabral (PSB), deve ser solto nos próximos dias. No último sábado (12), o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, determinou através de uma liminar em caráter de urgência que o pessebista fosse solto. 

No entanto, o desembargador federal do TRF-5 Edilson Pereira Nobre impôs algumas medidas cautelares para que sua liberdade seja possível, entre elas o afastamento do cargo de prefeito por 180 dias, o pagamento de fiança de 180 mil reais no prazo de 48 horas, bem como o uso de tornozeleira eletrônica.

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O desembargador proibiu Lula de Cabral até mesmo de acesso às instalações da prefeitura cabense, bem como manter contato com os demais réus, testemunhas arroladas pela defesa e acusação ou pessoas que possam intervir na produção de provas. Lula ainda deverá comparecer periodicamente na Justiça Federal, mais precisamente a cada dois meses. 

Cabral é apontado nas investigações da Polícia Federal de ser o mandante da alteração da carteira de investimentos de Previdência da cidade onde R$ 90 milhões do instituto, que se encontravam investidos em instituições sólidas, teriam sido transferidos para fundos compostos por ativos “podres”. Lula Cabral é um velho conhecido dos cabenses: esse é o terceiro mandato do pessebista como prefeito da cidade.

A polêmica envolvendo a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com “o vai e vem” sobre sua possível soltura [ou não] tem prendido a atenção de muitos brasileiros nos últimos tempos. No entanto, no cenário local, um outro conhecido na velha política de Pernambuco também vai passar os festejos natalinos na cadeia: o prefeito do Cabo de Santo Agostinho, Lula Cabral (PSB), município localizado na Região Metropolitana do Recife (RMR).  

Cabral é apontado nas investigações da Polícia Federal de ser o mandante da alteração da carteira de investimentos de Previdência da cidade onde R$ 90 milhões do instituto, que se encontravam investidos em instituições sólidas, teriam sido transferidos para fundos compostos por ativos “podres”. Apesar de homônimos, a situação do pessebista, no entanto, é bem diferente se comparado com a do ex-presidente Lula.

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O líder petista, preso há mais de oito meses, tem direito a uma chamada “cela especial”, localizada na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, com chuveiro elétrico, televisão, banheiro adaptado, entre outras “regalias”. Esse é um direito previsto na legislação brasileira. Por sua vez, o prefeito do Cabo está detido no Cotel – Centro de Observação Criminológica e Triagem Professor Everardo Luna -, que fica na cidade de Abreu e Lima, no Grande Recife, desde o último dia 19 de outubro.

Embora não se saiba a reais condições da cela onde o prefeito se encontra, o fato é que o Cotel já foi alvo de inúmeras notícias negativas, a começar pela superlotação. No ano passado, o presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários de Pernambuco, João Carvalho, chegou a denunciar o déficit no número de agentes penitenciários no Cotel. Segundo ele, em meados de 2017, havia um efetivo de 8 agentes, em média no plantão, quando seriam necessários 80.

Passado mais de dois meses da prisão que vem gerando muitas especulações, até o momento, Lula Cabral mantém o silêncio absoluto. No dia da prisão, dada em primeira mão pelo LeiaJá, a assessoria de imprensa da Prefeitura do Cabo negou a detenção e chegou a dizer que a notícia era uma fake news [notícia falsa], que teria sido divulgada “de forma irresponsável".

A nota enviada à imprensa ainda defendia o prefeito justificando que “os recursos aplicados no Fundo sob suspeita não foram desviados, inclusive encontram-se depositados e congelados por ordem judicial”. Dez minutos depois de enviada, a equipe de comunicação pediu que o comunicado fosse desconsiderado e admitiu a prisão do gestor.

A última publicação realizada nas redes sociais de Lula Cabral foi em 18 de outubro. O texto fazia um convite para que os cabenses participassem de um evento justamente no dia seguinte, quando a prisão foi efetuada, que aconteceria no bairro de Pontezinha para a assinatura da ordem de serviço para a construção de uma creche na comunidade.

Apesar do silêncio, assim como a defesa do ex-presidente Lula, o advogado do prefeito também vem tentando soltá-lo, mas sem sucesso. Na última quarta-feira (19), o Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou pela quinta vez o pedido de habeas corpus. O Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5) também negou o pedido de liberdade. O advogado Ademar Rigueira, responsável pela defesa, disse que não comentaria as decisões.

Lula Cabral é um velho conhecido dos cabenses. Esse é o terceiro mandato do pessebista como prefeito da cidade. O primeiro foi em 2004, quando ele saiu vitorioso na disputa contra o então candidato Chico Amorim. Em 2008, foi reeleito derrotando o agora deputado federal Betinho Gomes (PSDB). Em 2016, Lula voltou ao comando da cidade vencendo novamente o tucano. Antes de chegar à prefeitura em 2004, Cabral foi derrotado duas vezes pelo ex-prefeito Elias Gomes (PSDB), que é pai de Betinho. E, entre os dois mandatos seguidos e o retorno à gestão, foi deputado estadual.

Com a prisão de Lula Cabral, o vice-prefeito Clayton da Silva Marques, conhecido como “Keko do Armazém”, assumiu a prefeitura. Ele já afirmou que vem dando continuidade ao planejamento da gestão municipal com a prestação de todos os serviços públicos dentro da normalidade.

Defesa

Sobre as investigações, o presidente do Instituto de Previdência Social dos Servidores do Município do Cabo de Santo Agostinho (CaboPrev), José Fernandes de Moura, por meio de nota, ressaltou que a autarquia estava apoiando as autoridades responsáveis para os esclarecimentos dos fatos investigados e expôs que os autos do processo judicial tramitam em segredo de justiça.

Oito meses depois de iniciar o terceiro mandato, em entrevista exclusiva ao LeiaJá, o pessebista lamentou a situação do Cabo. Ele chegou a dizer que a economia no município continuava “em baixa” e jogou a culpa para a crise política. “A economia deu sinais de crescimento, mas a crise política não estanca em Brasília. Isso afeta os municípios”, disse na ocasião.

Anteriormente, em março de 2017, também durante entrevista ao LeiaJá, ele afirmou que o Cabo recebeu uma “herança maldita” em referência ao ex-gestor Vado da Farmácia. “O Cabo recebeu uma herança maldita de quatro anos de desgoverno, que não investia em saúde, não planejava, não buscou recursos, não dialogou com a sociedade, não buscou fazer aquilo que a sociedade quis e deixou um caos na cidade”, disparou.

Na última semana, quando completou dois meses de prisão de Lula Cabral, a reportagem entrou em contato com a defesa do pessebista para solicitar uma entrevista, mas não obteve sucesso.

O empresário do setor de transportes urbanos Jacob Barata Filho confirmou nesta quarta-feira (12) o pagamento de aproximadamente R$ 145 milhões em propinas e também na forma de ajuda de campanha ao ex-governador Sérgio Cabral Filho (MDB), entre 2010 e 2016.

Em depoimento ao juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, Barata Filho disse que havia um pagamento mensal fixo "da ordem de R$ 300 mil a R$ 400 mil", além de repasses extraordinários, que chamou de "prêmios".

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Esses valores seriam referentes ao atendimento a pleitos específicos do setor, como redução do IPVA dos ônibus e do ICMS. O empresário, que é conhecido como o "rei dos ônibus" no Estado, está em prisão domiciliar.

O advogado de ex-governador Rodrigo Roca afirmou que Barata não apresentou nenhuma prova do que afirmou. "Ele não tem documento de nada; chega aqui e faz um discurso sem prova alguma", disse. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A 1ª Turma do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) aumentou de 45 anos e dois meses para 45 anos e nove meses de prisão a pena do ex-governador do Rio Sérgio Cabral Filho (MDB). A decisão foi tomada nesta terça-feira (4) em julgamento de recurso da ação penal da Operação Calicute, desdobramento da Lava Jato do Rio.

Foi o primeiro julgamento em segunda instância de um caso da operação. O voto foi proferido pelo relator da turma, o desembargador Abel Gomes e acompanhado pelos desembargadores Paulo Espírito Santo e Ivan Athiê.

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A decisão elevou o total de penas de Cabral para 198 anos e seis meses de reclusão. O pedido foi feito pelo Ministério Público Federal, que também pediu a elevação de pena de outros dez condenados no processo. A ação penal trata de acusações de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa referentes a obras feitas pelas construtoras Andrade Gutierrez e Carioca Engenharia.

Na manifestação ao TRF-2, o MPF alegou que Cabral deveria ter a pena aumentada por causa de agravantes. São eles a suposta continuidade dos atos de lavagem de dinheiro e solicitações de propina em mais de uma reunião com empresários.

"Está demonstrada a artificialidade do raciocínio utilizado na sentença, de não enquadrar como crime continuado os diversos atos de recebimentos das vantagens indevidas", afirmou o procurador regional Rogério Nascimento na manifestação ao TRF-2: "Não ocorreu apenas um único crime de corrupção na modalidade 'solicitar', mas diversos crimes consistentes em diferentes atos de solicitação, seguidos de sucessivos crimes de 'recebimento' de vantagens indevidas em número exato de vinte vezes".

Além do ex-governador, são réus nessa ação Wilson Carlos, Hudson Braga, Carlos Miranda, Luiz Carlos Bezerra, Wagner Jordão, Adriana Ancelmo, Paulo Fernando Magalhães Pinto, José Orlando Rabelo, Luiz Paulo Reis e Carlos Jardim Borges.

O ex-governador do Rio Sérgio Cabral Filho (MDB) foi condenado nesta segunda-feira, 3, a mais 14 anos e cinco meses de reclusão em regime fechado, na sua oitava condenação, somando 197 anos e 11 meses de pena. A sentença foi proferida pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, no âmbito da Operação Lava Jato do Rio.

Desta vez, a denúncia do Ministério Público Federal (MPF) envolve crime de lavagem de dinheiro por empresas, como a FW Engenharia, para dar aparência lícita ao pagamento de R$ 1,7 milhão em propina. Contra o ex-governador do Rio também há uma condenação em Curitiba, assinada pelo ex-juiz Sérgio Moro.

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Além do ex-governador, a ex-mulher dele Susana Neves Cabral e seu irmão Maurício Cabral também foram condenados. Susana terá de cumprir oito anos e quatro meses de prisão em regime fechado, e Maurício quatro anos e seis meses de reclusão em regime semiaberto.

De acordo com a denúncia, os desvios envolveram pagamentos vultosos, realizados entre 2007 e 2014, a uma das empresas citadas, e incluíram obras expressivas, como a urbanização do Complexo de Manguinhos. Uma das supostas empresas de fachada utilizada pelo esquema para lavar o dinheiro ilegal, a Araras Empreendimentos, é de propriedade de Susana Neves.

A reportagem ainda não conseguiu ouvir defensores dos citados.

Preso desde o dia 19 de outubro, a situação do prefeito licenciado do Cabo de Santo Agostinho, Lula Cabral (PSB), parece não estar nada fácil. De acordo com o despacho da ministra Laurita Vaz, do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), que negou um novo pedido da defesa para conceder habeas corpus ao pessebista, foram encontrados valores altos na casa do político. As informações foram divulgadas pelo Blog de Jamildo, na tarde desta quarta-feira (28).

Na residência de Lula Cabral, segundo o documento, a Polícia Federal apreendeu “R$ 418.300,00 [quatrocentos e dezoito mil e trezentos reais] e € 47.130 [quarenta e sete mil, cento e trinta euros] em espécie”.  Os valores teriam sido recolhidos no dia em que o prefeito foi preso e alvo de mandados de busca e apreensão.

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Segundo as informações, a Polícia Federal também teria descoberto indícios de que Cabral tinha outros imóveis, como uma casa de praia. Em outra busca realizada no dia 31 de outubro, desta vez nesta residência de veraneio, os policiais encontraram dois cofres vazios.

Os responsáveis pela busca disseram haver indícios de que as provas contra o prefeito tinham sido retiradas antes da chegada da PF - como o cofre aberto, aparelho celular ligado no carregador, o DVR do monitoramento eletrônico da casa havia sido removido, bem como CPUs de computadores e cama desarrumada. Segundo a ministra Laurita, em decisão nesta semana, Lula “estaria atuando para dispersar e ocultar provas”.

Preso no último dia 19 de outubro, sendo um dos alvos da Operação Abismo, o prefeito do Cabo de Santo Agostinho, Lula Cabral (PSB), vai continuar recebendo salário após a Câmara dos Vereadores da cidade aprovar o pedido do pessebista para se licenciar da prefeitura por 90 dias. 

O deputado federeal Betinho Gomes (PSDB) chegou a criticar a aprovação da licença. “Manobra que visa faciltar sua soltura. O detalhe absurdo da licença é que a mesma será com vencimento integral do salário para o detido”, criticou. 

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Cabral é apontado por participar de um esquema de fraudes no Instituto de Previdência dos Servidores da cidade (CaboPrev). De acordo com a PF, foram transferidos mais de R$ 90 milhões do instituto, que se encontravam investidos em “instituições sólidas” para fundos compostos por ativos “podres”. 

Com a prisão do pessebista, o vice-prefeito do município localizado na Região Metropolitana do Recife (RMR), Clayton da Silva Marques, mais conhecido como Keko do Armazém, assumiu o comando interino da prefeitura. Por meio de nota, ele chegou a garantir que “todos os serviços públicos serão prestados dentro da normalidade”. 

Preso há dois anos, Carlos Miranda, operador financeiro confesso do esquema de corrupção atribuído ao ex-governador Sergio Cabral (MDB), e seu delator, foi libertado neste domingo, 18, para cumprir prisão domiciliar. No sábado, 17, a prisão de Cabral completou também dois anos. Ele já foi condenado a mais de um século de prisão por crimes como corrupção, organização criminosa, evasão de divisas e lavagem de dinheiro.

A expectativa da defesa era de que Miranda saísse da Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, na sexta-feira, 16. Mas houve problemas burocráticos e a liberação atrasou. Apelidado de "o homem da mala de Cabral", função que desempenhou no primeiro mandato do ex-governador (2007-2010), Miranda conseguiu redução de pena por colaborar com a Justiça. Suas revelações, consideradas essenciais para se desvelar toda a estrutura criminosa, são refutadas pela defesa do ex-governador.

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Responsável pela contabilidade de repasses escusos, conforme sua delação, Miranda deu detalhes sobre como funcionava a cobrança, o recolhimento e a distribuição da propina; revelou, por exemplo, como se deram os permanentes pagamentos feitos por empreiteiras que realizaram obras de vulto no Estado, os "mensalinhos" a deputados estaduais da base de apoio a Cabral e a compra de votos para que a cidade do Rio fosse escolhida sede dos Jogos Olímpicos de 2016.

Ele assinou acordo de colaboração premiada ano passado. Amigo de juventude de Cabral, Miranda foi casado com uma prima dele. Usava mochilas para recolher propinas nas sedes das empresas, pagava contas, comprava joias em joalherias de luxo e chegou a preparar declarações de Imposto de Renda de Cabral e parentes, ainda de acordo com as investigações. Uma empresa aberta por ele era usada para lavagem do dinheiro.

Cabral foi governador entre 2007 e 2014, período em que foi movimentado cerca de R$ 1 bilhão em propinas oriundas de contratos do Estado em áreas como transportes, obras e saúde, conforme a Procuradoria da República. Ele admite que ficou com caixa dois de campanha para si, mas nega ser corrupto.

O juiz federal Marcelo Bretas, da Operação Lava Jato do Rio, colocou mais uma vez no banco dos réus o ex-governador do Rio Sérgio Cabral (MDB) - desta vez ao lado da ex-primeira-dama Adriana Ancelmo, seu ex-sócio Thiago de Aragão Gonçalves Pereira e o empresário Ítalo Garritano Barros - por suposta lavagem de R$ 3,153 milhões.

O ex-governador está preso desde novembro de 2016. Ele já acumula 183 anos de pena de prisão em condenações impostas por Bretas e também pelo juiz Sérgio Moro, da Lava Jato no Paraná.

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A denúncia do Ministério Público Federal do Rio, que o juiz Bretas recebeu nesta terça, 30, aponta para a emissão de notas fiscais fraudulentas, relativas à prestação de serviços fictícios do escritório de advocacia Ancelmo Advogados para restaurante de comida japonesa.

"A presente ação deve ser admitida, porquanto ausentes as causas de rejeição, razão pela qual recebo a denúncia", decidiu o juiz nesta terça-feira, 30.

Adriana Ancelmo, seu sócio e o empresário são acusados ainda pelo crime de frustração de direito assegurado por lei trabalhista e também pelo crime de falsificação de documento público.

Segundo a Procuradoria da República, os investigados frustraram, "mediante fraude, direito assegurado por legislação do trabalho, bem como por terem omitiu nas Carteiras de Trabalho e Previdência Social (CTPS) de seus empregados informações relativas ao valor de suas remunerações, com intuito de desonerar-se do pagamento de encargos e direitos trabalhistas e ludibriar a Justiça do Trabalho".

A acusação tem como base o acordo de delação premiada fechado entre o Ministério Público Federal e Ítalo Garritano.

Defesa

A reportagem está tentando contato com os denunciados pela Procuradoria, mas ainda não obteve retorno.

A Prefeitura do Cabo de Santo Agostinho resolveu se posicionar sobre a prisão do prefeito Lula Cabral (PSB), ocorrida na última sexta (19). Por meio de nota, a instituição escreveu que recebeu a notícia com surpresa e acredita que Cabral “provará sua inocência e não medirá esforços para que os verdadeiros culpados sejam punidos disponibilizando aos órgãos de controle todas as informações necessárias para apuração dos fatos”.

Através da Operação Abismo, a Polícia Federal aponta o político como mandante de um esquema de fraudes no Instituto da Previdência dos Servidores da cidade. De acordo com a PF, o esquema liderado por Cabral estaria alterando a carteira de investimentos do Instituto de Previdência e já teria transferido mais de R$ 90 milhões investidos em instituições sólidas “para fundos compostos por ativos 'podres', isto é, sem lastro e com grande probabilidade de inadimplência futura, colocando em risco o pagamento da aposentadoria dos servidores do município".

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No posicionamento oficial, a Prefeitura do Cabo afirma que Cabral já prestou esclarecimentos à Polícia e está à disposição no sentido de colaborar com as investigações. “É importante salientar que o Instituto de Previdência do Cabo (CaboPrev) é uma Autarquia Municipal, dessa forma, como todas as outras, possui autonomia administrativa. Por essa razão, é gerida por um Conselho Gestor, sem qualquer interferência do Prefeito, que apenas nomeia seu Presidente”, conclui a nota.

O prefeito do Cabo de Santo Agostinho, Lula Cabral (PSB), foi pego de surpresa ao ser preso na manhã desta sexta-feira (19), sendo um dos alvos da Operação Abismo, deflagrada pela Polícia Federal. Nessa quarta-feira (17), o pessebista tinha avisado por meio das redes sociais sobre uma “excelente notícia” que aconteceria justamente nesta sexta: a assinatura da ordem de serviço para a construção de uma creche em Pontezinha. 

Na mesma postagem, Lula Cabral convidou toda a comunidade para participar do ato. “Tive uma reunião com nosso secretariado para traçar as metas da gestão nos próximos meses e outras novidades virão. Estamos trabalhando para trazer o melhor para os cabenses”, garantiu. 

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Em entrevista concedida ao LeiaJá, anteriormente, o prefeito afirmou que o Cabo recebeu “uma herança maldita” em referência à gestão do ex-gestor da cidade Vado da Farmácia. Na ocasião, ele disse que o governo foi omisso por não investir em saúde e não buscar recursos. 

O prefeito da primeira cidade pernambucana que teve permissão para armar a guarda municipal também chegou a dizer que, até junho deste ano, os índices de violência iriam diminuir consideravelmente. Ele ressaltou, na ocasião, que “muitos bandidos foram presos”.

O ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (MDB), condenado a 183 anos de prisão na Operação Lava Jato, foi punido pela Secretaria de Estado de Administração Penitenciária após ter sido flagrado com uma quantidade de dinheiro acima do permitido na prisão. Cabral, que está no presídio de Bangu, não poderá receber visitas e ficará sem televisão por 10 dias.

De acordo com a Secretaria, a quantidade de dinheiro permitida na cadeia é de 10% do salário mínimo - R$ 954. Na prática, Sérgio Cabral poderia ter R$ 95,4. O dinheiro poderia ser usado na cantina do presídio.

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"A Corregedoria da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) realizou na manhã desta terça-feira, 9, em uma ação conjunta com o Ministério Público (MP), uma vistoria no Presídio Pedrolino Werling de Oliveira, no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu. Essa é uma nova prática de fiscalização em conjunto que passará a ser rotina nas unidades prisionais do Estado", informou a Secretaria. "Os internos Sergio de Oliveira Cabral Santos Filho e Aurenildo Campos Casanova foram flagrados com uma quantidade de dinheiro acima do permitido. Por esse motivo, conforme decisão da direção da unidade, eles irão responder uma Comissão Técnica de Classificação (CTC) e estão com visitas suspensas e sem televisão por até 10 dias."

O juiz Marcelo Bretas, da 7.ª Vara Federal do Rio, condenou o ex-governador Sérgio Cabral (MDB) a 47 anos e quatro meses de prisão por corrupção passiva. Além do emedebista, outros sete denunciados foram sentenciados. Com mais essa condenação, a sexta imposta a Cabral pela Operação Lava Jato, o emedebista, preso desde novembro de 2016, acumula agora 170 anos e oito meses de pena.

Também foram condenados o ex-secretário de Gestão Wilson Carlos (6 anos e 6 meses), o ex-assessor Luiz Carlos Bezerra (5 anos e 6 meses), o ex-secretário de Obras Hudson Carlos (10 anos), o ex-diretor da RioTrilhos (4 anos), ex-subsecretário de Transportes, Luiz Carlos Velloso (7 anos), o ex-assessor Wagner Jordão (4 anos), e o empresário José Orlando Rabelo (3 anos e 6 meses).

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Segundo a denúncia da força-tarefa da Operação Lava Jato no Rio, embasada na delação de executivos da Carioca Engenharia, "foi possível identificar a prática de crimes em importantes obras realizadas com recursos federais, inclusive provenientes do Programa de Aceleração do Crescimento, no Estado do Rio de Janeiro (Arco Metropolitano, PAC Favelas e Linha 4 do Metrô)".

"Sergio Cabral mercantilizou da forma repugnante a funções públicas que lhe foram outorgadas por meio de uma quantidade expressiva de votos pelos eleitores cariocas, que foram traídos e abandonados à própria sorte em um Estado em que a corrupção se espraiou por todos os órgãos da administração estadual", anotou o magistrado.

A reportagem está tentando contato com a defesa do ex-governador Sérgio Cabral e dos outros condenados pelo juiz Marcelo Bretas.

Após o deputado federal Danilo Cabral (PSB) se opor à MP do Saneamento [nº 844/18], editada pelo presidente Michel Temer no início de julho, o PSB protocolou uma ação direta de inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a medida. 

De acordo com Cabral, entre outros pontos, a MP prevê medidas de aumento dos gastos públicos no setor de saneamento básico. “Tanto em forma de despesas com pessoal, além de despesas orçamentárias decorrentes de transferências obrigatórias e dotações orçamentárias específicas”. Além disso, o deputado afirma que a medida provisória alterou as atribuições no setor de saneamento básico, com esvaziamento da autonomia e competências constitucionais dos municípios. 

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“O texto atribuiu à Agência Nacional das Águas (ANA) a competência para elaborar normas de referência nacionais para regulação da prestação dos serviços públicos de saneamento básico. Assim, a ANA, que até então atuava como agência reguladora na gestão de recursos hídricos vinculada ao Ministério do Meio Ambiente, passa a ser uma entidade central em matéria de saneamento básico”, explicou. 

Segundo Danilo Cabral, a MP é inconstitucional e lesiva ao patrimônio público. “A MP permite que a condução política do setor de saneamento seja feita pela iniciativa privada. Não podemos abrir de que o Estado seja o condutor dessa política, assim como deve ser em relação ao setor energético. A MP é inconstitucional e lesiva ao patrimônio público, só servirá para aumentar a tarifa e tornar o serviço pior. O saneamento é um direito de todos os cidadãos e não um negócio. É o lucro social que deve ditar as políticas de estado”, criticou. 

Danilo, antes do PSB entrar com a ação no STF, já havia ajuizado uma ação popular para barrar os efeitos da MP na Justiça Federal. “O processo foi distribuído para a 2ª Vara no Recife, mas o juiz entendeu que não cabia uma ação popular para suspender atos legislativos de competência do chefe do Poder Executivo. Por isso, procuramos o partido para questionarmos a MP através de uma ADI”. 

 

 

 

O Ministério Público Federal apresentou a 25.ª denúncia contra ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (MDB). Na nova acusação, a força-tarefa da Operação Lava Jato, acusa Sérgio Cabral por corrupção no recebimento de propina de R$ 78,9 milhões da Odebrecht sobre obras do Alemão, Arco Metropolitano, Maracanã e metrô do Rio.

A denúncia alcança ainda o ex-secretário de Estado Wilson Carlos, o ex-secretário de Obras Hudon Braga, ex-assessor da Secretaria de Obras do Rio de Janeiro Wagner Jordão, e o diretor da Riotrilhos Heitor Lopes também por corrupção passiva praticados na contratação de obras com a participação da empreiteira Odebrecht. A acusação reúne elementos apurados nas operações Calicute, Eficiência e Tolypeutes, realizadas pela Lava Jato.

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Segundo a Procuradoria da República, os elementos "confirmam a existência de uma organização criminosa estruturada no governo do Estado durante a gestão de Cabral".

"Os elementos trazidos na colaboração premiada firmada por executivos da Odebrecht no Supremo Tribunal Federal foram cotejados com os acordo de colaboração e leniência das empreiteiras Andrade Gutierrez e Carioca Engenharia, além de doleiros que operavam para Cabral", afirmou a Lava Jato.

A Lava Jato narrou que, após assumir o governo em 2007, o ex-governador e Wilson Carlos solicitaram à Odebrecht o pagamento de uma mesada no valor de R$ 1 milhão. As investigações identificaram o pagamento de propina nas obras de urbanização na Comunidade do Alemão - PAC Favelas, construção do Arco Metropolitano (Lote 01), reforma do Maracanã para a Copa do Mundo de 2014 e construção da Linha 4 do Metrô do Rio de Janeiro.

"Inicialmente, Cabral e Wilson Carlos pediram 5% do valor dos contratos, valor que foi negociado pela Odebrecht. Assim, foi efetivamente pago o valor de R$ 8.596.800,00 pelas obras do PAC Favelas - Alemão e Arco Metropolitano; R$ 8,5 milhões pela reforma do Maracanã; e R$ 59,2 milhões pelas obras da Linha 4 do metrô", afirmam os procuradores.

"Foi identificado o pagamento de R$ 1,428 milhão a Hudson Braga, com a anuência de Cabral e a participação de Wilson Carlos e Wagner Jordão, a título de taxa de oxigênio. O valor corresponde a 1% do pago pelas obras do PAC Favelas - Alemão e Arco Metropolitano, distribuído em parcelas mensais para "oxigenar" a estrutura da Secretaria de Obras."

Heitor Lopes é acusado de receber ao menos R$ 1,2 milhão em vantagem indevida correspondente a 0,125% dos pagamentos recebidos pela Odebrecht pelas obras da linha 4 do metrô do Rio de Janeiro.

Antes mesmo da publicação do edital de licitação das obras do PAC Favelas já se sabia de antemão quais seriam as empresas vencedoras, havendo um acerto entre elas para que uma não atrapalhasse a pretensão de outra e para que se desse cobertura em relação às propostas a serem apresentadas. Os pagamentos eram realizados pelo Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht. Nas planilhas de registro da empreiteira, Cabral era identificado com o codinome Proximus.

"Os registros feitos no sistema da Odebrecht (Drousys) e dos colaboradores têm origem absolutamente autônoma e se complementam, na medida em que, em muitas oportunidades, apontam a mesma operação. É possível afirmar que se trata da mesma operação pelo fato de que tanto a Odebrecht, no sistema Drousys, quanto os colaboradores, no sistema ST, usaram a mesma senha para confirmação da entrega de dinheiro, tendo sido feitos os mencionados registros em ambos os sistemas, que, conforme já assentado, foram entregues de maneira independente, sem que um conhecesse o material que o outro entregou", explicam os procuradores da República.

Defesas

Em nota, o advogado Rodrigo Roca, que defende Sérgio Cabral, afirmou: "A denúncia é inepta. O ex-governador já foi julgado por esses mesmos fatos. O MPF já não se contenta em fatiar a mesma causa em vários processos, agora também duplica a acusação em feitos distintos. Vamos pedir ao TRF-2 que bloqueie a ação repetitiva."

A reportagem está tentando localizar os outros citados.

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou na última sexta-feira, 17, pedidos formulados pela defesa do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (MDB) para colocá-lo em prisão domiciliar ou transferi-lo para uma sala de Estado maior.

A defesa de Cabral pedia o mesmo tratamento concedido ao ex-secretário de Obras do Rio (Governo Sérgio Cabral) Hudson Braga - que teve a prisão preventiva substituída por medidas cautelares em maio, por decisão de Gilmar. Braga foi preso em dezembro de 2016, na Operação Calicute, desdobramento da Lava Jato.

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O pedido do ex-governador foi feito no início de julho e reforçado no último dia 8.

Em sua decisão, Gilmar destacou que "após profunda análise dos autos", a situação de Sérgio Cabral não é similar àquela de Hudson Braga.

"Observa-se que, segundo a sentença, Sérgio Cabral exercia o comando da organização criminosa que se instalou na Administração Pública do Estado do Rio de Janeiro durante e após os seus mandatos como Governador (2007 a 2010 e 2011 a 2014)", ressaltou o ministro.

De acordo com Gilmar Mendes, a eventual posição de Cabral como "líder da organização criminosa", "aliada à gravidade concreta dos fatos", impossibilita o atendimento dos pedidos formulados pela defesa do ex-governador.

Gilmar ainda frisou que, de acordo com informações enviadas pelo Presídio Pedrolino Werling de Oliveira, conhecido como Bangu 8, Cabral está "em local apropriado a sua condição de preso especial, até porque o perfil da unidade prisional em que se encontra é compatível com sua condição".

"Por essas razões, indefiro o pedido de extensão da ordem concessiva do presente HC, bem como os pedidos subsidiários de concessão de prisão domiciliar e de transferência para Sala de Estado Maior", concluiu Gilmar Mendes.

O Ministério Público Federal e a Polícia Federal abriram nesta quinta-feira, 16, a Operação Golias. A Polícia Federal prendeu Edson Figueiredo Menezes, ex-presidente do Banco Prosper. Edson é investigado pelo pagamento de propina para a contratação do Prosper no processo de leilão do Banco do Estado do Rio de Janeiro (BERJ).

Em 2006, o governo do Rio de Janeiro contratou a Fundação Getúlio Vargas (FGV) para elaborar consultoria independente para fixar o preço mínimo da alienação das ações do BERJ. Ao mesmo tempo, a FGV Projetos foi contratada para realizar os estudos de precificação da folha de pagamento dos funcionários do Estado. O edital de leilão do banco, lançado em 2010, previu o pagamento de 3% sobre o valor total alcançado na venda para o pagamento da consultoria independente. Ao final do processo, em 2011, foi identificado o pagamento de R$ 3,12 milhões pela FGV ao Prosper a título de prestação de serviços.

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De acordo com os procuradores da República integrantes da força-tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro, estes elementos confirmam o que foi trazido no depoimento de um dos colaboradores: que o então governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral condicionou a realização do leilão do BERJ, somada à folha de pagamento dos servidores do Estado do Rio de Janeiro, à contratação do Prosper para recebimento de vantagem indevida. Em contrapartida, Edson Menezes realizou pagamentos ao grupo de Sérgio Cabral tanto em espécie quanto por meio da aquisição de vinhos de mais de mil dólares no mercado internacional, paga por uma de suas offshores, a Remo Investments Ltd SA.

Além disso, foram encontrados registros no sistema Bankdrop, revelado na Operação Câmbio, Desligo, de pelo menos cinco operações de dólar-cabo e lavagem de capitais da offshore Remo Investments junto aos irmãos Chebar, operadores financeiros de Cabral.

As investigações também revelaram que Edson Menezes mantém relação de amizade próxima com Carlos Nuzman, denunciado na Operação Unfair Play, e que integrou o Conselho da Riopar Participações, ao lado de Marcelo Traça, Jacob Barata Filho e Lélis Teixeira, todos denunciados na Operação Ponto Final.

Além da prisão preventiva de Edson Menezes, também foram autorizadas buscas e apreensões em seis endereços ligados a ele.

A reportagem tenta contato com os citados.

O ex-governador do Rio Sergio Cabral (MDB) voltou a admitir nesta segunda-feira, 13, que recebeu recursos de caixa 2 durante suas campanhas eleitorais, mas negou que "tenha agido como corrupto". Segundo ele, os recursos de campanha que recebeu e não foram contabilizados nunca foram acompanhados de promessas ou garantias de contratos durante seus governos.

Cabral foi ouvido durante uma hora pelo juiz Marcelo Bretas em audiência realizada na 7.ª Vara Federal Criminal no Rio. O depoimento faz parte do processo decorrente da Operação Unfair Play, que investiga suposta compra de votos para o Rio sediar os Jogos Olímpicos de 2016. Na quinta-feira, 9, Cabral já havia participado de audiência sobre esse caso.

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Nesta segunda-feira, o ex-governador voltou a admitir o uso de recursos não contabilizados. "Fiz uso de caixa 2. Não estou dizendo que é um mal menor. Não é estratégia de defesa", disse. "O que eu não fiz foi pedir propina, agir como corrupto. Eu nunca cheguei ao Arthur Soares para pedir isto ou aquilo."

Segundo Cabral, o empresário Arthur Soares, conhecido como "Rei Arthur" e que tinha alguns dos principais contratos com o governo do Estado do Rio, colaborou com sua campanha nas eleições de 2002 (o emedebista, na ocasião, concorreu ao Senado), 2006 e 2010 (governo do Estado), além de doar também, a pedido de Cabral, a aliados nos pleitos municipais de 2004, 2008 e "talvez" 2012. "Recebi em torno de R$ 5 milhões", calcula.

Cabral procurou também se desvincular de atos nos quais secretários de seu governo são investigados por suposto recebimento de propina, caso, por exemplo, do ex-chefe da Pasta da Saúde Sérgio Côrtes. "Eu descentralizava tudo", afirmou. "Não posso responder por terceiros."

O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) negou nesta quinta-feira, 9, o recurso de embargos declaratórios do ex-governador do Estado do Rio de Janeiro Sérgio de Oliveira Cabral Santos Filho. Os embargos haviam sido interpostos contra a decisão do tribunal de manter a condenação do político por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no âmbito da Operação Lava Jato. Wilson Carlos Cordeiro da Silva Carvalho, ex-secretário de gestão do RJ, também teve o mesmo tipo de recurso negado na mesma sessão de julgamento. As informações foram divulgadas pelo TRF-4.

O ex-governador foi condenado, em 1ª instância, pela 13ª Vara Federal de Curitiba, especializada em crimes financeiros e de lavagem de dinheiro, a uma pena de 14 anos e dois meses de reclusão em 13 de junho do ano passado. Já Carvalho foi sentenciado a 10 anos e oito meses de reclusão pela prática dos mesmos dois crimes.

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Conforme a sentença, a empresa Andrade Gutierrez pagava propina ao ex-governador por meio do ex-secretário e do sócio de Cabral, Carlos Emanuel de Carvalho Miranda, para garantir o contrato de terraplanagem do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (COMPERJ), celebrado com o Consórcio Terraplanagem COMPERJ, integrado pela empreiteira e a Petrobras.

Os réus recorreram das condenações ao TRF-4. No entanto, em 30 de maio deste ano, a 8ª Turma da corte, por unanimidade, negou provimento aos recursos de apelação criminal e manteve as mesmas penas para ambos.

Dessa decisão, tanto Cabral quanto Carvalho ajuizaram embargos de declaração, recurso que, segundo o artigo 619 do Código de Processo Penal, serve para esclarecer ambiguidade, obscuridade, contradição ou omissão nas sentenças.

A 8ª Turma, na sessão de ontem, por unanimidade, negou provimento aos embargos e manteve o mesmo entendimento do acórdão de maio. Para a relatora dos recursos na corte, juíza federal convocada Bianca Geórgia Cruz Arenhart, apesar das defesas dos condenados apontarem uma série de omissões e contradições que teriam ocorrido no julgamento, a análise do processo mostra que é "inexistente qualquer omissão ou contradição, mas mera inconformidade dos embargantes com os fundamentos condutores do julgado e consequente tentativa de rediscutir teses defensivas já exaustivamente expostas, analisadas e afastadas, o que deve ser tratado na via recursal própria".

Ao negar o recurso para Cabral e Carvalho, a magistrada acrescentou que os embargos de declaração têm lugar exclusivamente nas hipóteses de ambiguidade, omissão, contradição ou obscuridade da decisão recorrida, "não se prestando para fazer prevalecer tese diferente daquela adotada pelo órgão julgador ou para reavaliação das conclusões surgidas da livre apreciação da prova".

A Justiça do Rio de Janeiro emitiu, por volta das 19h desta terça-feira, 24, ordem para que o ex-governador Sérgio Cabral (MDB) seja transferido da cela em que ficou isolado desde a manhã desta terça-feira para a cela de origem, que divide com outros detentos no presídio de Bangu 8, na zona oeste do Rio. Até as 19h30 a secretaria estadual de Administração Penitenciária (Seap) não havia informado se a ordem judicial já tinha sido cumprida.

A ordem para que Cabral fosse transferido para cela individual partiu do promotor de Justiça André Guilherme Tavares de Freitas, que realizou fiscalização no presídio de Bangu 8, onde o ex-governador cumpre pena. Segundo o promotor, Cabral se recusou a permanecer em "posição de confere", como é padrão obrigatório para todos os presos durante as inspeções. Ele também teria gritado com o promotor e se ofendido ao ser chamado de "interno".

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Informado dos fatos pelo diretor da penitenciária de Bangu 8, o juiz Rafael Estrela Nóbrega, da Vara de Execuções Penais do Rio de Janeiro, decidiu que Cabral deve voltar à cela comum porque o promotor não tem poder para determinar esse tipo de isolamento. Ordens dessa espécie só podem ser adotadas pelo diretor do presídio ou pelo conselho disciplinar, afirmou o juiz.

Para Nóbrega, a decisão do promotor de "determinar a colocação do apenado em isolamento preventivo é manifestamente ilegal, refugindo das atribuições que lhes são conferidas pela Constituição da República, pela Constituição deste Estado e pelas leis orgânicas estadual e nacional do Ministério Público. Não se pode conceber que as atividades administrativas inerentes ao sistema prisional fiquem à margem de ordens flagrantemente ilegais".

Em nota divulgada antes da decisão judicial que determinou o retorno de Cabral à cela de origem, o promotor Freitas afirmou que agiu "em estrita conformidade com a lei, dentro das minhas atribuições e dos regulamentos e práticas da Seap, motivo pelo qual nada tenho a temer".

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