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O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse nesta segunda-feira (14) que a prisão de 19 pessoas pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, no domingo, sob a acusação de atos de vandalismo em protestos durante a Copa e desde junho do ano passado, não foi uma afronta à liberdade de livre organização e manifestações.

O ministro relatou conversa com o secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, na qual lhe foi dito que as prisões foram feitas com base em determinação da Justiça. "O secretário Beltrame me disse que as prisões foram com base em investigações que ocorreriam há 7 meses", disse. "Era um conjunto de pessoas que organizava atos ilícitos, fazendo referência a bombas no metrô do Rio de Janeiro. Me disse o secretário que as provas são consistentes", relatou.

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O ministro da Advocacia Geral da União (AGU), Luís Inácio Adams, negou que tenha havido violação da liberdade de organização e que as prisões foram feitas como base no "respeito às legalidades". Adams disse ainda que a Lei Geral da Copa foi aprovada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), onde duas ações de inconstitucionalidade foram derrubadas. "Tivemos zero problema na Justiça (durante a Copa)", afirmou.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou nesta quarta-feira (2) que o pedido de aposentadoria do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, foi surpreendente. Ele disse, ainda, que "o momento certo" para a indicação de um novo nome para a Corte será indicado pela presidente Dilma Rousseff, após ser questionado se o ambiente para indicação ficaria mais tranquilo após as eleições.

Aos 59 anos, Barbosa ainda poderia permanecer na Corte até 2024, quando completará 70 anos, idade da aposentadoria compulsória. Nessa terça-feira (1), ele presidiu a sua última sessão da Corte. A indicação do nome do seu sucessor cabe ao presidente da República.

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"A escolha é feita diretamente pela Dilma. É uma escolha cuidadosa e criteriosa e eu não posso falar em prazo. Ela seguramente está avaliando aqueles que podem ser os nomes", disse Cardozo após ser questionado se o ambiente para indicação ficaria mais tranquilo após as eleições presidenciais. "Ela tem o tempo que julgar necessário para a escolha do nome para um cargo vitalício."

Em sua última sessão, Barbosa evitou discursar e não falou sobre seu futuro profissional. Afirmou apenas que será um "cidadão como outro qualquer". Sobre seu sucessor, disse que o escolhido deve ser um "estadista" e que ministros do Supremo não podem ter vínculos com "grupos de pressão".

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, rebateu nesta quarta-feira, 04, as críticas feitas pelos dois principais adversários da presidente Dilma Rousseff (PT), pré-candidata à reeleição, no pleito deste ano na área de segurança pública. Cardozo classificou as declarações do ex-governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos - que ontem apontou que o governo federal era "omisso" e disse que não se pode dar atenção ao tema apenas nos grandes eventos internacionais -, de "injustas" e carregadas de razões "eleitoreiras".

"Ele próprio (Campos) me recebeu várias vezes para discutir o programa de segurança", contra-atacou o ministro da Justiça, referindo-se ao período em que o pré-candidato do PSB a presidente esteve à frente do governo de Pernambuco e era aliado de Dilma. "E nós o apoiamos." Cardozo apontou ainda que a administração federal enviou as Forças Armadas para garantir a segurança durante uma greve da Polícia Militar (PM) no Estado. "Acho que as críticas são mais por razões eleitorais do que por convicção, porque ele sabe que não foi assim quando ele foi governador", concluiu.

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Também coube a Cardozo blindar a gestão federal de artilharia lançada pelo pré-candidato a presidente Aécio Neves, que também acusou uma "omissão criminosa" na política de Segurança Pública do País. Em entrevista ao jornal "O Estado de S.Paulo" nesta quarta-feira, Cardozo reagiu e, referindo-se a Aécio, disse que "quem não tem argumentos manipula dados". "Eu gostaria de fazer debate sobre Segurança Pública de alto nível, mas as críticas feitas pelo senador são críticas rasteiras e superficiais, que demonstram ausência de proposta e erro nas críticas", afirmou.

Sobre as acusações de que o Poder Executivo federal não tem plano de segurança para o Brasil, o ministro rebateu afirmando que "é uma pena" que Aécio não saiba que o "plano-piloto deste programa está em Alagoas, Estado mais violento do País, governado pelo PSDB". Cardozo disse ainda que o governador Teotônio Vilela (PSDB) "agradece a parceria com o governo federal que permitiu a queda da violência local em 21%". O ministro ironizou: "Se o senador Aécio estivesse no Senado nas inúmeras vezes que estive lá falando sobre o programa de Segurança Pública, poderíamos ter debatido o tema. Talvez, ele não saiba o que está sendo feito pelo governo federal porque não estava lá".

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, defendeu nesta quarta-feira, 4, um modelo de mediação de conflitos entre indígenas e produtores rurais que o governo vem adotando desde a morte de um índio em Sidrolândia (MS), no ano passado. Em audiência na Câmara dos Deputados, o ministro disse que o governo mudou sua estratégia em relação ao tema a partir da crise na fazenda Buriti, quando o índio foi morto durante uma ação de reintegração de posse promovida pela Polícia Federal.

De acordo com Cardozo, o governo, nesse novo modelo, estabelece uma mesa de diálogo sobre as terras em processo de demarcação e abre a possibilidade de pagar indenização aos produtores que tenham a titularidade de suas terras.

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No processo atual, os produtores titulados recebem apenas pelas benfeitorias que fizeram na área. "O governo federal está disposto a fazer as indenização de proprietários com terras tituladas", afirmou.

Uma das metas, com essas mesas, é diminuir o nível de judicialização dessas disputas e replicá-las em outras áreas de conflito. "Com a mediação conseguiremos evitar ações que vão se arrastar durante anos", concluiu.

Antes dele, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, disse que o governo está buscando um novo modelo jurídico para a questão indígena. "Nós temos a convicção de que não podemos e não vamos tirar um agricultor de uma terra que ele tenha a titularidade e simplesmente realocá-lo sem dignidade", alegou.

Carvalho defendeu ainda que o atual processo de demarcação do País não representa risco à agricultura nacional. De acordo com ele, há no Mato Grosso do Sul 2,28% de terras demarcadas, que "no máximo" podem avançar mais 1%. A porcentagem de terras demarcadas no Rio Grande de Sul é de 0,39%, disse Carvalho, e pode chegar no máximo a 2%. Ele também afirmou que, em Santa Catarina, a parcela do território demarcado é de 0,87% e poderá atingir 2%. "Não se trata de grandes extensões de terra que possam prejudicar a agricultura nacional".

Audiência

Os titulares da Justiça e da Secretaria-Geral da Presidência participam de audiência pública na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural sobre o conflito entre produtores rurais e indígenas no Rio Grande do Sul. O comparecimento dos dois atende a um requerimento dos deputados Luis Carlos Heinze (PP-RS) e Giovanni Queiroz (PDT-PA), no qual os parlamentares citam o assassinato de dois agricultores por índios caingangues, no fim de abril.

O documento relata que os índios bloqueavam uma estrada em razão do não comparecimento de Cardozo em reunião com lideranças indígenas sobre a demarcação de terras na região. À Comissão de Agricultura, o ministro justificou que não pôde atender ao encontro na data combinada por causa de uma greve de policiais militares que estourou na Bahia à época e que demandou ação coordenada dos ministérios da Justiça e da Defesa.

Mesmo sob escolta da Polícia Federal (PF), Mayra Cardozo, 22 anos, filha do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, sofreu uma tentativa de assalto na noite da última terça-feira (27), no Morumbi, na zona sul da capital paulista. Ela estava junto com a mãe e ex-mulher do ministro. Mayra, que dirigia um carro blindado, teria sido cercada por um grupo de criminosos. Ela reagiu, acelerou o carro e deixou os agentes da Polícia Federal para trás.

De acordo com a Secretaria de Estado de Segurança Pública, desde a tentativa de assalto o caso não foi registrado em nenhuma delegacia de polícia de São Paulo. "Não fomos notificados. Não há boletim de ocorrência. Portanto, não era possível que a polícia soubesse desse fato e pudesse ter uma investigação", afirmou na manhã desta quinta-feira, 29, Fernando Grella Vieira, secretário estadual de Segurança Pública. Ainda de acordo com Grella, a pasta só tomou conhecimento da tentativa de assalto hoje, após o caso ser noticiado pela imprensa. O secretário também afirmou que o ministro Cardozo não entrou em contato com ele. "Nada nos foi avisado formalmente ou informalmente.

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"A Polícia Federal não deu nenhum detalhe sobre a ocorrência. Em nota, disse apenas que "o incidente ocorrido em São Paulo envolvendo familiares do Ministro da Justiça está sob apuração da instituição, sendo mantida em sigilo, na forma da lei".

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou nesta quarta-feira, 28, que os estrangeiros que vierem ao Brasil para assistir aos jogos da Copa do Mundo devem se sentir seguros - apesar de manifestações como a de ontem, em Brasília, na qual um índio deu uma flechada num policial militar. "Os estrangeiros devem se sentir seguros, sim. Pois mostra que a Polícia está presente para garantir o cumprimento da lei, a liberdade de manifestação e não permitir abusos", comentou Cardozo. Indagado por um jornalista se o ato do índio teria sido um abuso, o ministro respondeu: "A Polícia deve garantir a liberdade de manifestação e evitar que pessoas abusem. Quem abusar deverá ser punido."

Em entrevista concedida para os correspondentes estrangeiros, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, assegurou que as forças de segurança do País estão "totalmente preparadas" para a realização da Copa do Mundo de Futebol. Segundo ele, mesmo que haja greve na Polícia Federal ou em qualquer outro segmento policial, o plano de segurança da Copa não será afetado, já que o governo tem um plano alternativo.

Cardozo disse que "não acredita" que ocorram manifestações durante da Copa, nas proporções das que aconteceram em junho do ano passado, antes e durante a Copa das Confederações. Mas avisou que, se por acaso elas ocorrerem, o País estará preparado para qualquer situação.

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Ao descartar a possibilidade de greve dos policiais federais, que fizeram ameaças e paralisações durante as últimas semanas, o ministro José Eduardo Cardozo declarou: "não existe ameaça de greve de toda a PF, existe especificamente uma negociação em curso de uma categoria de agentes da PF e acho que haverá entendimento nos próximos dias. Mesmo que o acordo não seja feito, há decisões claríssimas do Supremo Tribunal Federal dizendo que greve é ilegal. Portanto, não vemos a menor possibilidade de agentes da PF virem a transgredir uma ordem do STF". Cardozo apelou ainda para o espírito público dos policiais, citando que eles têm um "forte comprometimento" com o País.

Cardozo reiterou por diversas vezes que "não acredita" na possibilidade efetiva de greve pelos policiais federais. "Se, por ventura, que não creio que ocorrerá, houver greve de algum segmento policial, seja Polícia Federal ou qualquer outro, temos totais condições alternativas de dar resposta para que não tenhamos nenhum problema", advertiu.

Sobre os problemas que houve na Copa das Confederações, quando ocorreram confrontos entre policiais e manifestantes, o ministro da Justiça disse que problemas como esses "não deverão se repetir". Segundo ele, agora, "as forças estão mais treinadas e mais capacitadas para evitar que abusos possam ocorrer".

Imagem - O ministro da Defesa, Celso Amorim, que também estava presente na coletiva, reagiu à pergunta de um jornalista estrangeiro, que falou sobre a imagem desgastada do Brasil no exterior, por causa principalmente dos problemas de segurança e manifestações violentas às vésperas da Copa. "Não concordo que a imagem do Brasil esteja má. Isso não existe", desabafou o ministro, acrescentando que o que existe é "uma democracia vibrante" no País.

Amorim citou que, além dos 100 mil homens das polícias dos Estados e forças de segurança em geral, 57 mil homens das Forças Armadas estarão envolvidos na segurança da Copa. O custo da segurança no evento é da ordem de R$ 1,9 bilhão, sendo R$ 1,2 bilhão de gastos do Ministério da Justiça e R$ 700 milhões da Defesa. Serão 77 aeronaves e 209 embarcações participando da operação de segurança da Copa em todo o País.

O ministro da Defesa fez questão de ressaltar, no entanto, que nenhum militar estrangeiro irá atuar na segurança da Copa. "Parte militar é zero de tropa estrangeira", assegurou o ministro. Ele ressalvou, no entanto, que cada delegação tem direito a trazer sete policiais estrangeiros.

Legislação- Cardozo citou ainda que, embora o governo federal tenha abandonado a ideia de encaminhar ao Congresso uma proposta endurecendo as punições para quem praticar violência nas manifestações, a legislação em vigor ainda poderá ser aperfeiçoada, caso seja aprovado algum novo texto, como o que está em tramitação e tem como relator da matéria o senador Pedro Taques (PMDB-MT).

"Não sei se virá. Se vier, é para melhorar", declarou. O ministro ressaltou, no entanto, que o plano de segurança do governo "independe" de uma nova legislação. Ele ressalvou as dificuldades de qualquer regulamentação de manifestações, porque ela pode esbarrar na garantia das liberdades, que é um ponto fundamental da democracia.

"Vocês sabem que não é uma discussão fácil e simples, porque a garantia da liberdade de manifestação é um pressuposto da democracia", ponderou. "Portanto, qualquer regulação que seja feita, qualquer tipificação de ilícito deve ser cuidadosamente feita para que não maculem os princípios, essas referências constitucionais".

Diante do conflito de terra entre índios e agricultores do norte gaúcho, o ministro José Eduardo Cardozo forçou nesta quinta-feira um acordo para reduzir o território dos guaranis de Mato Preto, no município de Getúlio Vargas. Ele pretende diminuir de 4,2 mil para 600 hectares a área definida por uma portaria que assinou há dois anos. Desde 2003, 17 famílias aguardam o cumprimento da norma em barracas às margens dos trilhos da Estrada de Ferro São Paulo - Rio Grade do Sul. "A melhor forma para resolver o conflito é a mediação", afirmou. "As lideranças indígenas concordam desde que haja acordo".

A proposta foi discutida no final da tarde com os guaranis e os agricultores. Os índios, no entanto, não foram convidados para participar da entrevista coletiva. Com a exclusividade do microfone, o ministro disse que tinha reservado parte do dia para discutir uma série de conflitos no Rio Grande do Sul. Ele aproveitou para "lamentar" que as lideranças indígenas do município de Faxinalzinho não apareceram para negociar. "É uma pena que os índios não vieram. Eles perderam a oportunidade de fazer um diálogo", afirmou.

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O cacique de Faxinalzinho, Deoclides de Paula, e outras quatro lideranças da comunidade não compareceram ao Ministério da Justiça porque estão presos desde o dia 28 de abril. Numa operação polêmica, a Polícia Federal prendeu os índios numa reunião com representantes do governo federal. Os índios são acusados de matar os agricultores Alcemar e Anderson de Souza. Para entidades de defesa dos índios, o governo ajudou a montar uma armadilha.

Localizado pela reportagem, o cacique de Mato Preto, Joel Kuaray, que esteve com o ministro Cardozo, disse que as 75 pessoas da comunidade acampadas na beira da estrada de ferro não "aguentam" mais ameaças verbais e tiros para o alto disparados por grupos de agricultores. "A gente aceita diminuir nossa terra porque hoje estamos na beira da linha do trem", disse. "O povo guarani é muito pacífico e tranquilo, não gosta de brigar", explicou. "A gente tem o sentimento de que as ameaças vão diminuir, porque a redução da terra vai exigir a retirada de um número menor de agricultores da área."

Na entrevista, Cardozo negou que o governo esteja descumprindo artigos da Constituição que garantem a demarcação de terras consideradas indígenas. Ele defendeu o que chamou de "ajuste de direitos" e jogou a responsabilidade pelos conflitos no campo à lentidão do Judiciário em resolver os impasses. Foi na gestão do ministro que ocorreram as mais graves denúncias de violação de direitos humanos nas aldeias por parte de agentes do Estado desde o início da redemocratização. A Polícia Federal é acusada de matar, em operações, os índios Adenilson Munduruku, em novembro de 2012, no Pará, e Oziel Terena, em maio do ano passado, em Mato Grosso do Sul.

Por meio de entrevistas e notas, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e o pré-candidato à Presidência, Aécio Neves, do PSDB, bateram boca nesta quinta-feira sobre a segurança pública. Em um evento em Brasília, Cardozo rebateu uma crítica do tucano, que na semana passada disse que o governo federal é omisso na questão. "Estou espantado com as críticas de Aécio. Ele é um parlamentar com atuação pífia em segurança", afirmou o ministro.

Logo depois, por meio de uma nota, Aécio disse que era "lamentável" ver um ministro de Estado utilizar a função para atuar como militante. "As grosserias do ministro, por maiores que sejam, são insuficientes para esconder a realidade do abandono da segurança pública pelo governo federal e revelam a ausência de argumentos de um governo que se especializou em transferir responsabilidades", afirmou o tucano. "É triste vermos quão desinformado o ministro da Justiça encontra-se, não apenas sobre meu trabalho como senador, mas sobre o do meu partido no Congresso Nacional."

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Aécio disse que o ministro omite que o governo federal participa com apenas 13% dos gastos em segurança pública. "Poderia ter explicado, por exemplo, a pífia execução orçamentária da área e dos fundos de segurança e penitenciário durante seu período como ministro", reagiu. "O Fundo Penitenciário pagou apenas 11% dos recursos nos últimos três anos."

Tanto Cardozo quanto Aécio são criticados por entidades da área de segurança pública. Em Minas Gerais, Aécio sofreu críticas pela política na área durante os oito anos que comandou o Estado. Em março deste ano, o seu sucessor, Antonio Anastasia, antes de deixar o cargo de governador, reconheceu que o problema da segurança pública era o "maior desafio" de Minas Gerais. No ano passado, o número de homicídios aumentou 6,07% em todo o Estado. Em Belo Horizonte, esse índice chegou a 7,38%. Os tucanos mineiros se defendem. Eles observam que Minas Gerais só perde para São Paulo no ranking dos Estados menos violentos do Sudeste.

Por sua vez, Cardozo faz malabarismo para responder perguntas sobre o aumento da criminalidade no País. Em 2012, o número de homicídios no Brasil aumentou 7,6% em relação ao ano anterior, mais que em Minas Gerais e menos que em Belo Horizonte. O número de brasileiros vítimas de homicídio ultrapassou 50 mil. O ministro também se esforça para explicar problemas de superlotação de presídios, violações de direitos humanos em delegacias e ineficácia de programas federais de capacitação das polícias. Na onda de protestos de rua em junho e julho do ano passado, o governo federal e os governos estaduais, especialmente os de São Paulo, Minas, governados pelo PSDB, e Rio de Janeiro, pelo PMDB, sofreram duras críticas pelo despreparo das tropas.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse que o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha, que é pré-candidato ao governo de São Paulo pelo PT, "não está sendo investigado nos inquéritos, portanto, isso é um fato absolutamente claro, não há nenhuma situação de investigação específica". O ministro Cardozo se referia às investigações que estão sendo realizadas pela Polícia Federal, na Operação Lava a Jato, que examina, entre outras coisas, supostas denúncias de envolvimento de Padilha com o doleiro Alberto Youssef. A PF suspeita de influência política do doleiro sobre Padilha, em virtude do diálogo interceptado em mensagens instantâneas. Cardozo declarou ainda que não se pode fazer nenhum prejulgamento em relação a ninguém.

"Houve, aí é uma referência feita a partir de dados coletados, interceptações feitas pela imprensa, então isso me parece um dado muito claro", comentou o ministro da Justiça, se referindo a interceptações feitas que apresentariam o nome de Padilha. "Apenas estou esclarecendo processualmente que o ministro Padilha não é investigado. Existem referências feitas ao ministro e divulgadas pela imprensa no âmbito de uma investigação criminal", acrescentou.

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Para Cardozo, "é muito injusto, isto vale para qualquer pessoa, que exista prejulgamentos, especialmente de pessoas que não são investigadas". E emendou: "é muito injusto que se prejulgue. Para isso existe inquérito, processo. Para isso existe defesa. Portanto, eu acho que, às vezes, a sociedade tende a fazer prejulgamentos e isso é muito ruim. Para isso existe no Estado democrático de direito o devido processo legal. Portanto, acho que quaisquer prejulgamentos de qualquer natureza são inclusive inconstitucionais porque a própria Constituição diz que as pessoas só são consideradas culpadas após uma decisão judicial transitada em julgado".

Sobre a possibilidade de Alexandre Padilha ser substituído pelo PT em sua pré-candidatura ao governo de São Paulo, por causa das denúncias, o ministro Cardozo disse que não se pronunciava sobre isso e reiterou: "no que diz respeito aos outros aspectos, eu não me pronuncio. Apenas estou esclarecendo processualmente que o ministro Padilha não é investigado (pela PF)".

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, evitou nesta quarta-feira comentar a possibilidade de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) exclusiva da Petrobras. "Eu me abstenho de fazer qualquer comentário em decisões que estão para ser dadas pelo Supremo ou que já foram dadas", disse, após participar da Conferência Multissetorial Global sobre o Futuro da Governança da Internet (NetMundial), na capital paulista.

O governo tenta ampliar o foco e impor uma CPI que inclua apurações sobre cartel no setor metroviário de São Paulo e o Porto de Suape, em Pernambuco - numa tentativa de atingir o PSDB de Aécio Neves e o PSB de Eduardo Campos, ambos pré-candidatos à Presidência.

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O caso foi levado ao Supremo pela oposição pedindo a instalação imediata da investigação. Aguarda-se a decisão da ministra Rosa Weber, que pode ocorrer ainda hoje. Ela deve anunciar a decisão em caráter liminar. Há ainda a possibilidade de que ela remeta o tema a plenário do STF. Com o processo há duas semanas, Rosa já pediu e obteve as justificativas do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), de sua decisão de instalar a CPI ampliada.

Segundo Cardozo, ele tem o dever de "preservar a separação dos poderes". "Portanto, a decisão do Supremo Tribunal Federal no caso será aquela que obviamente terá que ser dada a luz da Constituição. Independente do que eu possa achar ou não achar", disse.

O ministro da Justiça esquivou-se também de comentar possíveis danos políticos ao governo em uma eventual instalação da CPI. "Politicamente eu também não comento questões do âmbito interno do Poder Legislativo", afirmou.

Para Cardozo, a postura da oposição "é natural". "É obvio que talvez eles não tenham interesse em investigar outras questões, que apareceram em outros Estados, Estados que muitas vezes são governados por partidos que estão na oposição", disse. Questionado se estava se referindo a São Paulo (governado pelo tucano Geraldo Alckmin), Cardozo disse que estava falando de forma "geral".

O ministro, contudo, fez críticas indiretas aos opositores e disse que "às vezes é muito fácil você tentar desviar o foco de certas situações, barrando a CPI do ponto de vista local e querendo politizar uma situação que não deveria ser politizada". Cardozo afirmou ainda que defende uma apuração extensa em todos os casos suspeitos. "Eu pessoalmente acho que o Legislativo deve seguir o seu caminho investigando tudo aquilo que eventualmente esteja sob suspeição e que deva ser investigado."

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou nesta quarta-feira (23), que o Marco Civil da Internet, aprovado nesta terça-feira (22), pelo Senado e sancionado hoje pela presidente Dilma Rousseff "é um documento histórico". "Ele equivale a uma verdadeira carta de direitos, uma nova realidade mundial da rede", disse o ministro, após participar da Conferência Multissetorial Global sobre o Futuro da Governança da Internet (NetMundial), em São Paulo.

Segundo Cardozo, a aprovação do Marco Civil põe o Brasil num "importante papel de protagonista". "Acho que o Brasil virou uma referência para o mundo e nós não podemos ignorar a importância disso neste momento que nós vivemos", afirmou. De acordo com ele, "a conjuntura e a vontade política do governo fizeram com que o Brasil tivesse esse protagonismo". "Quando tivemos aquela situação da espionagem, o governo tomou uma postura muito firme na defesa da nossa soberania", afirmou, lembrando a fala de Dilma na Organização das Nações Unidas (ONU).

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Cardozo disse ainda acreditar que o documento que será elaborado na NetMundial também ajudará a dar referências a todos os países em relação à internet. "Esse documento será uma referência que, obviamente, vai ser objeto de análise por todos os governos", disse.

Críticas - O ministro da Justiça comentou também as críticas da oposição de que o Marco Civil teria sido aprovado de forma apressada no Senado para que a presidente pudesse sancioná-lo no evento de hoje. "Eu avalio isso como uma crítica da oposição, a oposição faz oposição e é natural que a vida assim seja", afirmou.

Conforme Cardozo, o projeto foi amplamente debatido. "O projeto foi feito em 2010, encaminhado para o Congresso em 2011. Muito se ouviu da coletividade, teve um amplo processo de debate na Câmara, com absoluta transparência, e, quando chegou ao Senado, as principais questões já haviam sido debatidas", destacou.

O ministro declarou ter convicção de que os senadores acompanhavam a proposta. "Ninguém foi compelido a nada, se tivessem sido não teriam votado a favor", garantiu.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, minimizou na noite desta sexta-feira (11), as denúncias envolvendo a ocupação de unidades do programa 'Minha Casa, Minha Vida'. "A quantidade de fatos denunciados diz respeito a uma situação muito pequena no universo que esse programa abrange", destacou em entrevista coletiva após reunião com o ministro das Cidades, Gilberto Occhi, o presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Hereda e o diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello.

Embora tenha classificado como "muito pequenas" as denúncias apontadas, o ministro destacou a necessidade de se investigar todos os casos. Cardozo anunciou a assinatura de convênios com três Estados - Maranhão, Minas Gerais e Bahia - em uma tentativa de, com ações conjuntas das Polícias Militar e Federal, barrar as ocupações irregulares de unidades do programa. As parcerias vão funcionar como o que foi anunciado com o governo do Rio de Janeiro. Na semana passada, os ministérios da Justiça e das Cidades assinaram uma portaria com o Estado com o mesmo objetivo. "Priorizamos Estados que, a partir da avaliação, apresentaram situações de ilegalidades que exigem atuação conjunta e agregada", destacou.

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A ação é uma resposta às denúncias de que milicianos e traficantes estão expulsando os moradores das casas recebidas do programa habitacional, uma das grande vitrines da presidente Dilma Rousseff na campanha eleitoral deste ano. Segundo balanço anunciado pelo presidente da Caixa, Jorge Hereda, desde o começo do programa foram encontradas 15.720 irregularidades administrativas ou que chegaram à esfera criminal, mas desse total, 8.900 não teriam procedência. Ao todo, as apurações levaram a retomada de 1.561 unidades. Ainda existem 5.195 casos em fase de averiguação. "Estamos falando de menos de 1% do programa que foi demandado algum tipo de denúncia de irregularidade administrativa ou que tenham gerado notícia crime", destacou o presidente da Caixa.

Hereda destacou que há, por parte da Caixa, um acompanhamento após a entrega das unidades aos beneficiários. No entanto, ele concordou que a instituição não consegue checar todas as unidades e precisa fazer isso na forma "de amostra". Essa dificuldade de acompanhar a realidade das famílias que foram contempladas com unidades do Minha Casa levou o ministério a lançar um número telefônico específico para recebimento de denúncias (0800 721 62 68).

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, minimizou o atraso do governo em avançar na elaboração de uma proposta de projeto de lei regulamentando as manifestações antes da Copa do Mundo da Fifa - o que tem sido apresentado desde o ano passado como parte da política de segurança pública necessária para a realização dos jogos. "É o que eu quero (projeto antes da Copa), o que eu gostaria", disse nesta terça-feira,08, afirmando que o projeto "visa garantir a liberdade de manifestação e inibir abusos contra os direitos do cidadão".

Cardozo já conversou com os presidentes da Câmara, Henrique Eduardo Alves, e do Senado, Renan Calheiros, para que seja realizada uma reunião com líderes partidários das duas Casas do Congresso para "integrar ideias" do que pode ser o projeto de lei. Segundo o ministro, existem cerca de 10 projetos sobre o tema somente na Câmara e outro número semelhante no Senado.

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O Palácio do Planalto pretende intensificar as conversas com a base aliada no Congresso para "construir uma coisa que possa ser de acordo comum" entre as diferentes correntes de parlamentares, que entre outras posições demonstraram interesse em tipificar abusos em manifestações como atos terroristas.

Cardozo também afirmou que existe um "excelente plano de segurança pública" em fase de "ajuste final" para Copa, mas não detalhou quais eram os pontos fortes e as mudanças em andamento na proposta.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, anunciou no início da noite desta terça-feira (8) o que chamou de uma "política de enfrentamento de atos ilícitos" envolvendo a ocupação de unidades do Minha Casa, Minha Vida por milicianos no Rio de Janeiro e por traficantes no Pará. "O governo não vai permitir que malfeitores, que criminosos ou quaisquer pessoas queiram deturpar esse programa", disse.

O ministro assinou uma portaria com o governo do Rio de Janeiro e o Ministério das Cidades, responsável pelos desembolsos federais no Minha Casa, que servirá de ensaio para um trabalho conjunto entre as polícias Militar e Federal no combate à ocupações irregulares de unidades do programa.

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O documento é uma resposta do governo federal a denúncias de que milicianos e traficantes estão expulsando os moradores das casas recebidas do programa habitacional que serve de vitrine para a campanha de reeleição da presidente Dilma Rousseff. O recém-empossado governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), disse que a parceria deve ajudar a combater fraudes praticadas pela "chaga que é a milícia" no Estado.

Segundo o ministro das Cidades, Gilberto Occhi, a portaria pode ser assinada por outros Estados e cidades. A ideia da proposta é que seja criada uma espécie de ouvidoria interministerial para receber e apurar denúncias de irregularidades no Minha Casa, Minha Vida. As investigações devem ser conduzidas pelas PM e a PF.

Uma semana depois de pedir a retirada de pauta do Marco Civil da Internet, temendo ser derrotado pelo chamado "blocão", o governo passou a defender hoje que a matéria, considerada a Constituição da Web, vá a votação já amanhã. Nos últimos dias, o Palácio do Planalto atuou para esvaziar o grupo informal de parlamentares descontentes com a articulação política conduzida pelo Executivo - tentando isolar o PMDB, pivô da crise - e acredita agora que tem votos suficientes para aprovar o relatório do deputado Alessandro Molon (PT-RJ).

"A tendência é que possamos votar amanhã, aprovando o projeto nas diretrizes do relatório do deputado Molon, com a defesa da neutralidade da rede e dos princípios para todos os internautas", declarou há pouco o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, escalado pelo governo para articular a proposta com o Congresso.

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O Planalto espera vencer a votação na manutenção da neutralidade da rede. Esse dispositivo garante que os pacotes de dados transmitidos pela rede sejam tratados de forma igual, sem cobranças diferenciadas pelo volume de dados trafegado. "A neutralidade é uma questão intocável", disse Cardozo. "É um princípio que o governo defende com veemência", acrescentou. Ao lado da ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, o titular da Justiça participou nesta manhã da reunião de líderes da base na Câmara - sem a presença do PMDB, que com a deflagração da crise política assumiu a postura de independência ao Planalto.

Cardozo afirmou que é ainda possível conseguir uma "postura unitária da base", sinalizando que o texto poderia ser aprovado por acordo. Apesar das declarações, o líder peemedebista Eduardo Cunha (RJ) deixou a reunião ontem à noite na vice-presidência da República dizendo que não havia ainda "nenhuma possibilidade de acordo" sobre o tema e que o projeto seria novamente discutido com a bancada.

Bancos de dados

No encontro com líderes da base hoje pela manhã, o governo também sinalizou rever sua posição sobre outro ponto polêmico da proposta: a exigência de que os bancos de dados fiquem em território nacional. Esse tema virou bandeira da presidente Dilma Rousseff depois que vieram à público denúncias de espionagem de autoridades brasileiras pela agência de inteligência americana.

Ressaltando que o governo "jamais recuará da soberania nacional", o ministro da Justiça disse que alternativas são possíveis. "Desde que esse princípio seja atendido, as construções são possíveis e por isso estamos recebendo sugestões e construindo alternativas que garantam o que queremos: a soberania nacional", resumiu o ministro.

Alessandro Molon, relator do projeto, disse que ainda não há propostas concretas sobre quais modificações seriam possíveis nesse ponto, mas disse que o tema será tratado ao longo do dia de hoje e de amanhã.

O PSOL quer que os ministros da Defesa, Celso Amorim, e da Justiça, José Eduardo Cardozo, expliquem na Câmara determinações da portaria 186/2014, que aprovou a publicação "Garantia da Lei e da Ordem", disciplinando a atuação das Forças Armadas em manifestações populares, e sobre o projeto de lei, com regime de urgência, que deve ser enviado em breve ao Congresso, que possibilita o endurecimento de penas aos participantes das manifestações populares.

Na busca dessa convocação, o líder do PSOL na Câmara, deputado Ivan Valente (SP), protocolou nesta terça-feira (11) requerimento que deve ser votado nesta quarta-feira (12) na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, para que sejam chamados Amorim e Cardozo. O PSOL avalia que tanto o projeto como a portaria têm por objetivo constranger a população a não se manifestar. "Tratam-se de tentativas de criminalizar os movimentos sociais", diz Ivan Valente.

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O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou nesta quarta-feira (5) que o projeto de lei para regulamentar manifestações no País será entregue ao Congresso Nacional na próxima semana. Para ele, há condições de aprovar a lei até a Copa do Mundo.

"Temos condições de aprová-lo sim. Depende evidentemente da concordância dos líderes. A partir do momento em que ele for concluído, a nossa ideia é ir ao Congresso Nacional dialogar", afirmou.

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O ministro falou ao Broadcast Político antes do evento de lançamento da Campanha da Fraternidade 2014, na sede da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Brasília. O projeto que pretende conter a violência em manifestações foi entregue pelo Ministério da Justiça à Casa Civil no último dia 21 para que fosse analisado pela presidente Dilma Rousseff. Somente após o aval da presidente, o texto será encaminhado ao Congresso.

Uma das questões polêmicas do projeto diz respeito ao uso de máscaras por manifestantes. Sobre esse ponto, Cardozo afirmou que a ideia é vedar o anonimato, de forma que permita ao policial exigir a identificação do manifestante. "Se a pessoa se recusar a retirar a máscara, se qualifica o crime de desobediência, o que vai ter uma nova tipificação nesta lei", disse.

José Eduardo Cardozo também comentou a nova tática de cercamento de manifestantes, que começou a ser usada pela Polícia de São Paulo e ficou conhecida como "polícia ninja". O ministro classificou a estratégia como "interessante". Segundo Cardozo, ele se reuniu com o Governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e com secretário de Segurança Pública de São Paulo, Fernando Grella, para discutir questões da Copa do Mundo e também tratou dessa tática.

"Eu comentei que achava que era uma experiência interessante para ser usada inclusive pelos outros secretários de segurança pública. Tudo que é inovação tem que ser socializado nas polícias", afirmou. Questionado sobre a repercussão negativa que essa estratégia ganhou nas redes sociais, o ministro disse que essa não é uma tática nova no mundo. "É importante que ela seja discutida e aprimorada", ponderou.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, entregou nesta sexta-feira (21), à Casa Civil cópia do projeto de lei do governo para conter a violência nas manifestações. A proposta proíbe o uso de máscaras durante os protestos e aumenta as punições em caso de dano ao patrimônio público, lesão corporal e homicídio.

O texto será submetido à análise da presidente Dilma Rousseff, quando ela retornar da viagem a Roma e a Bruxelas, na próxima semana. O argumento do Ministério da Justiça é que não vai criminalizar a utilização da máscara, mas, sim, a desobediência a um aviso prévio, feito pela polícia.

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O governo estudou a legislação de 30 países, entre eles Canadá, França, Espanha e Estados Unidos, para preparar o projeto. Em média, a penalidade para quem comete atos ilícitos em manifestações, sob o uso de máscaras, é de cinco anos. A pena pode aumentar quando houver lesão corporal e homicídio.

"Quem se infiltra em manifestações e esconde o rosto para depredar o patrimônio, agredir e até matar tem de arcar com as consequências dos seus atos", disse Cardozo. Para evitar polêmica, o projeto exclui da proibição "eventos culturais, históricos e religiosos".

Pela proposta, o abuso policial também será punido. O governo quer, ainda, que os manifestantes avisem com antecedência às autoridades a hora e data do protesto. A regra já é prevista na Constituição, assim como a vedação do anonimato. Na prática, porém, nada disso é aplicado.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, defendeu, durante a reunião do Colégio Nacional de Secretários de Segurança Pública (Consesp) a necessidade de haver regras para atuação das Polícias Militares (PMs). "É óbvio que as PMs tenham autonomia e devemos respeitá-la. Mas a proposta que fizemos é justamente de termos uma indicação, uma orientação para atuação das nossas polícias. Para que a sociedade saiba como elas atuam, os parâmetros, os limites. E para que os nossos policiais tenham a certeza desses limites, nacionalmente, ajustados e fixados".

Durante a reunião, a secretária nacional de Segurança Pública, Regina Miki, expôs os princípios que tem orientado esse trabalho. "Já houve coleta de dados a partir da discussão com todos os comandantes militares do Brasil inteiro e o Ministério da Justiça está trabalhando nesse texto que será submetido a todos os secretários de segurança para que cheguemos ao maior consenso possível . O Brasil terá um regramento unificado que defina o uso proporcional da força , e permita sociedade , com clareza, saber quando há transgressão e quando não há. Para que policias não sejam acusados injustamente ou para que situações indevidas da ação policial sejam coibidas e punidas na forma da lei."

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Copa do Mundo - Nos próximos dias, José Eduardo Cardoso fará reuniões unificadas com todos os secretários de Segurança Pública do país, junto com os ministros Aloísio Mercadante, da Casa Civil, e o da Defesa, Celso Amorim, para iniciar a fase final de ajuste do plano de segurança para Copa do Mundo.

"Garanto que esse plano de segurança esta bem feito, mas queremos ouvir ainda mais os Estados para que possamos ajustar, fazer a sintonia final na reta da chegada deste grandioso evento.", completou. Questionado sobre possíveis atos de violência durante a Copa Mundo, Cardoso disse que o Governo está preparado. "O brasileiro sabe a Copa é importante para imagem do nosso país e contamos com a sociedade brasileira. Faremos Copa da Alegria, com a alegria do povo brasileiro. Vamos mostrar isso para quem duvida disso. Vamos fazer uma grande Copa e vamos ganhar no campo e fora dele".

Todos os secretários ficaram incomodados com a possibilidade das Forças Armadas atuarem durante a Copa. Isso porque o Ministério da Defesa definiu, através do Manual da Garantia da Lei e da Ordem como e quando os militares devem ser utilizados nesse tipo de ação. Aos secretários, Cardozo mostrou-se preocupado com as greve de policiais próximo a Copa e alertou que se os policias não cumprirem seu papel, as Forças Armadas farão o papel deles.

Já na terça-feira, às 10 horas, haverá uma reunião em Brasília, com o grupo de trabalho criado pelo Ministério da Justiça para discutir as medidas de proteção a jornalistas durante as manifestações. "Vamos discutir medidas a serem tomadas e pensar coletivamente. O trabalho da imprensa é indispensável para a democracia. Lembro que o Estado de São Paulo já entrega coletes para os jornalistas. Mas será uma reunião importante e a construção de soluções será coletiva",afirmou.

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