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O valor da cesta básica diminuiu em 15 capitais em 2023. As principais reduções acumuladas no período de 12 meses, entre dezembro de 2022 e no mesmo mês do ano passado, foram registradas em Campo Grande (-6,25%), Belo Horizonte (-5,75%), Vitória (-5,48%), Goiânia (-5,01%) e Natal (-4,84%). Já as taxas positivas acumuladas ocorreram em Belém (0,94%) e Porto Alegre (0,12%).

Os dados são Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos em 17 capitais.

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“A tendência, para o conjunto dos itens, foi de redução, movimento que, junto com a revalorização do salário mínimo e a ampliação da política de transferência de renda, trouxe alívio para as famílias brasileiras, que sofreram, nos últimos anos, com aumentos de preços dos alimentos, em geral, acima da média da inflação”, concluiu o Dieese, em nota.

A entidade aponta que a questão climática, os conflitos externos, o câmbio desvalorizado que estimula a exportação, e o forte impacto da demanda externa sobre os preços internos das commodities acarretaram preocupação em 2023 e podem ser importantes desafios para 2024.

Comparação mensal

Entre novembro e dezembro de 2023, o valor da cesta subiu em 13 cidades, com destaque para Brasília (4,67%), Porto Alegre (3,70%), Campo Grande (3,39%) e Goiânia (3,20%). As diminuições ocorreram em Recife (-2,35%), Natal (-1,98%), Fortaleza (-1,49%) e João Pessoa (-1,10%).

Em dezembro de 2023, o maior custo da cesta foi em Porto Alegre (R$ 766,53), depois em São Paulo (R$ 761,01), Florianópolis (R$ 758,50) e no Rio de Janeiro (R$ 738,61). Aracaju (R$ 517,26), Recife (R$ 538,08) e João Pessoa (R$ 542,30) registraram os menores valores médios.

Com base na cesta mais cara, que em dezembro foi a de Porto Alegre, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria equivaler a R$ 6.439,62 ou 4,88 vezes o valor atual do salário mínimo, de R$ 1.320,00. Em novembro, o mínimo necessário correspondeu a R$ 6.294,71 ou 4,77 vezes o piso vigente. Em dezembro de 2022, ficou em R$ 6.647,63, ou 5,48 vezes o piso em vigor, que equivalia a R$ 1.212,00.

A estimativa do Dieese leva em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.

Em dezembro de 2023, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica foi 109 horas e três minutos, considerando o trabalhador remunerado pelo salário mínimo. Em novembro, a jornada necessária era de 107 horas e 29 minutos. Em dezembro de 2022, a média era de 122 horas e 32 minutos.

Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido – descontado o valor referente à Previdência Social – o levantamento mostra que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em dezembro de 2023, 53,59% do rendimento para adquirir os mesmos produtos que, em novembro, demandaram 52,82%. Em dezembro de 2022, o comprometimento era de 60,22%.

Uma pesquisa de preços do Procon-PE, órgão ligado à Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDH), identificou que a cesta básica em Pernambuco fechou o ano de 2023 com um impacto sobre o salário mínimo de 46,31%, encerrando uma crescente, no impacto sobre o salário, desde 2020, quando chegou a ter uma influência de 47,81%. Nos anos seguintes, esse impacto aumentou e chegou a 51,16%, em 2021, e a 56,35%, em 2022.

Usada pelos consumidores como uma ferramenta na hora de comprar, a pesquisa de preços do Procon-PE foi realizada entre os dias 26 e 29 de dezembro do ano passado, e identificou, também, uma diferença de preço que ultrapassou 426%, de um mesmo produto, vendido em locais diferentes.

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“A pesquisa é, na verdade, a forma encontrada pelo Procon-PE para ajudar o consumidor a pesquisar sem sair de casa. Assim, é possível ganhar tempo e, ainda, economizar, uma vez que, tendo a pesquisa no nosso site, o consumidor não precisa se locomover para nenhum estabelecimento”, disse o Secretário Executivo de Justiça e Promoção dos Direitos do Consumidor, Anselmo Araújo.  

O Procon-PE pesquisou um total de 27 itens dentre eles: alimentação, limpeza doméstica e higiene pessoal, em 25 supermercados das cidades de Recife, Camaragibe, Jaboatão dos Guararapes, Olinda e Paulista. A pesquisa está disponível no site do Procon-PE.

Comparações

O levantamento observou um aumento de 0,25%, em relação ao mês de novembro de 2023, quando a cesta básica custava R$ 609,75 e, em dezembro de 2023, passou a custar R$ 611,30. Em destaque na pesquisa de dezembro, o absorvente higiênico (pacote com oito unidades) chegou ao percentual de 426,46% de diferença, podendo ser encontrado por R$ 1,89, no seu menor preço, e por R$ 9,95, no seu maior preço. Ainda nos itens de higiene pessoal, o papel higiênico de 30 metros (pacote com quatro unidades) foi encontrado em um local por R$ 1,89 e, em outro, por R$ 8,35, configurando uma diferença percentual de 341,80%.

Com os itens apresentando variações acima de 268%, estão os produtos de limpeza. Quem chamou a atenção, entre eles, foi o sabão em pó de 500g, que chegou a uma variação percentual de 268,46%, podendo ser encontrado por R$ 1,49, no seu menor preço, e por R$ 5,49 no seu maior preço. A lã de aço (pacote com oito unidades) também se destacou, sendo encontrada, em seu menor preço, por R$ 1,39, e por R$ 4,69, no seu maior preço, configurando uma diferença percentual de 237,41%.

Entre os itens alimentícios, o quilo da salsicha avulsa apresentou uma variação percentual de 232,22%, sendo encontrada em um local por R$ 5,99 e, em outro, por R$ 19,90. A bandeja de ovo, com 30 unidades, aparece na lista com uma variação percentual de 153,27%, sendo encontrada em um lugar, por R$ 12,99 e, em outro, por R$ 32,99.

 

Após 35 anos de debates, a reforma tributária foi promulgada nesta semana pelo Congresso Nacional. O ponto mais comemorado da nova emenda à Constituição (EC 132) é o que unifica cinco tributos em um imposto sobre valor agregado (IVA), ficando uma parte com o governo federal e a outra com estados e municípios. Essa simplificação deve baratear a produção, estimular o investimento e o consumo e alavancar o emprego.

Embora menos comentada, existe outra novidade determinada pela reforma tributária que vai beneficiar diretamente cada brasileiro: a isenção de todos os impostos incidentes sobre os alimentos que compõem a cesta básica, tornando-os mais baratos.

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Atualmente, só os tributos federais são zerados. Não há isenção para os estaduais e municipais, mas apenas alíquotas reduzidas, que valem para alguns dos alimentos da cesta básica. As regras, além disso, variam conforme o estado e a cidade.

Por cesta básica, entenda-se não apenas aquele pacote fechado que o poder público distribui à população pobre em ações emergenciais de socorro e programas de assistência social, mas também os alimentos essenciais do dia a dia que pessoas de todos os níveis sociais compram no supermercado, como o arroz, o feijão, a carne, o pão e o leite.

Especialistas ouvidos pela Agência Senado afirmam que a inclusão da cesta básica na Constituição federal é uma medida histórica, pois ajudará no combate à fome no Brasil.

O economista Arnoldo de Campos, que é integrante do Instituto Fome Zero e foi secretário nacional de Segurança Alimentar e Nutricional de 2013 a 2016, diz:

— O Brasil havia saído do Mapa da Fome da ONU em 2014, mas voltou em 2021. É inadmissível que o país, um dos maiores produtores de alimentos do planeta, não consiga garantir a todos um direito tão fundamental quanto a alimentação. Nesta realidade de grandes desigualdades sociais, o dinheiro é um fator determinante para o consumo. Quando o preço dos alimentos da cesta básica baixar, o acesso à comida vai aumentar e a fome vai diminuir significativamente.

Atualmente, 33 milhões de brasileiros passam fome (fazem no máximo uma refeição por dia), segundo a Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional. O número equivale às populações de Minas Gerais e do Paraná somadas. Uma década atrás, às vésperas de o país sair do Mapa da Fome, 7 milhões de brasileiros passavam fome.

Quando se somam outros problemas à fome, como a necessidade de diminuir a quantidade e a qualidade dos alimentos consumidos por causa da falta de dinheiro, o Brasil contabiliza 125 milhões de pessoas vivendo em algum nível de insegurança alimentar — praticamente 60% da população nacional.

De acordo com o IBGE, as famílias mais ricas destinam à alimentação 7,5% de sua renda. No caso das mais pobres, o peso da comida no orçamento doméstico salta para aproximadamente 25%, o que prejudica o consumo.

Campos afirma que o barateamento dos alimentos tem o poder melhorar de todo o ambiente econômico do país:

— O Brasil tem hoje uma das taxas de juros mais altas do mundo, que consome bilhões de reais em juros da dívida pública todos os anos. A justificativa para essa taxa alta é a inflação fora da meta. Nos últimos 15 anos, a inflação dos alimentos foi a principal responsável por a inflação geral não ter ficado dentro da meta. Cuidar do preço dos alimentos é essencial não só para o bolso das famílias, mas também para o equilíbrio das contas públicas, que custeiam as políticas de saúde, educação e segurança, por exemplo.

Agora que a cesta básica foi incluída na Constituição por meio da reforma tributária, o próximo passo será aprovar a lei complementar com a definição da lista de alimentos que farão parte dela. Os debates ocorrerão no Congresso Nacional. Campos explica:

— Da mesma forma que o sistema tributário que agora será reformado, a cesta básica no Brasil também é uma confusão. A cesta não é igual no país todo. Existem produtos que são nacionais, mas cada estado pode acrescentar à cesta local os itens que bem desejar. Assim, certos estados incluem alimentos de péssima qualidade nutricional, como macarrão instantâneo, embutidos, enlatados, nuggets. Havendo uma definição detalhada da cesta básica, alimentos como esses deixarão de ganhar incentivos tributários.

Ele continua:

— O que precisa de atenção são os alimentos saudáveis, já que são eles que ficam incessantemente mais caros. Nunca se ouviu falar de inflação do salgadinho ou do macarrão instantâneo.

O economista do Instituto Fome Zero afirma que a definição da cesta básica nacional terá o poder de influenciar diversas políticas públicas federais, estaduais e municipais:

— As políticas de crédito rural dos bancos oficiais, por exemplo, serão obrigadas a levar em conta os produtos da cesta básica. Hoje, mais de 50% do crédito vai para a soja, uma commodity de exportação. O feijão, que faz parte da cesta básica, não recebe nem 1%. Por falta de incentivo financeiro, a tecnologia para a produção de alimentos desse tipo no Brasil, incluindo sementes, insumos e equipamentos, ainda está na Idade da Pedra. Enquanto o agroexportador tem mil créditos e isenções, o produtor para o mercado nacional de alimentos está desassistido. Isso, felizmente, deve mudar.

Segundo ele, a fome é um problema histórico que só começou a ser enfrentado de forma mais ampla nos governos de Fernando Henrique Cardoso, a partir de 1995, e ganhou prioridade no primeiro governo de Luiz Inácio da Silva, a partir de 2003. Campos diz:

— Nos últimos anos, porém, houve um desmonte de muitas dessas políticas. A Secretaria Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional deixou de existir. Vários projetos foram enfraquecidos. O Programa de Aquisição de Alimentos [PAA], por exemplo, que já teve orçamento de R$ 1 bilhão, recebeu apenas R$ 30 milhões no ano passado. Ele praticamente acabou. Só agora a secretaria e o PAA foram resgatados.

Na avaliação da diretora-executiva da organização não governamental ACT Promoção da Saúde, Paula Johns, a fome persiste porque se trata de um projeto político histórico:

— Primeiro, porque não falta comida. Ao contrário, existe tanta comida no Brasil que chega a haver desperdício. Depois, porque temos toda a expertise necessária para acabar com a fome, já que conseguimos sair do Mapa da Fome uma vez. Apesar disso, o Estado não tem agido. Prefere subsidiar a soja, que é exportada para a produção de ração e alimentos ultraprocessados. Quando convivemos com a fome, a soja não resolve. Ninguém come soja cozida no almoço. Não se trata de uma avaliação ideológica. Basta olhar os números. Neste país, quem consegue puxar as leis e as políticas para atender aos seus próprios interesses são os grupos econômicos mais fortes e poderosos.

Ela explica que a pandemia de coronavírus, iniciada em 2020, contribuiu com o crescimento da fome no Brasil, mas não é suficiente para explicar todo o problema:

— À medida que as políticas públicas foram cortadas, o problema disparou e o Brasil voltou rapidamente para o Mapa da Fome.

O termo “cesta básica” começou a ser usado no Brasil no fim dos anos 1970. Na prática, ela existe desde 1938, mas sem um nome específico, criada por um decreto do presidente Getúlio Vargas que estabeleceu 13 diferentes alimentos que o salário mínimo deveria cobrir para o sustento e o bem-estar de um trabalhador braçal. No caso do feijão, por exemplo, eram 4,5 quilos mensais. No caso da banana, 90 unidades. O decreto de Vargas orienta a cesta básica brasileira até hoje.

Johns afirma:

— Muita coisa mudou nestes 85 anos. A população não é mais a mesma, e o conhecimento sobre a alimentação saudável também não. As discussões no Congresso sobre a lei complementar que determinará a composição da cesta básica nacional serão uma oportunidade excelente para que toda a sociedade se manifeste e exija que a lista esteja alinhada com as diretrizes do Guia Alimentar para a População Brasileira, do Ministério da Saúde.

A má alimentação, incluindo o consumo exagerado de produtos ultraprocessados, provoca males que podem levar à morte, como obesidade, hipertensão e diabetes. Segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), o risco de obesidade em crianças e adolescentes é três vezes maior em domicílios com insegurança alimentar do que naqueles com segurança alimentar.

A diretora-executiva da ACT Promoção da Saúde prossegue:

— As pessoas que têm renda mais elevada também serão afetadas pela modernização da cesta básica e, portanto, precisam pressionar o Congresso nos debates da regulamentação. Não é do interesse da sociedade que a salsicha e o refrigerante continuem chegando à nossa mesa pagando menos imposto do que a abóbora orgânica. Trata-se de uma distorção gravíssima que agora temos a chance de reverter.

Nesse sentido, a reforma tributária recém-promulgada pelos senadores e deputados federais estabelece que a nova cesta básica nacional precisará garantir “a alimentação saudável e nutricionalmente adequada”.

As cestas básicas distribuídas à população carente pelo poder público também terão que obedecer às novas diretrizes.

Sebastião José de Araújo/Embrapa

A coordenadora de Políticas Públicas da ONG Pacto contra a Fome, Rafaela Vieira, aponta como outro ponto inovador da nova emenda constitucional o que exige que a cesta básica considere “a diversidade regional e cultural da alimentação do país”. Ela diz:

— Não faz sentido que os alimentos entregues às comunidades afetadas pela seca na Amazônia sejam exatamente iguais aos distribuídos entre as vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul. Quando a cesta básica ganha flexibilidade para conter alimentos da cultura local, ela não só fortalece a segurança alimentar e a saúde da população, mas também ajuda na sobrevivência das tradições e na valorização da produção local, o que contribui com a geração de emprego e renda nas comunidades.

Desde 2010, a Constituição estabelece a alimentação como direito de todos os brasileiros. Vieira afirma que a colaboração dos indivíduos e das organizações da sociedade no combate à fome é importante, mas ressalva que somente o Estado consegue enfrentar de forma estrutural esse problema, que tem múltiplas causas.

— O sociólogo Betinho já dizia que “quem tem fome tem pressa”. Por isso, as ações individuais e da sociedade, como a arrecadação e a distribuição de alimentos, são necessárias. O Estado, porém, consegue olhar o problema de forma sistêmica e atacar outras causas e raízes, por meio da educação, do combate ao desemprego, de programas de transferência de renda e da política de valorização do salário mínimo, por exemplo. Foi graças às políticas públicas que o Brasil saiu do Mapa da Fome da ONU em 2014 — explica a coordenadora do Pacto contra a Fome.

Vieira destaca que as políticas precisam ser desenhadas considerando que a fome atinge com mais força as famílias negras e as chefiadas por mulheres.

Marcelo Camargo/Agência Brasil

Originalmente, a reforma tributária em análise no Congresso Nacional não tratava especificamente da cesta básica. Havia, inclusive, o temor de que a mudança nas regras dos impostos acabasse encarecendo os alimentos.

A cesta básica só entrou na proposta de emenda constitucional graças à mobilização e à pressão de organizações como o Pacto contra a Fome, o Instituto Fome Zero, o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) e a Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional, que procuraram o Ministério do Desenvolvimento Agrário, e os dois relatores da reforma tributária no Congresso — o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) e o senador Eduardo Braga (MDB-AM).

Em outra frente, a reforma tributária deve estimular a alimentação saudável por meio do imposto seletivo — informalmente chamado de imposto do pecado. Incidirão tributos mais altos sobre produtos que causam danos à saúde e ao meio ambiente e contribuem com as mudanças climáticas. Da mesma forma que a composição da cesta básica, esse dispositivo também precisa ser regulamentado pelo Congresso por meio de lei complementar.

— O Brasil finalmente conseguiu aprovar a reforma tributária e determinar a atualização da cesta básica. Agora essa janela de oportunidade que se abre com as discussões da regulamentação de reforma tributária precisa ser aproveitada pelo governo, pela academia, pelas instituições de pesquisa e pela sociedade para pôr fim a esse nosso desafio moral que é a fome.

*Da Agência Senado

Realizada no período de  25 a 29 de setembro, a pesquisa da cesta básica feita, mensalmente, pelo Procon Pernambuco registrou uma queda de 3,29% em relação à pesquisa de agosto. A cesta básica passou de R$ 655,05 para R$ 633,53, gerando o menor impacto do ano, sob o salário mínimo do consumidor pernambucano, de 47,99%.

Apesar da queda, a pesquisa identificou algumas variações de preços nos produtos da cesta básica que, em algumas situações, ultrapassam 400%. É o caso do papel higiênico com quatro rolos de 30m, que foi encontrado por R$ 1,99, no seu menor preço, e por R$ 9,98, no maior preço, gerando uma diferença de 401,51%. Já nos itens de limpeza também foram encontradas variações significativas como o sabão em pó de 500g que, em um local, foi encontrado por R$ 1,39 e, no outro, por R$ 5,49, configurando uma diferença percentual de 294,96%.

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Nos itens de alimentação a variação entre os preços ultrapassam o percentual de 200% de um local para o outro. Um dos produtos que chamou a atenção foi a salsicha avulsa, que em um local foi o quilo foi encontrada por R$ 5,99 e, em outro, por R$ 19,99, configurando uma diferença de 233,72%. O quilo da farinha de mandioca torrada também apresentou uma diferença percentual que chamou a atenção, com a variação de 181,69%, podendo ser encontrado por R$ 4,15 num local e, por R$ 11,69, em outro. A cebola, ficou em terceiro lugar  no ranking da maior variação de preço, chegando o quilo a custar R$ 2,69 a R$ 6,99, com a diferença percentual de 159,85%.

O Procon-PE pesquisou um total de 27 itens, sendo 19 itens de alimentação, 4 itens de limpeza doméstica e quatro itens de higiene pessoal, abrangendo 24 estabelecimentos localizados na Região Metropolitana do Recife. A pesquisa completa está disponível no site do Procon-PE: www.procon.pe.gov.br.

*Da assessoria 

O Procon-PE divulgou, nesta terça-feira (5), a pesquisa de preço da cesta básica na Região Metropolitana do Recife (RMR) referente ao mês de agosto, feita entre os dias 21 e 25. Em comparação com o mês de julho, houve uma redução total de 0,86%, passando de R$ 660,76 para R$ 655,05, uma diferença absoluta de R$ 5,71, para o bolso do consumidor. Julho, por sua vez, apresentava um aumento de 0,70% em relação ao mês de junho. 

Segundo o órgão, o produto da cesta que apresentou maior redução na variação foi o quilo do arroz, que foi encontrado pelo menor preço de R$ 3,79 e pelo maior preço de R$ 5,67, tendo uma variação percentual de 49,60%. Em segundo lugar, o açúcar cristal chamou a atenção na queda do preço, com uma variação percentual de 53,10%, podendo ser encontrado por R$3,39, no seu menor preço, até R$5,19, no seu maior preço. Já em terceiro lugar no ranking de redução, está o café em pó, com variação percentual de 55,09%, podendo ser encontrado por R$ 5,99, menor preço, e por R$ 9,29, maior preço. O produto chegou a essa colocação no hanking de redução de preço devido ao aumento da safra e da produção em 2023, além da ampliação sazonal da oferta nos meses de junho e julho, assim como o tempo seco tem favorecido o desempenho das atividades no campo, no sudeste do Brasil.  

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Entre os produtos que apresentaram o maior percentual de variação de preços, em agosto, foi o quilo da farinha de mandioca, chegando a 241,46%, podendo ser encontrada por R$ 4,39, no seu menor preço, e por R$ 14,99, no seu maior preço. Em segundo lugar, o produto que chamou atenção foi a salsicha avulsa, com uma variação percentual de R$ 213,30%, podendo ser encontrado por R$ 6,99, no menor preço, e por R$ 21,90, no seu maior preço. E, por fim, em terceiro lugar, aparece a batata inglesa com uma variação percentual de R$ 187,97%. Podendo ser encontrado por R$ 3,99, no seu menor preço, e por R$ 11,49, no seu maior preço.  

Produtos de higiene pessoal e limpeza 

Já os produtos de higiene pessoal, o papel higiênico com 4 unidades continua liderando o ranking de aumento, com a diferença de 326,73%, onde foi encontrado o menor preço de R$ 1,99, e por R$ R$ 8,49 com maior preço.  

Nos itens de limpeza doméstica, o sabão em pó de 500 gramas ficou em destaque com a maior variação, com uma diferença percentual de 310,08%, onde foi encontrado por R$ 1,29 a R$ 5,29, em diferentes locais. Outro item de limpeza pesquisado, foi a lã de aço que teve destaque por ter uma variação percentual de 157,03%, sendo encontrado por R$ 1,28, no seu menor preço, e por R$ 3,29, no seu maior preço.  

O Procon-PE pesquisou um total de 27 itens, abrangendo 24 estabelecimentos localizados no Recife e na RMR, nos municípios de Camaragibe, Jaboatão dos Guararapes, Olinda e Paulista. A pesquisa está disponível no site do Procon-PE.

*Com informações da assessoria

 

Uma cesta básica com itens para uma família de quatro pessoas custou R$ 660,76, em média, no mês de julho, no Grande Recife. O valor tem uma impressão de 50% sobre o salário mínimo, atualmente em R$ 1.320. A informação é do Procon Pernambuco, que acaba de divulgar sua pesquisa mensal. O aumento da cesta no último mês em comparação ao mês de junho é de 0,70% ou R$ 4,59 (antes, custava R$ 656,17). 

Entre os produtos pesquisados, o que apresentou o maior percentual de variação de preços foi a salsicha avulsa, chegando a 295,83%. O item foi encontrado por valores entre R$ 6,63 e R$ 26,25. Em segundo lugar está a farinha de mandioca, com uma variação percentual de 153,67%, podendo ser encontrada por R$ 4,49, no menor preço, e por R$ 11,39, no maior preço. 

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Já em terceiro lugar, aparece o macarrão espaguete, com uma variação percentual de R$ 136,87%. Algumas marcas de macarrão diminuíram a quantidade do produto, passando de 500 gramas para 400 gramas o pacote. O item pode ser encontrado por R$ 1,98, menor preço, e por R$ 4,69, maior preço. O Procon orienta que o consumidor esteja alerta às informações na embalagem dos produtos.  

Os produtos com o menor percentual de variação de preços foram o açúcar cristal com 59,35%, podendo ser encontrado por R$ 3,69, no menor preço, e no maior preço por R$ 5,88; a cebola (quilo), com uma variação de 59,54%, podendo ser encontrada por R$ 3,88, no seu menor preço, e por R$ 6,19, no seu maior preço; e a batata inglesa (quilo), podendo ser encontrada por R$4,99, no menor preço, e por R$7,99, no maior preço, tendo uma variação de 60,12% .      

Entre os produtos de higiene pessoal, o papel higiênico com quatro unidades continua liderando o ranking de aumento, com uma diferença percentual de 335,38%, sendo R$ 1,95, o menor preço, e R$ R$ 8,49 o maior preço. 

O Procon-PE pesquisou um total de 27 itens, abrangendo 24 estabelecimentos localizados no Recife e Região Metropolitana (Camaragibe, Jaboatão dos Guararapes, Olinda e Paulista). A pesquisa está disponível no site do Procon-PE no seguinte endereço: www.procon.pe.gov.br.

O Senado espera receber em agosto a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 45/2019, que trata da reforma tributária. A Câmara ainda não enviou a proposta, que foi aprovada pelos deputados no dia 7 de julho, mas deverá fazê-lo após o recesso parlamentar, conforme anunciou o senador Eduardo Braga (MDB-AM).

Tanto ele quanto outros senadores já identificaram pontos no texto aprovado pelos deputados que podem ser alterados na tramitação no Senado, principalmente aqueles introduzidos no final da tramitação na Câmara (leia mais abaixo).

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Braga foi designado relator na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. O presidente espera que o texto seja votado até outubro e promulgado ainda em 2023. 

— Estimamos um prazo de dois ou três meses para o amadurecimento de todos os pontos [da reforma]. O Congresso deve uma reforma tributária ao Brasil, tenho muita convicção de que a entregaremos ainda esse ano — disse Pacheco.

O tema da reforma tributária tem sido discutido no Congresso Nacional há três décadas, mas nunca foi aprovada uma modificação sistemática. Em seu perfil no Twitter, Pacheco defendeu que o Brasil tenha, o mais rápido possível, um modelo tributário simplificado e moderno. Esses são os objetivos principais da PEC, que transformará cinco tributos (ICMS, ISS, IPI, PIS e Cofins) em três: o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e o Imposto Seletivo. Cada novo tributo terá um período de transição.

Próximos passos

A CCJ será a única comissão em que a PEC passará antes de ser analisada em Plenário. Segundo Eduardo Braga, o plano de trabalho deverá ser apresentado em agosto e terá destaque para conflitos sobre a autonomia dos estados e municípios. 

—  [A possibilidade de os estados criarem novos tributos] será um dos pontos que terá ênfase no plano de trabalho. Teremos reuniões com as diversas instâncias federativas. Acho que a Câmara discutiu muitos conceitos, [mas] nós queremos quantificar esse modelo e verificar seus impactos. Apenas com os resultados desses modelos sendo rodados a gente poderá ter ideia [se aumentará carga tributária ou não]. Mas uma coisa eu posso dizer: não vejo espaço para aumento de carga tributária no país — disse Braga em entrevista coletiva, rechaçando a possibilidade de a reforma ser fatiada para uma aprovação rápida. 

Após a tramitação oficial do texto, o relator terá 15 dias úteis para elaborar seu relatório e a CCJ terá 30 dias úteis para emitir parecer.  O presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO), disse que o colegiado contribuirá para os debates com até três audiências públicas por semana.

— Vamos instruir um grupo de trabalho para fazer audiências públicas ouvindo os setores [da economia], o governo e as prefeituras para colaborar com o relator, que também fará parte do grupo. Tão logo voltar do recesso, a gente vai começar a marcar essas audiências públicas, podendo ser duas ou três por semana, devido à urgência. Tem diversos pontos em que há polêmica e que com certeza devem ser alterados — afirmou Vanderlan. 

Apesar de a versão original da PEC ter sido apresentada em 2019 na Câmara, o texto atual foi resultado de negociações que a mesclaram com a PEC 110/2019, apresentada primeiramente pelo senador Davi Alcolumbre (União-AP), atual presidente da CCJ. Outra proposta apresentada no Senado é a PEC 46/2022, do senador Oriovisto Guimarães (Podemos-PR). Ela é apoiada por alguns críticos da reforma em discussão, como o senador Luis Carlos Heinze (PP-RS). 

Para ser aprovada a mudança na Constituição, é necessário o apoio de três quintos dos 81 senadores em uma primeira votação. Depois, é preciso aguardar cinco dias ou cinco sessões para fazer uma segunda deliberação, que também deverá ter três quintos de votos favoráveis. É preciso total concordância entre as Casas, de modo que as alterações no Senado retornam para a Câmara. Aprovada, a emenda é promulgada pelas Mesas das duas Casas em sessão solene do Congresso Nacional.

Por se tratar de Emenda Constitucional, não há participação ou necessidade de sanção pelo presidente da República. Caso a PEC da reforma tributária seja aprovada e promulgada, o governo deverá enviar ao Congresso, em 180 dias, uma segunda reforma: um projeto de lei de reforma sobre o Imposto de Renda. 

Possíveis mudanças

As principais críticas dos senadores recaem sobre dispositivos modificados de última hora na Câmara. O relator Eduardo Braga já se pronunciou contrariamente à possibilidade de estados criarem novo tributo para produtos primários e semielaborados. 

“Vão merecer nossa atenção alguns dos artigos incluídos de última hora (...) [como] o artigo 20, pelo qual os estados poderão criar uma nova contribuição para as atividades de agropecuária, mineração e petróleo. Esse novo tributo parece estranho, já que um dos fundamentos da reforma é a simplificação tributária”, escreveu Braga em seu perfil no Twitter. 

O artigo foi incluído para atender governadores do Centro-Oeste, cujos estados temem perder arrecadação. Com a novidade da tributação no local de consumo, esses estados, que são grandes produtores do setor primário, poderiam ter queda no recolhimento de tributos. 

A transição para o IBS também impactará a arrecadação dos estados que concedem benefícios fiscais no ICMS, em troca de aportes feitos pelas empresas beneficiadas em fundos governamentais de compensação, para investimentos e habitação. A possibilidade de tributar com uma nova contribuição seria para compensar essas perdas de arrecadação. 

O senador Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo na Casa, espera que volte a constar na reforma a prorrogação de benefícios fiscais do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), que será extinto, para plantas automobilísticas nas Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste até dezembro de 2032. Essa previsão também foi retirada na Câmara na votação do dia 7 de julho. Para o senador Angelo Coronel (PSD-BA), benefícios fiscais são vitais para a indústria de sua região. 

— Qual empresa grande vai se instalar no Nordeste se não houver o incentivo fiscal dado pelos governos? — questionou o senador em entrevista à TV Senado. 

Regimes diferenciados

Para o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), líder do governo no Congresso Nacional, o Senado poderá diminuir a quantidade de setores que se beneficiam de isenções ou alíquotas menores. Segundo Randolfe, muitas isenções aumentarão a alíquota dos novos tributos para os demais setores, para compensar a perda em arrecadação. 

 — Quanto mais isenções, maior a alíquota será. O Senado vai ter que cumprir esse papel de tentar ajustar ou reduzir o número de isenções para poder reduzir, ao fim, o percentual da alíquota. Esse é o desafio — disse o senador.  O texto da PEC inclui serviços de hotelaria, parques de diversão e parques temáticos nos regimes especiais de tributação, em que há aplicação de alíquotas diferenciadas em razão da natureza da atividade, mas não necessariamente menores. É o que ocorre com bancos e seguros, por exemplo.

Já setores como educação, saúde e medicamentos devem possuir regimes que poderão ter diminuição das alíquotas da CBS e do IBS, juntas, de 60% a 100% (ou seja, imposto zerado). Uma lei complementar definirá que tipos de serviços ou de bens desses setores serão beneficiados e as formas de compensar a arrecadação governamental. Também serão contemplados ramos da cultura, de produtos agropecuários, de transporte coletivo de passageiros e de alimentos.

Tributos estaduais e municipais

O IBS, que será disciplinado por lei complementar, substituirá definitivamente o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) nos estados e o Imposto sobre Serviços (ISS) em 2033. Como os valores arrecadados em IBS serão agregados nacionalmente, haverá um conselho federativo que irá gerir esses recursos e distribuir os valores entre os entes federativos. O conselho terá 27 representantes estaduais (um para cada estado e o Distrito Federal) e 27 dos municípios e do DF.

  A nova dinâmica difere das regras atuais, em que cada estado e cada município gere com autonomia seus impostos. Por essa razão, a instituição do conselho recebe críticas de senadores da oposição, como Hamilton Mourão (Republicanos-RS), para quem o modelo “rompe o pacto federativo”.

O senador Rogerio Marinho (PL-RN) considera que a figura do conselho federativo não é oportuna e que o texto precisa de mais tempo para debate.  — O projeto de fato foi apresentado 10 minutos antes do [início da sessão do] Plenário da Câmara. Não tenho dúvida que a grande maioria dos parlamentares votou sem conhecer as minúcias e os impactos [do texto]. O governo sequer teve a preocupação de acompanhar essa discussão, todas as concessões que foram feitas não passaram pelo crivo da Receita Federal, do Ministério da Fazenda… Há necessidade enorme que o Senado se debruce para verificar as incongruências. Defendemos a descentralização dos recursos, [e] a criação desse conselho que concentra os recursos no governo federal para depois distribuir [os impostos arrecadados] para estados e municípios vai na contramão do que entendemos como adequado — apontou Marinho.

Durante o período de transição entre a implementação do IBS e extinção do ICMS e ISS, que durará de 2029 a 2034, 90% do montante arrecadado será redistribuído pelo conselho entre os estados e municípios, respeitando a proporção média de receita arrecadada entre 2024 e 2028. A medida busca evitar a perda de arrecadação, apesar de ser inevitável que alguns entes arrecadem em quantidade maior ou menor com relação ao modelo atual.

As regras de distribuição do IBS entre os entes terão uma longa transição de 50 anos (de 2029 a 2078). Também caberá ao Conselho Federativo decidir sobre a gestão desses recursos.

Serão aprovadas as definições acordadas , simultaneamente, pela maioria absoluta dos representantes dos municípios e pela maioria absoluta dos representantes estaduais que, somados, correspondam a pelo menos a 60% da população brasileira 

Quanto à arrecadação dos contribuintes, o IBS terá período de transição de quatro anos (de 2029 a 2033), em que os entes cobrarão apenas partes do ICMS e o ISS, a cada ano menores. Concomitantemente, o IBS será cobrado progressivamente para compensar a diminuição desses impostos. O IBS terá uma alíquota de referência estipulada pelo Senado, mas cada ente definirá a sua. O contribuinte pagará a soma da alíquota estadual e da municipal.

Antes da transição, o IBS poderá ser testado com a alíquota de 0,1% a partir de 2026. Os contribuintes enquadrados nesse teste poderão ser compensados com valores menores no PIS ou Cofins, ou de outra forma que lei complementar definir. 

Tributos federais

A CBS, que também terá regras dispostas em lei complementar, vigorará integralmente em 2027 e terá suas alíquotas fixadas pelo Senado. Mas em 2026 a União poderá aplicar alíquota de 0,9% como teste. Assim como o IBS, o contribuinte terá valores reduzidos do PIS e da Cofins, além de outras formas previstas em futura lei. 

Já o Imposto Seletivo poderá ser criado pelo governo por medida provisória assim que a PEC for aprovada, ainda em 2023. Sua função é tributar produtos e serviços nocivos ao meio ambiente e à saúde, como cigarros e bebidas alcoólicas. Essa função já é exercida em alguns setores pelo IPI, que terá alíquota zerada em 2027, mas só será extinto em 2033. Porém, enquanto o Imposto Seletivo e o IPI coexistirem, não poderá ocorrer a chamada bitributação, quando dois impostos incidem sobre o mesmo produto.   

Imposto sobre Valor Agregado

Um dos principais pontos na simplificação na reforma é a adoção do modelo de Imposto sobre Valor Agregado (IVA). A CBS e o IBS são formas de IVA, que tributa apenas as etapas do comércio que geram novo valor ao produto ou serviço, no entanto, sem incluir o tributo pago em uma operação anterior no cálculo do que será tributado na etapa seguinte. Por isso é chamada de não cumulativa. 

Da maneira que ocorre hoje, uma fábrica, para produzir um móvel, acaba comprando a madeira de um fornecedor por um preço que já tem embutido o valor que esse fornecedor pagou de imposto. Com o imóvel pronto, esse fabricante vende ao lojista por um preço que inclui os tributos pagos por ele. Ou seja, até chegar ao consumidor final do móvel, os tributos vão se acumulando na base de cálculo. É essa dinâmica que o IVA busca evitar. 

Outros pontos   

O relator, que representa o estado do Amazonas, defende no Senado a manutenção dos privilégios fiscais da Zona Franca de Manaus (ZFM). Segundo a PEC, até 2078 as empresas da região poderão contar com mecanismos para manter o diferencial competitivo nos mesmos níveis estabelecidos pela legislação dos tributos extintos pela reforma. 

Nesse sentido, um dos fundos criados na reforma é o Fundo de Sustentabilidade e Diversificação Econômica do Estado do Amazonas, que poderá suportar eventual perda de receita do estado. Será criado por lei complementar e terá recursos da União.  Também serão criados o Fundo de Desenvolvimento Regional, para financiar projetos de desenvolvimento em estados mais pobres, e o Fundo de Compensação de Benefícios Fiscais, para que empresas com promessas de benefícios fiscais de ICMS até 2032 possam receber esses valores. Esses fundos objetivam compensar os estados pelo fim da guerra fiscal (processo pelo qual os estados usam incentivos tributários para competir por investimentos).   

O texto prevê um sistema de devolução de imposto pago por pessoas de baixa renda, a ser regulado em lei complementar. Chamado de “cashback”, o mecanismo corrige distorções da economia, em que o consumidor acaba pagando impostos acumulados no preço final dos produtos. Essa tributação pesa mais sobre a renda dos mais pobres, por isso a ideia de devolução das taxas pagas. A cesta básica também será isenta dos novos tributos, mas uma lei complementar deverá definir os produtos que a comporão. 

Impostos subnacionais também são mencionados na PEC. O Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) cobrado pelas prefeituras poderá ser criado por decreto municipal, dispensando o aval dos vereadores. Já em relação ao Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), recolhido pelos estados, a PEC permite a aplicação de alíquotas diferenciadas em função do impacto ambiental do veículo. Embarcações e aeronaves, como iates e jatinhos, passarão a ser tributados. 

*Agência Senado

Com informações da Agência Câmara e Agência Brasil 

Cesta básica aponta redução no mês de maio, de acordo com pesquisa do Procon-PE  Pesquisa mostra, ainda, que o impacto sobre o novo salário mínimo foi de 49,91%   A pesquisa da cesta básica realizada no período de 17 a 23 de maio, por fiscais do Procon Pernambuco no Recife e na Região Metropolitana do Recife (RMR), registrou uma redução de 1,62% em comparação com o mês de abril.

O valor médio da cesta básica por família, com 4 pessoas, passou de R$ R$ 669,70, em abril, para R$ 658,82 no mês de maio, totalizando a diferença de R$10,80, com o impacto de 49,91% sobre o salário mínimo do consumidor. 

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Entre os produtos pesquisados, na área de alimentação, o que apresentou menor percentual de variação de preço foi o açúcar cristal com 35,60%, podendo ser encontrado com o menor preço de R$ 3,68 e o maior preço de R$ 4,99 em outro estabelecimento. Em segundo lugar, o produto com o menor aumento foi a margarina 250 gramas, com o percentual de 36,79%, sendo encontrada com menor preço de R$ 2,99 e o maior preço de R$ 4,09, em diferentes estabelecimentos. 

Também na área de alimentação, a salsicha avulsa por quilo foi a campeã com a maior variação de preço, 175,56%, sendo encontrada por R$ 7,98 em um estabelecimento, e por R$ 21,99 em outro. Em segundo lugar, ficou o quilo da cebola com um percentual de R$ 112,46%, podendo ser encontrado por R$ 3,29 e por R$ 6,99 em outro estabelecimento. A Carne bovina de segunda vem em terceiro lugar com uma diferença de 102,71%, sendo encontrada por R$ 19,19 em um estabelecimento e por R$ 38,90 em outro.

Nos itens de limpeza, o sabão em pó de 500 gramas ficou em destaque com a maior variação, com uma diferença percentual de 446,54%, onde foi encontrado por R$ 1,59 em um local e por R$ 8,69 em outro. Já os produtos de higiene pessoal, o papel higiênico, com quatro unidades, apresentou o maior percentual de aumento de 309,74%, onde foi encontrado por R$ 1,95, com menor preço, e por R$ R$ 7,99 com maior preço.

O Procon-PE pesquisou um total de 27 itens, abrangendo 24 estabelecimentos localizados no Recife e Região Metropolitana (Camaragibe, Jaboatão dos Guararapes, Olinda e Paulista). A pesquisa está disponível no site do Procon-PE no seguinte endereço: www.procon.pe.gov.br.

*Da assessoria 

O valor da cesta básica aumentou neste mês de março em comparação com o mês de fevereiro deste ano e passou de R$ 668,27 para 673,55, causando um impacto de 51,73% no salário mínimo. O aumento foi constatado pelo Procon-PE em uma pesquisa realizada no período de 20 a 24 de março, por fiscais do órgão na Região Metropolitana do Recife. 

Entre os produtos pesquisados, na área de alimentação, o quilo da salsicha avulsa foi o que teve maior variação de preço, 186,61%, sendo encontrado por R$ 7,99 num estabelecimento e R$ 22,90 em outro. O quilo da carne bovina de segunda vem em segundo lugar com uma diferença de 115,44%, o quilo estava por R$ 19,49 num local e R$ 41,99, em outro.

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Nos itens de limpeza, o sabão em pó apresentou maior variação, com uma diferença percentual de 251,57%, onde o pacote com 500g foi encontrado por R$ 1,59 até por R$ 5,59; já no quesito higiene pessoal, o papel higiênico, pacote com quatro unidades, foi encontrado com o menor preço de R$ 1,99 e o maior R$ 8,49, variando em 326,63.

O Procon-PE pesquisou um total de 27 itens, sendo 19 itens de alimentação, 4 itens de limpeza doméstica e 4 itens de higiene pessoal, abrangendo 24 estabelecimentos localizados na Região Metropolitana do Recife. 

Da assessoria 

O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, durante debate presidencial deste segundo turno, realizado no dia 16 de outubro, que os produtos da cesta básica do supermercado caíram em média 20% em setembro. No entanto, de acordo com dados do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que realiza pesquisa mensalmente da cesta básica, mostrou que as reduções mais significativas no valor da cesta básica ocorreram nas capitais do Norte e Nordeste, sendo de 3,03% no Recife.

A cesta básica contém quantidades balanceadas de proteínas, calorias, ferro, cálcio e fósforo e é composta por: carne, leite, feijão, arroz, farinha, batata, tomate, pão francês, café em pó, banana, açúcar, banha/óleo, queijo e manteiga.

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Em dezembro de 2018, segundo dados do Dieese, no mês anterior à posse do presidente Jair Bolsonaro (PL), um salário mínimo comprava 2,8 cestas básicas. Em janeiro, o valor foi para 2,86 cestas básicas. 

Contudo, no mês de janeiro dos meses seguintes, quando é realizado o reajuste do salário mínimo, ficou clara a perda do poder de compra. Em 2020, o salário mínimo era R$ 1.039,00, e a quantidade de cestas básicas compradas caiu para 2,62. Já em 2021, o salário mínimo reajustou para R$ 1.100,00, e a quantidade de cestas básicas no mês cedeu para 2,32. 

É importante observar que, em janeiro de 2022, com o salário mínimo reajustado para R$ 1.212,00, o poder de compra da cesta básica caiu para 2,23 e, em setembro deste mesmo ano, com o salário mínimo no mesmo valor, o poder de compra da cesta básica despencou para 2,09 num intervalo de nove meses, de acordo com dados apresentados pelo Dieese. 

Vale ressaltar que, entre janeiro de 2019 e setembro de 2022, houve um aumento de 70,3% na cesta básica no Recife, ou seja, ela aumentou R$ 231. Já com relação ao salário mínimo, o aumento neste mesmo período foi de 27%, ou seja, R$ 214. A relação de compra também sofreu um declínio de 11,63% em dezembro de 2018, em comparação a 10,87% em setembro de 2022.

Esta comparação com o reajuste do salário mínimo e o valor da cesta básica não dá pra ser direta, tendo em vista (também) a volatilidade do valor da cesta básica. A comparação serve para mostrar o impacto que a sociedade teve nestes anos.

O salário mínimo é definido na Constituição de 1988 como capaz de atender às necessidades vitais básicas do trabalhador, da família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que preservem o poder aquisitivo. 

O mestre e professor de economia, Tiago Monteiro, explicou a diferença entre o valor da cesta básica, que tem uma grande volatilidade por conta dos produtos que a compõem, e que o indicador inflacionário que faz a correção do salário mínimo é distinto. 

“Levando em consideração que teríamos o aumento do salário mínimo acumulado em quase 30% e esse aumento de mais de 70% da cesta básica, a gente vê o corroer do poder de compra do salário mínimo não só na cesta básica, mas também em diversos outros tipos de produto. Ao mesmo passo que, no médio prazo, a gente pode ver o salário mínimo sendo percentualmente acima de um aumento da cesta básica”.

Tiago ressaltou, ainda, que o valor da cesta básica vem caindo nos últimos três meses por conta do processo de deflação. “Neste caso, vamos ter todos os índices, que é o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), em termos de indicador oficial do País, caindo, e isso vai dar mais poder de compra para a população”. O professor e economista Ecio Costa completou que a perda no poder de compra é momentânea. “E a inflação vem cedendo nos últimos três meses e o indicador vem caindo”. 

Ecio afirmou, ainda, que o valor da cesta básica depende do preço das commodities agrícolas, que tem a precificação feita no mercado internacional. “Então, esse problema de aumento dos preços das commodities é internacional e está afetando todos os Países, inclusive o Brasil. Não teria como ficar de fora. A consequência disso é que os Países lá fora, assim como aqui, os bancos centrais estão elevando as taxas de juros para combater essa inflação e ter um retorno para um nível mais desejado”, explicou. 

O preço da cesta básica voltou a subir no Grande Recife e chega a impactar 55,07% no salário mínimo do consumidor. Na nova pesquisa do Procon Pernambuco, divulgada nesta quarta-feira (31), o aumento entre julho e agosto foi de 0,82%. No acumulado do ano (de janeiro a agosto), o aumento já é de 16,64%. A pesquisa foi realizada entre 22 e 25 de agosto, para 27 itens vendidos em 22 supermercados da região metropolitana, e está disponível em www.procon.pe.gov.br.  

De acordo com o levantamento, o item com maior variação de preço foi o fubá. O pacote com 500g registrou diferença de 210,87%, custando entre R$ 1,38 e R$ 4,29 em estabelecimentos diferentes. Em segundo lugar está a farinha de mandioca, que teve variação de 158,05% para o pacote com um quilo, que estava custando entre R$ 2,98 e R$ 7,69 a depender do local. 

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A salsicha também teve diferença significativa de preço: 153,36%. O quilo foi encontrado por R$ 7,89 e até por R$ 19,99 em locais diferentes. “Elaboramos esta pesquisa de forma sistemática, trazendo dados, informações e comparativos para que sejam utilizados como uma ferramenta que auxilie o consumidor na hora de economizar”, ressaltou o secretário de Justiça e Direitos Humanos, Cloves Benevides.  

Nos itens de limpeza, o sabão em pó é o mais caro, com uma diferença percentual de 211,32%. O pacote com 500g foi encontrado por R$ 1,59 até R$ 4,95; já nos itens de higiene pessoal, o papel higiênico, pacote com quatro unidades, teve a maior variação de preços, 285,71%. O menor valor registrado pelos fiscais foi R$ 1,89 e o maior R$ 7,29. 

 

 

O salário mínimo ideal para atender às necessidades de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 6.388,55 em julho, segundo a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O valor corresponde a 5,27 vezes o piso federal atual, de R$ 1.212.

A estimativa do Dieese é realizada mensalmente e indica qual é o rendimento mínimo necessário para que um trabalhador e sua família possam suprir as despesas do mês com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.

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A estimativa do valor ideal para julho tem como base os preços da cesta básica de São Paulo, com custo de R$ 760,45, a mais cara do mês entre as 17 capitais que são analisadas na pesquisa.

Segundo o Dieese, considerando o preço da cesta básica, o trabalhador que recebe um salário mínimo comprometeu em média 59,27% do seu rendimento líquido de julho para adquirir os produtos alimentícios básicos.

Preços e produtos

O Dieese indica também que o valor da cesta básica diminuiu em julho em 10 das 17 capitais nas quais a pesquisa é realizada, com as reduções mais expressivas ocorrendo em Natal (-3,96%), João Pessoa (-2,40%), Fortaleza (-2,37%) e São Paulo (-2,13%). As sete cidades que tiveram alta foram Vitória (1,14%), Salvador (0,98%), Brasília (0,80%), Recife (0,70%), Campo Grande (0,62%), Belo Horizonte (0,51%) e Belém (0,14%).

A cesta básica mais cara, como mencionado anteriormente, foi a de São Paulo (R$ 760,45), seguida por Florianópolis (R$ 753,73), Porto Alegre (R$ 752,84) e Rio de Janeiro (R$ 723,75).

Entre os produtos que tiveram aumento, o Dieese destaca o leite integral e a manteiga, com alta em todas as cidades pesquisadas. O motivo, segundo o Dieese, seria a extensão do período de entressafra, devido ao clima seco e à ausência de chuvas, somada ao aumento do custo de produção e à maior demanda pelo produto.

O pão francês também subiu em todas as cidades, exceto em Aracaju (-0,57%), enquanto a farinha de trigo, coletada no Centro-Sul, teve alta no preço em oito das 10 capitais onde é pesquisada. O Dieese aponta que, apesar da queda no mercado internacional, internamente as cotações do trigo e da farinha seguiram em alto patamar, consequência da baixa oferta e da taxa de câmbio desvalorizada.

A banana (prata e nanica/caturra) aumentou em 15 das 17 capitais e, em 12 meses, a fruta apresentou alta de até 70,24% em Belo Horizonte. A razão seria a menor oferta, diante de uma demanda firme dos consumidores.

Já entre os produtos que apresentaram redução, a batata teve queda em todas as cidades na região Centro-Sul, onde o produto é pesquisado, devido à normalização da oferta. Em 12 meses, porém, as cidades apresentaram aumento, como em São Paulo, onde a batata dobrou de preço.

O tomate também teve redução de preço em todas as capitais, com um aumento da oferta. E o preço do óleo de soja também teve queda em todas as cidades, exceto em Vitória (0,49%). Em 12 meses, porém, o produto subiu em todas as cidades, com percentuais que variaram entre 17,75%, em Belo Horizonte, e 62,24%, em Curitiba.

Para o Dieese, apesar de os preços internacionais da soja caírem, por conta da menor demanda dos EUA e da China, no Brasil, a menor demanda devido ao alto preço explica a redução no valor médio do produto.

Uma pesquisa feita pelo Procon Pernambuco de 27 a 30 de junho indicou o aumento do valor da cesta básica em algumas cidades do estado. Na Região Metropolitana do Recife (RMR) foi constatado um aumento de 1,11% no valor. Em maio, a cesta custava R$ 641,54, passando para R$ 648,64 neste mês.

Esse aumento impacta diretamente o salário mínimo do consumidor em 53,52%. Segundo o órgão, a cidade de Goiana, na Zona da Mata Norte, foi a que teve a cesta básica mais cara (R$ 658,97).

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Foram pesquisados os preços de 27 itens, sendo 19 de alimentação, quatro de limpeza doméstica e quatro de higiene pessoal. O levantamento verificou a diferenciação dos valores dos produtos. O fubá, por exemplo, pode ser encontrado por R$ 1,38 em determinado estabelecimento e em outro local por R$ 4,29, uma diferença de mais de 200%.

O preço do feijão foi o que mais aumentou em apenas um mês, saindo de R$ 5,99 em maio para R$ 7,89 em junho, o que representa um salto de 31,72%. O leite em pó é outro "vilão" da cesta básica. O produto custava R$ 5,48 e passou para R$ 5,79.

Apenas 10 itens apresentaram uma redução no preço: o quilo da cebola saiu de R$ 4,49 para R$ 3,89 (13,36%); e o óleo de soja que custava R$ 10,29 e passou para R$ 9,29 (9,72%).

Em comparação à pesquisa do Procon-PE realizada em junho de 2020, o aumento no preço é de R$ 196,75. Nessa mesma época, a cesta básica custava R$ 451,89, e impactava 43,24% do salário mínimo. A pesquisa é calculada com base em uma família de quatro pessoas, com dois adultos e duas crianças.

“Elaboramos esta pesquisa de forma sistemática, trazendo dados, informações e comparativos para que sejam utilizados como uma ferramenta que auxilie o consumidor a economizar”, ressalta o Gerente Geral do Procon-PE, Pedro Cavalcanti.

O custo da cesta básica de alimentos aumentou em junho em nove das 17 capitais onde o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) realiza a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos.

Entre maio e junho, as maiores altas ocorreram no Nordeste, nas cidades de Fortaleza (4,54%), Natal (4,33%) e João Pessoa (3,36%). Oito cidades apresentaram reduções, sendo que as mais expressivas foram registradas no Sul: Porto Alegre (-1,90%), Curitiba (-1,74%) e Florianópolis (-1,51%).

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Segundo a pesquisa, São Paulo foi a capital onde a cesta básica teve o maior custo (R$ 777,01), seguida por Florianópolis (R$ 760,41), Porto Alegre (R$ 754,19) e Rio de Janeiro (R$ 733,14). Nas cidades do Norte e Nordeste, onde a composição da cesta é diferente, os menores valores médios foram registrados em Aracaju (R$ 549,91), Salvador (R$ 580,82) e João Pessoa (R$ 586,73).

Na comparação com junho do ano passado todas as capitais pesquisadas tiveram alta de preço, com variações que oscilaram entre 13,34%, em Vitória, e 26,54%, em Recife.

A pesquisa indicou ainda que o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ser de R$ 6.527,67, ou 5,39 vezes o mínimo de R$ 1.212,00. Em maio, o valor necessário era de R$ 6.535,40, ou 5,39 vezes o piso mínimo. Em junho de 2021, o valor do mínimo necessário deveria ter sido de R$ 5.421,84, ou 4,93 vezes o mínimo vigente na época, de R$ 1.100,00.

Produtos

De acordo com a pesquisa, entre os produtos cujo preço aumentou em todas as capitais aparece o leite integral com as maiores altas em Belo Horizonte (23,09%), Porto Alegre (14,67%), Campo Grande (12,95%) e Rio de Janeiro (11,09%). No caso da manteiga, as maiores elevações ocorreram em Campo Grande (5,69%), Belém (5,38%) e Recife (3,23%).

Em 15 das 17 capitais o preço do quilo do pão francês subiu, com os maiores percentuais em Belém (10,29%), Salvador (3,36%) e Natal (3,21%). O preço da farinha de trigo, que é coletada no Centro-Sul, teve seu preço elevado em todas as capitais, com destaque para em Brasília (6,64%) e Vitória (5,49%).

O quilo do feijão carioquinha subiu em todas as cidades onde é pesquisado e teve variação entre entre 3,67%, em Belém e 13,74%, em Recife. O preço do quilo do café em pó cresceu em 13 capitais, com as principais altas em São Paulo (4,43%), Belém (3,31%) e Recife (3,31%).

No sentido contrário aparece a batata que apresentou queda de preço em todas as cidades, com as reduções mais expressivas em Campo Grande (-19,60%), Florianópolis (-16,31%) e Belo Horizonte (-14,72%).

O senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) rejeitou uma emenda para incluir os componentes da cesta básica no projeto do teto do ICMS sobre combustíveis, energia elétrica, telecomunicações e transporte coletivo. O relator do projeto também descartou usar dividendos da Petrobras para compensar Estados pela perda de arrecadação com o tributo estadual.

A emenda para definir os componentes da cesta básica como itens essenciais havia sido apresentada pelo senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL). O projeto do teto do ICMS se baseia em uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que proibiu a aplicação de alíquota do tributo superior a 17% para bens e serviços essenciais.

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Já a emenda que previa o uso de dividendos da Petrobras para compensar de forma integral os Estados, durante quatro anos, pela perda de arrecadação, havia sido protocolada pelo senador Alexandre Silveira (PSD-MG).

Bezerra também rejeitou aumentar a cobertura do auxílio-gás de 50% para 100% do preço do botijão e instituir um "Benefício Combustível (BC)" para atenuar os custos da aquisição de combustíveis por motoristas profissionais autônomos e para famílias de baixa renda.

O senador Rogério Carvalho (PT-SE) apresentou no final de maio um projeto de lei que inclui, na cesta básica entregue no âmbito do Sistema de Segurança Alimentar e Nutricional (Sisan), a recarga de um botijão de gás liquefeito de petróleo (GLP) de 13 kg de uso doméstico (PL 1.384/2022).

De acordo com o projeto, quem for beneficiado com essa medida não pode ser atendido ao mesmo tempo pelo auxílio gás (previsto na Lei 14.237/2021) ou por programas estaduais de mesma natureza.

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Populações vulneráveis

Ao defender sua proposta, Rogério Carvalho ressalta que “o preço do gás de cozinha tem comprometido de forma significativa o orçamento familiar, que já vem pressionado em decorrência dos efeitos da pandemia do coronavírus. E, para as populações mais vulneráveis, não há como substituir o gás de cozinha no preparo dos alimentos, o que o torna essencial na complementação da cesta básica”.

O senador cita levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) que aponta que "o preço do botijão de gás pode chegar a R$ 160,00, o que representa mais de 10% do valor do salário mínimo vigente em 2022".

Rogério Carvalho também afirma que "a inclusão do refil do gás de cozinha na cesta básica ampliará o escopo dos programas e ações do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sisan), que tem por objetivo a promoção de uma alimentação adequada, suficiente e regular, especialmente para as comunidades vulneráveis".

*Da Agência Senado

O  Procon-PE divulgou, nesta terça-feira (3), a pesquisa referente ao valor da cesta básica em abril, e foi registrado um aumento em comparação ao mês de março. O levantamento foi feito no período de 25 a 29 de abril, na Região Metropolitana do Recife (RMR) e nos municípios de Goiana, Gravatá, Vitória de Santo Antão, Carpina e Palmares.

 Na RMR, a cesta passou de R$ 607,31 em março deste ano, para R$ 630,66 em abril, um aumento para o bolso de R$ 23,35. O impacto no salário mínimo do consumidor ficou em 52,03%.

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Alimentação

Para essa pesquisa, foram monitorados 27 itens, sendo 19 de alimentação, quatro de limpeza doméstica e quatro de higiene pessoal. Houve uma grande variação nos valores, segundo o Procon-PE.

Entre os itens da cesta, o que mais teve variação no valor foi a farinha de mandioca, que foi encontrada por R$ 2,99 em um local e R$ 8,39 em outro. Logo após vem a salsicha, com a variação de R$ 8,69 a R$ 22,50. Já o valor da cebola teve o menor preço registrado do quilo de R$ 4,28, e o maior, R$ 9,60. O feijão mulatinho variou de R$ 5,99 a R$ 9,99, uma diferença de 66,78%.

Produtos de limpeza

 Em relação à limpeza doméstica, o produto que registrou maior diferença foi o sabão em pó, que foi encontrado por R$ 1,39 em um local e R$ 5,69 em outro. Já no setor de higiene pessoal, o papel higiênico, pacote com quatro, teve a maior disparidade, 289,94%.

O preço da cesta básica aumentou em todas as capitais brasileiras em março, de acordo com a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, conduzida mensalmente pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). A instituição registrou as maiores altas no Rio de Janeiro (7,65%), Curitiba (7,46%) e São Paulo (6,36%).

Entre as 17 capitais acompanhadas pelo Dieese, a cesta básica mais cara foi observada em São Paulo, aos R$ 761,19. Este valor representa 67,90% do salário mínimo, de R$ 1.212,0, e indica que são necessárias 138 horas e 10 minutos de trabalho para que um trabalhador que receba o mínimo legal possa comprar o conjunto de itens.

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Com base nos números de São Paulo, a instituição calcula que o salário mínimo necessário para sustentar uma família de quatro pessoas seria de R$ 6.394,76, valor 5,28 vezes superior ao mínimo corrente. No mesmo mês de 2021, o salário mínimo necessário calculado pelo Dieese era de 5.315,74, 4,83 vezes o mínimo vigente à época (R$ 1.100).

Além de São Paulo, Rio e Curitiba, registram aumento nos preços da cesta básica em março Florianópolis (5,36%), Porto Alegre e Campo Grande (ambos em 5,51%), Brasília (5,02%), Belo Horizonte (4,28%), Fortaleza (4,17%), Goiânia (3,49%), João Pessoa (3,37%), Vitória (3,28%), Natal (3,25%), Recife (2,25%), Belém (1,29%), Aracaju (1,58%) e Salvador (1,46%).

Itens

A pesquisa do Dieese apurou aumento do feijão, óleo de soja e do pão francês em todas as capitais pesquisadas em março.

A variação de preços do óleo de soja oscilou entre 2,81%, em Belém, e 15,89%, em Salvador. Enquanto isso, a alta do pão francês atingiu 6,63% em Aracaju e 6,36% em Goiânia, segundo a instituição.

"O preço do quilo do pão francês aumentou em todas as cidades, em consequência da redução da oferta de trigo no mercado externo, uma vez que Rússia e Ucrânia estão entre os maiores produtores mundiais do grão", diz o texto do Dieese.

Sobre o óleo de soja, a instituição destaca que os aumentos do petróleo pressionam o item, por tornarem vantajosa a produção de biocombustíveis.

O Procon Pernambuco (Procon-PE) divulgou nesta quarta-feira (9) uma pesquisa sobre a cesta básica na Região Metropolitana do Recife (RMR) e nos municípios de Goiana, Gravatá, Vitória de Santo Antão, Carpina e Palmares com relação ao mês de fevereiro. Foi constatado um aumento no valor em comparação com o mês de janeiro de 2022.

Na RMR, por exemplo, a cesta passou de R$ 571,94, para R$ 586,61, em fevereiro deste ano, um aumento percentual de 2,56%. Esse resultado significa um impacto de  48,40% no salário mínimo do consumidor. Em comparação com outras cidades,  a cesta da RMR foi a que teve o maior aumento. 

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A pesquisa monitorou o preço de 27 itens, sendo 19 de alimentação, quatro de limpeza doméstica e quatro de higiene pessoal. Os fiscais do órgão passaram por 74 estabelecimentos, onde são comparados os valores, considerando as diferenças entre os estabelecimentos pesquisados e os maiores e menores preços encontrados. O órgão destaca também o comparativo dos preços por estabelecimentos. Entre os itens que mais variaram está a salsicha, com uma diferença de 200% entre o menor e maior preço. O quilo foi encontrado por R$ 7,66 em um local e R$ 22,98 em outro.

Em segundo lugar, vem a farinha de mandioca, com aumento de 179,64% o quilo. De R$ 2,75 passou para R$ 7,69. Com relação ao mês anterior, no comparativo dos menores preços, o quilo do frango inteiro diminuiu 26,61%. De R$ 8,98 foi encontrado por R$ R$ 6,59. No item de higiene pessoal, a pasta de dente também baixou de um mês para outro, de R$ 1,36 para R$ 1,19. A pesquisa é calculada com base em uma família de quatro pessoas.

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Por volta das 8h30 desta quinta-feira (16), cerca de 250 de manifestantes entraram no supermercado Extra, na Rua Benfica, bairro da Madalena, Zona Oeste do Recife, para pedir cestas básicas. O estabelecimento permanece fechado e a Polícia Militar acompanha o ato. 

Sem aviso prévio, o protesto organizado pelo Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) denuncia o encarecimento de alimentos e a fome da população vulnerável. Cerca de 250 pessoas ainda estão dentro da loja e outras famílias ocupam a garagem do edifício.

A organização ainda especulava a chegada de um ônibus com mais 150 manifestantes para pressionar pela entrega dos itens para a ceia de Natal. O grupo pede 250 cestas básicas e garante que não vai deixar o local sem os alimentos. 

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De acordo com a Polícia Militar, o tumulto chegou a interromper o funcionamento dos caixas. Diante do atendimento comprometido, a Administração fechou a loja para a entrada de novos clientes.

Integrantes do MLB informaram que o supermercado negociou 400 cestas básicas, mas apontou que assinaria o documento às 17h se o grupo deixasse a área de atendimento. Os manifestantes se recusam a deixar o local e aguardam por uma posição definitiva do Extra.

Conforme apurado pelo LeiaJá, o Extra não irá se pronunciar sobre o protesto e não comentou se vai atender ao pedido. A restrição de acesso teria partido da assessoria nacional e a gestão já recebeu um ofício com a reinvidicações.  

Com informações de Vitória Silva

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