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Antes que a sanção dos EUA sobre as vendas para a China entre em vigor em setembro, empresas chinesas correram para adquirir as Unidades de Processamentos Gráficos (GPUs) da Nvidia e a rede social como um recurso alternativo 

 A proibição dos Estados Unidos de que marcas locais como a Nvidia vendam para a China já causou efeito. Antes que entre em vigor em setembro, as empresas chinesas correram para adquirir as Unidades de Processamentos Gráficos (GPUs) da Nvidia. Como recurso alternativo, o TikTok gastou US$1 bilhão em chips de alto desempenho para IA. Além da Byte DanceTencent, Baidu e Alibaba também correram atrás dos produtos da computação de alto desempenho da Nvidia.  

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A dona do TikTok, Byte Dance, já gastou o que todo o mercado chinês consumiu da Nvidia no ano passado. Todo o dinheiro gasto pela Byte Dance equivale a 100 mil unidades de chips da Nvidia, com cada um custando cerca de US$10 mil. O valor pago equivale ao que todo o mercado chinês consumiu da mesma marca em 2022. As quantidades compradas pelas gigantes de tecnologia da China são grandes que nem a cadeia de distribuidores do país consegue dar conta. Os dados foram divulgados pela publicação chinesa Jitwei 

Essa corrida comercial ocorre porque o governo dos Estados Unidos determinou que a Nvidia parasse de vender os HCP para a China. A fabricante, por sua vez, reclamou das sanções, pois poderia perder US$400 milhões anualmente e prejudicar o desenvolvimento do chip H100. As companhias orientais buscam um espaço no mercado de inteligência artificial, que deve levar US$4,4 trilhões de dólares à economia global. Há ainda questões políticas, incluindo não ficar atrás do mercado ocidental.

 

O chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Antony Blinken, pediu nesta quarta-feira (14) ao ministro das Relações Exteriores da China, Qin Gang, que as linhas de comunicação permaneçam abertas, antes de um encontro no fim de semana em Pequim.

Os diplomatas das duas potências conversaram por telefone e, segundo Blinken, abordaram "os esforços para manter os canais de comunicação abertos", embora a China insista que os dois países enfrentam dificuldades crescentes.

Qin Gang afirmou a Blinken que "desde o começo do ano, as relações China-EUA enfrentam novas dificuldades e desafios. Está claro quem é o responsável", afirma o resumo da conversa divulgado pelo ministério chinês das Relações Exteriores.

"A China sempre contemplou e administrou as relações China-EUA de acordo com os princípios de respeito mútuo, coexistência pacífica e cooperação ganha-ganha apresentados pelo presidente Xi Jinping", acrescentou.

O ministro "explicou a posição solene da China sobre Taiwan", principal ponto de divergência entre as duas potências, assim como sobre "outras preocupações essenciais" de Pequim, de acordo com o resumo.

A China considera Taiwan uma de suas províncias, que pretende recuperar inclusive pela força se necessário.

O porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, declarou em Washington que Blinken destacou "a importância de manter as linhas de comunicação abertas para administrar de maneira responsável a relação EUA-China e para evitar erros de cálculo e conflitos".

- Blinken na China -

A conversa entre os dois chefes da diplomacia aconteceu antes da visita de Blinken à China no próximo domingo (18).

A viagem é parte de uma estratégia estabelecida em novembro na Indonésia entre os presidentes dos dois países, Joe Biden e Xi Jinping, para evitar que a rivalidade entre as duas potências saia de controle.

A visita estava prevista para fevereiro, mas foi cancelada depois que o governo dos Estados Unidos detectou e derrubou o que denunciou como um balão chinês de vigilância que sobrevoava o território do país, acusação negada por Pequim.

Recentemente, no entanto, os dois países tentaram reduzir as tensões com uma série de encontros, incluindo uma reunião entre o conselheiro de Segurança Nacional de Biden, Jake Sullivan, e o diplomata chinês de alto escalão Wang Yi em Viena.

Os pontos de conflito entre as duas potências aumentaram nos últimos anos, em particular a respeito de Taiwan.

Além disso, a Casa Branca acusou na semana passada a China de operar há vários anos uma unidade de inteligência em Cuba, que foi reforçada em 2019 para aumentar sua presença na ilha caribenha.

Uma base em Cuba, a 150 quilômetros do extremo sul da Flórida, seria considerada por Washington um desafio direto ao território continental dos Estados Unidos.

Questionado sobre a base, o porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores, Wang Wenbin, afirmou que não tinha conhecimento da situação, mas criticou a política de Washington em relação a Cuba.

Ainda desfalcada, a seleção brasileira feminina de vôlei começou mal sua caminhada na Liga das Nações desta temporada. Nesta quarta-feira, o time comandado por José Roberto Guimarães fez duelo equilibrado com a boa equipe da China, mas acabou derrotado por 3 sets a 2, com parciais de 25/23, 22/25, 25/20, 20/25 e 15/12, na cidade de Nagoya, no Japão.

O time brasileiro se destacou no início do tie-break e sonhou com a vitória, mas perdeu rendimento na reta final do set decisivo e estreou com derrota no torneio. A equipe nacional volta à quadra nesta quinta, na mesma cidade japonesa, às 6h (de Brasília), para enfrentar a Holanda.

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Zé Roberto escalou a seleção com Macris, Julia Bergmann, Carolana, Kisy, Diana, Ana Cristina, além da líbero Natinha. No decorrer da partida, entraram Tainara e Naiane. Zé Roberto não pôde contar nesta quarta com Gabi, Thaísa e Rosamaria. O trio deve reforçar a equipe ao longo da competição.

O destaque brasileiro foi Kisy, responsável por 21 pontos. Julia Bergmann anotou 17 enquanto Ana Cristina, uma das mais festejadas da torcida, e Diana, registraram 16 pontos cada. A maior pontuadora da partida foi a chinesa Li Yingying, que somou praticamente um set inteiro sozinha, com 25 pontos.

O saldo final do confronto, contudo, pode ter avaliação positiva por parte da comissão técnica de Zé Roberto. O time perdeu na estreia, mas enfrentou uma das principais seleções do mundo com desfalques e pouco tempo de preparação em razão do calendário apertado das convocadas.

A delegação brasileira começou a treinar junta neste mês, em Saquarema, no Rio de Janeiro, enquanto as rivais iniciaram o trabalho de preparação em fevereiro. Mesmo assim, a seleção brasileira fez atuação consistente, principalmente no ataque, que era preocupação da equipe, e cometeu 28 erros ao longo dos cinco sets, contra 25 das chinesas.

Um dos destaques do time foi Ana Cristina, que mostrou a que veio nesta quarta. A jogadora havia protagonizado uma das decepções da temporada passada por pedir dispensa da seleção antes do Mundial, o que gerou lamento por parte de Zé Roberto. Sem a jogadora, o Brasil foi vice-campeão. Com seu reforço e de outras jogadoras da nova geração, o treinador agora espera dar um passo à frente na briga pelos títulos.

O CEO da Tesla, Elon Musk, conversou nesta quarta-feira (31) em Pequim com o ministro da Indústria da China, Jin Zhuanglong, sobre os veículos de nova geração e afirmou que deseja prosseguir desenvolvendo suas atividades no país.

Musk e Jin "trocaram opiniões sobre o desenvolvimento de veículos de energias novas e veículos inteligentes conectados", informou o ministério chinês da Indústria e Informação Tecnológica em um comunicado.

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Não foram revelados mais detalhes do encontro e os representantes da Tesla não responderam as perguntas da AFP sobre a agenda de Musk, que chegou a Pequim na terça-feira (30).

Esta é a primeira viagem do empresário à China em mais de três anos. O país, maior mercado mundial de veículos elétricos, é estratégico para a Tesla.

Na terça-feira, Musk declarou a Qin Gang, ministro chinês das Relações Exteriores, que a Tesla "deseja continuar desenvolvendo suas atividades na China", informaram fontes do ministério.

As vendas de carros elétricos e híbridos na China dobraram em 2022 e representam mais de 25% de todos os veículos vendidos, um nível recorde, segundo a Federação Chinesa de Fabricantes de Automóveis (CPCA).

O apoio do governo aos veículos elétricos, juntamente com o interesse crescente dos consumidores, permitiu que as empresas chinesas dominassem o mercado doméstico, o maior do mundo.

Embora a Tesla continue sendo a maior vendedora mundial de carros elétricos, a popularidade das marcas chinesas disparou nos últimos anos. A montadora BYD, uma das marcas de carros elétricos mais famosas da China, anunciou em março que seu lucro líquido multiplicou por cinco em 2022.

A Tesla registrou queda no lucro no primeiro trimestre devido à redução dos preços, apesar de um aumento significativo de suas vendas.

A empresa americana anunciou em abril que vai construir uma nova fábrica de baterias em Xangai. A unidade terá capacidade inicial de 10.000 baterias Megapack por ano e deve começar a produção no segundo trimestre de 2024, segundo a agência de notícias Xinhua.

A unidade será a segunda fábrica da Tesla na cidade do leste da China. A primeira foi inaugurada em 2019.

Durante a reunião com Qin Gang na terça-feira, Musk declarou que é contrário a qualquer "desacoplamento" econômico entre China e Estados Unidos, segundo a diplomacia chinesa.

"Os interesses dos Estados Unidos e da China estão estreitamente vinculados, como gêmeos inseparáveis", afirmou, de acordo com a mesma fonte.

As relações entre Musk, que também é dono da rede social Twitter, Pequim geraram questionamentos em Washington. O presidente americano, Joe Biden, disse em novembro que os vínculos do CEO da Tesla com países estrangeiros "mereciam" um escrutínio.

Musk também provocou polêmica ao sugerir que a ilha de Taiwan, reivindicada por Pequim, deveria fazer parte da China.

A China enviará na terça-feira (30) um astronauta civil ao espaço pela primeira vez, como parte de uma missão na estação Tiangong, anunciou a Agência Espacial de Voos Tripulados do país.

"O especialista em carga útil Gui Haichao é professor da Universidade Aeronáutica e Astronáutica de Pequim", anunciou o porta-voz da agência espacial, Lin Xiqiang, à imprensa nesta segunda-feira.

Até o momento, todos os astronautas chineses enviados ao espaço eram integrantes do Exército Popular de Libertação.

Gui, 34 anos, será "o principal responsável pela operação em órbita das cargas experimentais de ciência espacial", destacou Lin.

De acordo com a universidade, Gui é de uma "família comum" da província de Yunnan (norte do país).

Ele "sentiu interesse pelo setor aeroespacial pela primeira vez ao ouvir no rádio as notícias sobre o primeiro chinês a viajar ao espaço", Yang Liwei, em 2003, destacou a universidade nas redes sociais.

O comandante da missão será Jin Haipeng - em sua quarta missão espacial, de acordo com a imprensa estatal - e o terceiro tripulante será o engenheiro Zhu Yangzhu.

A decolagem está prevista para 9H31 locais (22H31 de Brasília nesta segunda-feira) no Centro Jiuguan de Lançamento de Satélites, informou a Agência Espacial.

- Sonho espacial -

Durante o governo do presidente Xi Jinping, a China intensificou as operações para conquistar o "sonho espacial".

A segunda maior economia do mundo investiu um grande orçamento no programa espacial, comandado pelos militares, com a esperança de enviar astronautas à Lua.

Pequim tenta alcançar Estados Unidos e Rússia depois de anos de atraso.

Além de uma estação espacial, a China planeja construir uma base na lua. A Agência Espacial pretende concretizar uma missão lunar tripulada até 2029.

O módulo final da estação Tiangong (que significa "palácio celestial") foi acoplado no ano passado à principal estrutura.

A estação contém vários equipamentos científicos de vanguarda, incluindo "o primeiro sistema de relógio espacial atômico frio", segundo a agência estatal de notícias Xinhua.

Após a conclusão, a Tiangong deverá permanecer em órbita terrestre baixa, a uma distância entre 400 e 450 km acima do planeta por pelo menos 10 anos, concretizando a ambição do país de manter uma presença humana no espaço por um longo período de tempo.

A estação terá uma tripulação permanente, em um sistema de rodízio com equipes de três astronautas, que conduzirão experimentos científicos e ajudarão a testar novas tecnologias.

A China não planeja utilizar a Tiangong em um sistema de cooperação mundial, como a Estação Espacial Internacional (ISS), mas Pequim declarou que está aberta à colaboração estrangeira.

O país está à margem da ISS desde 2011, quando Washington proibiu a Nasa de colaborar com Pequim.

Os milhões de chineses formados que devem entrar no mercado de trabalho no mês que vem estão se preparando para uma situação difícil. Apesar da recuperação econômica, os jovens estão sem emprego. O governo informou esta semana que o índice de desemprego entre pessoas com as idades de 16 a 24 anos de 20,4% em abril. É o nível mais alto registrado desde que a China começou a anunciar essas estatísticas, em 2018. 

Acima da taxa pré-pandêmica, de 13%, o aumento foi surpreendente se comparado ao desemprego geral urbano, que caiu para 5% em abril. Com uma crescente base de jovens educados, a China não está criando uma quantidade suficiente de empregos de alto salário e alta qualificação que eles procuram. Assim, com as expectativas mais elevadas do que as gerações anteriores, em vez de aceitarem vagas com salários mais baixos, os jovens chineses estão preferindo esperar por mais oportunidades. 

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Para enfrentar o problema, o governo chinês está exigindo que as empresas estatais contratem mais graduados, além de incentivar os jovens a realizarem trabalhos braçais ou se mudarem para o interior. No entanto, os recém-formados parecem desinteressados nas ofertas e o mercado deve ficar ainda mais apertado. Neste verão no hemisfério norte, espera-se um recorde de quase 12 milhões de universitários pegando o diploma no país. 

Uma piada que referenciou o slogan adotado pelas forças militares da China resultou em uma multa de 14,7 milhões de yuans (cerca de R$ 10 milhões) para uma das casas de stand-up mais conhecidas do país. A punição foi aplicada pelo governo chinês, com a justificativa de que ela "prejudicava a sociedade".

Segundo a NBC News, a piada foi feita por Li Haoshi, que se apresenta no mundo do stand-up sob o nome artístico de House. Em seu show, Li contou ter visto seus dois cães que adotou, os quais o chamou de "vadios", perseguindo um esquilo e disse que isso o lembrou da frase "tenha um bom estilo de trabalho, seja capaz de lutar e vencer batalhas", slogan usado pelo presidente chinês Xi Jinping em 2013 para elogiar a ética de trabalho do Exército Popular de Libertação da China.

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A reação da população chinesa dividiu opiniões sobre a piada ser apropriada ou não. Com a repercussão do caso, o comediante suspendeu suas apresentações, enquanto a empresa de entretenimento para a qual trabalha, a Shanghai Xiaoguo Culture Media, emitiu um pedido de desculpas.

Como resultado, o Departamento Municipal de Cultura e Turismo de Pequim afirmou que uma subsidiária da empresa de comediantes seria multada em 13,35 milhões de yuans e que confiscaria 1,35 milhão de yuans em "ganhos ilegais" da empresa, referenciando a violação de regras por parte do comediante.

"Nunca permitiremos que nenhuma empresa ou indivíduo use a capital chinesa como palco para difamar intencionalmente a imagem gloriosa do EPL", disse o departamento cultural, acrescentando que a Xiaoguo Culture seria impedida de realizar shows futuros em Pequim.

A rede social LinkedIn, centrada em negócios e empregos, anunciou nesta terça-feira (10) que fechará seu último aplicativo ainda disponível na China, depois que a Microsoft, proprietária da plataforma, destacou uma "concorrência feroz" e um "clima macroeconômico desafiador".

O grupo de tecnologia era uma das poucas empresas americanas que conseguiu estabelecer uma rede social na China, apesar da censura e da regulamentação local rígida.

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A Microsoft disponibilizou na China uma versão específica de sua rede profissional, cumprindo as regras draconianas por meio de uma empresa conjunta local.

Em 2021, a empresa tornou o app do LinkedIn inacessível na China continental e mencionou um "ambiente operacional significativamente desafiador e mais requisitos de conformidade de regulamentação.

A Microsoft então o substituiu por uma versão simplificada chamada InCareer, que permitia que os profissionais locais continuassem procurando e apresentando candidaturas a postos de trabalho, além de permanecerem conectados a sua rede.

"Após uma análise cuidadosa, tomamos a decisão de descontinuar o InCareer a partir de 9 de agosto de 2023", anunciou o LinkedIn em um comunicado divulgado nesta terça-feira.

"Apesar do nosso progresso inicial, o InCareer enfrentou uma concorrência feroz e um clima macroeconômico desafiador, o que nos levou à decisão de descontinuar o serviço na China", acrescenta a nota.

A rede americana registrou um crescimento rápido na China, graças a uma cultura de conexões, na qual os contatos e a rede profissional são primordiais.

Porém, o LinkedIn perdeu espaço nos últimos anos, após o lançamento de vários aplicativos locais inovadores.

A maioria das empresas multinacionais americanas de internet, como Facebook, Twitter, Instagram ou YouTube, são bloqueadas na China, devido à rígida legislação local e às diretrizes nem sempre claras.

Nos últimos meses, os Estados Unidos têm se movimentado para bloquear o acesso da China aos semicondutores mais avançados, bem como ao equipamento e aos talentos necessários para produzi-los, alegando questões de segurança nacional.

A "guerra dos semicondutores" entre Washington e Pequim começou em outubro de 2022, quando os EUA tomaram medidas para restringir o acesso da China aos últimos desenvolvimentos dessa tecnologia.

A China, por sua vez, refutou a alegação americana e acusou os Estados Unidos de praticarem "terrorismo tecnológico" e de obstruir injustamente seu crescimento econômico.

Confira a seguir um resumo dos principais desafios relacionados com estas tensões.

- Por que os chips são importantes? -

Os microchips impulsionam a economia mundial. Estes componentes pequenos e finos de silício são encontrados em todo tipo de dispositivos eletrônicos, de lâmpadas de LED a automóveis, de máquinas de lavar roupa a smartphones.

Também são essenciais para o bom funcionamento dos sistemas informáticos nos setores judiciais e sanitários, de transporte e energia na maioria dos países.

Segundo um relatório do ano passado da consultoria McKinsey, os microchips vão representar um mercado de 1 bilhão de dólares (cerca de R$ 5 bilhões na cotação atual) em 2030.

E estes dispositivos são essenciais para a China, a segunda economia mundial, onde a fabricação maciça de aparelhos eletrônicos depende, em grande medida, da importação de chips.

As importações chinesas destes componentes chegaram em 2021 ao equivalente a 430 bilhões de dólares (cerca de 2,4 trilhões de reais na cotação da época), um montante superior ao de suas compras de petróleo.

- Por que a China é visada? -

Para além dos iPhones, dos carros Tesla e dos consoles Playstation - todos com fábricas na China -, os chips mais potentes são essenciais para o desenvolvimento da inteligência artificial ou de sistemas militares de última geração.

Washington anunciou, em outubro de 2022, controles para impedir o acesso da China a "tecnologias sensíveis com aplicações militares".

Os Países Baixos e o Japão seguiram o exemplo no mês seguinte. Embora nenhum destes países nunca tenha mencionado a China, estas medidas irritaram Pequim.

- Por que a China está preocupada? -

A fabricação de chips é extremamente complexa. Muitos passos dependem dos inputs americanos ou das empresas japonesas e holandesas, hegemônicas na produção de máquinas capazes de imprimir diagramas de circuitos integrados.

"A China vai demorar anos para desenvolver alternativas equivalentes às quais não têm mais acesso", explicou à AFP Chris Miller, autor de "Chip War: the fight for the World’s most critical technology" (A guerra dos chips: a luta pela tecnologia mas crítica do mundo, em tradução literal).

"Se fosse tão simples, as empresas chinesas já o teriam feito", acrescenta.

- Qual o impacto das sanções? -

As companhias chinesas haviam acumulado reservas de chips e outros componentes antes dos controles à exportação adotados pelos EUA para mitigar seu impacto.

Mas algumas empresas chinesas, incapazes de acessar os componentes, já perderam contratos lucrativos no exterior e foram obrigadas a demitir funcionários e congelar projetos de expansão.

As restrições afetaram alguns dos principais fabricantes chineses de chips, como a Yangtze Memory Technology Corp (YMTC).

Uma das sanções mais severas foi bloquear o acesso à mão de obra altamente qualificada, depois que os Estados Unidos proibiram seus cidadãos de trabalharem em áreas de alta tecnologia para empresas chinesas.

Uma pesquisa com empresas chinesas do setor avaliou que em 2024 serão necessários 800.000 trabalhadores estrangeiros.

- Como a China tem respondido? -

Pequim reagiu com irritação e se comprometeu a acelerar seus esforços para alcançar 70% de autossuficiência em semicondutores até 2025.

Dezenas de bilhões de dólares foram injetados na produção nacional, mas sem resultados imediatos.

Segundo especialistas, a China hoje atende menos de 20% de sua demanda. Pode ser que alcance seu objetivo de autonomia, mas isso levará tempo.

Para escapar das sanções, pesquisadores da Academia de Ciências da China propuseram canalizar de forma mais eficaz os investimentos para a pesquisa pura.

Um de seus principais beneficiários parece ser a YMTC, que recebeu uma injeção de 7,1 bilhões de dólares (cerca de R$ 40 bilhões na cotação da época) desde que entraram em vigor os novos controles de exportação.

Especialistas afirmam que a China pode alcançar sua meta de autossuficiência, mas levará muito mais tempo diante destes obstáculos.

"Eu não acredito que os Estados Unidos vão conseguir evitar que a China desenvolva chips melhores", disse o cofundador da Microsoft, Bill Gates, em um podcast em março.

Mas "vamos forçá-los a gastar tempo e muito dinheiro para fabricar os seus próprios", afirmou.

A Índia se tornará o país mais populoso do mundo no final de abril, ultrapassando a China, de acordo com uma estimativa da Organização das Nações Unidas publicada nesta segunda-feira (24).

"A China vai ceder em breve a primeira posição que ocupou por muito tempo como o país mais populoso", informou em nota publicada em Nova York o Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais das Nações Unidas (DESA).

Até o final de abril, a Índia terá 1.425.775.850 de habitantes, "igualando e superando a população da China continental", especifica o documento.

Em 19 de abril, um relatório do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) estimou que a população indiana seria de 1,429 bilhão de habitantes no final do ano contra 1,426 bilhão da China.

"A população da China alcançou um pico de 1,426 bilhão de habitantes em 2022 e começou a diminuir. As projeções indicam que o tamanho da população chinesa poderia cair para menos de um bilhão no final do século, enquanto a população indiana continuará crescendo por várias décadas", diz o diretor do departamento, Li Junhua.

De acordo com os dados oficiais publicados no início do ano, a população da China diminuiu no ano passado pela primeira vez desde 1960-1961, ocasião em que se registrou que a fome, iniciada em 1959, causou dezenas de milhões de mortes como resultado da política econômica do "Grande Salto Adiante" decretada por Mao Tsé-Tung.

Paradoxalmente, a queda populacional na potência asiática ocorre após a flexibilização da política do filho único, estabelecida em 2021.

O custo de vida e os anos da medida de controle de nascimentos no país seriam algumas das causas da baixa natalidade, a qual se soma a educação e a inserção da mulher no mercado de trabalho, que atrasam cada vez mais a idade da maternidade.

A Índia, por sua vez, não tem dados oficiais sobre o número de habitantes desde o último censo demográfico em 2011. O novo censo, realizado a cada dez anos, deveria ter sido feito em 2021, mas foi adiado pela pandemia de covid-19.

Apesar disso, os críticos ao governo nacionalista hindu do primeiro-ministro Narendra Modi o acusam de atrasá-lo deliberadamente para não ter que divulgar dados confidenciais, como o desemprego, antes das eleições nacionais em 2024.

A economia indiana tem tido dificuldades para criar empregos para os milhões de jovens que entram no mercado de trabalho a cada ano. Metade da população do país tem menos de 30 anos.

As declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em seu retorno do Grande Palácio do Povo em Pequim, na China, seguem rendendo comentários na comunidade nacional e internacional. Nas redes sociais, o ex-ministro da Casa Civil e presidente do Progressistas, Ciro Nogueira, alegou que o Brasil "voltou a se linhar com o atraso das ditaduras" e sugeriu que o país está perdendo seu perfil de neutralidade.

"O grande presidente do Brasil Getúlio Vargas, durante a 2ª Guerra Mundial que dividiu o mundo, não atacou os Estados Unidos ou elogiou os Nazistas em público. Foi prudente. Nada falou. Só agiu ao conquistar grandes benefícios para o país. Lula deveria se inspirar em Getúlio", escreveu Nogueira, nas redes.

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A crítica foi feita após a repercussão de uma fala de Lula sobre a guerra na Ucrânia. Em entrevista à imprensa, o mandatário mencionou países que "financiam" a guerra com a venda de armas e citou que Estados Unidos e União Europeia devem passar a falar mais em paz.

"É preciso que se constitua um grupo de países dispostos a encontrar um jeito de fazer a paz. É preciso ter paciência para conversar com o presidente da Rússia e da Ucrânia, mas é preciso, sobretudo, convencer os países que estão vendendo armas e incentivando a guerra, pararem. É preciso começar e saber como parar. A China tem um papel muito importante, agora outro país importante é os Estados Unidos. É preciso que os Estados Unidos e União Europeia parem de incentivar a guerra e comecem a falar em paz, para a gente poder convencer o Putin e o Zelensky de que a guerra, por enquanto, só está interessando aos dois", declarou o petista.

Lula tem defendido criar um "G20” de países que não têm nenhum envolvimento com a guerra, para incentivar o diálogo e restauração da paz.

Para Ciro Nogueira, as relações diplomáticas brasileiras devem ser guiadas pelo “pragmatismo”. “O Brasil voltou! Voltou a se alinhar com o atraso das ditaduras. Voltou as costas para seu principal aliado nas Américas. Voltou a inchar ministérios. Voltou à contabilidade criativa. Voltou a desfilar com o MST até pelo mundo! Voltou a colocar a ideologia antes da meritocracia”, completou Ciro Nogueira. 

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"Dilmo", ironizou Flávio Bolsonaro sobre as declarações de Lula

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) também criticou a postura de Lula na China. De acordo com o parlamentar, o Brasil provocou a potência norteamericana "de graça" e a ação poderá gerar sanções ao povo brasileiro.

Na comunidade internacional, circula a informação de que a posição de Lula gerou mal-estar em Washington, por se assemelhar à "propaganda russa e chinesa", mas não há qualquer indício de sanção estadunidense ao Brasil e nem do rompimento de relações. Não é a primeira vez que o Brasil, ou Lula, se manifestam de forma incisiva sobre um assunto envolvendo a postura internacional dos Estados Unidos.

“Dilmo é um irresponsável que não mede o peso de suas palavras pelo cargo que exerce! Brasil sempre foi parceiro dos EUA! DE GRAÇA, por suas asneiras, o país poderá sofrer algum tipo de sanção pela maior potência econômica do mundo!”, escreveu Flávio.

Vale lembrar que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), pai do senador, chegou a afirmar, durante seu mandato, que o Brasil responderia com "pólvora" a uma suposta sanção de Joe Biden ao Brasil, por conta dos incêndios que atingiam a floresta amazônica. O governo dos Estados Unidos ignorou a fala dele.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, em publicação no Twitter neste domingo, que firmou acordos de cooperação com os Emirados Árabes Unidos, que totalizam R$ 12,5 bilhões.

Os acordos foram realizados ontem durante recepção no palácio presidencial de Abu Dhabi, onde Lula jantou com o xeique Mohammed bin Zayed al-Nahyan e o convidou para fazer uma visita ao Brasil.

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"Pude convidar o presidente Mohamed bin Zayed para visitar o Brasil, e sei que ainda vamos avançar em nossas relações", escreveu Lula, acrescentando que os acordos estabelecidos vão fortalecer o desenvolvimento de ambos os países.

Lula volta ao Brasil neste domingo e se mostra otimista com os compromissos feitos em sua viagem oficial à Ásia, destacando que os valores de acordos na China somaram R$ 50 bilhões.

"Retorno ao Brasil hoje com a certeza de que estamos voltando à civilização. E, mais importante, reabrimos as portas do mundo para mais avanços para o nosso país", afirma o presidente.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu, em entrevista coletiva em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, o fortalecimento de uma governança global que amplie a representatividade de países em espaços de diálogo internacional. “Não quero criar movimento separado do G7. O G7 não depende do Brasil para existir”, declarou.

Para o brasileiro, um bloco mais amplo de países, a exemplo do G20, deve ser responsável por discutir temas da ordem do dia, como paz entre as nações; meio ambiente; temas econômicos, como inflação e juros; violência; discurso de ódio nas redes digitais; e fortalecimento da democracia.

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“Quando criamos o G20, foi porque o G7 tinha entendido que ele já não tinha o tamanho necessário para discutir a crise de 2008”, pontuou. Lula disse ainda que o Brasil quer ser protagonista em temas globais. “Eu respeito todos os países, todas as reuniões que cada um quiser fazer, respeito a autodeterminação dos povos, mas o que quero dizer é que o Brasil tem pensamento próprio e quer voltar a ser ator protagonista de muita influência, sobretudo, nessa questão do clima. Poucas nações têm autoridade política e moral para discutir isso”, apontou.

Lula, que retorna neste domingo (16) ao Brasil, destacou que a viagem à China representou acordos que somam R$ 50 bilhões. Nos Emirados Árabes, foram negociados investimentos da ordem de R$ 12,5 bilhões por meio de um memorando de entendimento entre o estado da Bahia e o fundo financeiro de Abu Dhabi Mubadala Capital, controlador da refinaria de Mataripe, privatizada em 2021. 

“Em maio, vamos discutir com governadores brasileiros as principais obras no país. E queremos apresentar essas obras a outros países para que empresários que quiserem investir no Brasil tenham opção certa de investimento. O Brasil é um país que tem estabilidade jurídica, estabilidade política e vai se transformar num país de estabilidade econômica. Somos um governo que tem credibilidade na sociedade e com outros países do mundo. Nós garantimos a estabilidade social no país e somos um governo de muita previsibilidade”, declarou. 

Negociação pela paz

O presidente voltou a defender a negociação da paz entre Rússia e Ucrânia com a reunião de países neutros. “A decisão da guerra foi tomada por dois países. E agora o que estamos tentando construir é um grupo de países que não tem envolvimento com a guerra, que não quer a guerra, que desejam construir paz no mundo, para conversarmos tanto com a Rússia quanto com a Ucrânia. Mas também temos que ter em conta que é preciso conversar com os Estados Unidos e com a União Europeia”, afirmou. Lula disse ainda que pretende envolver países da América Latina.

Extradição

Ao ser questionado, o presidente confirmou a extradição de Thiago Brennand, empresário brasileiro que é acusado de agressão contra mulheres, além de possuir armas ilegais. Lula afirmou que o tema não foi tratado oficialmente com o xeique Mohammed bin Zayed al-Nahyan, presidente dos Emirados Árabes Unidos. 

“Eu fiquei sabendo que os Emirados Árabes vão fazer a extradição. Quando ela vai acontecer é uma questão da Justiça. A única coisa que eu sei é que se no mundo existir um milhão de cidadãos como este todos merecem ser punidos. Não é aceitável que um brutamonte desses seja agressor de mulheres. Acho que ele tem que pagar”, defendeu.

O ministro da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Alexandre Padilha, afirmou nesta sexta-feira (14) que a proximidade do governo brasileiro com a China não afeta a relação com os Estados Unidos. Segundo ele, a política externa brasileira sempre apostou na multilateralidade, especialmente com a postura do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. 

"Nos oito anos em que ele governou o país, ele expandiu o papel multipolar do Brasil sem em nenhum momento afetar qualquer relação com os Estados Unidos.

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O Brasil expandiu seu comércio exterior para outras regiões do mundo durante os oito anos do presidente Lula, reduziu a dependência do comércio exterior com a economia americana, mas ao mesmo tempo cresceu a relação com a economia americana naquele período", afirmou Padilha, após participar de encontro com lideranças e CEOs associados da Amcham Brasil (Câmara de Comércio da América), na capital paulista.

De acordo com o ministro, é muito importante, em termos mundiais, que haja atores globais que não estejam restritos a uma certa polarização entre os dois pontos da política e da economia no mundo. Padilha acrescentou é bom para todos que o Brasil seja um país bem recebido tanto nos EUA quanto na China, podendo manter agendas de cooperação com ambos.

Marco fiscal

Questionado sobre a tramitação do projeto do marco fiscal, Padilha falou que a formação de dois blocos diferentes na Câmara dos Deputados tem impacto positivo não só para essa proposta, mas também para o ambiente de governabilidade, porque ambos não são blocos de oposição ao governo.

"Pelo contrário, são liderados por parlamentares que defendem o governo. Ambos têm sido muito importantes e com uma postura muito colaborativa com o governo. Nós temos conseguido aprovar tudo o que o governo precisou na Câmara e no Senado, sabendo que vai ser sempre um ambiente de diálogo."

Padilha ressaltou que o tema não é algo que divide governo e oposição e que os diálogos sobre o assunto podem continuar mesmo com Lula e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fora do país. Segundo ele, não deve haver mudanças significativas no projeto, já que as bases já foram apresentadas por Haddad, que lidera o debate, mas pode haver ajustes no texto.

"Que será entregue e assinado por Lula e Haddad e os ministros que contribuíram com a elaboração quando eles voltarem. Acredito que, com o retorno deles no início da semana, possamos encaminhar o mais rápido possível."

O ministro destacou que o governo trabalhará para aprovar o marco fiscal o mais rapidamente possível, já que sua aprovação ampliará o ambiente que contribui para uma trajetória decrescente de juros, assim como influenciará tanto na Lei de Diretrizes Orçamentárias, quanto na peça orçamentária que deve ser encaminhada no início do segundo semestre.

O projeto de lei complementar do novo arcabouço fiscal será enviado ao Congresso na segunda-feira (17), segundo a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet. De acordo com ela, os ministérios do Planejamento e da Fazenda aproveitarão o fim de semana para fazer os ajustes finais no texto.

A chegada do presidente Lula (PT) em Xangai, na última quinta-feira (13), ao som de “Se Essa Rua fosse Minha” emocionou todos que acompanharam o momento. Na manhã desta sexta-feira (14), o líder chinês Xi Jinping recebeu o chefe do executivo nacional em Pequim ao som de “Novo Tempo”, canção de Ivan Lins e Vitor Martins, lançada em 1980. 

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A letra canta que “apesar dos castigos, estamos crescidos, estamos atentos, estamos mais vivos”, e a escolha da música para receber Lula mostra como a China vê atualmente o Brasil, e o que espera dos 15 acordos assinados.

Os termos assinados entre os dois países incluem acordos de cooperação espacial, em pesquisa e inovação, economia digital e combate à fome, intercâmbio de conteúdos de comunicação entre os dois países e facilitação de comércio.

A visita de Lula na China tem levantado grandes debates, em especial com as expectativas em relação aos resultados que serão colhidos no futuro. O que é possível ver é uma perspectiva de longo prazo, tendo em vista, por exemplo, a declaração sobre o combate à mudança do clima, firmada nesta sexta-feira.

As parcerias feitas e pensadas para o futuro fazem crer que, de fato, ninguém vai proibir as relações do Brasil com a China, segundo Lula.

A declaração conjunta entre Brasil e China especificamente sobre mudanças climáticas fez um apelo para que países desenvolvidos assumam a liderança em torno da causa. O documento pede que se cumpram os termos do Acordo de Paris, segundo o qual pelo menos US$ 100 bilhões de dólares deveriam ser anualmente destinados pelos países mais ricos ao financiamento de soluções para mitigar a crise climática.

"Exortamos os países desenvolvidos a honrarem suas obrigações não cumpridas de financiamento climático e a se comprometerem com sua nova meta quantificada coletiva que vai muito além do limite de US$ 100 bilhões por ano e oferecer um roteiro claro de duplicação do financiamento da adaptação", afirma o comunicado.

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No termo do comunicado, também consta o apoio da China para que o Brasil sedie a 30ª Conferência do Clima das Nações Unidas (COP30), prevista para 2025.

O documento fala em "responsabilidade histórica" dos países mais ricos sobre a emissão de gases do efeito estufa, razão pela qual "devem assumir a liderança na ampliação das ações climáticas". O Acordo de Paris foi assinado em dezembro de 2015, durante a 21ª Conferência do Clima (COP21) das Nações Unidas. Depois do Protocolo de Kyoto, de 1977, é o acordo mundial mais importante sobre o tema.

Outro ponto que teve destaque no documento é o fortalecimento do protagonismo dos países em desenvolvimento no debate mundial sobre as mudanças no clima. "Estamos determinados a fortalecer ainda mais o multilateralismo, inclusive com todos os nossos parceiros dentro do Grupo dos 77 e da China (G77+China)." A declaração conjunta também reforça o compromisso dos dois países em refutar o unilateralismo e as barreiras verdes, restrições de comércio internacional fundamentadas em questões ambientais.

Ivan Lins foi às redes sociais para falar da emoção de ver sua música recepcionando o presidente Lula na China. O cantor e compositor vibrou por ter visto a canção Novo Tempo tocando na cerimônia. Na postagem, Ivan disse que o momento do evento foi bastante significativo.

"Estou muito emocionado! Vocês não imaginam o quanto isso significa para mim e para o Vitor (Martins, também criador da canção). A letra de Novo Tempo, já em 1980, tentava levantar o ânimo de nosso tão amado povo. Fortalecendo e enchendo todos de esperança pela liberdade que conquistaríamos cinco anos depois!", disse.

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Ainda na publicação, o artista declarou: "O nosso amor é o mais verdadeiro, poderoso, intenso e eterno que existe! É a hora da esperança mais poderosa que temos. Dinâmica, ativista, envolvente, plena de atitude e coragem. Não podemos perder essa oportunidade. Tem que ser agora, apesar dos perigos. Estamos crescidos, estamos atentos, estamos mais vivos!".

A música de Ivan Lins e Martins foi tocada por uma banda chinesa enquanto crianças pulavam e balançavam bandeiras do Brasil e da China.

Veja:

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente da China, Xi Jinping, assinaram, nesta sexta-feira (14), em Pequim, 15 acordos comerciais e de parceria. Lula está em viagem ao país asiático e foi recepcionado no Grande Palácio do Povo, sede do governo chinês.

Os mandatários participaram de reunião ampliada com os ministros e assessores de ambos os países e tiveram encontro privado. Nessa conversa, além de temas bilaterais, eles trataram do diálogo e negociação para encerrar a invasão da Ucrânia pela Rússia. Um jantar em homenagem a Lula também foi oferecido por Xi Jinping.

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Os termos assinados entre os dois países incluem acordos de cooperação espacial, em pesquisa e inovação, economia digital e combate à fome, intercâmbio de conteúdos de comunicação entre os dois países e facilitação de comércio.

Um dos acordos prevê o desenvolvimento do CBERS-6, o sexto de uma linha de satélites construídos na parceria bilateral. De acordo com o governo brasileiro, o diferencial do novo modelo é uma tecnologia que permite o monitoramento de biomas como a Floresta Amazônica, mesmo com nuvens.

Certificação

Outros documentos assinados tratam de certificação eletrônica para produtos de origem animal e dos requisitos sanitários e de quarentena que devem ser seguidos por frigoríficos para exportação de carne do Brasil para a China. O Brasil é o maior fornecedor de carne bovina para o país asiático e 60% da produção brasileira são vendidos para a China.

No contexto da visita do presidente brasileiro, o setor empresarial também anunciou 20 novos acordos entre os dois países em áreas como energias renováveis, indústria automotiva, agronegócio, linhas de crédito verde, tecnologia da informação, saúde e infraestrutura.

Segundo o Ministério das Relações Exteriores, esses acordos somam-se àqueles anunciados durante o Seminário Econômico Brasil-China, realizado em 29 de março, totalizando mais de 40 novas parcerias. Lula deveria ter feito essa viagem no fim do mês passado, ocasião do seminário, mas um quadro de pneumonia o obrigou a adiar o compromisso.

“No setor turístico, destaca-se a inclusão do Brasil na lista de destinos autorizados para viagens de grupos de turistas chineses, o que representa grande oportunidade para o crescimento do fluxo de visitantes entre os dois países”, destacou o Itamaraty.

Antes da assinatura dos atos, Lula e a comitiva brasileira participaram de cerimônia de deposição de flores no monumento aos Heróis do Povo, na Praça da Paz Celestial.

Outros encontros

Mais cedo, também no Grande Palácio do Povo, Lula teve encontro com presidente da Assembleia Popular Nacional da China, Zhao Leji. Segundo a Presidência da República, eles trataram da parceria estratégica entre Brasil e China, da ampliação de fluxos de comércio entre os países e do equilíbrio da geopolítica mundial.

“Lula ressaltou que o Brasil foi o primeiro país a reconhecer a China como economia de mercado. Reforçou que o país asiático foi parceiro essencial para a criação dos Brics [bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul] e que a relação bilateral entre as nações tem o potencial de consolidar uma nova relação sul-sul no âmbito global”, informou o Palácio do Planalto.

Os dois líderes também ressaltaram a intenção de ampliar investimentos e reforçar a cooperação em setores como educacional e espacial.

Já o primeiro compromisso do dia de Lula e integrantes da comitiva foi a reunião com o presidente da State Grid, Zhang Zhigang. A empresa é líder do setor elétrico na China e tem investimentos no Brasil, com 19 concessionárias e linhas de transmissão em 14 estados.

De acordo com o Planalto, Lula reforçou a importância dos investimentos chineses no Brasil, a confiança na economia nacional e o foco do governo federal em investimentos em energias renováveis e na ampliação da rede de transmissão integrando projetos de geração eólica e solar com a rede convencional.

A China é o principal parceiro comercial do Brasil desde 2009. O volume comercializado entre os dois países em 2022 foi de US$ 150,4 bilhões. O ano de 2023 marca o cinquentenário do início das relações comerciais entre Brasil e China. A primeira venda entre os dois países aconteceu em 1973, um ano antes do estabelecimento das relações diplomáticas sino-brasileiras.

Essa viagem é a quarta visita internacional de Lula após a posse neste terceiro mandato. O presidente já foi à Argentina, ao Uruguai e aos Estados Unidos. Ele também recebeu, em Brasília, o primeiro-ministro da Alemanha, Olaf Scholz, no fim de janeiro.

Ontem (13), Lula cumpriu agenda em Xangai, onde participou da posse da ex-presidenta Dilma Rousseff no comando do Novo Banco de Desenvolvimento, o banco de fomento dos Brics, teve encontro com empresários e visitou o centro de pesquisa e desenvolvimento da empresa de tecnologia Huawei.

A comitiva do presidente Lula deixa a China amanhã (15). No retorno ao Brasil, o avião presidencial pousará em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos, para uma visita oficial.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, disse nesta sexta-feira (14), em reunião fechada com o presidente da China, Xi Jinping, que "ninguém vai proibir que o Brasil aprimore suas relações" com a China.

Lula afirmou que a visita a gigante chinesa de tecnologia Huawei, na quinta-feira em Xangai, foi uma demonstração de que o Brasil "quer dizer ao mundo que não tem preconceito" nas suas relações comerciais.

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A Huawei foi taxada pelo ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump de fazer espionagem e o governo americano pressionou Brasília para não adotar a tecnologia 5G da empresa chinesa.

Ainda de acordo com falas de Lula, o presidente brasileiro defendeu que as relações entre os dois países precisam ir além da questão comercial e avancem para campos como ciência e tecnologia, educação e cultura.

"Queremos que a relação Brasil China transcenda a questão comercial", disse o presidente da República do Brasil.

Preservação ambiental e acordo com a Amazônia

Lula afirmou que conta com a China "na luta para preservar a terra". Nesse contexto, falou da transição energética e da meta do Brasil de chegar em 2030 a desmatamento zero na Amazônia.

Entre os acordos assinados nesta sexta entre os dois países está a construção de um satélite para monitoramento da Amazônia. "O Brasil pode praticamente dobrar sua produção agrícola recuperando as terras degradadas, sem precisar derrubar nenhuma árvore", disse na reunião bilateral.

Papel para a paz

Durante a reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Pequim, nesta sexta-feira (14), o presidente Xi Jinping afirmou que os dois países têm interesses comuns e que esse relacionamento vai desempenhar "papel positivo importante para a paz, o desenvolvimento e a prosperidade das regiões e do mundo".

As declarações foram reproduzidas pelo canal oficial da Secretaria de Comunicação Social do governo brasileiro no Twitter.

O líder chinês afirmou que Brasil e China são os maiores expoentes em relação aos países em expansão no mundo. "A China trata como estratégica e de longo alcance as relações entre China e Brasil, e dá lugar de destaque a nossas relações exteriores", afirmou. "China e Brasil são os maiores países em desenvolvimento e importantes mercados emergentes dos dois hemisférios. Temos interesses em comum", concluiu.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e a primeira-dama Janja Lula da Silva chegaram, nesta sexta-feira (14), ao Grande Palácio do Povo em Pequim para receberem as boas-vindas do presidente chinês Xi Jinping. A recepção aconteceu a céu aberto, na praça em frente ao palácio, ao lado da Praça da Paz Celestial no período da tarde desta sexta na China, ainda no período da madrugada no Brasil.

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No final da tarde de sexta-feira, haverá uma cerimônia de troca de presentes entre os dois presidentes, registro de fotos e, por fim, um jantar oficial, oferecido pelo governo da China.

Lula promete falar com a imprensa logo após este jantar na Embaixada do Brasil em Pequim.

A delegação brasileira, que chegou em Xangai na noite da quarta-feira, 12, é a primeira a visitar a China após a escolha da nova composição dos principais cargos do governo chinês, ocorrida nas sessões gêmeas da Assembleia Nacional Popular e da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, no começo de março.

 

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