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O Ministério da Cultura (MinC), divulgou nesta segunda-feira (12), em evento da Cinemateca Brasileira, em São Paulo, a lista dos filmes que irão concorrer ao Oscar 2017. Ao todo, estavam inscritos 16 filmes, entre eles 'Aquarius', do diretor pernambucano Kléber Mendonça Filho, mas quem levou a indicação brasileira foi 'Pequeno Segredo', de David Schurmann. O filme é uma ficção baseada em fatos reais, que narra a história da família Schurmann, conhecida por cruzar o mundo navegando, com ênfase na menina Kat, filha adotiva de Heloisa e Vilfredo Schurmann. O elenco é composto por tem Julia Lemmertz, Maria Flor, Fionnula Flanagan, Marcello Antony, Erroll Shand e Mariana Goulart.

A escolha se dá em meio a uma polêmica entre a equipe de Aquarius e o atual governo brasileiro. A contenda já incluiu a classificação indicativa do filme, que após muita reclamação foi reduzida de 18 para 16 anos; o protesto da equipe no Festival de Cannes, em que acusou o processo de impeachment como um golpe de Estado; e a retirada de outros filmes da disputa em solidariedade a Kléber Mendonça Filho. 

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O longa-metragem escolhido passará pelo processo seletivo da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, responsável pela premiação norte-americana, que selecionará os cinco filmes indicados ao Oscar de Melhor Filme em Língua Estrangeira. A cerimônia de premiação será em 26 de fevereiro de 2017, em Los Angeles, nos Estados Unidos. Confira a lista completa dos filmes brasielrios inscritos a representar o Oscar em 2017:

"A bruta flor do querer", de Andradina Azevedo e Dida Andrade
"A despedida", de Marcelo Galvão
"Aquarius", de Kléber Mendonça Filho
"Até que a casa caia", de Mauro Giuntini
"Campo Grande", de Sandra Kogut
"Chatô – O Rei do Brasil", de Guilherme Fontes
"Mais forte que o mundo – A história de José Aldo", de Afonso Poyart
"Menino 23: Infâncias perdidas no Brasil", de Belisario França
"Nise – O coração da loucura", de Roberto Berliner
"O começo da vida", de Estela Renner
"O outro lado do paraíso", de André Ristum
"O roubo da taça", de Caito Ortiz
"Pequeno segredo", de David Schurmann
"Tudo que aprendemos juntos", de Sérgio Machado
"Uma loucura de mulher", de Marcus Ligocki Júnior
"Vidas partidas", de Marcos Schetchman 

O longa foi elegido pela comissão formada por Adriana Scorzelli Rattes, Bruno Barreto, Carla Camurati, George Torquato Firmeza, Luiz Alberto Rodrigues, Marcos Petrucelli, Paulo de Tarso Basto Menelau, Silvia Maria Sachs Rabello e Sylvia Regina Bahiense Naves. O último filme brasileiro indicado ao Oscar, na categoria de melhor filme de língua estrangeira, foi “Central do Brasil”, em 1999. Anterior a data, concorreram "O pagador de promessas" (1963), "O quatrilho" (1996) e "O que é isso, companheiro?" (1998).

Nas últimas edições outros filmes brasileiros também concorreram, entre eles "Que horas ela volta?", de Anna Muylaert, em 2016; "Hoje eu quero voltar sozinho", de Daniel Ribeiro, em 2015; "O som ao redor", de Kleber Mendonça Filho, em 2014; "O palhaço", de Selton Mello, em 2013; "Tropa de elite 2: O inimigo agora é outro", de José Padilha, em 2012; "Lula, o filho do Brasil", de Fábio Barreto, em 2011; e "Salve geral", de Sérgio Rezende, em 2010.

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O público apreciador do cinema brasileiro poderá ficar mais próximo à obras ainda inéditas, e até mesmo opinar sobre o andamento das produções, através do Teste de Audiência. O projeto chega ao Recife, pela primeira vez, nesta terça (19), na Caixa Cultural. O filme de estreia é Identidade Cotidiana, da cineasta Anna Carl Lucchese.

A dinâmica funciona da seguinte maneira: o público asistirá às produções não acabadas e uma equipe de pesquisadores estará monitorando as reações da plateia durante a exibição. Ao final do filme, será passado um questionário e também haverá um debate com cineastas e roteiristas. O objetivo é promover uma troca de ideias entre espectadores e produtores de cinema possibilitando que estes últimos tenham um retorno imediato sobre os valores dos filmes podendo até mesmo mudá-los a partir das respostas obtidas.

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As sessões serão na segunda terça-feira de cada mês até janeiro de 2017. Abrindo a programação, a cineasta Anna carl Lucchese apresenta Identidade Cotidiana. Os pesquisadores Michelle Stephanou e Eladio Oduber coordenam e monitoram a plateia para esta primeira sessão. 

Serviço

Teste de Audiência - Filme: Identidade Cotidiana

Terça (19) | 20h

Caixa Cultural (Av. Alfredo Lisboa, s/n - Bairro do Recife)

R$ 4 e R$ 2

O cineasta brasileiro Chico Teixeira foi o ganhador, neste sábado (28), do grande prêmio do Festival Cinelatino de Toulouse por seu filme "Ausência" (2014), que narra o amadurecimento prematuro de Serginho, após ser abandonado pelos pais.

Composto pelo cineasta mexicano Pedro González Rubio, pela brasileira Juliana Rojas e pelo búlgaro Lubomir Bakchev, o júri valorizou "a maturidade da visão sobre a dificuldade de crescer na ausência dos pais, o que obriga Serginho [de 14 anos] a se emancipar".

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Apesar de se tratar de um longa de ficção, o carioca Chico Teixeira não abandona em "Ausência" o olhar de documentarista do início de sua carreira. O brasileiro "Beira-Mar", de Filipe Matzembacher e Márcio Reolon, era um dos filmes na disputa pelo prêmio de melhor longa.

Na sexta-feira, o também brasileiro "Tudo vai ficar da cor que você quiser", de Letícia Simões, já havia conquistado o prêmio de melhor documentário.

Um dos favoritos no festival, "Ixcanul" (2015), do guatemalteco Jayro Bustamante, recebeu o Prêmio do Público e o da Crítica francesa. O filme já havia conquistado o Urso de Prata no Festival de Berlim e o prêmio de melhor filme no Festival de Cartagena.

Já o cubano Carlos Machado Quintela levou o prêmio FIPRESCI, da Federação Internacional da Imprensa Cinematográfica, por "La obra del siglo" (2015), sobre as esperanças e desesperanças de três gerações de cubanos da "Cidade Nuclear".

Dedicada à juventude, a 27ª edição do Festival Cinelatino de Toulouse termina neste domingo, com a exibição das produções vencedoras.

O cinema brasileiro está fazendo bonito nos festivais internacionais. Quatro curtas foram premiados na 1ª edição do 'Festival Internacional de Cinema de Caracas', na Venezuela, que terminou no último domingo (21). Além desses, o filme Praia do Futuro foi um dos vencedores no 'Festival de San Sebastián', na Espanha, e Depois da Chuva, levou a melhor nos Estados Unidos, no 'Festival Internacional de Cinema do Harlem', no último dia 14 de setembro. 

Em Caracas, o 'Festival Internacional de Cinema', dedicado à produção audiovisual latino-americana, o curta Guida, da animadora Rosana Urbes, ficou com o  prêmio de melhor animação. Memória de Rio, dirigido por Roney Freitas, levou como melhor curta documentário e Coice no Peito, de Renan Rovida, venceu na categoria de melhor curta-metragem de ficção. O júri ainda garantiu ao filme Preto ou Branco, de Alison Zago, a menção honrosa. 

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O 'Festival de San Sebastián', na Espanha, só acaba no próximo sábado (27), mas já rendeu a Praia do Futurode Karim Ainouz, o prêmio Sebastiane Latino, que é concedido às obras que melhor refletem valores e a realidade de gays, lésbicas, transgêneros e bissexuais, desde o ano de 2000. Já o longa Depois da Chuva, de Cláudio Marques e Marília Hughes, foi considerado o melhor filme estrangeiro pelo 'Festival Internacional de Cinema do Harlem', nos Estados Unidos. A produção, que contou com recursos do Fundo Setorial do Audiovisual - FSA, no valor de R$200 mil, está com sua estreia em circuito prevista para janeiro de 2015. 


 

O filme Faroeste Caboclo, de Rene Sampaio, foi o grande vencedor do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, entregue nesta terça-feira (26), à noite, no Teatro Municipal do Rio. O longa, inspirado na música homônima de Renato Russo, ganhou sete troféus, incluindo o principal, de melhor filme; depois dele vieram Flores Raras, de Bruno Barreto, com quatro, e Serra Pelada, de Heitor Dhalia, com três.

O prêmio é realizado desde 2002 pela Academia Brasileira de Cinema e é considerado o Oscar brasileiro. Curiosamente, numa noite que tinha um prêmio novo e especial só para comédias, nenhum dos três se enquadra na categoria.

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As escolhas foram feitas por 200 sócios, representantes da indústria e críticos. O público votou para escolher melhor filme nacional, estrangeiro e documentário: ganharam Cine Holliúdy, Django Livre e Elena.

A noite foi de homenagem ao cineasta Domingos Oliveira, cujo primeiro filme, Todas as Mulheres do Mundo, de 1966, norteou o roteiro. Ele foi aplaudido de pé pelo Municipal ao fim da cerimônia e agradeceu dizendo que "tem recebido homenagens desproporcionais". "Não admito que ninguém diga que tem uma vida melhor do que a minha", brincou.

Os professores da rede pública de ensino do Recife e da cidade de Afogados da Ingazeira - Sertão do Estado - podem participar da terceira edição do Curso Itinerante de História do Cinema no Brasil. Os interessados devem acessar o blog Cine Curso PE para participar da capacitação. 

A iniciativa, que é voltada para a formação de educadores, busca levar às escolas aulas sobre o cinema brasileiro e incentivar os professores a usarem filmes nacionais na grade escolar. Durante o curso, serão abordos os principais movimentos cinematográficos no Brasil, desde a chegada do cinema no país, no final do século XIX até o momento atual, além de promover a reflexão sobre as noções de Cinema e Identidade nacionais.

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As aulas serão ministradas pela doutora em comunicação pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Raquel do Monte. A capacitação é gratuita e ficará no Recife até o dia 4 de abril das 14h às 18h, na Escola Estadual Aníbal Fernandes, no bairro de Santo Amaro. Em Afogados da Ingazeira, será realizado de 7 a 9 de maio, das 08h às 12h e das 13h às 17h. Mesmo com as aulas já iniciadas, os educadores podem se inscrever e participar da formação.

Curso Itinerante de História do Cinema no Brasil

Recife - de 31 de março a 04 de abril | das 14h às 18h

Escola Estadual Aníbal Fernandes (Rua Marquês do Pombal, s/n, Santo Amaro)

Afogados da Ingazeira - de 7 a 9 de maio | das 08h às 12h e das 13h às 17h

Colégio Normal Estadual (Av. Padre Luiz de Campos Góes, s/n, Centro)

http://www.cinecursope.blogspot.com.br/

Contrapondo-se às comédias brasileiras escrachadas, que crescem cada vez mais no circuito nacional, o filme S.O.S Mulheres ao Mar tenta firmar posição para que o gênero comédia romântica também teha espaço na produção brasileira. O longa é o primeiro trabalho solo da diretora Cris D’Amato e a quinta parceria entre Giovanna Antonelli e Reynaldo Gianechinni. Ainda participam do elenco Fabíula Nascimento e Thalita Carauta, do Zorra Total.

Por mais que seja uma boa ideia investir no ramo da comédia romântica no Brasil, o filme não apresenta muitas novidades. O roteiro foi escrito por Marcelo Saback, que elaborou os dois da franquia De Pernas pro Ar.  Na trama de S.O.S Mulheres ao Mar, Giovanna Antonelli vive Adriana, uma tradutora de legendas de filmes pornôs que aparenta ser livre e independente no início do filme, mas ao longo da história se mostra uma pessoa que depende de um marido para ser feliz. Uma ideia não muito satisfatória ainda mais nos dias atuais em que as mulheres buscam cada vez mais independência.

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Adriana descobre que seu marido Eduardo (Marcello Airoldi) a trocou por Beatriz, uma atriz famosa interpretada por Emanuelle Araújo. Sem rumo na vida, a personagem de Giovanna resolve embarcar em um transatlântico de luxo chamado Orchestra a fim de tentar separar o casal apaixonado Eduardo e Beatriz. De quebra, Adriana também leva sua irmã Luiza (Fabíula Nascimento) e Dialinda (Thalita Carauta), sua empregada. Uma é mais espevitada, enquanto a outra é mais inocente.

Fabíula Nascimento possui 12 filmes em sua carreira e sempre mantém a mesma dedicação com uma personagem nova. “Desde Estômago, meu primeiro filme, já fiz 12 longas, mas alguns não têm dinheiro nem para fazer cópia. Mas todas as personagens foram construídas com muito carinho e dedicação. Crio essas mulheres, elas existem e me divirto com todas”, diz a atriz.

Ao longo da viagem, Adriana vai descobrindo sua liberdade e percebe que não depende de um homem para ser feliz. Mas essa nova ideologia contradiz sua aproximação com André (Reynaldo Gianecchini). Por causa de uma pequena confusão no início, Adriana acha que o personagem é gay e acaba se aproximando dele apenas como um amigo. Esta é a quinta parceria entre os dois atores. Três foram na televisão e duas no cinema, a primeira na comédia Avassaladoras, que teve contribuição de Cris D’Amato. “Giane é um irmão, parceiro e amigo de todas as horas. Temos uma sintonia maravilhosa. Acima de tudo, também nos divertimos muito em cena. Gostamos do que fazemos e damos muitas risadas. Nada melhor do que a amizade para fazermos um excelente trabalho juntos”, conta Giovanna. Reynaldo Gianechinni também destaca a amizade dos dois e conta que eles se tornaram amigos fora do trabalho.

A inovação do filme não vai além da aposta no gênero comédia romântica. Paradoxalmente, S.O.S Mulheres ao Mar não acrescenta nada de novo em sua produção. Aliás, o longa é um exemplo explícito de que o cinema pode ser muito comercial, visto que no filme encontram-se muitas propagandas, principalmente nas cenas do cruzeiro.

Apesar da mesmice, Giovanna Antonelli incorpora bem sua personagem, mas as boas risadas surgem quando Fabíula Nascimento e Thalita Carauta entram em cena. Uma curiosidade é a figuração de S.O.S Mulheres ao mar. Ao total, são três mil figurantes e todos eles estavam no cruzeiro como passageiros. A melhor parte é poder apreciar a bela paisagem italiana, com sua arquitetura renascentista. O filme teve três locações: a primeira no Rio de Janeiro, a segunda num cruzeiro, em que a equipe ficou por 30 dias, e a terceira na própria Itália. 

Por ser um cruzeiro de verdade, em alto mar, alguns atores passaram mal nas gravações como foi o caso de Marcello Airoldi e Emanuelle Araújo, que chegou a ser hospitalizada. Para o papel principal, Cris D’Amato apresentou o roteiro a Giovanna Antonelli e a atriz topou assim que o leu. Na época, ela não podia embarcar no cruzeiro por muito tempo devido às gravações da novela Salve Jorge, na qual interpretava a delegada Helô. Mas tanto Cris como o produtor Júlio Uchôa queriam Giovanna no filme e eles conseguiram adiar as gravações por três meses.

S.O.S Mulheres ao Mar estreia nos cinemas nesta quinta-feira (20).

A partir do dia 13 de março, as estreias de filmes nos cinemas brasileiros acontecerão nas quintas-feiras, conforme comunicado da Federação Nacional das Empresas Exibidoras Cinematográficas (Feneec) nesta sexta-feira (21). A alteração tem como objetivo aumentar o público nas quintas, dia considerado fraco para o cinema.

Outra justificativa da Federação é que filmes com verba de divulgação menor terão um dia a mais para se beneficiar da propaganda boca a boca. Produções como Need for Speed, About Last Night, Prenda-me, Academia de Vampiros: O Beijo das Sombras, Refém da Paixão e as nacionais Alemão e Éden serão as primeiras a estrear numa quinta-feira.

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Alguns países como Alemanha, Rússia, Austrália, Argentina, Peru, Bolívia e Chile já usam a quinta-feira como dia de estreias nos cinemas. De acordo com a Feneec, ainda não há um consenso entre os exibidores sobre os preços praticados nesse novo dia e a decisão ficará a cargo de cada rede de cinemas no país.

Sempre haverá algum crítico ou espectador para contestar a informação - no ano passado, o melhor filme brasileiro do ano deve ter feito míseros 10 mil espectadores, se tanto, e não se pode dizer que tenha sido um fracasso. Lançado em pouquíssimas salas, em horários alternativos, Sagrado Segredo, de André Luiz Oliveira, fez números decentes por cópia para alcançar a média, mesmo que baixa. Este ano tem sido de comemoração - os números do cinema brasileiro aumentaram muito, incluindo o share, a participação nacional no próprio mercado, mas é muito provável que o melhor brasileiro do ano, programado para estrear no dia 27 - São Silvestre, de Lina Chamie - encerrará 2013 fazendo menos público que o melhor de 2012.

Justamente nesta sexta-feira, (6), a Ancine, Agencia Nacional de Cinema, que regulamenta o cinema no País se reúne para debater a cota de tela para a produção nacional em 2014. Neste ano, dependendo do número de salas de cada complexo, os cinemas cumprem uma cota mínima entre 28 e 63 dias por sala e devem exibir de três a 14 filmes nacionais diferentes, no mínimo. O cineasta Ícaro Martins divulgou um documento que foi avalizado por Eduardo Escorel em seu blog. Há um discurso de que o cinema brasileiro se consolida, avança de vento em popa e não precisa de leis protecionistas para se impor no próprio mercado. Martins tem restrições a ele. Não é verdade - não num mercado formatado para a produção de Hollywood, agora é o repórter quem diz.

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Como Martins assinala em seu documento, tanto a frequência do público quanto os números do cinema brasileiro aumentaram muito desde 2000. Mas, se é verdade que o mercado cresceu, a presença brasileira tem sido tudo, menos regular.

Este ano, nenhum filme superou a marca de 5 milhões de espectadores, embora dois tenham se aproximado bastante. E são dois bons filmes - De Pernas pro Ar 2, de Roberto Santucci, e Minha Mãe É uma Peça, de André Pellenz, com o fenômeno Paulo Gustavo. Os críticos reclamam do sucesso das comédias, como se elas não pudessem ter méritos. Uma aborda em chave crítica o papel da mulher na sociedade brasileira. A outra discute a disfuncionalidade familiar. Márcio Fraccaroli, da Paris Filmes, que distribui os dois, analisa. Sua empresa fez uma aposta na comédia e deu apoio integral aos projetos, inclusive apostando em lançamentos massivos. Agora mesmo, Crô - O Filme, de Bruno Barreto, acaba de abrir com mais de 330 mil espectadores no primeiro fim de semana. O filme deve fechar a primeira semana em 600 mil espectadores, e Fraccaroli acredita que chegará a 1,5 milhão de espectadores, bem mais que o próprio Barreto alcançou com seu longa precedente, o dramático (e poético) Flores Raras.

RETROSPECTIVA DO CINEMA BRASILEIRO - Cinesesc. Rua Augusta, 2.075, Cerqueira César, 3087-0500. De 5/12 a 2/1. R$ 2 a R$ 10 - Passaporte: R$ 100 (para 15 filmes).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O premiado Tatuagem, dirigido pelo pernambucano Hilton Lacerda, chega aos cinemas brasileiros no dia 15 de novembro. As primeiras cidades a receber o filme são Recife, São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Salvador, Vitória, Manaus e Belo Horizonte.

Em entrevista realizada na Fundaj, no dia 16 de outubro passado, Hilton Lacerda falou ao Portal LeiaJá sobre a essência do filme. “Este trabalho é como se fosse uma grande metáfora sobre os dias de hoje, sobre as intolerâncias, de que forma os governos têm se comportado diante da população, e de que forma a sociedade tem se visto”, disse ele.

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O filme tem roteiro do próprio Hilton e conta no elenco com Irandhir Santos, Jesuíta Barbosa, Rodrigo Garcia, Silvio Restiffe e Sylvia Prado. Tatuagem se passa no ano de 1978, e fala dos confrontos e reflexões de uma geração vistos a partir da periferia, ao mesmo tempo em que acompanha o romance entre um soldado de 18 anos e um agitador cultural.

A Agência Nacional do Cinema (Ancine) inscreve, gratuitamente, longas-metragens de ficção, documentários e curtas-metragens na 6ª edição do Festival de Cinema Brasileiro de Los Angeles (LABRFF, sigla em inglês), que será realizado entre 24 e 28 de abril, nos Estados Unidos. O prazo para inscrição segue até o dia 31 de janeiro.

Poderão participar filmes produzidos a partir de 2009. É necessário que sejam inéditos nos Estados Unidos. Para se inscrever, é necessário preencher a ficha de inscrição e enviar o filme em DVD para o endereço indicado no final da ficha, ou o link para download da obra para o e-mail submissions@labrff.com.

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As mostras competitivas de longas e de curtas serão compostas por seis filmes cada. Já a mostra de documentários terá quatro títulos concorrendo ao troféu. Filmes convidados pela organização do festival podem participar de mostras paralelas, fora da competição. A programação do evento também inclui seminários, workshops e debates voltados às atividades de fomento, buscando incentivar as coproduções entre Brasil e Estados Unidos.

Mais informações na página do LABRFF.

Apoio - A Ancine renovou a portaria que institui o Programa de Apoio à Participação de Filmes Brasileiros em Festivais Internacionais. Serão selecionadas produções para 77 eventos. No ano passado, a Ancine viabilizou a presença de 85 filmes brasileiros – 22 curtas, 38 longas e 25 médias-metragens – em 43 festivais realizados em 21 países diferentes. Para mais informações sobre o programa, clique AQUI.

Todo mundo está falando: O Palhaço é o filme nacional selecionado para concorrer a uma indicação ao Oscar. Existe muita confusão sobre isso por que parece pouca a diferença entre a indicação de um país de um filme escolhido e a seleção em si. Tende-se a esquecer o que a cerimônia é, e como ela funciona.

O Oscar é essencialmente um prêmio da Academia de Artes Cinematográficas, essencialmente do 'sindicato' dos cineastas dos EUA. Criado pela Metro Goldwyn Meyer (MGM) em 1927, é um prêmio de votação, feito pelos membros da academia, que votam entre os indicados duas vezes: uma vez para fazer a lista dos cinco, e outra vez para fechar o mais apreciado dentre os cinco. Para concorrer, é necessário que ele seja exibido em Los Angeles, sede da academia, pelo menos durante uma semana. Já a indicação brasileira de um filme é feito por uma comissão organizada pelo Ministério da Cultura (Minc), que seleciona a partir de uma lista o 'felizardo' que irá para esta pré-seleção nos EUA.

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Portanto, vários fatores influenciam todas as três decisões. A seleção de filmes brasileiros este ano foi especialmente pobre: "À beira do caminho", de Breno Silveira, "Billi pig", de José Eduardo Belmonte, "Capitães da areia", de Cecília Amado, "Colegas", de Marcelo Galvão, "Corações sujos", de Vicente Amorim, "Dois coelhos", de Afonso Poyart, "Heleno", de José Henrique Fonsecam "Elvis & Madona", de Marcelo Laffite ,"Histórias que só existem quando lembradas", de Julia Murat, "Luz nas Trevas", de Helena Ignez e Icaro Martins, "Menos que nada", de Carlos Gerbase, "Meu país", de André Ristum, "O carteiro", de Reginaldo Faria, "Paraísos artificiais", de Marcos Prado e "Xingu", de Cao Hamburger. A maior parte destes filmes nem mesmo correu o Brasil inteiro, sendo exibidos apenas em festivais, e no eixo Rio-São Paulo.

Foi um ano bastante pobre de filmes nacionais, já que o primeiro semestre quase não cumpriu as cotas obrigatórias de exibição, uma medida organizada pela Agência Nacional de Cinema (ANCINE) para assegurar o espaço mínimo dos filmes nacionais nas salas de exibição. Em 2012, os cinemas teriam que cumprir uma Cota de Tela mínima entre 28 e 63 dias por sala e exibir, no mínimo, entre três e 14 filmes nacionais diferentes. A lista original de onde 'O Palhaço' saiu tem 15 longas metragem, que cumpriram os requisitos de exibição nos EUA.

Fora isso, existe também o fato da concorrência do resto do mundo: grandes concorrentes selecionados por outros países, com carreiras mais bem sucedidas do que 'O Palhaço', tanto em seus locais de origem quanto em festivais internacionais. Um bom exemplo disto é a seleção da França, em que 'Os Intocáveis' é o filme mais visto fora da França desde 'O Fabuloso Destino de Amelie Poulan' e, só nos EUA, onde encontra-se boa parte dos votantes, e mostra que ele ressona bem com o público americano. O drama já fez mais de 12 milhões de dólares por lá. Da mesma forma, 'Amour', o representante da Áustria, está na concorrência, e tem uma palma de ouro no último festival de Cannes, embora não seja o tipo de filme que a academia realmente premie no fim - geralmente é o tipo de história que entra na pré-seleção.

Porém, um ponto a favor do fime brasileiro é sua universalidade, uma característica importante em premiações assim. A trama de 'O Palhaço' é fácil de se relacionar, e se baseia na alegria e tristeza de um arquétipo universal - a figura do palhaço circense, além de ser um filme competente visualmente, embora tenha um tipo de ritmo mais dado ao cinema europeu do que ao americano.

Outro ponto favorável é o regime especial de votação em que somente membros que viram TODOS os filmes concorrentes tem direito a votar entre eles: a simples afiliação não é suficiente. Esse pré-requisito garante várias supresas, como a que aconteceu em 2010, quando o ganhador de Cannes, 'A Fita Branca', de Michael Haneke, o mesmo diretor de 'Amour', perdeu o Oscar para o argentino 'O Segredo dos Seus Olhos', de Juan José Campanella.

São Paulo - Aos 83 anos, o cineasta Nelson Pereira dos Santos ainda nem lançou seu segundo filme sobre Antonio Carlos Jobim - "A Luz do Tom", estreia prevista para agosto - e já tem projeto engatilhado para 2013. Nada mais nada menos que uma cinebiografia daquele que, para muitos, foi o mais iluminado estadista brasileiro, Dom Pedro II.

Dom Pedro de Alcântara que, ao longo de quase 50 anos de reinado, manteve a unidade do país de dimensões continentais, travou uma guerra de cinco anos com o Paraguai e conseguiu conduzir a abolição da escravatura. O filme baseia-se na biografia escrita por José Murilo de Carvalho, membro, como Nelson, da Academia Brasileira de Letras. Carvalho escreveu um perfil elogioso, mas não encomiástico. E foi a própria leitura do texto, de estilo preciso e elegante, que levou Nelson a propor ao colega de fardão transpô-lo para o cinema.

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"O livro do Murilo tem uma estrutura muito interessante", diz o cineasta, em conversa com a reportagem. "Em vez de estabelecer a cronologia tradicional, ele divide a vida de Dom Pedro em pequenos capítulos temáticos que, aí sim, exibem uma cronologia interna."

A sedução pelo formato pouco usual entre historiadores no entanto levou Nelson Pereira a buscar outras soluções de roteiro. "Imagino, para abrir o filme, a seguinte situação: dia 15 de novembro de 1889, o imperador Dom Pedro II e a família encontram-se aprisionados no Paço Imperial, atual Praça XV, pelos militares que estão proclamando a República no Brasil. Nesse momento, dois tipos de pensamento emergem em sua cabeça: o primeiro, a longa luta travada para abolir a escravidão no Brasil; a segunda volta-se para uma certa senhora baiana e mulata", diz, brincando.

De fato, se pudéssemos adivinhar o que se passava pela cabeça de Pedro, ao ver-se destituído do trono, talvez fossem esses os pensamentos dominantes. A luta para extirpar a chaga da escravidão, e que não foi apenas de Dom Pedro mas de todos os abolicionistas, e a imagem de uma mulher onipresente em sua vida afetiva - a condessa de Barral. A partir desses dois pensamentos convergentes, Nelson pretende reconstruir a trajetória de Pedro de Alcântara, que assumiu o trono brasileiro aos 15 anos de idade e reinou por 49 anos, três meses e 22 dias.

O relacionamento com a condessa de Barral foi quase tão longo quanto o reinado de Dom Pedro. Eles se conheceram em 1856, quando o imperador tinha 31 anos e ela, quase 40. Chamava-se Luísa Margarida Portugal de Barros e era filha de Domingos Borges de Barros, visconde de Pedra Branca. "A irmã de Pedro indicou essa condessa como preceptora das suas filhas", diz Nelson. Ela veio da França e assumiu a educação de Isabel e Leopoldina. Encantado com a mulher cosmopolita, não era raro que o monarca acompanhasse as lições que dava às princesas, e assim o caso entre os dois teria nascido.

Dom Pedro morreu no exílio, em 1891, e começou a ser reabilitado, de maneira oficial, apenas em 1922, no centenário da Independência. O decreto de banimento foi revogado e os restos mortais puderam ser repatriados. Estátuas surgiram e sua efígie de barbas brancas, ar sábio e bondoso passaram a frequentar os livros escolares e a imaginação histórica dos brasileiros. Poliglota, justo, "republicano" apesar da coroa, cultor das artes e das ciências, honesto e defensor da liberdade de imprensa, mesmo quando por ela atacado e ridicularizado - espanta que, a esta altura do campeonato, o cinema também se interesse por ele? As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Há 114 anos, surgia, no Rio de Janeiro, a primeira imagem em movimento registrada por brasileiros. A data era 19 de junho de 1898 e marcava o que ficou conhecido como o nascimento do Cinema Brasileiro. O italiano Afonso Segreto era um dos donos da primeira sala fixa de cinema do Brasil e foi o responsável por filmar a Baía de Guanabara com uma câmera francesa.

A data foi determinada oficialmente pela Agência Nacional de Cinema (Ancine). Porém, em funçao do mercado, o cinema brasileiro só virou uma manifestação artística popular a partir da década de 1940, quando os estúdios Vera Cruz, em São Paulo, e Atlântida, no Rio de Janeiro, iniciaram uma produção intensa, tornando-se responsáveis por criar dois símbolos da cultura nacional: Mazzaroppi e seu Jeca Tatu e as chanchadas, que tinham em Oscarito e Grande Otelo uma dupla afinada e irresistível.

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Para homenagear a data, o canal por assinatura Telecine Pipoca irá exibir uma programação especial. A partir das 18h20, poderão ser conferidos quatro longas-metragens: Quincas Berro D'Água (2010), de Sérgio Machado; Cilada.com (2011) de José Alvarenga Jr.; Bruna Surfistinha (2011), de Marcus Baldini; e De Pernas Pro Ar (2010), de Roberto Santucci.

Diferentes aspectos da produção cinematográfica brasileira neste início de século como atuação, direção, roteiro, exibição, distribuição e legislação estão no livro Cinema Brasileiro no Século 21, escrito pelo jornalista Franthiesco Ballerini. A obra é fruto de dois anos de pesquisas e entrevistas com alguns dos principais realizadores de cinema do Brasil.



O livro começa com uma análise do cinema brasileiro no século XX, contextualizando o caminho da produção até o início do século XXI edetalhando fatos importantes da cinematografia brasileira desde o seu nascimento. Entre os entrevistados estão Leon Cakoff, Gustavo Dahl, Fernando Meirelles, Cacá Diegues, Marçal Aquino, Andrucha Waddington, José Wilker, Selton Mello, Wagner Moura, Daniel Filho e Luiz Carlos Barreto.

Os 12 capítulos de Cinema Brasileiro no Século 21 trazem um debate sobre o cinema nacional considerando sua história, internacionalização, o ensino do cinema e a produção de documentários. Traz também, o debate sobre a necessidade de tornar a produção cinematográfica mais próxima do público, e a constatação da heterogeinedade dessa produção, que hoje engloba desde filmes de arte até comédias leves e filmes espíritas.



O jornalista Franthiesco Ballerini foi crítico de cinema do Jornal da Tarde e colaborador de O Estado de São Paulo, produzindo reportagens especiais e entrevistas em Hollywood. Colaborou com as revistas Bravo!, Contigo!, Quem e Sci-fi News e foi colunista cultural da Rádio Eldorado e da TV Gazeta. É o autor de Diário de Bollywood - Curiosidades e segredos da maior indústria de cinema do mundo (Summus, 2009) e crítico e colunista da Revista Valeparaibano, além de professor e coordenador da Academia Internacional de Cinema. Também ministra palestras e cursos sobre cinema e cultura em instituições do Brasil e do mundo. A edição é da Summus Editorial.

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O lançamento acontece em São Paulo nesta terça (17), às 19h, na Livraria do Espaço (Rua Augusta, 1475). Mais informações: www.franthiescoballerini.com / www.summus.com.br / 11 3865 9890

Após o sucesso no Festival de Berlim, no qual teve sessões lotadas e ficou em terceiro lugar no Prêmio do Público da mostra Panorama, o longa-metragem Xingu estreia no circuito nacional nesta sexta (6). O filme conta a saga dos irmãos Villas-Bôas - Orlando, Cláudio e Leonardo - que resultou na descoberta e contato de povos indígenas isolados e na criação da primeira reserva indígena do Brasil, o Parque Indígena do Xingu.

A história dos Villas-Bôas com os indígenas começa quando eles se alistam na expedição Roncador-Xingu, parte do projeto Marcha para o Oeste, iniciada no governo de Getúlio Vatgas com o intuito de explorar e ocupar as imensas regiões ainda não conhecidas pelo país na época, como o Centro-oeste e o Norte. Logo, os irmãos se tornam chefes da expedição e se transformam em grandes conhecedores e defensores da cultura indígena brasileira. Os irmãos fizeram contato com vários tribos isoladas e se instalaram na redição durante cerca de 35 anos, convivendo intensamente com os índios e ajudando a fundar 43 vilas.

O longa contou com um orçamento de  R$ 14 milhões acima da média brasileira, de e foi todo filmado no Tocantins, Pará e Mato Grosso. Em locações abertas e em contato com a natureza retratada no filme. No elenco, os atores Felipe Camargo (Orlando), João Miguel (Cláudio) e Caio Blat (Leonardo).

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Não deu para Tropa de Elite 2. Mais um ano, e o Brasil está fora da maior premiação do cinema mundial. A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood anunciou nesta quarta (18) os nove filmes de língua estrangeira que ainda farão parte da disputa.

A saída do filme de José Pasilha da disputa repete uma sina do cinema brasileiro no Oscar, para o qual só foi indicado quatro vezes ao longo de 83 anos de premiação, sem nunca ter vencido. Os cinco indicados definitivos em todas as categorias para a premiação deste ano serão anunciados no próximo dia 24.

Confira os nove filmes que ainda estão concorrendo à indicação:

Bullhead (Bélgica), de Michael R. Roskam;

Monsieur Lazhar (Canadá), de Philippe Falardeau;

Footnote (Israel), de Joseph Cedar;

A Separation (Irã), de Asghar Farhadi;

Superclásico (Dinamarca),  de Ole Christian Madsen;

Pina (Alemanha), de Wim Wenders;

Omar Killed Me (Marrocos), de Roschdy Zem;

In Darkness (Polônia), de Agnieszka Holland;

Warriors of the Rainbow: Seediq Bale (Taiwan), de Wei Te-sheng

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