Tópicos | corrida

Portugal, o país europeu com a maior porcentagem de cidadãos vacinados, reinstaurou nesta quarta-feira (1º) várias restrições para tentar conter o retorno da pandemia e lançou uma nova campanha de imunização.

Depois de vacinar 85% de sua população desde o início de outubro, as autoridades começaram outra corrida contra o tempo para inocular uma dose de reforço em quase 20% da mesma antes das festas de final de ano.

Mas, das 1,8 milhão de pessoas com mais de 65 anos, ainda faltam 600 mil, segundo relatório divulgado na noite de terça-feira pela Direção-Geral de Saúde.

Prova da vontade do governo socialista de António Costa de acelerar a campanha de vacinação, ao mesmo tempo que as novas restrições entraram em vigor, o maior centro de vacinação abriu as portas nesta quarta-feira em Lisboa.

Instalado num grande pavilhão do principal centro de exposições da capital portuguesa, deve duplicar a capacidade de inoculação, permitindo administrar diariamente até 6.000 doses de vacinas anticovid e 3.000 contra a gripe.

"Corremos uma longa maratona para finalizar a campanha de vacinação com excelentes resultados", disse à AFP o pneumologista Filipe Froes, chefe do gabinete de crise da Ordem dos Médicos do país ibérico.

"Claro que estamos exaustos, mas acho que deveríamos ter iniciado as doses de reforço mais cedo", acrescenta.

Graças a uma das taxas de vacinação mais elevadas do mundo, Portugal registrou um retorno mais tardio e menos grave da pandemia do que outros países.

O número de novos casos diários aumentou consideravelmente em um mês. Este indicador, assim como o número de pessoas hospitalizadas, está próximo do pico alcançado no verão passado (hemisfério norte) com a chegada da variante delta.

Na ânsia de evitar o cenário de desastre causado no inverno anterior pela variante alfa - enquanto eleições legislativas antecipadas eram convocadas para 30 de janeiro - o governo português fez o mesmo que na maioria dos países europeus, restabelecendo uma série de medidas sanitárias.

A partir desta quarta-feira, o uso de máscara voltou a ser obrigatório em todos os locais fechados, enquanto o passe de saúde deve ser apresentado nas entradas de restaurantes, hotéis e pavilhões esportivos.

Além disso, para entrar no país não será suficiente portar certificado de vacinação, mas também comprovante de teste negativo ou de recuperação após sofrer covid-19.

Para estancar os contágios que podem ocorrer nas festas de fim de ano, o primeiro-ministro Antonio Costa anunciou medidas mais severas a partir da primeira semana de janeiro: extensão das férias escolares, teletrabalho obrigatório e fechamento de bares e boates.

Segundo Froes, essas medidas são fundamentais, apesar do índice de vacinação do país, já que "seu impacto é muito maior do que qualquer outro".

E acrescenta: "com esta nova ameaça da variante ômicron, algumas dessas medidas podem ter que ser ajustadas".

Em Portugal, os primeiros casos da nova variante foram detectados na segunda-feira em uma equipe de futebol da primeira divisão (Belenense SAD), que teve um jogador que viajou recentemente para a África do Sul, país que primeiro noticiou o aparecimento da ômicron.

Para as autoridades portuguesas, assim como para os profissionais da saúde, a vacinação continua a ser um instrumento fundamental na luta contra a pandemia.

"A vacinação nunca foi considerada uma cura, mas sim uma prevenção contra doenças graves", disse a enfermeira Ana Marcelino, responsável pela campanha de vacinação em Cascais, subúrbio da zona oeste de Lisboa.

Nem duas punições num mesmo fim de semana foram suficientes para parar Lewis Hamilton no Brasil. O piloto inglês, cada vez mais à vontade no país do seu ídolo, Ayrton Senna, brilhou novamente no Autódromo de Interlagos e venceu o GP de São Paulo neste domingo. De quebra, reduziu a vantagem de Max Verstappen na liderança do campeonato. O holandês chegou em segundo lugar, logo à frente do finlandês Valtteri Bottas.

Foi a 101ª vitória do inglês na F-1, a terceira no Brasil, comemorada com a torcida, que encheu as arquibancadas do circuito paulistano. Após cruzar a linha de chegada, Hamilton ganhou uma bandeira brasileira, com a qual desfilou em seu carro até parar diante do pódio. Ao longo da semana, o inglês declarou diversas vezes que se sentia cada vez mais brasileiro.

##RECOMENDA##

Numa das melhores provas da temporada, Hamilton brilhou tanto no sábado quanto no domingo. Antes de chegar em primeiro ao fim das 71 voltas, ele surpreendeu no sprint race ao finalizar as 24 voltas em quinto lugar. Foram 15 ultrapassagens no sábado e mais 10 neste domingo, totalizando 25. E logo num fim de semana em que sofreu duas punições. No sábado, largou em último. Neste domingo, foi apenas o 10º no grid. Mas ele precisou de apenas 19 voltas para pular do 10º para o 2º posto.

No campeonato, a situação ficou mais equilibrada. Verstappen chegou aos 332,5 pontos, contra 318,5 de Hamilton. Faltam ainda três etapas para o fim da temporada.

Após vacilar na largada no México, há uma semana, Bottas voltou a vacilar em Interlagos. O companheiro de Hamilton foi superado por Verstappen no meio do "S do Senna" e por Pérez na reta oposta. No meio do pelotão, o inglês conquistou quatro posições na primeira volta. Na segunda, aparecia em terceiro, atrás apenas dos carros da Red Bull.

A ascensão do heptacampeão ganhou uma ajuda na 7ª volta, quando o safety car entrou na pista porque Yuki Tsunoda perdeu a asa dianteira de sua AlphaTauri no "S do Senna" - o japonês acabou sofrendo punição de 10 segundos. Na relargada, três voltas depois, Verstappen sustentou a liderança, sendo protegido por Pérez, seu companheiro de equipe.

Logo na sequência o safety car virtual foi ativado por causa dos dedritos da asa dianteira de Mick Schumacher, após choque com Kimi Raikkonen. Na retomada das disputas, Hamiltou passou Pérez, que recuperou a posição em seguida, no 18º giro. Na volta seguinte, o inglês não repetiu o erro da primeira tentativa e deixou o mexicano para trás de vez.

Verstappen liderava com quatro segundos de vantagem sobre seu maior rival. Sem conseguir se aproximar do líder do campeonato, o inglês e a Mercedes apostaram na estratégia. Na 27ª volta, ele trocou os pneus médios pelos duros. Retornou em 6º para a pista.

Uma volta depois, Verstappen fez o mesmo e voltou para a pista em 3º, à frente de Hamilton. Na prática, a estratégia da Mercedes deu resultado. A diferença para o primeiro colocado caiu para 1s5 segundo. Nem mesmo uma nova ativação do safety car virtual, na 30ª volta, mudou o cenário da briga pela vitória.

A situação mudou no 41º giro, quando Verstappen surpreendeu ao ir aos boxes para colocar novos pneus duros. Voltou em quarto, enquanto Hamiltou herdou a liderança. Duas voltas depois, o inglês repetiu a estratégia do rival holandês, agora novamente em primeiro lugar na prova.

Mas a diferença entre os dois caía a cada volta. De 1s2, chegou a ser derrubada para 0s2 na 48ª, quando Hamilton foi para o bote. Ele tentou por fora no fim da reta oposta. Verstappen fechou a porta e ambos acabaram saindo da pista. A Mercedes reclamou, porém os comissários decidiram não investigar o caso.

Nova investida só veio dez voltas depois, sem sucesso. No giro seguinte, o heptacampeão não perdoou. Superou Verstappen, assumiu a ponta e não deu mais chance para o rival. Sem sustos, ele cruzou a linha de chegada na frente, recebendo a bandeirada da ginasta e campeã olímpica Rebeca Andrade, convidada da organização.

Pilotos e equipes agora rumam para o Catar. A corrida de estreia no país será já no próximo domingo, no Circuito de Losail. Será o terceiro final de semana consecutivo de corrida na F-1, incluindo ainda o GP do México, disputado no domingo passado.

Confira a classificação do GP de São Paulo de Fórmula 1:

1º - Lewis Hamilton (ING/Mercedes), em 1h13min860

2º - Max Verstappen (HOL/Red Bull), a 10s496

3º - Valtteri Bottas (FIN/Mercedes), a 13s576

4º - Sergio Perez (MEX/Red Bull), a 39s940

5º - Charles Leclerc (MON/Ferrari), a 49s517

6º - Carlos Sainz Jr. (ESP/Ferrari), a 51s820

7º - Pierre Gasly (FRA/AlphaTauri), a uma volta

8º - Esteban Ocon (FRA/Alpine), a uma volta

9º - Fernando Alonso (ESP/Alpine), a uma volta

10º - Lando Norris (ING/McLaren), a uma volta

11º - Sebastian Vettel (ALE/Aston Martin), a uma volta

12º - Kimi Räikkönen (FIN/Alfa Romeo), a uma volta

13º - George Russell (ING/Williams), a uma volta

14º - Antonio Giovinazzi (ITA/Alfa Romeo), a uma volta

15º - Yuki Tsunoda (JAP/AlphaTauri), a uma volta

16º - Nicholas Latifi (CAN/Williams), a uma volta

17º - Nikita Mazepin (RUS/Haas), a duas voltas

18º - Mick Schumacher (ALE/Haas), a duas voltas

Não completaram a corrida:

Daniel Ricciardo (AUS/McLaren)

Lance Stroll (CAN/Aston Martin)C

Após um ano e sete meses sem acontecer por conta da pandemia de Covid-19, a tradicional corrida 'Eu Amo Recife' está de volta. Conhecida como um dos principais circuitos de rua do Nordeste, a oitava edição da corrida acontece no próximo dia 4 de dezembro com uma novidade. Complementando os 5km e 10km já tradicionais, a prova terá um novo percurso de 21km pela capital pernambucana, adquirindo uma característica de meia-maratona.

Um dos grandes diferenciais da corrida é o fato dela ocorrer no período noturno e ser acompanhada com muita música, além de enaltecer os pontos principais do Recife, trazendo um clima de festa com seis dj's e três atrações culturais distribuídas pelo percurso.

##RECOMENDA##

Segundo Eduardo Couceiro, diretor executivo do Instituto Incentiva, que organiza o evento, além de já ser um pleito dos corredores mais avançados, o evento passa a ocupar um lugar de destaque no calendário nacional de meias maratonas. "É notório que modalidades de 21 e 42k atraem mais turistas que procuram provas mais desafiadoras que compensem o investimento e Recife não pode ficar de fora do mapa do turismo esportivo que movimenta milhares de pessoas pelo mundo inteiro", explicou.

Para participar da corrida, é preciso seguir os protocolos de segurança elaborados pela organização, como estar vacinado com as duas doses (ou dose única). Além disso, será obrigatório o uso de máscaras na arena do evento, podendo o atleta retirá-la após a largada e devendo colocá-la logo após sua chegada. Outras informações, inscrições e valores estão no site oficial do evento.

A Prefeitura do Recife fechou uma parceria com a Uber para oferecer à população que já completou o ciclo vacinal contra a Covid-19 um voucher de R$ 15 em corridas com o aplicativo. Ao todo, serão disponibilizados 3,3 mil vouchers de desconto pela Uber.

A ação acontece dentro da campanha Passaporte Recife Vacina. "A gente conseguiu uma doação de 3,3 mil vouchers de R$ 15  para serem utilizados por pessoas que já tomaram as duas doses da vacina no Recife. Vocês vão poder acessar o Conecta Recife, gerar o Passaporte da Vacina e, no ato do pagamento da corrida do Uber, poderá colocar o código que vai ser gerado. As 3,3 mil primeiras corridas vão ter esse desconto de R$15", explica o prefeito João Campos (PSB). Segundo o prefeito, mais vouchers serão doados caso a parceria dê certo.

##RECOMENDA##

O Conecta Recife pode ser acessado via aplicativo para Android ou iOS ou pelo site. Para gerar o Passaporte da Vacina, é preciso fazer login e gerar um QR code, que deve ser apresentado nos estabelecimentos pelo celular. No Uber, os códigos promocionais poderão ser inseridos logo antes do momento de solicitação da viagem, para que seja aplicado o desconto. A promoção é válida para as categorias UberX, UberX Promo e VIP. 

A vacinação no Recife está aberta para todos os adultos e jovens de 12 a 17 anos com deficiência ou comorbidades, gestantes e puérperas com filhos até um ano. 

Nas redes sociais, governadores e prefeitos brincam sobre a “corrida da vacina”, acompanhando de perto o ritmo da vacinação nos estados brasileiros. O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), o governador paulista João Doria (PSDB) e o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), são algumas das figuras que aderiram à “maratona”, interagindo com colegas da política e com a população por meio de perfis na internet, onde fazem apostas entre si.

“Esse Flávio Dino está impossível. Até rave da vacina o homem está fazendo no Maranhão.  Ainda vou pensar se dá para arrumar confusão com ele”, escreveu Eduardo Paes sobre o gestor maranhense, em resposta ao tweet da deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) falando sobre a “corrida da imunização”.

##RECOMENDA##

[@#video#@]

No mesmo fio, Dino falou que a “confusão” está comprada, prometendo fazer um “arraial” da vacinação, brincando sobre celebrar com figuras do folclore nortista e até mesmo convidar a cantora maranhense Alcione.

[@#podcast#@]

O governador João Doria, que é ativo nas redes, frequentemente responde aos seguidores e atualiza a população sobre o mapa de vacinação contra a Covid-19. Atualmente, São Paulo é o estado que mais vacinou, em números brutos, no Brasil, tendo aplicado vacinas em 19.334.259 pessoas, até a atualização desse domingo (13), às 20h.

O estado, no ranking de proporcionalidade, aparece em 3º lugar entre os estados que mais vacinaram completamente (duas doses) a população, tendo vacinado 12,86% dos paulistas e estando atrás apenas do Rio Grande do Sul (14,23%) e do Mato Grosso do Sul (13,84%).

Segundo o ranking do Our World In Data, que acompanha a vacinação em tempo real e considera no posicionamento a quantidade de pessoas completamente vacinadas, o Brasil aparece na 20º posição. Já segundo o ranking da Oxford, que considera tanto os números gerais — onde o Brasil, de forma bruta, estaria em 4º lugar —, quanto os calculados proporcionalmente em relação à população, o Brasil aparece em 78º entre 190 países e territórios.

Até o domingo (13), 54.607.404 de pessoas tomaram a primeira dose de vacinas contra a Covid no Brasil, o que corresponde a 25,79% da população. Já a segunda dose foi aplicada em 23.659.355, o que dá 11,17% da população. No total, somando a primeira e a segunda doses, 78.266.759 doses da vacina foram aplicadas.

Uma ultramaratona de 100 km disputada em uma montanha na província de Gansu, no noroeste da China, terminou com a morte de 21 pessoas neste sábado (22).

De acordo com a Reuters, o percurso foi interrompido com a chegada de uma tempestade que levou parte dos 172 participantes a apresentarem problemas físicos.

##RECOMENDA##

Segundo a agência estatal Xinhua, os atletas, que já estavam sob efeito da altitude, foram pegos de surpresa com a queda brusca nas temperaturas, fortes ventos e granizo.

Mais de 1.200 pessoas foram enviadas pelas autoridades locais para fazer o resgate dos 172 participantes, além de drones de imagens térmicas, detectores de radar e equipamentos de demolição. Neste domingo, 151 participantes foram confirmados em segurança.

(Com agências internacionais)

Para cobrar pelo Plano Diretor Cicloviário da Região Metropolitana do Recife (PDC), prometido há sete anos pelo governador Eduardo Campos (PSB), nesta sexta-feira (5), a Associação Metropolitana de Ciclistas do Recife (Ameciclo) realiza um ato na Praça do Derby, partir das 15h. Após uma corrida de bicicleta na área Central do Recife, a organização vai protocolar o Relatório da Mobilidade Ativa 2013-2020, que analisa o cumprimento das metas estipuladas pelo projeto.

Em nota, a Ameciclo reforça que as promessas de desenvolvimento urbano com a implementação de infraestrutura cicloviária estão longe de ser cumpridas, pois apenas 20% do PDC foi executado. "O prometido pelo PDC foi de, num prazo de 10 anos (a contar do seu lançamento), implantar cerca de 600 km de estruturas. Só na capital pernambucana, por exemplo, seriam aproximadamente 250 km de malha cicloviária", aponta.

##RECOMENDA##

A “descomemoração” é promovida anualmente pela Ameciclo, que neste ano realiza o protesto no esquema de corridas alleycat, com saída marcada às 16h. “São provas realizadas por ciclistas e fazem parte da subcultura do ciclismo urbano. Consiste numa prova sem trajeto pré-determinado, em que os participantes devem cumprir algumas tarefas. Numa delas, inclusive, cada um irá protocolar o Relatório da Mobilidade Urbana em um órgão público específico. Ganha quem chegar primeiro ao ponto final e que tiver completado tudo”, explica.

Pela primeira vez desde o acidente que assustou o mundo do automobilismo no GP do Bahrein, o piloto francês Romain Grosjean mostrou a mão queimada pelo fogo que tomou conta do carro com ele dentro. A imagem foi divulgada por ele mesmo em uma rede social nesta quinta-feira (10). 

Na foto, Romain diz que está "50% de volta" e fala sobre a recuperação de uma das mãos. Ele divulgou apenas a mão direita, a esquerda ainda segue imobilizada. "Fico super feliz por ter minha mão direita livre de curativos. Muito creme o dia todo, mas é bom vê-la em tão boa forma. Esperando minha mão esquerda se recuperar agora", afirmou. 

##RECOMENDA##

O acidente com Grosjean no GP do Bahrein assustou. O carro se partiu ao meio e literalmente explodiu com o piloto dentro. Mas graças aos equipamentos de segurança cerca de 30 segundos depois ele saiu do carro em chamas abanando as mãos, partes que apresentaram os piores ferimentos no acidente. 

A 99, empresa de tecnologia ligada à mobilidade urbana, anunciou uma parceria com o WhatsApp para permitir que seus usuários possam solicitar corridas pelo aplicativo de mensagem. A intenção da empresa é atrair clientes que não tenham tanta memória no celular ou tenham pacotes de dados modestos.

Como utilizar

##RECOMENDA##

O primeiro passo para usar o serviço é cadastrar o número com DDD, no seu próprio celular e iniciar uma conversa com ele, por Whatsapp. A conta possui o selo de certificação do perfil, um ícone verde logo abaixo da identificação do contato, para evitar golpes. Também é preciso ter cadastro na 99. Caso seja o primero acesso, o usuário será redirecionado a uma página para informar seus dados, que serão checados pela empresa.

Com a etapa cadastral completa, o local de destino e embarque devem ser informados via chat, inserindo o endereço por extenso ou usando o mapa de localização, com compartilhamento da localização fixa, ferramenta disponível no mensageiro. O chatbot oferece opções de confirmar, cancelar ou corrigir a corrida.

De acordo com a empresa, assim que for confirmada a chamada do carro, o usuário recebe na mesma conversa a previsão de valor da corrida, tempo de espera, nome do motorista e dados do veículo. Quando o trajeto for iniciado, a corrida será monitorada via GPS, uma forma de identificar mudanças de rota com paradas longas e trajetos com o tempo acima do previsto.

As corridas por WhatsApp também só aceitarão pagamento em dinheiro. Por enquanto, apenas as cidades paulistas de Araraquara, Bauru, Presidente Prudente e São Carlos podem testar a novidade.

Depois de sofrer um acidente no sábado (7), no percurso entre Bacabal e Barreirinhas, no Maranhão, pelo Rally dos Sertões, o piloto Tunico Maciel não resistiu e veio à óbito nesta segunda-feira (9), de acordo com a organização do evento.

Ele havia sido transportado de helicóptero para o UDI Hospital em São Luís do Maranhão, onde faleceu. Em nota o Rally dos Sertões endereçou os pêsames a amigos e familiares do competidor e disse que a família do Sertões "estava de luto".

##RECOMENDA##

Confira a nota completa:

Com imensa tristeza o Sertões recebe a notícia do falecimento do piloto Tunico Maciel, na manhã desta segunda feira, 09/11/2020, no UDI Hospital, em São Luís (MA).⠀

⠀O bicampeão da prova não resistiu aos ferimentos sofridos em um acidente na última especial do Sertões 2020.⠀

⠀À família, companheiros de trabalho e aos amigos mais próximos de Tunico, a nossa solidariedade e as nossas orações.

⠀A Família Sertões está de luto.

[@#video#@]

Os amantes de corrida terão uma experiência diferente na edição deste ano da tradicional Maratona do Rio, na capital fluminense  Em razão da pandemia do novo coronavírus (covid-19), a 18ª edição do evento ocorrerá de forma virtual, a partir da próxima sexta-feira (9) até segunda (12). Para participar, os corredores terão de baixar no celular o aplicativo Running Heroes, disponível para downloads nas lojas Apple e PlayStore. Nos últimos dois anos, a Maratona do Rio reuniu cerca de 40 mil participantes.  Assim como nas edições anteriores, também neste ano será possível optar por um de quatro percursos: 42 quilômetros, 21 km, 10 km ou 5 km. 

Entre os inscritos para a edição virtual, está o engenheiro curitibano Guilherme Arruda. Ele chegou a pesar 111 quilos e foi por meio da corrida que emagreceu mais de 35 kg. "Eu tracei como meta em 2014 fazer a minha primeira prova oficial justamente no Rio de Janeiro. Naquela época, participei dos 10 km. Em 2018, voltei para o desafio da Cidade Maravilhosa. Foram 21 km no sábado e 42 km no domingo. Bacana demais. E, nesse ano, a minha ideia era fazer novamente a maratona. Estava me preparando para um outro evento no segundo semestre. E a Maratona do Rio era o meu evento alvo como preparação no primeiro semestre, justamente para voltar e reviver a emoção das primeiras provas", conta o corredor, de 36 anos. 

##RECOMENDA##

Com a mudança do cronograma, Guilherme vai correr os 21 km. "A minha ideia era fazer a maratona completa, mas tive uma lesão no joelho direito, uma inflamação no tendão tibial posterior e fiquei dez dias parado. Então, para não forçar demais, optei pelos 21 km. O que não me deixa menos feliz. É mais um grande objetivo e uma forma de nos estimularmos nesse período crítico". O engenheiro fará o percurso da maratona pelas ruas e parques de Curitiba no próximo sábado (10).

No Rio de Janeiro, também no sábado (10), Patrícia Macedo, analista jurídica do Tribunal de Justiça, vai correr 10 km na pista lateral do Aterro do Flamengo, na zona sul da cidade. "Sou uma apaixonada por corridas. Comecei em 2013. A minha primeira prova foi a Night Run [corrida noturna na cidade do Rio]. Me encantava correr pela praia. Depois, vi o quanto é difícil correr na areia e fui para as provas de rua. O que mais me chamou atenção nesses anos de corrida foi a Family Run, os 5 km da Maratona do Rio de Janeiro. Foi ali que eu comecei. Fiz várias provas de 21 km. Já estava inscrita na Maratona do Rio deste ano desde 2019", revelou a analista jurídica. 

Mas, em fevereiro deste ano, Patrícia contraiu a covid-19 e quase abriu mão da prova. "Ninguém conhecia a doença naquela época. Fui para o hospital três vezes e os médicos não sabiam como tratar. Até que depois encontrei uma pessoa que acabou me passando um medicamento e, por pura sorte, eu melhorei um pouco. Foi bem difícil para mim. A falta de ar era bem forte até agosto. Por isso, fui treinando aos trancos e barrancos e vou encarar a prova. Tenho alguns amigos que vão participar comigo. Cada um no seu ritmo. Abri mão dos 21 km, mas vou correr pelo menos 10 km. O evento faz parte da minha vida. Não podia perder".

Outra história de amor pelo esporte é do casal Milena Ferreira, personal trainer paraense, e Carlos Menezes, carioca e professor de Geografia. "A gente gosta muito de correr. Já estivemos em várias edições da Maratona do Rio, meia maratona de Buenos Aires [Argentina] e de Belém, entre várias outras. Nesse ano, vamos fazer a meia maratona do Rio no domingo (11). Conseguimos manter uma rotina bem legal de treinos, umas três vezes por semana, e estamos bem animados para mais uma prova", conta  Milena. "No dia 11 é o Círio de Nossa Senhora de Nazaré. Porém, a procissão não irá acontecer devido à pandemia. E, como o Cadu ainda não conheceu o Círio, vamos fazer o percurso que a berlinda [Círio de Nazaré] faz para aproveitar [a maratona] e homenagear Nossa  Senhora de Nazaré. Começaremos às 5h da manhã, saindo da Sé rumo à Basílica", planeja Milena.

Todos os corredores inscritos estarão contribuindo para o combate à pandemia de covid-19. A cada quilometro percorrido uma quantia em dinheiro será doada à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocurz), no Rio de Janeiro, para viabilizar tratamentos e formas de prevenção à doença. As marcas obtidas pelos atletas ficarão disponíveis em tempo real no aplicativo Running Heroes, e também no site da Maratona do Rio.  A edição virtual do evento deste ano não contará com as categorias divididas por faixa etária. O ranking será geral para todos os participantes.  O kit e a medalha do atleta serão enviados aos endereços dos inscritos após a conclusão da prova.

O francês Pierre Gasly venceu sua primeira corrida na Fórmula 1 e foi o vencedor do Grande Prêmio da Itália neste domingo (6). O piloto da Alpha Tauri conquistou assim a segunda vitória da escuderia na pista italiana - a primeira foi com Sebastian Vettel , em 2008, ainda quando a equipe se chamava Toro Rosso.

Carlos Sainz, da McLaren, e Lance Stroll, da Racing Point, completaram o pódio.
    A corrida foi caótica a partir da volta 25, quando Charles Leclerc, da Ferrari, bateu forte e forçando a entrada do Safety Car. Nesse momento, a Mercedes chamou Lewis Hamilton para os boxes. No entanto, os boxes estavam fechados. O britânico, que liderava a corrida, foi punido com um stop and go de 10 segundos, caindo para a última posição.

##RECOMENDA##

A corrida também foi interrompida por cerca de 30 minutos por causa de uma bandeira vermelha. Na retomada, com Hamilton cumprindo a punição, Gasly tomou a dianteira e resistiu à pressão de Sainz nas últimas voltas.

Hamilton terminou na sétima posição, e ainda mantém a liderança do campeonato de pilotos. Já a outra Ferrari, de Sebastian Vettel, abandonou na sexta volta por conta de um problema nos freios. 

Da Ansa

A Inteligência Artificial (IA) vem ganhando força como tecnologia já bastante utilizada no presente e com potencial de transformar atividades produtivas e do cotidiano no futuro próximo. Mas na corrida pelo domínio desse campo, o Brasil está atrasado em relação a outros países, tanto na área da pesquisa quanto na das aplicações práticas e do mercado envolvendo tais soluções.

A IA é considerada por especialistas e na economia não somente como um segmento com grande potencial econômico, mas também como um elemento gerador de receitas em diversos segmentos produtivos. Neste sentido, seu desenvolvimento não está relacionado apenas a um setor de tecnologia de ponta, mas a um elemento base da chamada transformação digital, que já atinge agricultura, indústria, finanças e atividades cotidianas.

##RECOMENDA##

Reconhecendo essa importância, Estados Unidos e China travam uma disputa pela liderança global. Os Estados Unidos são o lar das maiores empresas de tecnologia do mundo, como Amazon, Google, Microsoft, Apple, Facebook e IBM. Mas os rivais asiáticos vêm galgando postos nos rankings com grandes conglomerados digitais. Em seu plano para o tema, a meta é igualar os americanos até este ano.

Na lista das 100 maiores empresas de 2019 da consultoria Price Waterhouse Coopers, as quatro primeiras são companhias de tecnologia estadunidenses: Microsoft, Apple, Amazon e Alphabet (Google), com o Facebook em 6º. Mas no ranking das 10 primeiras, já aparecem duas concorrentes chinesas, Alibaba e Tencent. A primeira é um megagrupo de comércio eletrônico com atuação global. Já a segunda possui algumas das maiores redes sociais do planeta, como QQ e WeChat.

Um exemplo dos ganhos com a adoção de IA é o grupo de serviços financeiros chinês Ant. Controlado pelo conglomerado Alibaba, tornou-se a maior fintech [firma que oferece serviços financeiros por meio de plataformas tecnológicas] do mundo e já atinge um bilhão de clientes em todo o planeta. A empresa utiliza IA para diferentes tipos de serviços, como concessão de empréstimos, gestão de finanças e seguros. A tecnologia é empregada, por exemplo, no exame dos riscos de crédito dos candidatos.

O Brasil não possui firmas de tecnologia no ranking, aparecendo apenas com a Petrobras na 97a posição. Entretanto, o Brasil ficou em terceiro na criação de “unicórnios”, empresas com valor de mercado acima de US$ 1 bilhão, atrás apenas de EUA e China e empatado com Alemanha. Como base de comparação, os americanos criaram 78 unicórnios em 2019, enquanto os asiáticos tiveram 22 companhias nessa condição no ano passado.

A disputa entre Estados Unidos e China se mostra em aspectos distintos. Na pesquisa, por exemplo, a China ultrapassou os Estados Unidos neste quesito em 2006 e publica mais do que os americanos e a União Europeia, conforme dados do principal relatório internacional sobre o assunto, o AI Index, elaborado pela Universidade de Stanford, nos EUA.

Por outro lado, a América do Norte foi responsável por 60% das patentes nesta área no período entre 2014 e 2018. No ranking de publicações em periódicos científicos em números absolutos, o Brasil aparece em 15ª. Quando considerado este desempenho em relação à população, o país cai para a 36ª posição. Já no ranking de patentes, o Brasil não figura no grupo dos 24 principais países analisados.

"O Brasil tem potencial imenso em termos científicos. Temos excelentes pesquisadores e ótimo público, pois nossa população em geral é muito conectada. Só que me preocupa essa fuga de cérebros que tem ocorrido, a gente vê profissionais e pesquisadores saindo do Brasil por inúmeras questões, além de fracos incentivos na área de pesquisa. Apesar o potencial, vejo Brasil perdendo fôlego nessa corrida de IA", pontua a professora do Departamento de Ciência da Computação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Jonice Oliveira.

“A IA capacidade e possibilidade de impacto transversal na economia, mas isso depende de vários fatores, como capacidade de investimento das empresas, disponibilidade de profissionais, ecossistema que formação e apoio governamental e público, financiamento público e privado. Se a gente olha para essas necessidades, vemos que o Brasil está radicalmente atrás deste processo”, reforça o professor da Universidade Federal do Ceará (UFC) e integrante de uma rede internacional de pesquisa sobre o tema Edemilson Paraná.

Investimentos

No tocante aos investimentos, o desempenho de cada país evidencia uma distribuição bastante desigual. Segundo o IA Index, a partir de bases como Crunchbase e Capiq, do total aportado em projetos envolvendo essas soluções técnicas entre 2018 e 2019, mais de US$ 30 bilhões foram em iniciativas nos Estados Unidos.

Outros US$ 25 bilhões apoiaram empresas e instituições chinesas. Em terceiro lugar aparece o Reino Unido, com menos de US$ 5 bilhões. O ranking é dominado por nações da América do Norte, Europa e Ásia. Do grupo de 27 países, o Brasil aparece em último, com desempenho próximo do zero.

Segundo relatório da Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação (Brasscom) sobre perspectivas de investimento do setor entre 2018 e 2022, dos R$ 345 bilhões previstos em tecnologia de transformação digital, apenas R$ 2,5 bi seriam direcionados para essas aplicações. “Estes números comparados parecem muito modestos”, observa Sérgio Galindo, diretor executivo da entidade.

Força de trabalho

De acordo com o AI Index, o Brasil foi o segundo país com maior crescimento na contratação de profissionais lidando com a tecnologia no período entre 2015 e 2019, atrás apenas de Cingapura. Em seguida vêm Austrália, Canadá e Índia. “Talvez a gente não tenha a formação suficiente, número de pessoas suficiente para atender à demanda”, pontua o cientista de dados da startup Semantix Alexandre Lopes.

Segundo dados da Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação (Brasscom), o setor de tecnologia da informação deve demandar 420 mil novos empregos entre 2018 e 2022. Deste total, contudo, apenas 1,8% seriam em projetos de IA. A prioridade atual no mercado, conforme indicou a pesquisa, é a contratação de programadores de aplicativos em dispositivos móveis, como smartphones.

Experiências

Um dos segmentos com adoção mais avançada da IA é na relação com clientes. Serviços de atendimento de diversas empresas passaram a funcionar com robôs de conversa, ou chat bots, para receber as demandas, fornecer respostas e somente repassar a um atendente em casos em que os sistemas não conseguiram resolver. Diversos bancos lançaram assistentes virtuais, como o Bradesco (Bia), Itaú (AVI), Inter (Babi), Banco Central (Din). De acordo com o Bradesco, seu assistente virtual possuía em 2019 uma taxa de resolução de 95%.

Na saúde, a IA vem permitindo avanços na área de diagnóstico e na realização de procedimentos médicos. Em 2016, o Brasil tinha 30 robôs auxiliando cirurgias no Sistema Único de Saúde (SUS).

“Há óculos que podem projetar uma imagem de cirurgia e com isso um médico participar de uma mesma cirurgia. Há luvas que já evitam que um médico trema por um motivo ou por outro. Tem análise de imagem já feita de forma automática. A máquina analisa com bons resultados para tratamento de câncer”, elenca a professora Rosa Vicari, da UFRGS.

Outra área em que a IA vem crescendo é no direito. Partindo da capacidade de compreensão de textos escritos, sistemas passaram a ser utilizados em análises de processos. O Supremo Tribunal Federal (STF) criou um projeto denominado Victor para exame de casos de repercussão geral, como parte de seu programa de transformação digital. Segundo a corte, verificações que levavam cerca de 45 minutos por funcionários do Tribunal passaram a ser processadas em cinco segundos pelo sistema.

“Essa ferramenta promete trazer maior eficiência na análise dos processos com economia de tempo e recursos humanos, além de ter potencial de atuação em todo o Judiciário brasileiro”, declarou o presidente do STF, Dias Toffoli, em palestra sobre o tema realizada em Brasília, em outubro de 2019.

A Petrobras contratou a Microsoft para utilizar IA nos programas de segurança no trabalho, para funcionários atuando em navios-sonda ou em plataformas. Por meio de análise de imagens, o sistema identifica se equipamentos de proteção estão tendo uso adequado. O programa também consegue por meio de imagens conferir se há algum tipo de obstrução de rotas de fuga. “São ambientes críticos e qualquer acidente que ocorrer pode causar risco. Se a gente tiver qualquer rota de fuga, por carga mal posicionada. Isso pode impactar vida de pessoas”, comenta João Thiago Poço, da Microsoft.

As companhias oferecendo soluções no mercado podem tanto ser segmentadas quanto trabalhar com aplicações diversas. No primeiro grupo está a startup Car10. A plataforma dela permite que o cliente tire foto de uma batida de carro, enviando uma estimativa de orçamento. Caso a pessoa fique interessada, pode solicitar uma proposta oficial, que será enviada em até 30 minutos, sem a necessidade de ir até o local para uma avaliação.

No segundo grupo está a Semantix, startup criada a partir do polo tecnológico da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Entre os produtos comercializados está um sistema para padronizar laudos médicos, corrigindo erros, outro para organizar rotas de transporte de cargas em rodovias para otimizar o tempo e os gastos com combustível, uma plataforma para gerir a parte de análise de dados (big data) com segurança e uma solução de detecção de fraudes em vídeo.

“Quando uma pessoa vai abrir uma conta no banco, você precisa mandar um vídeo para eles mostrando seu documento. Nós automatizamos este processo, conseguindo fazer identificação se a pessoa é ela, se o áudio condiz com o texto proposto e se o vídeo é gravação de outro vídeo ou está usando uma máscara”, explica Alexandre Lopes, cientista de dados da Semantix.

Pesquisa

Desde o último ano, novos centros de pesquisa vêm sendo criados a partir do incentivo do governo federal. O maior será o da Universidade de São Paulo, em parceria com a IBM e com outras organizações, como o Instituto de Tecnologia da Aeronáutica (ITA), a PUC SP e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). O laboratório receberá R$ 4 milhões por ano para financiar estudos a serem desenvolvidos por mais de 120 pesquisadores.

Entre as linhas de pesquisa estão o processamento de linguagem natural em português e métodos de aprendizado de máquina. Mas também haverá investigações relacionadas à área de humanidades. “Vamos procurar fundamentos para avaliar políticas públicas”, conta o coordenador, Fábio Cozman, professor titular da Escola Politécnica da USP. Entre as pesquisas, haverá aplicações direcionadas a setores considerados prioritários em razão do contexto socioeconômico brasileiro: saúde, agronegócio e meio ambiente.

A gestante Daiany Franco, de 31 anos, perdeu o bebê após o motorista de aplicativo interromper a corrida a caminho do hospital. A mulher, que estava com 13 semanas de gestação, apresentava sangramento quando o motorista pediu que ela descesse do carro para não manchar o banco do veículo de sangue. As informações são da Record TV.

O caso aconteceu na última segunda-feira (24) em São Paulo e, de acordo com a mãe da jovem, Rita de Cássia, o motorista não gostou de saber que ela estava com sangramento e disse: “Se o banco manchasse, elas teriam que pagar”. O homem parou o veículo no meio do trajeto a caminho do hospital Ipiranga e as deixou em um posto de gasolina. “Ficamos uns 20 minutos no posto e na chuva. Eu abri um guarda-chuva porque tava caindo água na minha filha. O resgate demorou a chegar, liguei para o 190 e a PM foi quem socorreu minha filha”, explicou Rita.

##RECOMENDA##

As câmeras de segurança do posto gravaram todo o ocorrido, desde o momento em que desceram do carro, o desespero da mãe de Dayane pedindo ajuda aos frentistas e outros veículos no local, até o momento em que finalmente elas recebem ajuda. O 190 foi acionado pela mãe da jovem e, segundo ela, ambas passaram cerca de 20 minutos esperando o resgate. “Ela chegou ao hospital desacordada, não respondia mais. Os médicos foram muito rápidos. Se demorasse mais 5 minutos não teria salvado nem minha filha”, disse a mãe da jovem.

Em entrevista para a Record TV, Daiane disse que acredita que se tivesse ido diretamente para o hospital poderia ter tido chance de salvar o bebê. Na unidade de saúde, ela precisou passar por uma cirurgia. A família já registrou um boletim de ocorrência e o caso será investigado pelo 26° DP em Sacomã, São Paulo. O aplicativo que o motorista faz parte informou a emissora que ele já foi bloqueado da plataforma e que estão prestando assistência à vítima.

Reprodução/Record TV

O ator Caio Castro usou suas redes sociais, no último domingo (9), para compartilhar um momento especial com os fãs. Caio participou no sábado (8) da Copa São Paulo de Kart, na categoria estreante, e ficou entre os dez melhores.

A corrida aconteceu no Kartódromo Granja Viana no município de Cotia, na Grande São Paulo, e o ator publicou algumas fotos do evento, inclusive, do momento em que recebeu o troféu no pódio. 

##RECOMENDA##

"Vitória na Copa São Paulo, 70 anos de F1, Dia dos Pais.... Te dedico essa, pai!", escreveu ele na legenda. Nos comentários, Grazi comemorou:"Meu campeão".

[@#video#@]

Se colocando como um paralelo ao tradicional universo político, ou uma outsider, a delegada Patrícia Domingos (Podemos) revela que fará uma campanha sem “apadrinhamentos”. Além disso, Domingos assevera que não tem “político de estimação” e, mesmo gostando de alguns pontos do Governo Bolsonaro, quer colocar a sua futura campanha à Prefeitura do Recife caminhando longe de discussões 'Bolsonaristas', 'Lulistas' e 'Moristas'.

Em entrevista ao LeiaJá, a delegada revela: “eu não me enquadro em nenhuma definição rotulista. A nossa campanha é municipal e eu sempre tento trazer o foco das pessoas para as questões municipais e não para as questões federais. Existem pontos que eu admiro na história do presidente Bolsonaro e na trajetória do Moro, tenho críticas também, mas nossa campanha não será pautada em nenhum personagem nacional”. 

##RECOMENDA##

Esse distanciamento da imagem do ex-juiz federal na campanha de Patrícia é algo que, tempos passados, não se imaginaria. Em fevereiro, mês que confirmou a sua filiação ao Podemos, a pré-candidata afirmava que seria um prazer ter o apoio de Sérgio Moro nas eleições municipais de 2020 no Recife.

Na época, Patrícia chegou a dizer que "Moro tem uma questão técnica, não interfere em política, mas tem nossa admiração, ele e o Bretas e todos que enfrentam o sistema pesado da corrupção. Tenho admirado o trabalho e para mim seria um prazer (ter o apoio do ex-juiz)".

Domingos ficou conhecida no Brasil pelo seu combate à corrupção em Pernambuco, quando comandava a Delegacia de Crimes contra a Administração e Serviços Públicos (Decasp), extinta pelo Governo de Pernambuco por meio de projeto de lei enviado à Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), em 2018. 

Não mais atuante na extinta Decasp, a delegada afirma que agora quer combater a corrupção de dentro para fora. “Eu entendi na prática, e da pior forma possível, que em nosso país ainda não é possível combater 100% a corrupção de fora para dentro -  melhor meio para se combater a corrupção é de dentro para fora. Estou entrando no campo da política para conseguir provar ao Recife que é possível ter uma gestão honesta, transparente e competente”, assegura.

A pré-candidata faz questão em afirmar que é uma outsider e que anda fora do descrédito que o universo político vem caminhando, mas entende a necessidade da política partidária para mudar aquilo que acredita que está errado. “Nossa história vai na contramão do descrédito da política porque esse descrédito está diretamente relacionado aos escândalos de corrupção e números que a população assiste diariamente, inclusive, atualmente na Prefeitura do Recife, que foi alvo de cinco operações policiais”, diz. 

A pandemia da Covid-19 tem obrigado que os pré-candidatos procurem formas diferentes para se mostrar ao público, afinal, é necessário que os votantes conheçam as pessoas que estão no fronte da disputa e quais os seus projetos de governo. Por enquanto, as redes sociais serão os locais que devem ser mais explorados. “Nós intensificamos os nossos trabalhos nas redes sociais que é onde eu acredito que vai ser o grande ponto dessas eleições de 2020. Nas redes sociais nós temos um canal direto com a população, onde recebemos quais são as necessidades dos bairros”, avalia a delegada.

Unidade na oposição

Patrícia Domingos garante que desde a sua filiação ao Podemos, em fevereiro deste ano, que está em um diálogo aberto com os partidos de oposição (mais à direita) do Recife. Segundo ela, existe a possibilidade de uma candidatura única ou até duas candidaturas. “Ainda não foi definido como vai ser esse formato de oferta desses candidatos, mas a gente mantém um diálogo bem amistoso com os partidos de oposição", contou. 

Essa conversação pode não ser tão favorável para Patrícia, no que se refere a unidade em prol de sua candidatura, já que figuras já tradicionais da política pernambucana, como Mendonça Filho (DEM) e Daniel Coelho (Cidadania), por exemplo, estão melhor posicionados nas pesquisas de intenção de voto, pelo menos segundo dados do Atlas Político divulgado no dia 23 de julho deste ano. 

Segundo o levantamento, Marília Arraes (PT) lidera com 21% das intenções de voto, seguida por Mendonça Filho com 12% e Daniel Coelho com 11%. João Campos (PSB) e Patrícia Domingos (Podemos) registraram 8%. Mas, exatamente por não ser uma figura tradicional e conhecida no campo político, Patrícia acredita que os números já são expressivos para um começo. 

“Para uma pessoa que nunca foi da política, isso significa que a população está despertando para a necessidade de mudança e ter um candidato que não tenha um passado político que lhe comprometa. De fato, é a adesão popular a nossa maior coligação ou parceria. A gente tem história própria”, pontua.

LeiaJá também

-> Para Marília, PSB deveria desistir da Prefeitura do Recife

-> João Campos se considera a renovação na política de PE

Estudar, trabalhar e buscar aprendizado constante sempre fizeram parte da rotina do advogado Maurício Maluf Barella, de 42 anos. Especializado na área de imóveis, ele também está terminando a faculdade de psicologia. E ainda se inscreve em cursos paralelos, lê livros, escreve resenhas para o blog que mantém, se exercita. Além de dar atenção à família, claro. De onde vem tanta empolgação, que faz o dia de pessoas como ele parecer ter 48 horas? E como esses supermotivados estão neste período de pandemia?

Para especialistas, a principal chave para esse ânimo redobrado é desenvolver o autoconhecimento para descobrir atividades que tragam felicidade. Força de vontade, proatividade e otimismo também ajudam.

##RECOMENDA##

"Meus irmãos são como eu. É incentivo, criação, questionar, buscar respostas e entender as coisas", diz Barella. Ele fala que não consegue dormir enquanto não tem a resposta para suas dúvidas.

O advogado conta ainda que acha importante desenvolver o autoconhecimento para manter a motivação. "É achar uma atividade que seja prazerosa, estimulante. E parar um tempo do dia para fazer", sugere. Outra meta para ele é ser útil e ajudar outras pessoas.

O depoimento de Barella revela vários tipos de motivações. Sim, no plural, como explicam especialistas. Cesar Bullara, diretor e professor do departamento de gestão de pessoas e professor de ética nos negócios no ISE Business School, cita três tipos: intrínsecas, extrínsecas e transcendentes.

"Os estímulos nos chegam e provocam impactos de formas diferentes. Falar de motivação é falar de aspectos muito profundos do ser humano", afirma Bullara. "Algo que vem de fora é a motivação extrínseca, que estimula a fazer algo pelo qual você está sendo cobrado, exigido, que é necessário. Um exemplo disso é o trabalho, que traz um benefício econômico."

Já a motivação intrínseca, segundo ele, tem a ver com o autoconhecimento. "Vem de dentro da pessoa. Se você gosta do que faz, o trabalho é uma razão de motivação", exemplifica. A transcendente, por sua vez, está ligada ao impacto positivo que você pode ter nos outros. "Ocorre quando a pessoa sente que aquilo que faz tem um propósito, indo além de si mesma."

A psicóloga Priscila Yara Haddad, que trabalha com mapeamento e desenvolvimento humano, acrescenta que o tipo de motivação intrínseca é fácil de identificar. "Há uma administração de emoções. E a pessoa não perde o objetivo", explica. "Existe a vontade de fazer e de ser o seu melhor. A proatividade e o otimismo estão ligados à motivação, isso está relacionado à inteligência emocional."

Vontade de ajudar. Professor de educação física, Renan Cardozo, de 33 anos, é outro desses supermotivados. E também tira parte desse ânimo da vontade que sente de ajudar.

Ele é casado com a personal trainer Mônica Luiz, de 31 anos, igualmente motivada e dedicada a várias atividades, como o projeto social que ambos querem tocar na zona norte de São Paulo. "O Tênis na Rua tem por base o projeto de um amigo em Paraisópolis (na zona sul)", diz o professor. "Nossos projetos não giram só em torno de nós mesmos, mas também de outras pessoas."

Os dois iniciariam o projeto social em março, promovendo aulas de tênis um domingo por mês. Mas a Covid-19 chegou e, com a doença, a impossibilidade de desenvolver esse trabalho presencialmente. O adiamento não desanimou o casal. "Acabando a pandemia, queremos dar andamento. Essa parada nos deu a oportunidade de sentar e centralizar nossas ideias", diz Cardozo, que, junto com a mulher, aproveita para tocar vários outros projetos, pessoais e coletivos.

Contágio positivo. Segundo os especialistas ouvidos pelo Estadão, uma pessoa motivada pode, sim, "contaminar" o parceiro, como ocorre com o casal Mônica e Cardozo. O mesmo vale para grupos da escola ou do trabalho.

"Somos seres sociais. Viver com uma pessoa que motiva te dá uma referência", explica Monica Heymann, especialista em desenvolvimento humano. "É possível incentivar o outro para que ele encontre sua motivação interna. Isso é contagiante. Mas há também a parte de cada um, do indivíduo. Só se leva a pessoa até determinado ponto, o restante depende dela."

A psicóloga Priscila concorda, mas acrescenta que o efeito oposto também pode ocorrer. "Todas as emoções, positivas ou negativas, são contagiantes", diz. "Se alguém segura minha onda quando não estou bem, pode me ajudar e me contagiar positivamente, ressignificando as coisas e fazendo a diferença. Assim como ter pessoas desmotivadas à sua volta pode provocar um impacto no seu desempenho."

Pela arte. Pai e avô, o professor de música Denne Oliveira, de 53 anos, não se cansa. Ele dá aulas em escolas de música, tem uma banda de maracatu, promove congressos educacionais, participa de um projeto para orientação de vestibulandos, estuda filosofia e faz pinturas no tempo livre. Fora da quarentena, ainda toca em bares.

"Eu me satisfaço em ver as pessoas pensando e aprendendo. Um sorriso para mim já é uma realização", afirma o músico, que pretende oferecer um projeto cultural com aulas de teatro, música e dança após a pandemia. "Moro próximo de uma comunidade e vejo muitas crianças se perdendo. Quero ver o mundo diferente."

A mulher dele volta e meia pede uma pausa para que consigam ficar um tempo juntos, mas todos na família se orgulham da sua dedicação e apoiam seu jeito de viver intensamente.

Especialistas explicam que a motivação é muito positiva, mas dizem que os superanimados também precisam redobrar a atenção para manter o equilíbrio. "Se o que eu estou fazendo com finalidade externa tiver ganchos emocionais com a minha motivação intrínseca, é o melhor dos dois mundos", diz a psicóloga Priscila. "Tem aderência com o que eu sinto, é prazeroso, é algo que liga a mente e a emoção."

Monica, que além de especialista em desenvolvimento humano faz coach de carreira e para executivos, lembra que é sempre preciso dosar. "Se eu tenho uma mente proativa e muita motivação, o que isso me traz? De onde isso vem? É bom desde que não atrapalhe a rotina, quando há equilíbrio", afirma.

No início. Ainda no começo da carreira, Felipe Moreira, de 21 anos, já tem uma rotina cheia de responsabilidades. O estudante de publicidade e propaganda trabalha com edição de vídeos e documentários e produz clipes. Também faz freelas fotográficos e de filmagens.

O jovem diz que estar sempre construindo algo novo dá uma sensação de realização. "Também tem algo de identidade. Sou uma pessoa que vem da periferia. Quando a gente vem desses lugares, precisa fazer mais para chegar a outros lugares, alcançar nossos objetivos", afirma o universitário. "É uma das coisas que me motivam a ir além."

Rua Virtual

A preparação começou cedo, por volta das 5h30 daquele domingo, 5 de abril. Fernando Oliveira, de 34 anos, acordou sem demora. Na véspera, já tinha separado a roupa, o energético, a garrafa de água e os apetrechos que usaria na corrida. De moto, gastou cerca de 15 minutos para ir de casa até o trabalho, ambos no bairro do Ipiranga. Ao chegar, fez exercícios de aquecimento e às 6h40 iniciou, na garagem do prédio da empresa, sua primeira maratona, no horário e no dia em que teria participado da largada da Maratona Internacional de São Paulo. Oliveira e outros milhares de corredores estavam inscritos na tradicional prova, adiada para novembro por causa da pandemia.

"Foi um baque", resume ele, quando ficou sabendo que não haveria o evento. Fazia quatro meses que treinava regularmente - apesar de sua rotina puxada como estoquista de dia e entregador de pizza à noite - para enfrentar o maior o desafio de um corredor. Para não perder os treinos e levantar o ânimo, recorreu a uma prova virtual: fez o cadastro em um aplicativo e se inscreveu na corrida de 42 quilômetros.

Com um relógio de GPS, Oliveira cronometrou o tempo em que percorreu a distância. Mandou os dados para o aplicativo, que validou o seu desempenho e o recompensou com uma medalha. "Foi a medalha mais importante das 26 provas que fiz", diz. Ele tatuou a conquista da primeira maratona na panturrilha esquerda e postou fotos da medalha nas redes sociais.

Oliveira gastou 4 horas, 55 minutos e 55 segundos para completar o percurso. Foram 840 voltas na garagem sob o sol intenso. Na plateia, apenas o vigia da empresa e alguns moradores do prédio vizinho. Durante a prova, ouviu música e podcast para quebrar a monotonia. Imaginou que estava numa prova de rua e tentou reproduzir os rituais da maratona. Ao completar 41 km, por exemplo, tomou uma dose de cerveja para comemorar a "quase" missão cumprida, como é tradição. "Isso me deu motivação para terminar."

Assim como Oliveira, muitos corredores estão se inscrevendo em provas virtuais por causa da pandemia. E o aumento da procura foi sentido pelas empresas do setor. O aplicativo brasileiro 99RUN, por exemplo, registrou crescimento de 300% no número de participantes de corridas virtuais depois da covid-19.

"Quando começou a pandemia fiquei com muito receio de qual seria o impacto e esperava até que fosse negativo, porque as pessoas não estavam treinando", conta Daniel Ludwig Pawel, criador da plataforma brasileira. "Mas tivemos um boom de inscrições."

No aplicativo, o número de corridas virtuais, feitas em esteiras, escadarias de prédios ou quintais, aumentou 40%. Até a corrida estacionária, que antes era apenas um exercício de aquecimento, as pessoas hoje estão fazendo por até uma hora seguida.

Virtual. Quatro anos atrás, quando começou a plataforma, a intenção de Pawel, que também é corredor, era criar um aplicativo que facilitasse a vida dos atletas que viviam fora dos grandes centros e não tinham acesso às provas.

Depois, conseguiu conquistar os que faziam provas de fim de semana e também queriam competir durante a semana. "Com a pandemia e o isolamento, as provas foram canceladas ou adiadas e muitos que tinham preconceito passaram a experimentar as provas virtuais."

Mario Sérgio Andrade Silva, fundador e diretor da Run Fun, uma das primeiras consultorias especializadas em treinamento de corredores e de ciclistas, confirma esse quadro. Diz que antes da pandemia já se fazia tentativas de provas virtuais. Mas poucas pessoas participavam. Mas o cenário mudou. Ele cita dois exemplos de provas tradicionais que pela primeira vez, recentemente, ganharam versões virtuais: o Ironman, que realiza competições de Triathlon, e o Comrades, a ultramaratona realizada na África do Sul, um circuito de até 92 quilômetros.

 

Ultramaratona

Acostumado a correr longas distâncias ao ar livre e em condições nem sempre fáceis, o executivo Alexandre Martinez, de 44 anos, viu sua rotina intensa se resumir a treinos dentro de casa durante a quarentena. Quando soube que provas de ultramaratona estavam sendo adaptadas aos novos tempos, resolveu participar e se inscreveu logo na corrida de 150 km.

No novo formato, a corrida é feita ao longo de dez dias, e percurso e tempo têm de ser comprovados pelo atleta e validados diariamente pela organização - o corredor é desclassificado se quebrar a rotina.

"A divisão da corrida em vários dias dá a impressão de que é mais fácil do que se fosse de uma só vez, mas não é verdade. Você tem a sua rotina de casa e trabalho, que não parou, e seu corpo reage de forma diferente ao longo dos dias. É tão desafiador quanto", afirma. "Muito disso tem a ver com motivação. Tenho três filhos, que estão acostumados a me ver fazendo grandes corridas e desafios, mas neste momento quis mostrar para eles que é possível, mesmo com um monte de restrição, fazer coisas grandes."

Sócio-fundador da Foco Radical, Christian Schmidt explica que os organizadores de provas presenciais estão migrando para corridas virtuais por meio de parcerias com plataformas existentes ou por conta própria. "O modelo da corrida virtual é o que se apresenta como possível neste momento, mas é um mercado novo", pondera.

Iniciativa própria. Enquanto os organizadores de provas se articulam para virar a chave do mundo real para o virtual, amantes de corridas fazem por iniciativa própria suas provas a distância. Informalmente, eles usam redes sociais e dispositivos de videoconferência para reproduzir o que até pouco tempo atrás acontecia nas ruas.

Atleta há 26 anos, Marta Bréscia, de 61, acumula nada menos do que 14 maratonas no currículo. Assim que o isolamento social começou, ela não queria nem poderia interromper sua rotina de treinos. Asmática, Marta vê nas corridas uma forma de preservar a saúde. Foi assim que decidiu começar a correr dentro do apartamento mesmo, em Perdizes, zona oeste de São Paulo.

Uma experiência que ela decidiu usar para organizar uma corrida virtual com o grupo que costuma treinar no Parque da Água Branca, na mesma região. "Achei que o meu grupo estava meio paradinho."

A corrida ocorreu no fim de maio e seguiu todo o ritual de uma prova física. Com a adesão de mais de uma dúzia de companheiros de treinos, ela criou um grupo de WhatsApp dos participantes. As postagens começaram na véspera, com as fotos do uniforme pronto. No dia, pontualmente às 8 horas, foi dada a largada, com o áudio da contagem regressiva de uma prova de rua, que teve até trilha sonora do filme Carruagens de Fogo.

"Foi maluco aquilo, veio uma emoção e comecei a chorar", lembra a professora de educação física Maria Alice Zimmermann, de 51 anos, uma das participantes. Cada um correu no local que tinha à disposição: dentro de casa, na garagem, na quadra do prédio.

Na opinião da professora da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP) e psicóloga do esporte Katia Rubio, ao realizar provas virtuais os corredores tentam buscar, a fórceps, a situação de normalidade perdida nos últimos meses. A especialista destaca que muito mais do que praticar o esporte, a intenção é manter os ritos de uma atividade essencialmente social. E a medalha, que é o reconhecimento, atesta isso. "A pandemia tornou mais visível a sociabilidade promovida pela corrida. Se havia dúvidas de que essa atividade é de grupo, agora não há mais."

Idosos precisam de propósito

Pertencentes a um dos grupos de risco da covid-19, os idosos estão ainda mais submetidos ao isolamento por causa da pandemia. Muitos deles encontravam motivação em atividades em grupo como ginástica, universidade para terceira idade e atividades culturais, que hoje estão suspensas. Como lidar então com esse cenário e encontrar ânimo para levantar todos os dias?

Para Alexandre Kalache, presidente do Centro Internacional de Longevidade no Brasil, que dirigiu por 14 anos o Programa Global de Envelhecimento e Saúde da Organização Mundial da Saúde (OMS), não estamos diante de um problema exatamente novo: a solidão, diz ele, já era enfrentada por 4 milhões de brasileiros antes da pandemia.

Em entrevista ao Estadão, Kalache comenta sobre a resiliência que os idosos costumam ter durante crises como a que estamos vivendo e destaca a importância da sociabilidade para o envelhecimento saudável. "Mais importante ainda é ter um propósito, para não sentir que a vida está vazia", afirma. Um dos lugares em que idosos podem encontrar essa motivação é no trabalho voluntário, sugere.

A seguir, confira os principais trechos da entrevista.

Quais são os principais impactos que a pandemia pode causar nos idosos?

A covid-19 não forjou nossas mazelas, ela apenas está deixando-as escancaradas. A pandemia traz à tona questões muito antigas. O isolamento de idosos não é uma questão apenas deste momento: cerca de 4 milhões de idosos vivem sozinhos no Brasil, e são pessoas que mesmo antes da pandemia estavam habituadas a viverem só. Muitos idosos enfrentam essa solidão com muita dificuldade, porque não foi por opção - são pessoas que, por exemplo, não tiveram filhos ou os filhos vivem longe. Há também a questão do abuso e dos maus-tratos ao idosos, cujos registros têm aumentado no disque-denúncia. Mas, como sempre, em um país com tantas desigualdades, os efeitos da pandemia são bastante variáveis, dependendo da caixinha em que você está. Há pessoas idosas que têm recursos tecnológicos e sabem usar as ferramentas, o que faz com que elas estejam isoladas sem estarem sozinhas. Ao mesmo tempo, existem idosos que estão preocupados se vão ter o que comer hoje.

Como os idosos costumam lidar com situações adversas?

Em geral, eles costumam ter bastante resiliência. Como o idoso já passou por muitas e boas, ele consegue ver que há uma luz no final do túnel, enquanto uma pessoa jovem facilmente se desespera, entra em ansiedade e fica com medo da situação. O idosos olha para trás e lembra que já viveu outras adversidades que passaram. A resiliência é você dispor de reservas internas para vencer as dificuldades, os traumas e até as perdas que uma vida mais longa pressupõe. Entretanto, apesar de idosos serem mais resilientes, eles estão sentindo hoje a perda dos dias sem poder ver os netos, os amigos e sem poder passear. E eles sabem que essa é uma grande proporção da vida que lhes resta.

Muitos idosos que se dedicavam a atividades fora de casa tiveram uma mudança de rotina agora na pandemia, com o confinamento. Que efeito isso pode trazer para eles?

Fazia parte do dia a dia de muitos idosos frequentar espaços que promoviam atividades lúdicas, culturais e físicas. Alguns frequentavam programas de universidades para terceira idade também, e passavam a semana inteira esperando a hora de ir para aula, para aprender e conversar. Muitas vezes frequentar essas atividades significa encontrar pessoas: não é só ir fazer a ginástica, tem uma troca e você está participando e mantendo as suas relações. Muita gente deve estar sentindo falta disso. É uma geração que, mesmo que tenha adquirido o básico em questão de tecnologia, não tem a mesma versatilidade e também não acha tão fácil seguir uma aula de alongamento pelo celular, por exemplo. Isso tem um efeito físico, já que idosos perdem massa muscular mais rapidamente, e também um impacto emocional, que pode se traduzir em um sentimento de solidão.

Qual é a importância da sociabilidade nesta fase?

Existem alguns fatores que, se acumulados, podem ajudar você a envelhecer com qualidade de vida e a se tornar um idoso vivo e ativo. Primeiro, há os capitais de saúde: acho que todo mundo concorda que se a saúde vai embora, a qualidade de vida também vai. Há também os capitais de conhecimento, porque é importante aprender constantemente para não se tornar obsoleto. Um outro fator é justamente o capital social, mantendo amigos e relacionamentos. A sociabilidade é inclusive um fator de proteção, como ter alguém que cuide de você caso surja alguma doença. Por fim, há o capital financeiro, que não resolve tudo, mas ajuda no envelhecimento. Contudo, esses capitais sozinhos não são suficientes: eles não adiantam se você não tiver um propósito de vida, se não souber por que acordou e se vai levando a vida sentindo que ela está vazia.

É comum que idosos percam esse propósito na velhice?

Isso acontece sobretudo com os homens idosos, que ao longo da vida se acostumaram a depositar todas as fichas na profissão. Quando eles se aposentam de repente, ficam perdidos. O trabalho voluntário é uma boa opção para encontrar propósito. Encontre uma causa e faça o bem para alguém. Em um país com tanto problema social, tem muita gente precisando da sua ajuda.

O senhor acha que é possível manter a sociabilidade durante a pandemia?

Temos depoimentos de pessoas que estão agradecendo que existe chamada de vídeo para poder falar com seus netos. A tecnologia, para quem pode utilizá-la, está sendo uma ferramenta salvadora.

É importante o idoso manter desafios e metas?

Estabelecer metas e desafios é algo importante durante a vida toda. A vida é um curso: você não se transforma de repente aos 70 anos. Quanto mais cedo você começar a se preparar para a tal da velhice, tendo metas e objetivos, melhor. Se você não começou aos 20, comece aos 30, ou então aos 50. Você vai precisar de metas, disciplina e determinação para lidar com esse tempo maior que surge com a velhice. A vida antigamente era uma corrida de 100 metros, mas hoje é uma maratona. É importante a cada dia atingir uma meta e fazer um pouco mais para si a fim de chegar bem no final maratona.

Qual conselho o senhor daria para um idoso que está solitário e angustiado agora durante a pandemia?

É possível manter desafios agora, podem ser objetivos bem triviais, como se propor perder alguns quilos se você estiver precisando emagrecer. Pode ser uma meta também manter os amigos e manter o espaço de casa limpo. Faça com que esse lar em que você está confinado seja um ambiente agradável, abra a janela para arejar essa vida que está com bolor. Abra também aquele armário que está entulhado de coisas e separe o que precisa jogar fora e o que pode doar. Essa limpeza tem de ser no espaço físico, mas também na alma e no coração. A pandemia está mostrando o quanto a vida é frágil. Aproveite o confinamento para pensar em pedir perdão, para resolver mágoas. Tente fazer a vida mais leve, com bom humor. Olhe para o seu envelhecimento como uma tremenda conquista.

Adolescentes driblam tédio e rotina restrita

 

Não é fácil ser adolescente. Muito menos um adolescente que só está em contato com os amigos pelas redes sociais e passou de uma hora para a outra a fazer aulas a distância, enquanto vê no noticiário o avanço da covid-19. Mesmo assim, Rafael continua com suas aulas de dança, driblando o pouco espaço na sala de casa. Paolo, depois de vencer o coronavírus, cuida do físico e da cabeça. E Manuela tem se revelado uma bela escritora.

]

Eles são alguns dos milhares de adolescentes que precisaram se adaptar a novas rotinas. E tudo isso sem o bônus das conversas no recreio, das festas ou das tardes de videogame com colegas. Mas eles vão encarando essa realidade e reconhecendo em si o que gostam e o que poderiam fazer diferente. Equilibram a angústia com encontros virtuais, séries, livros e várias horas no TikTok.

"Os adolescentes estão sentindo falta dos amigos, de se ver não só pelos aplicativos. Todos estamos dando conta de elaborar essas faltas e achar substitutos", explica a psicanalista Luciana Saddi, da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo. "Temos recursos para isso. E os adolescentes, também."

Manuela Paulino, de 14 anos, se arrepende de não ter se despedido como gostaria dos amigos no último dia de aula antes da quarentena. Achava que apenas fariam uma pausa de duas semanas. A ficha foi caindo aos poucos, com a divulgação da programação de aulas.

A saudade dos amigos é o que bate mais forte. "Depois de um tempo, consegui criar um ambiente para mim, filtrar as notícias que chegam do mundo de fora", diz a aluna do 9.º ano, que escreveu um texto sensível e maduro sobre a quarentena para um sarau online de sua escola, em São Paulo.

Escrever, aliás, é algo que ela faz sempre que se sente inspirada. Esse texto da escola nasceu das observações que vai anotando em seu diário, à mão, com a letra redondinha. Para aplacar a falta dos amigos, tem escrito sobre eles. E, como qualquer adolescente, está passando muito tempo conectada e no TikTok.

Busca pelo foco. Como Manuela, Maria Luiza Salvatori, de 17, vem tentando se proteger de notícias pesadas. Conta que tem seguido páginas mais positivas na internet. "Sinto um medo constante", diz. "Eu sei que se eu pegar, vou ficar bem e me tratar, mas me preocupo com meus avós, com meus pais, com as pessoas do prédio. Sinto empatia, sabe?"

Malu está às vésperas do Enem e tem sentido dificuldade de se concentrar. "Em casa, é tudo mais flexível e me pego procrastinando. Adoro ler, mas não tenho conseguido focar em nada", diz a estudante, que quer cursar ciências políticas.

De acordo com a psicóloga Edna Oliveira, a família pode ajudar a motivar os adolescentes neste momento. "Claro que não é fácil, mas é preciso abrir um caminho do qual você, pai, faça parte", sugere. "Posso chamar esse adolescente para uma atividade ou pedir a ajuda dele."

Essa proximidade, com todos ficando mais em casa, é uma oportunidade para a família se conhecer melhor. "Muitos pais não sabem o que motiva os filhos", diz Edna. "Esse é o momento de perguntar."

Após o coronavírus

Paolo Carrenho, de 16 anos, também achava que seria fácil se tratar, caso ele pegasse o coronavírus. E sua quarentena começou bem, na euforia de poder ficar em casa, na Vila Mariana, na zona sul de São Paulo. Estudante e jogador de futebol, ele continuou fazendo exercício e foi tocando a vida. Viu o tédio se aproximando, até que no dia 14 de maio os primeiros sintomas da covid-19 apareceram.

"Sempre tive uma boa saúde e achei que os efeitos não seriam tão absurdos se eu pegasse. Mas o coronavírus é muito silencioso." Paolo teve os sintomas intestinais e torceu para não sofrer com a falta de ar.

Durante a doença, o garoto viu séries e filmes. Ainda leu Felicidade: Modos de Usar, de Leandro Karnal, Luiz Felipe Pondé e Mario Sérgio Cortella. "Agora, estou tentando manter o físico e não atrofiar o cérebro."

Irmão de Paolo, Rafael, de 14, passou a temer a covid-19 quando precisaram de se isolar. "Tive medo que ele piorasse e fosse internado. Agora, temo que alguém mais pegue e eu não consiga me despedir", diz Rafael.

A psicanalista Luciana explica que muitos jovens vêm ficando angustiados por estarem sendo confrontados, pela primeira vez, com a morte. "Muitos pais não sabem falar disso com os filhos", afirma. "As pessoas precisam conversar mais sobre a morte, sobre o medo de morrer. Assim, a angústia passa a ser nomeada e nos tranquilizamos."

Rafael, por exemplo, ficou mais em paz quando se deu conta de que o medo não era só dele. Na quarentena, o garoto continuou fazendo de casa suas aulas de dança. Também se aproximou da cozinha. "Descobri que sei fazer algumas coisas."

Mesmo com as dificuldades, a psicanalista Luciana acredita que, de modo geral, os adolescentes estão se saindo bem durante a quarentena. Muitos conseguem ser criativos, estudar e ocupar o tempo, na opinião dela. A psicanalista sugere uma relação mais equilibrada entre pais e filhos, sem pressão demais ou proteção exagerada.

É necessário, no entanto, ficar atento para casos mais sérios, quando o medo acaba paralisando o jovem. "Então, é preciso procurar ajuda." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Com mais de 100 projetos iniciados e uma dúzia de ensaios clínicos, o mundo espera ter uma vacina eficaz contra a Covid-19 dentro de alguns meses, uma doença que desencadeou pesquisas maciças em tempo recorde.

Estes são os dados e os desafios mais recentes relacionados à fabricação de vacinas contra o coronavírus SARS-Cov-2, responsável pela pandemia que já matou quase 300.000 pessoas.

- "Um imperativo global" -

"O rápido desenvolvimento de uma vacina para prevenir a Covid-19 é um imperativo global". Como outros especialistas, o americano Barney S. Graham, do Centro de Pesquisa de Vacinas (Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos, NIH) considera crucial a batalha das vacinas na guerra travada pelo planeta contra o novo coronavírus.

Autoridades internacionais como o secretário-geral da ONU, António Guterres, também estão convencidos disso: uma vacina segura e eficaz seria "a única ferramenta que permitiria um retorno a uma normalidade". A vacina "salvaria milhões de vidas" e "bilhões de dólares", enfatizou em abril.

- Mais de 100 projetos em andamento -

Dado o interesse global, tanto no nível da saúde quanto da economia, o número de projetos continua a aumentar.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) havia registrado no final de abril 76, cinco dos quais na fase de ensaios clínicos. Agora, contabiliza 110, oito deles na fase de ensaios clínicos (em 11 de maio).

A London School of Hygiene & Tropical Medicine informou que pelo menos 157 projetos de vacinas anti-COVID estão sendo realizados, 11 dos quais estão na fase de ensaios clínicos.

- Diferentes abordagens -

A OMS classificou os 100 projetos em andamento em oito categorias diferentes, correspondentes aos tipos de vacinas testadas, ou experimentais.

Trata-se de vacinas clássicas do tipo "vivas atenuadas", ou "inativas", vacinas chamadas de "subunidades" baseadas em proteínas (com um antígeno para o sistema imunológico, sem partículas virais).

Também foram iniciados projetos de vacinas do tipo "vetor viral", utilizando técnicas de ponta para fabricar vírus cujo único objetivo é provocar uma reação imune em humanos; e outros de vacinas de "DNA", ou "RNA", que são produtos experimentais que usam fragmentos de material genético modificado.

- Fracasso também é uma opção -

A exploração de várias pistas aumenta as chances de sucesso.

"O fato de existirem muitos tipos diferentes de vacinas incentiva a esperança de encontrar algo que funcione", comentou a virologista francesa Marie-Paule Kieny.

Mas "o caminho para uma vacina eficaz é tortuoso, e apenas algumas podem ser bem-sucedidas", considerou a pesquisadora britânica Sarah Caddy, da Wellcome Trust Foundation e da Universidade de Cambridge.

Está descartada a possibilidade de uma vacina eficaz?

"Na pesquisa, nada é descartado", respondeu o diretor científico do Instituto Pasteur, Christophe d'Enfer, citando o exemplo do HIV.

"Mais de 30 anos após sua descoberta, nenhuma vacina foi encontrada" para a aids, enfatizou no final de abril.

- Aceleração sem precedentes -

Nesse contexto, o anúncio da Sinovac Biotech, um dos quatro laboratórios chineses autorizados a conduzir ensaios clínicos, de que estava preparado para produzir 100 milhões de doses de vacina por ano sob o nome comercial "Coronavac" pode parecer um pouco apressado, uma vez que ainda não há comprovação de eficácia, ou segurança.

Mas este laboratório não foi o único a acelerar o ritmo: o americano Pfizer já indicou que deseja produzir de 10 milhões a 20 milhões de doses de uma vacina experimental até o final do ano.

Na França, o Instituto Pasteur começará os ensaios clínicos de seu mais avançado projeto em julho e espera obter os primeiros resultados em outubro, segundo a coordenadora Christiane Gerke.

"Em geral, o desenvolvimento de uma vacina dura dezenas de anos", comentou Barney S. Graham. "Ter vacinas aprovadas e disponíveis para distribuição em larga escala, até o final de 2020, ou até 2021, seria algo nunca visto antes", acrescentou.

- Distribuição igualitária? -

Se resultados positivos forem obtidos rapidamente para as primeiras vacinas, a questão que surgirá imediatamente será sobre seu uso e disponibilidade.

"A grande questão é saber como essas vacinas serão usadas. Todo mundo teme que elas sejam apropriadas por países que colocaram em marcha capacidades de produção em seu território", disse Marie-Paule Kieny à rádio France Info.

No final de abril, a OMS organizou uma reunião internacional para garantir uma "distribuição equitativa de vacinas".

Os chefes de Estado europeus participaram da teleconferência, mas nem os Estados Unidos nem a China estavam representados.

Com cerca de 4 milhões de casos confirmados de infecção pelo novo coronavírus no mundo e mais de 276 mil mortos, a corrida para o desenvolvimento de uma vacina tem se intensificado. Já são mais de cem candidatas sendo testadas em vários países, de acordo com o último balanço da Organização Mundial de Saúde (OMS), divulgado na terça. E oito delas entraram na etapa de ensaios clínicos - que envolvem humanos.

Tradicionalmente, vacinas levam em média dez anos para serem produzidas - a mais rápida foi a da caxumba, que demandou quatro anos (e isso foi nos anos 1960). Mas o desenvolvimento de novas tecnologias acelerou o processo, e a expectativa atual é que se tenha um produto no ano que vem. Na semana passada, o otimismo cresceu com o anúncio de resultados de uma vacina em desenvolvimento na Universidade de Oxford. Ela é uma das que está em teste clínico e se estimou que pode estar pronta até o fim deste ano.

##RECOMENDA##

Os cientistas do Instituto Jenner, em Oxford, estão alguns passos à frente na corrida por usarem como ponto de partida uma pesquisa anterior de vacina para outro coronavírus, o causador da Mers, doença respiratória da mesma família da covid-19 que atingiu especialmente o Oriente Médio a partir de 2012.

Logo que o Sars-CoV-2 surgiu na China, no fim do ano passado, os pesquisadores de Oxford aproveitaram a plataforma que eles tinham criado para a Mers para testá-la em macacos rhesus e os resultados foram muito promissores. Com uma dose da vacina, conseguiram imunizar 18 animais. O resultado foi publicado no dia 1º na Science Advances.

Para fazer esta vacina, usou-se como vetor um adenovírus (que causa resfriado comum) inativo, no qual se introduziu uma proteína do Mers-CoV, capaz de fazer o corpo produzir anticorpos contra o vírus. Agora, cientistas usaram a mesma plataforma, mas com uma proteína do Sars-CoV-2. Como eles já haviam provado anteriormente que ela era segura para humanos (a primeira etapa dos ensaios clínicos - veja quadro ao lado), foi possível saltar para a segunda etapa, de eficácia. Eles juntaram as duas fases em uma só e, agora, preveem começar testes em 6 mil pessoas até o fim do mês.

É como se o vírus "imitasse" o outro para induzir o sistema imune a reagir ao vírus verdadeiro quando há contaminação.

Estratégias

Vacinas clássicas usam uma versão atenuada do vírus que se quer combater para desencadear a resposta imunológica. Mas, na corrida para combater a covid-19, novas tecnologias estão em teste na expectativa de serem mais seguras e eficazes contra a pandemia.

Uma das estratégias é usar o RNA mensageiro (RNAm) do vírus, a molécula que "lê" as informações genéticas e comanda a produção de proteínas. Aqui vale a mesma premissa anterior - de que possa induzir o sistema imunológico a agir quando o próprio vírus resolver atacar. Duas das oito vacinas em fase clínica - da Moderna e da Pfizer - usam esse modelo.

Como não é necessário manipular diretamente o vírus - o que demanda o uso de laboratórios de alta segurança -, o trabalho fica mais rápido e fácil. O porém é que ainda não existe nenhuma vacina já em uso no mundo com essa formulação.

Algumas estratégias que já estão na etapa clínica, porém, ainda se baseiam em versões inativas do vírus (mais seguras que as atenuadas). É o caso da proposta da chinesa Sinovac, que também se mostrou efetiva em rhesus. Foram testadas duas doses. Animais vacinados com a mais alta, que tiveram o Sars-Cov-2 introduzido em seus pulmões, tiveram a melhor resposta e não desenvolveram a doença.

"As primeiras vacinas que ficarão prontas não necessariamente serão as melhores. Serão só as primeiras. Pode ser que elas só consigam conferir 30% de proteção. O que já ajuda a aumentar um pouco de imunidade e diminuir a circulação da doença", afirma a bióloga Natália Pasternak, do Instituto de Ciências Biomédicas da USP, que pretende entrar na corrida. "Mas ainda será necessário continuar pesquisando para chegar a melhor vacina possível, porque essa é uma doença que veio para ficar", diz.

"É importante testar várias estratégias porque ainda não sabemos quais vão funcionar e não podemos apostar as fichas em uma só", complementa o imunologista Ricardo Gazzinelli, que coordena uma linha de pesquisa no Brasil - parceria da Fiocruz com UFMG e Butantã -, que tenta fazer uma vacina contra o Sars-CoV-2 usando como vetor um influenza atenuado. "A vantagem é que esse é o vírus hoje usado nas vacinas contra o H1N1. Já foi testado em milhões de pessoas, então temos confiança de que é seguro", diz. "E temos fábricas já no Brasil que fabricam a vacina contra a influenza em grande quantidade. Poderiam fazer isso para o coronavírus se essa estratégia der certo", explica.

Essa é uma preocupação em todo o mundo. Mesmo antes de ter uma vacina pronta, empresas e governos já se antecipam para ter formas de produzir bilhões de doses para atender a população. A Moderna, por exemplo, já fez uma parceria com a Johnson & Johnson, e a farmacêutica AstraZeneca está trabalhando com os pesquisadores de Oxford.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Desde que deixou o governo, em 24 de abril, o ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro, já foi procurado por ao menos dois partidos: Podemos e PSL. Embora seja visto como potencial candidato à Presidência em 2022, o ex-juiz da Lava Jato tem evitado o assunto.

Analistas e políticos avaliam que Moro pode quebrar a polarização entre o bolsonarismo e a esquerda que dominou as últimas eleições presidenciais, já que deve ser atacado pelos dois lados. Responsável por condenar o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva no caso do triplex do Guarujá, Moro acusou Bolsonaro de interferir politicamente na troca do comando da Polícia Federal (PF).

##RECOMENDA##

Ele já prestou depoimento neste processo, que corre na Procuradoria-Geral da República (PGR) e em que também é apurado se o ex-magistrado cometeu o crime de denunciação caluniosa - se essa hipótese se confirmar, os planos políticos podem ser atingidos.

Os defensores do ex-ministro lembram que, a seu favor, ele tem apoio de parlamentares, como integrantes da bancada Muda Senado, defensora do pacote anticrime e da prisão após condenação em segunda instância. Além disso, ele tem a simpatia de alguns movimentos que pediram o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, como o Vem Pra Rua.

Aos partidos que o procuraram, Moro disse que qualquer movimentação política neste momento seria usada contra ele pelos bolsonaristas, que já o enxergam como potencial adversário em 2022. "Ele não quer conversar sobre isso (2022), até porque seria fornecer munição ao inimigo. Nesse momento de consciência cívica não estamos pensando em eleição. Mas depois de vencida esta etapa, se houver interesse dele o partido estará de braços abertos", afirmou o senador Alvaro Dias (Podemos-PR).

"A ligação dele é mais próxima com o Podemos, mas o PSL está com a ficha na fila. Sérgio Moro racha esse público bolsonarista que é anti-esquerda e combate à corrupção", disse o senador Major Olimpio (PSL-SP), líder do partido no Senado e ex-aliado de Bolsonaro. Procurado por meio de sua assessoria sobre o interesse de partidos em filiá-lo, Moro informou que não iria comentar.

Instituto

Chamou atenção do mundo político a criação do Instituto Rosângela Moro, um mês antes da saída do ex-juiz do governo. A mulher do ex-juiz descreve a instituição como "organização sem fins lucrativos, com objetivo de impulsionar projetos de impacto social".

A entidade tem feito ações como doação de equipamentos de proteção contra a covid-19, sem a participação de Moro.

No perfil do instituto no Instagram, há uma marcação de outra página, que torce pela candidatura do ex-ministro. O post, de uma semana atrás, contém uma foto de Moro e a legenda "Obrigado, #Até2022".

A reportagem entrou em contato com a entidade, mas não obteve resposta. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando