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O ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho (Republicanos-PE), será investigado por possíveis irregularidades no uso na cota parlamentar. O pedido de apuração foi feito, nessa quinta-feira (11), pelo Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (MPTCU), com base em uma reportagem do jornal O Globo, que apurou as notas fiscais apresentadas pelo gabinete de Filho à Câmara e constatou que houve verba pública utilizada no abastecimento de veículos da família do ministro

A investigação é referente ao período entre abril de 2022 e agosto de 2023. À época, o ministro ainda era deputado federal, mas deixou o cargo, em setembro de 2023, para assumir a pasta do Governo Lula. Ainda não há prazo para a apreciação da denúncia, representada pelo subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado. O processo também não foi aberto, de acordo com o TCU. Para o subprocurador-geral, a conduta, se comprovada, "atenta contra a moralidade administrativa e constitui evidente desvio de finalidade no uso de recursos públicos". 

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Na quinta-feira (11), o LeiaJá entrou em contato com a assessoria de Costa Filho, que ainda não tinha um posicionamento sobre o assunto. Posteriormente, a reportagem solicitou do Ministério de Portos e Aeroportos uma nota sobre a investigação. Até o momento desta publicação, a pasta não havia retornado. Ao Globo, quando a reportagem que baseou a denúncia foi lançada, o ministro informou não ter sido informado sobre regularidades e comprovou ter prestado contas à Câmara, que aprovou as notas do então deputado. 

De acordo com a administração do posto da gasolina, segundo o Globo, a contabilidade do estabelecimento pode ter confundido a conta familiar no nome do ministro (e que autorizava a família a abastecer no nome dele) com a conta oficial, destinada aos gastos com combustível da caminhonete de Silvio, durante o exercício parlamentar. 

Os gastos 

Consta, nas notas fiscais, que Silvio Costa Filho gastou R$ 105,1 mil para abastecer 48 veículos diferentes entre abril de 2022 e agosto de 2023. Entre eles, estavam os carros do pai, irmão, cunhada e esposa. Os abastecimentos aconteceram em um único posto de gasolina, no bairro de Casa Amarela, na Zona Norte do Recife. O valor declarado nas notas é referente a 10,8 mil litros de gasolina, 6,7 mil litros de diesel e 793,91 litros de etanol.   

Regulamento da cota parlamentar 

A cota é um benefício mensal que deve ser utilizado pelo deputado para custear despesas típicas do exercício do mandato parlamentar, como aluguel, alimentação, locação de carro, combustível e outros. O deputado paga do próprio bolso e depois apresenta as notas fiscais para receber o reembolso dos valores. 

O MP pediu ao TCU que investigue "possíveis condutas atentatórias à moralidade administrativa e em desvio de finalidade no uso de verbas públicas para compra de combustíveis" e, caso confirmada a regularidade, determine o ressarcimento dos valores aos cofres públicos. A Câmara dos Deputados se manifestou através de nota, e, apesar de ter aprovado as contas do deputado afastado, esclareceu que “o parlamentar assume inteira responsabilidade pela nota fiscal que apresenta". 

É competência da Câmara apenas verificar os gastos apenas quanto à regularidade fiscal e contábil da documentação comprobatória. A Casa também informou que ainda não foi comunicada oficialmente pelo TCU. 

 

Familiares do ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho (Republicanos-PE), abasteceram seus carros pessoais com a verba da cota parlamentar da Câmara, no período entre abril de 2022 e agosto de 2023. À época, o ministro ainda era deputado federal. Em setembro de 2023, ele pediu licença do cargo e assumiu o ministério do Governo Lula. As notas fiscais foram obtidas pelo jornal O Globo e mostram que recursos da cota parlamentar foram utilizados para encher o tanque de veículos da esposa, pai, irmão e cunhada de Silvio. No entanto, a situação pode ter se tratado se um erro contábil do posto de gasolina. O LeiaJá entrou em contato com a assessoria do ministro para solicitar esclarecimentos sobre o assunto, mas ainda não obteve um retorno.

A cota parlamentar é um benefício mensal que deve ser utilizado pelo deputado para custear despesas típicas do exercício do mandato parlamentar, como aluguel, alimentação, locação de carro, combustível e outros. O deputado paga do próprio bolso e depois apresenta as notas fiscais para receber os valores. O Globo revelou que parte desses valores, segundo as notas fiscais entregues, foi concentrada em um único posto, no bairro Casa Amarela, na Zona Norte do Recife. 

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À época, Costa Filho alugava uma caminhonete, que também enchia o tanque no estabelecimento e era usada para o exercício do mandato do parlamentar no estado. A locação do veículo custava R$ 11,9 mil mensais. Nos pedidos de reembolso, o gabinete de Costa Filho informou ter abastecido 48 veículos diferentes no mesmo posto. 

De acordo com a administração do posto da gasolina, a contabilidade pode ter confundido a conta familiar no nome do ministro (e que autorizava a família a abastecer no nome dele, no posto em Casa Amarela) com a conta oficial, destinada aos gastos com combustível da caminhonete de Silvio, durante o exercício parlamentar. As notas fiscais compilavam os valores como um todo, independente de quem comprou o combustível. Apesar do possível erro, a Câmara sempre aprovou as contas do deputado. 

Entre as placas que constam do documento, estão as de carros registrados em nome de Cristiana Bezerra, mulher do ministro; do advogado Carlos Antonio da Costa, seu irmão; do ex-deputado federal Silvio Serafim Costa, seu pai; e de Hildiany Kelly, sua cunhada. 

Valores 

O gabinete de Costa Filho apresentou notas fiscais que somam R$ 105,1 mil em gastos com combustível com 48 veículos no mesmo estabelecimento no período de abril de 2022 e agosto de 2023. Esse valor é referente a 10,8 mil litros de gasolina, 6,7 mil litros de diesel e 793,91 litros de etanol.  

Até janeiro do ano passado, a Câmara estabelecia que o limite mensal para este tipo de gasto era de R$ 6 mil. Ou seja, por sete meses (entre janeiro e agosto de 2023), o gabinete de Costa Filho gastou o teto. O valor depois foi reajustado para R$ 9,3 mil, patamar em vigor até o momento.  

“Eles (posto) falharam do ponto de vista contábil. Nós fizemos o dever de casa: prestamos contas e houve aprovação da Câmara. Em momento nenhum, fizemos abastecimento em carros com placas de familiares. Na minha cabeça, estava tudo ok. A assessoria nunca parou para adentrar nota por nota. Não é uma coisa pertinente ao gabinete. Acho que não acontece em nenhum gabinete de deputado, de avaliar placa por placa”, disse o ministro ao jornal. 

Câmara e estabelecimento responderam 

A Câmara informou que os parlamentares assumem “inteira responsabilidade” pelas notas fiscais. De acordo com a nota, cabe à Casa verificar, no âmbito administrativo, “os gastos apenas quanto à regularidade fiscal e contábil da documentação comprobatória”. 

Dono do posto, José Gerson Aguiar informou que foi procurado pela equipe do ministro. Segundo ele, o gabinete deixava especificado os carros que poderiam abastecer na cota do deputado. Cada abastecimento gera uma nota fiscal, mas o estabelecimento enviava no fim do mês um documento eletrônico com o valor compilado de todas elas. 

O deputado Wellington Roberto (PL-PB), líder do partido do presidente Jair Bolsonaro na Câmara até fevereiro, recebeu da Casa R$ 1,2 milhão pelo reembolso com despesas de contratação de duas gráficas de fachada. Ele justificou que o gasto foi para autopromoção de sua atividade no Congresso. O valor sai da cota parlamentar destinada a bancar despesas dos parlamentares com o exercício do mandato.

As notas fiscais que o deputado apresentou à Câmara, com o pedido de reembolso, registram que os pagamentos para as duas gráficas foram feitos em dinheiro vivo. Em uma delas, Wellington Roberto gastou R$ 933,1 mil ao longo deste mandato - a cifra representa 72% do R$ 1,2 milhão que ele consumiu para divulgar seu trabalho parlamentar. À outra gráfica, pagou R$ 358,3 mil no período. O deputado é o único na Câmara que contrata os serviços das duas empresas.

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Ambas informam nas notas fiscais terem o mesmo endereço, um prédio na região central de Brasília. No local, porém, a reportagem encontrou um escritório compartilhado por outras empresas, e atendentes disseram desconhecer as atividades das gráficas Ellite e Eco Serviços Gráficos. A única referência a uma delas é uma placa na porta do coworking. Os telefones comerciais indicados nos documentos fiscais também não funcionam.

PENHORA

A empresa e a proprietária da Ellite são procuradas por bancos e pela Justiça com ordens de penhora não cumpridas. Ao menos desde 2016, bancos tentam recuperar créditos não pagos pela gráfica. No ano passado, um dos processos, movido pelo Banco de Brasília, foi suspenso porque a Justiça não encontrou bens que pudessem ser penhorados.

Localizado pela reportagem, o dono da Eco, Rodrigo Fontinelle, deu versões conflitantes sobre o suposto serviço realizado para Wellington Roberto.

Primeiro, disse que não atendia deputados e pediu para ver as notas fiscais.

Depois, afirmou que o endereço seria o de um escritório, e não o do local de sua produção. Entretanto, não quis informar onde os materiais de Wellington Roberto e os demais serviços são feitos. O dono da Eco também não comentou as notas fiscais que lhe foram mostradas, por aplicativo de mensagens. Uma outra sócia da gráfica, irmã de Fontinelle, foi procurada, mas não quis dar declarações.

Homem de confiança do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, Wellington Roberto é considerado um dos líderes do Centrão. No governo Bolsonaro, conseguiu emplacar sua mulher, Deborah Roberto, como diretora de Saúde Ambiental na Fundação Nacional de Saúde. Também apadrinhou a nomeação do diretor do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), Garigham Amarante Pinto.

NOTAS

Segundo as notas fiscais, os serviços variaram de R$ 25 mil a R$ 53 mil. Os documentos entregues pelo deputado à Câmara registram que as gráficas imprimiram informativos de quatro páginas cada em papel cuchê. Conforme as notas, foram encomendadas mais de 100 mil unidades por mês.

Pelo regimento da Câmara, cada deputado tem direito a uma cota mensal para despesas relacionadas ao exercício do mandato, como alimentação, transporte, segurança, contratação de consultorias e passagens. Para os paraibanos, o valor mensal é de R$ 42.032 e pode ser acumulado no ano.

Como revelou o Estadão, desde o início do mandato, parlamentares já usaram R$ 179 milhões com a divulgação de seus mandatos. No primeiro bimestre deste ano eleitoral, foram R$ 10,7 milhões. O valor supera o que foi gasto no mesmo período de 2021. No ano eleitoral, boa parte dos deputados ampliou os gastos com promoção de suas atividades, turbinando também a divulgação de postagens nas redes sociais.

Wellington Roberto é o que mais usa a cota parlamentar. Em abril, ao ser questionado sobre o volume de gastos, disse que tem perfil municipalista e que seus eleitores gostam da prestação de contas por meio de materiais impressos. "Faço informativos impressos e uma série de ações para fazer a nossa atuação chegar. O cidadão e a cidadã gostam de ver, de ler, de pegar um folheto. Por isso, deixo documentado", afirmou, na ocasião.

O Estadão voltou a procurar o deputado para esclarecer os gastos com as duas gráficas. Foi enviado e-mail ao gabinete com questionamentos sobre a contratação dos serviços em Brasília para o envio do material à Paraíba, o motivo da escolha das empresas Eco e Ellite e, ainda, a razão do pagamento ter sido feito em espécie. Não houve resposta.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A senadora Eliane Nogueira (PP-PI), mãe do ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI) e suplente do filho, hoje licenciado do Senado para integrar o Governo Bolsonaro, gastou R$ 46.989,07 de cota parlamentar com combustível para avião. No entanto, de acordo com as declarações de bens feitas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2018, ela não possui aeronave particular. Já o ministro possui um jatinho Beech Aircraft B200, avaliado em R$ 2,8 milhões. As informações são da Folha de São Paulo. 

Segundo a reportagem, as viagens feitas coincidem com a agenda de Ciro e podem estar ligadas a gastos pessoais do ministro, que hoje não tem mais acesso à cota parlamentar e precisaria de outros meios para abastecer o veículo próprio. Durante o período das viagens, a senadora também declarou ter feito voos comerciais. 

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Entre julho e outubro (último dado disponível), a parlamentar apresentou notas fiscais e obteve o ressarcimento para oito despesas com combustíveis de aeronaves. Os gastos foram efetuados em cidades como Sorocaba (SP), São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Teresina. 

Entre janeiro e julho deste ano, mês em que se licenciou e assumiu o cargo no governo do presidente Jair Bolsonaro, o atual chefe da Casa Civil gastou R$ 262,1 mil de sua cota parlamentar com combustível para avião. Mãe e filho apresentam o mesmo padrão de apresentação das notas fiscais, observa a matéria. Afora a similaridade no padrão desses gastos, notas fiscais apresentadas pela senadora para tais viagens coincidem com locais em que o ministro Ciro Nogueira esteve, segundo sua agenda oficial e registros nas redes sociais. 

No entanto, nas mesmas datas, sua mãe usou as redes para publicar fotos de eventos em outras cidades. Além disso, para esse mesmo período, a senadora apresentou ao Senado comprovantes de passagens aéreas e bilhetes de embarque em voos comerciais. 

Declarações não coincidem 

Em 27 de agosto, o ministro da Casa Civil viajou para o Rio de Janeiro, onde teve uma reunião com o governador Cláudio Castro (PL) e no dia seguinte almoçou com o prefeito Eduardo Paes (PSD). Nogueira também postou em suas redes sociais uma foto com o presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, que o presenteou com uma camisa do time. 

De acordo com a Folha, Ciro Nogueira viajou para a capital fluminense em um voo da FAB (Força Aérea Brasileira). No entanto, os registros dos voos das aeronaves da Aeronáutica não indicam que ele tenha viajado de volta para Brasília ou para qualquer outra localidade a partir do Rio de Janeiro. O Portal da Transparência do governo mostra que o ministro utilizou as diárias a que teria direito pela viagem, mas abriu mão de passagens aéreas para voltar do Rio. 

Já a senadora Eliane Nogueira apresentou uma nota fiscal de gastos com combustível de avião no dia 30 de agosto —gastos em fins de semana costumam ser contabilizados em notas emitidas na segunda-feira. No mesmo dia, há outro gasto com abastecimento de aeronave. Desta vez, em São Paulo. 

No entanto, a senadora não parece ter passado perto do Rio de Janeiro e São Paulo no período. Bilhetes de embarque apresentados por Eliane Nogueira ao Senado mostram que ela viajou de Brasília para Teresina na manhã da mesma sexta-feira, dia 27, após encerrar a semana de trabalhos no Senado. Após o fim de semana, a senadora embarcou em Teresina, às 16h40 da segunda-feira (30), de volta a Brasília. Segundo a Folha, a reportagem tenta esclarecer as informações obtidas com mãe e filho desde o último dia 8, mas não foi obtida nenhuma resposta. 

O senador Marcos Rogério (DEM-RO), vice-líder do governo Bolsonaro no Senado e um dos principais defensores do presidente na CPI da Covid, foi às suas redes sociais nesta segunda-feira (7) para se defender das reações mostradas à notícia de que o conservador paga aluguel de um escritório de apoio, em Rondônia, com cota parlamentar. Rogério menciona que não há ilegalidade na transação e expôs ocorrido pessoal para justificar o caso.

Em reportagem do domingo (6), o site 'Metrópoles' disse que o parlamentar tem usado recursos dos cofres públicos para pagar à ex-esposa, Andréia Schimdt, um aluguel do que ele afirmou ser seu escritório de apoio em Rondônia. A matéria aponta que o imóvel, localizado na cidade de Ji-Paraná, custa mensalmente R$ 4,6 mil, e que os valores foram pagos nos meses de março e abril deste ano, em nome da administradora 'OK Imóveis'.

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Marcos Rogério rebateu e explicou que o espaço sempre foi utilizado gratuitamente, sem usufruir da verba pública, e que a mudança na relação de uso ocorreu apenas em virtude do divórcio com Schimdt. O bolsonarista também afirmou estar sendo perseguido pelos colegas senadores, por causa da sua atuação como governista na CPI.

“A perseguição não para! Desde 2017 utilizo imóvel de minha propriedade como escritório de apoio parlamentar, sem custo algum de locação para a Câmara e o Senado. Passei por um processo de divórcio e esse imóvel tornou-se propriedade de minha ex-esposa. Decidi manter ali o escritório e, naturalmente, precisaria pagar aluguel, o que fiz nos meses de abril e maio deste ano”, escreveu o senador.

E continuou : “não há ilegalidade nisso, mas meus acusadores querem me constranger diante de minha atuação na CPI da Pandemia. Estou estudando a medida mais adequada para evitar que explorem esse fato e ataquem minha honra”.

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Segundo o site da Câmara, a Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar (CEAP), instituída pelo Ato da Mesa 43/2009, é um benefício que deve ser utilizado pelo deputado para custear despesas típicas do exercício do mandato parlamentar e inclui o aluguel de escritório de apoio no respectivo estado de atuação. Os valores da cota por estado estão disponíveis no site e, no caso de Rondônia, se aproxima dos R$ 44 mil.

O deputado tem até 90 dias para apresentar a documentação comprobatória do gasto. Os valores das notas fiscais apresentadas dentro desse prazo são debitados da cota do mês a que a despesa se refere. Desta maneira, antes de transcorridos os 90 dias, não é correto afirmar o total gasto por um parlamentar, uma vez que ele ainda pode apresentar documentos referentes a despesas de meses anteriores.

O valor do reembolso referente ao uso da cota é depositado na conta do deputado, em média, até três dias úteis depois da solicitação. Como Marcos Rogério utilizou da verba nos últimos dois meses, o prazo para prestação de contas confere.

Reportagem do site 'Metrópoles' diz que o senador Marcos Rogério (DEM), vice-líder do governo Bolsonaro no Senado, tem usado recursos da sua cota parlamentar para pagar à ex-esposa, Andréia Schimdt, um aluguel do que ele afirmou ser seu escritório de apoio em Rondônia. A matéria aponta que o imóvel, localizado na cidade Ji-Paraná, custa mensalmente R$ 4,6 mil, e que os valores foram pagos nos meses de março e abril deste ano, em nome da administradora 'OK Imóveis'. 

Os valores repassados constam no site do Senado, mas as notas fiscais não mostram o nome do proprietário, apenas o endereço. A assessoria do senador informou ao site que a casa pertencia a Rogério, que usou o espaço como seu escritório entre os anos de 2017 e 2020, sem custo para os cofres públicos. No entanto, com o divórcio e partilha dos bens, o imóvel ficou com a sua ex. 

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Entre 2001 e 2021, a Câmara dos Deputados gastou R$ 6,4 bilhões, em valores corrigidos, com a cota parlamentar - a verba que cada parlamentar federal tem para reembolsos como aluguel de carros, combustível, passagens aéreas, alimentação, contratação de serviços, entre outros. Nesse período de duas décadas, as despesas somadas equivalem ao orçamento executado (R$ 6,5 bilhões) em 2020 pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), durante a pandemia global do novo coronavírus.

Desde 2020, com o início da pandemia, a maioria dos deputados tem trabalhado em home office. Mesmo assim, só nos três primeiros meses de 2021, a Câmara desembolsou R$ 32,2 milhões com a cota parlamentar. Os dados das despesas com a cota são da própria Câmara, por meio de sua assessoria.

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Criada em meio a uma pressão para o aumento salarial dos deputados em Brasília, a reserva desses recursos para reembolsar parlamentares gerou um efeito cascata no País. Ainda no início dos anos 2000, as Assembleias Legislativas dos 26 Estados e do Distrito Federal criaram normas para as verbas indenizatórias ou cotas parlamentares com o objetivo de financiar o exercício do cargo. Câmaras Municipais espalhadas pelos 5.572 municípios brasileiros também surfaram na onda e adotaram o ressarcimento de gastos.

No Congresso, o uso de dinheiro público para essa finalidade motivou recorrentes denúncias de desvio e irregularidades ao longo desses 20 anos. O dinheiro que cada um dos 513 deputados pode gastar varia de acordo com o Estado pelo qual foi eleito. A cota mensal atual oscila de R$ 30,8 mil (Distrito Federal) até R$ 45,8 mil (Roraima).

Em julho de 2020, o Estadão revelou que deputados da base governista e da oposição transformaram a divulgação da atividade na Câmara num negócio privado. Eles recorreram a empresas contratadas com a verba de gabinete e assessores pagos pela Casa para gerir canais monetizados no YouTube, com vídeos que arrecadam recursos conforme o número de visualizações. Dias após a publicação da reportagem, um ato da Mesa Diretora proibiu deputados de usarem o dinheiro da cota para serviços que gerem lucro na internet.

Em 2017, o uso irregular da verba levou o Ministério Público Federal (MPF) a apresentar à Justiça 28 denúncias contra 72 ex-deputados por envolvimento na chamada "farra" das passagens aéreas. As acusações formais foram pelo crime de peculato (desvio de dinheiro público). Quando presidiu a Câmara pela segunda vez, entre 2009 e 2010, o ex-presidente Michel Temer (MDB) limitou o uso de passagens para os próprios deputados ou seus assessores.

25 assessores. Além da cota, os deputados recebem salário (subsídio) mensal de R$ 26,7 mil e têm uma verba de gabinete de R$ 111,7 mil ao mês para contratar até 25 secretários - que podem trabalhar em Brasília ou no Estado de origem.

A cota parlamentar foi uma ideia do deputado Aécio Neves (PSDB-MG), quando ocupava a presidência da Câmara. Nasceu com o nome de verba indenizatória. O tucano, que hoje preside a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Casa, estava sendo pressionado pelos deputados por aumento de salários. A iniciativa foi reproduzida em todo o País. Em janeiro de 2003, sob a presidência de Ramez Tebet (1936-2006), do então PMDB-MS, o Senado adotou a fórmula de reembolso para os 81 senadores.

Na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, a criação de uma cota ocorreu três meses após sua implementação na Câmara. No Maranhão, o deputado estadual é ressarcido por despesas mensais em até R$ 41,7 mil.

Na Câmara Municipal de São Paulo, que tem seu "auxílio-encargos gerais" desde 2003, cada parlamentar recebe R$ 25,8 mil mensais para essas despesas (gasto de R$ 17 milhões ao ano). Pagamentos a empresas de marketing e manutenção de sites que promovem os próprios vereadores lideram os gastos. O vereador Felipe Becari (PSD), que se elegeu em 2020 com uma agenda de defesa animal, gastou R$ 19,6 mil com marketing e hospedagem de sites. Segundo sua equipe, o site serve para receber denúncias de maus-tratos contra bichos. E a empresa de marketing presta consultoria para propor projetos que conversem com outros públicos.

Em consulta feita ao Portal da Transparência da Câmara dos Deputados nesta terça-feira (5), o LeiaJá enumerou os deputados federais eleitos em Pernambuco que mais gastaram dinheiro da cota parlamentar durante o ano de 2020. Gonzaga Patriota (PSB), foi o deputado Pernambucano que mais gastou, sendo um total de R$ 460.622,37.

Desse valor, R$ 232.750 (50%) foi gasto com divulgação da atividade parlamentar. O deputado Ricardo Teobaldo (Podemos) ficou em segundo lugar entre os que mais gastaram com R$ 432.001,30, sendo maior parte desse valor, R$ 185.950,00 (43%) gasto com a divulgação da atividade parlamentar.

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Em terceiro lugar aparece o deputado Sebastião Oliveira (PR), com gasto de 411.826,79 da cota parlamentar. Assim como os outros deputados já mencionados, Sebastião gastou a maior parte desse dinheiro, R$ 185.950 (43%) com a divulgação de sua atividade parlamentar.

Por outro lado, o deputado Felipe Carreras (PSB) foi o que menos gastou dinheiro da cota parlamentar a que tem direito. Foi um total de R$ 2.442,70, sendo maior parte desse valor, R$ 2.270,03 (92,93%) com passagem aérea. 

Pastor Eurico (Patriota) aparece em segundo lugar entre os que menos gastaram, com R$ 83 mil. A maior parte de seu gasto foi com combustíveis e lubrificantes (R$ 39.635,15). 

Luciano Bivar (PSL) fecha a lista dos parlamentares pernambucanos que menos gastaram no último ano. Foi um total de R$ 95.784,15, sendo maior parte desse valor, R$ 37 mil (38%) empenhados na divulgação da atividade do parlamentar.

A Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar (CEAP) custeia as despesas do mandato, como passagens aéreas e conta de celular. Algumas são reembolsadas, como as com os Correios, e outras são pagas por débito automático, como a compra de passagens.

A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, autorizou a abertura de inquérito para investigar 10 parlamentares por uso irregular da cota para exercício de atividades ligadas ao mandato. A decisão, publicada no Diário de Justiça Eletrônico da segunda-feira (1º), atende ao pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). 

Estão sendo investigados os deputados Danilo Cabral (PSB-PE), Sérgio Brito (PSD-BA), Carlos Henrique Amorim (DEM-TO), Silas Câmara (Republicanos-AM), Benedita da Silva (PT-RJ), Fábio de Almeida Reis (MDB-SE), Hiran Manuel Gonçalves da Silva (PP-RR), Jéssica Rojas Sales (MDB-AC), Fausto Ruy Pinato (PP-SP) e o senador Romário (Podemos-RJ). O senador Márcio Miguel Bittar também é citado no pedido da PGR, mas não foi inserido na deliberação pois os crimes teriam sido cometidos em seu mandato como deputado federal.

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A abertura de inquérito foi requisitada pelo subprocurador-geral da República, Humberto Jacques de Medeiros. No pedido, ele diz haver "fortes indícios do cometimento do crime previsto no artigo 312 do Código Penal por parte de Deputados Federais e Senadores da República, consistente(s) na utilização irregular da Cota para Exercício de Atividade Parlamentar, entre outros ilícitos que eventualmente venham a ser revelados no curso das investigações". O crime citado no trecho é o peculato.

A PGR aponta que, a partir de relatórios, documentos e áudios obtidos em diligências de busca e apreensão, além de quebra de sigilo telefônico, bancário e fiscal, surgiram suspeitas de existência de um forte esquema de falsidade ideológica, associação criminosa e lavagem de dinheiro, que teria como principal personagem a empresa Atos Dois Propaganda e Publicidade LTDA (Xeque Mate Comunicação e Estratégia).

A acusação diz que a empresa formaria, juntamente com outras identificadas no parecer ministerial, "uma unidade empresarial voltada para a prática de ilícitos, com a utilização de empresas de fachada e de 'testas de ferro', possuindo como sócios pessoas com padrão de vida simples". Essas empresas teriam prestado serviços a congressistas entre janeiro de 2014 e junho de 2018, emitindo notas fiscais com "fortes indícios de inconsistências", usadas para amparar a suposta utilização da cota parlamentar.

A assessoria do deputado pernambucano Danilo Cabral foi procurada e, em nota, disse esperar que os fatos sejam apurados e esclarecidos. Veja na íntegra:

"O Deputado Federal Danilo Cabral informa que contratou empresa gráfica para a impressão de jornal informativo de prestação de contas do mandato, em 2017. O serviço foi executado e o informativo distribuído, tendo sido inclusive sua despesa aprovada pelo setor contábil da Câmara dos Deputados.

O parlamentar espera que todos os fatos sejam rigorosamente apurados e esclarecidos.

Informa finalmente que não foi notificado pela Justiça e se coloca à disposição para colaborar e fornecer qualquer informação que lhe for demandada."

Embora tenha sido eleito como uma esperança no combate à corrupção, o discurso de idoneidade do atual presidente Jair Bolsonaro (sem partido) contrasta com seu passado de gastos excessivos no tempo em que era deputado federal. As informações foram publicadas pela agência Sportlight e resultaram em uma notícia-crime.

Em novembro de 2006, um mês após conquistar seu quinto mandato na Câmara do Deputados, pelo Progressitas (PP) de Paulo Maluf, Bolsonaro excedeu os limites dos gastos e da cota parlamentar mensal, apontam documentos. No dia 27 daquele mês, ele apresentou uma nota do posto de combustíveis Pombal, na Zona Norte do Rio de Janeiro, de 2.831,38 litros de gasolina no valor de R$ 7.075,63 - em torno de R$ 16 mil atualmente.

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No entanto, a Lei de Acesso à Informação da Câmara aponta que, no mesmo mês, o atual presidente já havia apresentado duas notas que somam R$ 4.233,54 – equivalente a R$ 9.601,36 atuais. Desse modo, só em novembro de 2006, Bolsonaro gastou R$ 11.309, 17 - o que agora significa R$ 25.648,38 - em gasolina, quando o limite da cota era de R$ 4.500 mensais.

Enquanto extrapolava com a aquisição de combustível, a lista de presença do Congresso mostra que ele esteve presente apenas em comissões no dia 8 e para votar nos dias 21, 22, 28 e 29 de novembro de 2006.

O então deputado declarou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a despesa de R$ 20 mil com a campanha. O próprio Bolsonaro aparece como financiador da metade do montante, enquanto os outros R$ 10 mil foram doados pelo ex-capitão do exército Jorge Francisco, falecido em 2018. Durante duas décadas, o ex-capitão foi assessor parlamentar do atual presidente e é pai do ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Jorge Oliveira, que chegou a ser cotado para o Ministério da Justiça após a demissão de Sergio Moro e ainda almeja uma das vagas no Supremo Tribunal Federal (STF).

Outros assessores do ex-deputado federal são citados na investigação do Ministério Público do Rio de Janeiro pelo envolvimento com o gabinete do filho Flávio Bolsonaro, suspeito de manter um esquema de ‘rachadinha’ operado pelo policial militar aposentado, Fabrício Queiroz. A atual primeira-dama, Michele Bolsonaro, foi assessora de Bolsonaro e recebeu um cheque de R$ 24 mil de Queiroz.

Mesmo em recesso, mais gastos com combustível

No recesso de 2009, Bolsonaro informou que gastou R$ 2.608 com combustível em janeiro. Mesmo com as férias daquele ano ocorridas entre 22 de dezembro e 2 de fevereiro, os registros apontam que sua última participação no Congresso foi no dia 17 e depois só participou de uma votação no dia 17 de fevereiro. Mesmo sem trabalhar, durante dois meses, o deputado gastou cerca de R$ 5.000 em gasolina com dinheiro público.

Ainda de acordo com apuração da Agência Sportlight, em onze idas a dois postos do Rio, o Rocar e o Pombal, entre 7 de janeiro de 2009 e 11 de fevereiro de 2011, o deputado gastou o equivalente a R$ 45.329 atuais, o que representa a média aproximada de R$ 4.120 em cada ida.

Diante da suspeita do uso indevido da verba pública, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, encaminhou uma notícia-crime à Procuradoria Geral da União (PGR) e pede que Bolsonaro seja investigado

Fábio Faria, novo ministro de comunicação do governo Jair Bolsonaro tem o seu currículo de atleta sem o terno e a gravata. Jogador de squash que já esteve na 12º colocação no ranking brasileiro o genro de Silvio Santos é acusado de usar verba pública para viajar aos locais de partida do circuito nacional em 2016.

A denúncia foi feita em 2018 pelo jornal metrópoles e trazia informações de que o novo chefe de comunicação de Bolsonaro teria comprado em julho de 2016 duas passagens de ida e volta de São Paulo para Curitiba para participar do Novo Squash Brasil que integra o circuito nacional da modalidade. 

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Meses depois o procedimento se repetiu em outra etapa do circuito que aconteceu em Minas Gerais. Segundo o UOL foram gastos cerca de R$ 3 mil em passagens aéreas de verba pública. Fábio já chegou a figurar na 12º posição do ranking nacional de squash.

Nas últimas eleições antes da proibição do financiamento empresarial de campanhas, 92 deputados e senadores receberam doações de pessoas físicas ou jurídicas que foram contratadas pelos mesmos parlamentares depois que eles foram eleitos. De acordo com levantamento da organização não governamental Dados.org, disponível até terça-feira (24) na plataforma Datascópio, os três congressistas que pagaram os maiores valores a doadores de campanha tiveram essas empresas e pessoas como os principais fornecedores de serviços a seus gabinetes.

O instrumento denominado Cruza Doadores tem o objetivo de averiguar quais parlamentares contrataram, durante o mandato, as mesmas empresas das quais receberam doações durante a campanha anterior. Para a pesquisa, foram consideradas quantias doadas durante a campanha de 2014 para deputado federal e senador. As contratações dizem respeito a valores efetivamente pagos durante os anos de mandato, após a posse dos parlamentares.

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Professora de direito eleitoral e procuradora da República, Silvana Batini destacou que, embora não seja irregular, a conduta pode causar desconfianças no critério de contratação dos fornecedores. “O rastreamento direto disso hoje [com o fim do financiamento empresarial] está muito mais difícil. Então, por esse aspecto, se houver esses eventuais conflitos de interesses entre doadores e beneficiários, eles vão ficar mais difíceis de ser rastreados. Essa é a desvantagem”, disse, lembrando que a doação de empresas foi proibida a partir das eleições de 2016.

O senador Acir Gurgacz (PDT-RO) é o primeiro da lista. Ele recebeu R$ 10.834 do advogado Gilberto Piselo do Nascimento, que já era fornecedor do parlamentar desde as eleições de 2010. Ao todo, segundo a plataforma, Gilberto Piselo, que em 2014 foi eleito como suplente de Gurgacz, recebeu R$ 392.953 pelo aluguel de uma sala comercial em Ji-Paraná, segunda maior cidade de Rondônia.

Já o deputado Weliton Prado (PROS-MG) contratou a Sempre Editora após ter recebido doações da empresa. Nesse caso, porém, o financiamento para a campanha supera os valores que a editora recebeu pelas relações comerciais com o gabinete do parlamentar. A doação foi de R$ 416.212, e o contrato resultou em um pagamento total de R$ 223.850 até agora. Baseada em Minas Gerais, a editora também foi fornecedora de outros dez parlamentares do estado.

Em terceiro lugar, vem o deputado João Arruda (MDB-PR). Durante a campanha, a empresa Cotrans Locação de Veículos LTDA doou para ele, em 2014, R$ 15.188. Depois, a empresa de locação recebeu do deputado R$ 102.200, em uma conta que leva em consideração os pagamentos mensais desde o período da posse.

Financiamento de campanhas

Para Silvana Batini, com o fim do financiamento empresarial, que continuará proibido neste ano, os donos de empresas que pretendiam repassar “valores muito altos” para determinados candidatos enfrentarão mais dificuldades.

“Você pode pegar o valor [das doações que anteriormente vinham de um] CNPJ e pulverizar em vários CPFs. Isso é possível de acontecer e muito mais difícil de ser rastreado. Mas, quando você compara os valores que circularam por CNPJ nas últimas eleições, você vai ver que, para fazer com que aquela escala de valores circule por meio de pessoas físicas, é muito mais difícil. Então, mesmo quem pretende descumprir a lei vai ter mais trabalho”, avaliou.

Segundo ela, devido às novas regras, que estipulam um teto para o repasse de dinheiro público às campanhas por meio do fundo eleitoral, as eleições tendem a ficar mais baratas. “E alguma coisa que fugir muito dessa média vai chamar atenção. A ideia genuína era essa: de que o financiamento por pessoa jurídica fosse substituído por um grande financiamento pulverizado, alimentado pela cidadania. É pouco tempo ainda para que essa ideia tenha amadurecido no eleitorado brasileiro. Mas é uma coisa que precisa ser construída”, defendeu.

Outro lado

O senador Acir Gurgacz disse que os pagamentos ao seu suplente se referem ao aluguel de seu escritório político em Ji-Paraná. Segundo a assessoria do senador, o valor mensal era de R$ 5 mil até o ano passado, quando o preço foi reajustado, o que é “compatível e até inferior ao preço de mercado”. Já a doação foi feita em valor estimado, referente aos serviços de Gilberto Piselo do Nascimento como advogado, que assinou a prestação de contas da campanha do parlamentar em 2014.

“Todas essas negociações e a prestação do serviço na campanha eleitoral foram realizadas de forma legal e transparente”, informou o senador. À Agência Brasil, o suplente de Gurgacz, Gilberto Piselo, disse que o imóvel tem dois andares, salas e auditório e que os valores do aluguel ficaram congelados durante cinco anos. Segundo ele, a suplência não tem relação com o aluguel da sala comercial.

“É óbvio que [essa doação] está figurando no topo da lista do ranking porque eu fiz doação em um valor estimado de R$ 10 mil, e como recebo aluguel, é óbvio que ia dar [que recebi mais do que doei]. Um fato não tem nenhuma correlação com o outro. Nem fiz a doação esperando receber qualquer barganha, nem aluguei o prédio porque fiz alguma doação. Se este ano eu não doar nenhum centavo em valores estimados, por exemplo, o meu nome vai estar fora desse ranking”, afirmou.

A assessoria do deputado Weliton Prado não respondeu aos questionamentos até o fechamento da reportagem. Contratada por ele e outros parlamentares mineiros, a empresa Sempre Editora não retornou às ligações da Agência Brasil.

O deputado João Arruda também negou ter atuado de forma a beneficiar a empresa Cotrans. Segundo ele, a doação recebida foi em valor “estimado, devidamente declarado e aprovado pela Justiça Eleitoral. “A relação entre meu mandato e a referida empresa é meramente comercial, por prestação de serviços, sendo ela paranaense e bem conceituada no setor”, explicou.

A locadora Cotrans também negou existir relações diretas envolvendo as doações e posterior contratação. De acordo com o administrador financeiro da empresa, Daniel Leite, os serviços foram prestados diretamente à pessoa física de João Arruda, e não ao seu gabinete. “Todas as doações legalmente permitidas na época foram feitas sob a égide da legislação eleitoral e devidamente declaradas ao TRE [Tribunal Regional Eleitoral], independentemente de quem possa vir a ser nosso cliente no futuro”, disse.

As informações foram obtidas pela Agência Brasil com base em informações que estavam à disposição da ONG Dados.org até o início desta semana. Na última quarta-feira (25), a consulta sobre o cruzamento desses dados foi retirada do ar temporariamente para alterações no método de consulta da plataforma.

O deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) divulgou, nesta terça-feira (9), que de 2010 a 2017 devolveu R$  1.291.395,52 dos R$ 3.017.034,68 a que teve direito na cota parlamentar. A contabilidade foi exposta dois dias depois de o presidenciável e seus três filhos Flávio, Eduardo e Carlos - respectivamente, deputado estadual do Rio de Janeiro, deputado federal e vereador do Rio - serem questionados sobre o crescimento exponencial do patrimônio depois do ingresso na política

De acordo com uma reportagem da Folha de São Paulo, a família Bolsonaro é dona de 13 imóveis com um preço de mercado orçado em pelo menos R$ 15 milhões. Os bens de Bolsonaro incluem, ainda, carros que vão de R$ 45 mil a R$ 105 mil, um jet-ski e aplicações financeiras, em um total de R$ 1,7 milhão, como consta na Justiça Eleitoral e cartórios.

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Para rebater as insinuações de que os bens podem ter sido conquistados de maneira ilícita, Bolsonaro, que sempre ressalta em seu discurso o fato de não ser investigado por atos de corrupção na Lava Jato, expôs uma tabela com os valores que ele teve direito desde 2010 na cota parlamentar, pontuando o que foi utilizado e o que, segundo ele, devolvido aos cofres públicos. 

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Bolsonaro quando entrou na política, em 1988, tinha declarado apenas um Fiat Panorama, uma morto e dois lotes de pequeno valor no interior do Rio, os dois hoje contabilizariam R$ 10 mil. De lá para cá, tendo apenas a política como profissão e já no sétimo mandato, conseguiu acumular os bens. Até 2008, somando as declarações de Bolsonaro e os três filhos, eles tinham R$ 1 milhão. 

Nessa segunda (8), os filhos do presidenciável criticaram o levantamento feito pelo jornal. Flávio Bolsonaro chegou a pedir para que fossem atrás dos corruptos. “O problema não é quem declara o patrimônio alcançado licitamente, mas sim quem esconde o seu em nome de laranjas ou em malas de dinheiro. Vão atrás dos corruptos, p...”, disparou. 

O líder do PR no Senado, Wellington Fagundes (MT), negou ter cometido irregularidades com a cota parlamentar para a compra de passagens aéreas, como apontam investigações da Procuradoria Regional da República da 1ª Região (PRR1). O senador foi listado em uma das 50 denúncias encaminhadas pela PRR1 ao Supremo Tribunal (STF) e ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) esta semana. Além dele, outros 218 políticos que possuem foro privilegiado foram citados.

Segundo o parlamentar, na época da denúncia ele estava licenciado do cargo de deputado federal e por conta disso não poderia ter usado indevidamente o "cotão".

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Após pressão popular, a Mesa Diretora da Câmara dos Deputados voltou atrás sobre o ato que permitiria o uso da Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar para custear passagens de cônjuges no trajeto entre o estado de origem e Brasília. O recurso volta a ser permitido apenas para a emissão de bilhetes aéreos para os deputados e assessores de gabinete.

A decisão foi tomada nesta terça-feira (3) em reunião dos membros da Mesa. De acordo com o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a votação foi unânime. “As eventuais necessidades ou requisições que possam ser feitas serão tratadas caso a caso, conforme aparecerem”, informou.

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A compra das passagens foi liberada na semana passada e gerou indignação popular, especialmente diante de um período de cortes nos gastos públicos. PT, PSDB, Psol e PPS emitiram nota dizendo que os deputados abririam mão do recurso para tal fim. Um abaixo-assinado online reuniu mais de 135 mil manifestações contrárias à proposta. Após a polêmica, a Mesa recuou.

“Houve um entendimento equivocado. Cristalizou-se uma versão de um benefício, de uma regalia, que não era o caso”, frisou Cunha. “A sociedade demonstrou sua contrariedade e nós, que queremos atuar em sintonia com a sociedade, não podemos fechar os olhos e resolvemos revogar”, completou.

O candidato do PRB à Prefeitura de São Paulo, Celso Russomanno, usou a cota parlamentar de passagens aéreas enquanto deputado federal para levar a filha a Nova York e a mulher a Montevidéu. De acordo com relatório de passagens emitidas para o gabinete do ex-deputado entre 2008 e 2009, obtido pelo jornal O Estado de S.Paulo, foram emitidos oito bilhetes de sua cota para familiares ou terceiros.

Para Russomanno, como na época não havia regra na Câmara dos Deputados que proibisse a emissão dos bilhetes, não houve irregularidade nem obrigatoriedade de ressarcir os cofres públicos. O candidato também destacou que devolveu R$ 272,2 mil em passagens aéreas a que tinha direito.

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Em novembro de 2007, foram emitidos dois bilhetes internacionais, de ida e volta, para Nova York em nome da filha do ex-deputado, Luara Russomanno. O valor de cada trecho foi de R$ 2.373. À época, a filha do candidato fora participar de um intercâmbio nos Estados Unidos.

Um ano depois, em outubro de 2008, foi emitido um bilhete para Montevidéu, no valor de R$ 1.281,14, dessa vez para a mulher de Russomanno, Lovani. O candidato foi integrante do Parlamento do Mercosul (Parlasul) e, segundo a Câmara, viajou 12 vezes em missão oficial ao Uruguai participar de reuniões.

Também na cota do parlamentar, houve em 2008 a emissão de passagens domésticas para Porto Alegre, Chapecó e Brasília em nome de sua mulher.

Escândalo - A "farra das passagens", conforme ficou conhecido o escândalo envolvendo a emissão de bilhetes aéreos pelos parlamentares para levar amigos, familiares e afins para o exterior, estourou em 2009 e envolveu 261 dos 513 deputados federais. O Ministério Público Federal (MPF) abriu investigação sobre o caso, mas ainda não apresentou uma denúncia à Justiça.

Até então, a Câmara dos Deputados não tinha uma regulamentação específica sobre a emissão dos bilhetes. Depois de o caso se tornar público, a Casa editou o ato 43 de 2009, que estipulou critérios para a concessão de passagens aos parlamentares.

Agora, os deputados só podem emitir bilhetes para si mesmos ou, mediante autorização expressa da Mesa Diretora, para pessoas com vínculo trabalhista com a Câmara. Em novembro de 2009, acórdão do Tribunal de Contas da União (TCU) pediu à Casa que tomasse as providências cabíveis para obter o ressarcimento das despesas irregulares.

Outro lado - Russomanno afirmou que devolveu R$ 726 mil de verba de gabinete enquanto era parlamentar, entre 1995-2010. Russomanno também economizou R$ 272,2 mil da cota de passagens aéreas a que tinha direito entre 2009 e 2010.

"É muito fácil detonar a minha imagem, falar que eu usei passagem quando era permitido, sendo que eu devolvi uma quantidade imensa durante os meus mandatos", disse. "Como eu estou em primeiro lugar nas pesquisas, aí tudo é em cima de mim." Na última pesquisa Ibope/TV Globo/Estado, divulgada na última no dia 3, Russomanno está tecnicamente empatado na liderança com o candidato do PSDB, José Serra. O candidato do PRB tem 25% das intenções de voto; Serra, 26%.

Até 2009, não havia regra específica sobre a emissão de bilhetes, mas o TCU chegou a questionar a Câmara sobre o uso das passagens para fins distintos aos da atividade parlamentar.

Sobre a viagem da filha, Russomanno contou: "Ela foi fazer um intercâmbio. E naquela época não era proibido." O candidato também falou que chegou a levar "uma vez ou outra" a mulher nas viagens que fizera para Montevidéu, onde participou de reuniões do Parlasul. "Não fui pra lá nenhuma vez que não tivesse reunião. Teve reunião da comissão", disse ele, que viajou ao país 12 vezes em missão oficial.

Em relação às viagens a Porto Alegre, Chapecó, Brasília, Russomanno repetiu o mesmo raciocínio: "Na época, era permitido usar a passagem aérea do jeito que o parlamentar queria." As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

 

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