Tópicos | crescimento econômico

O Brasil tem o desafio e a oportunidade de integrar, numa mesma equação, a preservação ambiental e o desenvolvimento econômico, disse nesta quarta-feira (23) a ministra Marina Silva, do Meio Ambiente, em audiência pública. Durante quase quatro horas de debate na Comissão de Meio Ambiente (CMA), Marina Silva tratou, com a equipe de sua pasta, de temas locais e nacionais, como a questão fundiária, a exploração de petróleo, a Conferência do Clima em Belém e o apelo por "justiça climática" quando se trata das mudanças climáticas.

Requerida pela presidente da CMA, senadora Leila Barros (PDT-DF), e pelo senador Marcio Bittar (União-AC), a reunião serviu para a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, apresentar as políticas e prioridades da pasta.

##RECOMENDA##

Marina Silva observou que, diante da realidade das mudanças climáticas, assumiu a pasta do Meio Ambiente em contexto mais complexo do que há 20 anos, quando tomou posse pela primeira vez como ministra, no primeiro governo Lula.

— Estamos novamente fazendo um esforço de olhar para a gestão pública, não com o olhar apenas de uma gestão, ou de um governo, ou de um partido. Mas com o olhar de quem pensa a governança ambiental brasileira. Temos trabalhado muito para que o Brasil faça jus às potências que ele é. Uma potência ambiental, uma potência agrícola e uma potência hídrica. E graças a essas qualidade temos imensas vantagens comparativas que devem ser transformadas em vantagens competitivas. Mas talvez agora tenhamos que pensar em vantagens comparativas e vantagens distributivas — disse Marina Silva, salientando que a política ambiental se dirige prioritariamente às populações vulnerabilizadas pela destruição do meio ambiente e pelas mudanças climáticas.

O senador Fabiano Contarato (PT-ES) observou que a pauta ecológica é um direito constitucional e ponderou ser possível a discussão ambiental "andar de mãos dadas com economia e tributação verdes". O parlamentar destacou que o racismo ambiental é uma realidade no Brasil e considerou medidas como o reforço da fiscalização e o investimento em educação fundamentais para aperfeiçoar o debate ambiental.

Marina declarou que, há 20 anos, quando assumiu o ministério pela primeira vez, não se tinha a clareza atual sobre questões como a gravidade da perda de biodiversidade, da mudança do clima, da importância das florestas para equilíbrio ambiental do planeta, bem como do papel dos povos originais. A ministra destacou também um "imperativo ético" de se acabar com a oposição entre economia e ecologia, transformando os dois temas numa mesma equação.

— Os efeitos indesejáveis da mudança do clima afetam, de forma muito mais perversa, as populações vulnerabilizadas. Mas a ciência ganhou o primeiro round. O Brasil inova no enfrentamento desses problemas. Conceitos novos, como o de justiça climática e o de racismo ambiental passaram a integrar o debate da opinião pública nacional e internacional, sendo uma base de realidade — disse Marina Silva.

A senadora Teresa Leitão (PT-PE), que endereçou pergunta sobre as políticas em favor do bioma da Caatinga, elogiou a ministra pelo "conteúdo apresentado", a "profundidade" e a "riqueza da abordagem", sobretudo por relacionar preservação do meio ambiente com "justiça climática".

— Mudanças climáticas não podem mais ser vistas como 'naturais', mas estão relacionadas a justiça climática e racismo ambiental — disse a senadora, sublinhando a fala de Marina.

Leila Barros, presidente da CMA, por sua vez, destacou o clima sereno do debate, em que senadores questionaram a chefe da pasta sobre assuntos considerados polêmicos.

— Foi uma excelente audiência, com todos de coração aberto, tirando dúvidas. Que a ministra Marina, com sua competência, venha mais vezes a esta Casa, com um ambiente cada vez menos tenso e sem dicotomias, porque todos aqui estão muito interessados nisso — disse Leila Barros ao conduzir os trabalhos.

A senadora Eliziane Gama (PSD-MA) defendeu o aumento do protagonismo social na Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre Mudanças Climáticas (COP-30), destacando que a 30ª edição do evento acontece em novembro de 2025, em Belém (PA). A parlamentar reconheceu os desafios da pauta ambiental e defendeu a união em favor das políticas dessa área que, na visão dela, devem acontecer de modo transversal.

O senador Beto Faro (PT-PA) considerou necessário reforçar a discussão de temas como desenvolvimento sustentável e aprofundar o entendimento sobre outros temas ainda tratados como tabus, a exemplo de regularização fundiária, "sem a qual não é possível responsabilizar eventuais criminosos". O parlamentar quis saber qual a capacidade efetiva da pasta para a manutenção de programas como o Bolsa Verde e pediu que o ministério contribua com o apontamento de medidas legislativas que podem ajudar a diminuir a pobreza na Amazônia.

Marina ressaltou que ações em favor da agricultura familiar e em defesa dos povos tradicionais têm sido desenvolvidos pelo Ministério do Meio Ambiente em parceria com outros ministérios, como o dos Povos Indígenas. Ela disse que o Bolsa Verde é um pagamento por serviço ambiental, no valor de R$ 600, concedido a cada três meses, e cujos processos de execução foram retomados pelo atual governo. Ela também mencionou recursos da ordem de R$ 92 milhões para Fomento Rural.

Quanto à regularização fundiária, a ministra observou que muitas vezes é possível "legalizar", mas o problema é que a natureza muitas vezes "não assimila" os danos que lhe foram causados.

Em resposta ao senador Zequinha Marinho (Podemos-PA), Marina disse que a recente negativa do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para a exploração de petróleo pela Petrobras na Foz do Amazonas, na costa do Amapá, teve caráter estritamente técnico. Segundo a ministra, a decisão teve base em um relatório que apontou como insuficientes as propostas de mitigação dos desgastes ambientais e as medidas que seriam tomadas para evitar desastres, em casos de perda de controle. Ela lembrou também

— O Ibama não dá licenças políticas, mas técnicas. Ele não facilita, nem dificulta. Ninguém discute com a Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária] sobre um remédio ser tóxico ou não. A gente olha para o que a ciência está dizendo — afirmou a ministra, lembrando que o órgão concedeu centenas de autorizações à Petrobras recentemente e que a exploração de petróleo na região ainda é objeto de estudos.

Ela sublinhou ainda que o governo Lula incluiu no novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) projetos que são objetivos de estudos, como a própria a exploração de petróleo na Foz do Amazonas, a construção da Ferrogrão, também mencionada por Zequinha Marinho, e as obras da rodovia 319, igualmente na Região Norte. Marina também respondeu a Zequinha que chamada bioeconomia não é criação recente, mas está presente desde sempre, tendo ela própria sobrevivido por meio do extrativismo, num seringal no Acre. O problema, disse, reside no fato de a bioeconomia ainda ser subfinanciada.

O senador Cleitinho (Republicanos-MG) mencionou os crimes ambientais que ocorrem com a poluição de rios e nascentes e apontou como injusta a cobrança da taxa de tratamento de esgoto em muitas cidades onde o serviço é praticamente inexistente. Ele pediu apoio do Ministério do Meio Ambiente para uma ação a ser apresentada pelo parlamentar junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), para que a manutenção da taxa passe a ser considerada inconstitucional.

—Daí essas empresas [responsáveis pelo saneamento] vão tomar vergonha, e os brasileiros vão parar de pagar por um serviço que não existe — asseverou.

Em resposta, Marina Silva considerou necessário tratar de modo separado a coleta do lixo e a falta de tratamento do esgoto. Ela se disponibilizou a aprofundar esse debate junto aos parlamentares, afirmando que essa agenda é formada por um "tripé fundamental", que envolve proteger a saúde das pessoas e a educação, além da possibilidade de ser um vetor de emprego e renda para a população.

Em resposta à senadora Tereza Cristina (PP-MS), que quis saber se Marina Silva seria favorável a mudanças no Código Florestal, a ministra respondeu que "é hora de implementar a lei e não de se promover alterações no texto".

Marina fez distinção também entre o agronegócio e o "ogronegócio", que age de forma alheia à legislação, com desmatamento ilegal, e não representaria de fato o setor agrário. Tereza Cristina pediu que a ministra não volte a usar o termo, por considerar a metáfora ofensiva ao agronegócio que é, conforme disse, um setor que alimenta o Brasil.

A ministra disse que a metáfora é necessária para entender a diferença, explicando que a palavra "ogro" se referia a "negócio", opondo-se ao verdadeiro agronegócio. Ela disse ter se referido à parte do setor "que paga alto preço em relação aos contraventores".

— São 2% que prejudicam o conjunto da obra. Então, existem o agronegócio e o ogronegócio, ao qual me referi. Não vamos generalizar nem o bem, nem o mal. Não temos compromisso com o erro, e o que é certo vamos querer aprofundar cada vez mais — declarou.

O senador Giordano (MDB-SP) chamou atenção para o trabalho de coleta e reciclagem de lixo. Ele destacou que os aterros sanitários "lucram milhões e milhões" em São Paulo e que os catadores não participam dessa riqueza.

Giordano também pediu apoio da pasta do Meio Ambiente para lidar com um "navio-bomba", que representa risco para a população, pois em breve deve atracar junto ao litoral de Santos (SP). Em resposta, o secretário-executivo da pasta, João Paulo Capobianco, explicou que a autorização para o navio de regazificação de gás natural liquefeito, é da empresa Comgás, e que, de acordo com lei aprovada recentemente pelo Congresso, esse licenciamento compete ao estado de São Paulo, especificamente à Cetesb, órgão ambiental local.

O senador Jorge Seif (PL-SC) criticou as ONGs ambientais e reclamou da limitação, pelo Ministério do Meio Ambiente, das cotas para a pesca da tainha — em especial a industrial — no litoral de Santa Catarina. Segundo ele, a restrição prejudica a economia do estado, no qual a pesca tem muito importante. Em resposta, Marina disse que nem sempre determinadas cotas garantem a sobrevivência das espécies, e que elas por isso podem ser reduzidas. Capobianco explicou que foram seguidas orientações técnicas sobre a pesca da tainha e que houve acerto, pois os pescadores artesanais catarinenses obtiveram ótimos resultados. Além disso, já há um grupo de trabalho com o Ministério da Pesca para se definir a pesca da tainha na próxima safra e as perspectivas seriam boas.

O senador também tratou da permissão da caça ao javali, espécie exótica que tem prejudicado plantações e florestas. Segundo Seif, o Ibama tem impedido a caça. Marina respondeu que a introdução de espécies exóticas de fato provocam graves danos ambientais, como é o caso do javali. E, juntamente com o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, explicou que a atribuição de autorizar a caça nesse caso já não pertence ao órgão ambiental, mas ao Exército Brasileiro.

— O javali é um problema, uma espécie híbrida, está espalhado por diversos estados brasileiros. As autorizações [de caça] vigentes continuam mantidas. Não cassamos as autorizações anteriores, mas [...] o Decreto 1.615, de 21 de julho 2023 passou as autorizações para o Exército Brasileiro. Estamos em tratativas para que a gente possa resolver essa questão — disse Rodrigo Agostinho.

Ao senador Chico Rodrigues (PSB-RR), que tratou das áreas disponíveis para a produção agrícola e das áreas de preservação permanente em Roraima, Marina Silva disse que trabalhará "até o último dia" para que a população de Roraima possa desfrutar do crescimento econômico proporcionado justamente pela bioeconomia, em razão da preservação de sua cobertura florestal. Marina defendeu compensação financeira e regularização do mercado de carbono, mencionando também as alternativas de manejo florestal e de aumento da produção, não pela expansão das áreas para produção agrícola, mas pela maior eficiência.

Leila Barros destacou a relevância das articulações para o sucesso das ações do ministério, em defesa dos biomas nacionais e contra atividades de grilagem em regiões como o Distrito Federal. A senadora considerou a área "a caixa d’água do país", que precisa ser preservada.

Marina reconheceu a necessidade de cuidar da região e disse que muitas ações de desmatamento são legalizadas. Ela afirmou, no entanto, que essas licenças ambientais devem ser revisitadas, principalmente para a implementação do Plano de Combate ao Desmatamento do Cerrado, por exemplo. Segundo a ministra, uma das diretrizes do ministério é o fortalecimento do Sistema Nacional de Meio Ambiente, em conjunto com os estados.

Participaram da audiência também o secretário-executivo do MMA, João Paulo Capobianco, a secretária do Clima do ministério, Ana Toni, e o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho.

Ao agradecer aos senadores pela reiteração do convite para a audiência pública da CMA, Marina Silva disse que adiou o comparecimento à comissão, nas três vezes antes agendadas, em virtude de reunião com o presidente da República, posteriormente, por problema de saúde e, em seguida, por atividade intensa em virtude da Semana de Meio Ambiente.

Fonte: Agência Senado

Em meio a tantos protestos, notícias de corrupção e surpresas políticas, o que mais chama atenção são os sintomas atuais da crise no Brasil:  inflação, queda no volume de vendas no comércio, alta do dólar americano e o desemprego. O mercado define recessão econômica somente a partir da  queda consecutiva do PIB de um país em dois trimestres, o que já ocorre no Brasil, que já prevê mais quedas para os proximos meses também 

 O PIB é o indicador que mede o crescimento total da economia de um país em determinado período de tempo. Quando o PIB cai, isso traduz alguns dos sinais de uma crise, pois representa diminuição do consumo das famílias, redução dos níveis de produção nas empresas e no comércio, aumento de desemprego, entre outros.

##RECOMENDA##

“No Brasil, a elevação da inflação, a piora da situação fiscal com aumento de gastos públicos, taxa de desemprego alta são desafios para o crescimento econômico. Acrescente-se a estas questões a corrida eleitoral em 2022 que traz mais incertezas ao cenário econômico e afeta decisões de investimentos, que são fundamentais para impulsionar o crescimento do país”, afirma a economista e professora da FATEC, Nilza Siqueira.  De acordo com dados mais recentes do IBGE, o nível médio de desemprego no Brasil aumentou para 7,6% da população ativa.

Para constatar outros aspectos da crise em um país, basta verificar também o aumento no número de pedidos de falência e recuperação judicial que prosseguem nos tribunais de justiça estaduais, bem como nas juntas comerciais estaduais. Algumas empresas encerram suas operações, enquanto outras buscam se estruturar para continuar suas atividades. 

Sobre a redução das taxas de juros, o governo federal recolhe imposto de renda de grande parte das pessoas jurídicas no país e uma das formas de tributação é por meio do lucro real obtido por essas empresas. Quando há diminuição desse recolhimento de tributos, é um outro sinal de crise, pois representa queda no lucro real das empresas.  

Por Camily Maciel

No centro das decisões econômicas do país, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse nesta sexta-feira (23) que durante as gestões do PT o Brasil viveu um período de crescimento chamado de "voo de pato", que costuma ser baixo e não se sustenta por muito tempo, mas agora, com a administração do presidente Michel Temer (MDB), estão sendo aplicadas "políticas sólidas" que garantem, segundo ele, uma estabilidade maior.

"O Brasil do passado teve muito surto de crescimento. No passado o Brasil tinha aquele chamado voo de pato, desta vez cresce em políticas sólidas. Isso está acontecendo e é a mensagem mais importante. Este governo está enfatizando os programas sociais, mas não há dúvida que o melhor programa social que existe é a geração de emprego", ressaltou, ao participar da cerimônia de ampliação da fábrica da Jeep - Fiat Chrysler Automobiles (FCA), em Goiana, na Região Metropolitana do Recife (RMR). 

##RECOMENDA##

Ao lado de Temer,  Henrique Meirelles disse que "o povo  brasileiro estava começando a ter descrença do país", mas "o Brasil entrou agora sim numa direção certa". Lembrando que o governo liberou em 2017 cerca de R$ 40 bilhões do FGTS inativo e tem ampliado as vagas de emprego com carteira assinada, o ministro ponderou ainda que o trabalhador "tem motivos de ter orgulho de si próprio e estar ajudando a construir de fato um novo Brasil".

A promoção da igualdade de oportunidades entre homens e mulheres poderia agregar US$ 28 trilhões ao Produto Interno Bruto (PIB) global até 2025, informa o relatório Situação da População Mundial 2017 lançado na terça-feira (17) pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA). Segundo o documento, estudos apontam que uma associacão positiva entre igualdade de gênero, PIB per capita e níveis de desenvolvimento humano e a redução das desigualdade de gênero é um fator determinante para que o mundo consiga atingir os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), em 2030.

Mas esse cenário está longe de ser atingido. Dados do relatório mostram que os homens ocupam 76% da força de trabalho global, enquanto as  mulhres representam 50%. A pesquisa mostra ainda o valor pago as mulheres corresponde a 77% aos dos homens. Além disso, em razão das desigualdades, apenas metade das mulheres em todo o mundo possui emprego remunerado. Outro dado alarmante: das mulheres que conseguem entrar no mercado, em todo o mundo, 3 em cada 5 não têm acesso a licença maternidade, e muitas pagam “penalidade pela maternidade”. 

##RECOMENDA##

De acordo com o relatório, esses números mostram que as desigualdades em saúde e direitos sexuais e reprodutivos têm um impacto “evidente” na desigualdade econômica. “O que significa que para as mulheres de qualquer lugar, a gravidez e a criacão dos filhos podem significar a exclusa o da força do trabalho ou salários mais baixos”. Segundo o relatório, as mulheres mais pobres são as mais atingidas. “Em muitos países em desenvolvimento, as mulheres pobres, que estão nos 20% inferiores da escala de renda, e principalmente aquelas nas àreas rurais, têm menos probabilidade de acesso a contraceptivos, cuidado durante a gravidez e o parto do que suas contrapartes nas áreas urbanas mais ricas.”

Sem acesso a contracepção, as mulheres pobres, especialmente as menos instruídas e que moram em áreas rurais, “está em maior risco de uma gravidez não intencional. Isso pode gerar riscos de saúde e repercussões  econômicas por toda a vida. A falta de poder para decidir se, quando ou com que frequência engravidar pode limitar sua educação, atrasar a participação na força de trabalho remunerada e reduzir os ganhos.

A pesquisa mostra que o acesso limitado ao planejamento reprodutivo reflete em 89 milhões de gravidez não intencionais e 48 milhões de abortos em países em desenvolvimento todos os anos. A UNFPA diz que a cada US$ 1 gasto em serviços os contraceptivos reduz o gasto de assistência relacionada a gravidez em US$ 2,22.

Os números mostram ainda que “em 2015 houve aproximadamente 14,5 milhões de partos de adolescentes em 156 países, territórios e outras áreas em desenvolvimento”. A maioria dos partos de adolescentes no mundo (95%) ocorre nos países em desenvolvimento e nove de cada dez desses partos ocorrem em um casamento ou uma união.

Esses casamentos infantis costumam ser mais frequentes em países onde a pobreza extrema e entre os grupos mais pobres nos países. “As adolescentes (entre 15 e 19 anos de idade) nos domicílios que está o entre os 20% mais pobres nos países em desenvolvimento têm cerca de três vezes mais partos do que as adolescentes nos domicílios que está  entre os 20% mais ricos. As adolescentes em áreas rurais têm, em mèdia, duas vezes mais partos (taxa por 1mil mulheres) do que suas contrapartes nas cidades”, diz o relatório.

Brasil

No caso do Brasil, o relatório mostra que um em cada cinco bebês nascem de mães adolescentes. O estudo mostra ainda que entre essas mães adolescentes, de cada cinco, três não trabalham nem estudam; sete em cada dez são afrodescendentes e aproximadamente a metade delas mora na Região Nordeste.

Segundo o material, a juventude enfrenta três condições críticas: acesso limitado a serviços e insumos de saúde sexual e reprodutiva; acesso limitado a educação de qualidade e a oportunidades de emprego; e uma alta exposição à violência, em especial contra meninas e violência letal a jovens negros e em comunidades mais pobres.

O relatório mostra ainda o longo caminho que o país precisa percorrer para reduzir as desigualdades entre homens e mulheres. Segundo o estudo, do total de 22,5% das pessoas jovens (15-29 anos), no país, não estudam e nem trabalham. Desses jovens, mais de 65% são mulheres, sendo que a maioria (54,1%) tinha ao menos um filho ou filha.

De acordo com o relatório, na população de dez anos ou mais, a proporçao de mulheres que cuida dos afazeres doméstidos chega a 88%, enquanto na parcela masculina fica em 51,5%. Na divisão da média de horas semanais dedicadas a afazeres domésticos, os homens dedicam 10,5h e mulheres 23,3h, mais que o dobro.

Para a UNFPA, isso significa menos possibilidade de completar o ensino formal e, consequentemente, de acesso ao mercado de trabalho e de alcançarem independêcia financeira nas mesmas condições que homens ou de mulheres mais ricas.

Segundo a UNFPA, o maior nível de instrução de meninas e mulheres tem uma associação positiva com melhores resultados em saúde materna e infantil, assim como menores taxas de mortalidade. A melhoria na igualdade de gênero que resulta de uma maior parcela de mulheres na força de trabalho tem sido associada a menor desigualdade de renda”, diz o relatório.

De acordo com representate da UNFPA no Brasil, Jaime Nadal, o desafio não é apenas reduzir a pobreza e a desigualdade econômica, mas também as desigualdades quanto as oportunidades. “O que o relatório está falando é que pensar desigualdade não é só o quanto uma pessoa tem ou não tem. Ele está dizendo que é isso, mas não só: é o que as pessoas podem fazer nas suas vidas ou podem não fazer  dependendo do acesso a oportunidades que tiveram, particularmente no momento quando eram crianças e adolescentes e puderam completar todo esse ciclo de educação, de saúde e de iinserção na vida produtiva”, disse Nadal à Agência Brasil.

Para o FNDA, somente com a promoção  da equidade de direitos de mulheres e meninas, especialmente no acesso universal aos serviços e direitos de saúde sexual e reprodutiva – são necessários para alcançar o desenvolvimento sustentável.

Para o fundo o cenário colocado traz ameaças à paz e ao cumprimento dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) e que a menos que as “desigualdades recebam atenção urgente e que as mulheres, em especial as mais pobres”, esse cenário não será atingido.

Segundo Nadal, a sociedade pode colher grandes benefícios econômicos e sociais quando todas as pessoas puderem desfrutar de seus direitos a saúde e a educação. No caso das mulheres, essa questão passa por decidir se, quando e com que frequência engravidar; e quando os homens e mulheres estão em pé de igualdade na força de trabalho.

"O crescimetno econômico por si só não basta. É preciso que ele seja também um crescimento distributivo, equitativo, que realmente camadas amplas da população possam se beneficiar do crescimento econômico. Porque se permanecer muito concentrado em setores pequenos da população ele não vai ser duradouro, não vai ser sustentável e vai gerar mais desigualdade”, disse.

LeiaJá também 

--> Mudar de gênero: um caminho de dor e discriminação

--> Empresas oferecem vagas de trabalho para trans e travestis

A análise do Produto Interno Bruto (PIB) dos municípios paulistas divulgada ontem (31) pela Fundação Seade constatou que Guarulhos está na 4ª posição econômica do estado de São Paulo. O município ficou atrás da cidade de São Paulo (1ª), Osasco (2ª) e Campinas (3ª).

O levantamento foi feito no período de 2002 a 2014 e comprovou que em 2002 Guarulhos estava na 5ª colocação, com um PIB de R$ 12,5 milhões. Já em 2014, o PIB subiu para R$ 51,3 milhões.

##RECOMENDA##

Houve sutil retração na concentração do PIB estadual: os 39 municípios da região metropolitana de São Paulo em 2002 obtinham 66,2% do PIB, enquanto em 2014 este número caiu para 64,0%.

De acordo com a análise, as quatro primeiras colocadas no ranking (São Paulo, Osasco, Campinas e Guarulhos) reduziram sua participação no Valor Adicionado* de 79,3% para 78,0% no período analisado. A contribuição dessas regiões diminuiu na indústria (de 77,9% para 72,2%) e nos serviços (de 81,4% para 80,1%) mas aumentou na agropecuária estadual (de 23,1% para 26,5%).

*Valor Adicionado: tem a função de divulgar e identificar o valor da riqueza gerada pela entidade (ou local) e como essa riqueza foi distribuída entre os diversos setores que contribuíram, direta ou indiretamente, para a sua geração. O Valor Adicionado constitui-se da receita da venda deduzida dos custos dos recursos adquiridos de terceiros. É, portanto, o quanto a entidade contribuiu para a formação do Produto Interno Bruto (PIB) do país.

O Fundo Monetário Internacional elevou a sua expectativa para o crescimento da economia da Itália em 2016 e 2017, mas pediu ao governo que apresse as reformas que possam acabar com anos de baixa expansão da produtividade.

Em um documento publicado hoje, o fundo revisou sua previsão para o Produto Interno Bruto (PIB) italiano para crescimento de 1,1% este ano e 1,25% em 2017. Anteriormente, a previsão era de 1,0% e 1,1%, respectivamente.

##RECOMENDA##

A essa taxa, o PIB da Itália não deve retornar aos níveis de antes da crise financeira mundial antes de meados da década de 2020, ao contrário de seus pares europeus, sustenta o documento. Fonte: Dow Jones Newswires.

O deputado estadual, Silvio Costa Filho (PTB), discorda das considerações do governador eleito, Paulo Câmara (PSB), em relação ao possível crescimento econômico de Pernambuco. Em entrevista concedida a uma rádio, na última quarta-feira (19), o socialista declarou que os números do Governo do Estado garantem tranquilidade para sua futura administração. 

Mas o petebista não pensa desse jeito e defendeu que o endividamento pode bater a porta do estado, pois muitas empresas reclamam de atraso de pagamento por parte do governo. “Pernambuco cresceu além de sua capacidade e não tem capacidade de investimento”, Pontuou Silvio Costa Filho, ressaltando que o principal motivo do crescimento estadual foi por meio de empréstimos. “Uma hora a conta chega. Os investimentos que nós estamos vendo em Pernambuco não são frutos de recursos próprios. Há claramente hoje, uma dependência real do governo de Pernambuco. Para ter o equilíbrio financeiro, o governo do estado tem que fazer empréstimos a esses bancos (BNDES, BID)", cravou.

##RECOMENDA##

O parlamentar ainda alfinetou o Executivo estadual, relatando que muitas obras no estado possuem pendências financeiras. "Não adianta você dizer que investiu, que fez um caixa, com muitos credores a receber", concluiu Silvio Costa Filho. 

As bolsas europeias fecharam em queda e encerraram o pregão no nível mais baixo em seis semanas, com os mercados refletindo os fracos resultados de indicadores da China e dos Estados Unidos, que podem sugerir uma desaceleração do crescimento econômico global. O índice Stoxx Europe 600 encerrou o pregão em queda de 1,34%, a 318,21 pontos.

Na madrugada de sábado, 1º, a Federação de Logística e Compra da China (CFLP, na sigla em inglês) informou que o índice dos gerentes de compras industrial (PMI, na sigla em inglês) oficial da China caiu para 50,5 em janeiro, de 51,0 em dezembro. O resultado ficou em linha com a mediana da previsão dos economias consultados pelo Wall Street Journal. "O PMI continuou em queda em janeiro, apontando para uma modesta fraqueza no crescimento econômico", afirmou o analista da CFLP Zhang Liqun.

##RECOMENDA##

Na zona do euro, por outro lado, os PMIs industriais vieram positivos, com avanço geral no bloco e também na Alemanha, Espanha e França. A exceção foi a Itália, cujo indicador mostrou ligeira queda em janeiro. Além disso, fora da área que utiliza o euro, o Reino Unido também surpreendeu negativamente com uma queda no PMI em janeiro, embora o dado tenha mostrado expansão pelo décimo mês seguido.

O movimento de queda nas bolsas europeias foi acentuado no início da tarde, com a divulgação do índice de atividade do setor de manufatura dos Estados Unidos em janeiro, medido pelo Instituto para Gestão de Oferta (ISM, na sigla em inglês). O índice caiu para 51,3 em janeiro, de 56,5 em dezembro. A previsão de economistas consultados pela Dow Jones Newswires era de recuo bem menor, para 56,0.

O índice FTSE-100, da Bolsa de Londres, encerrou o pregão em baixa de 0,69%, a 6.465,66 pontos. A queda foi pressionada pelo recuo de 3,97% das ações do Lloyds Banking. O banco informou nesta segunda-feira, 3, que espera retomar o pagamento de dividendos somente no segundo semestre, frustrando parte do mercado.

Na Bolsa de Paris, o índice CAC-40 teve baixa de 1,39%, fechando a 4.107,75 pontos. Entre as principais quedas, destaca-se a da seguradora AXA (-3,95%), motivada por comentários negativos de analistas.

O índice DAX de Frankfurt caiu 1,29%, a 9.186,52 pontos. As perdas foram puxadas pelas ações do Commerzbank (-2,8%) e da Deutsche Telekom (-2,7%). Houve ainda a influência do recuo dos papéis da Lufthansa (-2,5%), após a companhia aérea criticar em um comunicado a proposta de união da Etihad Airways e Alitalia.

O índice FTSE-Mib, da Bolsa de Milão, encerrou com a maior perda do pregão, de 2,60%, na mínima de 18.907,16 pontos. Entre as principais quedas, as ações da Fiat encerraram com -3,52%.

O índice IBEX-35 da Bolsa de Madri encerrou em baixa de 1,96%, a 9.725,40 pontos. Já o índice PSI-20, da Bolsa de Lisboa, recuou 1,40%, a 6.602,99 pontos. (Com informações da Dow Jones Newswires)

A 1ª edição do Prêmio Saint-Gobain está com inscrições disponíveis até o dia 30 de setembro deste ano. A ação é direcionada a arquitetos, engenheiros, estudantes e profissionais de áreas afins. Eles devem inscrever projetos focados na sustentabilidade, inovação, crescimento econômico e responsabilidade social.

De acordo com a assessoria de comunicação que divulga a iniciativa, a premiação é dividida nas categorias Profissional, nas modalidades Projeto (trabalhos em desenvolvimento, com obras já iniciadas ou previstas para começar até abril de 2015) e Obra (projetos realizados e concluídos a partir de janeiro de 2011), e Estudante, na modalidade Projeto Acadêmico (trabalhos finais de graduação ou de conclusão de curso).

Para a categoria Profissional, os concorrentes devem ter graduação em arquitetura, engenharia civil ou áreas relacionadas. Já para a categoria Estudante, os candidatos precisam estar matriculados no 1º semestre de 2013 do último ano do curso ou serem formados desde o ano passado em cursos de arquitetura, engenharia civil ou disciplinas relacionadas, em universidades sediadas no Brasil.

Os valores das premiações variam de R$ 5 mil a R$ 10 mil, além de brindes e diplomas. Outras informações sobre o prêmio podem ser conseguidas pelo endereço eletrônico da ação.





 

 



A deputada estadual de Pernambuco, Terezinha Nunes (PSDB), durante sessão da Assembleia Legislativa (Alepe) desta quarta-feira (27), criticou o desempenho da economia do Estado em 2012, que em comparação ao ano de 2011, obteve um aumentou 2,3%. O índice é superior ao PIB nacional que chegou a 0,9%, mas segundo a deputada, em relação aos outros estados da região Nordeste há um retrocesso no desenvolvimento. A Bahia teve um desempenho de 3,1% e o Ceará 3,7%.

De acordo com a parlamentar, as justificativas apresentadas pelo executivo estadual, de que a seca do Nordeste contribuiu para o baixo desempenho, não têm fundamento, pois a agropecuária representa somente 5% do PIB estadual.

“O argumento de que a seca foi a responsável por Pernambuco não atingir a estimativa traçada para o PIB também cai por terra quando verificamos que o impacto da estiagem no Ceará (-20,1%) foi muito maior do que em Pernambuco (-15%)”, comentou Terezinha.

Ela reforçou que o Governo de Pernambuco deveria evitar a antecipação do debate eleitoral e se preocupar mais com os números da economia do Estado. “Chegou o momento do governador que só pensa em mídia se debruçar sobre esses números”, aconselhou.

Em defesa, o deputado e líder do governo, Waldemar Borges (PSB),  contou que Pernambuco cresce em números positivos, a cima da média nacional e com geração de emprego se for levar em conta a conjuntura econômica nacional.

##RECOMENDA##

[@#video#@]

Chefes de Estado e de Governo que compõem a União Europeia estão reunidos em Bruxelas, na Bélgica, para avaliar medidas de crescimento econômico que estimulem a geração de empregos. A situação em muitos países é grave, com forte recessão e desemprego, que exigem reformas estruturais para combater a crise.

##RECOMENDA##

Espanha, Itália e Portugal estão entre os que enfrentam maiores dificuldades. Confira mais detalhes sobre o assunto na reportagem da AFP.

O crescimento econômico vivenciado em Pernambuco elevou a participação relativa na economia do País, alcançando em 2010 a maior marca da história, segundo dados das Contas Regionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No levantamento em 2010, o Produto Interno Bruto (PIB) pernambucano alcançou R$ 95,19 bilhões, 2,5% do PIB nacional, a maior marca desde que o acompanhamento começou a ser realizado, em 2002, quando a economia do Estado era estimada em R$ 35,25 bilhões.

De acordo com o secretário de Planejamento do Estado, Fred Amâncio, o resultado é reflexo, sobretudo, do ciclo de industrialização vivido em Pernambuco. “Estamos passando por um novo ciclo de industrialização, com maior diversificação da economia e atração de novas cadeias produtivas”, reforça. Ainda segundo o secretário, a tendência é de que esses números sejam ampliados à medida que os novos empreendimentos que chegaram ao Estado entrem em operação, a exemplo da Fiat e Refinaria Abreu e Lima.

Em 2010, o PIB de Pernambuco aumentou, a preços de mercado, 7,7% em volume, acima da média nacional (7,5%) e da Região Nordeste (7,2%). O PIB per capita de Pernambuco em 2010 foi de R$ 10.821,55, também acima da média regional, de R$ 9.561,41, mas ainda abaixo da média nacional, de R$ 19.766,33.

Ao todo, o Nordeste ampliou sua participação na economia brasileira em 0,5 pontos percentual entre 2002 e 2010, o mesmo que o Centro-Oeste 0,5 e ligeiramente abaixo do Norte 0,6. Já o Sudeste e o Sul tiveram sua participação reduzidas em 1,3 e 0,4 respectivamente. São Paulo ficou com menos 1,5 e Rio de Janeiro menos 0,8. Estes dois últimos foram os estados que mais recuaram.

##RECOMENDA##

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando