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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva estampa a capa do jornal espanhol El País desta quinta-feira (27), reiterando a intenção do Brasil liderar a busca por uma solução para o fim da guerra entre a Rússia e Ucrânia, iniciada há um ano.

"A primeira coisa que nós temos que entender é que esta guerra começou porque há muito tempo perdeu-se a capacidade de diálogo entre os dirigentes mundiais", destacou o presidente ao ser questionado sobre sua iniciativa de garantir a paz entre os países do leste europeu. "A Rússia não tinha o direito de invadir o território ucraniano", pontuou. "Ou eu alimento a guerra, ou eu tento acabar com ela. [...] Fui falar com Xi Jinping, com o [Joe] Biden, com [Olaf] Scholz... falei com o [Emmanuel] Macron... É preciso construir um grupo de países dispostos a negociar um cessar-fogo, eu quero que a guerra pare", afirmou à jornalista Pepa Bueno.

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Lula enfatizou acreditar no potencial do continente europeu de mediar o embate, e criticou a rápida adesão ao conflito assim que ele foi deflagrado, em fevereiro do ano passado. "Acredito que a Europa tem o papel de mediadora, a Europa deveria fazer uma espécie de 'caminho do meio', e ela não fez. Ela se envolveu muito rapidamente, eu acho então que nós temos que encontrar as pessoas que querem falar sobre a paz. [...] Nós temos que envolver os países que não estão envolvidos diretamente ou indiretamente na guerra", disse.

O chefe de Estado brasileiro afirmou, ainda, se preocupar com interesses "político-eleitorais" envolvendo o conflito, e disse que voltará a falar com o presidente da França, Emmanuel Macron, na próxima semana, o qual alega estar "disposto" a pôr fim à guerra. Ele também ressaltou a viagem do assessor especial da presidência da República, Celso Amorim, à Ucrânia após o diplomata ter se reunido com o presidente russo Vladimir Putin.

O futuro de Neymar é um dos assuntos mais abordados pela imprensa europeia desde que o PSG foi eliminado na Liga dos Campeões e a proximidade da abertura da janela de transferência tem esquentado as especulações. Nesta terça-feira (28), foi a vez do El País cravar que o craque brasileiro deve deixar a França, por empréstimo.

De acordo com a publicação, que afirmou ter confirmado a informação com uma pessoa próxima de Nasser Al-Khelaifi – presidente e dono do time -, o Paris Saint-Germain teve uma reunião com o pai de Neymar e está disposto a pagar o salário do jogador, em caso de empréstimo para outra equipe.

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Ainda de acordo com o El País, Neymar afirmou a pessoas próximas que “se sente humilhado” e que espera ter a oportunidade de jogar por um grande clube para provar aos seus “chefes do Catar” (dono do PSG) que eles estão errados.

Até janeiro passado, Neymar participou de 130 jogos do total de 245 que o PSG disputou desde que o contratou em 2017. Nesta temporada o brasileiro jogou 28 jogos e perdeu 22, entre sanções, lesões e licenças.

Recepcionado na Europa com pompa de chefe de Estado, o ex-presidente Lula (PT) levou ao velho continente a imagem de que o Brasil não é Jair Bolsonaro (sem partido). Pelo menos foi o que avaliou o jornal espanhol El País em seu editorial desta segunda-feira (22).

Considerado um dos principais veículos de imprensa do mundo, o El País observou que o líder das pesquisas de intenção de voto à Presidência em 2022 "deixou a mensagem em seu rastro na Europa de que o Brasil não é o Bolsonaro e que uma esquerda democrática, realista e disposta a lutar contra a desigualdade é possível”.

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Ao qualificar a visita e o discurso que fez representantes da União Europeia aplaudirem de pé, a publicação ressalta que Lula "mostrou sua sensibilidade para com a pobreza e a justiça social em uma área duramente atingida pela desigualdade. Mas também para questões como mudanças climáticas, diversidade e qualidade democrática”.

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O periódico enxerga o petista como ponto de reaproximação entre o Brasil e a esquerda europeia e o descreveu como “o único candidato com capacidade para derrotar Bolsonaro, um presidente que desprezou a vida humana e a autoridade da ciência durante a pandemia, levando ao seu país com uma das maiores taxas de mortes por Covid-19 do planeta”.

Para o editorial, a própria democracia do Brasil estará em jogo nas urnas, tanto que o “resultado terá inevitavelmente um grande impacto em todo o continente na próxima década, devido à capacidade de irradiação de um país que havia sido considerado um exemplo democrático de economias emergentes”.

Arnaldo Antunes deu detalhes sobre a sua vida durante o período de isolamento social e avaliou o atual momento do país, relacionando o governo e a pandemia durante entrevista concedida da ao El País Brasil divulgada nesse domingo (6). O cantor não escondeu o descontentamento: "a indignação é constante, a gente se revolta a cada dia com um Governo que está destruindo tudo”.

Arnaldo, que foi vocalista da banda Titãs e participa até hoje do grupo Tribalistas, também é compositor e poeta. Do sofá da sala de sua casa, por vídeo, ele descreveu como está seu isolamento social, com sua família, "lendo bastante Machado de Assis e outros romances", além de ver filmes com seus filhos como forma de lazer. Antes de voltar a São Paulo estava em um sítio no interior, se dedicando a atividades domésticas e cuidando de uma hora e dos animais, onde pôde se manter "ligado a natureza, a arte e a cultura".

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Arnaldo disse que tenta não se alienar quando procura as notícias diárias e que quando lê sobre o governo, a Covid-19 e os constantes ataques aos povos indígenas, “a indignação é constante, a gente se revolta a cada dia com um Governo que está destruindo tudo, mas a gente não sobrevive só respondendo a cultura do ódio com mais ódio".

Segundo Antunes, o isolamento pra ele foi passar por fases, onde não quer fazer literalmente nada e outras em que precisa se refugiar no seu trabalho para conseguir se manter bem. "A única reação possível é fazer música, poesia, porque fazer cultura hoje em dia já é uma subversão", comentou Arnaldo.

O cantor falou sobre sua resistência com fazer live durante esse período de pandemia, que já dura mais de um ano. Após cancelar sua turnê para divulgar o último lançamento. "Estranhava assistir no computador ou celular um artista sentado na cadeira de casa, 'com a mesma roupa de todo dia', olhando para a câmera", explicou o cantor.

Arnaldo se rendeu quando veio o convite da Virada Cultural de São Paulo para se apresentar no Teatro Municipal da cidade. “Eu só topei fazer pela oportunidade de fazer num palco, com cenografia, projeto de luz, figurino... E aquele teatro vazio, o que também é um retrato desolador do momento que estamos vivendo”, contou.

Vacina

O cantor tomou a primeira dose da vacina há um mês, no dia 11 de maio, e publicou o registro em suas redes sociais. Sobre esse momento, disse: “Se as pessoas não se preocupam consigo mesmas devem se preocupar com o fato de, ao tomar a vacina, colaborar para que outros não se contaminem através de você. É o mínimo que a gente pode fazer pela saúde coletiva”.

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Autoridades da Guarda Civil da Espanha avaliaram em 1,3 milhão de euros (cerca de 5,6 milhões de reais) os 39 kg de cocaína encontrados com o segundo-sargento da Força Aérea Brasileira (FAB) Manoel Silva Rodrigues, segundo o jornal espanhol El País. O militar foi detido na terça-feira, 25, no aeroporto de Sevilha durante escala para o voo que seguia para o Japão, em comitiva de apoio à viagem do presidente Jair Bolsonaro à cúpula do G-20.

Segundo a publicação, a Guarda Civil, que ainda não detectou a pureza da droga, investiga qual era o destino dos entorpecentes e por qual razão o militar estava carregando os 37 pacotes dentro de uma mala de mão. As autoridades não descartam que a cocaína ficaria na Espanha e avaliam que Silva poderia ser uma "simples mula de uma organização de traficantes". Após ser detido, o sargento teve a prisão provisória decretada por um tribunal de Sevilha, sem possibilidade de fiança, acusado de crime contra a saúde pública - que é como o Código Penal do país descreve esse tipo de delito.

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A FAB comunicou ontem, em entrevista coletiva, que um Inquérito Policial Militar (IPM) foi instaurado para esclarecer o fato e que as investigações seguirão em sigilo. A detenção do militar que fazia parte da comitiva de apoio à viagem do presidente Jair Bolsonaro teve grande repercussão na imprensa internacional às vésperas de sua estreia no G-20, encontro que reúne as vinte maiores economias do mundo e que este ano acontece em Osaka, no Japão.

O aeronave da FAB em que estava o sargento é usada como reserva do avião presidencial e, portanto, a comitiva da qual Silva fazia parte não estava no mesmo avião que transportou Bolsonaro de Brasília para o país asiático na noite de terça-feira.

Em seu Twitter, Bolsonaro classificou o episódio como "inaceitável". "Exigi investigação imediata e punição severa ao responsável pelo material entorpecente encontrado no avião da FAB", afirmou o presidente. O ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, general Augusto Heleno, classificou o fato da detenção ter ocorrido antes do encontro do G-20 como uma "falta de sorte", mas que não atrapalha a imagem do País no exterior. Heleno está em Osaka acompanhando o presidente, que nesta sexta-feira, 28, encontrou-se com o presidente da França, Emmanuel Macron, e com o mandatário norte-americano Donald Trump.

A prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi destaque nos principais jornais dos Estados Unidos, do Reino Unido, da França, Alemanha, Espanha, Argentina, do Uruguai, da Bolívia e Venezuela. Todos colocaram na capa imagens do ex-presidente, citaram sua biografia e as repercussões políticas em torno do episódio.  

Nos Estados Unidos, o Washington Post lembrou que o homem chamado pelo ex-presidente norte-americano Barak Obama de “o político mais popular do mundo” converteu-se no “prisioneiro mais famoso da região”. O New York Times, em sua versão em espanhol, colocou na manchete a "virada" na carreira de um operário metalúrgico, que enfrentou a ditadura e chegou à Presidência da República.

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O britânico The Guardian também noticiou que Lula se entregou, depois de desafiar o pedido de prisão do juiz Sérgio Moro e de afirmar inocência. Segundo o jornal britânico, a prisão dele representa o fim de “uma era da esquerda no Brasil” . Na França, o Le Monde ressalta que Lula demorou para se entregar à Polícia Federal e conta a trajetória política dele afetada por questões na Justiça.

O EL Pais, da Espanha, na versão para a América Latina, fez um editorial em que defendeu a necessidade de o Brasil promover eleições presidenciais em clima de estabilidade. O alemão Deutsche Welle ressalta a prisão de Lula e a tentativa de impedi-lo de deixar o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo (SP).

Transmissão ao Vivo

Na Argentina, as emissoras de televisão  transmitiram ao vivo o dia ontem (7), em São Bernardo do Campo (SP), desde a missa de que o ex-presidente participou até o momento em que ele foi transportado para Curitiba (PR). Comentaristas e analistas políticos observavam os efeitos da prisão de Lula nas eleições presidenciais de outubro.

O jornal El Clarín, da Argentina, chamou na capa o dia ontem de "show político". O La Nacionaltambém pôs na manchete o “fim da resistência de Lula” , enquanto o jornal Página 12 destacou a manifestação que deixou pelo menos oito feridos em Curitiba.

No Uruguai, o El País colocou na manchete: “Brasil estremecido” e Lula numa "cela de quinze metros” . Os presidente da Bolívia, Evo Morales, e da Venezuela, Nicolás Maduro, segundo a imprensa,  manifestaram apoio a Lula.

Jornais da Europa destacam na manhã desta sexta-feira, 6, a possibilidade da prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o impacto esperado nas eleições brasileiras. O espanhol "El Pais" destacou que Lula poderá se tornar presidiário pela segunda vez na vida.

O periódico lembrou o encarceramento do ex-presidente durante o período da Ditadura Militar no Brasil. "O herói sindical, o presidente mais popular que o Brasil já teve dentro e fora de suas fronteiras, entrará agora na prisão por uma acusação vergonhosa", diz a reportagem.

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A popularidade de Lula durante seus anos de governo também foi lembrada pelo jornal francês "Le Monde". O periódico traçou a cronologia de "ascensão e queda" do ex-presidente brasileiro, recapitulando a historia dele como sindicalista, presidente e, mais tarde, como investigado e condenado por corrupção na Operação Lava Jato, da Polícia Federal.

Já o britânico "Financial Times" destacou o impacto nas eleições presidenciais brasileiras de 2018. Para o jornal, a ordem de prisão de Lula "abre o cenário das eleições", uma vez que ele vinha liderando as pesquisas de intenção de voto no País. Para o jornal, o pleito brasileiro deve ser "o mais imprevisível dos últimos tempos".

Investigações em Andorra apontam que a Odebrecht pagou US$ 200 milhões de propina a políticos, funcionários, empresários e "laranjas" de oito países. As informações foram divulgadas nesta sexta-feira, 10, pelo jornal El País, da Espanha.

No fim de setembro, a reportagem do Grupo Estado teve acesso a documentos confidenciais do inquérito no principado. À época, a reportagem revelou que a empreiteira apresentava políticos a bancos naquele país com o objetivo de que abrissem contas que seriam usadas para receber propina.

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De acordo com o jornal, os recursos foram depositados no banco BPA, Banca Privada d'Andorra (BPA) - junto com Meinl Bank de Antígua e Barbuda, foi a instituição financeira internacional mais usada pelo dono da empreiteira, Marcelo Odebrecht, hoje preso em Curitiba.

O esquema consistia na Odebrecht usando as off-shores Aeon Group e Klienfeld Services Limited para realizar os pagamentos e nos funcionários do BPA criando sociedades no Panamá para ocultar os verdadeiros titulares das contas. Os investigadores identificaram mais de US$ 200 milhões de pagamentos feitos somente por meio de Klienfeld.

Os documentos aos quais o El País teve acesso mostram que políticos, advogados, funcionários e membros do alto escalão do Equador, Peru, Panamá, Chile, Uruguai, Colômbia, Brasil e Argentina abriram contas no BPA. Contas de 145 clientes foram investigadas pelas autoridades andorranas.

Em 2015, o governo de Andorra interveio no BPA por suspeitas de lavagem de dinheiro. Após fortes pressões internacionais, o país deixou de ser paraíso fiscal em 2016.

O jornal espanhol chamou o escândalo de corrupção da Odebrecht de "uma bomba política" que revelou propinas em 12 países latino-americanos e cujos "estilhaços" impactaram contra os presidentes do Brasil, Michel Temer, da Colômbia, Juan Manuel Santos, e da República Dominicana, Danilo Medina. O noticiário do El País ainda aponta que a "onda" também alcançou os ex-presidentes do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva e do Peru Ollanta Humala, hoje preso por escândalo de corrupção.

Em entrevista ao jornal espanhol El País, publicada nesta quinta-feira, 23, a presidente afastada Dilma Rousseff acenou mais uma vez com a possibilidade de realizar um plebiscito caso retorne ao governo. "Não estou dizendo que, se voltar, vai haver uma consulta popular. Estou dizendo que, para que haja uma consulta popular, é preciso que eu volte. Porque o meu mandato é legítimo. E o dele (Michel Temer) não é", disse a petista ao jornalista Antonio Jiménez Barca, em conversa no Palácio do Alvorada.

Sobre a necessidade de convencer senadores a votar contra o impeachment, Dilma afirmou que tem usado o debate para conseguir retornar ao comando do governo. "Não é só o impeachment. É a história. A história está sendo registrada. O sistema político brasileiro está em colapso: o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, está afastado do cargo. O procurador-geral pediu para prender o presidente do Senado, Renan Calheiros. Minha volta tem a ver com meu mandato, mas também com a reconstrução da democracia no Brasil", disse.

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Se conseguir voltar ao governo, Dilma garante que não fará mais acordos com a coalizão liderada pelo PMDB. "Isso acabou no País. Se voltar, tenho de pensar em como entregar o Brasil ao novo presidente eleito. Teremos que discutir se é possível governar com 35 partidos, se é possível governar sem fazer uma reforma política antes", afirmou.

A presidente também criticou as recentes quedas de ministros no governo de Michel Temer e avaliou o comportamento dos mercados como um sinal de baixo otimismo com o País. "Eu acho que os mercados são bastante realistas, e até agora não mostraram nenhuma euforia. Este governo tem três ministros que já caíram e algum outro engatilhado. E todos pelo mesmo motivo: a corrupção. E isso coloca o governo em uma situação complicada. É um governo que se diz de salvação nacional, mas, na realidade, é de salve-se quem puder", disse.

Em entrevista a correspondentes estrangeiros em Brasília, a presidente Dilma Rousseff disse, de acordo com o jornal El País, da Espanha, que o processo de impeachment que tramita contra ela no Congresso é antidemocrático e disse que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai fazer parte do governo, na Casa Civil ou como assessor.

"Nós tivemos golpes de Estado militares em nossa história. Em um sistema democrático, estes golpes mudam de modo. Cada regime tem o seu tipo de golpe. A Constituição garante direitos e em um golpe você subverte esses direitos e perverte a ordem democrática. E isso é perigoso. Sem base legal, este processo é um golpe contra a democracia. E as consequências disso não as sabemos, porque não temos a capacidade de prever o futuro", disse Dilma.

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A presidente defendeu também que o processo de impeachment "está baseado em algo legalmente muito débil". A petista voltou a negar veementemente que irá renunciar ao cargo. "Pedem que eu renuncie para evitar o peso de tirar de forma ilegal, indevida e criminal uma presidenta eleita. Pensam que devo estar muito afetada, que devo estar completamente desestruturada, muito pressionada. Mas não estou assim, não sou assim."

Dilma também atacou o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). "Para evitar que a Câmara o investigasse, ele quis negociar com o governo: se nós não votássemos contra essa investigação, colocaria em marcha o processo. Cunha foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República porque encontraram cinco contras dele na Suíça. Não sou eu quem diz isso: é a Procuradoria-Geral da República."

Em relação à polêmica nomeação de Lula ao cargo de chefe da Casa Civil, Dilma disse que os opositores querem criar um problema onde não há. "O que se passa é que Lula iria fortalecer meu governo e os partidários do 'quanto pior, melhor' não querem que isso aconteça. A história é que estamos tentando que ele venha. Agora, lhes digo uma coisa: ou ele vem como ministro ou como um assessor, de uma maneira ou de outra. Vamos trazê-lo para ajudar o governo. Não há nenhuma maneira de impedi-lo", disse Dilma. O El País informa que a entrevista completa será divulgada nesta sexta-feira.

Ao rebater as críticas que o ex-presidente Lula (PT) fez a setores que torcem pelo fracasso da Copa do Mundo no Brasil, o presidenciável tucano Aécio Neves disse que o petista deve estar "atormentado". "Talvez seja o ex-presidente atormentado por aquilo que o ministro Gilberto Carvalho já disse, que seu governo fracassou e falhou na execução de muitas dessas obras (da Copa)", afirmou Aécio.

Em artigo publicado nesta quinta-feira, 15, no jornal espanhol El País, Lula atacou indiretamente a oposição, dizendo que há "segmentos" que parecem torcer pelo fracasso da Copa para se viabilizarem eleitoralmente. Para Aécio, isso é "uma grande bobagem". "Todos nós somos brasileiros e vamos torcer para que o Brasil vença esta Copa", disse. Contudo, disse que existe um "dado claro": "Grande parte das obras de mobilidade anunciadas pelo governo petista como compromisso ficou pelo meio do caminho".

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Nas críticas a Lula e à administração do PT, Aécio destacou que cada vez mais enxerga "um governo muito assustado antes da hora". Ele argumentou que isso é resultado "deste sentimento claro de mudança que permeia toda a sociedade", citando novamente as pesquisas de intenção de voto que indicam que cerca de 70% da população quer mudança.

As afirmações do pré-candidato do PSDB foram feitas no início da tarde desta quinta-feira, 15, no diretório estadual do PSDB, em São Paulo. Ele participou de evento para anunciar o nome do ambientalista Fabio Feldmann na coordenação do programa de meio ambiente do PSDB neste pleito presidencial. Feldmann é ex-colaborador de Marina Silva, hoje vice na chapa de Eduardo Campos (PSB).

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva avaliou em um breve artigo sobre a presidente Dilma Rousseff, no portal do jornal espanhol El País, que 2014 "será o ano do reconhecimento da seriedade e da competência desta mulher brasileira de tanta coragem", numa referência indireta à candidatura dela à reeleição. O artigo integra uma fotorreportagem especial com 11 ibero-americanos "que deixaram sua marca no ano" de 2013, cuja primeira personalidade retratada é o papa Francisco, seguido por Dilma e pela presidente eleita do Chile, Michelle Bachelet.

Em "Dilma Rousseff, o poder da coragem", Lula cita, logo na abertura, a luta de Dilma "para transformar o Brasil", numa referência ao período em que a então militante foi presa durante o governo militar. E destaca o enfrentamento "com êxito" de Dilma aos protestos de junho e "a espionagem dos Estados Unidos, que ela mesma sofreu". "Se tivesse que escolher uma palavra que definisse o caráter da presidente Dilma Rousseff, essa seria coragem. Esta companheira lutou desde muito jovem para transformar o Brasil, para melhorar as condições de vida das pessoas mais humildes", relatou. "Foi perseguida, presa e torturada durante a ditadura, mas nunca abandonou seus ideais", completou Lula.

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O ex-presidente lembrou que Dilma foi a primeira mulher secretária de Finanças do Rio Grande do Sul, a primeira ministra de Minas e Energia do Brasil, a primeira chefe da Casa Civil e a primeira presidente do Brasil. "Durante o meu governo, ela reorganizou o setor de energia levando a eletricidade a três milhões de casas nas zonas rurais. Dirigiu o maior programa de infraestrutura de nosso período (PAC), que garantiu o crescimento econômico com uma grande inclusão social", frisou.

Lula destacou, ainda, o fato de o País ter alcançado no governo de Dilma a cifra de 36 milhões de pessoas resgatadas da miséria absoluta e a queda na taxa de desemprego para 5,2%. E sem citar as eleições gerais do ano que vem, em que Dilma disputará a reeleição, o ex-presidente petista conclui o seu artigo enaltecendo sua afilhada política: "2014 será um grande ano para o Brasil, e não só por causa da organização da Copa do Mundo de futebol. O país colherá os frutos que a presidente Dilma semeou: a exploração do petróleo na camada do Pré-Sal; as concessões dos aeroportos, da rede ferroviária e dos portos; os grandes investimentos em educação, saúde e saneamento. Será o ano do reconhecimento da seriedade e da competência desta mulher brasileira de tanta coragem."

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse em entrevista ao jornal espanhol El País que as recentes manifestações de protesto no Brasil são "saudáveis". "Um país que era a décima economia do mundo e que em 2016 será a quinta economia do mundo produziu uma sociedade que quer mais. Isso é normal", afirmou Lula.

Para ele, "a sociedade descobriu que pode aspirar mais. Em dez anos, nós conseguimos passar de 3 milhões de formados em universidades para 7 milhões de estudantes. Temos que enaltecer a participação democrática, e não permitir que os jovens reneguem a política, porque quando isso acontece, o que vem é o fascismo. Queremos que os jovens discutam abertamente, para que sintam que fora dela não há outro caminho".

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Descrito pelo El País como "a referência para a esquerda global civilizada", Lula disse que "depois do consenso entre Margaret Thatcher e Ronald Reagan, o mundo passou a ser governado por uma lógica muito burocrática, técnica, com menos política. A economia começou a determinar o rumo dos governos, e não ao contrário. Isso, em minha opinião, é um grande erro. Se você é um bom político, será capaz de montar uma boa equipe técnica. Mas se é um bom técnico, talvez não seja capaz de tomar boas decisões políticas".

Ele citou o exemplo do governo de Sebastián Piñera no Chile - a quem descreveu como "um grande empresário que está descobrindo que o exercício do governo, lidar com interesses diversos e contrários, é mais difícil do que tomar uma decisão para sua empresa. (...) A Europa, em minha opinião, enfrenta uma situação que afeta todo o mundo por falta de uma decisão política, e não econômica. Antes, quando as crises afetavam a Bolívia ou o Brasil, o FMI sabia tudo. Por que ele agora não tem ideia de como resolver a situação? Porque é um problema político. As decisões não foram tomadas no momento adequado. No fundo, se permitiram os mesmos ajustes que se fazem nos países pobres. A Espanha ou a Grécia, com sua renda per capita, poderia assumir ajustes de prazo mais longo, não num período tão curto, asfixiando a economia, na base de sacrifícios enormes, sem levar em conta o quanto vai custar para os povos se recuperarem. Os técnicos são especialistas em salvar bancos".

Lula acrescentou que "até o momento foram gastos quase 10 trilhões de dólares para resolver a crise, e não conseguiram. Também não se veem sinais claros para o curto prazo. Com esse dinheiro, quanto não se poderia fazer para elevar o nível de vida dos mais desfavorecidos na América Latina ou na África? Acredito que se a política tivesse prevalecido sobre o tecnicismo e a burocracia, a gente sofreria menos. No momento em que o mundo precisava de mais comércio, ele diminui; quando precisávamos de mais emprego, ele também foi rebaixado. E os banqueiros até agora não pagaram a conta".

Destacando que o Partido dos Trabalhadores (PT) "é o mais importante da esquerda na América Latina", Lula observou que a agremiação "era um partido pequeno que passou a ser grande, e, como tal, foram aparecendo defeitos. Gente que valoriza demais o Parlamento, outros que valorizam os cargos públicos..." Para ele, "as pessoas tendem a esquecer os tempos difíceis em que para nós era bonito carregar pedras. Acreditávamos, era maravilhoso. Um grupo mais ideológico, a gente trabalhava de graça, de manhã, de tarde, de noite. Agora, você vai fazer uma campanha e todo mundo quer cobrar. Não quero voltar às origens, mas o que eu gostaria é que não esquecêssemos para que fomos criados".

Sobre denúncias de corrupção, Lula disse duvidar "que exista no mundo um país com a quantidade de fiscalizações que o Brasil tem. 90% das denúncias que se apresentam são feitas pelo próprio governo. Contratamos policiais, reforçamos os serviços secretos, fortalecemos o controle das contas do Estado... Quanto mais transparência, melhor. Mas o que não se pode admitir é que depois de uma pessoa se submete a um processo e não se descobre nada, ninguém pede desculpas. Por isso me preocupam essas condenações a priori. No caso dos companheiros do PT, já foram previamente condenados. Alguns meios de comunicação o fizeram, independentemente da decisão da Justiça, como numa pena de prisão perpétua. Alguns não podem nem sair à rua. Insisto, devemos ser 150% corretos, porque se nos equivocamos em 1%, aos olhos de nossos adversários e de determinados meios de comunicação, levarão isso a 1.000%".

Indagado sobre o fato de seu governo ter investido na defesa nacional sem pretender ter armas atômicas, o ex-presidente disse que "o Brasil deve contar com Forças Armadas dignas de sua grandeza. Devemos proteger nossas reservas de petróleo, nossa floresta, nossa fronteira oceânica e terrestre. Formou-se um Conselho de Defesa para promover uma unidade militar tal como existe na política. Mas sem armas atômicas. Nossa Constituição proíbe a proliferação de armas nucleares, Não é o Lula, é a Constituição. Somos pacifistas".

A íntegra da entrevista em espanhol está disponível no site do jornal espanhol.  

Em entrevista publicada na edição deste domingo (18) do jornal espanhol El País, a presidente Dilma Rousseff quebrou o silêncio sobre o julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal, que resultou na condenação da antiga cúpula do PT e do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. Para Dilma, a decisão da instância deve ser acatada, e não discutida. Numa frase ambígua, completou dizendo que ninguém está "acima de erros" e de "paixões humanas".

O tema foi abordado pelo El País ao final de uma reportagem de três páginas baseada em uma entrevista concedida ao jornal na semana passada, em Brasília. O texto, intitulado "Dilma, la fuerte", fala de temas como a crise na Europa - a presidente volta a fazer críticas à austeridade em curso no continente -, sua visão da China e a receita econômica do Brasil. Aborda ainda sua luta contra a ditadura militar e seu tempo na prisão. Segundo o El País, "Dilma não tem o carisma de Lula, mas brilha por si mesma por sua eficácia e sua convicção política."

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Ao final, o autor a questiona sobre o mensalão, escândalo que atingiu em cheio o governo de seu antecessor e padrinho político Luiz Inácio Lula da Silva. "Como presidente da República, não posso me manifestar sobre as decisões do Supremo Tribunal Federal. Acato suas sentenças, não as discuto", disse. A presidente completou com a frase ambígua: "O que não significa que ninguém neste mundo de Deus esteja acima de erros e das paixões humanas". A reportagem não tenta esclarecer o sentido da declaração. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

A vitória do candidato Fernando Haddad (PT) na disputa pela Prefeitura de São Paulo está na homepage do site do jornal espanhol El País, que traz ampla reportagem sobre o segundo turno das eleições municipais brasileiras, com destaque para o pleito na capital paulista. "Candidato de Lula arrebata Prefeitura de São Paulo do PSDB", diz a matéria.

"A prefeitura de São Paulo, a maior e mais importante cidade do Brasil, voltou a ser conquistada pelo Partido dos Trabalhadores (PT). Fernando Haddad, ex-ministro da Educação, um candidato escolhido pelo ex-presidente Lula da Silva em uma operação arriscada - como foi a da presidente Dilma Rousseff, escolhida também por ele - venceu com ampla margem", salienta o texto, que analisa o xadrez político que a eleição de Haddad representa para o PT e para Lula.

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"A estratégia de Lula foi apresentar um candidato que chamou de renovação: Haddad, de 49 anos, jovem, frente a Serra, de 70 anos, e já no final de sua carreira política, em que disputou a Presidência contra Lula e contra Dilma, tendo sido premiado pela ONU por sua atuação como ministro da Saúde. A aposta não era fácil, porque São Paulo tem sido por 30 anos forte feudo do PSDB, tanto na Prefeitura quanto no governo do Estado, que são fundamentais nas eleições presidenciais", diz o El País.

De acordo com a reportagem, Lula precisava "ganhar sua aposta" por dois motivos: pensando na reeleição da presidente Dilma em 2014 e para se livrar do "espinho" de ver fundadores e líderes históricos do PT, como José Dirceu e José Genoino, condenados por corrupção e formação de organização criminal pelo Supremo Tribunal Federal. "Lula considera que o resultado do mensalão foi uma forma de incriminar o partido e seus governos populares e chegou a dizer que as 'urnas absolveriam ele e seu partido", afirma o texto.

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