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Em 1976, o novo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, tinha apenas oito anos quando seu conterrâneo piauiense, o então deputado federal e presidente da Arena, Francelino Pereira, comemorou o resultado da legenda nas eleições municipais afirmando que ela se tornara "o maior partido do Ocidente". Se, na época, o desempenho celebrado por Francelino (eleito por Minas) era impulsionado pelos métodos da ditadura militar, agora, 45 anos depois, é a vez de Nogueira tentar aproveitar o apoio do Planalto para liderar o projeto nacional do Progressistas (PP) de se tornar o maior partido do País.

Descendente direto da Arena, o PP é presidido nacionalmente por Nogueira, que pretende aproveitar sua entrada num dos principais ministérios do governo de Jair Bolsonaro para deflagrar a estratégia expansionista do partido já nas próximas eleições.

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A ideia do novo chefe da Casa Civil é que o partido consiga eleger a maior bancada de deputados federais no próximo ano - hoje é a terceira maior da Câmara, com 41 - e amplie sua representatividade no Senado (tem sete parlamentares). Se isso ocorrer, vai garantir ao PP uma maior fatia no bolo de recursos vindos do Fundo Partidário e a perspectiva de controle dos principais espaços políticos do Congresso.

Além disso, a legenda quer eleger o maior número possível de governadores, já que hoje administra apenas o Acre, com Gladson Cameli. Esse plano inclui o próprio Nogueira, que é pré-candidato ao governo do Piauí e faz oposição ao governador petista Wellington Dias - seu ex-aliado, que não poderá ser candidato. Nogueira não bateu o martelo sobre a candidatura porque isso abreviaria sua permanência à frente da Casa Civil, já que teria de se desincompatibilizar em abril. Como tem mandato de senador até 2027, poderia se manter no ministério sem precisar disputar eleição, e reassumiria a cadeira, caso Bolsonaro não se reeleja.

Num call com aliados no Piauí, na semana passada, ele comunicou o convite que tinha recebido para ser ministro e pediu a opinião de todos. A conversa incluiu o ex-prefeito de Teresina Silvio Mendes, que pode vir a assumir seu lugar na disputa regional. Os participantes do call apoiaram a entrada dele no ministério e confirmaram que o líder do PP não definiu se manterá a candidatura ao governo.

Presidente. Essa definição passa pela evolução do plano expansionista do Progressistas. Na mesa de negociações está a possibilidade de o próprio Bolsonaro se filiar à legenda para disputar a reeleição. A entrada do presidente é vista no partido como uma oportunidade favorável para aumentar a bancada de parlamentares, uma vez que Bolsonaro traria boa parte de seus aliados.

Ministros e ex-integrantes do governo também negociam para se filiar ao partido na esteira da aproximação com o governo. É o caso do ministro das Comunicações, Fábio Faria, que está deixando o PSD. O comando do PP ofereceu ainda a legenda para o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, e para a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, caso os dois decidam concorrer a cargos eletivos.

O ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles, que estuda concorrer a deputado estadual em São Paulo, também pode retornar à legenda a qual já foi filiado. Hoje, ele está sem partido depois de ter sido expulso do Novo, pelo qual concorreu a deputado federal em 2018, mas ficou com a primeira suplência.

Pragmatismo. Se a aliança com Bolsonaro funciona como um motor para o plano expansionista, o pragmatismo do PP não vai impedir que alianças com a oposição sejam feitas para 2022. A executiva nacional do partido já definiu que as realidades regionais serão respeitadas nos acordos políticos. Isso evita problemas em Estados importantes, especialmente no Nordeste, onde o PP é alinhado a governos de esquerda.

Vice-governador na Bahia, João Leão sonha em se tornar o candidato ao governo com apoio do PT local. A aliança com Leão na cabeça de chapa é improvável, uma vez que os petistas devem lançar o senador Jaques Wagner para a sucessão do governador Rui Costa. Mas Leão acredita que poderá alavancar sua candidatura, pois vai assumir o governo baiano em 2022, caso se confirme a desincompatibilização de Costa para disputar uma vaga no Congresso. Depois de ser vice na chapa petista, Leão e seus aliados acham razoável que o PT os apoiem dessa vez. Mesmo que isso não ocorra, o PP deve se manter alinhado aos petistas.

Leão também foi procurado por Nogueira, que quis ouvi-lo sobre o convite para o ministério. O vice baiano não fez nenhuma restrição e ouviu que não haverá qualquer empecilho da legenda às alianças estaduais. Na prática, os dois lados avaliam que a presença de Nogueira na Casa Civil vai, inclusive, ajudar a alavancar as campanhas dos integrantes do partido, independentemente de que lado da disputa eles estejam.

A estratégia expansionista do PP já conta com outro importante nome no tabuleiro político. O presidente da Câmara, Arthur Lira (AL), se elegeu para o posto com aval do Planalto e só ampliou sua influência política desde então. Considerado fundamental por Bolsonaro na estratégia de blindagem contra eventual pedido de impeachment, Lira se tornou interlocutor preferencial do presidente. Hoje, o deputado tem voz nas discussões da agenda do governo, incluindo as propostas de reformas tributária e administrativa. Tem também ampla mobilidade nos debates por liberações de emendas orçamentárias e distribuição de cargos.

Lira nega que a chegada de Nogueira à Casa Civil tenha provocado uma disputa entre os dois. Ele elogia a capacidade de articulação política do senador. Parlamentares experientes, porém, alertam que será importante acompanhar como vai ficar a relação entre os dois, já que ambos terão participação importante nas discussões políticas entre governo e Congresso.

O PP se movimenta também para tentar emplacar a senadora Katia Abreu (TO) no Tribunal de Contas da União (TCU), na vaga que poderá ser aberta caso o ministro Raimundo Carreiro confirme a antecipação de sua aposentadoria. Se isso ocorrer, a senadora seria a segunda parlamentar com origem no PP, já que o ministro Augusto Nardes era deputado do partido quando entrou no tribunal. Ela, no entanto, prefere nem discutir a hipótese neste momento. "Quero continuar a cumprir meu mandato de senadora. Oportunidades circunstanciais são avaliadas quando e se surgirem", disse.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O simulador The Sims 4 foi lançado em 2014 e nesta terça-feira (1°) chega ao seu 11° pacote de expansão, denominado “Decoração dos Sonhos”, disponível para PC, Mac via Origin e Steam, PlayStation 4 e Xbox One. Além disso, o kit “Oásis no Quintal” poderá ser adquirido nas mesmas plataformas, segundo a EA e a Maxis, criadoras do jogo. 

Todo conteúdo extra é um investimento a mais no game, que permite, literalmente, a simulação da vida. Cada atualização tem o objetivo de tornar a experiência do usuário mais intuitiva e personalizada, no The Sims 4, por exemplo, há três tipos de adições:

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Pacotes de expansão: os mais conhecidos, permitem que o jogador tenha novas experiências (carreiras, ações) e estilos de vida no mesmo jogo. Exemplo: ter animais de estimação ou ir para a universidade.

Pacotes de jogo: adiciona experiências e lugares temáticos com missões de história — ser vampiro, mago, Jedi de Star Wars.

Coleção de objetos: como o nome já diz, implementa mais objetos dentro do jogo base, desde roupas até móveis — costuma ser dividido por categoria também (Fitness, Luxo, Halloween, etc).

Para celebrar a mais nova “cara” do The Sims 4, nós relembramos todas as expansões lançadas até agora. Confira:

The Sims 4: Get to Work (Ao Trabalho)

Os Sims da área de saúde podem curar, realizar partos e salvar vidas na expansão "Ao Trabalho". Foto: Divulgação/EA

Após o lançamento do jogo, em 31 de março de 2015 a EA lançou seu primeiro grande pacote de expansão, o Get to Work. A série fez sucesso com três novas possibilidades de carreira: Doutor, Detetive ou Cientista. Nesta expansão, que é focada em aprimorar os sistemas de trabalho, o jogador também consegue montar sua própria loja. O planeta alienígena Sixam, com Sims ET jogáveis, além do novo bairro de Magnolia Promenade, são outros atributos que chamam a atenção. Como nos demais pacotes, vários itens cosméticos como roupas e objetos o integram, que ainda inclui as habilidades inéditas de cozinha e fotografia.

Get Together (Junte-se à Galera)

Os clubes são o destaque de The Sims 4 "Junte-se à Galera". Foto: Divulgação/EA

Ainda em 2015, no dia 8 de dezembro, a EA apresentou ao mercado a segunda expansão de The Sims 4: Get Together. O maior diferencial foi a inserção do sistema de Clubes, que permite ao jogador a participação ou criação de clubes, que precisam ter ligação com os interesses e gostos de seus Sims.

City Living (Vida na Cidade)

A GeekCon, evento geek disponível na expansão "Vida na Cidade". Foto: Divulgação/EA

A terceira expansão de The Sims 4, City Living, foi lançada em 1° de novembro de 2016 e é conhecida por ser a mais urbana de todas, através da nova cidade de “San Myshuno”, que inclui quatro bairros diferentes, cada um com novas perspectivas de socialização e carreira. Novas locações, a exemplo de mercadinhos, bares de karaokê e até uma conferência geek também fazem parte do jogo. 

Cats and Dogs (Gatos e Cães)

Em "Cães e Gatos", o Sim pode seguir a carreira veterinária e abrir a sua própria clínica. Foto: Divulgação/EA

Um dos maiores sonhos dos fãs foi atendido em 10 de novembro de 2017, quando a EA lançou a quarta expansão, Cats and Dogs, totalmente focada em bichos de estimação. É possível usar as ferramentas de customização para criar animais idênticos ao seu bichinho real de estimação, ou até criar seu gatinho ou cãozinho dos sonhos. Para aqueles que pretendem seguir carreira na área dos animais, a expansão ainda adicionou o trabalho de veterinário, e a possibilidade de abrir a sua própria clínica.

Seasons (Estações)

Roupas de frio são a grande novidade em "Estações". Foto: Divulgação/EA

Lançada em 22 de junho de 2018, a quinta expansão de The Sims 4, denominada Seasons, também segue uma linha similar ao que foi visto em The Sims 2 e 3, que receberam um pacote com o mesmo nome e ideia geral de acrescentar variáveis climáticas para o simulador e feriados. A turma que é fã da praia foi presenteada com itens e roupas tropicais, enquanto os seguidores do frio puderam vestir agasalhos e roupas elegantes. O maior destaque no ramo profissional é a adição da profissão de Botânico.

Get Famous (Rumo à Fama)

As novas carreiras incluem ser uma celebridade na expansão "Rumo à Fama". Foto: Divulgação/EA

A sexta expansão de The Sims 4 é sobre a vida das celebridades, ricos e famosos, similar ao que já aconteceu em The Sims: Superstar.  Existe uma grande variedade de itens de luxo, que foram acrescentados para que o jogador pudesse ter uma mansão repleta de peculiaridades. As novas carreiras do pacote incluem as opções de ator ou atriz de sucesso, com direito a paparazzis e um novo mundo, chamado de “Del Sol Valley”.

Island Living (Ilhas Tropicais)

Na "ilha de Sulani", o Sim pode escolher ser instrutor de mergulho e nadar com golfinhos. Foto: Divulgação/EA

Anunciada em junho de 2019, Island Living permite que o jogador se mude com toda a sua família para uma ilha paradisíaca, não para tirar férias e sim para embarcar em um novo estilo de vida. A “Ilha de Sulani” oferece várias opções de casas de decoração, além de vizinhos que seguem as tradições da ilha. Entre as novidades, está o passeio de jet ski e a natação com golfinhos, além da possibilidade de criar sereias personalizadas. O pacote trouxe também novos trabalhos adaptados para a vida na ilha, a exemplo de pescador, salva-vidas e instrutor de mergulho.

Discover University (Vida Universitária)

É possível andar de bicicleta em The Sims 4 "Vida Universitária". Foto: Divulgação/EA

Uma das expansões mais aguardadas pelos jogadores do The Sims 4, o Discover University traz a experiência completa da vida na faculdade. Durante o jogo, é possível morar em alojamentos, andar de bicicleta, participar de organizações estudantis e escolher quais matérias estudar durante o semestre. Além disso, há visuais para todos os gostos, com adição de piercings na categoria acessórios e muito estilo nas roupas disponíveis. A atualização também adicionou itens como mesa de ping-pong, barris de suco, mesa de robótica e palanques para debate. Ademais, em conjunto com a nova carreira na área de engenharia, os Sims com bons níveis de habilidade podem desenvolver robôs e outros eletrônicos para melhorar a qualidade de vida.

Eco Lifestyle (Vida Sustentável)

Na expansão "Vida Sustentável" o desafio é limpar toda uma cidade com a ajuda da comunidade. Foto: Divulgação/EA

Focado em reduzir o impacto ecológico da vida do Sim no mundo, a atualização foi lançada em maio de 2020, e permite que os avatares se mudem para uma cidade poluída, no intuito de torná-la mais limpa. Em “Evergreen Harbor”, se o Sim conseguir reduzir o impacto ecológico de maneira suficiente, a água fica cristalina e a vegetação volta a crescer. Além de transformar o cotidiano de seu próprio Sim, a expansão também permite ao usuário fazer parte de uma comunidade criativa eco-friendly para pensar em soluções em larga escala para sua vizinhança.

Snow Scape (Diversão na Neve)

"Diversão na Neve" traz elementos da cultura japonesa para o jogo. Foto: Divulgação/EA

Lançado em novembro de 2020, a expansão se inspira em esportes radicais realizados no frio, e traz a possibilidade de os Sims terem mais camadas de personalidade, com os conhecidos estilos de vida. No jogo, a grande novidade é a possibilidade de visitar lugares inusitados para que os personagens façam “oba-oba”, como é conhecida a relação sexual no The Sims 4. Similar ao Monte Fuji, a nova vizinhança traz arquitetura, natureza e comidas inspiradas no Japão, além de atividades relaxantes e festivais de cultura asiática. 

A Airbus revelou nesta quinta-feira (27) ambiciosos planos de expandir sua produção de jatos nos próximos anos, fazendo sua ação saltar mais de 6% na Bolsa de Paris, à medida que a indústria de aviação se recupera da pandemia de Covid-19. O fabricante europeu disse que vai aumentar a produção de aviões da família A320 para 45 unidades por mês no quarto trimestre de 2021.

Mais adiante, a meta da Airbus é produzir mensalmente 64 aviões no segundo trimestre de 2023, 70 unidades até o primeiro trimestre de 2024 e 75 até 2025. Segundo projeção da empresa, o mercado de aviões comerciais deverá retornar a níveis pré-covid entre 2023 e 2025.

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Por volta das 7h40 desta quinta-feira, pelo horário de Brasília, a ação da Airbus saltava 6,07% na bolsa francesa. (Com informações da Dow Jones Newswires).

O telescópio Desi, que permitirá elaborar um mapa em 3D com uma precisão única, iniciou suas observações nos Estados Unidos, anunciaram nesta segunda-feira (17) os responsáveis pelo projeto internacional, que busca uma melhor compreensão da expansão do Universo.

Instalado no deserto do Arizona, o instrumento espectroscópico Desi irá apontar por cinco anos seus 5 mil "olhos" de fibra ótica para o céu noturno, a fim de capturar e analisar a luz emitida por 35 milhões de galáxias em diferentes épocas do Universo. Esses dados devem permitir aos cientistas compreender a força misteriosa chamada "energia escura", responsabilizada pela aceleração da expansão do Cosmos, explicou o Berkley Lab, que supervisiona o programa.

Devido à expansão do Universo, as galáxias se distanciam umas das outras e, quanto mais se afastam, mais a luz que emitem se desloca para as grandes longitudes de onda do espectro observado, ou seja, para o vermelho, indicou a Comissão de Energia Atômica francesa (CEA), que participa da missão astronômica.

Ao analisar a radiação energética das galáxias, o Desi poderá medir o deslocamento para o vermelho ligado à velocidade do distanciamento e, dessa forma, ter informações sobre a sua distância da Terra. Os pesquisadores também poderão criar um mapa do Universo em 3D com "detalhes sem precedentes, ao multiplicarem por 10 o número de espectros de galáxias identificadas", acrescentou o órgão público francês. O Desi é capaz de coletar "5.000 espectros de galáxias em 20 minutos", apontou Christophe Yeche, cosmólogo da CEA.

Com o mapa do Universo, os pesquisadores esperam compreender melhor a natureza e influência da energia escura. Esse componente invisível do Cosmos se comporta como uma força repulsiva que explicaria por que, há bilhões de anos, a expansão do Universo se acelerou.

A Google anunciou nesta sexta-feira (14) que adquiriu uma propriedade de 30 hectares no Uruguai "com o objetivo de garantir opções" para continuar expandindo seus centros de dados na América Latina.

"A Google LLC, por meio de sua subsidiária Eleanor Applications SRL, adquiriu um terreno de 30 hectares no Science Park em Canelones, no Uruguai, com o objetivo de garantir opções para continuar expandindo nossos centros de dados na América Latina se o negócio precisar", informou a empresa em um comunicado.

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"Estamos muito entusiasmados por podermos aumentar nossa presença no Uruguai", acrescentou.

No entanto, a empresa esclareceu que, "embora as perspectivas para o projeto sejam animadoras", ainda existem várias questões pendentes antes de se confirmar a construção do centro de infraestrutura.

"A compra do imóvel é um marco importante neste processo e reforça o compromisso do Google com o Uruguai e a América Latina e com o desenvolvimento do ecossistema tecnológico local", acrescentou.

O ministro da Indústria, Omar Paganini, expressou sua satisfação com o anúncio.

"É uma grande satisfação que o Google anuncie este importante passo em frente para seu projeto no Uruguai. Isso confirma a confiança nas capacidades e no potencial que o ecossistema tecnológico do país oferece", tuitou.

As negociações para a instalação desta sede começaram durante o governo anterior, do esquerdista Tabaré Vázquez (Frente Amplio, FA).

O prefeito (prefeito) de Canelones, Yamandú Orsi, pertencente ao FA, afirmou que "trata-se de uma boa notícia" que a Prefeitura "vem monitorando desde 2019".

"Esta é uma boa notícia para o departamento de Canelones (onde se encontra o imóvel adquirido) e fundamentalmente para este país que necessita de investimentos", acrescentou Orsi.

Na América Latina, o Google possui até agora um único centro de dados, localizado em Quilicura, no Chile.

Apesar do recrudescimento da Covid-19 no País, a Pernambucanas segue com um plano agressivo de expansão de lojas físicas. A meta da varejista centenária é encerrar o ano com 412 unidades no País, alta de 10%, e bater a marca de pelo menos 450 lojas em 2021, segundo o presidente do grupo, Sergio Borriello.

Capitalizada pela venda de 66 lojas próprias a um fundo do Credit Suisse por R$ 450,3 milhões - a rede se desfez dos imóveis, mas manteve as lojas -, a Pernambucanas aproveita oportunidades criadas pela crise imobiliária para ganhar capilaridade com o aluguel de pontos onde antes tinha dificuldade de chegar - a rede tem apenas 80 lojas em que é proprietária dos imóveis. O investimento médio por loja é estimado por Borriello em R$ 4 milhões.

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"Vamos continuar (a expandir) mesmo que venha a segunda onda. Aprendemos muito com a primeira. Já sabemos que a limitação de horário gera mais aglomeração e que é eficaz usar máscara e álcool gel", diz o executivo.

A marca mira principalmente lojas de rua e cidades no interior de Estados onde não estava ou onde quer ampliar sua presença, como Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Espírito Santo e Goiás. No ano que vem, uma possibilidade é estrear no Nordeste. Nas últimas semanas a ofensiva tem se concentrado no Rio de Janeiro.

A Pernambucanas voltou para o território fluminense no ano passado, após 20 anos afastada. A maratona de inaugurações em novembro incluiu oito lojas, localizadas em São Gonçalo e em zonas populares de cidades como Araruama, Três Rios, além de Belford Roxo, Duque de Caxias e Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Neste mês, será a vez de abrir portas em Campo Grande e nos shoppings Metropolitano Barra e Via Brasil, os dois últimos na cidade do Rio.

'Fígital'

Com uma cesta de produtos que vão de vestuário a eletroeletrônicos, as novas lojas reforçam a estratégia batizada de "fígital" - misto de físico e digital -, com o "Clique e Retire". Pela tática, os estabelecimentos viram ponto de retirada de produtos comprados online nas plataformas digitais da Pernambucanas.

Mais jovem que o das concorrentes, o comércio eletrônico da rede cresceu 1.600% durante a crise, atingindo uma participação próxima à média do setor (15%) no negócio, relata Borriello. O grupo teve de fazer investimentos relevantes em distribuição, automação e suporte de atendimento ao cliente.

Borriello afirma que 2020 será de retração na receita do varejo de vestuário e calçados, com as empresas saindo do ano mais endividadas. O tíquete médio da varejista, diz ele, se manteve em R$ 120 ao longo do ano, com a queda no fluxo de pessoas nas lojas parcialmente compensada pelo aumento da taxa de conversão de vendas, evitando um estrago maior.

Nesse cenário, o executivo acredita que a estratégia da Pernambucanas se provou resiliente. Além de mesclar o comércio eletrônico e o físico, a rede optou por se aproximar dos clientes, cujo orçamento foi corroído pela pandemia. "A Pernambucanas optou por reduzir taxa de juros, dar isenção de multas, carência. Isso nos possibilitou colher frutos na retomada mais rapidamente que os outros."

Borriello classifica o Natal de 2020 como uma "incógnita". A varejista reforçou em 15% a mão de obra para a data, mas há o temor de que o comércio sofra novamente restrições em algumas cidades em função da pandemia.

Auxílio-emergencial

Tendo como público-alvo as classes C e D, a Pernambucanas vê como ponto de atenção o fim do auxílio emergencial. "Ajudou (o auxílio) e continua ajudando. Haverá um impacto negativo (o fim do auxílio) na distribuição de renda, mas por outro lado a economia vai começar a se movimentar muito além 2020", acredita. "Vamos ter uma demanda menor, mas uma oferta menor também, porque muitas lojas fecharam."

Em meio à onda de ofertas públicas iniciais de ações (IPOs) na bolsa brasileira, Borriello chama de especulação as notícias de que a Pernambucanas virá a mercado. Aos 112 anos, a varejista é uma empresa familiar de capital fechado.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, destacou nesta quinta-feira, 17, que 56% da previsão da expansão da capacidade de geração de energia elétrica brasileira até 2026 se dará na Região Nordeste. Segundo ele, os investimentos devem chegar a cerca de R$ 26 bilhões.

O chefe da pasta participou junto ao presidente Jair Bolsonaro nesta quinta-feira da inauguração de nova etapa do complexo solar de Coremas (PB).

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Durante o evento, o ministro ressaltou em especial o potencial energético da região na produção de energias limpas, a eólica e solar. "O Nordeste se destaca pela sua extraordinária contribuição nas gerações solar e eólica, fontes que representam hoje cerca de 11% da nossa capacidade de geração e serão 25%, em 2030", disse.

O ministro também citou o perfil acima da média mundial do País de produção de energia limpa. "As nossas fontes limpas e renováveis representam 85% da geração de energia elétrica brasileira, enquanto a média no resto do mundo é 24%", disse.

Ele também mencionou a segurança energética do Brasil, mesmo durante a pandemia da covid-19. "O Brasil é um exemplo para o mundo em termos de sustentabilidade na geração e energia elétricas. Estamos vendo na pandemia alguns países com apagões e aqui estamos com segurança energética; fontes limpas 85% da energia."

Depois de virar um dos aplicativos de videoconferência mais baixados da Play Store, no início do ano, o Zoom está ampliando seus serviços para as chamadas tradicionais. O Zoom Phone vai atender clientes corporativos, oferecendo um sistema telefônico em nuvem com intenção de substituir as soluções de PBX existentes. O serviço foi lançado em janeiro de 2019, mas só agora passa a atender 40 países, incluindo o Brasil. 

O serviço custa US$ 20, por usuário (cerca de R$ 110), cobrados mensalmente e oferece chamadas ilimitadas para dispositivos móveis e telefones fixos. Dependendo do plano contratado, também é possível ter acesso a chamadas internacionais, para 18 países.

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"Desde que lançamos o Zoom Phone em janeiro de 2019, temos buscado continuamente expandir a disponibilidade no Reino Unido, Austrália , Irlanda e outros mercados europeus , fornecendo cobertura PSTN para garantir um caminho fácil para o serviço de telefonia em nuvem para qualquer organização. O anúncio de hoje reforça nosso compromisso em criar uma experiência de comunicação simplificada e sem atrito para todos os nossos clientes globais", escreveu Cari Dick, gerente de Marketing de Produto da empresa.

A rápida expansão global do novo coronavírus começa a dar sinais de que não é mais possível contê-lo. A doença está presente em pelo menos 47 países, em todos os continentes, de acordo com o boletim diário divulgado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). E países que ainda não estavam com uma transmissão interna sustentada já podem ter chegado a esse nível. Os Estados Unidos investigam o caso de uma mulher na Califórnia que contraiu a doença sem ter viajado ao exterior.

São mais de 82 mil casos confirmados em todo o mundo (78.630 na China e 3.664 em 46 países) e 2.804 mortes (57 fora da China) até esta quinta-feira (27). Novos países entraram na lista de casos da OMS na quinta, como Dinamarca, Estônia, Georgia, Grécia, Macedônia do Norte, Noruega, Romênia e Paquistão. O Brasil, que tinha registrado oficialmente o primeiro caso na quarta-feira, também foi incluído agora.

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"Todo país deve estar pronto para seu primeiro caso, seu primeiro cluster, a primeira evidência de transmissão comunitária e para lidar com a transmissão comunitária sustentada. E deve estar se preparando para todos esses cenários ao mesmo tempo", afirmou ontem o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, na coletiva de imprensa diária que tem dado desde o início da crise.

Segundo ele, este é um momento decisivo, quando já há mais novos casos fora da China no período de 24 horas (746) do que onde surgiu a epidemia (439). "Nenhum país deve assumir que não receberá casos. Isso pode ser um erro fatal, literalmente. Este vírus não respeita fronteiras. Não faz distinção entre raças ou etnias. Não considera o PIB ou o nível de desenvolvimento de um país. A questão não é apenas impedir que casos cheguem às costas. O ponto é o que você faz quando tem casos", disse.

Ele se dirigiu aos novos países com casos. "Minha mensagem para cada um é: está na sua janela de oportunidade. Se você agir agressivamente agora, pode conter esse vírus. Você pode impedir pessoas de ficarem doentes. Pode salvar vidas. Então meu conselho para esses países é se mover rapidamente", afirmou Tedros.

"Com as medidas corretas, pode ser contido. Essa é uma das principais mensagens da China. A evidência que temos é de que não parece haver uma ampla transmissão", disse. E citou que na cidade de Guangdong, cientistas testaram mais de 320 mil amostras da população e apenas 0,14% deu positivo. "Isso sugere que a contenção é possível", relatou o diretor-geral.

O segundo país com mais casos é a Coreia do Sul, com 1.706 relatos (e 13 mortes). Só lá houve um aumento de 505 casos em 24 horas. A Itália já soma 650 casos, com 17 mortes, de acordo com o Ministério da Saúde local. O Irã tem 141 casos, com 26 mortes. No Japão são relatados 186 casos em terra, além dos 705 que estão em um navio no porto de Yokohama.

Sobrecarga

O avanço acelerado da epidemia preocupa por poder sobrecarregar os sistemas de saúde em todo o mundo. A principal análise feita até agora sobre os pacientes, conduzida pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças chinês, apontou que, lá, a maior parte dos casos é leve. Dos 44.672 casos confirmados no país até 11 de fevereiro, mais de 36 mil - 81% - tiveram esse diagnóstico. Mas o coronavírus tem se apresentado como mais severo que uma gripe sazonal e os casos mais graves e críticos podem depender de internação - 15% podem precisar de tratamento em hospital e 5% podem requerer cuidado intensivo. Por esse mesmo estudo, a mortalidade local estava em torno de 2,3%. A maior parte das vítimas tem mais de 60 anos.

Fora da China, a taxa de letalidade está em 1,55%. Especialistas acreditam que muito provavelmente esse valor será o mais próximo da realidade quando a epidemia se estabilizar, porque provavelmente muitas pessoas sem sintomas ou com sintomas muito leves na China acabaram nem sendo relatadas. A influenza sazonal, apesar de mais espalhada por todo o mundo, mata em apenas 0,1% dos casos. (Com agências internacionais).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A ASUS anunciou, na última terça-feira (18), que investirá na ampliação da distribuição de sua linha de produtos em diversos lugares do Brasil. Além de trazer seus smartphones, a empresa deseja reforçar principalmente a venda de notebooks da linha Zenbook. A região Nordeste foi a escolhida para o início da operação, uma vez que representa cerca de 18% do mercado brasileiro de notebooks no varejo, segundo dados apresentados pela empresa. 

“Nós enxergamos um grande potencial de crescimento no Nordeste e estamos focados em trazer novos produtos para a região em 2020. Estamos confiantes no sucesso da distribuição da nossa linha de notebooks para o mercado local”, afirma Manuel Castro, diretor comercial da ASUS Brasil.

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Entre as lojas que farão parte desse reforço de vendas estão Zenir Móveis e Smart Eletron no Ceará, Armazém Paraíba e Pintos no Piauí, Laser Eletro, Millena Móveis e Império Móveis em Pernambuco, Miranda Computação no Rio Grande do Norte, Login na Bahia, Qualitech na Paraíba, entre outros.

Em anúncio realizado nesta sexta-feira (17), o Governo de São Paulo comunicou que as obras de extensão da Linha 2-Verde do Metrô da capital, que hoje serve da estação Vila Madalena até a parada Vila Prudente, estão programadas para ter início até o próximo mês de junho. O ramal terá mais oito estações na região leste da cidade. A construção deve ser concluída no ano de 2025.

As novas estações atenderão bairros que ainda não têm o serviço de transporte sobre trilhos instalado. De acordo com o projeto, as paradas serão Orfanato, Água Rasa, Anália Franco, Vila Formosa, Guilherme Giorgi, Nova Manchester e Aricanduva, com o ponto final na Penha. A última fará a ligação da Linha 2-Verde com a Linha 3-Vermelha do Metrô, que liga a zona leste à região oeste da capital paulista.

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O projeto inicial da ampliação do ramal, proposto pela administração do governador Geraldo Alckmin (PSDB) no ano de 2012, havia programado mais cinco estações que também serviriam a cidade de Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo. O atual governador, João Doria (PSDB), informou que não há verba suficiente para toda a expansão e, por isso, reduziu o número de pontos de parada. Ainda segundo o Governo de São Paulo, a estimativa é atender cerca de 1,1 milhão de passageiros por dia a partir da conclusão da obra.

A gigante americana Amazon anunciou nesta segunda-feira (6) planos de expansão do seu negócio para o setor automotivo, ao divulgar parcerias para disponibilizar a plataforma Fire TV em veículos, além de oferecer mais serviços por meio da assistente digital Alexa.

Durante a feira tecnológica Consumer Electronics Show, em Las Vegas, a empresa anunciou que permitiria aos donos de automóveis a inclusão da assistente digital em seus carros por meio de um aplicativo de celular, caso ainda não tivessem o serviço.

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O programa de assistente de voz "Echo Auto" será lançado neste mês em ao menos 15 países, informou a gigante tecnológica.

Nos Estados Unidos, outra novidade que a empresa oferecerá aos motoristas neste ano por meio da assistente digital é facilitar o pagamento ao abastecer. Basta dizer ao aplicativo: "Alexa, pague o combustível", em um dos 11.500 postos de gasolina da Exxon Mobil no país.

A notícia surge no momento em que a Amazon, o Google e outras gigantes disputam a supremacia no mercado de tecnologia por voz por meio de uma série de dispositivos inteligentes.

"Na Amazon, acreditamos que a voz é a forma mais fácil e natural de interagir com a tecnologia", ressaltou a empresa em uma publicação, enquanto se preparava para inaugurar o seu pavilhão automotivo no grande evento de eletrônica nesta segunda-feira.

"Vimos muitos exemplos de como a Alexa pode facilitar a vida, e agora estamos focados em levar a assistente digital para outros ambientes, começando pelos automóveis", concluiu em comunicado no blog.

A Amazon também informou que disponibilizará a plataforma de entretenimento Fire TV nos veículos, que poderá ser encontrada em marcas como BMW e Fiat Chrysler Automobiles.

De Julia Roberts a Meryl Streep, passando por Reese Witherspoon e Michael Douglas, os astros de Hollywood são cada vez mais atraídos pela televisão, que atravessa seu melhor momento com inúmeras produções de alta qualidade e uma expansão de seu alcance com as plataformas de streaming. E, claro, com seus bons salários.

Somente as cinco grandes plataformas - Netflix, Amazon, Hulu, além das novas Disney e Apple - planejam gastar US$ 27 bilhões este ano em conteúdo, de acordo com um relatório recente do FilmLA.

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Esse valor é aproximadamente o orçamento combinado dos 130 filmes mais caros já realizados, o que ajuda as estrelas consagradas do cinema a darem um salto para a televisão.

Witherspoon e Jennifer Aniston estão ganhando US$ 2 milhões por cada episódio do principal programa da Apple TV+, "The Morning Show", que já teve uma segunda temporada de 10 episódios aprovada.

"O grande impacto que o streaming tem na indústria da televisão não é exagerado", diz o relatório da FilmLA.

Mas esse protagonismo do streaming, que também entrou no mercado cinematográfico, é o resultado de um fenômeno que começou com o renascimento da televisão, que conquistou uma geração de espectadores viciados em programas lendários.

Muitos canais estão desenvolvendo suas próprias plataformas.

- "Mudou minha carreira" -

Michael Mann, o aclamado diretor de filmes como "Fogo contra Fogo" e "O Último dos Moicanos", disse que a qualidade da televisão nos Estados Unidos ultrapassa a de filmes em muitos casos, algo que não era comum quando produziu "Miami Vice", nos anos 80.

"A percepção era bastante provinciana, você era classificado como uma coisa ou outra", disse ele à AFP. "Era o cinema olhando de cima para a televisão, com razão, porque a diferença era abismal" entre um e outro.

Hoje "alguns dos melhores roteiros estão aparecendo na televisão", acrescentou Mann, indicando o thriller da Netflix "Ozark" ou a minissérie da Showtime "Patrick Melrose", estreladas por Jason Bateman e Benedict Cumberbatch, respectivamente.

Destaque também para Julia Roberts no drama da Amazon "Homecoming" e Michael Douglas na comédia da Netflix "The Kominsky Method", pela qual ganhou um Globo de Ouro e foi indicado ao Emmy.

Jim Carrey também estrelou a comédia da emissora Showtime "Kidding", enquanto Witherspoon já havia migrado para a televisão, aparecendo em "Big Little Lies" da HBO, com um elenco incluindo Meryl Streep, Nicole Kidman, Laura Dern e Zoe Kravitz.

No lançamento do "The Morning Show" em Los Angeles, Witherspoon disse que se sentiu atraída pela televisão porque oferecia mais oportunidades diversas, principalmente para atrizes mais velhas e pertencentes a minorias, numa época em que Hollywood se inclinava a trabalhar tradicionalmente com homens brancos.

"A ideia de que os serviços de streaming têm dados empíricos que apontam que o público deseja ver pessoas de diferentes idades, origens diferentes... cria uma oportunidade para novas vozes surgirem e novos narradores", ressaltou.

"Portanto, sou muito grata pelo streaming. Mudou minha carreira".

- "A televisão mudou" -

Os diretores também procuram novas oportunidades na televisão.

Mann está trabalhando em uma série de televisão sobre a Guerra do Vietnã, enquanto Steven Spielberg produz uma série de terror para Quibi, que oferecerá conteúdo em segmentos de até 10 minutos para dispositivos móveis.

Spielberg também trabalha em "Masters of the Air", uma continuação da série "Band of Brothers" da HBO, para Apple TV+.

Ben Stiller, que participou de filmes de sucesso como "Zoolander" e "Click", voltou às raízes este ano atrás das câmeras, dirigindo o drama "Escape at Dannemora", da Showtime.

"Nunca fiz nada assim", disse ele a repórteres em um evento de televisão em Los Angeles. "Eu sempre quis fazer coisas mais sérias e trabalhar em diferentes áreas como diretor".

"A televisão mudou", acrescentou.

Série de reportagens explica a expansão do segmento farmacêutico no Brasil. (Foto: Rafael Bandeira/LeiaJáImagens).

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Considerado um dos mais fortes setores da economia brasileira, o segmento farmacêutico continua apresentando resultados que vão de encontro aos efeitos da crise econômica que castiga o País. Enquanto empresas de diferentes ramos sentem o peso da retração financeira, as grandes redes de farmácias registram aumentos em seus percentuais de faturamento.

De acordo com levantamento da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), o faturamento das grandes farmácias passou de R$ 42,58 bilhões em julho de 2017 para R$ 50,94 bilhões no mesmo período deste ano. Em outro recorte que descreve a expansão do setor, o número de pontos de vendas passou de 6.533 para 7.782 unidades.

Para entender a evolução das grandes redes de farmácias brasileiras, o LeiaJá publica, nesta nesta segunda-feoira (28), a série de reportagens ‘Expansão farmacêutica: dos primórdios ao futuro’. Além de comercializar medicamentos e produtos do dia a dia, as marcas passaram a investir em serviços de saúde e já planejam ações que prometem estreitar a relação com os consumidores. Saiba mais nas matérias da nossa série:

Na reportagem ‘Após boticas, ondas farmacêuticas formam expansão do setor’, o LeiaJá mostra a origem das farmácias no Brasil. Relembramos da época dos boticários até o modelo farmacêutico inspirado nos Estados Unidos, detalhando todas as fases da expansão do segmento.

Em ‘Redes de farmácias combatem crise com aumento de vendas’, são detalhados os dados que justificam os bons resultados das grandes redes de farmácias, além de análises econômicas. Já na reportagem ‘Novo farmacêutico está transformando clientes em pacientes’, traçamos o perfil dos trabalhadores da área, que passaram a realizar serviços de saúde nas próprias lojas em prol dos clientes.

Por fim, na reportagem 'As projeções do segmento farmacêutico', especialistas e representantes de empresas revelam suas previsões para o setor, além das expectativas de faturamento.

As reportagens da série são assinadas pelos jornalistas Nathan Santos e Marília Parente, com imagens dos repórteres fotográficos Chico Peixoto e Rafael Bandeira. As artes são do designer João de Lima e a montagem a cargo de Danillo Campelo. A edição de vídeos é de Caio Lima. Confira, a seguir, os links de todas as matérias:

Após boticas, ondas farmacêuticas formam expansão do setor

Redes de farmácias combatem crise com aumento de vendas

Novo farmacêutico está transformando clientes em pacientes

As projeções do segmento farmacêutico

Farmácia localizada em Fortaleza, com dois mil metros quadrados, é considerada a maior da América Latina. (Nathan Santos/LeiaJáImagens)

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Com 2 mil metros quadrados de área construída e um conjunto de 15 mil produtos, a unidade da rede de farmácias Pague Menos, em Fortaleza, considerada a maior da América Latina, é a representação nata da expansão de um dos segmentos econômicos mais fortes do Brasil. As escadas rolantes da loja, dando ao local um ar de centro de compras, conduzem clientes impressionados com a grandeza física do empreendimento, em um exemplo claro de como as empresas de ponta do ramo farmacêutico ampliam suas lojas, quadro de funcionários e gama de produtos, obtendo resultados lucrativos e remando contra a crise econômica que afeta diferentes setores da sociedade.

Ao passear entre os corredores do estabelecimento, o professor de matemática Ricardo Rocha, de 35 anos, compara a unidade a um shopping. Cliente assíduo de farmácias, Rocha questiona, porém, como o segmento expandiu largamente sua atuação no Brasil? O professor nunca imaginou que, por trás de toda a criação da gigantesca farmácia em Fortaleza e do intenso crescimento das demais companhias nação a fora, existe uma longa história que perpassa pelos principais capítulos da abrangência do setor farmacêutico no País.

No Brasil, os primeiros relatos de atuações que antecedem o trabalho farmacêutico são oriundos do período colonial. Segundo publicação de 2011 da Revista Brasileira de Farmácia (RBF), de autoria dos farmacêuticos Mariana Linhares e Mariana Martins Gonzaga do Nascimento, os boticários, apontados como “curandeiros ambulantes”, percorriam as populações a burros “mascateando remédios e drogas para doenças humanas e animais (Gomes-Júnior, 1988)”. Existe ainda, conforme o estudo, a informação de que os jesuítas também criaram farmácias e boticas, com o objetivo de prestar assistência em seus colégios, “colocando um irmão para cuidar dos doentes e outro para preparar remédios”.

De acordo com a RBF, em São Paulo, o “irmão que preparava os remédios era José de Anchieta, por isso podemos considerá-lo o primeiro boticário de Piratininga (Gomes-Júnior, 1988)”. Conforme o professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e doutor em ciências farmacêuticas, Danilo Bedor, a história aponta que o boticário, de fato, deu origem ao farmacêutico. “O farmacêutico vem do boticário, aquele que preparava os medicamentos nas boticas, no Brasil Colônia. Existe o pensamento que vem dos jesuítas. Quando eles chegam ao Brasil e começam a tratar as doenças dentro das escolas, passam a manipular medicamentos em maior quantidade, criando estoques”, comenta o professor. No áudio a seguir, o docente explica como se dava a preparação dos remédios do período.

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Em 1640, as boticas foram autorizadas como comércio no Brasil. Nesse período, de acordo com a publicação da Revista Brasileira de Farmácia, iniciou-se o que podemos considerar um processo de expansão desses estabelecimentos, ainda de maneira rústica. “Elas se multiplicaram de norte a sul, e devido à facilidade de abertura, muitos o faziam, principalmente, devido à expectativa de bons lucros com o negócio. Consistiam em casas comerciais ou lojas onde o público se abastecia de remédios. Eram dirigidas por boticários, que nada mais eram que profissionais empíricos, às vezes analfabetos, possuindo apenas conhecimento de medicamentos corriqueiros e possuindo uma carta de aprovação do físicomor de Coimbra. Botica também era a denominação do compartimento existente nos hospitais, civis e militares, destinado ao preparo e à administração de medicamentos aos doentes internados (Gomes-Júnior, 1988; Filho & Batista, 2011)”, diz trecho da publicação da Revista Brasileira de Farmácia.

A publicação indica ainda que o ensino de farmácia no Brasil começou no ano de 1824, a princípio como uma cadeira da formação em medicina. Posteriormente, em 1839, duas escolas de farmácia foram criadas em Minas Gerais, sendo uma em Ouro Preto e outra em São João del Rey. “Porém, apesar das diversas instituições de ensino de farmácia distribuídas pelo país, no século XIX, a passagem do comércio de botica para farmácia, com um farmacêutico formado em sua direção, não foi nada fácil. Os farmacêuticos e boticários tinham pouca diferença para a maioria da população e para os legisladores, e o farmacêutico só toma seu espaço exclusivo na produção de medicamentos definitivamente depois de 1886 após diversas batalhas. Já no início do século 20, o farmacêutico tornou-se o profissional de referência para a sociedade nos aspectos do medicamento, dominando não só a prestação de um serviço que visava a ‘correta utilização do medicamento’, mas também a produção e comercialização do arsenal terapêutico disponível na época (Valladão et al., 1986)”, consta na pesquisa da RBF.

O estudo explica ainda que a farmácia se tornou um centro de irradiação cultural, aproximando não apenas as pessoas que buscavam remédio, “mas também os demais que procuravam novidades e notícias do mundo quando eram escassos os meios de comunicação dos acontecimentos político-sociais (Gomes-Júnior, 1988)”. Porém, a partir da segunda metade da década de 30, diante da expansão da indústria farmacêutica, os “preparados magistrais foram quase inteiramente substituídos pelas especialidades, ou seja, medicamentos preparados industrialmente com antecedência e apresentados sob uma embalagem particular”. Como reflexo, a atividade de “fazer” o medicamento, que tradicionalmente caracterizava o perfil do farmacêutico, despareceu quase por completo, de acordo com o texto da RBF. “O modelo de prática predominante na farmácia comunitária passou a ser a orientação e dispensação farmacêutica (Dupuy & Karsenty, 1974; Reis, 2003; Filho & Batista, 2011). Esse processo transformou as ações que aproximavam o farmacêutico do médico e de seus clientes em atos vazios de um sentido transcendente às relações comerciais”, consta na publicação da Revista Brasileira de Farmácia.

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De acordo com o conselheiro do Conselho Federal de Farmácia (CFF) Gerson Pianetti, após a Segunda Guerra Mundial, o desenvolvimento industrial disparou e, por consequência, o setor farmacêutico não ficou para atrás. Pianetti explica que o Brasil e outros países passaram a consumir produtos e serviços oriundos dos Estados Unidos; empresas farmacêuticas seguiram essa dinâmica de “cópia de experiências exitosas dos americanos”.

No decorrer da história, no período dos anos 80, os consumidores tinham à disposição as farmácias tradicionais. Eram estabelecimentos que apenas vendiam medicamentos; lojas pequenas, com balcão e prateleiras com remédios, marcaram a fase.

Primeira onda

Já nos anos 90, diante da influência americana oriunda das grandes drugstores, o Brasil começa a implantar modelos de farmácias que fogem do tradicional, formando o contexto de primeira “onda” que explica a expansão do setor farmacêutico no País. As lojas dessa época eram estabelecimentos que possuíam, além de remédios, produtos para o dia a dia, como itens de beleza e até de alimentação. “Nos Estados Unidos, na drogaria você encontra de tudo. É quase um mini supermercado. Além disso, todo medicamento ético, de prescrição, fica em uma área restrita e reservada onde existe um profissional farmacêutico”, explica a doutora em engenharia de produção e pesquisadora do segmento de farmácias pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP), Vânia Passarini Takahashi.

Segundo o coordenador do Programa de Assistência Farmacêutica da Associação Brasileira das Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), Cassyano Correr, a diversidade de produtos marca a primeira onda da expansão das grandes redes no Brasil. “Nos anos 90, a farmácia começou a diversificar os produtos que vendia, começando um movimento que ficou popularizado como drugstore a partir da influência americana. Empresários do Brasil, em viagem para os Estados Unidos, viram o que estava acontecendo lá. As farmácias passaram a vender, além de remédios, alimentos, presentes, brinquedos, entre outros”, detalha o coordenador do Programa de Assistência Farmacêutica da Abrafarma.

Essa mistura de produtos e o tamanho físico das lojas, que passou a ser maior, são as principais características dos estabelecimentos da primeira onda. “No modelo tradicional, o cliente ia até a farmácia para comprar um medicamento porque tinha receita, o que chamados de destino. Na medida em que você passa a ter muitas farmácias à disposição, elas ficam mais próximas das pessoas. A vantagem de você investir em um mix de produtos é que, além de atrair as pessoas que têm que comprar medicamento, você atrai as pessoas que estão em rotina. Um modelo alimenta o outro. Tem a ver com a vida moderna, congestionamento no trânsito, entre outros aspectos”, comenta o representante da Abrafarma.

Assim como Cassyano Correr, a farmacêutica mestra em gerontologia e especialista em Saúde Pública e Saúde da Família, Alamisne Gomes da Silva, aponta que o modelo de farmácias americano influenciou, de maneira considerável, o mercado brasileiro. “Inicialmente, os empresários donos de farmácias no Brasil queriam uma forma de rentabilizar mais seus negócios, e uma das estratégias foi utilizar justamente a comercialização de outros produtos não farmacêuticos. Para os empresários foi interessante porque aumentou a questão do lucro e das vendas, não só de produtos farmacêuticos. Para o consumidor, ele passou a se comportar de uma forma diferenciada, uma vez que passou a ter acesso a produtos de utilidades básicas, até mesmo próximo de suas residências. No Brasil, as grandes redes pioneiras nesse processo foram a ‘Araújo’ no Sul e aqui no Nordeste temos a Pague Menos. Produtos de perfumaria, dermocosmético, sorvete e refrigerante estavam à disposição dos clientes nas farmácias”, comenta a mestra.

Segunda onda

No decorrer do processo de expansão econômica do segmento farmacêutico no Brasil, o período a partir dos anos 2000 é considerado a segunda onda. Essa fase é marcada pelo início da venda de dermocosméticos. “Aqui você tem o movimento da beleza. Com a influência das farmácias americanas e europeias, de países como França e Itália, você passa a ter diversidade grande de produtos, muitos lançamentos no mercado da dermatologia. Foi nessa época que as farmácias começaram a colocar dermoconsultores para atender os clientes”, descreve Cassyano Correr.

Terceira onda

“Desde 2014 passamos a viver a terceira onda. É a fase da diversificação de serviços, que tem a ver em converter os espaços da farmácia em espaços de saúde. Esse movimento significa oferecer serviços de vacinação, acompanhamento de pacientes crônicos, consultas com farmacêuticos e outros profissionais. É o que a gente chama de revolução da saúde por meio das farmácias”, explana o integrante da Abrafarma.

Uma nova onda começa a ganhar forma. Ainda lenta, sem prazo claro para ser colocada em prática. É notório, no entanto, que a tecnologia será uma figura primordial do processo de reformulação na relação entre as grandes redes e os consumidores. Confira as próximas reportagens e saiba mais detalhes sobre a quarta onda da expansão farmacêutica na última matéria da nossa série, que aborda o futuro do segmento no Brasil.

Matéria integra a série do LeiaJá ‘Expansão farmacêutica: dos primórdios ao futuro’. Trabalho explica como as grandes redes de farmácias expandem seus negócios no Brasil e registram faturamentos que contrariam a crise econômica. Leia, a seguir, as demais reportagens:

Expansão farmacêutica: dos primórdios ao futuro

Redes de farmácias combatem crise com aumento de vendas

Novo farmacêutico está transformando clientes em pacientes

As projeções do segmento farmacêutico

Instalação de clínicas farmacêuticas nas lojas é forte tendência do setor. (Rafael Bandeira/LeiaJáImagens)

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De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a relação ideal do quantitativo de médicos em relação ao número de habitantes de uma localidade é de um para mil. Cruzando dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Conselho Federal de Medicina, é possível constatar que regiões brasileiras como o Nordeste (1141/1) convivem com uma proporção bem acima do recomendado. É neste contexto que o varejo farmacêutico aposta na ampliação do número de consultórios farmacêuticos, que, após crescimento de 9,4% em relação ao primeiro trimestre de 2018, saltou para 2.964, segundo a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma). A nova estrutura permitiu que mais de 7.800 farmacêuticos já tenham realizado 862.623 atendimentos entre 2018 e 2019, a maior parte deles focada em serviços como testes de colesterol e perfil lipídico. Assim, esses profissionais vêm se distanciando das atividades burocráticas de balcão para protagonizar uma evolução na saúde: à medida que passam a atuar nas clínicas, junto aos pacientes, os farmacêuticos solidificam-se como um novo ponto de partida no contato dos pacientes com o sistema de saúde.

A aposentada Fátima Gameiro já estava com a glicemia acima dos 200 mg/dl- limite para indicação de diabetes- quando foi atraída para um consultório farmacêutico em busca de uma aferição de pressão. “Sou hipertensa e passei na frente de uma farmácia, onde os atendimentos estavam sendo divulgados. A farmacêutica mediu minha glicemia e logo me perguntou se eu estava tomando meus remédios, porque minha glicemia estava alta. Eu respondi que não era diabética e ela me encaminhou para o médico”, lembra Fátima. No hospital, a suspeita da farmacêutica foi confirmada. “Fui diagnosticada como diabética. Inicialmente fiquei muito assustada, fiz todos os exames que o médico pediu e fui encaminhada para uma nutricionista. Voltei à farmacêutica com essas informações e, desde então, me consulto com ela de quinze em quinze dias. Desenvolvi uma relação de confiança com a farmacêutica, afinal foi quem descobriu minha diabetes”, completa Fátima.

Fátima Gameiro teve sua diabetes descoberta pela farmacêutica Marcela Cruz. (Chico Peixoto/LeiaJáImagens)

Desde então, a cliente tornou-se também paciente da farmácia. Periodicamente, Fátima realiza pequenos exames de rotina com a mesma farmacêutica, Marcela Cruz. “Se a gente for parar pra pensar a quantidade de vezes que o paciente vem pra farmácia, ela é muito maior do que a das idas ao hospital. Continuamos fazendo o acompanhamento e conquistamos progressos significativos, graças ao trabalho de uma equipe multidisciplinar, que envolve também médicos e nutricionistas. Fátima vem tirar suas dúvidas acerca dos medicamentos e novos questionamentos sempre vão surgindo”, afirma a profissional. Marcela lembra que pacientes recentemente diagnosticados costumam apresentar uma grande demanda por informações. “Hoje a gente tem um trabalho importantíssimo, muito mais focado na educação em saúde. É muito gratificante você receber pessoas que chegam doentes, precisando da tua ajuda e você acompanhar e estabelecer um vínculo com ela. A gente como profissional de saúde precisa acreditar que essa atenção faz toda a diferença”, conclui.

A coordenadora farmacêutica das Farmácias Pague Menos Mikalyne Egito alerta que o tratamento farmacêutico não substitui as consultas médicas. “É um trabalho que podemos fazer em associação ao médico e aos demais profissionais de saúde, mas não é substitutivo. O que a gente faz é orientar a respeito da tomada de medicamentos, os horários corretos e armazenamento, além de acompanhamentos como o de pressão arterial, glicemia e perda de peso”, explica. A coordenadora esclarece ainda que o farmacêutico não pode dar qualquer tipo de diagnóstico. “Posso encaminhar o paciente após perceber que seu exame é sugestivo de, por exemplo, diabetes. Também estamos autorizados a solicitar exames e prescrever alguns medicamentos, os Medicamentos Isentos de Prescrição Médica (MIP’s), que não são tarjados”, comenta.

Assim, o sistema da Pague Menos reúne todos os dados periódicos do paciente em fichas individuais salvas no sistema da farmácia, que pode ser acessada por seu médico, em caso de consulta. “Se a pessoa quiser, a gente imprime todo o histórico, então já temos uma relação de confiança com esse público. Hoje a população enxerga sim o farmacêutico como um profissional importante e isso vem sendo um diferencial para as lojas que oferecem esse serviço”, completa Mikalyne.

O coordenador do projeto de assistência farmacêutica avançada da Abrafarma, Cassyano Correr, ressalta a importância da Lei 13021/2014, sancionada pela presidente Dilma Rousseff, no sentido de regulamentar as farmácias como unidades de prestação de serviços de assistência à saúde e assistência farmacêutica, transcendendo a antiga função de apenas comercializar medicamentos. Em seu artigo 6º, o texto exige, para funcionamento de farmácias de qualquer natureza, “a presença de farmacêutico durante todo o horário de funcionamento”. “Isso ampliou muito o leque do que a farmácia pode fazer. Atualmente, oferecemos oito grupos de serviço, que, juntos, cobrem uma parcela muito grande da população e de problemas de saúde para os quais as pessoas podem encontrar solução. A vacinação, por exemplo, já retornou às farmácias”, coloca Cassyano.

Mikalyne Egito lembra que atendimento farmacêutico não substitui consultas médicas. (Rafael Bandeira/LeiaJáImagens)

A coordenadora farmacêutica da Farmácia Permanente Karina Henrique Santos coloca que a resposta, não apenas dos clientes, mas dos fornecedores, à presença dos farmacêuticos durante todo o horário de funcionamento, seja nos balcões ou na clínica farmacêutica é positiva e aumentou a credibilidade do serviço. “A confirmação disso é que todas as nossas novas lojas já são projetadas com sala farmacêutica, na qual o atendimento do farmacêutico está sempre pautado de forma a respeitar o diagnóstico médico. Nosso maior objetivo é garantir que o paciente não abandone o tratamento ou pare a medicação”, afirma.

O CEO da Abrafarma, Sérgio Mena Barreto, confessa que, informalmente, gosta de tratar a Lei 13021/2014 como a “lei do ato farmacêutico”, devido às novas potencialidades desses profissionais no sistema de saúde, de forma complementar ou suplementar. “Este é um problema mundial: cerca de 50% das pessoas abandonam seus tratamentos médicos após seis meses, quando passam os sintomas. Além disso, por ano no Brasil, 100 mil pessoas morrem de derrame e outras 300 mil morrem de problemas no coração, doenças evitáveis se você tratar diabetes e hipertensão”, afirma. Desta forma, Barreto defende que o problema é que as pessoas acabam só indo ao médico uma vez por ano. “O paciente agora pode contar com o acompanhamento do farmacêutico, uma transformação cultural dos dois lados. Do nosso, investimos em um programa de capacitação muito grande. Das 7.800 farmácias da Abrafarma, a gente tem 26 mil farmacêuticos, dos quais já capacitamos 12 mil em cursos livres”, comenta Barreto.

CEO da Abrafarma, Sérgio Mena Barreto, destaca que associação já conta com 26 mil farmacêuticos. (Divulgação)

A Abrafarma ainda oferece programas de pós-graduação presenciais e online. “O que fizemos foi montar toda uma estrutura, um padrão de atendimento. A gente produziu mais de 1300 páginas de material científico, toda uma qualificação, um formato para os serviços para que tenhamos uma farmácia tão boa quanto as de China, Canadá e toda a Europa, onde as clínicas já existem”, completa Barreto.

Matéria integra a série do LeiaJá ‘Expansão farmacêutica: dos primórdios ao futuro’. Trabalho explica como as grandes redes de farmácias expandem seus negócios no Brasil e registram faturamentos que contrariam a crise econômica. Leia, a seguir, as demais reportagens:

Expansão farmacêutica: dos primórdios ao futuro

Após boticas, ondas farmacêuticas formam expansão do setor

Redes de farmácias combatem crise com aumento de vendas

As projeções do segmento farmacêutico

Em um mercado desafiador, em que o cliente preza por atendimento de qualidade e diversificação de produtos, o segmento farmacêutico segue sua trajetória, até em então, com projeções positivas. Com previsões para o setor, especialistas e empresários revelam suas opiniões acerca dos fatores que devem influenciar a atuação das grandes redes no futuro, além de mudanças que podem mudar a relação das grandes marcas com os clientes.

De acordo com Cassyano Correr, coordenador do Programa de Assistência Farmacêutica da Associação Brasileira das Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), a quarta e nova onda da expansão das grandes redes de farmácias deverá englobar o que ele chama de transformação digital. Para Correr, as empresas passarão a digitalizar toda a experiência do cliente, uma vez que o consumidor deverá conversar e acessar a farmácia pelo celular ou computador.

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Cassyano Correr, coordenador do Programa de Assistência Farmacêutica da Associação Brasileira das Redes de Farmácias e Drogarias. (Foto: LeiaJáImagens).

Na prática, no processo de vendas dos produtos farmacêuticos, a prioridade é que tudo seja feito pela internet. “O que vai levar o cliente para o ponto físico é a experiência”, diz o coordenador do Programa de Assistência Farmacêutica da Abrafarma. Nesta onda, os clientes poderão solicitar os produtos de maneira virtual e receber suas aquisições sem precisar sair de casa. “A quarta onda tem uma característica exponencial: quando começa a acontecer, ela é muito rápida. De cinco a dez anos deveremos ter um impacto muito grande de transformação digital em todas as esferas do setor farmacêutico”, acrescenta Correr.

Professor e pesquisador de serviços farmacêuticos pela Universidade de Brasília (UnB), Rafael Santana, em sua análise sobre o futuro do segmento , aposta na intensificação dos serviços de saúde oferecidos nas farmácias. “É uma tendência, não só no Brasil. Além de uma estratégia de diferenciação em um setor cada vez mais competitivo, trata-se de uma reorganização do setor para atender a uma demanda de resolução de pequenos problemas de saúde pouco valorizado tanto pelo serviço público quando pelos planos de saúde. Acho difícil a curto e médio prazo os médicos assumirem esse papel nas farmácias brasileiras, pela já disponibilidade de farmacêuticos que podem assumir a resolução de pequenos problemas”, diz o docente.

No aspecto econômico, o professor prevê a junção de companhias e o fortalecimento das grandes redes. “O que prevemos é a fusão de empresas e predomínio cada vez maior de grandes redes. Em um futuro próximo de oligopólios de empresas, o preço não será mais um diferencial competitivo e o investimento em serviços clínicos e outras atividades que agreguem valor ao setor será cada vez mais necessário”, projeta.

A tecnologia, segundo o professor da UnB, deverá influenciar o segmento farmacêutico. ”Esse é um setor que pode ser bem impactado pelo avanço tecnológico. A venda de medicamentos on-line, por exemplo, já é uma realidade, porém, deve estar sempre mais restrito a uma parcela de usuários de doenças crônicas com medicamentos de uso contínuo. Nas farmácias existe uma tendência de novos softwares para apoiar os serviços clínicos farmacêuticos, equipamentos para rastreamento de doenças e pequenos exames clínicos ou mesmo aplicativos e ferramentas para apoiar os pacientes no autocuidado”, explica o docente.

Para o Marcelo Rosa, conselheiro do Conselho Federal de Farmácia (CFF) e coordenador da Comissão de Farmácia Comunitária, os serviços dos consultórios farmacêuticos instalados nas próprias lojas, além de já serem uma realidade, deverão ser intensificados nos próximos anos. “É um caminho sem volta e a tendência é de crescimento, com uma participação cada vez mais efetiva, com o incentivo do Conselho Federal de Farmácia, que tem buscado todos os meios junto aos órgãos governamentais e à sociedade para que isso ocorra.  Com o advento da Lei 13.021/14, o conceito de farmácia no país mudou radicalmente. As farmácias deixaram de ser classificadas como simples comércio, passando a ser reconhecidas, de fato e de direito, como estabelecimentos de saúde. Elas também puderam passar a dispor de vacinas para o atendimento direto à população. Isso representou um marco para o cuidado a saúde da população”, crava o conselheiro.

No quesito tecnologia, Rosa enxerga diversos caminhos para a atuação das grandes redes de farmácias. “Todos os caminhos devem ter como foco o cuidado ao paciente. A tecnologia é um instrumento para que os serviços e produtos possam ser disponibilizados à população com qualidade e segurança. Eu reforço: a tecnologia deve ser um instrumento e não deve substituir os profissionais. O cuidado ao paciente requer habilidades, experiência e conhecimento. O farmacêutico é o único profissional que tem formação e habilitação para a prática do cuidado ao paciente na farmácia”, acrescenta o representante do CFF.

O conselheiro também analisa como será o consumidor do futuro. “Podemos dizer que o consumidor é cada vez mais consciente e crítico. A disputa por preços baixos já não é o ponto mais importante para a conquista e fidelização do consumidor. Estruturas confortáveis, profissionais preparados para cuidar do paciente e a oferta de serviços são fatores indispensáveis para que o estabelecimento farmacêutico prospere, seja uma rede ou uma farmácia de menor porte”, aponta.

No que diz respeito à indústria farmacêutica, representantes do setor também traçam planos para o processo de fabricação, distribuição e comercialização de produtos farmacêuticos. Segundo o vice-presidente institucional da EMS, uma das principais empresas da área, Marcus Sanches, o futuro exige que continuem as apostas na criação de soluções que sejam capazes de auxiliar e atender "as necessidades da classe médica e dos pacientes". "Hoje, o processo de desenvolvimento de medicamentos inovadores na EMS ocorre por meio, principalmente, do Centro de Pesquisa & Desenvolvimento da EMS no Brasil, que recebe 6% do faturamento anual do laboratório em investimentos e possui mais de 400 pesquisadores. No seu P&D, a companhia trabalha em diferentes frentes de inovação, como a inovação incremental e a inovação com genéricos de alta complexidade. Nos Estados Unidos, a EMS trabalha com uma frente de inovação radical (disruptiva), por meio da Brace Pharma, empresa da EMS fundada em 2013, com foco em trazer terapias inovadoras aos pacientes. Hoje, a Brace possui 13 parcerias vigentes em áreas como oncologia, cardiologia e sistema respiratório e doenças neurodegenerativas, metabólicas e autoimunes", detalha Sanches.

A "Indústria.4.0", de acordo com o representante da EMS, é o que molda, atualmente, o futuro do setor, além de ser uma iniciativa importante para o futuro das companhias. "A modernização das unidades fabris também faz parte dos investimentos em inovação da EMS. A empresa já deu início à adoção da Indústria 4.0 em seu processo de produção, tendo sido a primeira do setor farmacêutico na América Latina a adotar soluções neste modelo. A implementação tem ocorrido, inicialmente, por meio de um projeto-piloto em uma linha de embalagem de medicamentos sólidos e no processo de Gerenciamento da Manutenção, na planta de Hortolândia da EMS. As máquinas conectadas devem tornar a produção do laboratório ainda mais inteligente e eficiente, trazendo um crescimento significativo na capacidade produtiva da empresa nos próximos 3 a 5 anos. A utilização da inteligência artificial na indústria tem uma série de pontos positivos, como ganho de eficiência, elevação da produtividade, economia e otimização dos recursos, entre outros.

Em entrevista ao LeiaJá, o CEO da Abrafarma, Sergio Mena Barreto, também revelou suas projeções para o setor. Segundo Barreto, as grandes redes deverão continuar apresentando números considerados positivos e prezando por melhorias em prol da relação com os clientes. Confira:

LeiaJá: Hoje o setor farmacêutico tenta se fortalecer como um espaço de saúde por meio dos espaços de saúde instalados nas próprias lojas. Pensando no futuro, o senhor acredita que essa estratégia será consolidada e ampliada, por exemplo com a participação de médicos nas farmácias? O que o senhor prevê para a relação farmácia e saúde?

CEO da Abrafarma, Sergio Mena Barreto: Isso já é uma realidade. As farmácias estão se tornando a porta de entrada do sistema de saúde para a população brasileira, atuando no incentivo à adesão ao tratamento, na identificação de risco e na prevenção de doenças por meio da aplicação de vacinas.

Desde o lançamento do programa de Assistência Farmacêutica Avançada pela Abrafarma, em 2014, as salas clínicas vêm registrando um crescimento exponencial. Só no primeiro semestre deste ano, o número de consultas para serviços farmacêuticos aumentou 62% em relação ao mesmo período de 2018. Foram realizados 862.623 atendimentos. As grandes redes que integram o projeto já contabilizam 2.964 espaços do gênero, um incremento de 9,4%. Somente no ano passado foram realizados mais de 2,4 milhões de serviços especializados nesses novos espaços. Entre os serviços mais demandados, destaque para os testes de colesterol e de perfil lipídico, que são realizados por mais de 300 farmácias em todo o Brasil.

Trata-se de um recurso que facilita a interação dos profissionais de saúde com os pacientes e desafoga o sistema público. É super prático para quem precisa resolver problemas simples, mas não tem tempo de ir a um hospital. Além disso, o atendimento profissional pode estimular o paciente a exercitar o autocuidado.

O farmacêutico e o médico atuarão de forma colaborativa. Mas é bom ressaltar que o serviço de assistência farmacêutica não substitui o médico, mas funciona e seguirá atuando como um elemento complementar para orientar e garantir maior adesão ao tratamento.

LeiaJá: E em relação à tecnologia? Quais são os rumos das grandes redes de farmácia nesse sentido, tanto no processo de comercialização dos produtos, como também na relação com seus funcionários, principalmente os farmacêuticos?

CEO da Abrafarma, Sergio Mena Barreto: O momento atual do grande varejo é de investir em transformação digital, melhorar a jornada do paciente e os serviços clínicos nas lojas. O atendimento mudará bastante nos próximos anos, caminhando para um modelo mais proativo na oferta de soluções digitais, com um sistema integrado de informações, que estará acessível aos pacientes: haverá cada vez mais ofertas personalizadas, curadoria de doenças e ofertas de serviços de prevenção. E tudo isso na palma da mão do consumidor, com base em sua jornada individual de compra.

Os serviços clínicos oferecidos nas farmácias também serão influenciados. Muito em breve será possivel realizar pequenos check-ups e testes laboratoriais para o acompanhamento de doenças. É de se esperar também que os aplicativos e sistemas de atendimento das redes se integrem ao prontuário dos pacientes, aprimorando a interação medicamentosa.

A área de e-commerce também tem sido alvo de investimento constante de nossos associados. Entendemos que o consumidor é cada vez mais omnichannel, que busca experiências sem fricção, e quer maior comodidade. Então, todos os processos estão sendo revistos para integrar o negócio de tijolos ao digital. Daqui a alguns anos também poderemos falar em telemedicina, que teria o papel fundamental de desafogar nosso sistema de saúde, evitando consultas e exames desnecessários.

LeiaJá: Os não medicamentos continuam sendo muito vendidos nas grandes redes. Isso deve continuar ou novos produtos serão acrescentados às prateleiras?

CEO da Abrafarma, Sergio Mena Barreto: A categoria continua expressiva, representando em torno de 33% do faturamento total das 25 redes, sobretudo agora, quando está em curso uma retomada de consumo dos não medicamentos (itens de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos), que estava estagnado nos últimos anos por causa do cenário de recessão.

Porém, atualmente, os medicamentos isentos de prescrição (MIPs) são o segmento de maior influência. O faturamento com a venda desses produtos aumentou quase 20% nas grandes redes. Como podemos observar na tabela abaixo, entre janeiro e agosto deste ano, as redes afiliadas à Abrafarma registraram um faturamento de R$ 34,69 bilhões, índice 10,22% maior que o do oito primeiros meses do ano passado. O percentual supera o crescimento de 7,86% obtido entre janeiro e agosto de 2018, estimulado principalmente pela venda dos MIPs e dos não medicamentos.

Também vale destacar outras duas categorias. O cuidado ao paciente (PAC) e os Nutricionais (NTR). No período de julho/2018 a julho/2019, o faturamento dessas categorias registrar aumento de 17,2% e 12,4%, atingindo R$ 4 bilhões e R$ 6,9 bilhões, respectivamente. 

LeiaJá: Apesar da crise, as grandes redes continuaram aumentando o número de lojas e faturamento. Em termos econômicos, quais são as suas previsões para o setor?

CEO da Abrafarma, Sergio Mena Barreto: As redes associadas encerrarão o ano com um desempenho positivo. O faturamento ultrapassará R$ 50 bilhões, com crescimento acima de 10%. Ao fim de 2019, o segmento chegará a um market share total de 44%, mesmo com menos de 8 mil lojas de um total de 78 mil farmácias existentes no país. Para 2020, projetamos um faturamento próximo dos R$ 55 bilhões, se mantido o ritmo de crescimento.

Grandes redes de farmácias devem melhorar faturamento em 2019 na comparação com o ano anterior. (Foto: Rafael Bandeira/LeiaJáImagens).

LeiaJá: Por fim, como o senhor prevê o consumidor de produtos farmacêuticos? Qual será o perfil e suas necessidades? O que o segmento precisa mudar para continuar forte na economia brasileira?

CEO da Abrafarma, Sergio Mena Barreto: Um consumidor cada vez mais omnichannel, empoderado e mais exigente. Ele é o centro das decisões e estratégias de negócios das redes. Mas o segmento varejista deve continuar perseguindo melhorias no nível de serviço, com oferta de produtos correta. Também têm de apostar na customização de ofertas para um perfil específico, tendo por objetivo aumentar o volume da cesta de compra, ampliando o tíquete médio geral da loja.

Matéria integra a série do LeiaJá ‘Expansão farmacêutica: dos primórdios ao futuro’. Trabalho explica como as grandes redes de farmácias expandem seus negócios no Brasil e registram faturamentos que contrariam a crise econômica. Leia, a seguir, as demais reportagens:

Expansão farmacêutica: dos primórdios ao futuro

Após boticas, ondas farmacêuticas formam expansão do setor

Redes de farmácias combatem crise com aumento de vendas

Novo farmacêutico está transformando clientes em pacientes

Concentradas em áreas de grande concentração, farmácias investem em serviços para vencer concorrentes. (Foto: Chico Peixoto/LeiaJáImagens).

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Uma farmácia a cada 175 metros. Essa é a média de unidades encontradas em um trecho de apenas 1,4 km da Avenida Conselheiro Rosa e Silva, uma das principais vias da Zona Norte do Recife. Longe de serem frequentadas apenas por clientes em busca de medicação, elas desafiam a crise econômica e continuam em expansão, buscando inovar no repertório de produtos. De acordo com levantamento feito pela Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), as 25 maiores varejistas do país registraram um faturamento de R$ 25,5 bilhões no primeiro semestre de 2019, índice 9,7% maior que o do mesmo período do ano passado, alavancado, sobretudo, pelas venda dos medicamentos isentos de prescrição (MIPs) e pelas mercadorias conhecidas no jargão do setor como “não medicamentos”- isto é, itens de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos.

O conselheiro federal de economia e professor do Departamento de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Federal do Ceará (UFC), Lauro Chaves Neto, defende que, para iniciar o debate sobre a expansão do varejo farmacêutico, é necessário compreender a transformação econômica pela qual o Brasil passou após a aplicação do Plano Real. “A partir daí, houve um inegável ganho de renda da maior parte da população brasileira, aumentando o poder aquisitivo das classes mais pobres. Pessoas que dependiam exclusivamente de fornecimento nos postos de saúde passaram a frequentar as farmácias”, introduz Chaves. O economista também associa o fenômeno à mudança nas configurações familiares. “Antigamente as famílias eram maiores, hoje muitas pessoas vivem sozinhas, em unidades habitacionais cada vez menores, sem tanto espaço para armazenar as coisas. Isso aumenta a necessidade de compras de conveniência”, completa.

Aposentada, Letícia Danzi sempre vai à farmácia, mas raramente em busca de remédios. (Rafael Bandeira/LeiaJá Imagens)

Com o aumento do ritmo de vida nas grandes cidades, ir a um supermercado para comprar apenas um shampoo ou pasta de dente parou de fazer sentido para boa parte dos consumidores. De acordo com a Abrafarma, o lucro obtido com a comercialização dos não-medicamentos saltou de R$ 4.906.062.751, em 2018, para R$ 5.423.697.005 em 2019, um aumento de 10,55% em apenas um ano. Desta forma, os não-medicamentos são responsáveis por cerca de 32% das vendas do setor. “Normalmente, as farmácias estão localizadas em espaço de grande circulação. Elas viraram lojas de conveniência, oferecendo refrigerante, chocolate e recarga de celular. São estabelecimentos que também investiram na prestação de serviços para aumentar a circulação”, reforça Chaves. O economista também associa o fenômeno à mudança nas configurações familiares. “Antigamente as famílias eram maiores, hoje muitas pessoas vivem sozinhas, em unidades habitacionais cada vez menores, sem tanto espaço para armazenar as coisas. Isso aumenta a necessidade de compras de conveniência”, completa.

Sempre na farmácia, nunca em busca de remédios, a aposentada Letícia Danzi aproveita uma unidade na rua de casa para fazer pequenas compras sem a fila do supermercado. “Compro fixador, tinta de cabelo, sabonete líquido para as netas...Sempre na farmácia. Graças a Deus, não preciso de remédio”, comemora. Já a vendedora Maria Severina Joaquim costuma frequentar as drogarias em busca de produtos de higiene pessoal. “Eu tenho só uma hora de intervalo, então não dá para me deslocar para um lugar distante e demorar na compra. Por uma questão de tempo, venho à farmácia”, completa.

Para Lauro Chaves, o exemplo de Letícia dá pistas sobre o futuro do setor farmacêutico. “A chave da questão é a inovação. Se as farmácias continuassem como eram há vinte ou trinta anos atrás teriam perdido muito mercado. A enorme concorrência força as empresas a procurarem diversificar e melhorar os serviços, como entrega, atendimento e segurança”, afirma o economista.

O presidente da Abrafarma, Sérgio Mena Barreto, defende ainda que os preços dos não medicamentos não sofrem interferência do governo federal e que as vendas dos remédios cresceram (8,10%, de 2018 para 2019) porque os consumidores estão mais preocupados com a saúde. “A população está envelhecendo e está tomando ciência da importância do autocuidado para prevenção de doenças e administração de pequenos sintomas”, argumenta. Neste ano, o varejo farmacêutico já vendeu R$ 25.502.064.602 produtos, contratou 3.828 colaboradores e abriu 428 novas lojas, representando o último número um crescimento de 6,65% em relação a 2018. 

A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que a proporção entre o número de farmácias e o de habitantes de uma cidade seja de, no máximo, uma para cada oito mil. No ano de 1996, a Câmara Municipal de Cuiabá (MT) chegou a aprovar um projeto de lei que limitava a distância mínima entre farmácias a 150 metros de distância. Em 2005, o então prefeito do Rio de Janeiro César Maia (DEM) estabeleceu que pelo menos 200 metros deveriam separar um estabelecimento do setor do outro, regra revogada na gestão de Eduardo Paes (PMDB). “A distância tem que ser até maior. O governo precisaria fazer um mapeamento e ver a necessidade de farmácias para a atender a cada região, estabelecendo uma legislação. Países como Holanda, Alemanha, Dinamarca e Suécia regulamentam isso”, argumenta professor aposentado do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da Universidade de São Paulo (USP) e do curso de extensão em Uso Racional de Medicamentos, ministrado na instituição, Moacyr Aizenstein

Lauro Chaves também traz uma visão sobre o setor. “Deverá haver algum tipo de seleção natural do mercado, ou seja, com o tempo, algumas farmácias vão sobreviver e outras não. Localização, serviço e conveniência serão os critérios do consumidor para definir o destino de cada estabelecimento, porque os produtos em si são iguais, neste caso”, acredita o economista. Não é a toa que as esquinas entre vias importantes costumam ser os locais mais disputados pelas empresas do setor. “São as ‘cornershops’ (do inglês, lojas de esquina), que têm maior visibilidade e pegam o fluxo de mais de um rua, gerando mais estímulo de compra. A facilidade no estacionamento é um grande diferencial, assim como a entrega em domicílio”, completa. Chaves

Chaves aposta que, a longo prazo, mesmo as farmácias que primam pelo serviço de qualidade precisarão continuar inovando. “O cenário que vemos para o futuro é o de uma geração que busca uma vida mais saudável e sustentável, praticando atividades físicas e pondo em prática novos hábitos de consumo. Caso o consumo de remédios caia, a farmácia não precisa perder, ela pode entrar nesse outro mercado”, conclui.

Outra clara tendência do mercado é a fusão entre grandes empresas do setor. De acordo com a KPMG, que realiza a Pesquisa de Fusões e Aquisições no Brasil, 967 fusões foram concretizadas no varejo em geral, o equivalente a um crescimento de 16,5% transações do tipo em relação a 2017, um recorde histórico. No final de 2011, as drogarias Raia e Drogasil transformaram-se na poderosa rede Raia Drogasil, que atualmente está presente em 22 estados brasileiros, empregando mais de 36 mil funcionários em mais de 1900 lojas, sendo abertas, em média, 22 delas por mês.

“Aquele momento era propício para as duas empresas se unirem e formarem uma única empresa de varejo farmacêutico, muito mais forte, mais experiente e com capacidade de atuação em todo o território nacional. Os resultados foram ótimos”, garante o presidente da Raia Drogasil, Marcílio Pousada.

Matéria integra a série do LeiaJá ‘Expansão farmacêutica: dos primórdios ao futuro’. Trabalho explica como as grandes redes de farmácias expandem seus negócios no Brasil e registram faturamentos que contrariam a crise econômica. Leia, a seguir, as demais reportagens:

Expansão farmacêutica: dos primórdios ao futuro

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Novo farmacêutico está transformando clientes em pacientes

As projeções do segmento farmacêutico

A Fifa anunciou nesta quarta-feira, depois da aprovação por unanimidade de seu Conselho, que se reuniu remotamente, a expansão do Mundial Feminino de 24 para 32 seleções, com efeito a partir da próxima edição do torneio, marcado para 2023. A mudança faz parte dos planos do presidente da entidade, o suíço Gianni Infantino, anunciados depois da realização da competição na França, encerrada no último dia 7.

"O sucesso surpreendente da Copa do Mundo Feminina da FIFA deste ano na França deixou muito claro que este é o momento de manter o ritmo e tomar medidas concretas para promover o crescimento do futebol feminino. Fico feliz em ver essa proposta - a primeira de várias - se tornando uma realidade", disse Infantino, nesta quarta-feira, no comunicado oficial emitido pela Fifa.

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"A expansão vai muito além das oito equipes participantes adicionais. Isso significa que, a partir de agora, dezenas de outras associações organizarão o programa de futebol feminino sabendo que têm uma chance realista de se classificar. A Copa do Mundo Feminina da FIFA é o gatilho mais poderoso para a profissionalização do futebol feminino, mas acontece apenas uma vez a cada quatro anos e é apenas o topo de uma pirâmide muito maior", completou o dirigente.

O Mundial de 2023 ainda não tem sede definida. Como o processo de escolha já estava em andamento - nove candidaturas, incluindo a do Brasil, tinham até 4 de outubro deste ano para apresentar seus projetos -, a Fifa liberou a inclusão de novos concorrentes e aumentou o prazo para a adequação das propostas já existentes para um número maior de participantes.

A partir de agora, novas candidaturas e a confirmação das antigas devem ser feitas até o final de agosto. Depois disso, o prazo para o envio das propostas foi estendido para o mês de dezembro. Em 2020, a Fifa publicará o relatório de avaliação em abril e anunciará a candidatura vencedora no mês seguinte.

Na edição recém finalizada, os Estados Unidos se tornaram tetracampeões mundiais ao derrotarem a Holanda na final, em Lyon, por 2 a 0. A Suécia ficou com o terceiro lugar e o Brasil foi eliminado nas oitavas de final pela anfitriã França.

A Fifa pretende expandir o Mundial Feminino de 24 para 32 seleções. O plano foi revelado pelo presidente da entidade, Gianni Infantino, nesta sexta-feira, às vésperas da decisão de edição de 2019 do torneio, domingo, em Lyon, entre Estados Unidos e Holanda.

Infantino ponderou, no entanto, que se a expansão entrar em vigor para o Mundial de 2023, poderá ser preciso reabrir o processo de definição da sede, que tem o Brasil como um dos candidatos. A votação, envolvendo os membros do Conselho da Fifa, está prevista para 20 de março, mas poderia ser alterado caso o plano de ampliação do torneio saia do papel.

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"Eu quero expandir o torneio para 32 equipes. Teremos de agir rapidamente e decidir se vamos aumentá-lo para 2023. Se o fizermos, deve ser reaberto o processo de definição da sede para permitir que todos tenham uma chance ou talvez para candidaturas conjuntas. Nada é impossível", disse.

Além disso, Infantino quer dobrar a premiação em dinheiro do Mundial Feminino, também elevando o valor disponibilizado para preparação das equipes e o dinheiro repassado aos clubes que cedem jogadoras para as seleções.

O presidente da Fifa também revelou o desejo de criar o Mundial de Clubes Feminino. "Eu gostaria de ver um Mundial de Clubes Feminino começando o mais rapidamente possível, no próximo ano ou no ano seguinte. Precisamos de um Mundial de Clubes que possa ser disputado anualmente para expor os clubes aos outros para que invistam ainda mais no futebol feminino", afirmou.

A Fifa já decidiu expandir a Copa do Mundo, que a partir da edição de 2026 contará com 48 times participantes, contra os 32 atuais.

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