Tópicos | gás

Na manhã desta sexta-feira (5), uma explosão de botijão de gás em um restaurante localizado na Rua Teixeira e Souza, Barra Funda, São Paulo, deixou oito pessoas feridas. O Corpo de Bombeiros afirma que foi acionado às 9h05.

Imagens mostram que cadeiras, vidros e parte do teto do local foram arremessados devido a tamanha força da explosão. Das oito vítimas registradas pelos Bombeiros, quatro já foram socorridas e levadas para atendimento médico nas unidades de saúde mais próximas. Um homem de 59 anos teve queimaduras de 2º e 3º grau e foi levado para o Hospital das Clínicas. 

##RECOMENDA##

Ainda segundo o Corpo de Bombeiros, dez viaturas foram enviadas para a ocorrência, além de duas ambulâncias da SAMU. Até às 12h desta terça (5), o atendimento continua no local. 

Um carro que estava tendo o tanque abastecido com Gás Natural Veicular (GNV) em um posto de gasolina localizado na Zona Norte do Rio de Janeiro explodiu na manhã desta terça-feira (26), deixando duas pessoas feridas. 

Mário Magalhães da Penha, 67 anos, motorista do veículo, foi levado para o Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, e seu estado de saúde é considerado grave. Uma mulher, ainda não identificada, foi socorrida ao Hospital Municipal Souza Aguiar. 

##RECOMENDA##

Imagens da câmera de segurança mostram que a explosão aconteceu após o motorista abrir a mala do carro, onde estava o tanque do GNV. Ao G1, frentistas do posto de combustível informaram que a explosão foi no cilindro de gás do veículo, que estaria em mau estado de conservação e enferrujado.

Confira o momento da explosão

[@#video#@]
 




 

Uma explosão causada por um vazamento de gás deixou quatro pessoas feridas nesse domingo (24), no bairro de Água Fria, na Zona Norte do Recife. No vídeo do momento da explosão, as vítimas retiravam botijões de gás de uma lanchonete que estava tomada por fumaça.

A fumaça densa já anunciava o risco de explosão e, momentos depois, uma labareda de fogo se projeta de dentro do estabelecimento na Rua Sebastião e atinge algumas pessoas do lado de fora. As vítimas mais graves tentavam evitar que os danos fossem ainda maiores e conseguiram retirar dois botijões de gás antes da explosão.

##RECOMENDA##

[@#video#@]

O Corpo de Bombeiros foi acionado e socorreu um homem, de 35 anos, com queimaduras no rosto, braços e tórax para o Hospital da Restauração, no Centro do Recife. Outros dois homens, de 28 e 49, também foram encaminhados à unidade pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Uma quarta vítima foi atendida pelos socorristas, mas se recusou a ir ao hospital.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) editou orientações internas para abordagem de pessoas em crise de saúde mental. O documento, criado após Genivaldo de Jesus Santos, de 38 anos, ser morto dentro do porta-malas de uma viatura, no Sergipe, recomenda que a aproximação seja "serena" e que a contenção física de alguém em surto seja encarada como exceção, um "último recurso".

"Os policiais rodoviários federais devem estar cientes de que a aplicação ou uso de restrições físicas pode agravar qualquer agressão que esteja sendo exibida pelo indivíduo em crise", diz a orientação, assinada em 14 de junho pelo diretor de operações da PRF, Djairlon Henrique Moura.

##RECOMENDA##

No dia 25 de maio, policiais imobilizaram Genivaldo, em Umbaúba, no sul do Sergipe, e o colocaram dentro de uma viatura e lançaram gás lacrimogêneo dentro do carro. O laudo da morte apontou asfixia mecânica e insuficiência respiratória aguda. A vítima tinha diagnóstico de esquizofrenia e não estava armada. Deixou mulher e um filho de 7 anos.

As orientações destacam que o diagnóstico de doenças psíquicas é complexo mesmo para profissionais da saúde. Contudo, salienta que os policiais rodoviários federais devem ser "capazes de reconhecer pessoas com perturbação mental, especialmente àquelas potencialmente violentas e/ou perigosas". O documento foi apresentado em resposta a pedido de informações feito pelo deputado Alexandre Padilha (PT-SP).

A diretoria da PRF também orienta que os policiais acionem o Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) ou o Corpo de Bombeiros para auxiliar na abordagem de pessoas em crise de saúde mental. O documento também pede para que os policiais criem "empatia", evitem "agitar o indivíduo" e "sejam sinceros" nos diálogos com os abordados. Além disso, será necessário avaliar a "trajetória pessoal" de cada um para detectar se a pessoa em crise representa perigo potencial.

O novo conjunto de regras da União Europeia que classifica as usinas de gás e energia nuclear como favoráveis ao meio ambiente receberam o "selo verde" do Parlamento Europeu nesta última quarta-feira (7). Essas fontes de energia foram reconhecidas como importantes para mudar os efeitos climáticos causados pelo excesso de carbono na atmosfera terrestre.

Em 2 de fevereiro de 2022, a Comissão aprovou, em princípio, um ato delegado climático complementar que inclui, em condições estritas, atividades específicas de energia nuclear e de gás na lista de atividades econômicas abrangidas pela taxonomia da UE.

##RECOMENDA##

A União Européia destaca que os critérios para as atividades específicas de gás e nuclear "estão em consonância com os objetivos climáticos e ambientais da UE e ajudarão a acelerar a transição dos combustíveis fósseis sólidos ou líquidos, incluindo o carvão, para um futuro neutro do ponto de vista climático". 

Uma vez que a Comissão Europeia considera que o investimento privado em atividades relacionadas com o gás e a energia nuclear tem um papel a desempenhar na transição ecológica, propôs a classificação de determinadas atividades nestes domínios como atividades de transição que contribuem para atenuar as alterações climáticas.

A inclusão de determinadas atividades de gás e nucleares é limitada no tempo e depende de condições específicas e requisitos de transparência.

278 deputados votaram a favor da resolução, 328 votaram contra e 33 se abstiveram. Era necessária uma maioria absoluta de 353 eurodeputados para o Parlamento Europeu vetar a proposta da Comissão Europeia. Se nem o Parlamento nem o Conselho formularem objeções à proposta até 11 de julho de 2022, o Regulamento Delegado Taxonomia Climática da UE entrará em vigor e será aplicável a partir de 1 de janeiro de 2023.

Um programa de neutralização de carbono começará a ser implementado em julho em mil residências da Favela do Caramujo, um bairro de Niterói, região metropolitana do Rio. Os moradores, após um mês de capacitação, vão começar a perseguir metas de redução de emissões em suas rotinas residenciais. Na medida em que conseguirem resultados, terão direito a receber recursos em forma de arariboias, uma moeda social criada pela prefeitura este ano e já aceita em mais de 30 mil estabelecimentos comerciais.

"É mais fácil do que parece falar sobre mudanças climáticas para as pessoas que estão em situação de vulnerabilidade social", afirma Luciano Paez, secretário de Clima da cidade, administrada pelo engenheiro florestal Axel Grael (PDT), irmão dos medalhistas olímpicos Torben e Lars. "As mudanças climáticas, todos os dados e estudos, mostram que vão ocorrer nas cidades e afetarão, mais ainda, as pessoas em situação de risco", explica Paez. . "Os relatórios do IPCC (painel das Nações Unidas sobre o aquecimento global) deixam claro. Os eventos climáticos extremos vão atingir principalmente as áreas urbanas", afirma Flávia Bellaguarda, gerente de Relações Internacionais do Centro Brasil no Clima (CBC)

##RECOMENDA##

Para ter uma renda extra - a tabela de valores está atrelada à porcentagem de redução de carbono atingida -, os moradores precisam atuar em três frentes. Aumentar a reciclagem de lixo, diminuir o gasto energético e mudar o hábito de transporte. Bicicletas serão oferecidas pela prefeitura para uso da comunidade. O desenho do programa, que está sendo considerado pioneiro no Brasil, prevê o monitoramento dos processos por parte de assistentes sociais do município.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O assassinato de Genivaldo Jesus dos Santos por dois agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF), que transformaram a viatura da instituição em câmara de gás improvisada, foi tratado pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, como um "fato isolado". Torres participou nesta quarta-feira, 15, de uma audiência pública na Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, na qual prestou esclarecimentos sobre o caso. Segundo o ministro, tudo o que podia ser feito em relação à morte já foi realizado.

Além de abordar o caso Genivaldo, o ministro da Justiça tratou das medidas da sua pasta em relação ao desaparecimento do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips na Amazônia. Segundo ele, "parece que o caso está esclarecido", mas não poderia comentar porque está em andamento. Quando questionado, Torres disse ter dado "a devida importância ao caso" e afirmou "estar muito perto" de elucidar eventuais crimes. O governo demorou mais de cinco dias para enviar a Força de Segurança Nacional à região para apoiar as buscas. Os primeiros a agir nas incursões foram os indígenas do Vale do Javari.

##RECOMENDA##

O ministro da Justiça havia sido convocado para participar da audiência, mas o presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), derrubou a decisão da Comissão de Direitos Humanos. A convocação foi então convertida em convite. Em sua fala inicial nesta quarta, Torres chegou a dizer que o fato envolvendo a morte de Genivaldo "é grave" e "lamentável", mas que "todas as medidas legais foram adotadas". Segundo o ministro, "tudo corre bem".

"Esse ato foi isolado, não condiz com a PRF. Não estou fazendo juízo de valor, até porque não posso. Hoje, estamos diante de uma das melhores instituições de estado do mundo", afirmou. "É um fato grave, que todas as medidas legais foram adotadas. Todas as providências foram adotadas. Tudo corre bem", disse em outro momento.

Ao ser confrontado pelos parlamentares da oposição sobre o tratamento dado aos familiares da vítima, Torres se queixou do fato de o assassinato de dois agentes da PRF, em Fortaleza, não ter se tornado objeto de discussão na Câmara. "A gente precisa medir as coisas. A gente precisa dar o mesmo valor a todas as vidas. Na semana anterior, foram assassinados dois policiais e não vi essa reação", afirmou.

Na contramão das declarações do ministro, a deputada federal Taliria Petrone cobrou atuação mais firme da pasta da Justiça para coibir a ocorrência de casos semelhantes. "A gente lamentavelmente viu um homem executado, com transtornos mentais, mais uma vez um homem negro, algemado, imobilizado e colocado em uma câmara de gás, que nos remete a tempos que não queremos revisitar. Ele foi torturado por agentes do Estado (…) Este Ministério precisa se responsabilizar", afirmou.

"Nós estamos vivendo um retrocesso democraticamo gravíssimo. É responsabilidade de agentes públicos evitar mortes sistemáticas por parte de agentes do estado, ou por ações ilegais e omissões", frisou em outro momento.

O deputado Túlio Gadelha (Rede-PE) confrontou o ministro da Justiça com o fato de o presidente Jair Bolsonaro (PL) participar das chamadas motociatas sem fazer uso de capacete. Segundo o boletim de ocorrência da PRF, Genivaldo foi abordado pelos agentes por não utilizar o equipamento de segurança enquanto transitava no município de Umnaúba (SE). Para Torres, não cabe ao seu Ministério ou à PRF fazer o presidente seguir o código de trânsito. "Existem leis específicas que regulamentam a segurança da presidência", disse. "Se houver algum problema em relação a isso, a lei tem que ser revista", prosseguiu.

A audiência também contou com a presença do diretor-geral da PRF, Silvanei Vasques, que disse não fazer parte dos procedimentos da instituição o protocolo adotado contra Genivaldo. Segundo Vasques, os policiais envolvidos no caso foram completamente afastados de suas funções e não possuem mais acesso às instalações da corporação, armas e fardas.

O diretor-geral da PRF ainda comentou o caso do ex-agente rodoviário federal, Ronaldo Bandeira, que dias após o caso em Sergipe viralizou nas redes sociais por causa de um vídeo em que ensina alunos do curso preparatório Alfacom técnicas de tortura iguais às utilizadas no assassinato de Genivlado. Ele foi afastado após as imagens circularem.

"A gente não compactua com aquela fala. O que aconteceu em Sergipe nunca foi ensinado em nenhuma escola da PRF, na nossa universidade, em nenhum curso da nossa instituição. Não ocorreu nenhum tipo de orientação para aquele procedimento. A instituição considera aquele fato grave e vai trabalhar para a elucidação", afirmou.

Assim como o ministro da Justiça, o diretor-geral da PRF foi confrontado pelo fato de a corporação ter extinguido a disciplina de direitos humanos do quadro de atividades preparatórias de agentes. Segundo Vasques, a exclusão dessa área de conhecimento da matriz curricular dos policiais "foi uma questão de formalidade", pois o ensinamento da matéria passou a ser "transversal" em todos os campos de formação.

"A gente pegou os instrutores de direitos humanos e eles, de forma transversal, passaram a matéria em todas as disciplinas", disse. "A gente entende que dessa forma a temática consegue ser mais disseminada entre os alunos", justificou.

Motociata com Allan dos Santos

Torres foi questionado pelo deputado Paulo Teixeira (PT) por ter acompanhado Bolsonaro em uma motociata organizada em Los Angeles, nos Estados Unidos, durante a Cúpula das Américas. O ato contou com a participação do blogueiro bolsonarista Allan dos Santos, que encontra-se na condição de foragido após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinar sua prisão por divulgar notícias falsas atentatórias à separação dos Poderes. "É lícito o ministro da justiça conviver com foragidos da Justiça do seu país?, perguntou o parlamentar.

O ministro disse não ter se encontrado com Allan do Santos e que teria descoberto por meio da imprensa a presença dele no ato em apoio a Bolsonaro. Torres relativizou o fato de o blogueiro ser considerado foragido da Justiça brasileira porque, segundo ele, a Interpol não reconheceu a ordem de Moraes. A instituição analisa o caso para decidir se pode atuar, pois tanto o bolsonarista quanto autoridades brasileiras acusam o mandado de prisão de incorrer em perseguição política, o que impede a atuação da força policial internacional.

O presidente Jair Bolsonaro afirmou que o acordo de gás da "vaca muerta" com a Argentina está mantido, mas que o Brasil não deixará de importar gás da Bolívia.

"Presidente argentino, Alberto Fernandéz, continua em frente o nosso acordo de gás da Vaca Muerta. Pode ter certeza, será bom para nossos dois países e nós não deixaremos de continuar importando gás da Bolívia", disse, durante discurso, na IX Cúpula das Américas.

##RECOMENDA##

Um procedimento para investigar a necessidade de uso de câmeras de vídeo corporais por policiais rodoviários federais no exercício da função de policiamento extensivo foi aberto pelo procurador da República Flávio Matias, coordenador do Controle Externo da Atividade Policial em Sergipe. O objetivo é que o Ministério Público Federal acompanhe as abordagens da Polícia Rodoviária Federal que ocasionarem vítimas ou demandarem controle externo policial.

A investigação foi instaurada após a morte de Genivaldo de Jesus Santos na cidade de Umbaúba, em Sergipe. O homem foi trancado no porta-malas de uma viatura, transformado em uma "câmara de gás" pelos agentes da PRF.

##RECOMENDA##

Martias disse que esse foi o segundo caso envolvendo agressões por policiais rodoviários federais contra pessoas abordadas em Umbaúba (SE), tornando necessário analisar o uso de câmeras de vídeo corporais.

Segundo o procurador, a medida se mostra ainda mais necessário devido ao teor da primeira nota divulgada à imprensa pela PRF a respeito da morte de Genivaldo de Jesus, "na qual foram prestadas informações posteriormente contrariadas pelas gravações realizadas por pessoas que presenciaram a trágica abordagem, somente depois vindo a PRF a mudar de postura e a recriminar os graves atos praticados por seus agentes nesse caso concreto".

Em um segundo momento, quatro dias após a morte de Genivaldo, a PRF se posicionou afirmando que ‘assiste com indignação os fatos ocorridos’ e que não compactua com as medidas adotadas durante a abordagem, nem com ‘qualquer afronta aos direitos humanos’.

A partir da instauração da investigação, foram enviados ofícios às Secretarias de Segurança Pública dos 26 Estados e do Distrito Federal, requisitando informações sobre uso de câmeras de vídeo corporais. As secretarias têm prazo de 15 dias para responder o ofício. Aquelas que forem favoráveis à medida proposta, devem encaminhar ao MPF cópias dos estudos técnicos e do termo de referência que subsidiam a decisão de adotar câmeras de vídeo corporais pelos policiais que atuam na atividade de policiamento ostensivo.

O senador Rogério Carvalho (PT-SE) apresentou no final de maio um projeto de lei que inclui, na cesta básica entregue no âmbito do Sistema de Segurança Alimentar e Nutricional (Sisan), a recarga de um botijão de gás liquefeito de petróleo (GLP) de 13 kg de uso doméstico (PL 1.384/2022).

De acordo com o projeto, quem for beneficiado com essa medida não pode ser atendido ao mesmo tempo pelo auxílio gás (previsto na Lei 14.237/2021) ou por programas estaduais de mesma natureza.

##RECOMENDA##

Populações vulneráveis

Ao defender sua proposta, Rogério Carvalho ressalta que “o preço do gás de cozinha tem comprometido de forma significativa o orçamento familiar, que já vem pressionado em decorrência dos efeitos da pandemia do coronavírus. E, para as populações mais vulneráveis, não há como substituir o gás de cozinha no preparo dos alimentos, o que o torna essencial na complementação da cesta básica”.

O senador cita levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) que aponta que "o preço do botijão de gás pode chegar a R$ 160,00, o que representa mais de 10% do valor do salário mínimo vigente em 2022".

Rogério Carvalho também afirma que "a inclusão do refil do gás de cozinha na cesta básica ampliará o escopo dos programas e ações do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sisan), que tem por objetivo a promoção de uma alimentação adequada, suficiente e regular, especialmente para as comunidades vulneráveis".

*Da Agência Senado

Seis anos antes de ser asfixiado por spray de pimenta e gás lacrimogêneo em uma viatura da Polícia Rodoviária Federal (PRF), em Umbaúba, no sul de Sergipe, Genivaldo de Jesus Santos foi absolvido por falta de provas em um processo por resistência à prisão e desacato a policiais militares. Na ação, concluída em março de 2016, um laudo psiquiátrico comprovou que ele tinha esquizofrenia e, de acordo com o juiz que analisou o caso, ele não conseguia compreender atos ilícitos.

As informações foram obtidas pelo Estadão no Tribunal de Justiça de Sergipe. Relatos de testemunhas e os depoimentos colhidos no processo 201187001443 mostram semelhanças entre aquela abordagem policial e o episódio que culminou com a morte de Genivaldo no dia 25.

##RECOMENDA##

Em 27 de novembro de 2011, o policial militar Paulo Sérgio Rocha Souza atendeu a uma denúncia de uma pessoa com arma de fogo em um bar no povoado Queimada Grande. No local, o policial afirmou que Genivaldo resistiu à revista e, por isso, ele teve de usar a força para revistá-lo, algemá-lo e levá-lo à delegacia. Tadeu Almeida Guimarães, outro policial na ocorrência, adotou linha semelhante em seu depoimento. Os dois apresentaram pequenas divergências sobre os xingamentos que teriam ouvido.

A testemunha de defesa, José Raimundo de Jesus Souza, afirmou que não houve discussão e que Genivaldo parecia não entender o que se passava. Ao ser interrogado, o réu na ocasião disse que se recordava apenas de uma confusão no bar e não abriu as pernas porque elas "entrevou" (sic).

Laudo psiquiátrico solicitado pela defesa de Genivaldo e acatado pelo Ministério Público atestou que ele sofria de esquizofrenia. A data do despacho é dezembro de 2014. "Nós mostramos que ele não tinha condições de se autodeterminar por causa dos problemas mentais", conta o advogado Espedito Pereira Lima, que defendeu Genivaldo no caso.

A juíza Karyna Torres Gouveia Marroquim concordou com a tese da defesa e determinou um curador para acompanhar o processo. "A expert asseverou que a anomalia mental é preexistente ao fato, sendo o examinado, ao tempo da ação, incapaz de entender o caráter ilícito do fato", determinou.

Na conclusão do processo, em 14 de março de 2016, a juíza absolveu Genivaldo dos crimes de resistência e desacato por falta de provas. "O acervo probatório não é suficiente para comprovar os fatos narrados na denúncia", escreveu.

Para o advogado Espedito Pereira Lima, o episódio de 2011 traz semelhanças com a tragédia de 2022. "Ele disse que não levantou as mãos porque não se achava um bandido", recorda-se o defensor. "Ele era um caboclo, uma pessoa da roça, e tinha dificuldade para se expressar", completa. Questionada pelo Estadão, a Polícia Militar de Sergipe não se pronunciou sobre a abertura da ação penal em 2011 e a absolvição de Genivaldo cinco anos depois.

No dia 25 de maio passado, Genivaldo foi abordado por três policiais rodoviários no km 180 da BR-101, em Umbaúba. Segundo boletim de ocorrência, ele foi parado por não usar capacete enquanto dirigia uma motocicleta. Imagens feitas por populares e familiares mostram quando os agentes pedem que ele coloque as mãos na cabeça e abra as pernas para a revista. Durante a ação, Genivaldo foi alvo de xingamentos, rasteira e chutes, antes de ser imobilizado e amarrado.

Genivaldo foi colocado no porta-malas do carro da PRF e os policiais jogam gás e fecham o compartimento. Wallison de Jesus, sobrinho da vítima, diz ter avisado aos policiais que o tio tinha transtornos mentais. No boletim de ocorrência, os agentes dizem que o homem teve um "mal súbito" no trajeto para a delegacia e foi levado para o Hospital José Nailson Moura, onde faleceu.

O diretor executivo da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Jean Coelho, foi dispensado das suas funções nesta terça-feira, 31, conforme publicação no Diário Oficial da União (DOU), assinada pelo Ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira. Também foi dispensado o diretor de inteligência, Allan da Mota Rebello.

A dispensa ocorre uma semana depois da morte de Genivaldo de Jesus Santos, de 38 anos, vir à tona. O homem foi amarrado e posto no porta-malas de uma viatura da corporação, que foi transformada por agentes em uma "câmara de gás", em uma alegada tentativa de contê-lo durante uma abordagem de trânsito. A vítima morreu. Imagens do ocorrido foram divulgadas em redes sociais e causaram comoção.

##RECOMENDA##

A relação entre a dispensa dos diretores e esse caso não foi esclarecida pelo governo.

Em nota, a PRF havia informado que, durante a abordagem da equipe, Genivaldo reagiu de forma agressiva e precisou ser contido com técnicas de imobilização e instrumentos de menor potencial ofensivo. O órgão disse ainda que abriu procedimento disciplinar para averiguar a conduta dos policiais envolvidos, que foram afastados.

Além da apuração aberta na esfera criminal, para acompanhar as investigações sobre a responsabilidade dos policiais pela morte de Genivaldo, a Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão abriu uma apuração no âmbito cível sobre "violações aos direitos dos cidadãos e, em especial, aos direitos das pessoas com deficiência". Segundo a família de Genivaldo, o homem sofria de esquizofrenia e fazia uso de medicamentos há 20 anos.

Cinco dias após a morte do motociclista Genivaldo dos Santos em Sergipe, o presidente Jair Bolsonaro lamentou nesta segunda-feira, 30, o ocorrido. Genivaldo faleceu após ser trancado numa viatura da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em que os agentes jogaram gás de pimenta. Cobrado sobre a posição do governo em relação ao caso, Bolsonaro criticou a imprensa, disse que é preciso respeitar o devido processo de investigação do caso e também lamentou a morte de policiais rodoviários no Ceará.

No caso de Genivaldo, as cenas de agressão foram filmadas por populares na cidade de Umbaúba (SE) na semana passada. Após ser imobilizado pelos policiais, ele foi colocado numa viatura em que os agentes jogaram gás de pimenta. A PRF abriu sindicância para apurar.

##RECOMENDA##

"Lamento o ocorrido, há duas semanas, com dois policiais rodoviários federais (no Ceará, quando um morador de rua com transtornos mentais tomou a arma de um dos agentes e atirou contra a dupla)", declarou Bolsonaro, emendando que também lamentava o óbito de Genivaldo.

"É tratamento isonômico, vai ser seguida a lei. A gente lamenta o ocorrido nos dois episódios, e vamos de acordo com órgão competente, o Ministério Público, a PRF. Não podemos generalizar", declarou Bolsonaro, durante visita a Recife para inspecionar as ações do governo federal de ajuda a vítimas das enchentes na cidade.

O presidente elogiou a atuação da PRF e disse que os policiais rodoviários são os primeiros a chegar quando há um acidente na estrada. "A PRF faz um trabalho excepcional para todos nós. Nos momentos difíceis são os primeiros a chegar. A Justiça vai decidir esse caso e será feita justiça sem exageros e sem pressão por parte da mídia que sempre tem tomado o lado da bandidagem, sempre tomam as dores do outro lado. Vamos ter o devido processo legal e fazer justiça", disse o presidente.

Conforme mostrou o Estadão, portarias do governo federal desde 2019 têm ampliado a atuação da PRF em operações contra o crime. A corporação federal também participou das ofensivas da polícia fluminense na favela da Vila Cruzeiro, na zona norte, que terminou com 23 mortos.

Agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) envolvidos na morte de Genivaldo de Jesus Santos, morto na quarta-feira (25), em uma viatura da corporação transformada em "câmara de gás" em Umabaúba, no interior do Sergipe, classificaram o falecimento do homem de 38 anos como uma "fatalidade desvinculada da ação policial legítima". Em comunicação de ocorrência policial (COP), cinco agentes narraram que foi empregado "legitimamente o uso diferenciado da força" no caso, registrando que foram usados gás de pimenta e gás lacrimogêneo para "conter" Genivaldo.

O documento dos PRFs atribuiu à vítima supostos "delitos de desobediência e resistência". Ele foi lavrado pelos policiais rodoviários federais Clenilson José dos Santos, Paulo Rodolpho Lima Nascimento, Adeilton dos Santos Nunes, William De Barros Noia e Kleber Nascimento Freitas, que se apresentaram como a "equipe de motopoliciamento tático que efetuava policiamento e fiscalização" em Umbaúba.

##RECOMENDA##

"Por todas as circunstâncias, diante dos delitos de desobediência e resistência, após ter sido empregado legitimamente o uso diferenciado da força, tem-se por ocorrida uma fatalidade, desvinculada da ação policial legítima", registra a COP.

A comunicação de ocorrência policial narra que a abordagem de Genivaldo se deu pelo fato de ele conduzir uma moto sem capacete, sustentando que o "nível de suspeita da equipe" foi levantado após o homem não seguir ordem para erguer sua camisa. De acordo com testemunhas e diversas imagens divulgadas em redes sociais, Genivaldo obedeceu à ordem de parada dos agentes, colocou as mãos sobre a cabeça e foi revistado.

Os policiais alegaram que "devido à reiterada desobediência aos comandos legais" e em função da "agitação" de Genivaldo, foi "necessário realizar sua contenção". "Diante disso, a equipe necessitou utilizar técnicas de imobilização, sem êxito, evoluindo para o uso das tecnologias de menor potencial ofensivo, com o uso de espargidor de pimenta e gás lacrimogêneo, únicas disponíveis no momento", diz trecho do documento.

Genivaldo esboçou reação após policiais o questionaram sobre cartelas de comprimidos encontrados em seu bolso. Segundo familiares, Genivaldo sofria de esquizofrenia e andava constantemente com os remédios que necessitava. Os agentes usaram spray de pimenta para derrubar e imobilizar Genivaldo, sendo que um deles chegou a colocar o joelho em seu pescoço. Em seguida, ele foi amarrado e colocado no porta-malas do camburão.

Os PRFs narram ainda que Genivaldo estava "plenamente consciente" antes de a viatura partir para a delegacia de Polícia Civil. Segundo os agentes, durante o trajeto, "o conduzido começou a passar mal", sendo socorrido prontamente. "A equipe seguiu rapidamente para o hospital local, onde foram adotados os procedimentos médicos necessários, porém, possivelmente devido a um mal súbito, a equipe foi informada que o indivíduo veio a óbito", registra a comunicação de ocorrência policial.

Asfixia

Laudo do Instituto Médico Legal (IML) de Aracaju indica que a morte de Genivaldo se deu por asfixia mecânica e insuficiência respiratória aguda. De acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP) de Sergipe, outros exames foram realizados para detalhar as causas e os laudos complementares ainda serão emitidos.

Como mostrou o Estadão, a Polícia Federal abriu inquérito para apurar as circunstâncias da morte de Genivaldo. A abertura da apuração foi divulgada no final da manhã desta quinta-feira, 26, pela unidade da corporação em Sergipe, horas antes de o ministro Anderson Torres se pronunciar sobre o caso. A PF em Sergipe diz que o inquérito foi instaurado por iniciativa própria.

A PRF abriu processo disciplinar para investigar a conduta dos agentes envolvidos e informou que os agentes foram afastados de atividades de policiamento. As apurações são acompanhadas pelo Ministério Público Federal.

A reportagem apurou que três PRFs envolvidos na abordagem se apresentaram à Polícia Federal em Sergipe logo depois do ocorrido em Umbaúba. Eles foram ouvidos pelos investigadores, mas devem ser intimados a prestar mais depoimentos ao longo do inquérito. As investigação também conta com a atuação de peritos da PF em Brasília, que estão se dirigindo à Sergipe. Há a possibilidade de que esses agentes realizem uma reconstituição do crime.

A reportagem busca contato com os envolvidos. O espaço está aberto para manifestações.

O tenente-coronel aposentado da Polícia Militar do Estado de São Paulo Adilson Paes de Souza afirmou que a morte de Genivaldo de Jesus Santos segue uma lógica de atuação das forças de segurança, que são orientadas pelo combate ao "inimigo". "Eu não falo em operação policial, falo em ato de extermínio", disse o mestre em Direitos Humanos e doutor em psicologia escolar e do desenvolvimento humano pela USP, em entrevista à Rádio Eldorado.

Genivaldo foi morto após ser trancado no porta-malas de uma viatura da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e aspirar um gás lançado pelos policiais, em Umbaúba, no sul de Sergipe.

##RECOMENDA##

Souza explicou que existe uma doutrina dentro das forças de segurança que embasa esse tipo de atuação. "Existem dois currículos nas forças de segurança. Um oficial, escrito pelas normas - embora pouca gente tenha acesso a ele, porque não há transparência -, que tutelam os direitos humanos, as garantias constitucionais e a preservação da vida. E existe um outro 'currículo oculto' e cultural, que é o que existe no dia a dia, que ensina aos alunos a promover a segurança pública dentro de uma lógica de eliminação do inimigo. Esse currículo é forte e sobrepõe as normas oficiais", declarou.

De acordo com o especialista, atos de violência e de homicídio constituem "um importante ritual de passagem para o policial ser aceito (entre os demais) e ser visto como um policial que merece respeito, admiração e prestígio".

"Os órgãos de segurança pública, não importa se são militares ou civis, estão militarizados no sentido de que obedecem uma lógica de que determinadas pessoas - de acordo com a raça, condição social e orientação política - não são consideradas pessoas tuteladas de direitos, são consideradas inimigas ou objetos descartáveis", disse Souza. "E esse aspecto permaneceu intocado desde a redemocratização".

O tenente-coronel aposentado diz ainda que dentro da polícia há espaço para o racismo estrutural, intolerância política, religiosa e a questões de gênero. "Mas o inimigo pode ser simplesmente aquele que questiona a ação da polícia, que foi o que aconteceu com Genivaldo", afirmou.

Para Souza, há uma omissão por parte dos superiores das forças policiais que, segundo ele, deveriam tomar providencias legais urgentes e imediatas. "(Essa omissão) mostra muito bem o desprezo pela vida", afirmou.

"Precisamos que as instituições atuem. Temos um Ministério Público (MP) omisso. Os policiais deveriam ser autuados em flagrante delito no momento, mas nem a polícia, nem o MP fizeram nada", disse. "Se isso acontece com qualquer outra pessoa, que não fosse policial, ela é presa em flagrante delito na hora".

O especialista em Direitos Humanos comentou também sobre a postura do presidente da República, Jair Bolsonaro, afirmando que suas falas estimulam uma atuação letal das polícias. "Ele não tem adversário político, tem oponentes a serem eliminados. Há uma identificação muito grande por parte dos policiais com o presidente, por tudo que Bolsonaro faz, fala e por nada acontecer", disse.

Ação policial na Vila Cruzeiro

Souza falou ainda sobre a operação policial que deixou ao menos 23 mortos e 7 feridos na Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha, na zona noirte do Rio de Janeiro, na última terça-feira, 24. A ação, que envolveu agentes do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar (PM), da Polícia Federal (PF) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF) , já é a segunda mais letal do Rio.

"O ato no Rio de Janeiro deve ser entendido com um ato político de desmoralização do Supremo Tribunal Federal (STF) e preparação do terreno para uma eventual ruptura institucional. O risco existe", afirmou o tenente coronel aposentado, se referindo à fala do secretário da Polícia Militar, o coronel Luiz Henrique Marinho, que disse que a migração de traficantes de outros Estados e de outras favelas estaria ligada à decisão do STF que limita operações policiais em comunidades do Estado por causa da pandemia.

De acordo com a PM do Rio de Janeiro, a operação tinha como objetivo prender chefes do Comando Vermelho de diferentes Estados, que estariam escondidos na Vila Cruzeiro, de onde comandariam o crime organizado pelo País. Ninguém foi preso na ação. Foram apreendidos 13 fuzis, 4 pistolas, 12 granadas e 20 veículos supostamente de criminosos.

A morte de Genivaldo de Jesus Santos, de 38 anos, nesta quarta-feira (25), em Sergipe, durante abordagem da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a participação da corporação em ações em conjunto com outras polícias nas comunidades carentes do Rio, como a que terminou com 23 mortes, na terça-feira (24), exigem uma rediscussão sobre o papel das forças de segurança, defende o coordenador do Núcleo de Controle Externo da Atividade Policial no Ministério Público Federal (MPF) do Rio, o procurador da República Eduardo Benones. As imagens da operação na capital fluminense e de Genivaldo preso no porta-malas de uma viatura tomada por gás lacrimogêneo correram o País.

Benones vê semelhanças da morte de Genivaldo com o caso de George Floyd, há dois anos nos EUA, em que policiais causaram a morte de um homem negro por asfixia mecânica. O episódio desencadeou uma série de protestos contra a desigualdade racial em várias cidades americanas. "As duas imagens são estarrecedoras. É resultado do 'dane-se', que é quando você sabe o que pode ocorrer, mas não se importa", afirma.

##RECOMENDA##

Genivaldo morreu após ser preso no porta-malas de uma viatura da PRF tomada por gás lacrimogêneo em Umbaúba, interior de Sergipe. O laudo do óbito apontou asfixia. Segundo familiares, ele era esquizofrênico e tomava remédios controlados. "Dificilmente não será enquadrado como negligência ou homicídio doloso", diz o Procurador.

A PRF, que abriu processo disciplinar sobre o caso, ainda não informou qual foi o número de agentes afastados. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, disse nesta quinta-feira (26) ter determinado a abertura de investigações pelas Polícia Federal (PF) e pela PRF sobre o assassinato. Em nota, a corporação rodoviária ainda disse estar "comprometida com a apuração inequívoca" do caso em Sergipe, "colaborando com as autoridades. A instituição reforçou ainda "seu compromisso com a transparência e isenção".

Em uma semana, a PRF se envolveu em duas ações que terminaram em mortes e questionamentos sobre sua atuação. Segundo o procurador, o caso da capital fluminense é um exemplo do que virou hábito da PRF, notificar o Ministério Público Federal poucas horas antes das operações em favelas.

Benones diz que o caso está sendo apurado, mas vê poucas possibilidades de que a presença da PRF ali se justifique. "Só se justificaria a presença se a operação do Bope (batalhão especial da polícia fluminense) fosse em uma rodovia. Nesse caso, a polícia rodoviária deveria ser notificada até para evitar problemas. Agora, ir parar dentro de uma comunidade?".

A ação na Vila Cruzeiro envolveu agentes do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar, da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal, com apoio de blindados e de um helicóptero. De acordo com a PM, a operação tinha como objetivo prender chefes do Comando Vermelho de diferentes Estados. Eles estariam escondidos na favela na zona norte carioca, de onde comandariam o crime organizado pelo País. Ninguém foi preso. Foram apreendidos 13 fuzis, 4 pistolas, 12 granadas e 20 veículos supostamente de criminosos.

Agora, ele quer levar a apuração à frente e pautar a discussão sobre o comportamento da corporação. "Isso (ação policial na Vila Cruzeiro, com participação da PRF) já havia acontecido em fevereiro, com oito mortes, e depois disso parece que não foi discutido o bastante. Vamos levar isso à frente. A decisão do STF existe para proteger a comunidade no período de pandemia, que ainda não terminou, e prevê que as ações podem ocorrer em casos de exceção", diz ele, em referência à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), de junho de 2020, que restringiu ações policiais em favelas cariocas por causa da crise sanitária.

"O que era para ser excepcional, porém, virou regra." Incomoda ao procurador o argumento que se difunde, sem comprovação, que as mortes seriam de bandidos. "Se o Ministério Público e a Justiça aceitarem essa ideia será o mesmo que aceitar a própria falência", finaliza.

LeiaJá também

--> Vídeo: homem morre sufocado em abordagem da PRF

--> PF abre inquérito sobre morte de homem em viatura da PRF

--> Morte em viatura da PRF pode ser classificada como tortura

--> 'Câmara de gás': PRF afasta agentes envolvidos após morte

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) afastou os agentes envolvidos no caso de Genivaldo de Jesus Santos, de 38 anos, morto em uma viatura da corporação nessa quarta-feira, 25, em Umabaúba, no interior do Sergipe. O caso provocou consternação nacional após circularem as imagens do homem preso no porta-malas de uma viatura da PRF tomada por gás lacrimogêneo. A vítima morreu asfixiada e, segundo familiares, sofria de esquizofrenia.

O órgão, que abriu processo disciplinar sobre o caso, não informou qual foi o número de agentes afastados. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, disse nesta quinta-feira, 26, ter determinado a abertura de investigações pelas Polícia Federal (PF) e pela PRF sobre o assassinato.

##RECOMENDA##

No Twitter, Torres escreveu que o objetivo da pasta é "esclarecer o episódio com a brevidade que o caso requer". A PRF informou em nota à imprensa que "está comprometida com apuração inequívoca das circunstâncias relativas à ocorrência".

Em nota, a PRF disse estar "comprometida com a apuração inequívoca das circunstâncias relativas à ocorrência, colaborando com as autoridades responsáveis pela investigação". A instituição reforçou ainda "seu compromisso com a transparência e isenção,valores que sempre marcaram sua atuação em 93 anos de história".

Os agentes envolvidos na ocorrência alegam que a vítima resistiu à abordagem e precisou ser contida com armas não letais. Nos vídeos que circulam na internet com o registro do ocorrido, os agentes rodoviários aparecem pressionando a perna de Genivaldo contra o porta-malas, a essa altura tomado por fumaça. É possível ouvir os gritos da vítima, enquanto cidadãos que filmam o caso dizem que a ação levaria a morte do homem.

Um sobrinho de Genivaldo contou que o tio foi abordado quando pilotava uma motocicleta. Ele transitava de moto pela BR-101, na área urbana de Umbaúba, quando foi parado pelos policiais rodoviários federais. De acordo com testemunhas e imagens divulgadas em redes sociais, Genivaldo obedeceu a ordem de parada, colocou as mãos sobre a cabeça e foi revistado.

Quando os policiais o questionaram sobre cartelas de comprimidos encontrados em seu bolso, ele esboçou uma reação. Os policiais usaram spray de pimenta para derrubar e imobilizar o homem. Um dos agentes chegou a colocar o joelho em seu pescoço. Em seguida, ele foi amarrado e colocado no porta-malas do camburão.

Genivaldo foi levado para a delegacia da Polícia Civil, onde foi constatado que a vítima estava desacordada. Ele ainda foi levado ao Hospital José Nailson Moura, onde posteriormente foi atendido e constatado o óbito. O corpo foi levado para perícia no Instituto Médico-Legal (IML) de Aracaju.

A morte de Genivaldo de Jesus Santos, de 38 anos, por asfixia após ser mantido no porta-malas de uma viatura da Polícia Rodoviária Federal (PRF) com o que aparenta ser gás lacrimogêneo pode ser caracterizada como prática de tortura. A avaliação é do diretor-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Renato Sérgio de Lima, que destaca que o recurso do gás não tem "papel de contenção individual".

As imagens da abordagem realizada nesta quarta-feira, 25, em Umbaúba, em Sergipe, repercutiram e causaram indignação nesta quinta-feira, 26. A Polícia Federal (PF) instaurou inquérito para apurar o caso, que terá a atuação também de integrantes do Ministério Público Federal (MPF). "Eles transformaram um instrumento de contenção em área aberta em uma prática que pode ser classificada inclusive como tortura, porque ele já estava contido", apontou Lima.

##RECOMENDA##

eia a seguir a entrevista do especialista, que comenta ainda sobre outros episódios envolvendo a PRF, como a operação com 25 mortos na Vila Cruzeiro nesta semana.

Como avalia a abordagem da PRF que resultou na morte de um cidadão de Sergipe?

Do ponto de vista técnico a abordagem da PRF tem vários problemas, a começar que bomba de efeito moral, gás lacrimogêneo, não tem o papel de contenção individual. É para dispersar manifestações e contenção de um número grande de pessoas. O manual de procedimentos da PRF a princípio não foi observado. O que existe para contenção individual é o uso gradual da força que exige armas de choque, que talvez eles não tivessem.

Eles transformaram um instrumento de contenção em área aberta em uma prática que pode ser classificada inclusive como tortura, porque ele já estava contido. Adotaram um procedimento completamente irregular diante do manual de procedimento que o Ministério Público Federal vai ter que apurar. Um instrumento usado contra as orientações técnicas e com ele já contido dentro da viatura. As imagens precisam ser custodiadas para que possam ser analisadas.

O que essa guarnição fez é extremamente grave porque não é só um problema político ou uma acusação de mal procedimento. É um erro formal e precisa ser apurada a responsabilidade. Se cometerem por desvio de conduta da patrulha, ou se há uma orientação institucional para que esse tipo de medida seja adotada, contrariando todas as regras adotadas no mundo todo.

É possível colocar esse caso no contexto de outras ações policiais violentas, como a morte de 25 pessoas no Rio?

Tivemos na semana passada o caso de dois policiais rodoviários federais que foram mortos aparentemente por uma pessoa que estava em surto psicótico. A conexão possível é de que a PRF não está fornecendo os equipamentos necessários aos policiais para que eles possam exercer o protocolo. No Ceará, dois policiais fizeram uma abordagem que deu espaço para que o assassino pegasse a arma de um deles e atirasse e, no caso de Sergipe, talvez eles estivessem influenciados pelo caso anterior, ou seja, faltou equipamento, não tinham treinamento necessário, portanto a questão é institucional.

Nesse ponto dá para chamar a atenção sobre o Rio de Janeiro. Se está faltando equipamento de abordagem nas rodovias, o que a polícia está fazendo fora da sua atividade, com a Polícia Militar na comunidade da Vila Cruzeiro? Nesse ponto a gente pode questionar por que estava em desvio de função na Vila Cruzeiro, se as condições de trabalho dos próprios policiais levam eles a morrerem, de um lado, ou cometerem um ato completamente fora do padrão e mataram uma pessoa que estava fora de si.

Qual o peso da chancela policial no chancela presidencial às ações policiais com mortes, como no caso do Rio?

O peso da chancela presidencial no caso do Rio é muito importante porque, no meu ponto de vista, é uma operação que começa com a polícia militar dizendo que estava monitorando os presos, atividade investigação, que é da Polícia Federal e da Polícia Civil. Quando o presidente elogia, na verdade ele se desresponsabiliza da tarefa de combater o crime interestadual, que é uma atividade típica da Polícia Federal.

Nesse tipo de operação, quem deveria estar liderando é uma dessas polícias, jamais a Polícia Militar, que só podia estar dando apoio. É uma operação que foi feita pela PRF e pela PM, com apoio da Polícia Federal. É uma inversão do trabalho de investigação. Há um desvio aqui muito forte e ninguém está discutindo isso.

Para uma operação que resultou em 25 mortes, apreender 12 fuzis, paralisar escolas, postos de saúde. Vale a pena parar a vida de 75 mil pessoas para dar conta de apreender 12 fuzis? Matar 25 pessoas, algumas ainda não identificadas? Mas como isso é em campanha (eleitoral), o presidente se antecipa, elogia e com isso vira tudo uma questão ideológica, esquerda versus direita, bandidolatria versus direitos humanos. Vai criando uma confusão. Tecnicamente é uma medida desproporcional e significa um enorme processo de radicalização das polícias brasileiras. Elas tomam a decisão do que fazer e como fazer, sem a interveniência de outros órgãos.

Isso representa uma ameaça de descontrole? Como pode ser evitada?

Isso é extremamente ruim para a sociedade. As polícias são necessárias, elas precisam estar ocupadas, mas elas não decidem o que vão fazer e quando vão fazer e ficam sem supervisão. É necessário que a tomada de decisões seja feita em um campo político e estratégico que não cabe às polícias. Elas têm o papel tático operacional inclusive para decidir que não iam entrar naquela comunidade de 75 mil pessoas e postergar para fazer depois como a própria PM já tinha feito tempos atrás numa apreensão de fuzis.

A gente vê uma radicalização acentuada porque quando a gente não controla o que a polícia faz, ela assume o lugar do dirigente. Quando o dirigente se abstém de tomar uma decisão, a polícia decide. E para ela é mais importante ir lá e fazer o enfrentamento. E aí tivemos escolas paradas, postos de saúde parados, as pessoas não puderam circular, ficaram dentro de casa com medo. Isso é uma boa ação? É válido para uma ação de combate ao crime?

São questões que mostram que incentivar o descontrole, no fundo é submeter as pessoas ao domínio do medo, domínio do terror. Não é falar mal da polícia, é fazer que ela trabalhe bem e que esteja a serviço da ideia que está prevista na Constituição, que segurança é um direito fundamental e condição para o exercício de outros direitos, como ir e vir, liberdade, saúde, educação, e isso não está sendo observado.

A Polícia Federal (PF) em Sergipe instaurou inquérito para apurar as circunstâncias da morte de Genivaldo de Jesus Santos, de 38 anos, após ser trancado no porta-malas de uma viatura da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e aspirar um gás lançado pelos policiais, em Umbaúba, no sul do Estado. A corporação diz que já iniciou as diligências sobre o caso.

O Ministério Público Federal também abriu um procedimento sobre o caso, no sentido de acompanhar as investigações sobre a morte de Genivaldo. O despacho foi assinado pelo procurador Flávio Pereira da Costa Matias, coordenador do Controle Externo da Atividade Policial.

##RECOMENDA##

A Procuradoria requisitou informações à Delegacia de Polícia Civil de Umbaúba e oficiou a PRF em busca de informações sobre processo administrativo que vai apurar a abordagem policial. Foi dado prazo de 48 horas para que os órgãos repassem os dados.

À PF, foi solicitado o número do inquérito aberto sobre o caso. Matias determinou que, tão logo a informação chegue ao MPF, seja autuada imediatamente uma notícia de fato - apuração preliminar - para que o futuro procurador do caso acompanhe as investigações da PF, indicando as diligências que considerar necessárias e adotando "as demais medidas que reputar oportunas".

Genivaldo de Jesus Santos foi abordado na tarde desta quarta-feira, 25, imobilizado e colocado no interior do compartimento da viatura da PRF. Em seguida, os policiais lançaram um gás sobre a vítima e trancaram o porta-malas, relataram testemunhas. Imagens da ação foram divulgadas em redes sociais.

Laudo do Instituto Médico Legal (IML) de Aracaju indica que a morte de Genivaldo se deu por asfixia mecânica e insuficiência respiratória aguda. De acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP) de Sergipe, outros exames foram realizados para detalhar as causas e os laudos complementares ainda serão emitidos.

A Rússia cortará o fornecimento de gás natural à Finlândia a partir deste sábado (21) à 1h (pelo horário de Brasília), informou a operadora de energia finlandesa Gasum nesta sexta-feira (20). A interrupção é uma resposta à recusa da empresa em realizar os pagamentos dos contratos por meio de rublos, em meio a sanções ocidentais contra Moscou pela invasão da Ucrânia.

De acordo com a companhia, a medida não terá impacto na operação das estações de gás do país, que pretende substituir a oferta cortada por outras fontes. "Estamos nos preparando cuidadosamente para essa situação e, desde que não haja interrupções na rede de transporte de gás, poderemos fornecer gás a todos os nossos clientes nos próximos meses", disse o CEO da Gasum, Mika Wiljanen.

##RECOMENDA##

Nesta semana, a Finlândia se juntou à Suécia e formalizou o pedido de adesão à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), em uma decisão que rompeu décadas de neutralidade militar. O Kremlin prometeu tomar medidas retaliatórias.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando