A briga pelo acesso na Série B segue bastante acirrada. Se Vasco e Atlético-GO parecem ter a classificação praticamente encaminhadas para a primeira divisão do campeonato brasileiro, as outras duas vagas seguem sendo disputadas por, pelo menos cinco equipes. A diferença do 3º colocado da competição para o 7º é de apenas seis pontos. Nesse grupo que luta pelo acesso nas seis rodadas finais do nacional está o Náutico, 5º colocado com 51 pontos. Sob o comando de Givanildo Oliveira, o clube entrou de vez na briga após manter uma invencibilidade de oito jogos, e consequentemente a isso, empolgar a torcida que voltou a comparecer em peso aos jogos do Timbu na Arena Pernambuco. Porém, um retrospecto bem recente pesa contra os alvirrubros nessa luta pela participação na Série A de 2017.
Qualquer torcedor do Náutico já ouviu como chacota dos rivais tricolores e rubro-negros a expressão ‘morreu na praia’. E ela tem explicação nos insucessos conquistados pelo clube ao longo da sua história onde mesmo com boas campanhas não consegue alcançar seu objetivo final nos torneios em que disputa. Não faltam exemplos já que o alvirrubro está há 12 anos sem conquistar um título de qualquer competição. Por isso, até aquele mais otimista alvirrubro que viu o gol de Igor Rabello contra o Ceará como o símbolo de que a volta à Série A não escapa neste ano ainda se mantém com um pé atrás para não colecionar mais uma decepção caso o time se mantenha na Série B.
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Pernambucano de 2016
O mais recente exemplo aconteceu ainda neste ano, no primeiro semestre. Sob o comando do técnico Gilmar Dal Pozzo, o Náutico teve um início de estadual arrasador e terminou a primeira fase na liderança da competição com sete vitórias, dois empates e apenas uma derrota, além de 12 pontos a mais que o Santa Cruz, 4º colocado e adversário na semifinal. A confiança num retorno à final do pernambucano era tanta que no primeiro jogo da semifinal, no Arruda, a torcida alvirrubra lotou o setor destinado a ela. No entanto, veio o balde de água fria ao ver a Cobra Coral vencer o jogo por 3 a 1. Já com poucas esperanças em uma reviravolta, a empolgação para o segundo jogo diminuiu e mesmo aqueles que ainda acreditavam viram uma nova derrota, dessa vez por 2 a 1 na Arena Pernambuco e o sonho do retorno do grito de ‘É campeão!’ ser adiado mais uma vez.
Série B de 2015
Outro exemplo a parte veio na Série B do ano passado, onde assim como nesta temporada o Náutico iniciou a competição desacreditado, mas surpreendeu a todos com um bom início de brasileiro, ficando invicto nas seis rodadas iniciais da competição e se mantendo por um bom tempo na parte de cima da tabela. Mas, logo em seguida, veio o primeiro indício de desconfiança. O time começou a oscilar na competição o que custou o emprego do técnico Lisca. Gilmar Dal Pozzo chegou ao Timbu e deu um novo gás a equipe, conquistando vitórias importantes, porém na reta final da competição voltou a repetir tropeços vistos anteriormente e terminou a competição na 5ª colocação, com 63 pontos, dois a menos que o 4º colocado, América-MG.
Pernambucano de 2014
Nesses 12 anos sem título, em 2014 foi quando o Náutico mais esteve perto de quebrar esse jejum. Terminando o hexagonal do título na liderança, o Timbu se credenciou para enfrentar o Salgueiro nas semifinais e, ao passar pelas finais, iria enfrentar o Sport na decisão do estadual. A grande expectativa, contudo, novamente deu lugar a frustração ao perder os dois jogos da decisão para o Leão por 2 a 0 na ida e 1 a 0 na volta, mantendo assim a escrita de frustrações para a torcida.
Série B de 2005
Exemplo mais emblemático para a torcida alvirrubra de que sempre é necessário ter um pé atrás com o time. Com certeza, todo torcedor do Náutico tem guardado na memória aquele fatídico 26 de novembro de 2005, quando teve o acesso encaminhado para a Série A claramente encaminhado em duas oportunidades, mas esbarrou nos pênaltis desperdiçados por Bruno Carvalho e Ademar e, em seguida, viu o Grêmio com sete jogadores em campo - após ter quatro atletas expulsos - balançar as redes com Anderson e vencer a partida por 1 a 0, subindo assim para primeira divisão e deixando o Náutico na segunda.
Pernambucano de 1969
A mais antiga decepção do Náutico. Vindo de um dos melhores períodos da sua história, o hexacampeonato pernambucano, conquistado nos anos de 63, 64, 65, 66, 67 e 68, o clube alvirrubro parecia que iria entrar no Pernambucano de 1969 novamente como favorito a mais um título estadual, o sétimo consecutivo. Porém, a perda de importantes jogadores da sequência vitoriosa afetou o desempenho da equipe em campo. Ivan, Nino e Lala deixaram a Rosa e Silva naquela temporada. Acostumados a comemorar títulos, os alvirrubros viram o Santa Cruz sair vitorioso naquele ano e iniciarem a sequência vitoriosa de cinco títulos consecutivos.
Outro lado...
Se o acúmulo de insucessos no Náutico é vasto ao longo dos anos, existem também temporadas em que o Timbu, mesmo desacreditado, conseguiu surpreender a todos. Exemplos que podem ser utilizados em 2016 para a equipe se inspirar na busca pelo acesso, apesar de ter iniciado a Série B sem muita expectativa de que um retorno para a primeira divisão seria possível. Anos de acesso e títulos contaram assim como na situação atual com o forte apoio das arquibancadas.
Série B de 2011
Com uma campanha quase irretocável, o Náutico de 2011 terminou a Série B só não sendo melhor que a Portuguesa. O Timbu conquistou o acesso com o vice-campeonato da competição com 64 pontos, enquanto os paulistas subiram com extrema facilidade tendo feito 81 pontos. Vindo de uma decepção no Campeonato Pernambucano, onde novamente teve uma excelente primeira fase, mas caiu nas semifinais para o Sport, o Timbu iniciou a competição sendo goleado pela Lusa por 4 a 0. Mas o que aparentaria ser mais um ano de agonia, se tornou uma das melhores campanhas da equipe na era dos pontos corridos. Foram ao todo 25 rodadas dentro do G4, com 17 vitórias, 13 empates e oito vitórias. Comandado por Waldemar Lemos, o time ainda teve o artilheiro da Série B, o atacante Kieza, com 21 gols, além de outros importantes atletas como Ronaldo Alves, Elicarlos, Derley e Rogério.
Série B de 2006
Depois da frustração ocorrida em 2005, citada mais acima, o Náutico iniciou uma reformulação geral no time e não iniciou o pernambucano de forma empolgante, ficando fora novamente das finais da competição. Na Série B, com o comando de Roberto Cavalo, o Timbu teve um início irregular. A campanha acabou o derrubando antes mesmo da parada para a Copa do Mundo, veio Paulo Campos e teve um bom início com três vitórias nas suas três primeiras partidas. Encerrou para o mundial presente entre os primeiros colocados da competição. Após o mundial, o Timbu ainda conseguiu mais uma série de bons resultados, mas a oscilação vista com Cavalo começou a se apresentar novamente nos Aflitos e resultou na demissão de mais um treinador naquele Brasileiro, mesmo com o time ainda no G4. Veio então Hélio dos Anjos, assumindo o time após a 31ª rodada da Série B e ele foi o nome que reconduziu o Náutico a Série A daquele ano, após a vitória que lavou a alma de muitos alvirrubros sobre o Ituano, nos Aflitos, por 2 a 0, com gols de Luis Carlos Capixaba e Felipe. O Timbu retornava a Série A depois de 12 anos.
Pernambucano de 2004
Último título estadual do alvirrubro, o Náutico comandado por Zé Teodoro, Kuki, Marco Antônio, Jorge Henrique e Cia. Na final, diante do Santa Cruz, os timbus por pouco não viram o sonho de levantar a taça ir embora depois da derrota para os corais no primeiro jogo por 1 a 0 nos Aflitos. Porém, no segundo confronto, o Timbu conseguiu reverter a vantagem do Tricolor e levantar a taça do estadual no Arruda. A vitória foi conquistado por 3 a 0, com gols de Batata, Jorge Henrique e Kuki.
Pernambucano de 2001
Título que tirou o Náutico de uma fila de 11 anos sem conquistas. Com um orçamento menor que o dos adversários, o time foi comandado por Muricy Ramalho e liderou com folga o primeiro turno da competição. O segundo foi vencido pelo Santa Cruz. Nos dois jogos finais, o Timbu passou com facilidade pelos corais conquistando duas vitórias, na ida por 2 a 1 e a volta por 2 a 0. Diante de um público de quase 70 mil pessoas, Kuki e Thiago Tubarão balançaram as redes e garantiram o trófeu no ano do centenário do clube.
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