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Vários pinturas com mensagens anti-cristãs apareceram na Abadia da Dormição, em Jerusalém, construída no local onde segundo a tradição a mãe de Jesus teria morreu - um incidente semelhante ao sofrido por outros monumentos religiosos, informou neste domingo a polícia israelense.

"Encontramos mensagens contra o cristianismo escritas em preto sobre uma parede da Abadia da Dormição", disse uma porta-voz, acrescentando que a polícia iniciou uma investigação.

Durante anos, os ativistas de direita e colonos israelenses atacaram locais de culto cristãos e muçulmanos em Israel e nos territórios palestinos.

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Wadi Abunasar, porta-voz das igrejas católicas da Terra Santa, disse à AFP que entre os escritos dava para ler frases como "Que o nome de Jesus seja apagado" e "Morte aos cristãos infiéis inimigos de Israel". Ele também mencionou que havia um desenho de um machete ensanguentado dizendo "Que venha a vingança do povo de Israel".

O representante observou que este ataque é diferente de outros sofridos na mesma igreja, já que desta vez há uma chamada explícita à violência.

Esta abadia localizada em Jerusalém Oriental, a parte palestina da cidade ocupada e anexada por Israel, sofreu maio em 2014 um incêndio criminoso, em que foram queimadas cruzes e mobiliário da igreja.

Segundo a tradição cristã, neste lugar, localizado no Monte Sião, fora das muralhas da Cidade Velha, também foi realizada a Santa Ceia.

Dezenas de túmulos do cemitério de um monastério cristão, a oeste de Jerusalém, foram vandalizados, segundo anunciou neste sábado (9) o Patriarca Latino, que pediu às autoridades israelenses para encontrar os culpados. "As cruzes de vários túmulos foram destruídas e jogadas no chão", disse o patriarca em sua página na internet, informando que as ações "ocorreram em meados de dezembro". O monastério de Beit Jamal pertence à congregação dos Salesianos, e fica próximo à cidade israelense de Beit Shemesh.

Um porta-voz das igrejas católicas na Terra Santa, Wadi Abounassar, disse à AFP que não foram encontrados perto das tumbas nenhum lema anti-cristão, ao contrário das profanações e tentativas de atear fogo a diferente lugares cristão nos últimos anos, atribuídos a extremistas judeus. Uma profanação similar havia ocorrido no mesmo cemitério em 1981, recordou o patriarca, destacando que os autores não foram detidos. "Exigimos que tais fatos sejam tratados pelas autoridades israelenses com toda a seriedade", completou. O patriarca também pediu "à polícia e às autoridades israelenses, em geral, a fazer todo o possível" para levar diante da justiça os responsáveis pela profanação.

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O papa copta ortodoxo Tawadros II viajou nesta quinta-feira do Egito para Jerusalém, onde assistirá ao funeral do arcebispo de Jerusalém e do Oriente Médio, o padre Abraham, anunciou o porta-voz da Igreja. Esta é a primeira visita do titular do cargo à cidade em décadas.

Apesar do Egito ter assinado um tratado de paz com Israel em 1979, o antecessor de Tawadros II, o papa copta Shenuda III, falecido em 2012, depois de ter comandado a igreja durante 40 anos, havia proibido os fiéis de visitar Jerusalém antes de uma solução para o conflito israelense-palestino.

Seu predecessor, Cyrill VI, que liderou a instituição religiosa de 1959 a 1971, também não visitou Jerusalém, segundo indicou à AFP o porta-voz Bulus Halim. O papa copta Tawadros II "visitará Jerusalém para o funeral e nada mais", ressaltou o porta-voz. "A posição da Igreja continua a mesma", ressaltou.

Apesar da proibição aos coptas, dezenas de peregrinos visitam Jerusalém a cada ano, principalmente por ocasião da Páscoa ortodoxa. Os coptas ortodoxos representam de 6 a 10% da população egípcia e constituem a mais importante comunidade cristã do Oriente Médio.

Seis agentes de polícia serão demitidos depois do assassinato de uma jovem de 16 anos na marcha do Orgulho Gay de Jerusalém em julho, cometido por um ultraortodoxo, anunciou a instituição neste domingo. Uma investigação interna apontou os erros da polícia israelense, sobretudo em termos de inteligência, informou a mesma fonte.

"O suspeito do assassinato, que acabava de ser liberado da prisão depois de uma condenação por uma agressão similar durante uma marcha do Orgulho Gay anterior, pôde chegar ao local do desfile e passar pelos cordões de segurança sem dificuldades, explicou a polícia em comunicado.

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A polícia foi fortemente criticada após o incidente por não ter impedido o ataque, sobretudo porque o atacante manifestou suas intenções em vários fóruns antes de agir.

Yishai Shlissel, de 39 anos, apunhalou uma adolescente de 16 anos durante um desfile do Orgulho Gay em julho deste ano, em que também feriu outras pessoas. A jovem morreu alguns dias depois do ataque.

Shlissel, que não demonstrou arrependimento diante do tribunal, foi considerado culpado em 24 de agosto por assassinato premeditado, seis tentativas de assassinato e feridas graves.

Seis pessoas que participavam de um desfile do Orgulho Gay em Jerusalém foram feridas nesta quinta-feira (30) por um homem que as atacou com uma faca, segundo um novo balanço dos serviços de segurança e saúde.

A rádio israelense afirmou que o agressor era um judeu ultra-ortodoxo. A polícia informou que o agressor foi detido antes de atacar outros participantes da marcha que ocorria no centro de Jerusalém. O Magen David Adom, o equivalente à Cruz Vermelha, indicou que dois dos feridos estão em estado "crítico".

Em 2005, três participantes em uma parada do Orgulho Gay em Jerusalém foram feridos por um ultra-ortodoxo. Este homem, libertado da prisão há três semanas, poderia ser o autor do ataque desta quinta-feira, segundo a rádio pública israelense.

A polícia ainda não confirmou esta informação.

A americana Kim Kardashian e seu marido, o rapper Kanye West, viajaram nesta segunda-feira (13) a Jerusalém para o batismo de sua filha na catedral armênia da Cidade Santa. Centenas de fãs cumprimentaram o casal em Jerusalém aos gritos quando Kim Kardashian, de ascendência armênia, saiu do carro com a filha North, 21 meses, nos braços.

"A filha de Kim Kardashian será batizada e vai se tornar oficialmente uma cristã e membro da Igreja armênia", declarou à imprensa o arcebispo Aris Shirvanian.

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Kim, famosa entre outras coisas por suas formas voluptuosas, usava um vestido bege e dourado, enquanto seu marido e filha estavam de branco. A família permaneceu por cerca de 90 minutos na igreja.

Em seguida, visitaram a Basílica do Santo Sepulcro, erguida no local onde, segundo a tradição cristã, ocorreu a crucificação, sepultamento e ressurreição de Jesus.

Kim, Kanye West e North, chegaram a Israel, depois de uma viagem à Armênia. Os antepassados ​​paternos da família Kardashian emigraram para os Estados Unidos da Armênia para escapar dos massacres de 1915-1917.

Durante a sua visita de oito dias à Armênia, Kim Hardashian se reuniu com o primeiro-ministro e visitou o memorial de genocídio em Yerevan. Os armênios se preparam para relembrar, em 24 de abril, o 100º aniversário do genocídio contra os armênios, que ocorreu durante a Segunda Guerra Mundial.

No domingo, o papa Francisco utilizou pela primeira vez a palavra "genocídio" para se referir ao massacre, irritando a Turquia, que sempre rejeitou essa descrição.

Ao menos 50.000 fiéis judeus oraram nesta segunda-feira no Muro das Lamentações de Jerusalém para comemorar o fim da Páscoa, em uma cerimônia conhecida como a Bênção Sacerdotal, indicou a polícia.

Centenas de "cohanim", sacerdotes descendentes de Aarão, envolvidos nos "talit", os tradicionais xales de oração brancos com faixas azuis, abençoaram a multidão durante uma cerimônia que remonta aos tempos bíblicos.

A bênção, com um gesto particular das mãos, só pode ser realizada pelos homens judeus que, segundo a crença, descendem por linha paterna direta de Aarão, primeiro sumo sacerdote e irmão de Moisés.

Na cerimônia, participou o rabino do Muro das Lamentações, o local mais sagrado do judaísmo.

A polícia estimou o número de peregrinos em torno de 50.000, mas as autoridades rabínicas, organizadoras da cerimônia, disseram que havia mais de 75.000 pessoas.

"A peregrinação é um impressionante testemunho da afinidade das pessoas com os últimos restos de nosso Templo", disse Shmuel Rabinowitz, rabino do Muro das Lamentações, em um comunicado.

O Muro das Lamentações fazia parte dp complexo onde se encontrava o Segundo Templo, destruído pelos romanos no ano 70.

Centenas de católicos celebraram nesta sexta-feira (3) a Paixão de Cristo na Cidade Velha de Jerusalém, recordando os últimos passos que Jesus teria percorrido antes de sua crucificação, observaram jornalistas de AFP. Peregrinos de todo o mundo percorreram pelas ruas da cidade a Via Sacra e parando para rezar em cada estação até a Igreja do Santo Sepulcro.

No interior da basílica está os locais onde Jesus foi colocado na cruz, e depois enterrado. Também teria ocorrido neste local sagrado a Ressurreição celebrada no Domingo de Páscoa.

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"Esta celebração da Páscoa foi maravilhosa", disse Laura Samoa, da Costa do Marfim. "Há anos e anos Jesus esteva aqui, mas tive a impressão que ele esteve aqui de novo."

Ao mesmo tempo, os judeus estavam envolvidos em uma de suas festas mais importantes, o Passah, a Páscoa judaica, que comemora a libertação dos judeus do Egito, segundo a tradição bíblica.

Israel não aceitará limitar a construção de novas habitações de colonização em Jerusalém Oriental, garantiu neste domingo o ministro das Relações Exteriores israelense, Avigdor Lieberman.

"Nós não vamos aceitar quaisquer limitações à construção em áreas judaicas de Jerusalém" Oriental, afirmou o ministro ultranacionalista durante coletiva de imprensa com o seu homólogo alemão, Frank-Walter Steinmeier.

A colonização, em particular em Jerusalém Oriental, é considerada como o principal obstáculo para o processo de paz com os palestinos.

"Que isto seja perfeitamente claro: nós nunca vamos aceitar que a construção em bairros judeus de Jerusalém seja definida como atividade de colonização", acrescentou o chefe da diplomacia israelense.

Estas declarações de Lieberman ocorrem quatro dias após Israel aprovar os projetos de construção de 200 casas em Ramot, em Jerusalém Oriental, apesar de meses de tensões e confrontos com os palestinos causados pela política de expansão de assentamentos em territórios ocupados.

Jerusalém Oriental foi anexado por Israel após a Guerra dos Seis Dias, em 1967. Esta anexação não foi reconhecida pela comunidade internacional.

Um palestino que dirigia uma minivan bateu em uma parada de trem lotada nesta quarta-feira (5), em Jerusalém Oriental, e em seguida atacou pessoas com uma barra de ferro após sair do veículo. Uma pessoa foi morta e outras 13 foram feridas. O motorista foi baleado pela polícia.

O grupo militante Hamas assumiu a responsabilidade pelo ataque, o segundo nas últimas semanas na região, que sofre com a escalada das tensões entre árabes e judeus.

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A polícia identificou o agressor como Ibrahim Al Akari, um palestino de 38 anos de idade, e afirmou que ele foi recentemente libertado da prisão após cumprir pena por crimes contra a segurança. De acordo com o Hamas, que controla a Faixa de Gaza, Al Akari era um membro do grupo.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou que o ataque foi resultado de incitamento contínuo pelo presidente palestino apoiado pelo Ocidente, Mahmoud Abbas, e "seus parceiros do Hamas", em uma aparente referência a uma unidade palestina de governo liderada por Abbas e apoiada pelo grupo militante islâmico. Abbas tem chamado aos palestinos para proteger o local sagrado de judeus.

O ministro da Segurança Pública de Israel, Yitzhak Aharonovitch, afirmou que civis e policiais estavam entre as vítimas. Ele elogiou o policial que matou Al Akari, dizendo que "um terrorista que ataca civis merece ser morto".

O ataque aconteceu pouco depois de confrontos na Cidade Antiga, onde os palestinos atiraram pedras e rojões contra a polícia para protestar contra uma visita a um local sagrado pelos apoiadores israelenses de um rabino baleado por um atirador palestino na semana passada.

Vários policiais foram feridos nos confrontos de quarta-feira. O porta-voz da polícia, Micky Rosenfeld, acrescentou que a polícia usou bombas de efeito moral para dispersar os palestinos. Fonte: Associated Press.

A polícia de Israel matou um palestino acusado de atirar contra um ativista judeu em Jerusalém, em mais um incidente entre que inflamou os habitantes da cidade e terminou em confronto entre os integrantes das etnias.

Identificado como Moatez Higazi, um militante islâmico recém-libertado da prisão, a vítima visitou um dos lugares sagrados da cidade, conhecido pelos judeus como Monte do Templo e pelos muçulmanos como Nobre Santuário, na noite da quarta-feira. O atirador então se aproximou de Yehuda Glick, falou com ele e depois disparou três tiros e fugiu.

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Segundo o porta-voz da polícia, Mickey Rosenfeld, os agentes localizaram Higazi e o cercaram em uma casa no bairro de Abu Tor. O islâmico teria atirado contra os policiais que, em retaliação, acabaram matando o suspeito. Em protesto, os palestinos da região começaram a atacar os oficiais com pedras e deram início ao confronto. Para controlar a multidão, Rosenfeld diz que foram utilizadas balas de borracha e o acesso ao bairro passou a ser controlado.

Glick é um ativista norte-americano conhecido por ser "linha dura" e defender o acesso dos judeus ao local sagrado em que foi baleado. Ele permanece internado no hospital em estado grave. Em uma entrevista à Associated Press nesta semana, Glick afirmou que o número de ataques de palestinos a judeus na cidade estava aumentando. "As organizações islâmicas mais extremas estão tomando conta e, se não os pararmos o quanto antes, eles irão tomar Jerusalém", disse.

Judeus e palestinos que vivem na cidade estão em clima de tensão desde o fim da guerra na faixa de Gaza. Os representantes de ambas etnias defendem seu acesso ao local sagrado, embora o governo israelense alegue não fazer distinção entre as pessoas que vão ao monte. Nesta quinta-feira, para evitar novos conflitos, a polícia decidiu fechar o local pela primeira vez. Fonte: Associated Press.

O Exército de Israel disse ter lançado uma ofensiva na Faixa de Gaza para reprimir os ataques de foguetes palestinos. Em comunicado do Twitter, os militares disseram que a operação de hoje tem como objetivo "parar o terror que cidadãos de Israel enfrentam em uma base diária", mas não forneceu mais detalhes.

Já o oficial de saúde de Gaza Ashraf Al-Kedra informou que ao menos nove palestinos foram levados a um hospital de Gaza com ferimentos moderados após ataques aéreos.

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Os ataques aéreos ocorreram após militantes de Gaza dispararem dezenas de foguetes em direção ao sul de Israel na manhã de segunda-feira, ativando as sirenes de alerta e forçando centenas de milhares de israelenses a permanecerem em suas casas.

Os militares israelenses haviam movido tropas para a fronteira no fim da segunda-feira, no horário local, e já alertavam que tal ofensiva era provável.

A tensão entre israelenses e palestinos se intensificou nas últimas semanas com o sequestro e morte de seis adolescentes judeus na Cisjordânia. Posteriormente, um adolescente palestino também foi sequestrado e queimado vivo em Jerusalém, desgastando ainda mais a relação entre os dois lados. Fonte: Associated Press.

Cerca de 200 pessoas participaram nesta terça-feira (1°) em uma manifestação antiárabe em Jerusalém, à margem do funeral dos três jovens israelenses encontrados mortos na segunda-feira na Cisjordânia ocupada.

Aproximadamente, "200 pessoas tentaram bloquear a estrada que leva à Jerusalém. A polícia dispersou a manifestação que, em seguida, deslocou-se para o centro da cidade, onde os manifestantes gritavam palavras de ordem antiárabes", informou o porta-voz da polícia israelense, Micky Rosenfeld, acrescentando que 28 manifestantes foram presos.

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"Esta é uma caça aos árabes, eles entram nos trens, param carros na estrada e gritam 'morte aos árabes", disse uma testemunha à AFP. A polícia israelense foi colocada em alerta em todo o país para ataques ou represálias contra a minoria árabe em Israel e contra os palestinos na Cisjordânia.

O governo israelense acusa o movimento islâmico palestino do Hamas de ser responsável pelo sequestro e assassinato dos três jovens, ameaçando represálias. Eyal Yifrach, de 19 anos, Naftali Frankel e Gilad Shaer, ambos de 16 anos, foram encontrados mortos na segunda-feira nos arredores da cidade de Halul, perto da estrada onde eles foram vistos pela última vez no sul da Cisjordânia.

Os três jovens foram enterrados nesta terça-feira à tarde no cemitério de Modi'in, entre Jerusalém e Tel Aviv, em uma cerimônia com a presença de dezenas de milhares de pessoas.

Um incêndio de origem criminosa foi declarado em uma das principais igrejas católicas de Jerusalém, no Monte Sião, durante a visita do papa Francisco, declarou à AFP o porta-voz da Abadia da Dormição, frei Nikodemus Schnabel.

"Alguém entrou na igreja, desceu à cripta, pegou um livro utilizado por peregrinos e o levou a uma pequena sala perto do órgão, onde incendiou o livro, queimando cruzes de madeira", disse o monge.

"A polícia está no local e nos disse que não é um acidente", informou o monge beneditino. Parte do mobiliário e cruzes de madeira foram queimados e os monges, que conseguiram controlar o fogo com extintores de incêndio, estavam cobertos de cinzas, constatou um jornalista da AFP no local.

Pouco antes do incidente, o Papa celebrou uma missa no edifício vizinho do Cenáculo, local sagrado para cristãos, judeus e muçulmanos que reflete as tensões na Cidade Santa. De acordo com a tradição cristã, foi neste local, no Monte Sião, que ocorreu a Última Ceia, a última refeição de Jesus com seus apóstolos, em que se instituiu a Eucaristia.

Hoje, os cristãos pedem autorização para fazer uso do lugar, onde têm acesso livre, mas só podem celebrar uma missa duas vezes por ano, na Quinta-Feira Santa e em Pentecostes. A missa provocou a ira de extremistas judeus, que temem que a visita do Papa ao Cenáculo faça parte das negociações entre Israel e a Santa Sé que poderia colocar um fim às restrições para as cerimônias cristãs no local.

A polícia israelense deteve dezenas de extremistas judeus suspeitos de querer perturbar a visita do Papa. O papa Francisco concluiu nesta segunda-feira à noite sua primeira visita à Terra Santa, em uma peregrinação de três dias com forte conotação religiosa, mas também políticas.

O papa Francisco pediu nesta segunda-feira (26) em Jerusalém um diálogo entre judeus, cristãos e muçulmanos, após uma visita a um dos locais mais emblemáticos para as três religiões monoteístas.

Em um dia intenso e com grande carga simbólica, o pontífice visitou a Esplanada das Mesquitas, terceiro local sagrado do islamismo, e o Muro das Lamentações, um dos mais sagrados do judaísmo.

Diante do grande mufti de Jerusalém, que o recebeu na mesquita, Francisco convidou cristãos, muçulmanos e judeus a serem "agentes da paz e da justiça". O papa se dirigiu às pessoas e comunidades "que se reconhecem em Abraão", ou seja, as três religiões monoteístas.

"Minha peregrinação não seria completa se não incluísse também o encontro com as pessoas e as comunidades que vivem nesta terra e por isto fico feliz de poder estar com vocês, amigos muçulmanos", disse o papa ao líder religioso islâmico, Mohamed Hussein.

"Respeitemos e amemos uns aos outros como irmãos e irmãs", concluiu o papa no terceiro e último dia de sua visita a Terra Santa. Depois ele caminhou por um quilômetro e rezou em silêncio por vários minutos diante do Muro das Lamentações, um dos locais sagrados para a religião judaica.

O papa colocou as mãos sobre o Muro e deixou uma mensagem entre as pedras, como é tradição entre os judeus. Francisco foi recebido pelo grande rabino.

Homenagem às vítimas do Holocausto

Como os antecessores, João Paulo II (2000) e Bento XVI (2009), Francisco colocou um envelope entre as pedras do Muro, vestígio do Segundo Templo de Jerusalém. O envelope continha o Pai Nosso em espanhol, revelou o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi.

A agenda de Francisco incluiu uma visita ao cemitério nacional de Israel, onde depositou uma coroa de flores no túmulo do fundador do sionismo, Theodor Herzl, uma homenagem que nenhum papa havia feito até agora.

Fora do programa, o pontífice também visito o monumento em homenagem às vítimas civis de atentados em Israel.

Um gesto realizado a pedido do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e que equilibra outro gesto que surpreendeu no domingo: tocar com as mãos o 'muro da vergonha', que separa Israel dos territórios palestinos.

Em todos os rituais, Francisco teve a companhia de dois amigos e compatriotas argentinos, o rabino Abraham Skorka e o professor muçulmano Omar Abboud.

A visita papal terminará com uma missa no Cenáculo, onde segundo a tradição cristã aconteceu a Última Ceia de Jesus com os apóstolos, lugar que abriga também o túmulo do rei David, considerado sagrado pelos judeus.

Os cristãos árabes de Jerusalém e peregrinos de todo o mundo percorreram nesta sexta-feira (18) a 'Via Crúcis', na qual se acredita que Jesus caminhou antes de ser crucificado.

Milhares de fiéis, com cruzes de madeira, caminharam pela cidade antiga até a igreja do Santo Sepulcro, onde se acredita que Jesus Cristo foi crucificado e enterrado antes de ressuscitar três dias depois.

Jerusalém também recebe nesta sexta-feira fiéis judeus, que celebram a semana de Pesach, a Páscoa, na qual recordam o êxodo do povo hebreu bíblico depois de escapar do cativeiro no Egito.

A polícia de Israel limitou o acesso à mesquita de Al-Aqsa, após vários dias de confrontos. O porta-voz da polícia, Micky Rosenfled, explicou que os homens com menos de 50 anos estão proibidos de entrar no complexo, mas não existem restrições para as mulheres.

Dezenas de palestinos ficaram feridos na quarta-feira em confrontos com a polícia israelense, depois da autorização da entrada de judeus na mesquita de Al-Aqsa.

A Esplanada das Mesquitas, ou Monte do Templo como chamam os israelenses, é uma área de Jerusalém que abriga a mesquita de Al-Aqsa, mas também o Domo da Rocha, considerado um local sagrado pelos judeus.

A Esplanada das Mesquitas de Jerusalém Oriental foi cenário neste domingo (13) de confrontos entre palestinos e a polícia israelense, depois que foi autorizado aos muçulmanos visitar o lugar, na importante data católica do Domingo de Ramos. Palestinos começaram a jogar coquetéis molotov e pedras contra polícia que abriu uma das portas da esplanada a visitantes não muçulmanos, declarou o porta-voz da polícia, Micky Rosenfeld, que insistiu que o horário para este tipo de visita havia sido respeitado.

"Os policiais responderam jogando granadas de efeito moral e entraram no Monte do Templo", afirmou, utilizando o termo com que os judeus denominam o lugar. Uma mulher foi detida e dois policiais ficaram feridos levemente.

A esplanada, chamada pelos muçulmanos de "Nobre Santuário" e pelos judeus de "Monte do Templo", é um lugar sagrado tanto para o Islã como para o judaísmo, e fonte de tensão quase diárias entre as duas comunidades. Ao pé da esplanada se encontra o Muro das Lamentações, outro lugar sagrado para o judaísmo.

Os não muçulmanos podem ir à esplanada, mas os judeus não estão autorizados a rezar nela. Os judeus nacionalistas exigem o direito de orar e com frequência tentam entrar na área.

Rosenfeld desconhece se havia judeus entre os visitantes deste domingo. Em março, a União Europeia advertiu para um risco significativo de distúrbios no Oriente Médio devido às crescentes tensões na Esplanada das Mesquitas.

Israel considera Jerusalém sua capital "unificada e indivisível". A comunidade internacional não reconhece a anexação em 1967 da parte oriental ocupada da cidade, que os palestinos querem converter em capital de seu futuro Estado.

Frases em hebreu de conteúdo anticristão altamente ofensivo, como "Maria é uma vaca", e outros insultos foram pichados durante a noite nos muros do convento católico do oeste de Jerusalém, onde vários carros também foram danificados, anunciou a polícia israelense.

As pichações, acompanhadas da frase "o preço a pagar", foram feitas nos muros do convento Nossa Senhora, Rainha da Palestina, fundado em 1948, antes da criação do Estado de Israel.

Colonos judeus extremistas e militantes de extrema-direita promovem, geralmente sob o slogan "O preço a pagar", agressões contra localidades árabes, lugares de culto muçulmanos ou católicos, militantes pacifistas e, inclusive, contra as forças armadas em reação a decisões ou atos que consideram hostis à causa de Israel.

O Parlamento de Israel aprovou uma lei que exige um referendo nacional para aprovar qualquer proposta de retirada de território de Jerusalém Oriental, acrescentando uma nova barreira na negociação de um acordo de paz com os palestinos. O destino de Jerusalém Oriental, que abriga vários locais de importância religiosa, é a questão mais preocupante das negociações de paz. Israel assumiu a área em 1967 e diz que ela faz parte de sua capital eterna. Os palestinos querem Jerusalém Oriental como sua capital.

A lei, aprovada por 68 votos a zero nesta quarta-feira (12), exige que seja realizado um referendo sobre qualquer cessão ou retirada de território "soberano" israelense. Parlamentares da oposição boicotaram a votação. Essa votação encerrou uma série de votações polêmicas pelo Parlamento israelense. Também nesta quarta-feira, foi aprovada lei que permite a Israel convocar homens judeus ultraortodoxos para as Forças Armadas. A polêmica das exceções ao serviço militar começou com o estabelecimento de Israel como Estado em 1948, quando o governo permitiu que estudantes de desempenho exemplar deixassem de servir às Forças Armadas para realizar estudos religiosos. Ao longo dos anos, o número de exceções cresceu, com milhares de jovens religiosos escapando do serviço militar para estudar religião, enquanto a maioria dos outros homens judeus era obrigada a se submeter a três anos de serviço militar obrigatório.

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As exceções provocavam ressentimento ante os ultraortodoxos e foram tema central nas eleições do ano passado. "A mudança começa amanhã e deve transformar a face da sociedade israelense", afirmou Yaakov Peri, ministro de gabinete de Yesh Atid, que ajudou a formular o projeto. A lei não impõe o recrutamento universal. Em vez disso, o Exército será obrigado a convocar um crescente número de judeus ultraortodoxos a cada ano, com o objetivo de recrutar 5,2 mil soldados ultraortodoxos em 2017. O país concederá incentivos financeiros para escolas religiosas que enviem seus alunos para o exército. Se a comunidade ultraortodoxa não atender a esse contingente, a legislação prevê serviço obrigatório para os judeus ultraortodoxos e sanções penais para os que não atenderem à convocação.

Na terça-feira, o Parlamento já havia aprovado uma polêmica lei eleitoral que eleva o porcentual de votos necessários para que um partido possa ser representado na casa legislativa. Os defensores a consideram necessária em nome da governabilidade. Os setores contrários consideram a medida antidemocrática e projetada especificamente para dificultar a eleição de políticos árabes israelenses. O projeto de lei foi aprovado com 67 votos a favor e nenhum contra no Parlamento de 120 cadeiras. A bancada de oposição retirou-se da votação.

O texto eleva de 2% para 3,25% o número de votos necessários para que um partido eleja uma bancada. Israel possui um sistema de representação proporcional. Os eleitores votam em listas apresentadas pelos partidos, e não em um político específico. Pela nova lei, calcula-se que um partido precisará ganhar pelo menos quatro cadeiras para superar a cláusula de barreira. Fonte: Associated Press.

Jerusalém continua paralisada após uma rara tempestade de neve ter atingido a região no final da semana passada. O transporte público e escolas na cidade estão fechados e centenas de pessoas estão sem energia elétrica.

A Companhia Elétrica de Israel disse nesta segunda-feira (16) que cerca de 8 mil casas continuam sem eletricidade. Muitas estradas ainda continuam interditadas por causa da neve, gelo e árvores caídas.

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Na Faixa de Gaza, escolas e escritórios do governo voltaram a funcionar após chuvas torrenciais terem atingido partes do território palestino. O primeiro-ministro de Gaza, Ismail Haniye, afirmou que seu governo do Hamas vai compensar os dados sofridos pela população local.

A tempestade começou na quarta-feira, quando caiu mais de meio metro de neve em Jerusalém, que normalmente passa o inverno inteiro em neve. Em Gaza, mais de 40 mil pessoas abandonaram suas casas por causa das inundações. Fonte: Associated Press.

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