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Michel Platini espera que Joseph Blatter participe como testemunha na avaliação seu recurso na Corte Arbitral do Esporte (CAS, na sigla em inglês), na próxima sexta-feira, contra uma suspensão de seis anos imposta pela Fifa. O escritório de Platini confirmou nesta terça-feira que Blatter foi chamado para testemunhar na audiência em Lausanne, na Suíça.

Platini foi suspenso pelo Comitê de Ética da Fifa por ter recebido um pagamento de 2 milhões de francos suíços (aproximadamente R$ 7,3 milhões) em 2011 de Blatter, que era o presidente da Fifa. Blatter também foi suspenso por seis anos e recorreu da punição. A sua ação será ouvida em uma data posterior.

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Os dois dirigentes negam qualquer irregularidade, e cada um é efetivamente a principal testemunha de defesa do outro. Eles afirmam que tinham um contrato verbal para Platini receber um salário retroativo pelo trabalho como assessor presidencial de Blatter entre 1999 e 2002.

O secretário-geral interino da Fifa, Markus Kattner, é outra potencial testemunha, pessoalmente ou por videoconferência. Kattner foi de diretor de finanças da entidade por mais de uma década e esteve envolvido com o pagamento a Platini em 2010.

O escritório de Platini disse que as acusações de corrupção e falsificação contra ele foram rejeitadas pelo Comitê de Ética da Fifa, que originalmente solicitou um banimento por toda a vida no ano passado.

Os juízes da comissão apontaram Platini como culpado em dezembro por conflito de interesses e falta de lealdade e impuseram uma suspensão de oito anos. A câmara de apelações da Fifa reduziu a sanção para seis anos como recompensa por seu longos serviços ao futebol.

Ainda assim, um painel da CAS, formado por três membros, irá examinar o caso de novo e tem poder para impor o banimento pelo resto da vida se considerar que houve suborno e corrupção. A Fifa realizou o pagamento a Platini três meses antes de Blatter ser reeleito como presidente.

A audiência na sexta-feira será realizada em francês, apesar da oposição da Fifa e preferência pelo inglês, disse o escritório de Platini. O craque francês prefere evitar falar em inglês em eventos formais.

Platini e a Uefa querem um veredicto mais rápido do que Blatter, para esclarecer a sua posição antes da Eurocopa. O torneio de 24 seleções será realizado a partir de 10 de junho na França. Se Platini não tiver a suspensão revogada, a Uefa poderia organizar em caráter de urgência uma eleição presidencial envolvendo as suas 54 federações.

A descoberta do pagamento encerrou a chance de Platini se tornar presidente da Fifa quando o caso se tornou conhecido em setembro passado, depois que promotores federais suíços abriram uma processo penal contra Blatter. A eleição presidencial da Fifa, há dois meses, foi vencida por Gianni Infantino, braço direito de longa data de Platini na Uefa.

Suspenso do futebol pelos próximos seis anos, Joseph Blatter está "aliviado" de não ser mais o presidente da Fifa. Pelo menos foi isso que o ex-dirigente máximo do futebol afirmou em uma entrevista à agência de notícias The Associated Press, neste sábado (27), um dia depois de ver o suíço Gianni Infantino ser eleito como seu sucessor.

"É um alívio. Havia uma carga sobre mim. Apesar de estar suspenso, eu ainda era o presidente. Agora terminou", disse Blatter, que daqui a duas semanas vai completar 80 anos e era empregado da Fifa desde 1975. Foram 17 anos como presidente até que, neste sábado, ele finalmente acordou sem ser absolutamente nada no futebol.

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Durante a semana, a suspensão de Blatter e do francês Michel Platini, presidente da Uefa, foi reduzida de oito para seis anos. Os dois, entretanto, seguiram proibidos de sequer comparecer à eleição da Fifa, que ocorreu na sexta, em Zurique. "Ontem (sexta) às 18h01 senti-me agradecido quando elegeram um novo presidente", contou Blatter. De imediato, fez uma pausa e respirou profundamente.

O suíço assistiu à eleição de Infantino pela TV, acompanhado da filha, Corinne, no apartamento dela também em Zurique. Tomavam um vinho branco da região de Valais, na Suíça, onde nasceu.

Também de lá veio Gianni Infantino, que, assim como Blatter, foi secretário-geral de uma grande entidade antes de chegar à presidência da Fifa. Se o veterano era o braço direito de João Havelange na Fifa, Infantino, de apenas 45 anos, comandava o dia a dia da Uefa de Michel Platini.

"Ele é um homem jovem, potente, tem muita energia, e tenho certeza de que fará um bom trabalho", considerou Blatter, que formalmente não apoio nenhum candidato nas eleições, mas tinha preferência pelo francês Jerome Champagne.

De acordo com o ex-presidente, ele já sabia que Infantino seria eleito quando foi anunciado o resultado da primeira fase da eleição, com vitória do suíço por 88 a 85 sobre o xeque Salman, do Bahrein. "Isso significa que todos iriam com o ganhador para a segunda rodada". Dito e feito. Infantino ganhou mais 27 votos. Salman, só três.

Afastado do comando da Fifa, Joseph Blatter declarou que se sentiu abandonado por Deus quando a polícia prendeu vários dos dirigentes da entidade em maio de 2015 por acusações de corrupção, às vésperas do último congresso da organização, em que ele foi reeleito.

As prisões, realizadas em um hotel de Zurique, e as investigações judiciais colocaram a Fifa na maior crise da sua história. Além disso, posteriormente, Blatter foi afastado da presidência da entidade, pois acabou sendo suspenso por oito anos pelo Comitê de Ética da Fifa.

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"É um dia que gostaria de esquecer", disse Blatter, em entrevista ao diário esportivo francês L'Equipe, sobre 27 de maio, quando vários membros da Fifa foram detidos, incluindo José Maria Marin, então presidente da CBF. "Naquele dia eu disse a mim mesmo: 'Até mesmo Deus me abandonou'. Quando algo assim cai sobre você, é terrível", acrescentou.

Apesar das prisões, Blatter foi reeleito dois dias depois. No entanto, ele logo anunciou planos de deixar o cargo, diante das investigações das Justiças da Suíça e dos Estados Unidos, também pressionado pelos patrocinadores da Fifa, abrindo caminho para a eleição de um novo presidente - a votação está marcada para a próxima sexta-feira.

Blatter admitiu que a ação policial o deixou com medo, mas assegurou, porém, que não temia ser preso naquele momento. "Eu não sei por que viriam até mim, mas, sim, eu estava com medo, até mesmo fisicamente. De qualquer forma, este tipo de operação policial é feita para assustar as pessoas", afirmou.

Já suspensos do futebol por oito anos, Joseph Blatter e Michel Platini voltam a enfrentar o risco de serem banidos por toda a vida. Os promotores do Comitê de Ética da Fifa disseram nesta terça-feira (12) que vão apelar para aumentar as punições, argumentando que elas são demasiadas brandas.

"A câmara de investigação pretende apelar contra a decisão contra o senhor Blatter e o senhor Platini ao comitê de apelações da Fifa", disse a promotoria em um comunicado. O recurso revive a perspectiva de banimento, que foi recomendada pelos investigadores nas audiências realizadas no mês passado.

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Blatter e Platini já disseram que também vão apelar contra a suspensão por oito anos, proferida por quatro juízes, que rejeitaram acusações de suborno e corrupção. Em vez disso, eles foram punidos por violações menores ao código de ética da Fifa, incluindo aceitar ou receber presentes e conflitos de interesse.

Eles negam irregularidades em relação a aprovação por Blatter de um pagamento de US$ 2 milhões pela Fifa a Platini como salários retroativos de um acordo sem contrato.

Platini trabalhou como assessor presidencial de Blatter entre 1999 e 2002, mas não reclamou pela falta de pagamento, que só foi ocorrer oito ano depois, quando a Fifa já não era obrigado a fazê-lo, segundo as leis suíças.

O caso impediu a candidatura de Platini para suceder seu antigo mentor como presidente da Fifa na eleição marcada para 26 de fevereiro. Blatter quer limpar seu nome e liderar a eleição, como uma despedida da Fifa após mais de 40 anos atuando na entidade.

O Comité de Recursos da Fifa raramente reduz ou anula sanções impostas pelos seus comitês de ética e disciplinares. Blatter e Platini já disseram que esperam o fracasso de seus recursos, os levando a acionar a Corte Arbitral do Esporte (CAS, na sigla em inglês).

Porém, o Comitê de Apelações da Fifa já impôs um banimento após o juiz Joackim Eckert ter decidido por uma suspensão de oito anos. Isso se deu em 2013, quando o membro do Comitê Executivo da Fifa Vernon Manilal Fernando, do Sri Lanka, foi expulso por suborno após o então procurador Michael Garcia apelar do veredicto inicial.

Manilal Fernando foi julgado por ter subornado dirigentes asiáticos para votar no catariano Mohamed bin Hammam em uma eleição para o Comitê Executivo da Fifa em 2009. Derrotado naquela votação, o xeque bareinita Salman bin Ibrahim al Khalifa é agora um dos candidatos à presidência da Fifa. Posteriormente, a CAS confirmou o banimento pelo resto da vida de Manilal Fernando.

Suspenso do futebol por oito anos pelo Comitê de Ética da Fifa, o suíço Joseph Blatter afirmou que se sente abandonado pela entidade e que vai se concentrar apenas em limpar sua honra. "Eu agora já não luto pela Fifa", disse Blatter em uma entrevista concedida à revista alemã Bunte. "Eles me abandonaram. Estou lutando agora só por mim e minha honra", disse o dirigente de 79 anos.

Na semana passada, o Comitê de Ética baniu Blatter e o presidente da Uefa, Michel Platini, por "abuso de poder". Ambos foram suspensos de qualquer atividade relacionada ao futebol por oito em razão de um pagamento suspeito do suíço ao francês no valor de US$ 2 milhões. O pagamento foi feito em 2011 e se refere, segundo Platini e Blatter, a salários relativos ao trabalho do francês como consultor da Fifa entre os anos de 1998 e 2002.

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As suspeitas são de que Platini teria recebido o valor para não concorrer com Blatter nas eleições presidenciais de 2011, o que o ex-jogador nega. Os investigadores, porém, alertam que o caso ainda implicaria numa falsificação do balanço financeiro da Fifa, que jamais incluiu o valor em seus informes.

Os dois vão recorrer à Corte Arbitral do Esporte, com sede na Suíça, contra a punição. "Essas falsas acusações me deram energia. Depois do Natal vou começar a reagir", declarou Blatter na prévia da entrevista, que será publicada pela revista alemã nesta quarta-feira.

O ex-jogador francês e presidente afastada da Uefa também foi banido e não poderá concorrer à eleição da entidade no mês de fevereiro, quando será definido o sucessor de Blatter.

Atualmente, estão confirmados como candidatos à presidência da Fifa Ali Al Hussein, Salman Bin Ebrahim Al Khalifa, Jérôme Champagne, Tokyo Sexwale e Gianni Infantino, este último secretário-geral da Uefa, que abriria mão de concorrer ao cargo se Platini fosse liberado a participar do pleito.

O FBI está investigando João Havelange e Joseph Blatter pelo pagamento de propina por parte da empresa ISL para o brasileiro nos anos 90 que somaram cerca de US$ 100 milhões. E uma carta escrita por Havelange indicaria que Blatter sabia de tudo, desmentindo a versão mantida pelo suíço por anos de que não tinha conhecimento do esquema corrupto que o brasileiro havia estabelecido.

As revelações fazem parte de um documentário que vai ao ar nesta segunda-feira na emissora britânica BBC. Nos últimos sete meses, as operações do FBI contra a corrupção no futebol sacudiram o esporte, levando à renúncia de vários cartolas, à prisão de mais de uma dezena e ao indiciamento de 41 pessoas. José Maria Marin, Marco Polo Del Nero e Ricardo Teixeira - os últimos três presidentes da CBF - são suspeitos de terem recebido propinas de "pelo menos" R$ 120 milhões.

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Os norte-americanos, porém, indicaram que ainda não terminaram a investigação e, segundo a BBC, ela inclui outro brasileiro: Havelange, presidente da Fifa por 24 anos (de 1974 a 1998). Em 2013, ele foi obrigado a renunciar de seu cargo de presidência de honra da Fifa diante das revelações de que nos anos 90 recebeu milhões de dólares em propina da ISL em troca de contratos de transmissão para a Copa do Mundo. Ricardo Teixeira, seu ex-genro, também ficou com parte do dinheiro.

Um acordo foi fechado na Justiça suíça em que, sem admitir culpa, Havelange e Teixeira pagaram uma multa e o caso foi encerrado. Blatter passou anos insistindo que desconhecia o esquema montado para fraudar a Fifa, embora fosse o braço direito do brasileiro na entidade desde os anos 80.

Agora o FBI decidiu mergulhar mais uma vez no assunto. No pedido de cooperação enviado pelos norte-americanos à Justiça da Suíça, os Estados Unidos indicam claramente que Havelange e Blatter estão no centro do processo.

O motivo seria uma carta assinada por Havelange que implica o suíço. "Durante o tempo em que fui presidente da Fifa, Joseph Blatter era o secretário-geral. Eu mantive relações comerciais com empresas de marketing esportivo e, como resultado dessa relação, recebi uma remuneração de acordo com a regra da Fifa e isso foi alvo de um processo judicial na Suíça sem o reconhecimento de qualquer culpa", escreveu Havelange.

O brasileiro também indica que, apesar de já não ser presidente da entidade, quem pagou seus advogados foi a própria Fifa. "Esclareço que todos os gastos para os processos mencionados, inclusive advogados, foram pagos pela Fifa". Mas a principal revelação é sobre o envolvimento de Blatter. "Enfatizo que Joseph Blatter tinha pleno conhecimento de todas essas atividades e sempre me aconselhou sobre elas", indicou Havelange.

A carta levou o FBI a agir sobre o brasileiro. Ao solicitar a cooperação da Suíça na investigação sobre a Fifa, os norte-americanos indicaram que, "entre outras coisas, o procurador está investigando a declaração de Havelange implicando Blatter e aparentemente inocentando seu genro, Teixeira, no caso ISL". Blatter indicou em 2013 ao Comitê de Ética da Fifa que desconhecia a propina e foi inocentado pelo organismo. Naquele mesmo ano, ele visitou Havelange no Rio durante a Copa das Confederações.

CPI - O presidente licenciado da CBF, Marco Polo Del Nero, foi convidado a depor nesta terça-feira na CPI do Futebol. Os senadores querem interrogá-lo sobre as acusações feitas a ele pela Justiça norte-americana. Se o dirigente não comparecer, será convocado para se apresentar à CPI em outra data. E aí terá obrigação de comparecer.

Atualmente cumprindo uma suspensão de 90 dias, Michel Platini irá depor ao Comitê de Ética da Fifa dentro de menos de duas semanas. Uma pessoa familiarizada com o caso envolvendo o presidente da Uefa revelou à agência The Associated Press (AP) que os julgamentos deverão ocorrer entre os dias 16 a 18 de dezembro, em Zurique.

Investigado por ter recebido em 2011 um pagamento suspeito de US$ 2 milhões feito por Joseph Blatter, que também cumpre suspensão de 90 dias, o francês corre o risco de ser suspenso pelo resto da vida da atividade de dirigente no futebol.

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A pessoa que revelou as datas previstas para o julgamento falou na condição de anonimato à AP porque essa informação ainda não foi oficializada pela Fifa, que fará audiências separadas com Blatter e Platini perante o tribunal de ética liderado pelo juiz alemão Joachim Eckert.

Platini alega que o pagamento recebido por ele em 2011, revelado apenas neste ano, foi referente a trabalhos realizados para a Fifa entre 1999 e 2002, assim como Blatter nega que tenha havido alguma irregularidade nesta quantia desembolsada.

Thibaut d'Ales, advogado de Platini baseado em Paris, afirmou no mês passado que a procuradores do Comitê de Ética da Fifa solicitaram a suspensão vitalícia do francês. Caso essa pena seja aplicada, o dirigente verá suas esperanças de concorrer à presidência da Fifa acabarem de vez, depois de ter ficado fora da lista de nomes que tiveram suas candidaturas aprovadas para eleição marcada para 26 de fevereiro de 2016.

A suspensão atual de Platini vai até 5 de janeiro, sendo que os advogados do francês entraram com um recurso contra a pena. A Fifa rejeitou a apelação, fato que motivou a defensa do dirigente a acionar a Corte Arbitral do Esporte (CAS, na sigla em inglês) para tentar anular a punição. O máximo tribunal esportivo mundial deverá julgar o caso na próxima semana.

A Fifa divulgou comunicado oficial nesta quarta-feira para informar que rejeitou as apelações de Joseph Blatter e Michel Platini contra a suspensão de 90 dias que foi aplicada aos dois dirigentes, em outubro, quando acabaram sendo punidos por causa de um pagamento de US$ 2 milhões feito pelo suíço ao francês, em um depósito que ocorreu nove anos após um suposto trabalho feito pelo presidente da Uefa ao mandatário da entidade que controla o futebol mundial.

As suspeitas são de que o pagamento seria uma forma que Blatter encontrou para compensar o francês a não disputar as eleições presidenciais da Fifa em 2011. Platini nega e insiste que a transação é legal. Mas os investigadores alertam que o caso ainda implicaria numa falsificação do balanço financeiro da Fifa, que jamais incluiu o valor em seus informes.

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Desta forma, Blatter e Platini seguirão suspensos até janeiro, quando as eleições para a presidência da Fifa estarão bem próximas - o pleito será realizado em 26 de fevereiro e essa apelação negada pela entidade foi mais um duro golpe sofrido pelo ex-jogador francês, que pretendia ser candidato nesta eleição.

No último dia 12, a Fifa recusou o pedido de candidatura de Platini e confirmou como candidatos apenas cinco nomes: Ali Al Hussein, Salman Bin Ebrahim Al Khalifa, Jérôme Champagne, Tokyo Sexwale e Gianni Infantino, este último secretário-geral da Uefa, que abriria mão de concorrer ao cargo se Platini fosse liberado a participar do pleito.

Com a apelação rejeitada, Platini não poderá fazer uma desejada campanha para presidente da Fifa, cargo para o qual o francês era apontado como favorito a assumir antes da revelação do escândalo que envolve o pagamento que recebeu de Blatter.

As apelações de Blatter e Platini foram rejeitadas pelo Comitê de Apelações da Fifa e agora os dois dirigentes têm como outra única saída recorrer à Corte Arbitral do Esporte (CAS, na sigla em inglês), principal tribunal esportivo do mundo.

Punido pela Fifa, Platini trabalhou para Blatter como assessor presidencial entre 1998 e 2002, sendo que os dois negam que tenham cometido um ato ilícito no pagamento destes US$ 2 milhões ao francês, embora reconheçam que não possuem um contrato por escrito que justificaria o valor a ser pago por serviços prestados pelo francês.

Ainda se espera que Blatter e Platini compareçam para depor ao juiz de ética da Fifa, Joachim Eckert, em dezembro. A Procuradoria Geral da Suíça também abriu um processo penal contra Blatter por suspeita de má gestão do dinheiro da Fifa.

Autoridades federais suíças também interrogaram Platini na sede da Fifa, no último dia 25 de setembro, e estão tratando o francês neste caso como um homem que está entre ser "uma testemunha e uma pessoa acusada", segundo o procurador-geral Michael Lauber.

Presidente suspenso da Fifa, Joseph Blatter recebeu alta do hospital em que foi internado nesta semana, em Zurique, na Suíça. A informação foi confirmada nesta quinta-feira pelo assessor do dirigente, Klaus Stoehlker, em entrevista para o canal de TV da agência Reuters.

Depois de ter sido submetido a exames médicos na semana passada, o suíço de 79 anos de idade precisou dar entrada no hospital, que não divulgou o motivo da internação. Sem fornecer maiores detalhes, sua assessoria confirmou que o dirigente teve um mal-estar e explicou que os problemas estariam relacionados com o estresse sofrido nas últimas semanas.

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Envolto nos escândalos de corrupção que assolam a Fifa, entre eles o que envolve a investigação que apura um pagamento suspeito feito por ele a Michel Platini e provocou a suspensão dos dois dirigentes por 90 dias, Blatter agora teve a sua condição de saúde respaldada pela sua assessoria.

"Ele precisou ficar alguns dias no hospital, mas agora saiu, ele está em casa, em Valais. Ele está muito feliz e está relaxando alguns dias até o início da próxima semana, então estará de volta", afirmou Stoehlker, que depois assegurou que Blatter está "se recuperando muito rápido".

A notícia da alta de Blatter acontece no mesmo dia em que a Fifa confirmou que cinco dirigentes tiveram suas candidaturas aprovadas para participar da eleição que servirá para apontar o sucessor do cartola suíço, em 26 de fevereiro do próximo ano. Ali Al Hussein, Salman Bin Ebrahim Al Khalifa, Jérôme Champagne, Gianni Infantino e Tokyo Sexwale foram anunciados como candidatos, em informe divulgado nesta manhã pela entidade que controla o futebol mundial.

O comitê eleitoral da Fifa, que submete os candidatos a testes de integridade, aprovou cinco dos sete nomes apresentados, sendo que Platini, presidente suspenso da Uefa, ainda precisa aguardar que o exame de sua situação legal seja concluído, enquanto o liberiano Musa Bility, outro possível postulante ao cargo máximo do futebol, foi afastado da disputa.

Joseph Blatter, presidente suspenso da Fifa, está internado. A informação foi veiculada nesta quarta-feira pela imprensa suíça, que aponta que o motivo da hospitalização não foi divulgado. Há uma semana, ele já foi obrigado a passar por exames médicos, depois que sofreu um mal-estar. Pessoas próximas ao cartola indicaram que o suíço de 79 anos não teve de ser internado na ocasião e que apenas ficaria isolado e não teria contato nem mesmo com seus advogados por pelo menos uma semana.

Agora, ele foi levado de volta ao hospital de Zurique para "investigações" sobre sua condição de saúde. Sua assessoria confirmou o mal-estar e explicou que os problemas estariam relacionados com o estresse sofrido nas últimas semanas.

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Blatter, em maio, insistia que tinha "energia suficiente para mais um mandato de quarto anos" no comando da Fifa. Mas quando as prisões de cartolas ocorreram e a pressão da Justiça passou a ser real, o dirigente não escondia seu estado de fragilidade cada vez maior.

Em agosto, em uma festa em seu vilarejo natal de Ulrichen, Blatter ganhou de presente uma vaca, símbolo da resistência para os agricultores suíços.

Na Fifa há 40 anos, o dirigente foi suspenso no mês passado depois que a Justiça da Suíça abriu investigações por corrupção. Na última semana, ele proliferou entrevistas para jornais ingleses, apontando para as "verdades" que teriam levado à sua queda. Numa delas, com o Financial Times, Blatter insistia que estava "tranquilo".

Uma estátua gigante do presidente da Fifa, Joseph Blatter, que cumpre suspensão de 90 dias aplicada pelo Comitê de Ética da entidade, será queimada neste sábado em uma tradicional celebração chamada de Bonfire Night e que anualmente ocorre em Edenbridge, no sudoeste da Inglaterra.

O dirigente suíço acabou sendo escolhido como personalidade a ser retratada na estátua produzida para o evento deste ano da Edenbridge Bonfire Society, que nos últimos anos vem elegendo nomes do cenário mundial que se destacaram de forma negativa no ano da celebração do evento.

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A estátua de Blatter tem 11 metros de altura e retrata o cartola de terno e gravata com uma bolsa cheio de dinheiro, na qual foi estampada o nome da Fifa, assim como traz também o suíço carregando uma bola e a taça dada ao campeão da Copa do Mundo.

O objeto precisou da ajuda de um trator para ser colocado de pé nesta quarta-feira, quando foram dados os últimos retoques no mesmo, apesar do fato de que a "obra de arte" será explodida e queimada neste sábado.

Na celebração deste sábado será comemorado mais uma vez o sucesso de uma operação que evitou um atentado do fervoroso católico Guy Fawkes contra o Parlamento e o rei da Inglaterra, em 1605. O evento serve para festejar a prisão de Fawkes, ocorrida quando o mesmo iria detonar uma enorme quantidade de explosivos aproveitando a presença do rei protestante Jacobo I em Edenbridge.

A festa geralmente consiste em queimar a estátua do conspirador católico, que acabou sendo preso, torturado e se suicidou antes que fosse executado, mas nos últimos anos se tornou moda também erguer a estátua de outra personalidade famosa para também arder na fogueira acesa pelos organizadores. Primero-ministros como Tony Blair e Gordon Brown e o ex-presidente da Comissão Europeia, Jose Manuel Durao Barroso, que também foi primeiro-ministro de Portugal, estiveram entre as vítimas da celebração.

Ao comentar o fato de que a estátua do dirigente suíço será queimada neste sábado, Charles Laver, um dos organizadores do evento, disse que "Blatter era a escolha mais óbvia", depois de renunciar à presidência da Fifa poucos dias depois de ter sido reeleito, no fim de maio.

Naquela ocasião, o cartola se viu pressionado a sair depois que uma grande operação policial realizada em conjunto entre as polícias dos Estados Unidos e da Suíça provocou a prisão de uma série de ex-dirigentes da Fifa, entre eles o ex-presidente da CBF José Maria Marin, que acaba de ser extraditado para Nova York após ficar mais de cinco meses preso em solo suíço.

Afastado pelo Comitê de Ética da Fifa da presidência da entidade que controla o futebol mundial, Joseph Blatter insinuou nesta sexta-feira, em entrevista ao jornal Financial Times, que foi uma ação do ex-presidente da França, Nicolas Sarkozy, que teria dado a Copa de 2022 ao Catar, num acordo inclusive comercial.

"Houve um acordo de cavalheiros", disse Blatter, afirmando que o entendimento era de que a Copa de 2018 ficaria com a Rússia e a de 2022 com os Estados Unidos. "As duas superpotências teriam o evento. Foi nos bastidores. Houve um acordo diplomático", contou.

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Blatter insiste que, se isso tivesse vingado, ele estaria de "férias numa praia hoje". Mas, segundo o suíço, houve uma interferência de último minuto por parte de Sarkozy. O francês teria influenciado Michel Platini, presidente da Uefa que também cumpre a mesma suspensão de 90 dias aplicada a Blatter, a votar no Catar.

"Uma semana antes das eleições, eu recebi um telefonema de Platini e ele disse: 'Não estou mais com vocês porque foi dito por um chefe de Estado que devemos considerar a situação na França'", afirmou o dirigente suíço.

Segundo Blatter, Platini levou consigo mais três votos, que estavam orquestrados para irem para os EUA. A votação acabou com 14 apoios ao Catar e apenas oito para a candidatura norte-americana, que havia levado para Zurique, onde fica a sede da Fifa, até mesmo Bill Clinton, ex-presidente do país.

Um mês depois da eleição que deu aos árabes o Mundial de 2022, segundo Blatter, o Catar anunciou que estava interessado na compra de aviões de caça da França, o Raffale, da Dassault. Em 2015, o país comprou os 24 jatos por US$ 7 bilhões.

BLATTER X PLATINI - Na última quarta-feira, em entrevista à agência russa TASS, Blatter já havia responsabilizado Platini, comandante da Uefa, pela eclosão da crise na entidade máxima do futebol. Para ele, a situação atual do organismo seria outra se Rússia e Catar não tivessem sido escolhidos para sediar as Copas do Mundo de 2018 e de 2022, vencendo um processo que contava com as participações da Inglaterra e dos EUA.

Segundo Blatter, foi Platini quem influenciou diretamente na escolha do Catar para sediar a Copa do Mundo de 2022, mudando um acordo prévio para que os Estados Unidos fossem os escolhidos para receber a competição.

"Em 2010 nós tivemos uma discussão sobre a Copa do Mundo e então fomos para uma decisão dupla. Para as Copas do Mundo, estava acordado que nós iríamos para a Rússia, porque nunca tinha ido para a Rússia, leste europeu, e em 2022 nós voltaríamos aos Estados Unidos. E assim, nós teríamos a Copa do Mundo nas duas maiores forças políticas. E tudo ia bem até o momento que Sarkozy chegou à reunião com o príncipe do Catar, que agora governa o país. No almoço seguinte com o senhor Platini, ele disse que seria bom que a Copa fosse para o Catar. E isso mudou todo o padrão", afirmou Blatter, em entrevista à agência russa TASS na última quarta.

Para Blatter, não se falaria de crise caso os Estados Unidos, que veem a sua Justiça liderar as investigações sobre corrupção no futebol, tivessem sido escolhidos para organizar a Copa do Mundo de 2022. "Estaríamos previstos para nos preparar para dois magníficos Mundiais: Rússia-2018 e Estados Unidos-2022. Em seu lugar, falamos da crise na Fifa", reclamou.

Blatter cumpre suspensão de 90 dias e também criticou a decisão do Comitê de Ética da Fifa. O presidente da entidade é investigado por um pagamento feito ao comandante da Uefa em 2011 e alega que o valor foi repassado por serviços prestados, além de reclamar por não ter sido ouvido pelos investigadores que o afastaram.

"É um absurdo total. Isto não é justiça. Eu coloquei essas pessoas no escritório, que estão agora na Comissão de Ética, e eles nem sequer têm a coragem de ouvir o secretário-geral (Jérôme Valcke, que também foi suspenso), Platini ou eu. Eu reclamo pelos princípios dos direitos humanos: antes de ser suspenso ou excluído de algum lugar você tem o direito de responder e eles negaram isso. Eles fizeram uma investigação sumária e três dias depois eu estava suspenso", disse Blatter, que que entrou com recursos nos comitês de ética e de apelação da entidade contra o seu afastamento.

Joseph Blatter confirmou que não fez um contrato por escrito sobre o milionário pagamento a Michel Platini, que levou o Comitê de Ética da Fifa a suspender ambos, e disse que tudo foi feito com um "acordo de cavalheiros".

Blatter falou pela primeira vez sobre a transação desde que foi suspenso por 90 dias da presidência da Fifa, enquanto o comitê de ética da entidade realiza uma investigação sobre o assunto. As autoridades suíças também estão investigando o pagamento.

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"Eu só quero dizer: nunca coloquei alguém em desvantagem, jamais roubei alguma coisa, não sou um assassino", disse Blatter em uma entrevista para o canal de TV suíço RROTV, exibida nesta sexta-feira. "A comissão de ética (da Fifa) não tratou com suficiente cuidado do caso de Michel Platini e Joseph Blatter".

Blatter autorizou o pagamento a Platini de dois milhões de francos suíços em 2011, sem qualquer documentação que o justifique. Platini disse que o dinheiro foi por salários não pagos de trabalhos como consultor de Blatter entre 1998 e 2002, também alegando que a Fifa não tinha condições de realizar os pagamentos antes.

"Esse foi um contrato que eu tinha com Platini, um acordo de cavalheiros e isso foi o que aconteceu", disse Blatter. "Mas eu não posso dar detalhes do caso, porque está sendo investigado por dois fóruns".

Blatter disse que o comitê de ética deveria ter esperado para ver se era indiciado na investigação criminal antes de tomar medidas contra ele. As autoridades suíças questionaram Blatter como suspeito no caso, enquanto Platini tem sido tratado como testemunha e suspeito. "O que realmente dói é o viés da imprensa", disse.

Issa Hayatou substituiu Blatter e assumiu o cargo de presidente interino, mas o suíço, de 79 anos, espera voltar ao poder para presidir o congresso de 26 de fevereiro, quando seu sucessor será eleito. "Meu objetivo é dirigir o congresso em fevereiro", disse. "Eu não posso escapar, não posso me esconder, essa não é minha personalidade".

Blatter foi reeleito para um quinto mandato em maio, mas quatro dias depois anunciou que iria deixar o cargo em meio a investigações criminais envolvendo membros da Fifa e também em razão da pressão dos patrocinadores.

"Honestamente, eu tenho que dizer que agora estou bem", disse. "Porque embora tenha sido difícil aceitar a decisão (de suspendê-lo), ao mesmo tempo me liberou. Agora estou desempregado e eu posso cuidar um pouco de mim. Analisei o que passou até agora na minha vida e como posso seguir adiante".

O suíço Joseph Blatter recorreu da decisão da Fifa de o afastá-lo por três meses do cargo de presidente e espera reverter a decisão que o impede de ter qualquer relação com o mundo do futebol durante esse período. A informação foi divulgada pelo jornal New York Times, que afirma ter obtido uma cópia do recurso.

Na última quinta-feira, Blatter foi suspenso por 90 dias da entidade que ele preside por conta das investigações abertas pelo Ministério Público contra ele. O dirigente suíço é suspeito de "gestão desleal" e "apropriação indevida" de recursos.

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Nesta sexta-feira, porém, ele questionou a decisão, alegando que o processo violou as próprias regras do Comitê de Ética da Fifa. Blatter quer agora ter acesso ao processo que o afastou e pede que seja ouvido pelos inspetores.

Além de Blatter, a Fifa afastou o secretário-geral Jérôme Valcke e os dois principais candidatos ao comando da organização, o francês Michel Platini e o magnata sul-coreano Chung Mong-Joon. A decisão abriu uma disputa política feroz em Zurique e jogou o mundo do futebol em um caos diante da indefinição sobre quem assumirá a entidade a partir do dia 26 de fevereiro, data da eleição.

Criada há 111 anos, a Fifa passa por sua maior crise e mesmo seus funcionários, em comentários dentro da entidade, admitiram que ela havia sido "engolida pela corrupção". Na prática, a ação de quinta-feira foi o capítulo mais dramático desde a prisão de sete cartolas em maio deste ano, em Zurique. Uma onda de investigações foi iniciada e chegou até o comando máximo do futebol.

No lugar de Blatter, assumiu Issa Hayatou, presidente da Confederação Africana de Futebol desde os anos 1980 e envolvido em escândalos como o da ISL e suspeito de ter recebido US$ 1,5 milhão para votar no Catar no processo de escolha da sede da Copa do Mundo de 2022. Há poucas semanas, ele manobrou para mudar o estatuto de sua entidade para permanecer no poder.

Mas é sobre o futuro da entidade que a medida tem um impacto mais profundo. Hayatou garantiu que vai manter a data de 26 de fevereiro para as eleições e indicou que não será candidato. Mas fontes dentro da entidade confirmam que ele não tem poder e que a Fifa estaria sendo administrada na prática por Domenico Scala, o homem que conduz o processo de reforma, pelo comitê de ética, advogados e pelos patrocinadores.

Enquanto o império desabava, membros do Comitê Executivo da Fifa disparavam ligações para tentar convocar uma reunião de emergência. Para fontes ouvidas pela reportagem, a decisão tomada pelo comitê de ética abre uma era de incertezas sobre quem assumirá a organização. O julgamento praticamente inviabiliza a eleição de Platini, considerado como favorito e que prometia transparência e reforma na entidade caso fosse o escolhido em fevereiro de 2016. Para o Comitê de Ética da Fifa, a suspensão torna sua candidatura "muito complicada".

Com Joseph Blatter suspenso, a presidência da Fifa foi herdado pelo camaronês Issa Hayatou, que comanda o futebol africano há quase 30 anos. A entidade explicou nesta quinta-feira (8) que o status de Hayatou de mais antigo vice-presidente o leva a assumir a direção da Fifa interinamente, durante o período de suspensão de Blatter por 90 dias. Ele vem, porém, com o seu próprio histórico de problemas, que incluem antigas acusações de corrupção e uma reprimenda do Comitê Olímpico Internacional (COI).

Hayatou, de 69 anos, também tem problemas de saúde, com grave doença nos rins, que o obriga a realizar sessões regulares de diálise. Depois de ser confirmado como presidente em exercício, o camaronês foi rápido ao dizer que não pretende se efetivar no cargo, descartando participar da eleição presidencial marcada para fevereiro. "Me comprometo a dedicar todos os meus esforços para a organização".

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"A Fifa continua comprometida com o processo de reforma, que é fundamental para recuperar a confiança do público", disse Hayatou, em um comunicado divulgado pela entidade. "Vamos também continuar a cooperar plenamente com as autoridades e acompanhar o inquérito interno para onde quer que ele leve".

Hayatou está em Camarões, mas a expectativa é de que viaje para Zurique imediatamente. A sua ascensão ao comando da Fifa se dá 13 anos após ele ser derrotado por Blatter em uma eleição presidencial.

Ele se tornou secretário-geral da Federação de Futebol dos Camarões com 28 anos, depois assumiu o comando do Ministério do Esporte do país e conquistou a presidência da Confederação Africana de Futebol aos 41 anos. O dirigente é um veterano na Fifa, mas até agora conseguiu ficar livre dos últimos escândalos de corrupção, embora já tenha sido alvo de algumas investigações.

Em 2011, Hayatou foi oficialmente repreendido pelo COI, do qual ele também é um membro, por receber recursos da empresa de marketing ISL em um escândalo de pagamento de propinas na Fifa. Ele garantiu que os recursos foram usados para desenvolver o futebol da África.

Ele também foi acusado de ter recebido propina de US$ 1,5 milhão para votar no Catar como sede da Copa do Mundo de 2022 - essa eleição é um dos alvos da investigação das autoridades suíças e norte-americanas na Fifa. O dirigente camaronês também nega essas alegações.

Blatter e Michel Platini, o presidente da Uefa, foram suspensos por 90 dias pelo Comitê de Ética da Fifa, nesta quinta-feira, após uma investigação da Justiça suíça acusar Blatter de má gestão dos recursos da entidade, incluindo o pagamento de 2 milhões de francos suíços ao francês.

Platini era o favorito a vencer a eleição da Fifa, marcada para fevereiro, e suceder Blatter, mas essa punição deve barrar a sua candidatura. Outro possível candidato, o sul-coreano Chung Mong-Joon foi suspenso por seis anos nesta quinta, em um outro caso, envolvendo a fracassada tentativa do seu país de sediar a Copa do Mundo de 2022.

Em uma decisão sem precedentes, a Fifa suspendeu seu presidente, Joseph Blatter, o secretário-geral Jérôme Valcke, além dos candidatos ao comando da organização, Michel Platini e Chung Mong-Joon. No caso de Blatter, Platini, que também preside a Uefa, e Valcke, o afastamento será por 90 dias e poderá ainda ser renovado por outros 45. Já Chung ficará seis anos fora do futebol.

A suspensão do reinado de 17 anos de Blatter deixa a entidade em uma crise ainda mais profunda. A Fifa já viu seu secretário-geral, Jérôme Valcke, afastado e está diante de uma debandada de patrocinadores e ainda tem diversos de seus dirigentes presos na Suíça e nos Estados Unidos. O afastamento de Blatter é mais um ato de uma crise que começou em maio, quando o FBI pediu a prisão de cartolas, entre eles José Maria Marin, ex-presidente da CBF.

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Blatter é suspeito de ter cometido crimes financeiros, de acordo com o Ministério Público da Suíça, e pode pegar até dez anos de prisão. O Comitê de Ética da Fifa avaliou que, se nestes três meses Blatter for inocentado pela Justiça, a suspensão será encerrada. Enquanto isso, a entidade seria comandada por Issa Hayatou, presidente da Confederação Africana de Futebol desde os anos 1980 e um aliado incondicional de Blatter.

A decisão, porém, foi cercada de polêmica. O processo era para ter sido mantido em sigilo. Mas uma pessoa próxima ao presidente, Klaus Stoehlker, acabou vazando informações para a imprensa. Enquanto nem a Fifa nem os advogados de Blatter comentavam as notícias já publicadas, uma segunda fonte negou que o suíço já tivesse sido suspenso e garantiu que ele continuava no poder. Nesta quinta, o afastamento foi confirmado.

Em entrevista a jornais alemães, Blatter garantiu que não vai deixar o cargo antes das eleições de 26 de fevereiro de 2016. "Me condenam de antemão, sem que existam provas contra mim de algum tipo de ação incorreta", disse Blatter. "Estou sendo condenado sem haver qualquer evidência de que tenha feito algo errado. Isso é ultrajante".

Blatter já não conta com o apoio dos patrocinadores e tem sido pressionado a abandonar imediatamente o cargo. "Eu sairei em 26 de fevereiro. Depois terá terminado. Mas não acontecerá nem um dia antes. Vou lutar até 26 de fevereiro. Por mim, pela Fifa. Estou convencido de que no mal aparecerá a luz e que o bem vai prevalecer", disse.

PLATINI - Mas a punição também afeta seus principais inimigos. Platini, que recebeu 2 milhões de francos suíços da Fifa e também foi interrogado pela polícia, foi suspenso por 90 dias, o que na prática o tira da corrida pela presidência da entidade. Chung, com seis anos de afastamento e multa de US$ 100 mil, é acusado de tentar comprar votos para que a Coreia do Sul fosse escolhida para sediar a Copa de 2022. Também não vai concorrer às eleições em fevereiro.

Joseph Blatter, presidente da Fifa, pode ser suspenso do futebol por 90 dias. Mas ainda voltaria para concluir seu mandato, que termina em fevereiro de 2016. O Comitê de Ética da entidade analisa nesta semana as suspeitas contra ele e Michel Platini, principal concorrente ao comando da organização, e considera aplicar uma sanção de três meses de afastamento do futebol para ambos. A decisão poderia ser anunciada nos próximos dias.

Blatter é suspeito de crimes financeiros pelo Ministério Público da Suíça e pode pegar até dez anos de prisão. Mas, em entrevista a jornais alemães, garantiu que não vai deixar o cargo antes das eleições de 26 de fevereiro de 2016. "Condenam-me de antemão, sem que existam provas contra mim de algum tipo de ação incorreta", disse. "Estou sendo condenado sem haver qualquer evidência de que tenha feito algo errado. Isso é ultrajante."

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Blatter já não conta com o apoio dos patrocinadores e tem sido pressionado a abandonar imediatamente o cargo. Se condenado pelo Comitê de Ética da Fifa, ele poderá ser suspenso temporariamente, o que na prática daria um fim a seu mandato. "Eu sairei em 26 de fevereiro. Depois terá terminado. Mas não acontecerá nem um dia antes. Vou lutar até 26 de fevereiro. Por mim, pela Fifa. Estou convencido de que no mal aparecerá a luz e que o bem vai prevalecer", disse.

Mas parte do Comitê de Ética é de outra opinião e acredita que o cartola precisa ser afastado enquanto a apuração é realizada. Alguns dos membros do grupo, porém, insistem que Blatter é inocente e que, portanto, não se poderia julgar alguém antes da Justiça comum.

Visto como um braço do dirigente suíço para eliminar seus concorrentes, o Comitê de Ética da Fifa jamais atuou contra Blatter, mesmo diante de acusações em outros casos, como na corrupção envolvendo a empresa ISL. Nesta semana, um dos candidatos ao cargo de presidente da Fifa, o coreano Chung Mong-joon, chegou a chamar o Comitê de Ética de "capanga de Blatter para eliminar seus concorrentes".

Para adversários do suíço, a suspensão de 90 dias seria uma saída honrosa. De um lado, mostraria ao mundo que o órgão é de fato independente. Mas também permitiria que Blatter volte ao comando da Fifa para presidir em seus últimos dias de mandato, que termina em 26 de fevereiro de 2016.

Um ex-vice-presidente da Fifa sob o mandato de João Havelange acusa o brasileiro de ter tentado esconder os escândalos de corrupção enquanto comandou a entidade máxima do futebol e de ter manipulado os acordos de transmissão dos jogos da Copa do Mundo, prejudicando a renda do futebol. Hoje, o magnata coreano Chung Mong Joon e que concorre à presidência da Fifa publicou uma série de revelações sobre os bastidores da entidade.

Ele é acusado de violar as regras de ética da Fifa ao ter supostamente tentado comprar apoio para que a Coreia do Sul fosse escolhida para sediar a Copa de 2022. Diante de uma iminente suspensão por ter proposto um fundo de US$ 700 milhões, o bilionário e acionista da Hyundai decidiu trazer à tona os bastidores da entidade.

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Chung foi vice-presidente da Fifa por 17 anos a partir de 1994 e era considerado como um dos principais nomes na corrida para as eleições em fevereiro de 2016. Mas deve ter seu sonho interrompido diante de uma suspensão nos próximos dias.

Ele contou como, ao entrar na Fifa como vice-presidente, ele foi colocado como membro do Comitê de Mídia da entidade. "Eu achava que o comitê iria lidar com assuntos importantes relacionados com transmissão e direitos de patrocínio", disse. "Mas tudo o que falávamos era se iríamos servir comida fria ou quente aos convidados. Eu acabei renunciando diante de tanta frustração", contou.

Segundo ele, em outubro de 1995, em Seul, ele faria um discurso que deixou Havelange irritado. "Pedi mais transparência. Parecia lógico", disse. Seu principal argumento era de que os contratos de TV vendidos pela Fifa estavam sendo subvalorizados e que a entidade não estava conseguindo a mesma renda de outros eventos, alguns dos quais menos populares.

"Não há dúvidas de que a Copa é uma proposta atrativa para a televisão", disse. "De fato, existem argumentos que apontam que ela é muito mais popular que os Jogos Olímpicos para a audiência na TV", insistiu. "Apesar disso, as vendas de direitos de TV da Copa nunca atingiram os níveis de renda realizados pelos Jogos Olímpicos", disse em 1995.

Para ele, o problema estava na forma pela qual Havelange montou o esquema de decisão sobre qual emissora ficaria com os contratos. "Precisamos de mais transparência", disse. "Historicamente, o processo de tomada de decisões sobre marketing e contratos de TV tem sido lidados por um grupo muito pequeno de pessoas, a portas fechadas", acusou.

Há 20 anos, ele sugeriu uma mudança na forma de escolha de emissoras que transmitiram a Copa, justamente para garantir maior renda para a Fifa. "O Comitê de Mídia da Fifa deveria estar envolvido no processo para garantir que todas as necessidades dos meios sejam consideradas e tenham uma cobertura adequada", disse. Segundo ele, o Comitê Financeiro deveria garantir "orientação sobre as condições fiscais e o Comitê Executivo deveria ser o órgão máximo de marketing e contratos de direitos de TV".

"Dessa forma, os interesses dos jogadores, torcedores, patrocinadores e dirigentes seriam protegidos e contribuiriam para o desenvolvimento do jogo", insistiu. "Uma maior transparência é essencial porque a Copa tem sido financeiramente subvalorizada", acusou.

IRRITAÇÃO - Dois meses depois, Chung seria duramente reprimido por Havelange. "Na reunião do Comitê Executivo da Fifa dois meses mais tarde em Paris, Havelange, de uma forma muito brava, me perguntou por que eu tinha citado a questão da transparência. Ele ficou tão bravo que dava murros sobre a mesa e os tradutores simultâneos não conseguiam traduzir o que ele gritava", disse.

"A atmosfera normalmente cordial e amistosa dos encontros de repente ficou muito tensa e feia", relatou, para depois afirmar: "Havelange deve ter pensado que eu já sabia de detalhes de seus negócios corruptos com a ISL, com a qual ele estava envolvido naquele momento".

Chung garante que na época não entendeu o motivo da ira do brasileiro. "Agora eu entendo", disse. "Entre 1992 e 2000, Havelange recebeu US$ 50 milhões em propinas por uma empresa chamada ISL", disse. Citando um processo na Justiça suíça, o coreano apontou que o ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira, também foi beneficiado pelos depósitos.

O coreano revela que mesmo Joseph Blatter, o atual presidente e então braço direito do brasileiro, sabia do esquema. "Um dia, Blatter encontrou uma transferência da ISL para uma conta da Fifa com uma mensagem em anexo dizendo que era um pagamento para Havelange. No lugar de abrir uma investigação, ele simplesmente retornou o cheque para a ISL", disse.

Para Chung, Blatter mereceria por esse ato um suspensão por toda sua vida do futebol. "Se isso tivesse ocorrido, a Fifa não estaria na crise de hoje", disse.

Mas o coreano alerta que o Comitê de Ética da Fifa jamais fez algo efetivo para lidar com o caso e só começou a investigar em 2012, onze anos depois da falência da ISL. O resultado foi "exonerar" Blatter de qualquer responsabilidade.

Para Chung, que pode pegar 15 anos de suspensão por ter tentado oferecer dinheiro por votos, o tribunal da Fifa não é nada mais que um "capanga" de Blatter para destruir os adversários políticos. Além do coreano, o Comitê de Ética também investiga Michel Platini, outro candidato à presidência da Fifa.

Os maiores patrocinadores da Fifa se uniram de forma inédita e exigem que Joseph Blatter deixe a presidência da entidade imediatamente. A iniciativa das multinacionais que pagam pelo futebol e seus torneios coloca uma pressão considerada por muitos como insustentável sobre o cartola. Blatter, porém, garante que não vai abandonar o cargo antes de fevereiro de 2016, quando será realizada a eleição que definirá o seu sucessor.

Por meio de seus advogados, Blatter garantiu nesta sexta-feira que não deixará a Fifa. "Blatter respeitosamente discorda da posição (das empresas) e acredita que deixar o cargo agora não serviria ao melhor interesse da Fifa nem às reformas. Ele não vai renunciar", disseram.

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Além da Coca-Cola e do McDonald´s, outras empresas também pediram a saída de Blatter. A Anheuser-Busch InBev, também patrocinadora da Copa do Mundo, foi outra que lançou nesta sexta-feira o mesmo alerta, indicando que Blatter se transformou em um "obstáculo" para a reforma. "Seria apropriado que o senhor Blatter deixasse o poder", afirmou.

A Visa, que passou a fazer parte da Fifa graças à Blatter, seguiu o mesmo tom. "Nenhuma reforma real pode ser feita sob a atual liderança", alertou a empresa. "Dado o que ocorreu na semana passada, está claro que o melhor para a Fifa seria a saída imediata de Sepp Blatter".

Juntas, as empresas que pediram nesta sexta-feira a saída do cartola colocaram quase US$ 800 milhões no Mundial de 2014, realizado no Brasil. Jaimie Fuller, da entidade NewFifaNow, destacou a importância do ato das empresas. "Nunca vimos um patrocinador de uma federação tomar uma ação tão drástica", disse.

Joseph Blatter e Michel Platini evitarão se encontrar na próxima sexta-feira (2), em meio a um escândalo de corrupção, após o cancelamento de um amistoso entre a Uefa e a Fifa. Blatter, o presidente da Fifa, iria viajar para a sede da Uefa, dirigida por Platini, em Nyon, para o encontro amistoso.

"Em uma decisão conjunta, se decidiu adiar o encontro Uefa-Fifa 2015, que havia sido programado para a sexta-feira, 2 de outubro, até um novo aviso", afirmou a Fifa à Associated Press, confirmando o cancelamento do evento.

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A partida seria realizada uma semana depois da abertura de uma investigação criminal contra Blatter, que envolve um pagamento realizado a Platini em 2011. Blatter é investigado como suspeito, enquanto que Platini está sendo tratado entre "testemunha e acusado", de acordo com o procurador-geral suíço Michael Lauber.

Além disso, a disputa entre Platini e Blatter, antigos aliados, se ampliou recentemente, quando a Uefa reclamou da Fifa sobre um documento que estava sendo distribuído supostamente para difamar o seu presidente, o que inclusive acabou provocando a queda da um funcionário da entidade máxima do futebol mundial.

Platini espera suceder Blatter ao ser escolhido o presidente na eleição da Fifa marcada para fevereiro. Para ser candidato, porém, terá que passar pela verificação de integridade da Fifa após 26 de outubro, prazo final para inscrição das candidaturas.

O atual presidente da Uefa foi questionado pelas autoridades suíças por um pagamento de 2 milhões de francos suíços (aproximadamente R$ 8,1 milhões) que recebeu da Fifa em 2011 por trabalhos realizados até 2002.

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