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A Escola Nacional de Defesa do Consumidor (ENDC), órgão administrado peloMinistério da Justiça, abriu 1,7 mil vagas para dois cursos gratuitos, na modalidade de Educação a Distância (EaD), abertos à população em geral e aos membros do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor, que agrega funcionários dos Procons, Ministério Público, Defensoria Pública, Delegacias de Defesa do Consumidor, Juizados Especiais Cíveis e Organizações Civis de defesa do consumidor.

O curso tem duração de três semanas e a carga horária é de 20 horas. As inscrições devem ser feitas através do portal da ENDC: http://ead.defesadoconsumidor.gov.br/.

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O primeiro curso sobre publicidade e oferta de produtos e serviços oferece 700 vagas e as inscrições ocorrem até o próximo domingo (24). As aulas estarão disponíveis de 10 a 30 de outubro. Já o segundo curso é uma abordagem específica sobre os princípios e direitos básicos do Código de Defesa do Consumidor (CDC) e encerra as inscrições em 1º de outubro. As aulas ocorrem de 24 de outubro até 13 de novembro. Serão ofertadas até mil vagas.

Confira abaixo detalhes sobre cada um dos cursos:

Oferta e Publicidade

Objetivo: identificar, segundo o Código de Defesa do Consumidor, as características da oferta de produtos e da publicidade, bem como os direitos dos consumidores envolvidos

Público-alvo: cidadãos e membros do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor (SNDC)

Duração: três semanas

Carga-horária: 20 horas

Inscrições: até o próximo domingo (24)

Número de vagas: 700

Período das aulas: de 10 a 30 de outubro

Princípios e Direitos Básicos do Código de Defesa do Consumidor (CDC)

Objetivo: oferecer compreensão sobre a Política Nacional das Relações de Consumo e ampliar o conhecimento dos direitos dos consumidores

Público-alvo: cidadão e membros do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor (SNDC)

Duração: três semanas

Carga-horária: 20 horas

Inscrições: até 1º de outubro

Número de vagas: 1.000

Período das aulas: de 24 de outubro a 13 de novembro

Para mais informações, acesse o site: http://ead.defesadoconsumidor.gov.br/

O Ministério da Justiça trava desde outubro do ano passado a criação de uma força-tarefa entre Brasil e Espanha para investigar suspeitas de crimes de corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo a empresa de capital misto espanhola Defex. A Espanha pediu a criação de uma equipe de trabalho conjunta para apurar um repasse de 7 milhões de euros da Defex para empresas de Gregório Marin Preciado, entre elas a Iberbrás.

A Iberbrás apareceu na Lava Jato por causa da refinaria de Pasadena. Segundo o delator Fernando Falcão Soares, o Fernando Baiano, por meio de um contrato fraudulento com a Astra Oil, a Iberbrás escoou propina de US$ 15 milhões destinada ao pagamento de vantagens indevidas a funcionários da Diretoria Internacional e de Abastecimento da Petrobras.

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Preciado, segundo Fernando Baiano, teria recebido cerca de US$ 700 mil pela transação. Os espanhóis querem descobrir se o mesmo modus operandi de Pasadena foi utilizado no caso Defex e quais políticos teriam recebido os valores repassados pela empresa espanhola.

Em 22 de junho deste ano, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou um ofício ao ministro da Justiça, Torquato Jardim, cobrando uma posição sobre o pedido de formação da equipe conjunta de investigação. No documento sigiloso, ao qual o jornal O Estado de S. Paulo teve acesso, o procurador afirmou que houve uma discussão em outubro do ano passado sobre o tema, mas o governo não encaminhou "mais qualquer informação" para formar o grupo conjunto. O pedido de criação do grupo não teve andamento no Ministério da Justiça nas gestões de Alexandre de Moraes, Osmar Serraglio e de Torquato.

A reportagem apurou que na época do pedido espanhol, Janot comunicou o presidente Michel Temer sobre o caso. A Procuradoria queria evitar que as informações chegassem ao Ministério das Relações Exteriores, chefiado à época por José Serra, uma vez que a investigação esbarra em informações sobre o empresário, que é próximo ao tucano. Preciado é casado com uma prima de Serra.

O tucano foi ministro das Relações Exteriores até o final de fevereiro, quando deixou o cargo por motivos de saúde. No encontro com Janot, o presidente teria se comprometido a dar andamento ao caso sem que o tema fosse submetido ao Itamaraty.

Procurado, o Palácio do Planalto informou que caberia ao Ministério da Justiça se manifestar sobre o assunto. Já a assessoria do senador afirmou que Preciado "é casado com uma prima de Serra e suas relações são única e estritamente familiares".

As investigações envolvendo a Defex estão sob a coordenação da Eurojust, um organismo de investigação na União Europeia para casos transnacionais. Em uma reunião do órgão em Haia, na Holanda, em setembro do ano passado, o juiz José de la Mata Amaya, responsável pelo caso, manifestou a intenção de contar com o apoio dos investigadores brasileiros.

E-mails

Espanha, Procuradoria-Geral da República e Ministério da Justiça trocaram e-mails sobre o tema em outubro. Em 13 de outubro, o secretário de Cooperação Internacional da PGR, Vladimir Aras, enviou um e-mail à pasta com o ofício recebido do juiz espanhol em 29 de setembro e a reiteração de que é necessário formar a equipe de investigação.

A reportagem teve acesso aos e-mails - tanto da PGR quanto das autoridades espanholas - que foram direcionados a Ricardo Saadi, então diretor do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI) do Ministério da Justiça. Em e-mail ao Ministério da Justiça espanhol, Saadi pediu o "objeto específico" do grupo de trabalho.

A Espanha encaminhou um rascunho do que seria o acordo entre os dois países, com a previsão de um grupo conjunto para atuar inicialmente por um ano. A investigação envolveria uma "série de pessoas físicas e jurídicas" suspeitas de corrupção, organização criminosa e lavagem de dinheiro em negócios transnacionais. O diálogo parou aí, sem que a PGR obtivesse resposta positiva do governo.

Equipe conjunta

O Ministério da Justiça informou que após receber o ofício da Procuradoria-Geral da República foi encaminhada solicitação para a Espanha para saber se "ainda haveria interesse" em constituir a equipe conjunta de investigação. A resposta da Espanha, conforme a pasta, foi afirmativa e o país enviou ao Brasil uma sugestão de texto para a formação do grupo.

Em nota, o Ministério da Justiça afirmou que "já está trabalhando em uma minuta (proposta de equipe conjunta de investigação) que atenda os requisitos legais do ordenamento jurídico entre os dois países".

Consulta formal

Na segunda-feira passada, após o Ministério Público Federal divulgar um comunicado sobre o caso da Argentina, o Ministério da Justiça afirmou que o ato firmado entre as Procuradorias não obriga e não vincula o Estado brasileiro.

"O Ministério da Justiça informou e aguarda resposta à consulta formal feita ao Ministério das Relações Exteriores da Argentina", afirma a nota.

Procurada, a embaixada da Espanha no Brasil não se manifestou sobre o pedido de cooperação entre os países.

A reportagem não conseguiu localizar Gregório Marin Preciado. Apontado em um processo como defensor do empresário, o advogado Alex Moreira dos Santos não foi localizado no número disponível na Ordem dos Advogados do Brasil.

A assessoria do senador e ex-ministro das Relações Exteriores José Serra (PSDB) informou que as relações dele com Preciado são "única e estritamente familiares". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, criticou, nesta segunda-feira, 31, a atuação do Ministério da Justiça e afirmou à reportagem que a pasta "compromete toda a estratégia do combate regional à corrupção". A fala de Janot se dá no mesmo dia em que os Ministérios Públicos Federais do Brasil e da Argentina emitiram uma nota conjunta criticando a tentativa dos Poderes Executivos de cada país em criar "obstáculos" para a criação de um grupo de trabalho conjunto para investigar o caso Odebrecht.

Em junho, os MPs da Argentina e do Brasil assinaram um acordo para criação de uma equipe conjunta de investigação (ECI) para os crimes relacionados à Operação Lava Jato e ao caso Odebrecht. Pelo acordo, os dois órgãos atuariam de forma conjunta no esclarecimento das condutas ilícitas e na investigação financeira para recuperação do produto ou proveito de crimes relacionados à Odebrecht.

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Segundo o MPF brasileiro, "as informações e qualquer outro meio de prova obtido em virtude da atuação da ECI tramitarão entre os membros da equipe e poderão ser utilizados nas investigações".

Em nota, o Ministério da Justiça diz que o acordo entre os órgãos não obriga o Estado brasileiro a cumpri-lo. "Com o devido apreço à reconhecida dedicação dos MPFs da Argentina e do Brasil, o ato entre eles firmado não vincula o Estado brasileiro."

Suíça

Em janeiro, o Estado revelou que outra proposta da PGR para criar um grupo de trabalho, dessa vez com as autoridades suíças, estava travada no Ministério da Justiça brasileiro.

Uma troca de e-mails entre os suíços e o Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional mostrava exigências feitas pelo governo brasileiro, entre elas, o nome de suspeitos e a lista de potenciais alvos da investigação. A condição causou estranhamento e o pedido não foi acatado.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em carta de despedida endereçada ao presidente Michel Temer, o ex-ministro da Justiça, deputado licenciado Osmar Serraglio (PMDB-PR), faz um balanço de seus poucos meses de gestão na pasta e diz que Temer sofreu pressões de "trôpegos estrategistas". Em uma mensagem de seis páginas, o peemedebista faz agradecimentos e diz que atuou para apaziguar os conflitos no campo, criando mutirões para demarcação de terras indígenas.

"Não posso concluir esta quadra de minha história sem agradecer ao presidente Michel Temer, pela confiança que em mim depositou porque sei das pressões que sofreu de trôpegos estrategistas", diz Serraglio. O deputado agradece também ao ministro Eliseu Padilha (Casa Civil), "que sempre me apoiou, compreendendo as dificuldades em que eu navegava", ao PMDB do líder Baleia Rossi (SP), às Frentes Parlamentares da Agropecuária e do Cooperativismo, "aos quais, fico sinceramente sentido, por pouco ter sido possível concretizar em tão breve tempo". "Tínhamos muitas esperanças", acrescenta.

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Serraglio não foi à posse de seu sucessor, Torquato Jardim, mas disse esperar que as "boas sementes" que plantou no Ministério "se converterão em árvores frondosas, sob o comando do nosso novo ministro Torquato Jardim".

Na "carta-balanço", o peemedebista destaca que teve uma passagem "muito breve" mas "feliz" no Ministério da Justiça. Em sua versão, o deputado licenciado diz que praticou a descentralização e que valorizou a base de apoio do governo "num momento crucial de apoio às reformas do presidente Temer".

O peemedebista conta que trabalhava das 8h da manhã até o início da madrugada, enumera as audiências realizadas e os encontros políticos e destaca que recebeu "inúmeros caciques indígenas". "Enquanto se dizia que não recebia índios, eles eram presença constante em meu gabinete", aponta.

No documento, o ex-ministro rechaça a afirmação de que ele esteve ausente nos momentos mais turbulentos da segurança pública. "Enquanto eu estaria ausente da última manifestação na Esplanada, não arredei um centímetro do Palácio da Justiça, acompanhando os trabalhos comandados pelo general Santos Cruz e as ações da Força Nacional", escreveu. "Na invasão do Ministério, ali estava presente, colaborando com o governo, para o sucesso de suas reformas", emendou.

No começo da carta, Serraglio cita o dramaturgo francês Victor Hugo e finaliza com ativista norte-americano Martin Luther King, onde diz sonhar com a pacificação do campo "para que nesta mesa da fraternidade, possam os índios e os não-índios, compartilhar a alegria de vivermos neste grande País".

O Ministério da Justiça e Segurança Pública informou que uma equipe da Polícia Federal foi enviada ao município de Viana, no Maranhão, "para evitar mais conflitos" entre capangas e indígenas.

Segundo a nota divulgada pela Pasta, o ministro Osmar Serraglio "ofereceu apoio à Secretaria de Segurança Pública que, por sua vez, já instaurou inquérito para investigar o caso". O MJ declarou que "está averiguando o ocorrido envolvendo pequenos agricultores e supostos indígenas no povoado de Bahias, no Maranhão".

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Na tarde do último domingo, 30, indígenas que vivem no Povoado das Bahias, em Viana (MA) foram alvos de ataques de capangas. Segundo informações do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), cinco índios foram baleados e dois tiveram as mãos decepadas. "Chega a 13 o número de feridos a golpes de facão e pauladas", declarou o Cimi. Não há, até o momento, a confirmação de mortes. Cinco indígenas foram transferidos durante a noite de ontem e madrugada de hoje para o Hospital Socorrão 2, Cidade Operária, na capital São Luís.

De acordo com informações da Comissão Pastoral da Terra (CPT), Aldeli Ribeiro Gamela foi atingido por um tiro na costela e um na coluna, e teve mãos decepadas e joelhos cortados. Seu irmão, José Ribeiro Gamela, levou um tiro no peito. O terceiro atingido foi o indígena e agente da CPT no Maranhão Inaldo Gamela, com tiros na cabeça, no rosto e no ombro.

"Essa violenta ação aconteceu quando os indígenas decidiram sair de uma área tradicional retomada, prevendo a violência iminente. Dezenas de pistoleiros armados com facões, armas de fogo, e pedaços de madeira atacaram os Gamela no momento em que deixavam o Território. Para se protegerem, muitas pessoas correram e se esconderam na mata", informou a CPT do Maranhão.

De acordo com a CPT, a ação contra os indígenas foi planejada e articulada por fazendeiros e pistoleiros da região, que, por meio de um texto compartilhado pelo aplicativo WhatsApp, convocavam pessoas para o ataque contra os indígenas. "O governo do Maranhão já havia sido avisado da situação conflituosa na região e do risco de acontecer um massacre, mas, ao que consta até o momento, nem a polícia havia sido deslocada até a área para tomar as medidas cabíveis."

Atualmente, segundo a Pastoral da Terra, há cerca de 360 conflitos no campo no Estado. Destes, somente em 2016 foram registradas 196 ocorrências de violência contra os povos do campo. No ano passado, 13 pessoas foram assassinadas e 72 estão ameaçadas de morte.

Nova frota de veículos e equipamentos de segurança serão entregues ao sistema prisional de Pernambuco na próxima quinta-feira (30). A entrega oficial será feita durante a reunião do Pacto Pela Vida, na Secretaria de Planejamento e Gestão do Estado.

Serão 15 vans, 530 coletes balísticos para serem utilizados em escolta e operações de segurança nas unidades prisionais da Região Metropolitana e interior. As vans são provenientes de uma doação do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), do Ministério da Justiça, já os coletes custaram cerca de R$ 752 mil ao Governo do Estado.

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O Governo pontua que em 2016, dentro de ações para a reestruturação do sistema penitenciário, foram entregues 32 caminhonetes e três vans, 20 escudos balísticos, 18 equipamentos de raio-x e outros 200 coletes balísticos.

Após o governo brasileiro avaliar, no início desse mês, as necessidades de novas penitenciárias federais, o Departamento Penitenciário Nacional do Ministério da Justiça e Segurança Pública (Depen/MJSP) divulgou hoje (22) o projeto de construção de mais cinco presídios no país. O intuito é reduzir os efeitos da crise no sistema penitenciário nacional.

Os novos presídios federais serão construídos nas regiões Norte, Nordeste, Sul e Sudeste. De acordo com o Depen, as novas penitenciárias serão para criminosos de alta periculosidade e seguirão os padrões das demais já construídas, podendo contar com a parceria do Núcleo de Estudo e Pesquisa da Edificação Penal da Universidade de Brasília (UnB).

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A adequação do atual projeto promete aumentar a segurança e humanizar o sistema penitenciário. Ao otimizar a movimentação de presos dentro das unidades, as novas diretrizes irão facilitar também a aplicação de programas de assistência laboral, educacional e de saúde.

Além das melhorias nos presídios, o novo modelo arquitetônico oferece ajustes nos projetos de terraplenagem, fundação, rede elétrica, hidrossanitária, telefônica, de alarme e de incêndio.

O Ministério da Educação (MEC) lançou o Pacto Universitário pela Promoção do Respeito à Diversidade, da Cultura da Paz e dos Direitos Humanos na última quinta-feira (16) em parceria com o Ministério da Justiça. Durante o evento de lançamento, realizado na Assembleia Legislativa do Paraná foi formalizada a adesão de 43 instituições de ensino à iniciativa que tem como objetivo promover ações de respeito às diferenças e enfrentamento ao preconceito, à discriminação e à violência no ambiente universitário através do desenvolvimento de atividades de ensino, pesquisa e extensão voltadas à proteção e promoção dos direitos humanos. 

As instituições têm autonomia sobre o planejamento e desenvolvimento das ações e deverão apresentar o seu plano de trabalho dentro de um prazo de 90 dias. Além de instituições de ensino superior, também podem participar superior, organismos, associações e outras entidades da sociedade civil que pretendam exercer atividades em parceria. 

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A secretária de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi) do MEC, Ivana de Siqueira, afirma que a ideia é criar uma rede de respeito e paz nas universidades.  “A nossa expectativa é que possamos criar uma grande rede de instituições em todo o país que trabalhem com a educação em direitos humanos. É um chamamento que estamos fazendo às instituições de ensino superior para atuar na defesa dos direitos humanos” diz a secretária. 

*Com informações do MEC

A bancada pernambucana no Congresso Nacional se reuniu, nesta quarta-feira (15), com o diretor do Departamento Penitenciário Nacional do Ministério da Justiça, Marcos Severo, e o secretário de Justiça e Direitos Humanos de Pernambuco, Pedro Eurico. No encontro, os parlamentares discutiram a liberação de recursos da emenda impositiva apresentada pelo colegiado para melhorias na política de segurança pública e construção e ampliação de presídios no Estado. 

O recurso previsto pela emenda impositiva, com a obrigatoriedade de execução do Governo Federal, é de R$ 60 milhões. O diretor Marcos Severo se colocou à disposição para encaminhar os projetos que devem ser apresentados pelos parlamentares para a utilização da verba. Uma audiência com o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, deve ser marcada na próxima semana para garantir o empenho dos recursos no Orçamento.

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Da bancada, participaram da reunião os senadores Armando Monteiro (PTB) e Humberto Costa (PT), além dos deputados federais Carlos Eduardo Cadoca (PCdoB) e João Fernando Coutinho (PSB), que são coordenadores da bancada, e Ricardo Teobaldo (PTN), Zeca Cavalcanti (PTB), Adalberto Cavalcanti (PTB), Jorge Corte Real (PTB), Creuza Pereira (PSB) e Gonzaga Patriota (PSB).

“Pernambuco tem hoje um déficit de 20 mil vagas no sistema prisional. É um passivo histórico, que precisa ser tratado de forma suprapartidária, pois é uma situação dramática, urgente, que deve ser enfrentada para que a população pernambucana possa recuperar a tranquilidade”, avaliou Armando, durante a reunião.

O presidente Michel Temer (PMDB) afirmou, nesta quarta-feira (15), que a conversa dele com o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Carlos Velloso não teve influência política ou partidária. Velloso é cotado para assumir o comando do Ministério da Justiça no lugar de Alexandre de Moraes, indicado para ocupar a vaga deixada pelo ministro Teori Zavascki no STF. 

“Estive com Carlos Velloso ontem. Conversamos privadamente por mais de 1h. Meu amigo há mais de 35 anos. Marcamos esse encontro diretamente”, esclareceu o presidente em publicação no Twitter. “Continuaremos a conversar nos próximos dias. A escolha do novo ministro da Justiça será minha, pessoal, sem conotações partidárias”, acrescentou.

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Nos bastidores, conta-se, entretanto, que o ex-ministro foi levado para conversar com Temer pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG) e tem o apoio dos tucanos para ocupar o posto. 

Na semana passada, Temer havia dito que iria levar "muitos dias" para escolher o novo ministro, mas nessa terça (14) depois de conversar com Velloso, o presidente disse que “logo, logo” fará o anúncio.

 

Desde que decidiu indicar o nome de Alexandre de Moraes para a vaga de ministro no Supremo Tribunal Federal, o presidente Michel Temer começou a consultar lideranças políticas de partidos aliados sobre a receptividade ao nome do advogado Antonio Cláudio Mariz para o Ministério da Justiça.

Nessas conversas, Temer tem dito que não tomou a decisão sobre o novo ministro e que só deve fazer a escolha na semana que vem. Paralelamente a isso, a bancada do PMDB na Câmara está reivindicando a vaga, sob a alegação de que o partido não ocupa nenhum dos três cargos de importância articulação política – presidência da Câmara, com Rodrigo Maia (DEM), e Secretaria de Governo, com Antonio Imbassahy (PSDB).

O partido tem dois nomes sugeridos: Osmar Serraglio (PMDB-PR) e Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), que ontem foi pedir o apoio do presidente do PSDB, Aécio Neves (MG). O PMDB do Senado garante que não vai se movimentar e sim apoiar o nome que for escolhido por Temer. Aécio Neves tem dito que os tucanos não estão disputando essa vaga.

A crise na segurança pública, hoje mais visível no Espírito Santo – não só na capital Vitória, mas também em outras cidades do interior – pode levar o presidente a precipitar a escolha. Segundo aliados consultados por Temer, o presidente tem dado sinais de que a escolha será por uma indicação pessoal, um jurista, e não um parlamentar governista.

EFEITO CASCATA– Dois auxiliares do presidente Michel Temer avaliam que as decisões da Justiça contra a nomeação de Moreira Franco como ministro devem ter impacto no perfil do novo titular da Justiça. Na avaliação de um ministro de Temer, nomear o advogado Antonio Mariz, crítico da Operação Lava Jato, já renderia repercussão negativa ao Governo. Mas, com a decisão barrando a concessão de foro privilegiado a Moreira, serão dois desgastes criados pelo próprio presidente. "A ideia de Mariz volta à estaca zero", diz um interlocutor do presidente.

A miopia do prefeito de Floresta – Independente de o seu grupo político ter perdido a eleição em Floresta, o deputado federal Kaio Maniçoba (PMDB) trata o prefeito e adversário Ricardo Ferraz (PRP) com pão de ló em Brasília. Suas emendas já garantiram investimentos da ordem de R$ 10 milhões no município. Mas diferentemente do prefeito do Cabo, Lula Cabral, que procurou o deputado Betinho Gomes, adversário, para agradecer seu empenho por emendas ao município, Ferraz faz beicinho como se estivesse insatisfeito com a postura correta de Kaio em alocar recursos federais em Floresta.

A defesa de Creuza– A deputada Creuza Pereira teve que fazer esclarecimentos, ontem, em nota, sobre a sua posição frente ao projeto de lei que anistia partidos políticos. Pelas redes sociais se difundiu que ela havia votado a favor. Na verdade, seu voto, como o de todos os deputados, foi no sentido de permitir a tramitação da matéria e sua consequente discussão, já que não houve ainda a sua votação em plenário. “Sobre o voto favorável ao requerimento de urgência, acreditamos que seja da importância de todos, para permitir sua discussão em um momento que o Brasil se esforça para encontrar um modelo político sem corrupção”, afirmou.

Briga feita em Ipojuca– Ex-secretário de Meio Ambiente na gestão de Carlos Santana em Ipojuca, o vereador Deoclécio Lira (PSB) está sendo interpelado na justiça pelo empresário Francisco Dourado, que se sentiu injuriado com a campanha difamatória que o parlamentar, que também é radialista, vem fazendo. Na última postagem em suas redes sociais, afirmou que Chico Lapada, como é conhecido o usineiro, estaria contaminando água da Compesa, já teria feito algumas ações de vandalismo e estaria vendo combustível adulterado. “A interpelação se dá pelas inverdades e as injúrias”, diz o usineiro. Na realidade, a briga tudo tem a ver com a eleição suplementar. Enquanto Deoclécio apoia Santana, Chico Lapada está fechado com Célia Sales.

Argentinos compram mais – Em discurso no plenário, o senador Armando Monteiro (PTB), aproveitando a passagem do presidente da Argentina pelo Brasil, lembrou que, em 2016, o mercado argentino passou a ser o principal destino das exportações de Pernambuco. O senador assinalou que as vendas não apenas cresceram 35%, como foram lideradas por bens de maior valor agregado, como combustíveis e veículos produzidos na Refinaria Abreu e Lima, em Suape, e na fábrica da Fiat Chrysler, em Goiana. Os dois itens foram responsáveis por 46% do total das vendas externas do Estado.

CURTAS

ATENTADO– A OAB de Caruaru lamentou, ontem, por meio de nota, o atentado sofrido pelo advogado Elton Tabosa e informou que o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Felipe Sampaio, designará uma comissão especial para acompanhar o inquérito policial, a fim de que o crime seja esclarecido e os culpados punidos o mais breve possível.

RATEIO DO ICMS– O plenário da Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei que muda a forma de cálculo do coeficiente de participação do município no rateio de ICMS quando, em seu território, houver usina hidrelétrica. O deputado Fernando Monteiro (PP) foi relator do projeto na Comissão de Finanças e Tributação. “Esse projeto é de suma importância para os municípios sede de usinas hidroelétricas”, disse o parlamentar.

Perguntar não ofende: Senadores investigados pela Lava Jato podem sabatinar um candidato a ministro do Supremo?

O presidente Michel Temer iniciou, reservadamente, as consultas para definir o substituto do ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, indicado por ele para uma vaga no Supremo Tribunal Federal. Até agora, o nome mais cotado para ocupar a pasta é o do advogado criminalista Antônio Cláudio Mariz de Oliveira.

No Congresso, as bancadas do PMDB na Câmara e no Senado já avisaram ao presidente que não aceitarão um nome do PSDB na Justiça. Nos bastidores, os peemedebistas dizem que os tucanos estão muito bem contemplados com cinco ministérios e um nome indicado para o Supremo. Moraes era filiado ao PSDB, mas se desligou ontem do partido.

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"Será uma escolha pessoal. O ministro da Justiça é muito importante. Vamos escolher de forma pessoal", disse Temer nesta terça-feira, 7. Questionado pela reportagem sobre quanto tempo levará para escolher o sucessor de Moraes, respondeu: "Me dá uns 15 dias".

O tempo coincide com o prazo já anunciado pelo presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), para o processo de sabatina e votação do nome de Moraes na Casa. Para ocupar o posto, o indicado ao Supremo precisa ser sabatinado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado antes de sua indicação ser votada na própria comissão e no plenário da Casa. Eunício espera que a CCJ seja instalada ainda nesta quarta-feira, 8.

Temer chegou a convidar Mariz para a Justiça logo que assumiu a Presidência, em maio do ano passado, como interino. Mas teve de "desconvidar" depois que o advogado deu declarações contrárias ao modo como agia a força-tarefa da Lava Jato e criticou as investigações.

O presidente avalia que ficou com uma dívida moral com o amigo de longa data, que já foi secretário de Segurança e Justiça em São Paulo. Na terça, Temer ouviu sugestões para convidar o ex-secretário de Segurança do Rio José Mariano Beltrame. Temer também gosta do ex-ministro do Supremo Ayres Britto, mas no ano passado o magistrado não aceitou ser indicado para o ministério.

Disputa

O PMDB e o PSDB - dois partidos com lideranças investigadas na Lava Jato - disputam o comando da Justiça. Uma ala do PMDB da Câmara quer a nomeação de um integrante da bancada de Minas Gerais. Eleito sem o apoio do Planalto, o novo primeiro-vice-presidente da Câmara dos Deputados, Fábio Ramalho (PMDB-MG), cobrou nesta terça que Temer nomeie o deputado Rodrigo Pacheco.

"O PMDB de Minas não aceita mais ficar sem ministério. Minas quer participar do governo. Nós temos a segunda maior economia do Brasil, a segunda maior população. Fomos a bancada que demos mais votos para o impeachment (de Dilma Rousseff)", afirmou Ramalho.

O líder do PMDB na Câmara, Baleia Rossi (SP), afirmou que a maioria da bancada não quer a Justiça e prefere ocupar a liderança do governo na Casa, hoje comandada por André Moura (SE), do nanico PSC, ou ter um ministério com capilaridade, em que possa fazer ações para atender às bases eleitorais.

Ainda na terça, Temer se reuniu com o senador Romero Jucá (PMDB-RR), líder do governo no Congresso, e com o secretário de Governo, Antonio Imbassahy (PSDB-BA), para tentar resolver o impasse. Depois, Jucá conversou com lideranças tucanas no Senado.

O senador Aécio Neves (MG), presidente do PSDB, disse aguardar uma "indicação à altura dos desafios". "Vamos aguardar que o presidente possa fazer uma indicação à altura dos enormes desafios da área, em especial no que diz respeito ao enfrentamento da crise de segurança que assola partes do Brasil", afirmou.

Espaço

O PMDB da Câmara perdeu, com a queda de Geddel Vieira Lima da Secretaria do Governo, assento no núcleo duro do governo. Por outro lado, o PSDB está à frente da Secretaria de Governo, com Imbassahy, dos Ministérios das Cidades, com Bruno Araújo, das Relações Exteriores, com José Serra, e Direitos Humanos, com Luislinda Valois. O PMDB tem, agora, duas pastas a mais.

Os próprios tucanos, porém, têm tido dificuldades de fechar um nome de consenso. Os senadores pelo partido de Antonio Anastasia (MG) e Aloysio Nunes Ferreira (SP) já informaram aos colegas da bancada que não gostariam de assumir o cargo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em uma série de anúncios feitos há pouco no Palácio do Planalto, o presidente Michel Temer criou o Ministério dos Direitos Humanos, nomeou o peemedebista Moreira Franco para a Secretaria-Geral da Presidência, ampliou as atribuições do Ministério da Justiça e confirmou o deputado Antônio Imbassahy no comando da Secretaria de Governo, cargo antes ocupado pelo peemedebista Geddel Moreira Lima.

Atual secretário-executivo do Programa de Parceria de Investimentos, Wellington Moreira Franco será o novo ministro da Secretaria-Geral da Presidência, órgão que volta a ter status de ministério. A pasta acumulará as funções do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), da Secretaria de Comunicação e outras atividades administrativas do Planalto.

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A secretária especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial do Ministério da Justiça, a desembargadora Luislinda Valois, foi promovida a ministra dos Direitos Humanos. De acordo com o governo, a pasta foi criada por meio de medida provisória.

Os anúncios foram feitos pelo porta-voz da Presidência, Alexandre Parola. Com o objetivo de demonstrar que o governo é “parte ativa e atuante no combate à criminalidade”, Parola informou também que o Ministério da Justiça terá suas atribuições ampliadas e passará a se chamar “Ministério da Justiça e da Segurança Pública”, continuando sob o comando de Alexandre de Moraes.

“Esse conjunto de iniciativas reforça a busca pela eficiência da gestão e o esforço de atender sempre melhor as demandas da sociedade em políticas concretas em benefício do povo brasileiro”, afirmou Alexandre Parola.

Três delegados serão responsáveis pela continuação das investigações da morte da menina Beatriz, de 7 anos,  após um ano sem solução do crime. Gleide Ângelo ficará com a coordenação da equipe. 

Além de Gleide Ângelo, farão parte da força-tarefa os delegados Alfredo Jorge e Marceone Jacinto - que já estava com o caso. A portaria, assinada nesta sexta-feira (9), também é uma forma de a Polícia Civil mostrar que continua trabalhando no caso, visto que, na quinta-feira (8), a família da criança se reuniu com o Ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, para pedir cooperação da Polícia Federal. 

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Gleide Ângelo é um nome de grande aceitação na sociedade, conhecida por solucionar casos importantes em Pernambuco. Segundo o chefe da Polícia Civil, Antonio Barros, Gleide trabalhará exclusivamente com o caso de Beatriz. "Se com esse esforço não chegarmos a uma conclusão, eu mesmo vou pedir a federalização do caso", disse Antonio Barros, em alusão às informações de que a família de Beatriz estaria pedindo que o caso passasse para a Polícia Federal. 

Segundo Barros, desde o dia do crime em dezembro de 2015, 208 pessoas foram interrogadas, 137 perícias foram realizadas e quatro terabytes de imagens foram analisados. "É como se fosse um jogo de xadrez e está faltando apenas uma peça", avaliou o chefe de polícia. 

A investigação conseguiu chegar a um suspeito. Já foi divulgado retrato falado e imagens dele na cena do crime. No dia do fato, 11 pessoas visualizaram o indivíduo próximo do local em que Beatriz foi abordada. Ninguém reconheceu o homem. Sem querer dar detalhes, Barros disse que outras pessoas podem ter participado do assassinato. 

O crime - Beatriz Angélica Mota Ferreira da Silva foi encontrada morta no depósito de material esportivo no Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, no centro de Petrolina, Sertão de Pernambuco. Ela tinha 42 perfurações pelo corpo e a faca estava no local. No dia do fato, a escola realizava uma festa de formatura. O evento contava com aproximadamente 2,5 mil pessoas, entre pais de alunos, estudantes, funcionários e convidados. 

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A Polícia Federal prendeu nesta quinta-feira (21) pessoas suspeitas de orquestrarem um ataque terrorista durante as Olimpíadas do Rio de Janeiro. Ao todo, 12 mandados de prisão temporária foram expedidos em 10 estados brasileiros e 10 pessoas foram presas até o momento.

Em coletiva, o ministro da Justiça, Alexandre Moraes, informou que o grupo conversava via aplicativos, fazendo juramento ao Estado Islâmico e planejando ataques. Todos os presos são brasileiros e o suposto líder vivia em Curitiba, mas não há maiores detalhes sobre o grupo. 

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Entre os atos preparatórios registrados pela Polícia Federal estavam conversas no Telegram e WhatsApp sobre treinamento de artes marciais e de armamento. Eles nunca chegaram a se encontrar. Um dos atos, por exemplo, era a pretensão de um deles em adquirir um fuzil AK-47.

De acordo com o ministro, as mensagens interceptadas mostram as pessoas comemorando os recentes atentados em Orlando, nos Estados Unidos, e em Nice, na França. Os investigados também defendiam a intolerância racial, de gênero e religiosa. A PF também cumpriu mandados de busca e apreensão, recolhendo equipamentos, computadores e celulares com os investigados. "Demos prioridade total para os policiais realizarem a perícia de tudo que foi apreendido", explicou o ministro. 

Com informações da Agência Estado

O novo ministro da Justiça, Eugênio Aragão, sugeriu nesta quinta-feira, 17, após assumir o cargo, que o juiz Sérgio Moro, que conduz a Operação Lava Jato na Justiça Federal em Curitiba, pode ter cometido crime ao tornar públicos os áudios entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente Dilma Rousseff. De acordo com o ele, que é subprocurador-geral da República, Moro deveria ter "fechado os autos e encaminhado ao Supremo Tribunal Federal" ao encontrar o áudio da presidente, que possui foro privilegiado em razão da sua função.

Na visão do ministro, existem "várias circunstâncias" que sugerem que a interceptação telefônica foi ilegal e prometeu "ir atrás" dessa apuração e "tirar as consequências disso, doa a quem doer".

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"Se houve conversa da presidente que merecesse atenção jurisdicional não caberia ao juiz de primeira instância nem sequer aquilatar o valor daquela prova e muito menos dar-lhe publicidade. Como se trata de uma eventual prova obtida em encontro fortuito, sua excelência, o meritíssimo juiz, deveria ter fechado os autos e encaminhado ao STF. Não o fez. E mais, ainda declarou de público que achava importante que a população soubesse", disse Aragão a jornalistas.

Ontem, Moro levantou o sigilo sobre os autos da investigação sobre o ex-presidente Lula e tornou públicos áudios interceptados por investigadores. Em uma das conversas, a presidente Dilma conversa com Lula sobre o termo de posse como ministro da Casa Civil. No diálogo, de ontem, a presidente afirma que iria enviar para Lula o termo de posse para ser usado em "caso de necessidade". Para investigadores, a conversa demonstra tentativa de evitar a prisão do ex-presidente conferindo ao petista foro privilegiado.

O novo ministro da Justiça disse que a publicação do áudio envolvendo a presidente "cheira muitas vezes ao artigo 10 da lei de interceptações, que qualifica como crime quando se torna público uma gravação que diz respeito a investigações autorizadas dentro do marco legal e constitucional".

Ele saiu em defesa, no entanto, da legalidade do diálogo entre Dilma e Lula. Segundo ele, em razão do estado de saúde da esposa do ex-presidente Lula, Marisa Letícia, a presidente Dilma encaminhou o termo de posse para assinatura do petista. Assim, segundo ele, o Planalto poderia realizar a cerimônia de posse ainda que Lula estivesse ausente. "Não podemos neste momento de crise ter o cargo de chefe da Casa Civil vago. Então foi estabelecido: assine o termo que, chegando, a gente faz a posse com a presidente assinando o termo na cerimônia e o presidente Lula faz a transferência de cargo na terça-feira. Então está tudo muito claro que não houve ali nenhuma intenção de absolutamente nada", disse Aragão.

Segundo ele, a presença de Lula é "fundamental" no governo neste momento para "construir pontes e chegar a algum tipo de consenso nacional". "O presidente Lula é uma pessoa chave nisso", disse Aragão. Citado nas escutas por Lula como "nosso amigo", Aragão disse que as menções a seu nome não o afetam e que o ex-presidente fez observações na esfera privada. "Isso pra mim é uma prova cabal de que minha atuação foi sempre pautada pelo absoluto republicanismo", completou o novo ministro.

Vazamentos

Responsável agora também pela Polícia Federal, subordinada ao Ministério da Justiça, Aragão afirmou que irá investigar vazamentos seletivos das investigações. "Quero tomar pé e saber em que medida essa seletividade está sendo operada. Não vamos admitir de jeito nenhum falta de profissionalismo. Investigações devem ser feitas com maior respeito à presunção de inocência", disse o ministro.

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), seccional de São Paulo, divulgou nota nesta quarta-feira, 16, na qual manifesta "repúdio" à nomeação do subprocurador-geral da República Eugênio Aragão para o cargo de ministro da Justiça. Aragão vai ocupar o lugar do procurador de Justiça da Bahia Wellington César Lima e Silva, que teve a nomeação barrada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

A Corte máxima entendeu que a Constituição proibiu o deslocamento para cargos no Executivo de promotores e procuradores que ingressaram no Ministério Público após 1988. Aragão ingressou antes.

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O presidente da seccional paulista da Ordem, Marcos da Costa, aponta para duas situações que, em sua avaliação, justificam sua manifestação. O novo ministro foi o responsável por falar em nome do Ministério Público Eleitoral junto ao Tribunal Superior Eleitoral, "sendo de sua competência a análise das contas de campanha da presidente da República".

O presidente da OAB-SP citou ainda o maior empreiteiro do País, Marcelo Odebrecht, preso desde junho de 2015 na Operação Lava Jato. "Não bastasse isso, (Aragão) oficiou também em nome do Ministério Público Federal, perante o Supremo Tribunal Federal em pelo menos uma situação ligada à operação que está abalando os alicerces da República brasileira, chamada Lava Jato, no caso de Marcelo Odebrecht, conhecendo, assim, detalhes que talvez nem mesmo o público em geral conheça", afirmou Costa.

"Para dizer o mínimo, não seria aconselhável que passasse ele, de protagonista de acusação em processos em que se atribui fatos ilícitos, crimes, a agentes da alta administração do atual governo federal, para a de servidor desse mesmo governo", afirma Costa, na nota divulgada pela OAB/SP.

O Conselho Superior do Ministério Público Federal autorizou nesta quarta-feira, 16, o afastamento do cargo do subprocurador-geral da República Eugênio Aragão para assumir o Ministério da Justiça, após convite feito pela presidente Dilma Rousseff.

Para a maioria dos conselheiros, a situação de Aragão é diferente da do procurador Wellington César Lima e Silva, cuja nomeação foi barrada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na semana passada. Os ministros da Corte entenderam que a Constituição, a partir de 1988, proibiu o ingresso de integrantes do Ministério Público no Executivo.

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Para os integrantes do Conselho, Aragão pode ocupar o posto de ministro porque ingressou na carreira em 1987, antes, portanto, da promulgação da Constituição de 1988.

A decisão, porém, não foi tomada sem discussão. Único dos nove conselheiros a votar contra a liberação de Aragão para assumir o posto, Carlos Frederico questionou o fato de o subprocurador-geral não ter optado pelo regime anterior de 1988, o que automaticamente o colocaria sob as regras do regime posterior.

O Conselho fez, então, uma pausa para procurar uma certidão onde Aragão teria feito essa declaração, mas não encontrou o documento. Mesmo assim, os integrantes do colegiado votaram por conceder ao colega o direito de assumir o ministério.

Carlos Frederico também afirmou ver com ressalvas o fato de Aragão ocupar hoje o cargo de vice-procurador eleitoral e aceitar assumir um ministério, que é um cargo político. "A minha visão é preservar o que foi decidido pelo Supremo. E preservar também a imagem da procuradoria", disse.

Aragão é um dos nomes mais próximos do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e foi convidado por Dilma para assumir o cargo na última segunda-feira (14) no lugar de Lima e Silva, que decidiu deixar o ministério.

Desde 2013, Aragão ocupa o cargo de vice-procurador eleitoral. Ele foi responsável pelo parecer que pediu a aprovação com ressalvas das contas de campanha da presidente Dilma Rousseff em 2014, contrariando indicação da área técnica da corte que solicitava a reprovação do balanço eleitoral.

Na época, Aragão entendeu que as irregularidades "não comprometeram a regularidade das contas". Atualmente, a prestação de contas da petista é alvo de questionamentos no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O monitoramento de detentos por meio de tornozeleiras eletrônicas é insuficiente para reduzir o número de presos provisórios no País, que são 41% do total e constituem um dos principais fatores de superlotação nas cadeias. A conclusão é de um estudo divulgado nesta terça-feira, 8, pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen), do Ministério da Justiça.

Em mais de 86% dos casos, de acordo com o levantamento, o sistema é utilizado em indivíduos que já foram condenados. A tecnologia ainda é pouco adotada por juízes para casos de medidas protetivas de urgência - como as enquadradas na Lei Maria da Penha, por exemplo - ou medidas cautelares diferentes da prisão.

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Dos 18.172 monitorados nos 17 Estados que já adotam a política, apenas 2.175 estão aguardando julgamento. "Observamos que a monitoração eletrônica não vem se configurando como uma alternativa à prisão, mas como um instrumento aliado aos movimentos de controle social e de recrudescimento do poder punitivo", diz o documento, uma parceria do Depen com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), com base em dados de fevereiro a julho deste ano.

Apesar de estar previsto em lei desde 2010, o sistema ainda não foi implementado em dez unidades de federação. Santa Catarina e Sergipe estão na fase de testes. Já Roraima, Tocantins, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Bahia, Paraíba e Rio Grande do Norte têm projetos em andamento. O Amapá é o único Estado em que não há sequer prognóstico de funcionamento.

O diretor-geral do Depen, Renato de Vitto, aponta as tornozeleiras como um instrumento de desencarceramento e inserção social. "A política deve ter como destinatário o preso provisório, ou seja, aquela pessoa que não necessariamente precisa estar no ambiente carcerário. Ela pode ser monitorada de uma forma mais barata e inteligente, com possibilidade menor de reincidir".

O serviço custa, em média, R$ 301,25 mensais por pessoa. Nas cadeias, este valor é oito vezes maior. Porém, como o monitoramento prevalece na execução penal - isto é, presos já condenados -, isso pode implicar em gastos duplicados. "O projeto aumenta os custos com a execução penal sem auxiliar no reajuste da população dos presídios, uma vez que não retira do cárcere quem lá não deveria estar e não impede o ingresso de quem não deva ser preso", aponta a pesquisa.

O diagnóstico destaca, ainda, que a política de monitoramento no País poderia ser ampliada em cerca de 55%. Em todo o País, a capacidade máxima de pessoas que podem ser observadas simultaneamente é 40,4 mil pessoas, mas pouco mais de 18 mil usam a tornozeleira. O Maranhão, por exemplo, tem 1,8 mil "vagas", mas só 110 pessoas são monitoradas.

Segundo a consultora Izabella Pimenta, responsável por elaborar a pesquisa, para qualificar o serviço é necessário um modelo de gestão que supere "o viés repressivo" e coloque "a pessoa monitorada como sujeito central da política", disponibilizando equipe psicossocial para acompanhamento e estabelecendo novas formas de lidar com possíveis descumprimentos das normas.

O estudo traz exemplos de deficiências no atendimento aos presos, como falta de espaço e estrutura, e critica o fato de que, em alguns Estados, as centrais de monitoramento trabalham com metas de produtividade, desconsiderando o fato de que a saída do perímetro permitido para circulação pode ser "justificável" (como um hospital, fórum ou delegacia), evitando notificações e lançamento de fuga. Porém, "em algumas situações, um bom dia de trabalho (...) pode ser aquele que apresenta muitas violações e, portanto, muitos acionamentos da polícia", afirmam os pesquisadores no estudo.

Baixos indicadores de desenvolvimento humano e fácil acesso a armas de fogo são apontados pelo Ministério da Justiça como fatores preponderantes para o Nordeste registrar os maiores indicadores de homicídio do País. A região atualmente concentra as mais altas taxas brasileiras, com 33,76 mortes a cada 100 mil habitantes. No Ceará, a proporção é de 46,9 assassinatos a cada 100 mil e em Sergipe, 45 por 100 mil.

No Sudeste, que concentra 16,91 homicídios por 100 mil, os maiores fatores de risco são a presença de gangues e drogas. No Rio e em São Paulo, conflitos com a polícia são classificados como problemas graves, que aumentam o risco de homicídio nos dois Estados.

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Os dados integram o documento Diagnóstico dos Homicídios no Brasil, lançado nesta quinta-feira (15) em Brasília. Preparado pela Secretaria Nacional de Segurança Pública, o trabalho pretende dar subsídios para nortear a adoção de políticas para o Pacto pela Redução de Homicídios.

O pacto pretende reduzir em 5% as taxas de homicídios até 2018 em 80 municípios considerados prioritários. Para a adoção de estratégias efetivas, autores do estudo procuraram compreender as principais causas dos homicídios, os fatores de risco mais relevantes e investigar como esses fatores afetam, de diferentes maneiras, cada região.

O trabalho levou em consideração fatores como a presença de gangues e drogas, a violência ligada ao patrimônio, a violência interpessoal (como agressões cometidas contra mulheres e aquelas praticadas no ambiente doméstico), conflitos na sociedade civil, a violência cometida e sofrida por agentes policiais. Também foi avaliada a presença do Estado. Para esse indicador, foram considerados, por exemplo, a quantidade de médicos nos sistemas de saúde, o efetivo de policiamento, o acesso à Justiça, a cultura e ao lazer. Entraram ainda na avaliação o acesso a armas de fogo e o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Ambos compõem um quesito, batizado de indicador transversal. Para tornar mais fácil a análise dos dados, pesquisadores elaboraram o indicador síntese, com resultados para os sete quesitos.

Os resultados apontados por essa primeira versão do trabalho mostram que no Sudeste conflitos com a polícia são considerados fatores graves para aumentar o risco de homicídio nos Estados do Rio e São Paulo. No Espírito Santo e Minas, o quesito é considerado um fator mediano. O trabalho ressalta, no entanto, que os números sobre conflitos com a polícia indicados em São Paulo devem ser observados com cuidado. Isso porque o Estado notifica melhor esse tipo de ocorrência, o que poderia dar uma falsa impressão de que o problema seria mais agudo na região.

Na avaliação do indicador síntese, São Paulo foi bem classificado em apenas um dos sete quesitos, o que mescla IDH e dificuldade de acesso a armas de fogo. Foram apontados como fatores de alto risco no Estado paulista a violência patrimonial e interpessoal, a presença do Estado(considerada falha) e conflitos com agentes de polícia. O problema de drogas e de violência doméstica, por sua vez, foi considerado um fator de média gravidade para o Estado.

No Norte, o Estado que apresentou pior classificação foi o Pará, com todos os quesitos considerados de alta gravidade. Na Bahia, o Estado que apresenta o maior número absoluto de homicídios no País, foram seis quesitos pontuados como de alta gravidade.

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