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Neste sábado (10), é realizado oficialmente o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, uma realidade que atinge a população do planeta e gera grandes prejuízos à sociedade. Só no Brasil, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que, em média, 38 pessoas cometem suicídio por dia.

Em campanhas como o Setembro Amarelo, o Governo de Pernambuco incentiva os municípios a realizarem estratégias e ações sobre o tema. No Recife, a Secretaria de Saúde realiza, através de Centros de Atenção Psicossocial (Caps), assistência aos munícipes que buscam atendimento por estarem passando por algum sofrimento psiquico ou transtorno mental, prevenção ao suicídio ou necessidades decorrentes do uso de álcool ou alguma substância.

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Os atendimentos são realizados nas 17 unidades dos Caps (a lista pode ser conferida aqui) espalhadas pelos Distritos Sanitários da cidade e contam com uma equipe multidisciplinar, composta por médicos psiquiatras, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais e terapeutas ocupacionais. 

Esses centros funcionam de segunda a sexta-feira e o cidadão pode buscar o serviço de forma espontânea ou por encaminhamento de uma unidade da Atenção Básica. Além dos Caps, há também o serviço desenvolvido pelo Samu Psiquiátrico, com uma Unidade de Suporte Básico (USB) exclusiva para atender aos chamados de pacientes em surto psiquiátrico. A população pode contatar o serviço através do 192. 

Camaragibe

A Secretaria de Saúde de Camaragibe disponibiliza atendimento gratuito para os munícipes por meio dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps). Veja quais são:

CAPS Transtorno Casa da Primavera - Rua Severina Francisca do Nascimento, nº 27, Timbi. Contato: 3484 - 2949

CAPS Camará Mirim - Rua Afonso Pena, nº 81 A, Timbi. Contato: 3456 - 3665

CAPS AD Campo Verde - Rua Candelária, nº 10, Santa Maria, Alberto Maia. Contato: 3484 - 3382

Olinda

A Secretaria de Saúde de Olinda também disponibiliza, de graça, atendimento psicológico nos Centros de Atenção Psicossocial da rede de saúde mental do município, bem como oferta consultas especializadas com profissionais psiquiatras e psicólogos nas Policlínicas.

Sobre o Setembro Amarelo

A Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) foi responsável pela criação da campanha Setembro Amarelo, juntamente com o Conselho Federal de Medicina (CFM), em 2014. Neste ano, o lema é: "A vida é a melhor escolha!".

"Todos nós devemos atuar ativamente na conscientização da importância que a vida tem e ajudar na prevenção do suicídio, tema que ainda é visto como tabu. É importante falar sobre o assunto para que as pessoas que estejam passando por momentos difíceis e de crise busquem ajuda e entendam que a vida sempre vai ser a melhor escolha", aponta a ABP em campanha.

Por isso, é importante que toda a população fique vigilante. Para auxiliar, o Conselho Federal de Medicina tem uma cartilha informando como prevenir o suicídio. Acesse!

Um relatório mostra que a vacina da Pfizer tem 90% de eficácia contra a ômicron, variante da Covid-19 que está despertando preocupação da Organização Mundial da Saúde (OMS). A reportagem foi publicado pelo site "Local 12" 

A eficácia da vacina contra essa nova cepa é 5% menor quando comparada com os resultados obtidos contra a variante Delta, cuja cobertura de imunização alcançou 95% com a Pfizer.

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A reportagem ressalta que o imunizante da Pfizer é bastante eficaz na prevenção de sintomas graves para as pessoas vacinadas com, pelo menos, uma dose de reforço. Ao mesmo tempo, os não vacinados têm 2,4 vezes mais chances de desenvolver sintomas graves.

O The Jerusalem Post salienta que o Ministério da Saúde de Israel deve compartilhar os primeiros dados sobre a eficácia das vacinas contra a ômicron com a África do Sul, local onde essa variante surgiu. 

O governo israelense tem se mostrado preocupado com a rápida disseminação da nova cepa ao redor do mundo, que tem passado de 200 casos diários para 2.000 em dez dias. 

Nitzan Horowitz, ministro da Saúde de Israel, declarou ao The Jerusalem Post que a situação no país está controlada. “Atualmente não há intenção de impor restrições à vida em Israel, e faremos todo o possível para garantir que isso continue", disse.

Um novo sequenciamento genético realizado pelo Instituto Aggeu Magalhães em pacientes que testaram positivo para a Covid-19 revela que a variante Ômicron ainda não foi detectada em Pernambuco. O estudo mostra que a linhagem Delta e suas sublinhagens continuam sendo predominantes no Estado.

Dos 42 genomas com qualidade para análise, 41 (97,6%) eram de pessoas infectadas com a variante Delta. Apenas um (2,4%) foi identificado como da linhagem da variante Gamma. As amostras foram coletadas entre outubro e início de novembro deste ano.

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O secretário Estadual de Saúde, André Longo, afirma que Pernambuco está atento a entrada de novas variantes do SARS-Cov-2 e, para isso, tem realizado uma força-tarefa para monitorar a circulação das variantes no Estado. 

"Os cuidados para evitar a circulação de novas cepas devem continuar. O uso correto de máscara, a higienização das mãos, o distanciamento social e, principalmente, a vacinação, com o esquema de duas doses e a dose de reforço, são essenciais para o enfrentamento à Covid-19", pontua Longo.

Sobre a Ômicron

Na segunda-feira (29), a  Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou que a nova variante ômicron representa um "risco muito elevado" para o planeta. Além disso, a OMS advertiu  que há  muitas incógnitas sobre esta variante, especialmente sobre o perigo real que representa para a população mundial.

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Nesta sexta-feira (29), comemora-se o Dia Mundial de Prevenção e Conscientização do Acidente Vascular Cerebral (AVC), e a Organização Mundial de Saúde (OMS) alerta para os riscos da doença, que é a segunda principal causa de óbitos no Brasil.

Além disso, a OMS aponta que o AVC é uma das cinco principais doenças responsáveis pela incapacidade no mundo. Além disso, uma em cada quatro pessoas apresentará um AVC ao longo da vida e indivíduos acima de 50 anos do sexo masculino são os mais acometidos. 

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A cada  ano,  cerca de 13,7  milhões  de  pessoas  têm um  AVC  no mundo e 5,5  milhões  morrem. Mas, com  adoção de medidas  de  prevenção,  90% dos casos podem ser evitados. Segundo dados mundiais, existe alta taxa de recorrência de AVC em indivíduos que apresentaram um episódio anterior, mas isso pode ser mudado. 

Apesar de acometer principalmente  idosos, a doença pode acontecer  com  qualquer  pessoa,  em  qualquer  idade,  a  qualquer hora. O tempo  é  fundamental  no  reconhecimento  dos  sinais do AVC para  que  o  paciente  possa  ter  acesso  a  um  rápido  tratamento de  urgência  em  centro  especializado,  o  que  diminui  as  chances  de sequelas e o risco de morte.

Por isso, o combate ao AVC é essencial para o aumento da expectativa e da qualidade de vida da população.  O Isquêmico  ocorre pela obstrução do fluxo sanguíneo em uma artéria cerebral causando isquemia, morte, dos neurônios de áreas  cerebrais. Já no AVC  hemorrágico há  ruptura  de um vaso, com extravasamento de sangue para o interior do cérebro. 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) aprovou, nesta quarta-feira (6), a vacina contra a malária para crianças, em regiões com alta transmissão da doença, como parte da África Subsaariana (situada ao Sul do deserto do Saara). Essa é a primeira vacina contra a doença, que mata entre 400 e 500 mil pessoas anualmente em todo o mundo. A RTS,S é uma vacina que age contra o parasita (Plasmodium falciparum), transmitido pelo mosquito mais mortal do mundo e frequente na África. Buscas pela vacina começaram há quase um século. 

"É um momento histórico. A tão esperada vacina contra a malária para as crianças é um grande avanço para a ciência, a saúde infantil e o combate à malária", declarou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, citado em um comunicado. "O uso desta vacina, além das ferramentas existentes para prevenir a malária, poderia salvar dezenas de milhares de vidas de menores todo ano", acrescentou. 

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O imunizante foi indicado após uma análise dos resultados de um programa piloto que ainda está em andamento em Gana, Quênia e Malaui. Ao todo, o estudo atingiu mais de 800 mil crianças desde 2019 e vai continuar em execução para avaliar o impacto da medida. Mais de duas milhões de doses de um total de 10 milhões previstas no programa de testes já foram aplicadas. 

De acordo com a OMS, 95% dos casos de Malária acontecem na África, e mais da metade desses números ocorrem em crianças com menos de cinco anos. A nova vacina é produzida pela GlaxoSmithKline e se mostrou eficaz contra os patógenos da malária mais prevalente no continente. A vacina, assim, se transforma na primeira a lidar com uma doença parasitária e é recomendada para a região africana e outras que tenham a incidência do mesmo patógeno. 

Nos testes clínicos, a vacina teve uma eficácia de cerca de 40% contra a malária durante os 12 primeiros meses e 30% de redução de malária severa. Mas a taxa cai para zero no quarto ano. Mesmo assim, os estudos indicam que, se for implementada, o imunizante pode salvar 23 mil crianças por ano e evitar 5,3 milhões de novos casos. A OMS também estima que terá um impacto econômico, já que o continente africano perde a cada ano US$ 12 bilhões por conta da doença. 

 

Publicada na respeitada revista científica “The Lancet”, uma carta elaborada a partir das pesquisas realizadas por seis cientistas de 5 universidades dos Estados Unidos, Canadá e Reino Unido, aponta 10 motivos que sugerem a transmissibilidade do o SARS-CoV-2, o novo coronavírus, pelo ar.

Os chamados “aerossóis”, classificados como pequenas partículas que ficam em suspensão no ar depois de serem expelidas por alguém contaminado, seriam a causa central da presença do vírus para além das superfícies.

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Ainda de acordo com o estudo, a alta incidência de casos nos quais pessoas assintomáticas transmitiram a doença (pelo menos 59% em uma escala global), reforça a teoria.

Para ratificar a carta, foram estudados diversos eventos “superespalhadores” do vírus ao redor do mundo, e a partir disso, especialistas apontaram a fala, processo responsável pela produção de milhares de partículas de aerossóis, como a principal forma de disseminação da Covid-19.

Os pesquisadores também dizem ter capturado o vírus no ar em duas situações específicas. A primeira delas em experimentos de laboratório, onde o coronavírus permaneceu infeccioso por até 3 horas.

No segundo caso, foram identificadas partículas do SARS-CoV-2 em amostras de ar de quartos ocupados por pacientes com Covid-19, mesmo com ausência de intubação.

Há controvérsias

O tema tem sido considerado controverso na comunidade científica, visto que a Organização Mundial da Saúde (OMS), considera esse tipo de contágio possível apenas sob condições específicas, a exemplo de procedimentos médicos.

Embora uma série de estudos anteriores não tenha conseguido atingir o mesmo feito, isso já era esperado, segundo os especialistas.

O fenômeno ocorre porque colher a amostragem de vírus presente no ar é tecnicamente desafiador, já que os métodos de amostragem para a coleta de partículas finas é pouco eficaz.

Por que usar a máscara é importante?

Em contraste com a transmissão do novo coronavírus apenas por gotículas, a carta alerta para novas medidas de prevenção, que incluem o uso indispensável de máscaras, sobretudo em ambientes fechados, ainda que exista o distanciamento adequado. Admitir a possibilidade do vírus ser transmitido pelo ar, significa prestar mais atenção em sistemas de ventilação, filtragem de ar, tempo gasto em ambientes fechados, e também alerta para a necessidade de proteção de alto grau para equipes de saúde e trabalhadores da linha de frente.

Em casos de máscaras profissionais, como a N95 e a cirúrgica, siga a orientação do fabricante. Para quem faz uso de máscaras caseiras, a indicação é utilizá-las por até quatro horas. Repare também no estado da peça: se estiver suja, manchada ou molhada, melhor substituí-la antes do prazo.

Confira os 10 pontos levantados na carta:

1. Eventos 'superespalhadores' do vírus

2. Transmissão fora do mesmo ambiente (caso na Nova Zelândia)

3. Transmissão por assintomáticos

4. Transmissão é maior em ambientes internos

5. Transmissão em hospitais

6. Vírus viável já foi encontrado no ar

7. Vírus em filtros de ar e dutos

8. Estudos com animais em gaiolas

9. Não há evidências consistentes do contrário

10. Provas de outras formas dominantes de contágio são limitadas

Na noite de segunda-feira (19), o YouTube confirmou a retirada de uma das lives do presidente Bolsonaro (sem partido) do site. O banimento foi motivado por uma denúncia realizada pelo portal G1, que enviou para a plataforma trechos de uma das lives do presidente, realizada no dia 14 de janeiro, período no qual Manaus vivia a crise ocasionada pelo aumento de casos do novo coronavírus.

No vídeo, que ainda está disponível no Facebook, Bolsonaro faz a defesa do chamado “tratamento precoce contra a covid-19”, apesar das autoridades médicas mundiais apontarem a informação como falsa. Durante a live, o presidente também chegou a afirmar que o uso de hidroxicloroquina, azitromicina, ivermectina e zinco “deu certo” para evitar as mortes ocasionadas pela doença. Contudo, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), já fez alertas sobre ineficácia dos medicamentos.

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De acordo com a nova política do YouTube, divulgada na última sexta-feira (16), serão removidos os vídeos que sugiram o uso de hidroxicloroquina ou ivermectina para o tratamento ou prevenção da Covid-19. Em suas diretrizes, o site também afirma que “Não é permitido o envio de conteúdo que dissemine informações médicas incorretas que contrariem as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS)". 

Em março do ano passado, Bolsonaro também teve postagens removidas do Twitter, Facebook e Instagram, por conta de vídeos nos quais o presidente criticava as medidas de isolamento social impostas por governadores.

Dois casos da nova variante do coronavírus foram encontrados pelo laboratório de diagnóstico Dasa, em São Paulo. A variante da Covid-19 já foi registrada em pelo menos outros 17 países.

No Reino Unido, essa variante chamada de B.1.1.7 representa mais de 50% dos novos casos diagnosticados, segundo aponta a Organização Mundial da Saúde. Ela é considerada 56% mais contagiosa do que o vírus 'normal' da Covid-19.

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Segundo o G1, não há evidência de que a variante provoque casos mais graves ou com maior índice de mortes, nem mesmo se é resistente à vacina. O laboratório Dasa apontou ao site que foram analisadas 400 amostras do teste RT-PCR de saliva - a confirmação da mutação foi feita por meio de sequenciamento genético -. 

A preocupação atual é de que os testes possam apresentar falsos negativos, com o exame não apresentando a presença do vírus. Para controlar isso, o laboratório brasileiro trabalha, em parceria com o Instituto de Medicina Tropical da Universidade de São Paulo (USP), para gerar material que permita os testes mais eficazes.

Um levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que cerca de 780 milhões de pessoas em todo o planeta já contraíram o novo coronavírus (Covid-19). O anúncio foi feito pelo diretor-executivo da instituição, Michael Ryan. O número representa quase 10% da população da Terra, estimada em 7,6 bilhões de habitantes até o ano de 2018.

Os dados do órgão internacional conflitam o estudo da universidade estadunidense Johns Hopkins, de Baltimore (EUA), que registra 35 milhões de casos de contaminação pelo causador da Covid-19. A OMS considera a compilação de dados realizada pelos europeus da Agência de Controle de Doenças Transmissíveis, feita entre os meses de março e junho de 2020.

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De acordo com os números oficiais da OMS, são mais de 1 milhão de pessoas mortas em todo o planeta. O Brasil segue sendo o segundo país que registrou o maior número de óbitos, com 146,7 mil vítimas fatais. Os EUA seguem sendo o primeiro com 210 mil mortes.

A pandemia de Covid-19 será "mais dura em outubro e novembro", meses em que deve aumentar a mortalidade, afirmou à AFP o diretor para a Europa da Organização Mundial da Saúde (OMS).

"Vai ser mais duro. Em outubro, em novembro, vamos observar uma mortalidade mais elevada", afirmou em uma entrevista o médico belga Hans Kluge, no momento em que a Europa registra uma aceleração dos contágios, mas a taxa de mortalidade permanece estável.

O aumento da mortalidade diária será consequência do surto da epidemia na Europa, indicou a OMS. "Estamos em um momento no qual os países não têm vontade de ouvir este tipo de notícia ruim e eu entendo", afirmou Hans Kluge, que ao mesmo tempo citou a "mensagem positivo" de que a pandemia "vai parar em um momento ou outro".

A OMS Europa organiza uma reunião nesta segunda-feira e na terça-feira com os 55 Estados membros para abordar a resposta à pandemia e elaborar uma estratégia quinquenal. "Escuto o tempo todo: 'a vacina será o fim da epidemia'. Com certeza não", afirmou Kluge.

"Não sabemos se a vacina vai ser eficaz para todos os setores da população. Recebemos alguns sinais de que será eficaz para alguns, mas não para outros", acrescentou. "E se precisarmos encomendar vacinas diferentes será um pesadelo logístico", explicou.

"O fim desta pandemia será o momento em que, como comunidade, conseguirmos aprender a viver com ela. E isso depende de nós. É uma mensagem muito positiva". O número de casos diários aumenta em grande velocidade há algumas semanas na Europa, particularmente na Espanha e França.

Na sexta-feira, os 55 países da OMS Europa registraram 51.000 novos casos, um número superior ao registrado durante o pico do mês de abril, segundo os dados da organização.

Ao mesmo tempo, o número diário de mortes provocadas pela pandemia permanece entre 400 e 500, como no início de junho, de acordo com a OMS Europa.

A pandemia da covid-19 está piorando em todo o mundo, informou a Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta segunda-feira (8).

"Embora a situação na Europa esteja melhorando, globalmente está piorando", disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em uma entrevista em videochamada, em Genebra.

"Em nove dos últimos 10 dias, mais de 100.000 casos foram relatados. Ontem, mais de 136.000 casos foram contabilizados, o máximo em um único dia", acrescentou.

Segundo o chefe da OMS, quase 75% dos casos registrados no domingo estavam concentrados em 10 países, a maioria da América e do sul da Ásia.

O novo coronavírus já matou mais de 403.000 pessoas e infectou ao menos 7 milhões desde que surgiu na China em dezembro do último ano, de acordo com o último relatório da AFP baseado em fontes oficiais.

Depois de inicialmente atingir o Leste Asiático, em seguida a Europa se tornou o epicentro da pandemia, que agora ocorre na América.

A América Latina luta contra o feroz avanço da pandemia de coronavírus, que atinge o Brasil em particular, cujo presidente Jair Bolsonaro ameaçou retirar o país da Organização Mundial da Saúde (OMS) por agir com "viés ideológico".

O número de casos de contágio de COVID-19 no mundo chega a 6,7 milhões de pessoas, e o total de óbitos é de 395.500 desde o início da pandemia na cidade de Wuhan, no centro da China, em dezembro passado.

Há algumas semanas, o epicentro do novo coronavírus se encontra na América Latina, com mais de 1,2 milhão de casos e mais de 60.000 falecimentos. Mais da metade das mortes é no Brasil, com cerca de 645.000 casos e 35.000 mortes. Por enquanto, Bolsonaro se recusou a aplicar medidas de confinamento em nível nacional e enfrentou os governadores e prefeitos que optaram por essa política.

Em sintonia com essa postura de confronto e seguindo os passos do presidente americano, Donald Trump, Bolsonaro ameaçou, na sexta-feira (5), retirar o Brasil da OMS.

"E adianto aqui, os Estados Unidos saíram da OMS, e a gente estuda, no futuro: ou a OMS trabalha sem viés ideológico, ou vamos estar fora também. Não precisamos de ninguém de lá de fora para dar palpite na saúde aqui dentro", disse ele à imprensa, em Brasília.

Desde quinta-feira, o país é o terceiro com mais mortes. Sua situação sanitária ameaça seus vizinhos, como Argentina, Uruguai, Paraguai, Bolívia, Peru, Colômbia e Venezuela.

É uma "bomba-relógio", de acordo com um médico especialista em doenças infecciosas no Paraguai, na fronteira com o Brasil.

Com 127 milhões de habitantes, o México registra 13.170 mortes e 110.026 casos positivos, conforme o último balanço de sexta-feira. O pico de disseminação e de mortalidade não impediu o governo de iniciar a reabertura econômica e social do país.

O Peru, o segundo território da região em número de casos (187.400) e o terceiro em óbitos (5.162), tem um sistema de saúde à beira do colapso para as mais de 9.000 pessoas hospitalizadas, além de sofrer uma dramática escassez de oxigênio para pacientes gravemente doentes.

- Prado e Versalhes reabrem -

O contraste com a situação na Europa, onde o coronavírus fez estragos entre o final de fevereiro e o início de maio, em especial, não poderia ser maior.

Neste sábado (6), joias históricas e culturais do Velho Continente, como o Museu do Prado, em Madri, ou o Palácio de Versalhes, nos arredores de Paris, reabriram suas portas.

Um mês antes do que o Louvre, em Paris, o Prado começou a receber visitantes em paralelo a outros dois grandes museus da capital espanhola - Reina Sofía e Thyssen.

A Espanha, que registrou mais de 27.000 óbitos até o momento, segue na segunda-feira com seu cauteloso desconfinamento por fases, com Madri e Barcelona entrando na segunda e penúltima etapa. Nela, é autorizada a reabertura das praias para banho recreativo e liberado o interior dos restaurantes.

Com mais de 29.000 mortes, a França declarou ontem que a situação está "controlada", uma vez que o vírus agora circula em "baixa velocidade", segundo o presidente do conselho científico que assessora o governo, Jean-François Delfraiss.

No Reino Unido, onde também está sendo aplicada uma suspensão progressiva das restrições, o número de óbitos por COVID-19 passou de 40.000 na sexta-feira.

No continente africano, os parques nacionais da África do Sul anunciaram, neste sábado, que vão reabrir a partir de segunda-feira. Ficaram mais de dois meses fechados por causa da pandemia.

Muito apreciados pelos fãs de safáris, estes parques, entre eles o Kruger (nordeste), serão acessíveis, no início e por razões sanitárias, apenas para visitas de carro. Excursões, hotéis e espaços para acampamento situados nos parques serão reabertos somente mais à frente.

- Reunião da OPEP -

Nos Estados Unidos, o mercado de ações encerrou a semana com euforia, registrando uma alta de 3,15% em Wall Street. O movimento foi estimulado pelo anúncio da inesperada queda na taxa de desemprego, em maio, nos Estados Unidos. Para os especialistas, é um sinal de que a economia está se recuperando mais rápido do que o esperado.

Isso levou o presidente Donald Trump a declarar que seu país "superou em grande parte" a crise do novo coronavírus. Com 109.000 mortes e 1,9 milhão de casos registrados oficialmente, os EUA são, de longe, o país mais afetado do mundo pela COVID-19.

Em meio a essa lenta recuperação da economia mundial, os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e seus aliados se reúnem neste sábado para discutir as consequências de sua drástica redução na produção, aplicada para combater os efeitos da pandemia.

Após um acordo alcançado em 12 de abril, os países-membros da OPEP e seus aliados decidiram retirar do mercado, de 1º de maio até final de junho, 9,7 milhões de barris por dia (mbd), ou seja, cerca de 10% da oferta mundial antes da crise. O objetivo é conter a queda na demanda.

Em todo o mundo, cerca de 200 grupos de cientistas trabalham intensamente no desenvolvimento de uma vacina segura e eficaz contra a covid-19. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), pelo menos oito delas já iniciaram a fase clínica, de testes em pessoas.

A equipe brasileira, composta por 15 pessoas, é liderada pelo pesquisador Alexandre Vieira Machado, da Fiocruz em Minas Gerais, em parceria com outras instituições, como a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o Instituto Butantã, a Universidade de São Paulo (USP) e a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto.

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Segundo Machado, o Instituto do Coração (Incor) de São Paulo também trabalha no desenvolvimento da vacina, liderado pelo médico Jorge Kalil, e há troca de informações entre as duas equipes. “Esperamos que nós possamos utilizar a deles junto com a nossa em alguns testes”, diz Machado.

Coronavírus

A atual pandemia de covid-19 é causada pelo novo coronavírus, chamado tecnicamente de Sars-CoV-2, uma mutação do vírus Sars-CoV-1, que provoca a Síndrome Respiratória Aguda Severa (Sars, da sigla em inglês). Segundo dados da OMS, a Sars registrou 8.098 casos e deixou 774 mortos em 26 países entre 2002 e 2003, com foco principal na Ásia.

Outro tipo de coronavírus causa a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (Mers, da sigla em inglês), que deixou 858 mortos desde 2012, com um total de 2.494 casos em 27 países.

Covid-19 significa Corona Virus Disease, ou doença do coronavírus em português. O 19 se refere a 2019, ano em que foram divulgados os primeiros casos em Wuhan, na China. O Sars-Cov-2 já registrou quase 6 milhões de casos em todo o mundo, com mais de 360 mil mortos.

Machado explica que o vírus Sars-CoV-1 desapareceu depois do surto de 2002 e as pesquisas com ele foram interrompidas, por isso agora há mais dificuldade de se encontrar a vacina, com a pandemia em andamento e com um vírus muito mais contagioso e que causa uma doença grave. “É como ter que trocar o pneu de um carro em movimento descendo uma ribanceira”, diz o pesquisador.

“Não tem vacina pro Sars-CoV. É uma coisa muito triste e um recado para a ciência e para as agências de fomento. Somos frequentemente confrontados com doenças novas, como zika e chikungunya, e a volta de outras, como sarampo e febre amarela, isso desvia o foco das linhas de pesquisa e dos investimentos em vacina. Isso é ruim, porque se nós tivéssemos uma vacina aprovada para Sars-CoV-1, mesmo que fosse em fase clínica, numa plataforma que funcionasse, a gente poderia ter pulado algumas etapas”.

Vacina

Machado explica que o trabalho de sua equipe está sendo feito a partir de algum conhecimento acumulado com o Sars-CoV-1 e usa como base o vírus influenza recombinante, outra doença com sintomas respiratórios e mais grave em idosos, assim como a covid-19.

“Nós modificamos geneticamente o vírus da gripe, que é o vírus influenza, para que ele produza tanto as proteínas do vírus da gripe quanto uma proteína que nós chamamos de imunogênica, uma proteína que induz resposta imune, no caso ao Sars-CoV-2. Esperamos que uma pessoa vacinada com esse vírus tenha uma proteção contra a covid-19 e também à influenza”.

Porém, embora promissor, o trabalho ainda está longe de ser concluído. Segundo o pesquisador, o desenvolvimento laboratorial, com testes em camundongos, deve ser concluído em meados do ano que vem. Para só então iniciar a fase clínica, que é mais complexa e cara, pois exige mais estrutura, pessoal especializado e condições sanitárias específicas.

“A partir daí começa a parte clínica, usando outra espécie, como hamster, com mais controle de segurança, de toxicidade, de reações adversas. Depois que sair disso, ainda vai mais uns dois anos para entregar uma vacina com segurança para a população. Hoje é torcer para essas vacinas que estão em fase clínica, algumas delas, cheguem a termo e que nós tenhamos vacinas o suficiente para vacinar a população mundial”.

Segundo ele, uma das vacinas que já entrou na fase clínica foi o da Universidade de Oxford, no Reino Unido. A equipe britânica estava trabalhando com a vacina da Mers e testam agora com o antígeno do Sars-CoV-2. “Eles já tinham um conhecimento que colocou eles alguns passos adiante”, explica Machado, afirmando que, no momento, ainda há mais perguntas do que respostas sobre a vacina.

“Nós não sabemos ainda com quantas doses a vacina vai funcionar. Será que vai ter a mesma eficácia em jovens, idosos e crianças? Por quanto tempo a pessoa vai ficar imunizada? Essas questões todas têm que ser avaliadas e quanto mais opções nós tivermos de ferramentas, mais chances nós temos de chegar a um produto final”.

Equipes americanas e chinesas também estão na corrida para uma imunização para a covid-19 com resultados promissores.

Mas para o pesquisador, é fundamental que as instituições públicas do Brasil desenvolvam a vacina com tecnologia própria, para que o país seja capaz de proteger a sua população sem depender de outras patentes, muitas vezes desenvolvidas por empresas privadas.

“Isso é muito importante, porque a vacina para covid-19 nem existe e já tem briga por ela. Qual a garantia que o Brasil tem, se um laboratório no exterior conseguir produzir, que terá acesso a ela? E em tempo hábil? Então o Brasil ter uma vacina própria, com tecnologia própria, é soberania nacional e independência tecnológica. Hoje, vacina é geopolítica e ciência é poder”, afirma.

 

A cientista-chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), Soumya Swaminathan, disse nesta segunda-feira (25) que os cientistas têm um papel importante no combate ao que ela chamou de “infodemia”, uma pandemia de informações falsas e fake news sobre a pandemia da covid-19. Ela defendeu que os cientistas precisam falar numa linguagem mais simples, para que todas as pessoas entendam.

“A OMS publica vídeos explicando o que é verdade e o que é falso sobre esse vírus, nós conseguimos comunicar muito. Temos conferências de imprensa três vezes por semana. É importante que os cientistas tenham a voz, mas as pessoas leigas não entendem, então temos que aprender a usar a linguagem leiga para comunicar”, disse.

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A cientista participou, hoje (25), da cerimônia virtual em homenagem aos 120 anos da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Swaminathan destacou a cooperação global científica para enfrentar a pandemia, independentemenre de posições geopolíticas e ideológicas dos diferentes países. A cientista disse que esta é a maior cooperação já vista. “A única forma de vencer essa pandemia é compartilhando conhecimento e recursos”, afirmou.

“Em janeiro tivemos um fórum de pesquisa e inovação, isso produziu um mapa que delineou quais são as lacunas de conhecimento que temos sobre a doença, o que sabemos e o que precisamos aprender. Identificamos nove áreas temáticas onde grupos de trabalho começaram a trabalhar com teleconferências semanais desenvolvendo suas áreas de pesquisa, como transmissão da doença, conhecer o vírus propriamente, os hospedeiros, como passou para os seres humanos, até o manejo clínico, vacina, tratamento, ciência comportamental e social e ética nesse contexto de emergência”, explicou

Segundo Swaminathan, as pesquisas avançaram muito nos últimos quatro meses e foi feito um banco de dados público com mais de 30 mil sequências genômicas do vírus, que está sendo usado no desenvolvimento de vacinas. “É uma luz no fim do túnel”, disse, lembrando do papel de destaque do Brasil na área.

“Temos hoje mais de 200 vacinas em desenvolvimento e oito candidatas que já estão em ensaios clínicos mais avançados. O Brasil será um ator importantíssimo para o desenvolvimento de novas vacinas, pela capacidade do país e a liderança da Fiocruz para conseguir realizar esses estudos de alta qualidade que vocês precisam”, disse.

Ela disse que os países que estão na fase mais complicada da pandemia no momento, como o Brasil, precisam aprender com as nações que conseguiram controlar a doença.

"Vimos que houve diferenças na reação dos países a esse novo vírus, e como tem sido enfrentado. Ainda estamos aprendendo, mas o que fica claro é que se saíram melhor os países que têm bons sistemas de saúde pública, bons mecanismos de vigilância ou uma força de trabalho na saúde que pode rastrear contatos e isolar os pacientes, colocar em quarentena os que tiveram contato com eles. E redes de laboratórios mobilizadas para fazer os testes diagnósticos”.

Para Swaminathan, é muito importante também ter boas instituições científicas nos países que possam prover orientação com base em evidências para os governos sobre as medidas necessárias. Ela alertou, ainda, que o vírus ataca outros órgãos do corpo humano, além do sistema respiratório, e pode ter graves consequências em pacientes jovens.

“Estamos aprendendo que ele não afeta só o sistema respiratório, mas outros órgãos também, como o sistema vascular, o coração, o sistema nervoso, gastrointestinal, os rins, vimos manifestações raras em crianças e sequelas crônicas nos pacientes. Adultos jovens podem ter um AVC como primeira manifestação”, alertou.

De acordo com a cientista, pesar de “ainda termos um caminho difícil pela frente”, há otimismo entre os pesquisadores, já que foi verificado que o vírus tem uma taxa de mutação pequena, o que possibilita a criação de uma vacina segura e eficaz.

 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) suspendeu os testes com a hidroxicloroquina, medicamento para malária, em pacientes com covid-19 em razão de questões de segurança, informou nesta segunda-feira (25) o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

A hidroxicoloroquina tem sido apontada pelo presidente Jair Bolsonaro, pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e por outros como um possível tratamento para a doença causada pelo novo coronavírus. O presidente norte-americano afirmou que estava tomando o medicamento para ajudar a prevenir a infecção.

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"O grupo executivo tem implementado uma pausa temporária do ramo da hidroxicloroquina no estudo Solidarity, enquanto os dados de segurança são revisados ​​pelo conselho de monitoramento de segurança de dados", disse Tedros em uma entrevista online.

Ele afirmou que os outros ramos do estudo – uma importante iniciativa internacional para realizar testes clínicos de possíveis tratamentos para o vírus – continuavam.

Anteriormente, a OMS já havia recomendando contra o uso da hidroxicloroquina no tratamento ou prevenção de infecções pelo coronavírus, exceto como parte de ensaios clínicos.

Mike Ryan, chefe do programa de emergências da OMS, disse que a decisão de suspender os testes com hidroxicloroquina tinha sido tomada por "muita cautela".

Brasil

Na semana passada, o Ministério da Saúde incluiu a cloroquina, e seu derivado hidroxicloroquina, no protocolo de tratamento para pacientes com sintomas leves de covid-19 no Brasil. De acordo com o novo protocolo, cabe ao médico a decisão sobre prescrever ou não a substância, sendo necessária também a vontade declarada do paciente, com a assinatura do Termo de Ciência e Consentimento.

*Com informações de Michael Shields, repórter da Reuters

 

O deputado estadual Gil Vianna (PSL-RJ), de 54 anos, morreu na noite desta última terça-feira (19), em um hospital particular do Rio de Janeiro vítima da covid-19. O político estava sendo tratado com cloroquina, mas não foi o suficiente para mantê-lo vivo.

Segundo publicado pelo O Globo, a administração do medicamento, que não tem evidências científicas sólidas de que ele funciona no combate ao novo coronavírus, é protocolo de tratamento para pacientes de covid-19 em estado grave no Hospital Unimed, onde Vianna estava internado.

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Nesta quarta-feira (20), o diretor de emergência da Organização Mundial da Saúde (OMS) Michael Ryan, disse que a cloroquina e a hidroxicloroquina podem causar efeitos colaterais nos pacientes, além de não ter eficácia comprovada. Além disso, o diretor da OMS apontou que as substâncias só devem ser usadas contra o Covid-19 em ensaios clínicos.

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Como explicar a doença inflamatória potencialmente vinculada à Covid-19 que afeta algumas crianças? Duas semanas após serem reportados os primeiros casos em alguns países, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a comunidade científica tentam entender a causa.

- Qual é a relação com a Covid-19?

A OMS anunciou nesta sexta-feira que estuda o possível vínculo e pediu a colaboração mundial para "entender melhor esta síndrome infantil".

Em um relatório divulgado hoje, o Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (ECDC) classificou a nova doença de "síndrome inflamatória multissistêmica (que pode afetar todos os órgãos) temporariamente associada a uma infecção pelo Sars-CoV-2". A associação "ainda não foi estabelecida, mas é plausível", considerou o órgão.

Os casos ocorreram durante a epidemia do novo coronavírus e muitos dos pacientes testaram positivo para a Covid-19. A agência de saúde francesa, Santé Públique France, estima que a nova doença surja, "em média, quatro semanas após a infecção".

Cientistas trabalham com a hipótese de que as crianças afetadas sofram uma aceleração do sistema imunológico. "Elas tinham o vírus, o organismo o combateu. Mas agora há uma resposta imunológica diferida e excessiva", explicou à AFP o pediatra Sunil Sood, do centro médico infantil Cohen, localizado em Nova York.

Em geral, a grande maioria das crianças apresenta apenas os sintomas da Covid-19, ou mesmo nenhum sintoma.

- Quantos casos?

Na Europa, foram detectados cerca de 230 casos suspeitos da nova doença, segundo o ECDC, o qual assinalou que se trata de um mal raro e que as chances de uma criança ser afetada são muito pequenas.

Entre estes casos, houve duas mortes: uma no Reino Unido, de um adolescente de 14 anos, e outra na França, de um menino de 9 anos, anunciada hoje.

O caso fatal francês ocorreu em Marselha. A criança foi vítima de uma "afecção neurológica ligada a uma parada cardíaca", disse à AFP o médico que a atendeu, Fabrice Michel, do hospital de La Timone. Autoridades francesas reportaram 135 casos no país desde o começo de março.

Nos Estados Unidos, autoridades do estado de Nova York deram conta de três menores mortos e uma centena de casos. Também houve casos na Itália, Espanha e Alemanha, sem mortes.

- Quais são os sintomas?

Entre os sintomas, estão febre alta, dores abdominais, problemas digestivos, erupção cutânea, conjuntivite, língua avermelhada e inchada e problemas cardíacos. "Eles são uma mistura da doença de Kawasaki e da "síndrome do choque tóxico", segundo o ECDC.

A doença de Kawasaki afeta principalmente as crianças mais novas, com uma inflamação de seus vasos sanguíneos. Mas nos casos suspeitos de estarem relacionados à Covid-19, os problemas cardíacos e o caráter inflamatório são "mais marcados", segundo a agência sanitária francesa. Além disso, a doença pode afetar as crianças mais velhas, enquanto a doença de Kawasaki atinge essencialmente menores de 2 anos.

Um estudo italiano publicado na revista médica "The Lancet" aponta que o número de casos na região de Bérgamo se multiplicou por 30 desde o surgimento da epidemia atual, com 10 crianças de 7 anos em média diagnosticadas entre 18 de fevereiro e 20 de abril.

- Pista genética?

A causa da doença de Kawasaki é desconhecida, assim como a desta nova afecção, mas uma das hipóteses consideradas é a genética.

Na Inglaterra, seis dos oito primeiros casos observados foram de crianças negras de origem "afro-caribenha", segundo um estudo publicado na The Lancet. A criança que morreu na França era de origem africana, segundo seu médico.

Não foi reportado nenhum caso na Ásia, nem mesmo na China, onde a Covid-19 surgiu. Já a doença de Kawasaki afeta principalmente asiáticos.

O novo coronavírus pode nunca desaparecer e a população terá que conviver com ele, alertou a Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta quarta-feira, quando alguns países começam gradualmente a diminuir as restrições impostas para impedir sua propagação.

O novo coronavírus, que surgiu na cidade chinesa de Wuhan no final do ano passado, já contagiou mais de 4,2 milhões de pessoas e matou quase 300.000 pessoas.

"Temos um novo vírus que atingiu a população humana pela primeira vez e, portanto, é muito difícil prever quando o venceremos", disse Michael Ryan, diretor de emergências da OMS. "Talvez esse vírus se torne outro vírus endêmico em nossas comunidades e talvez nunca desapareça", disse em uma teleconferência de Genebra. "O HIV não desapareceu", comparou.

A OMS alertou que não há garantia de que o fim do confinamento, que afetou metade da humanidade, não gere uma segunda onda de contágios.

"Muitos países gostariam de encerrar as diferentes medidas" de confinamento, disse o diretor da mais alta autoridade sanitária do mundo, Tedros Adhanom Ghebreyesus. "Mas nossa recomendação é que os países ainda mantenham o alerta no nível mais alto possível", acrescentou.

Segundo Ryan, ainda há um "longo caminho a percorrer" para voltar ao normal. Acredita-se que "os confinamentos funcionam perfeitamente e que o desconfinamento será genial. Mas são cheios de riscos", alertou o virologista irlandês.

Ryan também condenou os ataques a trabalhadores da área de saúde e relatou que em abril mais de 35 incidentes "muito graves" desse tipo foram relatados em 11 países.

"O COVID-19 está trazendo o melhor de nós, mas também um pouco do pior", disse. "As pessoas se sentem empoderadas para liberar suas frustrações contra aqueles que estão simplesmente tentando ajudar. Não devemos permitir isso", alertou.

Ele também insistiu que a humanidade "tem uma grande oportunidade" de encontrar uma vacina e torná-la acessível a todos.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) prevê que entre "83.000 e 190.000 pessoas na África poderiam morrer de Covid-19 e entre 29 e 44 milhões poderiam ser infectadas durante o primeiro ano" da pandemia.

Este seria o balanço da doença "se as medidas de confinamento fracassarem", alerta um novo estudo do escritório regional da OMS para a África, segundo um comunicado ao qual a AFP teve acesso em Brazzaville, sede regional da organização.

"Esta pesquisa, baseada em modelos, abrange 47 países da região africana da OMS, o que supõe uma população total de um bilhão de pessoas", informa a máxima autoridade mundial de saúde.

"O modelo prevê uma taxa de contágio mais lenta, as pessoas afetadas por doenças mais graves mais jovens e as taxas de mortalidade mais baixas que as observadas nos países mais afetados do resto do mundo", detalha a OMS.

"A taxa de contágio mais baixa sugere, no entanto, uma epidemia mais prolongada no tempo", segundo o estudo que também destaca que os pequenos países africanos situados perto de Argélia, África do Sul e Camarões "têm maior risco se não se priorizarem as medidas de confinamento".

Atualmente, a África, juntamente com a Oceania, é o continente menos afetado pela COVID-19, com 53.334 casos e 2.065 mortes, segundo uma contagem da AFP.

Vários países adotaram medidas de confinamento que começam a suspender progressivamente ou pensam em fazê-lo.

A Nigéria também suspendeu o confinamento em Lagos, a maior cidade da África, e a África do Sul aliviou as medidas há uma semana.

Faltam seis milhões de enfermeiros no mundo, alertou a Organização Mundial da Saúde (OMS), pedindo medidas urgentes para aliviar esse déficit em meio à pandemia de coronavírus.

Um estudo da agência de saúde da ONU Nursing Now, e do Conselho Internacional de Enfermeiras (ICN) destaca a importância destes profissionais, principalmente do sexo feminino, que representam mais da metade das equipes de saúde no mundo.

"As enfermeiras são a espinha dorsal de qualquer sistema de saúde", afirma o diretor da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

De acordo com o relatório, existem pouco menos de 28 milhões de enfermeiros.

Segundo a OMS, as maiores lacunas estão nos países mais pobres da África, sudeste da Ásia, Oriente Médio e partes da América do Sul.

O documento pede aos governos que priorizem investimentos em educação, emprego e gestão no setor.

Howard Catton, diretor executivo do ICN, disse que as taxas de infecção e de mortalidade "são mais altas onde há poucas enfermeiras".

Também afirmou que "a escassez esgota os profissionais que estão na ativa".

Mary Watkins, copresidente do estudo, pede um investimento urgente em testes de coronavírus para equipes de saúde.

Segundo ela, muitos não vão trabalhar porque temem ter sido infectados ou foram contagiados.

Catton afirmou que 23 enfermeiras morreram na Itália e citou números que sugerem as mortes de 100 profissionais de saúde em todo o mundo.

Ele mencionou relatos sobre o contágio de 9% destes profissionais na Itália e até 14% na Espanha".

Mas celebrou o crescente reconhecimento deste trabalho em alguns países, o que pode valorizar a profissão.

Watkins destacou que países ricos não formam enfermeiros suficientes e dependem da migração, aumentando a escassez nos mais pobres.

Para especialistas, mais profissionais do sexo masculino precisam ser recrutados.

"Há evidências de que, onde há mais homens em uma profissão, os salários e as condições melhoram", disse Watkins.

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