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As atividades restritas ao público com passaporte da vacina na cidade de São Paulo deverão exigir dos frequentadores a comprovação de ao menos duas doses do imunizante contra a Covid-19 a partir desta sexta-feira (7). A mudança está em um decreto municipal publicado no Diário Oficial local, no qual também é determinada a exigência do comprovante em festas, bailes e outros eventos semelhantes em clubes e casas noturnas, independentemente da lotação.

De número 60.989, o decreto da Prefeitura justifica a decisão à "situação atual da pandemia de Covid-19 no município de São Paulo, que aponta aumento do número de casos do Covid-19 decorrente da disseminação da variante Ômicron". Além disso, o texto ressalta que a decisão também se baseou na proximidade do carnaval e "provável realização de festas neste período".

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O carnaval de rua foi cancelado na capital paulista. O anúncio foi feito pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB) na quinta-feira (6). Na data, a gestão admitiu o aumento da procura por atendimento para pacientes com sintomas respiratórios na cidade e que a realização do evento poderia agravar a situação. Em meio ao apagão de dados do Ministério da Saúde, Estados e municípios têm relatado alta de casos do coronavírus.

Os desfiles do sambódromo estão liberados mediante adesão aos protocolos ainda em desenvolvimento, que serão elaborados pela Vigilância Sanitária municipal. A Liga Independente das Escolas de Samba tem destacado que vai seguir à risca todas as determinações. As festas privadas também estão autorizadas, incluindo festivais de médio e grande porte.

Implantado em setembro, o passaporte da vacina também é obrigatório em shows, feiras, congressos, jogos e outras atividades do setor de eventos - antes a exigência era para lotação acima de 500 pessoas; o novo decreto abrange todos os eventos independentemente da quantidade de pessoas. Os locais que não respeitarem a determinação estão sujeitos a penalidades, como a cassação da licença de funcionamento. A recomendação municipal é que todos os estabelecimentos da cidade exijam a comprovação, mesmo os voltados a outras atividades não contempladas no decreto.

O ministro Humberto Martins, presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), negou o pedido de um servidor do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3), em São Paulo, para voltar ao trabalho presencial sem apresentar o comprovante de vacinação contra a Covid-19.

O fundamento da decisão foi chamado "princípio da precaução". A regra é aplicada quando não há consenso cientifico sobre um tema e define que, na dúvida, o magistrado deve decidir com cautela, priorizando o direito que pode estar sob risco.

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"O princípio da precaução recomenda, nesse incipiente estágio processual, o indeferimento da medida liminar pleiteada pelo paciente, a fim de resguardar a saúde e a vida da população em geral", escreveu.

Martins também lembrou que, ao dar aval para a vacinação obrigatória contra o novo coronavírus, o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que autoridades poderiam impor restrições a quem se recusar a tomar a vacina.

"É firme o entendimento do Supremo Tribunal Federal no sentido de que as decisões capazes de influenciar bens jurídicos de valor supremo, tais como a vida e a saúde, devem ser norteadas pelos princípios da precaução e da prevenção, de modo que, sempre que haja dúvida sobre eventuais efeitos danosos de uma providência, seja adotada a medida mais conservadora necessária a evitar a ocorrência do dano", diz outro trecho da decisão.

A liminar foi dada em habeas corpus movido pelo servidor contra a portaria editada em dezembro pelo TRF-3, que tornou obrigatório o passaporte da vacina ou o resultado negativo do teste do novo coronavírus, feito em até 72 horas, como pré-requisitos para entrada no tribunal. O processo caiu com o ministro Humberto Martins em razão do recesso do Judiciário, em que o presidente do STJ decide demandas urgentes na ausência do relator. Com a volta dos trabalhos, em fevereiro, o caso será levado a julgamento na Primeira Turma, sob a relatoria do desembargador convocado Manoel Erhardt.

No habeas corpus enviado ao STJ, o servidor alegou que a portaria desrespeita sua liberdade de locomoção e atenta contra o livre exercício de sua atividade profissional - direitos resguardados pela Constituição. Ele pediu a liminar para garantir o acesso imediato ao TRF-3, mesmo sem a prova de imunização, além da fixação de prazo mensal para apresentar os testes negativos.

O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu o despacho do Ministério da Educação (MEC) que proibia universidades e institutos federais de exigir o passaporte da vacina contra a covid-19 no retorno às atividades presenciais. A decisão foi tomada em caráter liminar, em resposta a uma ação protocolada na Corte pelo PSB.

Lewandowski argumentou que a medida tomada pelo MEC contraria evidências científicas e análises estratégicas em saúde ao desestimular a imunização. "O Supremo Tribunal Federal tem, ao longo de sua história, agido em favor da plena concretização dos direitos à saúde, à educação e à autonomia universitária, não se afigurando possível transigir um milímetro sequer no tocante à defesa de tais preceitos fundamentais, sob a pena de incorrer-se em inaceitável retrocesso civilizatório", escreveu o ministro.

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O despacho do MEC foi publicado no Diário Oficial da União (DOU) nesta quinta-feira, 30. Pela determinação do ministro da Educação, Milton Ribeiro, as universidades e institutos deveriam apenas implementar protocolos sanitários e cumprir as diretrizes estabelecidas por uma resolução do Conselho Nacional de Educação de agosto deste ano. Lewandowski, por outro lado, entendeu que as instituições de ensino federais têm autoridade para exigir o comprovante de vacinação contra o coronavírus para "exercício de determinados direitos".

Além do PSB, outros partidos como o PSOL e a Rede Sustentabilidade também anunciaram que entrariam com ações no STF para suspender o despacho do MEC sobre as universidades. No começo de dezembro, em decisão liminar do ministro Luís Roberto Barroso, o Supremo já havia suspendido dispositivos de uma portaria do Ministério do Trabalho que proibia empresas de demitirem funcionários que não estivessem vacinados contra o coronavírus ou de exigirem o comprovante de vacinação na hora de contratar o trabalhador.

Vacinação de crianças

Também hoje, a ministra Cármen Lúcia deu cinco dias para o governo Bolsonaro explicar a consulta pública aberta pelo Ministério da Saúde sobre a vacinação de crianças contra a covid-19. Na semana passada, o ministro da pasta, Marcelo Queiroga, disse que deve requisitar prescrição médica e a assinatura de um termo de responsabilização pelos pais que quiserem imunizar os filhos de 5 a 11 anos.

O governo atendeu à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) e editou nesta tarde uma nova portaria, publicada em edição extra do Diário Oficial da União (DOU), que oficializa a necessidade de comprovante de vacinação contra a Covid-19 para a entrada no País, tanto no modal aéreo quanto no terrestre.

Brasileiros e estrangeiros residentes não vacinados, por sua vez, podem optar por uma quarentena de no mínimo cinco dias, que só se encerraria com a apresentação de um teste negativo para o coronavírus colhido ao final desse período. A condição não vale para estrangeiros não residentes no Brasil. Todos os viajantes devem apresentar teste negativo no momento do embarque.

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Também poderão substituir o comprovante de vacinação pela quarentena indivíduos considerados não elegíveis; provenientes de países sem vacinação de amplo alcance; ou, ainda, por motivos humanitários excepcionais.

Outra exceção será aberta para brasileiros ou residentes que saíram do País até 14/12/2021. Estes serão submetidos às regras anteriores à portaria e estão dispensados do comprovante de vacinação ou de quarentena no regresso ao Brasil, mas seguem obrigados a apresentar teste negativo para covid-19.

Na última quarta-feira, o STF atingiu os votos necessários para manter a obrigatoriedade do passaporte da vacina determinada em liminar de Barroso no dia 11.

A portaria ainda mantém a proibição de desembarque no País de viajantes que tenham origem ou passagem pela África do Sul, Botsuana, Essuatíni, Lesoto, Namíbia e Zimbábue nos últimos quatorze dias.

Um microchip do tamanho de um grão de arroz pode ser a tecnologia para substituir o passaporte vacinal. Desenvolvida pela empresa sueca Epicenter, a novidade foi apresentada na última sexta-feira (17).

O dispositivo armazena os dados do imunizado e promete agilizar a confirmação das doses tomadas através da tecnologia RFID (Radio-Frequency Identification).

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Ele é implantado na pele entre o polegar e o indicador, e pode ser lido por qualquer dispositivo compatível com o sensor, segundo o South China Post.

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Ainda não há previsão para a chegada dos microchips no mercado. Em 2017, a empresa já havia oferecido os implantes para substituir o uso de cartões de acesso de funcionários.

“Eventualmente, essa tecnologia se tornará padronizada, permitindo que você use isso como seu passaporte, transporte público, todas as oportunidades de compra, etc.”, comentou na época o CEO Todd Westby.

O ministro Kassio Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), interrompeu, nesta quinta-feira (16), o julgamento que vinha sendo travado no plenário virtual sobre a exigência do passaporte de vacinação contra a Covid-19 para passageiros internacionais entrarem no Brasil.

Ele apresentou um pedido de destaque para levar a análise ao plenário presencial - o que só deve ocorrer no próximo ano, já que esta é a última semana de trabalhos antes do recesso do Judiciário. Para a nova votação, o tribunal estará com a composição completa: o novo ministro André Mendonça, segundo indicado do presidente Jair Bolsonaro, foi empossa na tarde de hoje.

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Os ministros já tinham formado maioria para exigir o comprovante de imunização dos viajantes, mas com o pedido de destaque o julgamento precisa ser retomado do início na sessão presencial. Com isso, fica valendo a liminar do ministro Luís Roberto Barroso, relator do processo, que tornou obrigatório o passaporte da vacina.

Na decisão individual, Barroso criticou o que classificou como 'autoridades negacionistas'. Ao comentar a determinação, o ministro defendeu que as medidas para enfrentamento da pandemia devem se pautar no 'princípio de precaução' e que o governo não teria como fiscalizar o cumprimento da proposta alternativa, de quarentena obrigatória para os viajantes não imunizados.

O controle sanitário nas fronteiras está sendo debatido em uma ação movida pelo partido Rede Sustentabilidade, que acusa o governo de 'omissão' por não revisar as restrições para desembarques internacionais.

Em meio à discussão no Brasil sobre a importância do passaporte da vacina, pesquisa encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que 65% dos brasileiros são favoráveis à exigência do comprovante. Segundo o levantamento, divulgado nesta terça-feira (14), essa parcela da população considera que os estabelecimentos comerciais e outros lugares devem exigir o certificado como condição para os clientes frequentarem os mesmos. Apenas 22% são contra essa prática - mesma posição do presidente Jair Bolsonaro.

Os dados da pesquisa com 2.016 entrevistados mostram, no entanto, que a exigência ainda não está disseminada no País. Somente 18% dos entrevistados tiveram de comprovar a vacinação em algum dos lugares que frequentaram nos últimos três meses. Nesta segunda-feira, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) começou a cobrar passaporte da vacina dos viajantes que chegam de voos internacionais e também nas fronteiras, após determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso.

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Em boletim na semana passada, pesquisadores da Fiocruz defenderam a medida para frear o contágio do coronavírus. "Grande parte dos países põem restrições para evitar o alastramento da covid-19 nos seus territórios. O Brasil não pode caminhar na contramão, sob o risco de se tornar o destino de pessoas não vacinadas, que oferecem mais riscos para a difusão da doença", dizem. Com o avanço da variante Ômicron, com maior risco de contágio, especialistas veem necessidade ainda maior de manter medidas de controle.

"O crescimento econômico, a geração de emprego e renda serão mais intensos na medida em que conseguirmos acabar com a pandemia. A vacinação em massa foi determinante para contermos a disseminação do vírus. Nesse sentido, a CNI apoia todas as medidas que ajudam no combate à covid-19", afirma o presidente da entidade, Robson Andrade. O executivo avalia que, quanto mais a população e o setor produtivo se sentirem seguros, melhor será o ambiente de negócios para a retomada da economia.

Medo de conviver com alguém não imunizado

Com relação à segurança, o levantamento revela que dois em cada três brasileiros (66%) têm medo de conviver diariamente com pessoas que não tomaram nenhuma das doses de vacina contra a covid-19. Já aqueles que não receberam nenhuma dose do imunizante são os que têm menos medo de frequentar lugares públicos.

Se 65% dos brasileiros totalmente imunizados têm algum temor de ir a shows e eventos, esse porcentual cai para 39% entre os que não se vacinaram. Em geral, essa é a atividade que mais desperta algum tipo de medo entre os entrevistados, tanto imunizados ou não. Um total de 61% afirma que tem medo muito grande, grande ou médio de ir a shows ou eventos.

Cidades como São Paulo e Rio cobram o passaporte da vacina para a entrada em grandes eventos. O trabalho presencial é, por outro lado, a atividade que menos assusta: 23% afirmam que têm medo muito grande ou grande e 27% dizem que o medo é médio.

Máscara obrigatória

Enquanto muitos Estados e municípios já flexibilizam o uso de máscaras em espaços abertos, 49% dos entrevistados se manifestaram contra a queda a exigência do equipamento de proteção e 39% são favoráveis às medidas que tornam o uso facultativo. Outros 10% não são nem a favor nem contra e 2% não sabem responder.

As pessoas que não se vacinaram são as mais favoráveis ao fim da obrigatoriedade de máscaras. Entre eles, o porcentual é de 50% contra 38% daqueles que estão totalmente imunizados. Esse mesmo comportamento é visto em relação ao uso das máscaras atualmente. Entre os brasileiros totalmente imunizados, 59% usam máscaras em locais abertos e fechados. Já entre os que não tomaram nenhuma dose de vacina, o porcentual cai para 29%.

O levantamento, feito pelo Instituto FSB Pesquisa a pedido da CNI, ouviu presencialmente 2.016 brasileiros com idade superior a 16 anos, em todas as unidades da federação, entre os dias 18 e 23 de novembro. A margem de erro no total da amostra é de dois pontos porcentuais, com intervalo de confiança de 95%.

A Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou aos colaboradores dos aeroportos do País sobre a necessidade de cumprimento imediato da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que prevê a obrigatoriedade do comprovante de vacinação contra Covid-19 para viajantes que chegarem ao País. Segundo o órgão regulador, o documento começou a ser cobrado nesta segunda-feira, 13.

"A Anvisa já notificou os seus colaboradores de fronteira, especialmente de aeroportos, no sentido de cumprimento imediato da decisão do STF", diz o órgão em nota ao Estadão.

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O ministro Luís Roberto Barroso, do STF, determinou neste sábado, 11, que os viajantes apresentem comprovante de vacinação contra covid-19 para entrar no Brasil por voos internacionais ou fronteira terrestre. Ele pode ser impresso ou em meio eletrônico, com imunizantes aprovados pela Anvisa ou pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Os viajantes que não puderem comprovar a imunização serão impedidos de entrar no País. A decisão liminar ainda vai passar pelo crivo dos demais ministros no plenário virtual.

A Anvisa informa que aguarda uma portaria do governo federal para definir as adequações operacionais nos aeroportos. A expectativa é de que esse detalhamento seja publicado ainda nesta segunda-feira. A Casa Civil informou que a norma será "adequada à decisão" do STF.

"A Agência aguarda, também, a edição de Portaria Interministerial com maior detalhamento das regras para entrada de viajantes no Brasil, a fim de que possa realizar as adequações operacionais que se fizerem necessárias", diz outro trecho da nota.

Embora seja adotada em outros países e defendida por especialistas para barrar o coronavírus, especialmente com a descoberta da variante Ômicron, a exigência do comprovante de vacinação contrariou uma série de declarações do presidente Jair Bolsonaro, que tem criticado a restrição.

A falta de regras claras sobre a obrigatoriedade do comprovante de vacinação contra a covid-19 criou um cenário confuso e gerou dúvidas em passageiros que chegavam nesta segunda-feira, 13, ao Brasil. No maior aeroporto do País, o de Cumbica, em Guarulhos, uma parte dos viajantes relatou ter sido cobrada pelo documento, enquanto outros disseram que não foram abordados sobre o assunto no desembarque internacional.

Ao chegar de Londres para passar as festas de final de ano com a família em São Paulo, a professora Gyanny Pereira, de 42 anos, conta que os funcionários do aeroporto solicitavam o comprovante de vacinação, exame negativo da covid e a Declaração de Saúde do Viajante (DSV).

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Ela apresentou o certificado digital das duas doses da Astrazeneca a partir de um aplicativo internacional - o Conecte SUS, sistema brasileiro usado para emitir o certificado, está fora do ar por causa de um ataque hacker.

Relato semelhante foi feito pelo engenheiro de telecomunicações Wladimir Barbosa, de 44 anos, que chegou de Genebra, na Suíça, para um período de três meses em Brasília. "Eles pediam um documento antes do balcão de verificação dos passaportes, setor de Imigração, como uma fase prévia", diz o viajante que foi imunizado com duas doses da Moderna.

No caso da psicóloga Renata Vasconcelos, de 40 anos, que retornou após um período de férias na Espanha, o comprovante foi exigido no mesmo momento, antes da entrada efetiva ao Brasil. "Acho que os funcionários não estavam preparados para atender tanta gente de uma vez, mas sou favorável a essa medida", diz.

Tanto Gyanny como Wladimir e Renata relatam que esses papéis tiveram de ser apresentados à companhia aérea, antes do embarque, nos respectivos locais de origem.

O ministro Luís Roberto Barroso, do STF, determinou neste sábado, 11, que os viajantes apresentem comprovante de vacinação contra covid para entrar no Brasil por voos internacionais ou fronteira terrestre. Ele pode ser impresso ou em meio eletrônico, com imunizantes aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ou pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Não especificou, porém, as formas de comprovação que deverão ser adotadas. Isso deve ser indicado pelo governo federal.

Embora seja adotada em outros países e defendida por especialistas para barrar o coronavírus, especialmente com a descoberta da variante Ômicron, a medida contrariou uma série de declarações do presidente Jair Bolsonaro, que tem criticado a restrição. Os detalhes sobre o monitoramento devem ser apontados na portaria que ainda não foi divulgada pelo governo federal, o que deve ocorrer ainda nesta segunda-feira.

Falta de portaria

Ainda sem a portaria do governo federal, que define as regras de fiscalização e a divisão de papéis de agentes da Anvisa e Polícia Federal, por exemplo, a exigência não foi uma regra.

A maioria dos passageiros relata que só teve de apresentar o exame negativo e a declaração de saúde. Foi o caso da empresária Eliana Garcia, que chegou de Madrid para Recife (PE). "Só pediram o PCR com menos de 72 h e o formulário da Anvisa preenchido", diz a passageira. O empresário Arthur Bulhões, de 30 anos, conta que apresentou os mesmos documentos ao desembarcar da Austrália depois de três anos longe do Brasil.

A distinção entre teste negativo e comprovante de vacinação ainda gera confusão entre os viajantes. Muitos pensam duas vezes antes de responder sobre o que foi realmente exigido. "Na dúvida, eu estou sempre com todos os documentos", diz o empresário espanhol Ricardo Osorio, de 30 anos, que chegou de Madrid, passou em São Paulo antes de terminar a viagem no Paraguai.

Questionada pelo Estadão sobre a exigência ou não do passaporte de vacina nesta segunda-feira, a GRU Airport, concessionária que administra o aeroporto, afirma que as informações deveriam ser solicitadas à Anvisa. O órgão, por sua vez, ainda não se manifestou.

Longas filas

Com a exigência ou não do passaporte de vacina, viajantes foram unânimes em relatar longas filas no início da manhã no desembarque internacional (Terminal 3). Além disso, reclamaram da falta de funcionários para checar os documentos, seja o comprovante de vacinação ou o teste negativo para o novo coronavírus.

O percurso entre descer do avião e conseguir sair do aeroporto demorou mais de duas horas, de acordo com alguns passageiros.

Segundo funcionários das companhias aéreas, o motivo foi o atraso de voos ao longo da madrugada e o acúmulo de bagagens. Passageiros de voos atrasados decidiram voltar hoje para buscá-las. A engenheira ambiental Adriana Lione conta que suas malas estavam fora da esteira, em um canto do saguão. "O saguão estava um caos", conta a brasileira que desembarcou no voo de Londres das 6h05, mas só conseguiu colocar os pés no estacionamento às 9h40.

Viajantes brasileiros que chegaram ao Rio foram cobrados por vacinação na Europa, não no Brasil

No Aeroporto Internacional do Rio/Galeão, quem chegou da Europa nas primeiras horas desta segunda-feira, 13, não foi cobrado pela vacinação ou mesmo por testes negativos contra a covid-19. Todos os passageiros ouvidos pelo Estadão, contudo, afirmaram que essa fiscalização foi rígida antes de embarcarem.

"No aeroporto de Nuremberg (Alemanha) exigiram tudo: comprovante de vacina, formulário da Anvisa que a gente precisou imprimir, seguro saúde e PCR negativo de até 72 horas", contou a engenheira civil Lara Chaves, 32.

Lara mora na cidade alemã com o marido, o cientista de dados Bruno Félix, 33, desde 2018. Os dois voltaram para visitar familiares no Rio nesta segunda, depois de um ano sem vir.

"Quando chegamos aqui, a gente viu uma baia - que provavelmente seria para confirmar vacinação -, mas não havia ninguém para cobrar nada. De todo modo, eu estava com a consciência limpa: já tinham checado tudo na Alemanha", afirmou Lara. "Estou vacinada e quero que cobrem tudo. Meus pais são pessoas mais velhas, não quero que ninguém fique doente. Não estamos preparados se todo mundo ficar doente de novo, então não tem muito o que fazer."

Relato semelhante deu o casal de namorados Ana Clara Araújo e Bernardo Rangel, ambos de 27 anos. Eles fizeram uma viagem de duas semanas por Espanha e França. Chegaram pela manhã após saírem de Paris, com conexão em Lisboa.

"Quando fomos (à Europa) solicitaram o comprovante de vacinação, mas na volta não pediram. A exigência era o teste PCR de até 72 horas antes do voo ou antígeno de até 24 horas", explicou Lara.

Bernardo descreveu um pouco mais do processo. "No desembarque hoje (segunda), um pouco antes de a gente chegar à Polícia Federal, passamos por um checkpoint da Anvisa - e a gente teve que preencher um documento da Anvisa para vir -, mas ninguém nos pediu nada. Estava escrito na parede que precisava apresentar comprovante de vacinação, teste de PCR, os documentos da Anvisa, mas ninguém pediu nada", relatou ele.

Apesar disso, o casal é a favor da exigência do passaporte da vacina. "Somos totalmente a favor. Na França, em todo lugar que você entra eles pedem o comprovante. Na Espanha, quando chegamos, eles não estavam pedindo, mas logo depois, por causa da Ômicron, todos os estabelecimentos que a gente ia fazer uma refeição eles passaram a exigir", narrou Ana Clara.

Depois de determinar que os passageiros internacionais devem apresentar comprovante de vacinação contra a Covid-19 para entrar no Brasil e de criticar em sua decisão o que classificou como 'autoridades negacionistas', o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Eleitoral (TSE), defendeu nesta segunda-feira, 13, que as medidas para enfrentamento da pandemia devem se pautar no 'princípio de precaução'.

Em coletiva de imprensa para apresentar o novo modelo de urna eletrônica que vai reforçar o contingente para votação nas eleições do ano que vem, o ministro evitou comentar detalhes da liminar, porque o tema ainda será submetido ao crivo dos colegas em sessão extraordinária no plenário virtual antes do fim do recesso do Judiciário. O julgamento foi marcado para quarta-feira, 15.

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Barroso se limitou a declarar que decidiu a favor da exigência do passaporte da vacina porque, em sua avaliação, seria inviável fiscalizar o cumprimento da proposta alternativa, de quarentena obrigatória para os viajantes não imunizados.

"Em matéria de saúde, a gente adota a medida mais conservadora possível", afirmou ao elogiar o sistema de vacinação brasileiro. "Conseguimos no Brasil uma vacinação muito ampla. Conseguimos diminuir o número de mortes abaixo de 200. Portanto, não devemos facilitar nesta matéria", acrescentou.

Nos termos da decisão, a quarentena é uma opção apenas para pessoas não elegíveis para vacinação, por recomendação médica, ou para turistas vindos de países onde não houver imunizantes disponíveis para toda a população.

O governo federal foi notificado oficialmente nesta segunda para promover as mudanças no controle das fronteiras e deve publicar ainda hoje uma portaria com as exigências.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), comemorou a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso que determina que o governo federal deve exigir comprovante de vacinação para viajantes que entrarem no País.

A decisão é liminar e foi tomada na tarde deste sábado (11). O julgamento dela ocorrerá no plenário virtual do Supremo de quarta-feira (15) a quinta-feira (16).

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"Parabéns ao Ministro do STF Luís Roberto Barroso, por determinar a obrigatoriedade do passaporte vacinal contra Covid-19 para todo viajante que vier do exterior para o Brasil. Temos que proteger os brasileiros. Decisão acertada do Ministro", escreveu o governador paulista no Twitter.

Nesta semana, Doria defendeu a adoção do passaporte vacinal no Estado de São Paulo, o que gerou ataques do presidente da República, Jair Bolsonaro, contrário à medida. "Já um governador aqui da região Sudeste quer fazer o contrário e ameaça: 'ninguém vai entrar no meu Estado'. Teu Estado é o cace porr..!", gritou o chefe do Executivo federal na quinta-feira, 9.

O Governo de São Paulo vai entrar com um pedido no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta sexta-feira, 10, para que viajantes estrangeiros só possam entrar no Brasil se apresentarem o passaporte da vacina. ciO presidente da República, Jair Bolsonaro, e o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, são contra a exigência de comprovante de imunização contra a covid-19 para o ingresso no País.

Na quinta-feira, Bolsonaro xingou o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), após o tucano anunciar a adoção do passaporte da vacina no Estado a partir de 15 de dezembro caso o governo federal não tomasse a medida antes dessa data.

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A pressão de especialistas pela exigência do comprovante de imunização aumentou com o surgimento da variante Ômicron do coronavírus, no final de novembro. A nova cepa é altamente contagiosa, mas ainda não se sabe ao certo se poderia ser resistente às vacinas disponíveis.

"São Paulo é o principal destino dos voos domésticos e internacionais do Brasil, com os três aeroportos mais movimentados do país: Cumbica, Viracopos e Congonhas. O Estado recebe um terço dos voos caseiros e dois terços do total de voos internacionais do Brasil. Também conta com o maior porto da América da Latina", informa a nota divulgada pelo governo Doria.

Segundo o documento, a Procuradoria Geral do Estado (PGE) vai solicitar a inclusão do pedido de São Paulo em uma ação da Rede Sustentabilidade, sobre o mesmo tema, que já está em andamento no STF. O governo Doria afirma também que o pedido segue orientação dos especialistas do Comitê Científico da Covid-19 no Estado.

"Somada a exigência da comprovação de vacinação vinculada ao passaporte, o Comitê Científico do Estado considera fundamental a obrigatoriedade da apresentação de teste PCR negativo válido por 48 horas ou teste antígeno negativo válido por 24 horas", relata o documento do governo paulista.

Quarentena adiada

Nesta sexta-feira, o governo federal decidiu adiar em uma semana a entrada em vigor de medidas de restrição para os viajantes que chegam ao País. Valeria a partir do sábado uma portaria que exige o cumprimento de uma quarentena de cinco dias para estrangeiros não vacinados.

O adiamento foi feito após o Ministério da Saúde sofrer um ataque hacker na madrugada desta sexta. A invasão do sistema da pasta tirou do ar dados de vacinação contra a covid-19 de usuários que acessam a plataforma ConecteSUS.

O Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) - legenda aliada do presidente Jair Bolsonaro e comandada por Roberto Jefferson até sua prisão, em agosto - entrou com ação no Supremo Tribunal Federal (STF) questionando leis, decretos e portarias estaduais e municipais que tornaram obrigatória a apresentação de comprovante de imunização contra a Covid-19, o passaporte da vacina, para entrada e permanência em estabelecimentos públicos e privados. A legenda quer ainda impedir a edição de novas normas de mesmo teor.

Na ação, o PTB questiona dispositivos da Paraíba, do Rio Grande do Sul, do Pará, do Espírito Santo, do Amazonas, da Bahia e da cidade do Rio de Janeiro. O partido sustenta que as normas violam direitos relativos à liberdade de locomoção e ao trabalho previstos na Constituição Federal. Para a legenda, os textos questionados foram editados sem "evidências científicas que permitam justificar medidas autoritárias e desproporcionais". O caso foi distribuído para relatoria do ministro Dias Toffoli.

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Alinhadas com o discurso de Bolsonaro e seus apoiadores, as alegações e o pedido do PTB vão na contramão da recomendação de cientistas e das medidas adotadas por países em todo mundo. A exigência de imunização é defendida por especialistas como forma de frear a circulação do vírus.

Na Europa, a medida é vista como uma forma de combate à quarta onda da Covid-19. O comprovante de vacina não é só necessário para viagens, mas também é exigido para acesso a bares, hotéis, restaurantes na maioria dos países. O próprio presidente teve de almoçar na área externa de um restaurante em Nova York (EUA), em setembro, por não estar imunizado contra a Covid-19.

Além disso, os argumentos do partido de Roberto Jefferson vão de encontro à decisão do Supremo Tribunal Federal que decidiu a favor da vacinação obrigatória contra o novo coronavírus. Em dezembro do ano passado, o Tribunal entendeu que Estados e municípios podem decidir sobre a obrigatoriedade da imunização e até mesmo impor restrições para quem se recusar a ser vacinado.

Na prática, o STF deu a Estados e municípios de todo o País o poder de definir as sanções contra os indivíduos que não queiram ser vacinados. A carteira de vacinação em dia já é exigida, por exemplo, para matrícula em escolas, concursos públicos e pagamento de benefícios sociais.

Antes de receber a ação contrária ao passaporte da vacina, a Corte já havia sido acionada com um pedido para que o governo federal fosse obrigado a adotar a exigência de apresentação de comprovante de vacinação para entrada no País, medida recomendada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Tal ação, impetrada pela Rede no final de novembro, está sob relatoria do ministro Luís Roberto Barroso.

O governador João Doria (PSDB/SP) disse que, se a gestão Jair Bolsonaro não criar o passaporte da vacina até o próximo dia 15, ele vai implementar a exigência do comprovante de imunização para a entrada de viajantes em São Paulo. A ideia tem o apoio de entidades do setor de saúde, especialistas e da prefeitura de Guarulhos (onde fica o maior aeroporto internacional do País), mas deve enfrentar dificuldades jurídicas. Isso porque cabe à União decidir sobre portos e aeroportos.

Nesta quarta-feira, 8, Doria mencionou o aeroporto de Guarulhos, que movimentou 2,5 milhões de passageiros só em outubro, e o Porto de Santos. Autoridades têm manifestado preocupação com o espalhamento da variante Ômicron, cujos estudos preliminares mostram risco maior de contágio. Bolsonaro, porém, tem atacado o passaporte da vacina e diz que é melhor "perder a vida do que a liberdade".

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Na terça-feira, 7, o prefeito de Guarulhos, Guti (PSD), enviou ofício ao governo federal solicitando endurecimento do controle para entrar no País pelo aeroporto. Ele pede que todos os passageiros aéreos que desembarquem na cidade apresentem comprovante de imunização e teste, com quarentena quando preciso.

O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) adotaram posição similar: exigiram o certificado de vacinação para a entrada de viajantes no Brasil, apoiando comunicados técnicos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Em meio a uma queda de braço com a Anvisa, o governo Bolsonaro anunciou nesta terça a edição de portaria determinando quarentena de cinco dias para quem chegar ao Brasil sem estar vacinado. O País, portanto, não vai adotar efetivamente o passaporte de vacinas para estrangeiros.

Ao Estadão, a GRU Airport, concessionária que administra o Aeroporto de Guarulhos, e a Santos Port Authority, responsável pelo porto, afirmaram, em nota, que a implementação de protocolos higiênicos, sanitização e comportamento é de responsabilidade Anvisa. Já o órgão federal informou que "não cabe à Anvisa avaliar a competência referente a outros entes da federação".

Prerrogativa federal

Para o médico e advogado sanitarista Daniel Dourado, a Lei Orgânica da Saúde (Lei 8080/1990), estabelece que a vigilância sanitária e a criação de regras para aeroportos, portos e fronteiras são atribuições federais. "Por outro lado, tanto a Lei do SUS quanto a Lei da Anvisa abrem a possibilidade de atuação suplementar de Estados e municípios nos casos em que Estado não define as regras", diz. "O Ministério da Saúde, Casa Civil e Justiça vão definir uma portaria sobre o tema. Aí não caberia mais o termo suplementar. Se eles disserem qual será a regra, no meu entendimento, o Estado não pode fazer algo que contraria a determinação federal", afirma.

"Durante a pandemia, nós observamos algumas decisões do STF que claramente garantiram maior poder de atuação para Estados e municípios, como nas medidas de isolamento social, por exemplo", diz Daniel Wang, professor de Direito da FGV. Doria mencionou a decisão do Supremo que permite regras mais restritivas por prefeitos e governadores, de abril de 2020, como base para adotar o passaporte da vacina paulista. "Mas, no caso específico de aeroportos e transporte internacional, no meu entendimento, a legislação dá competência para o governo federal", pondera Wang.

"Tivemos duas decisões do STF que barraram tentativas do governo da Bahia de impor medidas sanitárias na área de transporte. Elas só poderiam ser realizadas pela União". prossegue o especialista da FGV.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) xingou nesta quinta-feira (9) o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), por sua decisão de adotar o passaporte da vacina no Estado a partir de 15 de dezembro caso o governo federal não o faça antes disso. Apesar de receber apoio de sanitaristas, a promessa de Doria pode esbarrar em questões jurídicas, já que o Executivo federal é o responsável por fiscalizar as fronteiras. Isso impediria o tucano de cobrar o passaporte da vacina, por exemplo, no pouso de passageiros no aeroporto internacional de Guarulhos.

Antes de disparar contra Doria, Bolsonaro disse que o governador de Rondônia, Marcos Rocha (PSL), vai sancionar lei que proíbe a cobrança do comprovante de imunização. "Já um governador aqui da região Sudeste quer fazer o contrário e ameaça: 'ninguém vai entrar no meu Estado'. Teu Estado é o cace… porr..!", gritou o presidente durante a cerimônia alusiva ao Dia Internacional contra a corrupção, no Palácio do Planalto, na presença de ministros e parlamentares. "Tem que lutar, poxa", clamou, por protestos contra as restrições.

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Bolsonaro ainda disse que não poderia aceitar a obrigação do cartão vacinal no País, já que ele mesmo não se imunizou. Hoje, o governo publicou portaria em que estabelece quarentena de cinco dias para quem entrar em território nacional por via aérea sem ter se vacinado. Os imunizados estão livres de quarentena. As regras valem a partir de sábado.

O governador João Doria (PSDB) cobrou nesta quarta-feira, 8, que o governo federal passe a exigir a comprovação de vacinação contra a covid-19 a todos os passageiros que entrem no País. Segundo ele, caso o Planalto não adote esta medida até o próximo dia 15, ela será implementada no Estado.

"Caso não seja implantado pelo governo federal a obrigatoriedade do passaporte vacinal para entrada de viajantes no Brasil até 15 de dezembro, São Paulo adotará para todo Estado", reforçou o governador em suas redes sociais. Ele afirma também que enviou nesta manhã um ofício com a solicitação "imediata" ao Ministério da Saúde. A Prefeitura de São Paulo fez o mesmo pedido à Anvisa e ao Planalto no último dia 24, graças ao avanço da variante Ômicron no País.

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"O Brasil não pode sr o paraíso do negacionismo. Aqui, turismo de negacionismo só na mente desse ministro da Saúde e do presidente", reforçou Doria, durante a coletiva. Paulo Menezes, coordenador do Centro de Combate à Covid-19, frisou que a exigência da vacinação é uma forma de diminuir a taxa de transmissibilidade do coronavírus e suas variantes.

Questionado sobre a competência para adotar essa medida, uma vez que o gerenciamento de fronteiras fica a cargo do governo federal, Doria alegou que se basear na decisão do Supremo Tribunal Federal, que ainda no ano passado conferiu aos Estados e municípios a autonomia para gerenciar as formas de combate à covid-19. "Seja território fisicamente administrado pelo governo federal ou municipal, por lei e endosso do STF, cabe aos governos estaduais o gerenciamento da pandemia. E para proteger vidas, sim, faremos isso nos aeroportos mesmo sendo de administração federal. E o mesmo no Porto de Santos."

A declaração de Doria marca um novo embate com o presidente Jair Bolsonaro, que na segunda-feira declarou a intenção de assinar uma medida provisória para estabelecer que apenas o governo federal possa decidir sobre a obrigatoriedade do passaporte vacinal contra a covid-19. No mesmo dia, ele desmarcou uma reunião com a Anvisa para tratar do assunto e se exaltou ao criticar os pedidos da agência.

Estamos trabalhando com a Anvisa, que quer fechar o espaço aéreo. De novo, p…? De novo vai começar esse negócio?", disse Bolsonaro.

O presidente Jair Bolsonaro se exaltou nesta terça-feira (7) ao comentar a pressão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) por mais restrições nas fronteiras para conter a variante Ômicron do coronavírus. "Estamos trabalhando com a Anvisa, que quer fechar o espaço aéreo. De novo, p…? De novo vai começar esse negócio?", afirmou, em tom elevado, o chefe do Executivo durante evento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) com empresários do setor.

Como mostrou o Broadcast Político, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, o governo cancelou a reunião que faria ontem com a Anvisa para discutir eventual adoção do chamado passaporte da vacina para entrar no País e, ainda, possível fechamento das fronteiras aéreas com mais quatro países africanos. O endurecimento das medidas sanitárias esbarra na resistência do próprio Bolsonaro.

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"Ah, a Ômicron. Vai ter um montão de vírus pela frente, um montão de variante pela frente, talvez. Peço a Deus que esteja errado", declarou o presidente. "Ninguém vai ganhar guerra dentro da trincheira, superar problemas do Brasil dentro de casa", acrescentou.

Em seguida, Bolsonaro fez nova defesa do chamado tratamento precoce contra a covid-19, que não tem comprovação científica. "Tem a imunidade de rebanho que está aí, estamos chegando a final da pandemia", avaliou o chefe do Executivo, enquanto o mundo discute o potencial efeito da chegada da nova cepa.

O governo decidiu cancelar em cima da hora a reunião entre representantes do governo e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para discutir eventual aperto de restrições nas fronteiras do País em razão da variante Ômicron do coronavírus. A agenda estava marcada para as 17h30 no Palácio do Planalto.

O cancelamento aconteceu após o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), dar 48 horas para o Executivo explicar o porquê dispensa a apresentação de comprovante de vacinação contra a Covid-19 ou a imposição de quarentena obrigatória a quem chega no País, como recomenda a Anvisa.

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O secretário-executivo do ministério da Saúde, Rodrigo Cruz, chegou a ir ao Planalto para a reunião. Dentro da pasta, há expectativa de que a Casa Civil emita uma nota ainda hoje sobre o tema.

A Anvisa quer a adoção do chamado passaporte da vacina para entrada no Brasil e o fechamento das fronteiras aéreas com mais quatro países africanos: Angola, Malawi, Moçambique e Zâmbia. Já estão em vigor restrições a viajantes vindos de África do Sul, Botsuana, Eswatini, Lesoto, Namíbia e Zimbábue.

O endurecimento das medidas vem sendo discutido pela Anvisa junto a um grupo interministerial formado por servidores dos ministérios da Saúde, Casa Civil, Justiça e Infraestrutura, mas esbarra na resistência do presidente Jair Bolsonaro.

A mais recente reunião entre Anvisa e representantes do governo ocorreu na noite do dia 30 e terminou sem decisão.

Prefeito do Recife, João Campos (PSB) sinalizou a preocupação, na noite desse domingo (5), com os não vacinados no Brasil e como isso reverbera no mundo, sendo importante a exigência de um passaporte da vacina. O pessebista aproveitou o debate na GloboNews, ao lado dos prefeitos Alexandre Kalil, de Belo Horizonte, e Ricardo Nunes, de São Paulo, para alfinetar o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL).

“É importante destacar que o Brasil não pode virar paraíso dos não-vacinados. A gente tem que exigir o comprovante da vacinação para entrar aqui. É assim que a União Europeia está fazendo, os Estados Unidos, e a gente precisa também garantir essa exigência. E que ela partirá de uma medida do Governo Federal. O diálogo é fundamental. Quando a gente faz parte de uma República Federativa, é preciso haver civilidade, ter capacidade de diálogo e que de fato faz muita falta a ausência de coordenação nacional”, observou João.

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“A pandemia ceifou mais de 616 mil vidas no Brasil e, por muitas vezes, houve omissão do Governo Federal para conduzir esse debate. É preciso levar a sério a técnica, ciência e evidências que se comprovam com muitos estudos. Essa forma como o debate foi colocado, muitas vezes estimulado de maneira equivocada pelo Governo Federal, atrapalhou muito as decisões tomadas pelas esferas e comitês, do ponto de vista técnico. Nosso papel, nas grandes cidades, é poder ter muita firmeza no debate, poder ouvir todas as partes, mas decidir com muita coerência e com respeito às evidências científicas”, emendou.

João Campos também reafirmou a necessidade de garantir maiores limitações para quem não tomou a vacina. “A vacinação é uma estratégia de imunização coletiva. É uma pandemia agressiva, que só passa se você conseguir promover uma vacinação coletiva. Somos um país muito grande, um destino turístico muito forte. Que nós não sejamos vistos como um grande celeiro de pessoas que toleram a não-vacinação. Para isso, aqui no Recife, investimos mais de R$ 35 milhões em toda estrutura de vacinação, como instalação de 22 centros e mais 800 profissionais dedicados a isso”, observou.

 Carnaval

O impacto da Covid-19 nas grandes festas como as de fim de ano e o Carnaval também foi abordado pelo prefeito. Ele disse que nos próximos 10 dias deve avançar no debate com as cinco capitais com os maiores carnavais do país.

“Eu tive uma reunião com o prefeito Eduardo Paes (Rio de Janeiro) e lá surgiu uma ideia de juntarmos os cinco maiores carnavais do Brasil: Recife, Salvador, Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte para poder compreender como as cidades estão se preparando para um eventual carnaval ou a não realização dele. Fizemos um primeiro encontro e a expectativa é que daqui a pelo menos 10 dias, a gente possa avançar esse debate entre as gestões municipais. Cada cidade, cada prefeito, tem autonomia para decidir, mas quando a gente compartilha informações, protocolos, números, angústias e pontos seguros, a gente pode ter maior firmeza para tomar a decisão. Estamos em fase de conversa entre as equipes técnicas para em seguida tentar avançar e buscar uma posição harmônica entre as cidades”, disse o prefeito no programa GloboNews Debate.

O presidente Jair Bolsonaro quer assinar uma medida provisória para determinar que apenas o Governo Federal pode decidir sobre a obrigatoriedade do passaporte da vacina contra a Covid-19. "Tem uns itens que falam das medidas a serem adotadas por qualquer agente sanitário, Estado e município. Quero trazer para agente federal", afirmou Bolsonaro ao site Poder360 neste domingo (5).

De acordo com a publicação, o presidente reforçou que a "vacina é opcional" e criticou prefeitos e governadores por obrigar a vacinação de pessoas no acesso a eventos públicos.

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Atualmente, uma lei sancionada em fevereiro de 2020 para o enfrentamento da Covid-19 autoriza o poder público a adotar medidas para conter o avanço da doença, entre elas a vacinação. O Supremo Tribunal Federal (STF) garantiu autonomia para Estados e municípios nas medidas sanitárias, mas sem retirar a competência da União para cuidar da saúde dos brasileiros.

Uma medida provisória assinada por Bolsonaro teria o poder de alterar imediatamente essa lei, interferindo na autonomia de Estados e municípios, mas poderia ser rejeitada pelo Congresso. Conforme o Estadão mostrou, pelo menos 20 capitais do Brasil passaram a exigir algum tipo de passaporte da vacina para entrar em eventos ou frequentar determinados tipos de estabelecimento.

Para especialistas, a medida ajuda a reduzir o risco de transmissão da Covid-19, principalmente em ambientes fechados, e ganhou importância extra diante da chegada da variante ômicron, cujos estudos preliminares apontam maior risco de contágio. O governo Jair Bolsonaro, porém, tem sido forte opositor da medida.

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