O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, disse nesta sexta-feira (31) que a questão energética foi uma das prioridades da visita do vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ao Brasil. Segundo Patriota, que falou à imprensa para relatar os temas tratados nos encontros de Biden com a presidente Dilma Rousseff e com o vice-presidente Michel Temer, os diplomatas americanos expressaram, já na preparação da viagem, o grande interesse do vice-presidente americano em visitar a Petrobras e se encontrar com a presidente da empresa, Maria das Graças Foster.
"A energia é uma área de grande interesse para os dois países. O ministro Edison Lobão (Minas e Energia) e a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, estiveram na reunião hoje de manhã (com a presidente Dilma)", relatou Patriota. De acordo com ele, um dos temas tratados foi a experiência americana com gás de xisto. "Falou-se do gás de xisto, que, como o próprio vice-presidente americano disse, criou uma nova inserção internacional para os Estados Unidos". Biden, disse o ministro brasileiro, aposta que, em dez anos, os EUA terão fontes para serem autossuficientes em energia por pelo menos um século.
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Além da energia, as conversas de Joe Biden com as autoridades brasileiras envolveram as áreas de alta tecnologia, inovação, defesa, educação, comércio e investimentos. Patriota também disse que temas de paz e segurança internacional, desenvolvimento sustentável e direitos humanos também estiveram na agenda.
Perguntados por jornalistas sobre se as discussões envolveram preocupações específicas com a situação da América Latina, citando os casos da crise entre Colômbia e Venezuela e a manutenção de Cuba na lista americana de países terroristas, o ministro das Relações Exteriores brasileiro afirmou que esses assuntos foram tocados "muito indiretamente". Segundo Patriota, a avaliação de Biden é que os países da América Latina vivem um momento de crescimento, democracia e segurança comparável ao otimismo vivido na Europa após a queda do muro de Berlim.
Ainda segundo Patriota, a visita de Biden mostra que a relação entre os dois países ganhou, hoje, "o atributo de estratégica". As relações vêm evoluindo desde o governo Lula, disse Patriota, e ambos os países ambicionam uma relação mais "madura e com novas possibilidades".