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A poetisa Deborah Brennand faleceu na madrugada desta segunda (27), aos 86 anos. Ela estava em sua casa em Piedade, onde vinha sendo acompanhada por uma equipe de enfermeiros há cerca de quatro meses, e teve falência múltipla dos órgãos. O velório está acontecendo na capela da Oficina Francisco Brennand, na Várzea, e o enterro será no cemitério Parque das Flores, às 15h30.

Deborah foi casada com o artista plástico Francisco Brennand com quem teve duas filhas, Maria Helena e Neném. A poetisa iniciou sua carreira em meados da década de 1960, durante o movimento armorial, liderado por Ariano Suassuna. Ela tem cinco livros publicados, O Livro das horas de D. Rosa Aragão, Noites de sol ou as viagens do sonho, O cadeado negroPomar de sombras e Claridade. Ela era ocupante da cadeira 37 na Academia Pernambucana de Letras.   

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O poeta paranaense Jr. Bellé lançou, no segundo semestre de 2014, o livro Trato de Levante. Agora, a obra está disponível para compra online, através do site da editora Patuá, como também para download gratuito, através do MediaFire

Segundo o próprio autor, o livro é "uma espécie de poesia em forma de romance ou mesmo um romance em forma de poesia". Em Trato de LevanteBellé apresenta Valentina, uma poeta que viaja o mundo em procura de auto-conhecimento. Ao ficar sabendo de uma revolução popular instalada no sudoeste do Paraná, Valentina resolve aportar na região. 

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O pernambucano Biagio Pecorelli lança, nesta sexta (19), seu primeiro livro de poemas, Vários Ovarios. O lançamento acontece no Espaço Pasárgada e tem entrada gratuita. Na ocasião, o autor apresenta uma performance musical e poética ao lado do violoncelista Artur Danda.

Vários Ovários reúne poemas escritos entre os anos de 2008 e 2014. São inspirados em pessoas e viagens feitas por Pecorelli no Recife e em São Paulo. A obra conta com os cuidados editoriais de Marcelino Freire, Vanderley Mendonça e William Zeytounlian. A capa é da paraibana Luyse Costa.

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Serviço

Lançamento do livro Vários Ovários, de Biagio Pecorelli

Sexta (19) | 20h

Espaço Pásargada (Rua da União, 263 - Boa Vista)

Gratuito

Teve início na noite desta quarta-feira (26) o VIII Festival Literário do Sertão (FLIS), que está sendo realizado no município de Sertânia, Sertão de Pernambuco. A programação segue até o sábado (29) e reúne espetáculos de teatro, mostra de literatura, debates, lançamento de livro e shows com As Severinas e Grupo Sagaranna, além de Pierre Tenório e os Virgulados.

A programação do festival acontece em uma unidade móvel de artes cênicas do Sesc, que está estacionada na Praça de Eventos do município. A unidade tem estrutura com palco de 7 metros, camarim climatizado, som e iluminação. O Festival Literário tem o objetivo de facilitar a produção, divulgação e a recepção da poesia regional e da literatura infanto-juvenil, permitindo que atividades que garantam a participação e interatividade dos alunos das escolas públicas sejam realizadas. 

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Durante a oitada edição do festival, haverá também a Missa dos Poetas de Sertânia e a visita de escritores a escolas públicas municipais, com o intuito de debater a importância da leitura e a produção de crônicas, poesias e textos.

Programação até sábado (29)

Quinta-feira (27)

Mostra de Literatura NOS POS – Um Escritor na Minha Escola

9h

Os escritores Pedro Américo, Galdêncio Neto, Josessandro Andrade, Antônio Amaral, Genival Pereira (Gato Novo) vão às escolas municipais para debater com os alunos a importância de ler e produzir crônicas, poesias e textos

Escolas Municipais

Mesa de Debates: A fala do autor com Profº Dr. Antônio Jorge de Siqueira (UFPE) e o Profº Dr. Antônio Paulo Rezende (UFPE) – Tema: Labirintos da Modernidade

 

 

15h

Câmara de Vereadores

Lançamento do livro LABIRINTOS DE MODERNIDADE

Obra do professor e doutor Antônio Jorge de Siqueira, com a participação do professor e doutor Antônio Paulo Rezende, ambos da UFPE

19h

Praça de Eventos

Missa dos Poetas de Sertânia

(Celebração do Padre Luizinho)

II Noite dos Poetas do Povo

(Participação de Antônio Amaral e homenagem ao escritor Marcos Cordeiro)

 

 

 


Sexta-feira (28)

Nesta quarta-feira (29), performances e temáticas da literatura autoral pernambucana ganha espaço na MostraPE - Recital Poético, que será realizada na Livraria Cultura do Paço Alfândega, às 19h. O evento é gratuito.

O evento é realizado pelo coletivo Nós Pós e conta com participações especiais de Juareiz Correya, Joel Marcos, José Terra, Raisa Feitosa e Raisa Feitosa. Juareiz Correya, de Palmares, é um dos convidados especiais. O poeta e editor criou nos anos 1980 a editora Nordestal, publicadora da revista Poesia e uma das responsáveis pela redescoberta do poeta pernambucano Ascenso Ferreira.

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O Recital Poético é mais um projeto do MostraPE que tem por objeto realizar Mostras Literárias, do início ao fim do ano, com objetivo de divulgar escritores e outros artistas do Estado. 

Confira um dos vídeos da iniciativa:

Um encontro que promove diversidade de estilos, performances e temáticas da literatura autoral pernambucana. A Livraria Cultura do Paço Alfândega é o local de um recital poético gratuito, que será realizado na próxima quarta-feira, às 19h. O evento é realizado pela Mostra PE. Entre os participantes do recital, Joel Marcos Marcos, José Terra, Raisa Feitosa e Sergio Leandro. Juareiz Correya, de Palmares, é um dos convidados especiais. O poeta e editor criou nos anos 80 a editora Nordestal, publicadora da revista Poesia e uma das responsáveis pela redescoberta do poeta pernambucano Ascenso Ferreira.

Na quinta-feira, a Mostra PE também organiza uma jam session poética com a banda Chão Céu e os poetas Ana Carina, José Juva e Miró. O encontro acontece no mesmo horário e local.

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O poeta maranhense Ferreira Gullar, de 84 anos, foi eleito nesta quinta-feira para ocupar a cadeira 37 da Academia Brasileira de Letras (ABL). O titular anterior da cadeira era o poeta e tradutor Ivan Junqueira, morto no dia 3 de julho deste ano.

Gullar obteve 36 dos 37 votos possíveis - houve um voto em branco. Votaram 19 acadêmicos presentes, e 18 por cartas. Os ocupantes anteriores da cadeira 37 foram: Silva Ramos - que escolheu como patrono o poeta Tomás Antônio Gonzaga -, Alcântara Machado, Getúlio Vargas, Assis Chateaubriand e João Cabral de Melo Neto.

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O professor Carlos Alberto de Assis Cavalcanti, da Escola Industrial de Arcoverde, no Sertão de Pernambuco, ficou em primeiro lugar no Prêmio Lila Ripoll de Poesia 2014, promovido pela Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, com o poema “In Foco”. O educador foi destaque entre 582 trabalhos inscritos. Com a conquista, o arcoverdense acumula agora mais de cinco trabalhos de sua autoria premiados em concursos.

De acordo com o professor e escritor, as premiações são mais do que conquistas, elas servem como modelo para estimular seus alunos em sala de aula. “Com meu exemplo pessoal, mostro para eles que é possível qualquer um de nós produzir textos e nos tornarmos escritores”, diz o educador, segundo informações da assessoria de imprensa. 

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Carlos Alberto ainda falou sobre suas influências. “Nas aulas da professora Maria Helena Pôrto, também de Arcoverde, tive a oportunidade de conhecer muitos escritores. Daquelas lições eu tirei muito da minha referência poética. Também sou leitor assíduo de escritores como Manuel Bandeira, Mario Quintana, Carlos Drummond de Andrade, Nelson Rodrigues, por isso acabo dando uma pincelada do estilo deles nos meus poemas”, revela o professor.

IN FOCO

(Poesia de Carlos Alberto de Assis Cavalcanti)

Um jornal cobre o corpo inerte

estirado na calçada de uma rua;

curiosos formam um círculo

em volta daquele corpo

embrulhado em notícias também mortas;

o jornal é de ontem e o morto não tem amanhã;

ambos jazem hoje,

sob o efeito de furos distintos:

um, jornalístico; outro, balístico.

No dia seguinte, o extinto

vira notícia na página policial

até que outros furos

sejam dados no jornal

 por cobertura

O espetáculo Lua Alegria do Grupo Cordel Operístico realiza apresentações no Museu Cais do Sertão nos dias 22 e 23 de agosto, às 19h. O grupo transforma as músicas de Luiz Gonzaga em poesia na voz de seus integrantes. Ao longo do espetáculo, a trajetória de vida do Rei do Baião é interpretada desde a infância. Em Lua Alegria, o Cordel tem uma função narrativa, dramática e musical.

A melodia do espetáculo é baseada na peça instrumental Imagem do Sertão, do compositor mineiro Fernando Guimarães, que inspirou o diretor, músico e cantor Paulo Matricó. A narrativa cantada é acompanhada pelo quinteto musical formado por Derico Alves, Breno Lira, Jerimun de Olinda, Sebastian e Elis Mariana.

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O ingresso pode ser adquirido no formato casadinha, que contempla o bilhete para ver o Cordel e a entrada do Cais, podendo ser utilizado em qualquer dia da semana (exceto segundas-feiras) e custa R$ 15 R$ 8 (meia). Para assistir apenas o espetáculo, os ingressos custam R$ 10 e R$ 5 (meia). A venda é realizada no local do evento.

Serviço

Grupo Cordel Operístico - Lua Alegria

Sexta (22) e sábado (23) | 19h

Museu Cais do Sertão (Av. Alfredo Lisboa, s/n, Bairro do Recife)

Casadinha - R$ 15 R$ 8 (meia)

Entrada única - R$ 10 R$ 5 (meia)

(81) 3084 2074 e (81) 4062 9594

 

 

 

Aos 78 anos, Adélia Prado lança Miserere, seu oitavo livro de poesia. O leitor reconhecerá aí uma voz familiar, inconfundível em seu saltério mineiro de louvores, súplicas, cantos de órfã e de exilada. Mais um exemplar de uma poética ambivalente de reverência e irreverência, fervor e emoção erótica.

Adélia continua a fazer seu cosmo poético em Divinópolis, cidade onde vive até hoje e que é metáfora do sagrado imiscuído às coisas do mundo em seus livros. Servem de síntese dessa poética versos de Senha, de Miserere: "Tento a rosa de seda sobre o muro / minha raiz comendo esterco e chão". Desabrochada do mais ordinário e cotidiano da vida, eis a rosa mística de Adélia, que participa nesta segunda-feira, 24, do programa Roda Viva, na TV Cultura, e na terça-feira, 25, do Sempre Um Papo.

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Além desse cosmo já conhecido do leitor, onde "o velho também é mistério", há em Miserere uma ambivalência mais sutil, já presente em A Duração do Dia, livro anterior de Adélia, na imagem da neblina como respiração próxima de Deus. Esse "onipresente vapor" retorna agora como bruma que "provada no corpo é fria" e "na alma expandida é gozo". O sentimento dessa proximidade atravessa as quatro seções do livro: Sarau, Miserere, Pomar e Aluvião. Não por acaso, repouso é uma palavra recorrente no livro e frequente o tema da morte. "Pois o encontro agora escuro e fosco / no dia radioso é único e não cintila. / (...) / Vivo do que não é meu. / Toma pois minha vida / e não me prives mais / desta nova inocência que me infundes". Esse apelo em oração nos versos finais de Aluvião, único poema a compor a seção que fecha o livro, antecipa o gozo de um encontro que provado no corpo é repouso e na poesia de Adélia é lirismo.

"Eternidade? E a relva? / E repousar nela sem interdições, / sem ninguém me gritar: ô preguiçosa." Adélia quer a eternidade e a relva, o gozo de um repouso e outro. Seus poemas são de júbilo, sua antífona é "mista e quebrada" porque humana, e o amor continua a ser sua pena num duplo sentido. Adélia fala de uma sensação de desterro, de orfandade e da saudade "de carne e ossos / acidez de sangue e suor" que um dia a exilou da filosofia. Esse desterro é ainda o espaço poético de uma espera, o sagrado que a poeta encontra fora da igreja, na vida: "Minha reza é deitar na pedra quente, / satisfeita e feliz como lagartixa no sol". A escolha de Marie Noël para a epígrafe de abertura de Miserere é emblemática: Adélia tem a mesma fome de Deus que inspira Marie Noël em seus escritos, uma fome incivilizada, mística.

Convivem em sua poesia o vozerio dos mortos e os açúcares das frutas, o espírito da infância e uma "doutrina severa", que "faz sofrer, / mas a ninguém perderá se for uma doutrina bela". Seu miserere é uma oração feita de corpo, dos pequenos prazeres e temores do corpo, essa casa frágil, falível, que se deteriora, cede com o tempo e tem a ver com a falibilidade da própria linguagem para tocar o que é sagrado. Adélia expõe essa falibilidade e exalta o erro maravilhoso, como o que fazia seu pai ao dizer pétula em vez de pétala, uma poesia feita de matéria humana, amorosa, suja de vida, um cosmo particular em que se misturam o insignificante e o magnificente, o prosaico e o inefável.

Curiosamente, no livro Terra de Santa Cruz, de 1981, há também um poema intitulado Miserere. Nele, Adélia escreve: "Como gostaria de nascer de novo / e começar tudo generosamente". Isso é o que tem feito a cada livro, com um autêntico desejo de descoberta, de inocência, de olhar puro tantas vezes associado ao olhar do poeta no âmbito do discurso literário, embora cada vez mais raramente essa pureza seja posta em prática. Parafraseando Adélia em seu novo Miserere, o nome do espírito desse livro é coragem.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O clipe Casa vazia, de Isaar, está disponível na internet. O lançamento foi feito na última sexta (7), através do programa Evidente, do Canal Brasil. O vídeo mostra imagens das gravações do terceiro disco Isaar, um retrato poético da capital pernambucana e poderá ser baixado no site da cantora a partir do dia 15 de fevereiro. A música Casa vazia também está disponível para download. 

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Estão abertas, até o dia 3 de março, as inscrições para o 2º Prêmio Brasília de Literatura. O concurso integra a programação da II Bienal Brasil do Livro, marcada para 12 a 21 de abril.

Essa edição apresentará os gêneros literários biografia, conto, crônica, infantil, juvenil, poesia, romance e reportagem. Poderão concorrer obras escritas originalmente em língua portuguesa e com a primeira edição publicada no Brasil entre 1º de janeiro de 2012 e 31 de dezembro de 2013. A ficha de inscrição e o edital estão disponíveis no site do evento.

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Um júri de cinco especialistas em cada uma das categorias, escolhidos pela Secretaria de Cultura do Distrito Federal, irá analisar as obras inscritas. Os vencedores de cada grupo serão anunciados em 20 de abril. O primeiro lugar receberá R$ 30 mil e troféu, e o segundo, R$10 mil e troféu.

Mais informações através dos telefones (61) 3223.8138 e (61) 3226.9194 e pelo e-mail bienalbrasildolivro2014@gmail.com.

 

O ano começou agitado para a música pernambucana. No próximo dia 16, os cantores pernambucanos Lirinha e Tibério Azul farão um show no Clube das Pás, Campo Grande. Intitulado Santo de casa não faz milagre, o evento tem início às 21h.

A notícia foi dada, na manhã desta sexta (3), por Tibério Azul nas redes sociais. “Show meu em Recife ao lado de um dos artistas que mais admiro em um clube cheio de poesia. Essa noite já começa incrível desde antes”, escreveu o cantor.

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Os ingressos custam R$ 30 estudante e R$ 60 inteira. Há também a opção de entrada social, que custa R$ 40 mais 1kg de alimento. As vendas acontecem através do site eventick.

“...corpo que não está e permanece na poesia que a todo canto fortalece o Poeta que na morte se renova”. Toquinho falou e disse.

Aos 67 anos, no esplendor da envelhescência, Vinicius nos deixou e foi aprontar no território da paz celestial. No ritmo alucinante em que viveu, o milênio seria a escala certa para medir sua idade real. O centenário de nascimento, 19 de outubro, apenas, um número redondo.

Poetinha na linguagem afetiva de Antonio Maria e na retórica invejosa dos críticos, Vinicius foi um poetaço. Drummond confessou: “Foi o único de nós que teve vida de poeta”. Ele vive em estado permanente de poesia”. O grande amigo Neruda não fez por menos: “Não tive a coragem de Vinicius. Era o que mais gostaria de ter feito: letras de música. Mas tive medo de que me desprezassem”.

Em outras palavras, Vinicius fez da poesia vida e da vida uma poesia em tudo que a poética tem de compulsão em direção ao belo, de impulso ao redemoinho das emoções, de mergulho nas profundezas abissais da paixão. Sua arte de viver era contraditória, imperfeita, movida pelo risco, animada pelo gosto à transgressão o que lhe apontava inexoravelmente o rumo do acaso e do transitório.

Com poemas declamados e músicas cantadas de cor e salteado, ouso enxergar Vinicius por meio de frases recheadas de verdades interiores e irreverência libertadora.

Vamos a elas:

- “Fui salvo pela mulher”. Revela uma atração irresistível pela mulher. Um tropismo em direção às fêmeas, um ginotropismo, perdoem-me pelo neologismo. Nenhuma surpresa. O mimos femininos acompanharam Vinicius. Mãe, tias, irmãs, filhas, nove casamentos oficiais e amores contingentes, são um eloquente atestado do significado da mulher na vida do poeta. Foi salvo, inclusive, da paixão homossexual que o culto e enrustido Otavio de Faria nutria pelo jovem Vinicius.

- “Sou um labirinto em busca de uma saída”. As renovadas e incontáveis paixões foram saída e prisão de um ser em permanente ebulição.

- “Marília, todas as mulheres do mundo são lindas!”. De porre, em Buenos-Aires, com dor de corno e consolado pela amiga Marília Medalha, faz a exclamação diante de uma mulher muito feia. Paga uma dívida por conta da exaltação poética da beleza feminina.

- “O uísque é o cachorro engarrafado”. Conclusão inevitável cuja premissa maior é que “cachorro é o melhor amigo do homem”.

- “Ser poeta é viver três doses acima”. Não é original, mas na boca de Vinicius é uma conclamação para que as pessoas tirem os pés do chão.

- “Liberdade é poder cagar de portas abertas”. Autoexplicativa, portanto, sem comentários.

- “Você notou que quando ela passa o ar fica mais volátil”. “Ela” viria a ser a Garota de Ipanema.

- “Estou pensando nas suas pernas. Elas ainda são muito bonitas”. Os amigos forçaram a base. Vinicius, puto da vida, foi a uma sessão de psicanálise e a psicanalista intrigada com o silêncio provocou a escuta. Nunca mais Vinicius voltou ao consultório.

- “Eu sou Vinicius de todos os vícios”. Autodefinição incontestável.

- “A tradicional família mineira que vá a puta que pariu”. No coração de Belo Horizonte, teatro lotado, Vinicius atrasado hora e meia, o público protestando, vaiando, quando, Toquinho e os músicos inquietos, Vinicius chega, trôpego, embriagado, dirige-se a banqueta, dá um acorde no violão: silêncio. Ele corta o silêncio com uma frase afrontosa. O público aplaude delirantemente. O ídolo venceu.

- “Sou o branco mais preto do Brasil”; “Pixinguinha é o melhor homem do mundo”. São manifestações do autêntico sincretismo da alma e do ser amorável que era Vinicius. Afirmava que não temia a morte, mas tinha saudade da vida. E a vida morrendo de saudade de Vinicius de Moraes.

O projeto Incenso na Escola após percorrer 8 municípios em Pernambuco, faz parada em Igarassu nesta quarta (11) às 19h, na Escola Santos Comes e Damião. O projeto foi contemplado no Sistema de Incentivo à Cultura - SIC/PE. Depois de Igarassu, o projeto itinerante encerra as apresentações na cidade de Olinda, com data prevista para o dia 24 de outubro.

A iniciativa tem como objetivo o reconhecimento da literatura pernambucana, através do filme de Marcos Hanois, cineasta que registrou a poesia de Ascenso Ferreira no curta-metragem Incenso, exibido durante as atividades que são gratuitas e acontecem nas escolas e locais indicados pela Secretaria de Educação de cada município.

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Na edição de 2013, o projeto percorreu as cidades de Petrolina, no Sertão do São Francisco; Serrita, no Sertão Central; Belém de São Francisco, no Sertão de Itaparica; São José do Egito, no Sertão do Pajeú; Taquaritinga do Norte, no Agreste Setentrional; Bezerros, no Agreste Central; Pesqueira, no Agreste Central e Garanhuns, no Agreste Meridional.

A programação conta com a palestra de abertura com o professor e pesquisador Moisés Neto, que também media um debate com a plateia após a exibição do filme, além de performances dos atores Adriano Cabral e Daniela Câmara baseadas na poesia de Ascenso Ferreira.

Serviço

Incenso na Escola

Quinta (11) | 19h

Escola Santos Comes e Damião (Travessa Joaquim Nabuco, 222 - Centro Igarassu)

Gratuito

 

 

FORTALEZA (CE) - A cantora Adriana Calcanhotto desembarca nesta quarta-feira (24), em Fortaleza, para o lançamento do seu livro “Antologia Ilustrada da Poesia Brasileira: para crianças de qualquer idade”. O evento será às 16h, na Arena em frente ao Teatro do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura (CDMAC) com entrada gratuita. Durante o lançamento, Adriana conversará sobre poesias e música com o público, além de cantar algumas músicas e participar de uma sessão de autógrafos.

A inspiração para o livro surgiu da pergunta do poeta Carlos Drummond de Andrade “Por que motivo as crianças, de modo geral, são poetas e, com o tempo, deixam de sê-lo?”. A partir desse questionamento, a cantora iniciou sua jornada de organizar e ilustrar o que ela define como antologiazinha, pessoal, íntima, intransferível. O livro é dedicado a Vinícius de Moraes, um de seus poetas preferidos.

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SHOW - Na quinta-feira (25), a cantora apresentará seu novo show intitulado “Olhos de Onda”, a partir das 21h, na Praça Verde do CDMAC. A venda de ingressos para o show teve início dia 16, mas já foram esgotados.

"Como sempre digo, no meu ofício quem comanda são as canções, e não me debato com isso. Gosto, aliás, de ser levada por elas. Então nunca tenho a menor pretensão de ser coerente com um set list adiantado”, declara Adriana sobre o repertório da apresentação.

 

O Centro Cultural Correio sedia nesta sexta (19), às 19h, o lançamento do livro Poesia Pernambucana Hoje – Volume 1 , do poeta, escritor e jornalista Vital Corrêa de Araújo. Com pretensão de ser uma continuidade de compilação de trabalhos de outros poetas pernambucanos, a obra foi organizada pelo professor Carlos Newton Júnior. 

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O autor nasceu Vertentes, interior de Pernambuco, estudou Direito e cursou História e Filosofia, além de ser tradutor e editor do Jornal O Monitor, de Garanhuns, e das Revistas literárias Papel Jornal e Singular

Serviço

Lançamento do livro Poesia Pernambucana Hoje – Volume 1

Sexta (19) l 19h

Centro Cultural Correio (Av. Marquês de Olinda, 262 – Bairro do Recife)

Gratuito

 

O MAMAM - Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães, que fica localizado na Rua da Aurora, abre espaço para a dança e poesia nesta quarta (17), com a apresentação às 19h30, do espetáculo Corpos Compartilhados, do Coletivo Lugar Comum. A entrada é gratuita.

O espetáculo é composto por quatro solos/performances que propõem uma maior aproximação entre o público e os corpos dos bailarinos, todos utilizando a poesia como parte da criação e inspiração dos movimentos: Valsa.me, de Cyro Morais; Topografias do Feminino, de Liana Gesteira; Pé de Saudade, de Maria Agrelli e OSSevaO, de Silvia Góes.

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Serviço

Corpos Compartilhados

Mamam (Rua da Aurora, 265 - Boa Vista) 

Quarta (17) | 19h30

Entrada gratuita

(81) 3221 3778

 

O poeta Virgílio Costa recorre ao mito de Ulisses para falar sobre saudade, distância, exílio e morte no recém-lançado Volta a Ítaca. Das experiências reunidas durante os dez anos em que viveu em Nova York, além das peregrinações feitas por Atenas e outras cidades gregas, surgiram os 57 poemas reunidos no livro, publicado em parceria com as editoras Lacre e Boca da Noite. A obra revela uma sutil autobiografia do escritor, permeada por versos que falam também sobre NY, Grécia antiga e Brasil contemporâneo, trazendo gravuras da artista grega Artemis Alcalay.

A temática para o livro surgiu das conversas entre Costa e a amiga Artemis, na época em que os dois eram estudantes de pós-graduação na New York University, na década de 1980. "Conversávamos sobre as saudades da nossa terra, tínhamos uma curiosidade mútua entre os dois países, Brasil e Grécia, e em Nova York tínhamos essa sensação de não conseguir voltar, porque são tantos os encantos, os atrativos...", diz Costa.

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"Conversando sobre Homero, ficamos com aquela ideia de que a gente não voltaria, de que aquele era o nosso exílio." No período em que morou nos Estados Unidos fazendo mestrado em pintura e doutorado em artes e humanidades, Costa frequentou as oficinas de poesia de renomados escritores, como Joseph Brodsky, Nobel de Literatura, Galway Kinnell, professor de criação poética na NYU e vencedor do Pulitzer de poesia, e Richard Harrison, professor de técnica de poesia, também na NYU, e crítico literário.

Alguns dos poemas reunidos foram escritos originalmente em inglês e depois traduzidos. Costa conta que a ideia do livro permaneceu mesmo depois de ele voltar ao Rio e Artemis à sua natal Atenas. O assunto voltava à tona entre os dois a cada cinco anos, até que, há cerca de dois anos, ele decidiu concretizar o projeto - concluído não sem uma boa dose de teimosia, característica que compartilha com o herói de Homero. "Ulisses é o mais humano de todos os heróis da Ilíada e da Odisseia. Primeiro, ele é teimoso, segundo, é ardiloso e terceiro, e o mais importante, ele é curioso. E por causa dessa curiosidade quase não volta para casa."

Dentre os versos que permeiam as quase 130 páginas de poemas, ele destaca alguns que contam um pouco de sua história. É o caso de Ícaro, referência ao irmão assassinado aos 18 anos, ou Cantiga de Ninar para Meu Amigo, homenagem ao poeta e amigo Dante Milano, que morreu em 1991. O livro pode ser lido por dois caminhos: como uma narrativa linear ou em poemas avulsos.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Maria Bethânia vai participar da próxima Flip, a Festa Literária Internacional de Paraty, que acontece entre 3 e 7 de julho e terá como homenageado o escritor Graciliano Ramos. O tema do debate de Bethânia, na mesa da professora emérita da UFRJ e da PUC-Rio Cleonice Berardinelli, será o poeta português Fernando Pessoa (1888-1935). "Ela vai apresentar o livro que está para lançar", conta a cantora. "Vou fazer como já fiz antes, ler os poemas de Pessoa que ela escolher. O que ela me pedir eu faço, estarei ali à serviço dela."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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