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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva proibiu a entrada de celulares na primeira reunião geral do novo governo com os ministros. Os telefones foram recolhidos, nesta sexta-feira (6), na entrada da Sala Suprema, no segundo andar do Palácio do Planalto.

A prática costuma ser usada por autoridades para evitar vazamento de informações. No Planalto há escaninhos de madeira em área próxima à sala suprema e nos gabinetes do presidente e ministros.

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O procedimento vale mesmo para quem trabalha no Planalto. Segundo auxiliares do presidente, ele costuma pedir que interlocutores deixem seus aparelhos fora dos ambientes de encontros. Eles afirmam que Lula se incomoda com o desvio atenção das pessoas com as quais conversa e que gosta de manter contato visual permanente.

O presidente não usa telefone celular próprio e recorre aos assessores mais próximos para conversar.

No início do primeiro governo, em 2003, a Presidência da República acionou bloqueadores de sinal de telefones celulares, em encontros do presidentes com ministros e governadores na Granja do Torto. Aparelhos foram instalados nas salas de reunião.

Antecessores no cargo, como Michel Temer e Jair Bolsonaro, também proibiam aparelhos de celular em algumas ocasiões. O procedimento não impediu que Temer fosse gravado pelo empresário Joesley Batista no Palácio do Jaburu e usasse o áudio numa delação premiada do caso JBS.

Após a prisão de um militante bolsonarista que planejava explodir uma bomba nas imediações do aeroporto de Brasília na véspera de Natal, o Senado decidiu proibir a entrada de visitantes até a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. A Secretaria de Polícia da Casa divulgou nesta segunda-feira, 26, um comunicado em que cita a necessidade de reforço na segurança da Praça dos Três Poderes "diante dos últimos acontecimentos".

As medidas adotadas, que valem durante toda a semana que antecede a posse, incluem a obrigatoriedade de servidores, funcionários terceirizados e prestadores de serviços passarem por raio x e detectores de metais antes de entrar nas dependências do Senado. Além de visitantes, também ficarão proibidos de acessar a Casa entregadores de alimentos e motoristas de aplicativos. As entregas e os desembarques de passageiros deverão ser feitos na área externa do Congresso.

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Também não será permitida a entrada de correntistas que não trabalhem no Senado nas agências bancárias localizadas na Casa. "Apenas senadores, servidores, profissionais terceirizados e estagiários poderão utilizá-las", diz o comunicado.

Mais cedo, no Twitter, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse que não há lugar no Brasil para atos análogos ao terrorismo. "As eleições se findaram com a escolha livre e consciente do presidente eleito que tomará posse no dia 1º de janeiro. O Brasil quer paz para seguir em frente e se tornar o país que todos nós desejamos!", escreveu.

Desde o fim da eleição, apoiadores de Bolsonaro estão acampados em frente a instalações militares para pedir que as Forças Armadas impeçam a posse de Lula. Na noite de sábado, 24, véspera de Natal, autoridades policiais prenderam em flagrante, por atentado contra o Estado, o gerente de posto de combustível George Washington de Oliveira Sousa, de 54 anos, ligado aos acampamentos bolsonaristas.

Sousa confessou ter tentado explodir um caminhão de combustível perto do aeroporto da capital federal para provocar falta de energia e dar início, segundo ele, a um caos que levasse à decretação de um estado de sítio no País. Ele também planejava explodir uma bomba no estacionamento do aeroporto. A prisão do acusado foi convertida em preventiva pela Justiça comum do Distrito Federal, o que faz com que ele perca o direito de responder ao processo em liberdade, mesmo sem ter antecedentes criminais.

Em entrevista à GloboNews hoje, o futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou que o governo Lula não permitirá que se instale no País o que ele chamou de "terrorismo político". O senador eleito avaliou que Souza não é um "lobo solitário" e prometeu que todas as "conexões" da tentativa de atentado serão investigadas. Ele disse também que o novo governo vai desocupar os acampamentos de apoiadores de Bolsonaro após a posse, caso essa providência não seja tomada pelas atuais autoridades federais.

No domingo, 25, Dino escreveu no Twitter que a tentativa de atentado perto do aeroporto de Brasília comprova que os acampamentos de apoiadores de Bolsonaro em frente a quartéis viraram "incubadoras de terroristas". O futuro ministro também informou que todos os procedimentos para a posse de Lula, em 1º de janeiro, serão reavaliados para fortalecer a segurança.

O governo Talibã do Afeganistão ordenou neste sábado (24) a todas as ONGs nacionais e internacionais que deixem de empregar mulheres porque não estariam respeitando o código de vestimenta, mesmo argumento utilizado há quatro dias para excluir as mulheres das universidades do país.

“Houve denúncias graves sobre o descumprimento do uso do hijab islâmico e outras regras e regulamentos relacionados ao trabalho feminino em organizações nacionais e internacionais”, afirma uma notificação enviada a todas as ONGs.

Um porta-voz do ministério da Economia confirmou o envio da ordem às ONGs.

"Em caso de descumprimento da diretriz (...) a licença da organização que foi emitida por este ministério será cancelada", especifica a notificação.

Duas ONGs internacionais contactadas pela AFP confirmaram ter recebido o comunicado do ministério.

"A partir de domingo, suspendemos todas as nossas atividades", declarou, sob anonimato, o funcionário de uma organização internacional que organiza ações humanitárias em áreas remotas do país. "Em breve teremos uma reunião dos diretores de todas as ONGs para decidir como lidar com a questão", acrescentou.

Dezenas de ONGs nacionais e internacionais trabalham em vários setores em áreas remotas do Afeganistão, com várias mulheres como funcionárias.

O anúncio ocorre apenas quatro dias depois que o governo talibã decidiu proibir por tempo indeterminado as mulheres afegãs de frequentar universidades públicas e particulares no país.

O ministro do Ensino Superior, Neda Mohammad Nadeem, explicou em uma entrevista televisiva que tomou esta decisão porque as "estudantes que iam para a universidade (...) não respeitaram as instruções do hijab".

"O hijab é obrigatório no Islã", insistiu, referindo-se ao fato de que as mulheres no Afeganistão devem cobrir o rosto e o corpo inteiro. Segundo o ministro, as meninas que estudaram em uma província longe de casa "também não viajavam com um 'mahram', um acompanhante masculino adulto".

No sábado, quase 400 estudantes de Kandahar, berço do movimento islamita fundamentalista, boicotaram uma prova em solidariedade às alunas e organizaram uma manifestação, dispersada pelas forças talibãs, que atiraram para o alto, contou à AFP um professor da Universidade Mirwais Neeka.

O novo ataque aos direitos das mulheres prejudica muitas meninas afegãs, que já haviam sido excluídas do Ensino Médio, e provocou muitas críticas da comunidade internacional.

Apesar das promessas de maior flexibilidade, os talibãs retomaram sua interpretação rigorosa do Islã, que marcou sua primeira passagem pelo poder, entre 1996 e 2001.

Desde sua volta ao poder em agosto de 2021, multiplicaram-se as medidas contra as liberdades, principalmente das mulheres, que foram progressivamente excluídas da vida pública e dos centros educacionais.

Um pequeno grupo de mulheres afegãs organizou um protesto relâmpago em Cabul, nesta quinta-feira (22), para desafiar o regime talibã, depois que foram proibidas de estudar na universidade — disse uma ativista, acrescentando que algumas delas foram detidas.

"Direitos para todos, ou para ninguém", gritavam as manifestantes em um bairro de Cabul, segundo imagens de vídeo obtidas pela AFP.

Cerca de 20 mulheres afegãs, vestidas com hijabs e algumas usando máscaras faciais, gritaram com os punhos erguidos na rua para serem autorizadas a estudar.

Mas "algumas mulheres foram detidas e levadas por policiais", disse à AFP uma manifestante, que preferiu permanecer anônima.

"Duas mulheres foram libertadas, mas várias permanecem presas", acrescentou.

Os protestos das mulheres se tornaram menos frequentes no Afeganistão desde a prisão de ativistas proeminentes no início deste ano. As participantes correm o risco de serem presas, submetidas à violência e estigmatizadas.

Inicialmente planejada para acontecer em frente ao campus de Cabul, o maior e mais prestigioso do país, a manifestação foi forçada a se deslocar, devido à presença de um grande efetivo de segurança.

"As meninas afegãs são um povo morto (...). Elas choram sangue", disse Wahida Wahid Durani, estudante de jornalismo da Universidade de Herat (oeste).

"Eles estão usando toda sua força contra nós. Receio que logo anunciarão que as mulheres não têm nem o direito de respirar", lamentou a estudante.

Em uma carta concisa, o ministro do Ensino Superior, Neda Mohammad Nadeem, ordenou na terça-feira que todas as universidades públicas e privadas do país proíbam as alunas de frequentar as aulas por tempo indeterminado.

O Congresso Nacional derrubou, nesta sexta-feira (16), o veto do presidente Jair Bolsonaro à proposta que proíbe o uso de materiais e estruturas destinados a afastar as pessoas em situação de rua de locais públicos – a chamada arquitetura hostil (VET 55/22). O texto segue agora para promulgação.

No Senado, a derrubada do veto teve 60 votos favoráveis e apenas 4 contrários. Na Câmara, foram 354 votos pela derrubada do veto e 39 pela manutenção.

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O Projeto de Lei 488/21, do senador Fabiano Contarato (PT-ES), ficou conhecido como “Lei Padre Júlio Lancellotti”. No ano passado, o religioso viralizou nas redes sociais ao protagonizar cena em que tentava quebrar estacas pontiagudas de concreto instaladas pela Prefeitura de São Paulo sob um viaduto.

O veto havia sido publicado na quarta-feira (14). A Presidência da República disse em nota que a expressão “técnicas construtivas hostis”, empregada no projeto, poderia gerar insegurança jurídica, por se tratar de “terminologia que ainda se encontra em processo de consolidação para inserção no ordenamento jurídico”.

Contarato comemorou a inclusão do veto na pauta antes do prazo e afirmou que a lei tem preocupação humanitária. “O Estatuto das Cidades tem de ser inclusivo. Essas técnicas de utilização de vergalhões, correntes, instrumentos pontiagudos, têm o único objetivo de valorizar o patrimônio em detrimento do acolhimento da população em situação de rua”, disse.

Ele ressaltou que a pandemia aumentou o número das pessoas que moram na rua e elogiou o trabalho social do Padre Júlio Lancelotti. “É um verdadeiro humanista, aguerrido, que tem um olhar voltado aos marginalizados, aos que mais precisam”, disse.

O deputado Orlando Silva, que foi relator da proposta na Câmara, disse a lei é uma ferramenta contra o preconceito e o ódio aos pobres e às pessoas em situação de rua. “É muito importante que o poder público adote medidas para a humanização das cidades, adote medidas para o acolhimento dessas pessoas. Ninguém vive na rua por opção, por querer, são as circunstâncias que levam a isso”, disse.

Silva cobrou que os municípios revejam os planos diretores das cidades para romper com as construções agressivas à população mais vulnerável.

O líder do PT, deputado Reginaldo Lopes, afirmou que a proposta é um marco no acolhimento da população. “Os gestores públicos deveriam ter um diálogo e políticas públicas para melhorar a qualidade de vida da nossa população em situação de rua e não ter métodos construtivos hostil a essa população”, disse.

Apenas o partido Novo votou a favor da manutenção do veto. A deputada Adriana Ventura afirmou que o texto tem boa intenção, mas fere a autonomia dos municípios. “Eu entendo a questão humanitária, mas desumano é o poder público não dar conta de cuidar da população de rua: dar barraca, cobertor e não dar moradia”, disse.

*Da Agência Câmara de Notícias

A Rockstar Games anunciou na noite da terça-feira (22) a proibição completa de NFT’s e criptomoedas disponíveis em servidores de roleplay dos jogos de suas propriedades intelectuais, como GTA Online e Red Dead Online.

A medida faz parte de uma extensa lista de atitudes que não serão mais permitidas nas franquias da marca. A notícia foi compartilhada no site oficial de suporte da desenvolvedora. Em comunicado, foram proibidos os seguintes itens:

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“Exploração comercial, incluindo a venda de “caixas de loot” para moeda do mundo real ou sua moeda equivalente de jogo, venda de moedas virtuais, geração de receita por meio de patrocínios corporativos ou integrações no jogo ou uso de criptomoedas ou ativos criptográficos (por exemplo, ‘NFTs’)”

Em nota oficial, a empresa ainda comentou que acredita na criatividade dos jogadores, além do alcance da comunidade criada com os servidores de roleplay, mas que as novas regras impostas devem ajudar a manter a segurança de jogadores inexperientes.

 

 

A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) faz mudanças nas regras de estacionamento na Vila Madalena e em Pinheiros, na zona oeste de São Paulo, a partir deste sábado (19), por causa da Copa do Mundo do Catar. O objetivo é aliviar o fluxo na região que reúne diversos bares, que devem atrair torcedores para assistirem as partidas.

Ainda de acordo com a CET, a maior parte das alterações será temporária e válida somente para o período da competição, que tem início no domingo (20) e vai até 18 de dezembro, quando ocorre a grande final.

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Segundo a companhia, não estão previstos bloqueios. Durante os jogos, a CET irá intensificar o monitoramento, fiscalização e a orientação do trânsito nos locais e poderá adotar medidas de controle do tráfego para manter a segurança de pedestres e motoristas.

Os veículos ficarão proibidos de estacionar em período integral nos seguintes trechos das vias:

- Rua Inácio Pereira da Rocha, entre as ruas Deputado Lacerda Franco e Luís Murat.

- Rua Aspicuelta, entre as ruas Vicente Polito e Harmonia - (estacionamento para carga e descarga liberada de 2ª sábado das 6h às 10h em ambos os lados).

- Rua Felipe de Alcaçova, em toda extensão.

- Rua Wisard, entre as ruas Morás e Harmonia.

- Rua Mourato Coelho, entre as ruas Cardeal Arcoverde e Wisard.

- Rua Fradique Coutinho, entre as ruas Wisard e Cardeal Arcoverde.

- Rua Fidalga, entre as ruas Wisard e Inácio Pereira da Rocha

- Ruas Girassol e Harmonia, entre as ruas Wisard e Luís Murat.

- Rua Horácio Lane, entre as ruas Inácio Pereira da Rocha e Cardeal Arcoverde.

- Rua Belmiro Braga, entre as ruas Cardeal Arcoverde e Inácio Pereira da Rocha.

- Rua Padre João Gonçalves, entre as ruas Inácio Pereira da Rocha e Fradique Coutinho.

Para informar à população sobre as mudanças nas vias, a CET realizou reuniões com representantes dos bairros e instalou faixas e banners pela região.

"As mudanças nas regras de estacionamento fazem parte de ações conjuntas, com participação da Subprefeitura Pinheiros, CET, Polícia Militar, Guarda Civil Metropolitana, Sociedade Amigos de Vila Madalena e representantes dos comerciantes locais, para promover boas condições de segurança aos torcedores durante o período da Copa 2022?, disse em comunicado.

As autoridades italianas impediram 35 imigrantes de desembarcar na Sicília neste domingo, 6. O governo italiano de extrema direita adotou uma estratégia dura contra navios de resgate privados que operam em águas italianas.

O Humanity 1, transportando 179 passageiros resgatados, teve acesso ao porto siciliano, mas três outros navios de resgate administrados por organizações não governamentais e transportando um total de 900 pessoas permaneceram no mar.

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As ONGs disseram que as pessoas estavam dormindo no chão e decks, com infecções, febre e sarna, e alimentos e suprimentos médicos estavam acabando. Alguns migrantes estão nos barcos há mais de duas semanas.

Funcionários da instituição de caridade alemã SOS Humanity, que administra o Humanity 1, questionaram a decisão italiana de distinguir entre passageiros classificados como "vulneráveis" ou não. Todos os passageiros do navio foram resgatados no mar e isso por si só lhes dá direito a um porto seguro sob a lei internacional, disse a organização.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou por unanimidade, nesta terça-feira (25), resolução que proíbe prefeitos e gestores públicos de reduzir a oferta de transporte público coletivo no segundo turno das eleições, a ser realizado neste domingo (30). A Corte também definiu as regras que autorizam essas mesmas autoridades a adotar a gratuidade dos serviços de mobilidade, assim como a possibilidade de expandir a frota para atender os eleitores, em todo o País.

A resolução do TSE regulamenta decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que na última quarta-feira (19) confirmou despacho do ministro Luís Roberto Barroso de liberar os prefeitos para que ofereçam transporte público gratuito no segundo turno das eleições. O TSE prevê a responsabilização dos gestores públicos por crimes eleitorais, caso adotem medidas para reduzir a frota de ônibus e os demais modais do município no dia da votação.

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O presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, citou a decisão do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), de liberar o passe livre no transporte público neste domingo, 30, e disse estar feliz com a medida. Moraes afirmou que grande parte dos casos de abstenção se deve ao custo dos eleitores para se deslocar às seções eleitorais, que chega a superar, em algumas cidades, o valor da multa aplicada pela Justiça Eleitoral.

"Quanto mais transporte, mais comparecimento. Quanto mais comparecimento, mais democracia", afirmou Moraes. O ministro destacou que a resolução é importante para deixar claro que os agentes públicos não serão enquadrados nas proibições da Lei de Responsabilidade Fiscal por tomarem medidas que prejudicam a arrecadação do município, pois, segundo ele, a gratuidade do transporte público "é um ato de cidadania em favor da democracia".

"Esta é uma política pública de interesse da democracia, do exercício do voto. A resolução é necessária para que o gestor público fique à vontade no sentido de ofertar a gratuidade e a disponibilização de novas linhas", disse o presidente do TSE.

Eleitores não poderão ser presos a partir desta terça-feira, 25, exceto em casos de flagrante ou condenação por crime inafiançável. A norma, prevista no Código Eleitoral, vale até 48h após o pleito e visa garantir o direito ao voto.

"Ocorrendo qualquer prisão, o preso será imediatamente conduzido à presença do juiz competente que, se verificar a ilegalidade da detenção, a relaxará e promoverá a responsabilidade do coator", diz a lei. A mesma garantia é dada aos candidatos, que não podem ser presos desde 15 dias antes da eleição.

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A próxima quinta-feira, 27, é o último dia para realização de comícios - que podem se estender até as 23h59. A exceção é para eventos de encerramento de campanha, que podem ser prorrogados por mais 2 horas.

A propaganda eleitoral gratuita será veiculada até sexta-feira, 28. Também é o último dia para as campanhas veicularem anúncios na imprensa escrita, televisão, rádio e internet - regra que vale de 48h antes até 24h após o pleito. Na semana passada, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou uma resolução que proíbe qualquer tipo de publicidade paga na internet nesse período, inclusive monetização de blogs e sites.

O período para realização de debates também termina na sexta, à meia-noite. O último debate presidencial será veiculado pela TV Globo, às 21h30.

A propaganda eleitoral via alto-falantes poderá ser feita até as 22h do sábado, 29. O mesmo dia e horário é o limite para a distribuição de santinhos e realização de carreatas, caminhadas e motociatas.

Há dois meses, o corpo do indígena que viveu mais de duas décadas isolado na mata do sul de Rondônia permanece insepulto. A Funai e a Polícia Federal não informam quando vão enterrar os restos mortais do "Índio do Buraco", um homem de idade, língua e costumes desconhecidos, último sobrevivente de um grupo étnico envenenado e fuzilado por grileiros e madeireiros. A Funai limitou-se a informar que "aguarda os laudos para definir os melhores procedimentos quanto ao sepultamento" e a PF não se manifestou.

A saga do corpo do indígena começou em 23 de agosto, quando a equipe da Frente de Proteção Etnoambiental mantida pela Funai em Guaporé o encontrou morto em uma rede, ornado de penas de araras, como se tivesse se preparado para a morte, dentro de uma maloca. Levado para Vilhena, cidade a 50 quilômetros, o corpo foi transportado em seguida para Brasília. Na capital federal, passou por exames no Instituto de Criminalística. Um mês depois, retornou a Rondônia. Agora, está na sede da Polícia Federal.

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Em meio à demora das autoridades em dar resposta sobre o sepultamento, a terra onde o isolado resistia, sem aceitar contatos com órgãos oficiais, entidades civis ou mesmo xamãs de aldeias vizinhas, voltou a despertar a cobiça externa. Em 1998, um dos últimos trechos de floresta nas margens do Rio Tanaru foi reservado pela União exclusivamente para a sobrevivência dele.

O governo classificou o Território Tanaru, de 8.070 hectares, equivalente a 8 mil campos de futebol, como área de restrição de uso, isto é, para estudos e demarcação e homologação. De lá para cá, o lugar tornou-se um oásis numa região de desmatamento e expansão econômica, mesmo com clareiras abertas no passado por ruralistas. Indigenistas, antropólogos e procuradores se mobilizam para garantir que o corpo possa ser enterrado na terra em que o indígena vivia e onde seus ancestrais foram mortos. Seria um passo decisivo para garantir a proteção do lugar.

É o primeiro caso de território em processo de demarcação em que morreram todos os indígenas que nele habitavam. O prazo de restrição de uso expira em 2025. "O Estado Brasileiro deve ter o cuidado com a memória desse indígena que resistiu aos seus algozes", afirma Bruno Biagio, que chefiou a Coordenação de Índios Isolados e Recente Contato.

VENENO

Na área de floresta cercada de pastagens e grandes plantações, o "Índio do Buraco", de idade estimada de 60 anos quando morreu, construiu exatos 53 tapiris - malocas cobertas de palha - nos últimos 26 anos, sempre fugindo de madeireiros e grileiros. Ele mudava sempre de lugar dentro do território para não ser morto, numa vida de guerrilha. Assim, construía tapiris com uma entrada. Dentro, abria um buraco em forma ovalada, de meio metro de largura, um de comprimento e até três de fundura.

Em 1995, os indigenistas Marcelo Santos e Altair José Algayer estiveram pela primeira vez frente a frente com o "Índio do Buraco". Foram recepcionados com uma flechada. No tempo mais antigo, os integrantes desse povo eram conhecidos como exímios guerreiros. "Quem entrava na terra deles não saía", conta Marcelo. Com o tempo, os indígenas passaram a acreditar no pessoal das fazendas. Foi fatal.

Depoimentos coletados por Marcelo indicam que esse grupo sofreu dois massacres. No primeiro, nos anos 1980, os indígenas trocaram produtos de suas roças por açúcar com pistoleiros de uma fazenda. Os homens puseram veneno no açúcar e mataram parte da aldeia. Na década seguinte, um fazendeiro mandou atacar a tiros os sobreviventes, incendiar as casas restantes e passar o trator. Foi quando Marcelo encontrou seis buracos de antigas residências. Assim, restou apenas um indígena no Tanaru. "Não conheço outro grupo que fazia buracos dentro de casas. Tem significado místico e religioso", relata o indigenista.

Durante anos, a indigenista Ivaneide Bandeira atuou no monitoramento da área onde o "Índio do Buraco" vivia. "Ele nunca quis ser contactado por ninguém", relata. "Vivia fugindo, estava cercado por grandes fazendas", relata. Ivaneide reclama da demora em sepultar o corpo. "A Funai não deixa sepultar. Para mim, é assustador. Não consigo entender. Ele enfrentou todo o massacre de seu povo, resiste, morre e agora a Funai não deixa descansar. É desumano." Há 40 anos no trabalho com indígenas, ela avalia que a cobiça pelo território está por trás da demora no sepultamento. "Enterrá-lo lá é impedir a grilagem", avalia. "Não se pode negar a ele ser enterrado em sua terra."

O indigenista Altair José Algayer foi quem encontrou o corpo do "Índio do Buraco". Ele observa que jamais se saberá a origem, a língua e os costumes do homem do Tanaru. Ainda assim, observa que, no final, mesmo precisando de ajuda, não quis fazer contato. "Foi algo muito ruim que ocorreu com ele e seu povo para ter resistência de lutar mesmo sozinho, por anos."

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O corregedor do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Benedito Gonçalves, suspendeu, nesta terça-feira, 18, a divulgação de um filme que sugere que o candidato Jair Bolsonaro (PL) foi vítima de um atentado planejado em 2018. A medida acolhe parcialmente pedido apresentado pelo PT, do candidato Luiz Inácio Lula da Silva.

A Brasil Paralelo, uma produtora de vídeos da direita, lançaria o vídeo na próxima segunda-feira, 24, a seis dias do segundo turno das eleições. A empresa também tem vídeos que o TSE já proibiu a veiculação por entender que reproduzem informações falsas durante a campanha eleitoral.

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Benedito Gonçalves determinou que o vídeo intitulado "Quem mandou matar Jair Bolsonaro" só seja divulgado após as votações. O objetivo, segundo o ministro, é reduzir os "potenciais efeitos anti-isonômicos" dos recursos movimentados e impedir que o tema da facada, explorado por Bolsonaro durante a campanha, receba "exponencial alcance" a partir de um gasto privado da Brasil Paralelo.

A lei eleitoral proíbe o financiamento de campanhas por pessoas jurídicas."Essa medida não impedirá a veiculação do documentário, sendo certo que as versões expostas poderão ser confrontadas no debate público, eis que não imposta censura prévia mas tão somente inibição do desequilíbrio que potencialmente adviria do lançamento na derradeira semana de campanha", frisou o magistrado.

A decisão também proibiu a Brasil Paralelo de pagar pelo chamado impulsionamento de vídeos com temática eleitoral, especialmente os que envolvam Bolsonaro e Lula. A medida valerá até o fim do segundo turno. A empresa é a que mais gasta com anúncios no Facebook para que seus conteúdos apareçam para mais usuários. Entre agosto de 2020 e outubro de 2022, já foram investidos mais de R$ 13 milhões para ampliar o alcance de seus vídeos no Facebook. Somente entre os dias 9 e 15 de outubro, a produtora gastou R$ 715 mil para promover o filme sobre a facada em Bolsonaro.

A Justiça Eleitoral também suspendeu a arrecadação obtida com anúncios em plataformas como o YouTube. "O que se mostra preocupante é que essas pessoas jurídicas, ao produzirem conteúdo ideologicamente formatado para endossar o discurso do candidato que apoiam, têm se valido por reiteradas vezes de notícias falsas prejudiciais ao candidato Lula, com significativa repercussão e efeitos persistentes mesmo após a remoção de URLs", destacou o magistrado.

A decisão atinge ainda os canais Foco do Brasil, Folha Política e Dr. News, todos voltados à publicação de conteúdo pró-Bolsonaro e conhecidos pela divulgação de informações falsas ou fora de contexto.

Em outro trecho da decisão, Benedito Gonçalves abre prazo de três dias para que Carlos Bolsonaro, filho do presidente da República, se manifeste sobre a "utilização político-eleitoral" de suas redes sociais em um contexto de "ecossistema de desinformação".

A campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta segunda-feira, 10, contra a propaganda do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que o associou ao canibalismo.

O presidente acusa Lula de descumprir a decisão provisória que proibiu a propaganda. O ministro Paulo de Tarso Sanseverino disse que a campanha petista usou informações descontextualizadas para prejudicar a imagem de Bolsonaro.

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Apesar da proibição, o vídeo voltou a ser exibido nas inserções do ex-presidente. Os advogados de Bolsonaro pedem "medidas excepcionais" para garantir que a decisão seja cumprida. Eles sugerem a suspensão de todas as propagandas de Lula na televisão até que o petista comprove o cumprimento da ordem do TSE.

"Os representados não só veicularam a inserção vedada, como intensificaram a exibição nos blocos de maior audiência no domingo, obtendo a melhor audiência para públicos de menor renda e menos escolarizados, de modo a potencializar os efeitos da inverdade e da ofensa", escrevem os advogados Tarcísio Vieira, Ademar Aparecido da Costa Filho, Eduardo Augusto Vieira de Carvalho e Marina Morais.

A equipe jurídica de Bolsonaro também pede ao TSE que notifique o Ministério Público Eleitoral (MPE) para a abertura de uma investigação sobre possível crime de desobediência, inclusive com a apreensão do celular que recebeu a ordem de suspensão imediata da peça publicitária.

A propaganda questionada mostra uma entrevista concedida por Bolsonaro ao jornal americano New York Times, em 2016, em que o presidente afirma que comeria "índio sem problema nenhum" (assista abaixo a partir dos 54 minutos). A íntegra está disponível no próprio canal do presidente no YouTube.

"Estive em Surucucu certa vez. Aí comecei a ver lá as mulheres índias passando com carregamento de bananas nas costas, uma atrás da outra. E o índio passa limpando os dentes com capim. 'O que está acontecendo?'. Eu vi muita gente andando. 'Morreu um índio e eles estão cozinhando'. Eles cozinham o índio, é a cultura deles. O corpo. Para comer. Eles cozinham por dois, três dias e comem com uma banana. Eu queria ver o índio sendo cozinhado. Daí o cara: 'Se for, tem que comer'. Falei: 'Eu como'. Daí a comitiva, ninguém quis ir. 'Vamos comigo lá', ninguém quis ir. Daí, como a comitiva não quis ir, porque tinha que comer o índio, não queriam me levar sozinho lá, aí não fui. Eu comeria o índio sem problema nenhum, é a cultura deles, e eu me submeti àquilo, tá ok?", disse Bolsonaro na entrevista.

A organização da Copa do Mundo do Catar desmentiu ter criado uma cartilha que proíbe uso de bebidas, som auto, exposição de mulheres, entre outras medidas durante o evento esportivo. A imagem fake começou a circular nas redes sociais nesta quinta-feira (7).

A cartilha, que usa a mesma fonte utilizada oficialmente pela organização da Copa do Mundo, diz que é proibido até beijo entre namorados e a homossexualidade. A imagem, porém, é falsa.  

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"O documento 'Qatar Welcomes You' que circula nas redes sociais não é de uma fonte oficial e contém informações incorretas. Recomendamos aos fãs confiarem apenas em fontes oficiais da organização do torneio para saber as regras de viagem para a Copa do Mundo deste ano. O Comitê Supremo para Entrega e Legado da Copa do Mundo e a Fifa em breve emitirão um extenso guia para os fãs diferente de muitas das informações que circulam", diz parte do comunicado. 

Um guia com informações sobre o assunto deve ser publicado oficialmente em breve.

Imagem com informações falsas usa a mesma fonte dos documentos oficiais. Foto: Reprodução

A ministra Maria Claudia Bucchianeri, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mandou apagar vídeo do ex-candidato a presidente Pablo Marçal (Pros) que associa o PT à suposta distribuição de "kit gay" nas escolas. A decisão, publicada na quarta-feira, 5, fixa multa de R$ 10 mil em caso de republicação do conteúdo.

A Corte já determinou em outras ocasiões a exclusão de conteúdos sobre o material, que jamais foi distribuído, por se tratar de desinformação. O boato marcou a campanha presidencial de 2018, do presidente Jair Bolsonaro (PL) contra Fernando Haddad (PT).

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A desinformação em torno do suposto "kit gay" tem origem em uma cartilha elaborada em 2010 que tinha como objetivo combater a homofobia. O material era voltado a educadores, não a alunos. Como não passou pela comissão de especialistas do Ministério da Educação, não chegou às escolas.

"Tem-se, portanto, no caso concreto, hipótese de 'desinformação circular', ou seja, que ganha novo impulso após intervalos de tempo, com a reinserção do conteúdo inverídico em novas narrativas, que são reconstruídas a partir de contextos distintos", escreveu a ministra na decisão.

Um açougue goiano, Frigorífico Goiás, fez uma promoção inusitada nessas eleições: algumas carnes nobres, como picanha e cupim, foram vendidas a R$ 22 o quilo, em alusão ao número de urna do candidato Jair Bolsonaro (PL). Além do tumulto causado pelo grande número de consumidores que procurou o estabelecimento, a promoção se tornou alvo da Justiça. O desembargador do Tribunal Regional Eleitoral de Goiás, Wilton Müller Salomão, pôs fim ao desconto na tarde deste domingo, 2.

A decisão foi dada no âmbito de uma representação eleitoral ajuizada pela Federação Brasil da Esperança, composta por PT, PC do B e PV, às 23h30 do sábado (1º). Tamanha foi a repercussão do desconto, que imagens aéreas mostram consumidores em torno de todo o quarteirão onde fica a casa de carnes.

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A propaganda da Picanha Mito mostra uma foto de Bolsonaro segurando embalagens do frigorífico, um vídeo de uma tábua de carne ao lado de uma arma de fogo e uma embalagem de Cupim Mito.

A primeira dama, Michele Bolsonaro, comentou a publicação, parabenizando o estabelecimento pelo patriotismo.

Um dos argumentos da Federação autora da medida judicial é de que a continuidade da promoção causará artificialmente estados mentais a favor dos candidatos do Partido Liberal sob o n.º 22, inclusive ao candidato a Governador de Goiás.

O pedido ainda solicita que o juiz encaminhe cópias do processo para a Polícia Federal, para que se apure o crime previsto no artigo 334 do Código Eleitoral - utilizar organização comercial de vendas, distribuição de mercadorias, prêmios e sorteios para propaganda ou aliciamento de eleitores.

O relator deferiu uma liminar às 13h22 da tarde deste domingo, 2. Ele determinou que o Frigorífico Goiás encerrasse imediatamente a promoção e apagasse as publicações das suas redes sociais, sob pena de multa diária de R$ 10 mil.

Nos autos, está documentada a expedição de mandado para intimação e citação do estabelecimento, mas não há confirmação de que foi cumprido.

Até a publicação desta reportagem, o Frigorífico Goiás não havia removido as publicações. Nos seus stories, o estabelecimento apenas repostou notícias da liminar compartilhadas por seus consumidores.

COM A PALAVRA, FRIGORÍFICO GOIÁS

A reportagem entrou em contato com o Frigorífico Goiás. Contudo, até a publicação desta reportagem, não teve resposta.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou, nesta quinta-feira (29), por unanimidade, a proibição do transporte de armas e munições de Colecionadores, Atiradores e Caçadores (CACs) em todo o território nacional de 24 horas antes até 24 horas depois das eleições.

A resolução amplia a norma que já havia proibido o porte de armas e munições no raio de 100 metros das seções eleitorais. Os ministros determinaram em 30 de agosto que a restrição ao porte nas seções eleitorais começa a valer 48 horas antes do pleito até 24 horas depois. Essa regra se mantém.

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Havia a expectativa de que o tribunal votasse o fechamento dos clubes de tiro nas eleições - sugestão apresentada por diversas entidades, como centrais sindicais, polícias civis e associações de juízes. O presidente da Corte, Alexandre de Moraes, já havia se comprometido a avaliar a pauta. No entanto, apenas a restrição à circulação de armas dos CACs foi votada.

Membros de entidades da sociedade civil que integram o Observatório de Transparência da Eleição pediram na última segunda-feira, 26, ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, que leve ao plenário da Corte uma proposta de resolução para proibir o uso de camisetas da seleção brasileira por mesários.

Segundo dois participantes do encontro informaram ao Estadão, a proposta teria sido apresentada pela Associação Juízes para a Democracia (AJD). A reunião foi realizada em conjunto com os integrantes da Comissão de Transparência das Eleições - criada em 2021 pelo ministro Luís Roberto Barroso para aumentar a fiscalização da disputa deste ano pela população.

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Os autores da proposta teriam dito a Moraes que o uso das camisetas da seleção brasileiro por mesários pode gerar animosidade nas seções eleitorais do País, por causa do contexto de polarização excessiva e belicosidade entre as campanhas dos candidatos à Presidência.

As camisetas da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) passaram a representar grupos e manifestantes de direita, com destaque recente aos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) que incorporaram a vestimenta em atos de apoio ao governo.

Moraes teria respondido aos participantes da reunião que a situação envolvendo os mesários preocupa. Segundo pessoas presentes no encontro e ouvidas pelo Estadão, o presidente do TSE teria dito que a questão do uso das camisetas da seleção brasileira é um problema a ser enfrentado, mas não deu prazo para o caso ser apreciado pelo plenário, tampouco garantiu que a proposta avançaria no tribunal.

Na reunião, os presentes ainda teriam proposto a ampliação da restrição ao porte de armas em todo o território nacional. Como mostrou o Estadão, o TSE proibiu a circulação de pessoas armadas a 100 metros das seções eleitorais nos dois dias que antecedem a eleição, no dia da votação e nas 24 horas após a divulgação dos resultados. As entidades da sociedades civil pediram que a Corte aumente o raio da proibição.

Outro pedido feito pelas entidades foi o fechamento de clubes de tiro nos dois dias que antecedem a votação. Um dos três representantes de organizações que falaram durante a reunião argumentou que o trancamento evitaria que a categoria dos caçadores, atiradores e colecionadores (CACs) argumentasse que o porte seria apenas para se dirigir aos clubes. Como mostrou o Estadão, Moraes já vinham avaliando a adoção dessa medida após reunião com delegados da Polícia Civil que manifestaram a preocupação com esse tipo de estabelecimento.

O corregedor-geral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Benedito Gonçalves, determinou nesta sexta-feira, 23, a remoção de vídeos de campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) compartilhados nas redes sociais com trechos do discurso realizado por ele na Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), em Nova York. A retirada dos conteúdos das redes sociais deve ser realizada em até 24 horas, sob pena de multa diária de R$ 10 mil.

O pronunciamento de Bolsonaro no encontro com os líderes mundiais foi considerado por adversários como propaganda irregular negativa por conter ataques ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Embora não tenha citado diretamente o petista, Bolsonaro não deixou dúvidas sobre quem estava falando. Candidato à reeleição e atrás de Lula nas pesquisas de intenção de voto, ele mencionou condenações de integrantes do PT na Justiça e disse que seu governo extirpou a "corrupção sistêmica".

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O presidente tem acumulado derrotas no TSE. Somente neste mês, a Corte proibiu sua campanha de fazer propaganda com as imagens de Bolsonaro no funeral da rainha Elizabeth II, em Londres, e nas comemorações do Bicentenário da Independência, no último 7 de Setembro.

Agora, o corregedor-geral do TSE também proibiu que a coligação de apoio a Bolsonaro utilize nas peças da propaganda eleitoral quaisquer imagens captadas na ONU que reproduzam trechos do discurso do presidente. Segundo Benedito Gonçalves, as medidas são necessárias diante do risco de ferir "a isonomia entre os candidatos, especialmente por sua descontextualização direcionada à obtenção de dividendos eleitorais".

"(...) Identifiquei como maior risco à quebra de isonomia a alteração de contexto do discurso, para gerar a falsa percepção de que o vídeo demonstra apoio internacional à reeleição do atual Presidente da República", destacou o ministro. "O uso das imagens e gravações em material de campanha (...) deve ser inibido, tendo em vista o risco que representa à isonomia entre os candidatos, especialmente por sua descontextualizarão direcionada à obtenção de dividendos eleitorais."

Para Gonçalves, "há indícios robustos de condutas com potencial abusivo". A decisão foi dada em ação apresentada pela Coligação Brasil da Esperança, que apoia Lula. A campanha petista acusou Bolsonaro de ter feito uso indevido dos meios de comunicação e incorrido em práticas de abuso de poder político e econômico, além de ter desviado a finalidade institucional da ida à ONU.

"Não satisfeito em sequestrar o ato típico de representante diplomático brasileiro para fazer sua campanha, o candidato Jair Messias Bolsonaro ainda cuidou de auferir vantagem na programação dos veículos de comunicação que cobriam a pauta", argumentaram os advogados de Lula.

Além de solicitar a proibição do uso do discurso nos materiais de campanha, os aliados do PT solicitaram a remoção da íntegra do discurso do canal da TV Brasil no YouTube, sob o argumento de que o presidente fez uso da televisão estatal para se promover eleitoralmente. Gonçalves, porém, negou este último pedido por considerar que a programação não foi alterada para privilegiar Bolsonaro.

A campanha à Presidência da República de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acionou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para impedir que o presidente Jair Bolsonaro (PL) utilize em sua campanha à reeleição trechos do discurso proferido ontem na Assembleia-Geral das Nações Unidas (ONU). Para o PT, o chefe do Executivo cometeu abuso de poder político e econômico ao usar a prerrogativa de presidente para defender seu governo e atacar, embora sem citação nominal, o rival Lula às vésperas das eleições.

"No meu governo, extirpamos a corrupção sistêmica que existia no País. Somente entre o período de 2003 e 2015, onde a esquerda presidiu o Brasil, o endividamento da Petrobras por má gestão, loteamento político e desvios chegou a casa dos US$ 170 bilhões. O responsável por isso foi condenado em três instâncias por unanimidade", disse Bolsonaro na ONU.

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Na ação apresentada à Justiça, a coligação petista pede a proibição do uso político do discurso, a exclusão do vídeo do pronunciamento que consta do canal do YouTube da TV Brasil e a remoção de publicações em redes sociais. A peça argumenta que Bolsonaro transformou o discurso na ONU em um comício.

"Bolsonaro mantém a deliberada atitude de confundir as figuras de presidente da República e a de candidato à reeleição ao cargo. Isso significa, na prática, que ele utilizou-se das prerrogativas de seu cargo para fazer campanha eleitoral, rompendo com a isonomia na disputa eleitoral", afirmam os advogados de Lula.

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