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A Polícia Militar de Pernambuco (PMPE) foi acionada, na manhã desta segunda-feira (14), para uma ocorrência de quebra de medida protetiva por um homem no interior da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), no centro do Recife. Imagens mostram um tumulto no momento em que a polícia estava no local.

Segundo informações que circulam nas redes sociais, algumas aulas chegaram a ser suspensas no momento da ação da PM. Os envolvidos foram encaminhados à Central de Plantões da Capital, e o caso foi passado para a Polícia Civil, que deve adotar os procedimentos legais. 

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A Unicap chegou a informar que o ocorrido “diz respeito a um caso que não cabe à universidade se pronunciar, por se tratar de fato que corre em segredo de Justiça”. A Polícia Civil foi procurada, mas não se pronunciou até o fechamento da matéria.

 

O Sindicato dos Rodoviários do Recife e Região Metropolitana denunciou, nesta segunda-feira (7), que algumas empresas de transporte de ônibus coletivo realizaram descontos indevidos na folha de pagamento de diversos funcionários, e alegam descumprimento do acordo firmado na semana passada, que resultou no fim da greve da categoria. 

Segundo o acordo, os trabalhadores teriam um aumento linear de 4% no valor dos salários, do vale alimentação e da gratificação para os motoristas que cumprem dupla jornada. Os dias paralisados não seriam descontados, sendo quatro dias abonados pela empresa e dois compensados em saldo de hora extra.

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No entanto, funcionários da Caxangá, Consórcio Recife e Metropolitana, empresas representadas pelo Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros no Estado de Pernambuco (Urbana-PE), relatam que houve descontos no contracheque, acarretando uma anulação do combinado. 

O sindicato informou, por meio de nota, que “já tomou todas as medidas legais necessárias, informou o MPT e o TRT - 6ª região e informa a toda população pernambucana, que caso o acordo não seja devidamente cumprido, outra paralisação de nossa categoria não está descartada.” 

Em nota, a Urbana-PE nega os apontamentos da categoria, informando que “as suas associadas estão cumprindo estritamente o que foi estabelecido no acordo coletivo com a categoria dos rodoviários. A compensação das horas-extras não trabalhadas na greve está ocorrendo precisamente conforme o acordo celebrado”.  

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que o influenciador digital Bruno Aiub, conhecido como Monark, pague uma multa de R$ 300 mil por descumprimento de decisão judicial. Um inquérito deverá ser aberto para investigar o acusado. 

Segundo o ministro, o descumprimento de Monark recai no fato de ele ter criados novas contas em redes sociais, onde publica conteúdos considerados duvidosos, com desinformação. Moraes considera o ato como crime de desobediência.  

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“A criação de novos perfis se revela como um artifício ilícito utilizado para produzir (e reproduzir) conteúdo que já foi objeto de bloqueio nestes autos, veiculando novos ataques, violando decisão judicial, o que pode caracterizar, inclusive, o crime de desobediência", diz a decisão. 

Uma decisão de Moraes, expedida em junho deste ano, foi de bloquear as contas de Monark, que chegou a recorrer pedindo pela reativação

 

A rede social Telegram enviou ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o comprovante do pagamento da multa de R$ 1,2 milhão imposta pelo ministro. O recurso que pede a anulação ou diminuição do valor, no entanto, foi mantido.

O Telegram foi multado por descumprimento de decisão de Moraes que determinou a suspensão dos perfis do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG). Na decisão, de 25 de janeiro, o ministro apontou que o Telegram deve respeitar e cumprir ordens do Judiciário assim como "qualquer entidade privada que exerça sua atividade econômica no território nacional".

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Ao reforçar, ao Supremo Tribunal Federal, pedido para que sejam retirados os invasores de sete terras indígenas em Roraima, com urgência nas operações de extrusão nos locais ocupados pelos povos Yanomami, Yekuana e outros em situação de isolamento voluntário, o Ministério Público Federal ressaltou ter alertado, desde setembro, para problemas nas ações do governo Jair Bolsonaro sobre a proteção dos povos originários.

Segundo a subprocuradora-geral da República Eliana Torelly, coordenadora da Câmara de Populações Indígenas e Comunidades Tradicionais, perícia entregue à Corte máxima em setembro já indicava que ações do governo Jair Bolsonaro sobre a desintrusão das terras indígenas 'apresentavam incompletude, possuindo efeitos localizados e temporários, que não se mostram suficientes para atender as determinações de retirada dos invasores'.

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Três meses depois, o Ministério Público Federal apontou descumprimento de ordens judiciais expedidas em ações que tramitam não só no Supremo, mas também no Tribunal Regional Federal da 1ª Região e na Justiça Federal de Roraima. Documentos da Polícia Federal e de procuradores que trabalham na área das sete terras indígenas também reforçaram o não cumprimento integral da desintrusão ordenada pelo STF.

Como mostrou o Estadão, o Supremo vai investigar se o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) descumpriu decisões judiciais e prestou informações falsas sobre a situação do povo Yanomami. Em comunicado divulgado nesta quinta, 26, o gabinete de Barroso afirma que as operações colocadas em prática pela União não seguiram o planejamento aprovado pelo STF e ocorreram com 'deficiências'.

Perícia divulgada no fim do ano passado, nos autos da PET 9.585, concluiu que os objetivos fixados no Plano Operacional de Atuação Integrada - Terra Indígena Yanomami nem no Plano Operacional 7 Tis não haviam sido atingidos. Também constatou o descumprimento de ordens judiciais expedidas pelo STF, Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) e Justiça Federal em Roraima.

O texto endereçado ao ministro Luís Roberto Barroso foi assinado nesta quinta-feira, 26. O documento foi levado ao STF no bojo da ação que a Apib pediu a 'desintrusão completa e imediata' das terras indígenas Karipuna, Uru-Eu-Wau-Wau, Kayapó, Araribóia, Mundurucu e Trincheira Bacajá, além da Yanomami.

Um clube de tiro de Santa Catarina, do qual o ex-presidente Jair Bolsonaro e os filhos Eduardo e Carlos eram frequentadores, continua oferecendo experiências de tiro ao alvo para pessoas sem registro de atiradores esportivos. Em uma de suas primeiras medidas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva proibiu o tiro recreativo, para não profissionais, em decreto que iniciou a revisão da política pró-armas da gestão anterior.

O decreto de Lula suspendeu o chamado tiro recreativo, ofertado por clubes e lojas a quem quisesse ter a experiência de segurar uma arma e atirar em um estande, como "hobby". O serviço era uma fonte de receita para essas empresas e possibilitava um primeiro contato com futuros atiradores frequentes.

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Mesmo com a vedação expressa, o Clube .38, do empresário Tony Eduardo e Rafael Casanova, tem permitido que pessoas sem os registros oficiais experimentem armas. O argumento da empresa é o de que não seria uma recreação, mas "uma aula de tiro". O decreto de Lula é expresso ao restringir o tiro de recreação apenas aos já registrados no grupo de colecionadores de armas, atiradores esportivos e caçadores (CACs).

A reportagem questionou a diferença entre o tiro recreativo e a aula oferecida pelo clube de tiro e perguntou se os clientes da primeira modalidade não eram acompanhados por profissionais. O Clube .38 não esclareceu. Disse apenas ter ciência de que o decreto suspendeu o tiro recreativo e que cumpre à risca todas as determinações legais da atividade.

O Estadão entrou em contato com dois clubes de tiro do entorno de Brasília para saber se haveria algum serviço para interessados em uma experiência rápida com arma de fogo. Ambos negaram, justamente por causa do decreto de Lula. Conforme o texto do decreto, novos registros de CACs e novos clubes de tiro estão suspensos temporariamente.

Reação armamentista

Para especialistas consultados pelo Estadão, o clube de tiro de Santa Catarina pode estar burlando não só o decreto de Lula, mas também liminar da presidente do Supremo Tribunal Federal, Rosa Weber, interpretada como proibidora do tiro recreativo. Foi graças à liminar que o Setor de Fiscalização de Produtos Controlados da 2.ª Região Militar, que abrange instalações do Estado de São Paulo, avisou, em setembro, que estava proibida a prática de tiro por pessoas não registradas no Exército como CACs.

A medida provocou forte reação dos armamentistas e o general Braga Netto, à época em campanha eleitoral como vice na chapa de reeleição de Jair Bolsonaro, atuou pessoalmente para derrubar a proibição. O Estadão revelou que ele se comprometeu com o eleitorado armamentista a tomar providências, e a proibição foi revista pelos militares.

Tony Eduardo é próximo da família Bolsonaro pelo menos desde 2016. Naquele ano, Eduardo participou de uma feira armamentista em Los Angeles com o empresário e depois levou o pai para uma live com ele. Durante a transmissão ao vivo, eles defenderam o armamento civil e a reação em casos de assalto.

Adélio Bispo

O empresário brasileiro também é instrutor do 88 Tactical, um clube sediado no Estado de Nebraska, nos Estados Unidos. A empresa americana é acusada de usar em sua identificação visual símbolos atrelados ao nazismo. A Agência Pública mostrou, em 2021, Carlos e Eduardo Bolsonaro praticando tiro no local. Carlos, vereador do Rio de Janeiro, propôs homenagens de mérito tanto ao amigo quanto ao clube catarinense.

O serviço de tiro recreativo oferecido por empresas bélicas permitiu que Adélio Bispo, meses antes de cometer o atentado a faca contra Bolsonaro, em Minas, fosse ao Clube. 38 em Santa Catarina praticar tiro ao alvo.

Na época, a porta-voz da empresa, Júlia Zanatta, disse que o agressor foi acompanhado por um instrutor a todo momento, mesmo expediente que o clube diz adotar nas "aulas de tiro" que oferece depois do decreto restritivo. Júlia era namorada de Tony Eduardo. Em outubro, foi eleita deputada federal pelo PL de Santa Catarina.

Traído

A relação de Tony Eduardo com os Bolsonaros se abalou nos últimos meses. Defensor de pautas da extrema-direita, o empresário se diz traído pelo antigo governo. Ele chegou a criticar Eduardo pela versão de que o deputado foi à Copa do Catar entregar pen drives "explicando a situação do Brasil". "Político fazendo política (e mal feita!)", disse o empresário.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta segunda-feira, 10, contra a propaganda do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que o associou ao canibalismo.

O presidente acusa Lula de descumprir a decisão provisória que proibiu a propaganda. O ministro Paulo de Tarso Sanseverino disse que a campanha petista usou informações descontextualizadas para prejudicar a imagem de Bolsonaro.

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Apesar da proibição, o vídeo voltou a ser exibido nas inserções do ex-presidente. Os advogados de Bolsonaro pedem "medidas excepcionais" para garantir que a decisão seja cumprida. Eles sugerem a suspensão de todas as propagandas de Lula na televisão até que o petista comprove o cumprimento da ordem do TSE.

"Os representados não só veicularam a inserção vedada, como intensificaram a exibição nos blocos de maior audiência no domingo, obtendo a melhor audiência para públicos de menor renda e menos escolarizados, de modo a potencializar os efeitos da inverdade e da ofensa", escrevem os advogados Tarcísio Vieira, Ademar Aparecido da Costa Filho, Eduardo Augusto Vieira de Carvalho e Marina Morais.

A equipe jurídica de Bolsonaro também pede ao TSE que notifique o Ministério Público Eleitoral (MPE) para a abertura de uma investigação sobre possível crime de desobediência, inclusive com a apreensão do celular que recebeu a ordem de suspensão imediata da peça publicitária.

A propaganda questionada mostra uma entrevista concedida por Bolsonaro ao jornal americano New York Times, em 2016, em que o presidente afirma que comeria "índio sem problema nenhum" (assista abaixo a partir dos 54 minutos). A íntegra está disponível no próprio canal do presidente no YouTube.

"Estive em Surucucu certa vez. Aí comecei a ver lá as mulheres índias passando com carregamento de bananas nas costas, uma atrás da outra. E o índio passa limpando os dentes com capim. 'O que está acontecendo?'. Eu vi muita gente andando. 'Morreu um índio e eles estão cozinhando'. Eles cozinham o índio, é a cultura deles. O corpo. Para comer. Eles cozinham por dois, três dias e comem com uma banana. Eu queria ver o índio sendo cozinhado. Daí o cara: 'Se for, tem que comer'. Falei: 'Eu como'. Daí a comitiva, ninguém quis ir. 'Vamos comigo lá', ninguém quis ir. Daí, como a comitiva não quis ir, porque tinha que comer o índio, não queriam me levar sozinho lá, aí não fui. Eu comeria o índio sem problema nenhum, é a cultura deles, e eu me submeti àquilo, tá ok?", disse Bolsonaro na entrevista.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta quarta-feira, 11, a intimação dos advogados do deputado bolsonarista Daniel Silveira (PTB-RJ) para que expliquem os sucessivos descumprimentos de medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica, pelo parlamentar. O magistrado mandou a defesa do congressista indicar a "disposição" do seu cliente em cumprir, imediatamente, as ordens da Justiça ou se haverá "nova recusa em utilizar o equipamento de monitoramento eletrônico".

Na decisão, Moraes afirma que a falta de resposta pode gerar "cumulativas multas diárias" ao deputado. Silveira já foi condenado pelo ministro a pagar multa de R$ 405 mil por descumprir medidas cautelares anteriores, mas recorreu da decisão na última segunda-feira, 9, alegando que o relator do caso "posterga" o fim do processo.

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Para a defesa do parlamentar, Moraes "perpetua a manutenção das medidas cautelares em uma ação penal, no tempo presente, sem objeto, sem interesse de agir e, consequentemente, sem justa causa". A defesa sugere, portanto, duas soluções: que o ministro reconsidere a própria decisão e cancele a multa, ou que envie o recurso para análise no plenário do Supremo.

Os advogados de Silveira ainda pedem a Moraes que determine a perda de eficácia das medidas cautelares autorizadas contra o parlamentar, além de reconhecer a impossibilidade de puni-lo depois do decreto presidencial do presidente Jair Bolsonaro (PL) que perdoou sua condenação a oito anos e nove meses por ataques à democracia e aos membros do Supremo.

Apesar dos pedidos da defesa, Moraes já afirmou, em mais de uma ocasião, que as medidas cautelares contra Daniel Silveira estão mantidas até o Supremo Tribunal Federal analisar os efeitos do perdão presidencial.

O deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) poderá ter que pagar R$ 285 mil ao Supremo Tribunal Federal (STF) por descumprir o uso da tornozeleira eletrônica. Na decisão do STF, o ministro Alexandre de Moraes estipulou multa de R$ 15 mil para cada dia que a medida fosse descumprida. 

De acordo com cálculos feito pelo O Globo, com o aparelho desligado em mais da metade do tempo desde que foi instalado, Silveira terá de desembolsar ao menos R$ 285 mil, com a possibilidade do valor aumentar caso siga desrespeitando a ordem suprema. Por enquanto não há definição oficial do valor. 

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Pelo despacho do ministro, o valor deve ser descontado diretamente do salário do deputado, que recebe R$ 33,7 mil bruto da Câmara. Na prática, significa que a multa será paga com dinheiro dos cofres públicos. 

Na terça-feira, o ministro do STF mandou a defesa do deputado explicar o motivo do descumprimento das medidas cautelares impostas, como o uso da tornozeleira. O ministro só vai tomar uma decisão sobre o assunto após a Procuradoria-Geral da República (PGR) deve se manifestar a respeito. 

De acordo com a defesa de Daniel, a bateria da tornozeleira está com defeito. No entanto, o próprio parlamentar admitiu ter tirado o equipamento por conta própria depois de ter recebido o indulto individual [perdão] do presidente Jair Bolsonaro (PL), na última quinta-feira (21). 

“Nem era para eu ter usado ela. Estou sem ela”, afirmou o deputado, confirmando o descumprimento. 

Mesmo com o perdão do presidente, o ministro Alexandre de Moraes destacou que as medidas cautelares, inclusive o uso de tornozeleira, continuam válidas. Segundo o ministro, o presidente tem a prerrogativa de conceder o beneficio, mas cabe ao Supremo analisar se a medida já pode ser aplicada mesmo que a ação penal que levou à condenação do parlamentar ainda não tenha transitado em julgado, fase do processo em que não é mais possível apresentar recursos. 

“Enquanto não houver essa análise e a decretação da extinção de punibilidade pelo Poder Judiciário, nos termos dos já citados artigos 738 do Código de Processo Penal de 192 da Lei de Execuções Penais, a presente ação penal prosseguirá normalmente, inclusive no tocante à observância das medidas cautelares impostas ao réu Daniel Silveira e devidamente referendadas pelo Plenário dessa Suprema Corte”, diz trecho da decisão do ministro. 

Se as explicações da defesa não forem aceitas pelo ministro, ele vai estipular o valor que deve ser pago. 

O advogado-geral da União, Bruno Bianco Leal, desmentiu, em um vídeo publicado nas suas redes sociais na sexta-feira (26), a afirmação do presidente Jair Bolsonaro (PL) de ter enviado um pedido ao Supremo Tribunal Federal para federalizar a Ilha de Fernando de Noronha. “Não há qualquer pedido que busque trazer para a União a gestão político-administrativa da Ilha”, ressaltou Bianco. No entanto, o advogado pediu que o governo de Pernambuco cumpra os acordos feitos sobre o arquipélago. 

->> Bolsonaro vai ao STF por federalização de Noronha

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“Venho repor a verdade sobre uma ação da AGU (Advocacia-Geral da União), que ajuizou em face do Estado de Pernambuco sobre a Ilha de Fernando de Noronha. Primeiramente, é bom que fique muito claro: Não há nesta ação qualquer pedido de federalização desta Ilha. Igualmente, não há qualquer pedido que busque trazer para a União a gestão político-administrativa da Ilha. Isso não muda e não mudará”, assegurou. 

Por sua vez, Bruno Bianco cobrou que o governo de Pernambuco cumpra com o acordo feito com a União sobre a concessão de bens. “A busca pelo cumprimento de um contrato celebrado entre o Estado de Pernambuco e a União sobre a concessão de uso especial de bens da União. Portanto, não acreditem em notícias falsas. O Tribunal de Contas da União e o Ministério Público Federal provocaram a União para que tomem providências, só que o Estado de Pernambuco, reiteradamente, descumpre os termos do contrato que ele mesmo firmou com a União. Esse acordo deve ser cumprido e a União tem obrigação legal”, explicou. 

->> Políticos de PE defendem que Noronha não seja federalizada

“Essa é a única verdade”, disse sobre descumprimento do Estado. “E repito: Não há qualquer pedido de federalização da Ilha, não há qualquer pedido de mudança da gestão político-administrativa da Ilha. Assim, única e exclusivamente, foi pedido que Pernambuco cumpra as suas obrigações que não vem cumprindo, essa é a verdade”, ressaltou Bruno Bianco.

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Na noite desse domingo (27), o Programa de Proteção e Defesa do Consumidor de Pernambuco (Procon-PE) interditou o All Bar, no bairro do Espinheiro, Zona Norte do Recife, por realizar uma festa de Carnaval em desrespeito ao protocolo de convivência com a Covid-19. O Empório Sertanejo também foi autuado pela fiscalização.

Aglomeração e clientes dançando sem máscara resultaram na interdição por tempo indeterminado, explicou o órgão. O proprietário do All Bar terá um prazo junto ao Procon-PE para regularizar a situação.

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No mesmo bairro, o Empório Sertanejo também foi autuado após a equipe do Procon-PE, junto com a Vigilância Sanitária e a Polícia Militar, identificar consumidor sem cartão de vacina, capacidade acima do permitido e falta de distanciamento entre as mesas.

 

Cinco dos sete ministérios que receberam verbas do orçamento secreto em 2021 ignoram um decreto do presidente Jair Bolsonaro (PL) que tem por objetivo dar transparência às indicações de recursos por parte de políticos. A norma foi assinada pelo presidente no dia 9 de dezembro.

Ao contrário do que determina o decreto, Saúde, Educação, Ciência e Tecnologia, Cidadania e Agricultura não divulgam em suas páginas na internet documentos com a comunicação entre as pastas e o relator-geral do Orçamento. É por meio destas tratativas que o Congresso aloca recursos do orçamento secreto, a pedido de políticos da base do governo.

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A falta de transparência no uso das emendas de relator-geral - a base do esquema revelado pelo Estadão - levou o Supremo Tribunal Federal a determinar, também em dezembro, a publicidade dos documentos relacionados às demandas e à execução das emendas. O decreto de Bolsonaro teve o objetivo, em tese, de cumprir a decisão do STF. Mas, mesmo nos ministérios que começaram a divulgar documentos, ainda há falta de informações detalhadas sobre quem é autor dos pedidos de repasses.

Dois dos ministérios que ignoraram o decreto de Bolsonaro estão entre os que mais receberam verbas do orçamento secreto em 2021. Em 2021, o Ministério da Saúde empenhou (reservou) R$ 7,6 bilhões em recursos das emendas de relator. Já o Ministério da Agricultura recebeu empenhos da ordem de R$ 1,1 bilhão - no ano passado, os empenhos da rubrica somaram R$ 16,7 bilhões.

Após questionamento da reportagem, a Agricultura publicou na quarta-feira um link genérico para a Plataforma +Brasil, que centraliza informações sobre convênios do governo, mas não tornou públicas as comunicações com o relator do Orçamento. "Em breve, estas informações também estarão disponíveis nesta página", diz o site da pasta. Já o Ministério da Cidadania disse ao Estadão que pretendia publicar as informações nesta semana, o que não ocorreu. Os demais ministérios não responderam.

'Organizadas'

De acordo com o decreto assinado por Bolsonaro e pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, os ministérios deveriam publicar "as solicitações que justificaram as emendas do relator-geral". Essas informações deveriam ser "organizadas de acordo com as programações orçamentárias correspondentes" e "divulgadas nos sítios eletrônicos de livre acesso dos respectivos ministérios", na forma da Lei de Acesso à Informação.

Até o momento, só as pastas da Defesa e do Desenvolvimento Regional cumpriram, em parte, o decreto. O Desenvolvimento Regional, comandado por Rogério Marinho, porém, forneceu informações de forma desorganizada, em documentos não editáveis, com e-mails repetidos e tabelas cortadas, o que, em muitos casos, inviabiliza a identificação do parlamentar responsável pelas indicações. Além disso, o MDR não deixa claro que indicações foram acatadas e resultaram no repasse de recursos.

Já a Defesa deu transparência às indicações datadas do ano de 2020, diretamente enviadas por senadores - os pedidos dos congressistas somam R$ 193 milhões. Apesar disso, a pasta não apresentou, por exemplo, os nomes "por trás" do relator-geral de 2021, senador Márcio Bittar (PSL-AC), que indicou R$ 543 milhões.

Pelo decreto de Bolsonaro, o Ministério da Economia também deveria publicar a lista dos "links" nos quais as demais pastas publicariam as informações - o que não aconteceu. A Economia disse que a divulgação ocorrerá "tão logo (as páginas) sejam informadas pelos órgãos executores".

No caso do MDR, porém, a falta de transparência é maior em relação às indicações feitas antes da decisão do STF e do decreto. Até agora, a pasta não publicou os documentos que recebeu do Congresso com indicações dos mais de R$ 8 bilhões que executou de emendas de relator. A pasta empenhou, só em dezembro de 2020, mais de R$ 3 bilhões para apoiadores da candidatura de Arthur Lira (PP-AL) à presidência da Câmara.

Pastas podem ter as contas rejeitadas, afirma advogado

A desobediência ao decreto presidencial pode acarretar sanções para os responsáveis, segundo o advogado Bruno Morassutti, uma vez que a norma tem a finalidade de regulamentar o cumprimento da Lei de Acesso à Informação (LAI) e da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) pelos ministérios em relação ao RP-9 (código usado para identificar as emendas de relator).

"O Tribunal de Contas da União analisa todos os anos as contas dos ministérios, e um dos critérios é justamente o cumprimento da LAI e da LRF", observou o advogado. "Portanto, se o ministério não trouxer argumentos técnicos razoáveis para não estar cumprindo o decreto do presidente, os responsáveis pela pasta, os ministros, podem ter as contas rejeitadas ou julgadas com ressalvas", afirmou Morassutti, que é cofundador da agência Fiquem Sabendo, voltada à transparência pública.

"E, claro, na eventualidade de existir algum problema que demonstre um descumprimento deliberado, aí é possível que o TCU multe o gestor público e remeta o assunto ao Ministério Público Federal para que tome as medidas cabíveis."

O INSS trabalha em medidas para tentar acelerar a regularização do estoque de benefícios que aguardam análise, diz o presidente do órgão, Leonardo Rolim. As iniciativas incluem o aprimoramento de sistemas, o uso de tecnologia para fazer avaliações sociais de segurados de forma remota e a automatização da concessão de determinados benefícios, como pensão por morte.

A previsão do presidente do órgão é de que a fila para benefícios previdenciários seja regularizada até o fim do ano. Para os assistenciais, como o Benefício de Prestação Continuada (BPC), pago a idosos e pessoas com deficiência de baixa renda, o fluxo deve ser colocado em dia ao longo de 2022, devido à complexidade do benefício e ao estoque elevado que se acumulou, inclusive por causa da pandemia de Covid-19, quando as perícias médicas ficaram suspensas por seis meses.

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À medida que essas ações forem diminuindo a fila, o gasto com as novas concessões vai sendo incorporado ao Orçamento nas revisões bimestrais, segundo o INSS. Os gastos com benefícios previdenciários são bancados pelo Ministério do Trabalho e Previdência, enquanto os gastos do BPC saem das dotações do Ministério da Cidadania.

Como mostrou o Estadão/Broadcast, o governo ignorou um eventual aumento de despesa com a redução da fila no Orçamento de 2022. Rolim contesta a avaliação e afirma que, embora a redução da fila possa elevar gastos, outro fator atua na direção contrária: a revisão de benefícios com indícios de irregularidade. Quando a fraude é comprovada, o INSS cessa o benefício, o que gera economia aos cofres públicos.

Segundo o INSS, há 560 mil benefícios hoje na fila do "pente-fino" e outros 200 mil devem ser adicionados em breve a partir de uma avaliação prévia de benefícios do BPC para idosos. "O acúmulo de processos com indício de irregularidade é até maior. Então, a tendência para o momento é que os dois avancem em uma redução da despesa", diz Rolim.

Fila

O governo tem um acordo com Supremo Tribunal Federal (STF), Ministério Público Federal e órgãos de controle para regularizar os prazos de análise dos pedidos de benefício. O acordo tem diferentes prazos, alguns vigentes desde 10 de junho e outros - como do BPC - que só valerão a partir de 31 de janeiro de 2022. Segundo o MPF, alguns prazos em vigor estão sendo descumpridos, mas há tratativas com o INSS para regularizar a situação.

Embora haja 1,828 milhão de benefícios em análise, o presidente do INSS afirma que nem todos estão fora do prazo, nem compõem o que o órgão classifica como o estoque represado de requerimentos. Segundo Rolim, entre 800 mil e 900 mil são "fluxo", isto é, pedidos que entram todo mês e costumam ser resolvidos dentro da capacidade de análise do órgão, próxima de 1 milhão por mês.

Rolim calcula que há hoje cerca de 1 milhão de pedidos no "estoque", e boa parte é referente a pedidos do BPC, cuja análise é mais complexa: a concessão requer uma análise de renda, uma avaliação biopsicossocial e uma perícia médica no caso de pessoas com deficiência. "As agências ficaram seis meses fechadas e foram abertas com capacidade parcial", diz.

Nos benefícios de menor complexidade, o INSS espera um ganho operacional com a automatização das concessões, em que o segurado solicita o benefício e, munido de informações que alimentam seu banco de dados, o sistema consegue já verificar se ele cumpre os requisitos e dar uma resposta ao pedido. Hoje, segundo Rolim, 11% dos benefícios estão automatizados, mas a meta é chegar a 30%.

A reinclusão da análise desses pedidos no estoque no bônus que é pago aos servidores por processo extra concluído poderia ajudar a reduzir a fila, diz o presidente do INSS, mas essa medida ainda não é dada como certa.

Desde o ano passado que o órgão não tem mais autorização legal para usar o bônus na redução da fila de benefícios. O INSS também prepara um sistema para atualizar em tempo real todas as informações agregadas de pedidos de benefício.

O juiz da 120ª Zona Eleitoral de Pernambuco, Caio Neto Oliveira, deferiu uma liminar proibindo a realização de atos políticos como caminhadas, passeatas, carreatas e comícios, mesmo em formato drive-in, nas cidades de Alagoinhas e Venturosa. A decisão atende a um pedido do Ministério Público Eleitoral (MPE), tendo como base o descumprimento de normas de combate à proliferação da Covid-19, e atinge todos os partidos e candidatos.

Trecho da decisão cita vídeos e fotos anexadas ao pedido. "Note-se, por oportuno, que os vídeos e fotos anexados com a exordial deixam claro que as carreatas promovidas pelos partidos, coligações e candidatos não estão cumprindo o que recomendado pelo parecer técnico 06/2020 da SES, conduta essa que vem se perpetrando em flagrante descumprimento ao art. 14 do Decreto 59/055/2020. Agem os suplicados como se não estivéssemos vivendo um período diferenciado na história", diz o texto, do último dia 16 de outubro.

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"Percebe-se candidatos sem usar máscaras, alguns, inclusive, abraçando eleitores e estes, por sua vez, seguindo o exemplo de seus candidatos, sendo certo que boa parte resiste em usar as mascaras obrigatórias. Ao que tudo indica, as máscaras deixaram de ser obrigatórias nas carreatas realizadas pelos demandados. Observa-se veículos conduzindo pessoas na carroceria, restando configurada a aglomeração de pessoas, comportamento praticado em total desrespeito às normas sanitárias, as quais foram editadas com a finalidade de evitar a disseminação do Covid-19", acrescenta.

A Justiça Eleitoral aponta ainda que, em caso de descumprimento da ordem, haverá a aplicação de multa no valor de R$ 50 mil por evento realizado.

Sites de financiamento coletivo de campanhas aprovados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) descumprem regras estabelecidas pela própria Corte, segundo levantamento do Estadão. Sem que haja uma fiscalização do Tribunal, há, na lista das 17 empresas já habilitadas para operar as "vaquinhas" online, endereços fora do ar, páginas que nem sequer recebem doação para candidato e outros cujas taxas administrativas e doações já recebidas não são informadas.

Quem entra no site Cédula Real (cedulareal.com.br) não encontra informações da campanha eleitoral. A empresa fundada em 2006 atua, segundo descrição da própria página, exclusivamente com crédito pessoal com garantia de cheque, carnê e débito em conta. Mesmo sem disponibilizar os serviços de financiamento coletivo, ela foi aprovada pelo TSE e aparece na lista das empresas com cadastro deferido para operar o crowdfunding este ano. Os responsáveis pelo site não responderam e-mail enviado pelo Estadão na sexta-feira.

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Para ter a aprovação do Tribunal, os donos das plataformas devem fazer um cadastro prévio no site da Corte, preencher um formulário eletrônico e apresentar documentações.

"A Justiça Eleitoral vai analisar a documentação apresentada do ponto de vista formal e, estando tudo em ordem, o TSE defere o cadastro", afirmou Michel Bertoni Soares, advogado e membro da comissão de direito eleitoral da OAB-SP. "Não quer dizer que o Tribunal testou o sistema da empresa ou homologou o site. A Lei das Eleições não traz como competência ao TSE ser um órgão certificador da atuação dessas empresas."

Segundo Soares, entre os documentos que precisam ser enviados ao TSE está a declaração do responsável pela empresa de que o sistema utilizado por ele identifica os doadores, permite a divulgação das doações e o atendimento a reclamações dos doadores.

O financiamento coletivo virou modalidade de arrecadação de recursos de campanhas eleitorais em 2017, após a Reforma Eleitoral e dois anos antes de o Supremo Tribunal Federal (STF) proibir a doação de pessoas jurídicas.

Neste ano, a arrecadação de recursos para a pré-campanha começou no dia 15 de maio. O recebimento de tudo o que foi levantado na vaquinha depende da apresentação do registro da candidatura à Justiça Eleitoral. Caso o candidato não faça o registro, o dinheiro é devolvido aos doadores.

O site essentjus (https://app.essentjus.com.br/contribua/andreluisalbino) já havia sido aprovado pelo TSE em 2018. Apesar da experiência, ele deixa de cumprir um requisito citado na resolução da Corte: não cita as taxas administrativas cobradas. Ao fazer uma doação, não é possível saber qual valor chegará ao candidato e qual está sendo cobrado pelo site. A reportagem entrou em contato com o CEO da Essent, mas ele não respondeu até a conclusão desta edição.

A norma do TSE diz que candidatos e doadores devem saber com clareza quais são as taxas praticadas, explica o ex-secretário nacional do consumidor e advogado eleitoral Arthur Rollo. "Deve ser um acesso fácil. Mas na lista das empresas aprovadas, há sites que não informam as taxas, outros têm pouca clareza nas ofertas, com milhares de critérios de cobrança, e alguns exigem cadastro prévio para acesso às informações, o que é terminantemente proibido."

Outro veterano, o Apoia ainda não disponibilizou em sua página divulgada no TSE os pré-candidatos que estão cadastrados na plataforma e nem os valores já arrecadados. De acordo com Leandro Innocenzi, diretor executivo do site, as informações estarão disponíveis no próximo dia 13. "Estamos esperando ter um volume de candidatos. Para ficar sempre fazendo atualização no sistema, nossa equipe não é tão grande assim", afirmou.

Por enquanto, os valores constam em um site personalizado de cada candidato. Para acessar a página é preciso que o pré-candidato envie o link diretamente para seus eleitores pelo WhatsApp.

Segundo Rollo, a regulação diz que as informações sobre os valores arrecadados devem constar no site da empresa cadastrado no TSE. "Ainda que ela tenha uma plataforma própria, a consolidação das informações deve estar no endereço principal. É questão de transparência e a empresa pode ser punida se não cumprir."

Atuação

Em nota, o TSE afirmou que não faz análise técnica das operações de captação das doações das empresas de financiamento coletivo e nem é responsável por atestar a idoneidade da empresa ou dos seus sócios. "Uma vez atendidos os requisitos cadastrais, o TSE não atua de forma contínua e diária verificando a disponibilidade do serviço, o que deve ser objeto de quem contrata a prestação de serviço (candidato ou partido)."

Para Rollo, caso haja descumprimento da legislação, o site pode ser objeto de representação do MP, partido, coligação e candidato. "É função de todo mundo fiscalizar. Cabe adotar as providências para que as empresas corrijam seu comportamento."

Gabriela Araujo, advogada e professora de direito eleitoral, diz que os sites podem ser acionados para responder perante a Justiça Eleitoral em caso de descumprimentos. "A iniciativa e o apontamento de eventuais irregularidades relacionadas ao funcionamento do sistema não competem à Justiça Eleitoral, mas sim ao Ministério Público Eleitoral na condição de fiscal, também ao Banco Central do Brasil, com relação às operações financeiras, e eventualmente à Polícia Federal, considerado o princípio da oportunidade na coleta de provas." 

A Advocacia-Geral da União (AGU) informou nesta quinta, 30, que enviou à Justiça Federal de São Paulo um relatório médico de 18 de março no qual atesta que o presidente Jair Bolsonaro se encontra 'assintomático' e teve resultado negativo para os testes do novo coronavírus realizados no mês passado. A AGU, no entanto, não entregou a cópia dos laudos dos exames, conforme solicitado pelo jornal O Estado de S. Paulo e exigido pela Justiça.

"A Advocacia-Geral da União protocolou petição no processo ajuizado pelo jornal O Estado de S. Paulo no qual é requerida a divulgação dos exames de detecção de Covid-19 do presidente da República, Jair Bolsonaro. A AGU apresenta, na manifestação, relatório médico emitido em 18 de março de 2020 pela Coordenação de Saúde da Presidência da República, no qual é atestado que o presidente da República é monitorado pela respectiva equipe médica, encontrando-se assintomático, tendo, inclusive, realizado exame para detecção da Covid-19, nos dias 12 e 17 de março, com o referido exame dando não reagente (negativo). Tendo em vista a juntada do relatório aos autos do processo, a AGU requer a extinção do processo", informou o órgão ao Estado, por meio de sua assessoria.

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Esse relatório médico foi divulgado pelo site de notícias UOL no mês passado.

Na última segunda-feira, 27 o Estadão garantiu o direito de obter os testes de covid-19 feitos pelo presidente Jair Bolsonaro. Por decisão da juíza Ana Lúcia Petri Betto, a União teve um prazo de 48 horas para fornecer "os laudos de todos os exames" feitos pelo presidente da República para identificar a infecção ou não pelo novo coronavírus. A magistrada ainda fixou uma multa de R$ 5 mil por dia de omissão injustificada. Bolsonaro já disse que o resultado dos exames deu negativo, mas se recusa até hoje divulgar os papéis.

"Repise-se que 'todo poder emana do povo'(art. 1º, parágrafo único, da CF/88), de modo que os mandantes do poder têm o direito de serem informados quanto ao real estado de saúde do representante eleito", concluiu a juíza, ao atender ao pedido do Estado.

Para o advogado do Estado Afranio Affonso Ferreira Neto, a "falta de transparência é absoluta". "A se confirmar isso, é uma confissão de desrespeito, de descumprimento da ordem judicial. A ordem judicial era bastante específica quanto a resultado de exames, e não a relatório médico ou qualquer outro documento produzido para evidentemente colocar uma cortina de fumaça. Qualquer pessoa veria clareza na ordem judicial", comentou Ferreira Neto.

O jornal está tentando obter a íntegra da petição apresentada pela AGU.

Divulgação

Na manhã desta quinta, 30, Bolsonaro disse que a lei lhe garante o direito de não apresentar o resultado dos exames de covid-19 que realizou para saber se estava com a doença. Em declaração em frente ao Palácio da Alvorada, o presidente observou, no entanto, que se a decisão judicial que garante a divulgação for mantida, não terá alternativa.

"A AGU (Advocacia-Geral da União) deve ter recorrido. E se nós perdermos o recurso daí vai ser apresentado. E vou me sentir violentado. A lei vale para o presidente e mais humilde cidadão brasileiro", disse o presidente.

Antes mesmo de ser oficialmente notificada, a AGU enviou à Justiça Federal de São Paulo uma manifestação em que se opõe à divulgação do resultado do exame de Bolsonaro. Em seis páginas, a AGU diz que o pedido deve ser negado, sob a alegação de que a "intimidade e a privacidade são direitos individuais".

Na última terça-feira, 28, Bolsonaro disse que quer defender na Justiça o direito de não mostrar o resultado dos exames de covid-19 que realizou.

"Da minha parte, não tem problema mostrar (o resultado), mas eu quero mostrar que eu tenho o direito de não mostrar. Pra que isso? Daqui a pouco quer saber se eu sou virgem ou não, vou ter de apresentar exame de virgindade para você. Dá positivo ou negativo, o que vocês acham aí?", disse o presidente na porta do Palácio da Alvorada ao falar com a imprensa.

Juristas, no entanto, discordam do entendimento de Bolsonaro. O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Carlos Ayres Britto considerou "juridicamente correta" a decisão da Justiça. Na avaliação do ex-magistrado, o Brasil tem o direito de saber da saúde do presidente.

"O País tem o direito de saber da saúde do seu presidente, até porque se trata de doença transmissível e, ao que se sabe, o presidente não se submeteu a nenhum isolamento físico", afirmou Ayres Britto. "No momento em que vivemos planetariamente, a matéria não se inscreve no âmbito da intimidade, nem mesmo da vida privada do presidente. O próprio presidente antecipou o interesse coletivo no resultado do exame a que se submeteu ao tornar pública a realização desse mesmo exame", completou.

Bolsonaro fez o exame para o vírus duas vezes, em 12 e 17 de março, após voltar de missão oficial nos Estados Unidos, onde se encontrou com o presidente Donald Trump. Nas duas ocasiões, o chefe do Executivo informou, via redes sociais, que testou negativo para a doença, mas não exibiu cópia dos resultados. Pelo menos 23 pessoas que acompanharam o presidente na visita aos Estados Unidos, incluindo auxiliares próximos, foram diagnosticadas posteriormente com a doença.

Para o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, é "injustificável" Bolsonaro ainda não ter divulgado os exames. "Em especial em uma situação de epidemia, torna-se relevante que o presidente seja transparente e divulgue o resultado oficial do seu exame, a exemplo do que fizeram vários líderes de países democráticos."

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Município do Jaboatão dos Guararapes (Sinproja) suspendeu a reposição das aulas que não foram dadas durante os 11 dias de greve dos professores porque, de acordo com o presidente Ronildo Oliveira, a prefeitura está descumprindo o acordo que levou ao fim do movimento grevista. 

Segundo Ronildo, ficou acertado que a categoria receberia 2,84% de reajuste no mês de junho com retroativo desde abril e mais 1,16% em setembro, o que não teria ocorrido. Ainda de acordo com o presidente do sindicato, a justificativa apresentada pela prefeitura foi que o texto do reajuste ainda não foi enviada à Câmara de Vereadores para aprovação. 

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“Falamos com o presidente da câmara e ele disse que, uma vez chegando a matéria a votação será agilizada para não nos prejudicar”, afirmou Ronildo. Segundo ele, a prefeitura foi questionada sobre a possibilidade de cumprir o acordo através de uma folha de pagamento extra, mas não houve retorno do poder executivo municipal.

Nova greve a caminho? 

Questionado se existe a possibilidade de uma nova greve, Ronildo explicou que o Sinproja aguardará até a quarta-feira (4) por uma resposta oficial do poder executivo, mas até lá fica suspensa a compensação dos dias de paralisação. 

Se após a quarta não houver nenhuma novidade em relação ao cumprimento do acordo, aí sim uma nova greve se tornará uma possibilidade. Segundo o presidente da assembleia, a hipótese de outra greve será discutida através da convocação de uma audiência com a categoria. 

O LeiaJá tentou entrar em contato com a Secretaria de Educação da prefeitura de Jaboatão dos Guararapes para questionar sobre os motivos do não cumprimento do acordo, mas não obteve nenhum retorno. 

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O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), demitiu o chefe de gabinete da Secretaria Especial de Comunicação, Lucas Tavares, gravado em uma reunião em que buscava dificultar o acesso a informações públicas solicitadas por meio da Lei de Acesso à Informação. Conforme revelou o jornal O Estado de S. Paulo nesta quarta-feira, 8, a gestão Doria vinha agindo para dificultar a Lei de Acesso à Informação.

"Falou o que não devia e agiu como não deveria ", disse Doria, ao anunciar a decisão. Pela manhã, ele havia dito que "não havia orientação" para a servidores agirem dessa maneira.

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Tavares, então número 2 da secretaria, afirmou, durante reunião da Comissão Municipal de Acesso à Informação (CMAI) que, dentro do que for "formal e legal", vai "botar pra dificultar" e que, se a resposta demorar a chegar, o jornalista vai "desistir da matéria". Para especialistas, a prática pode constituir improbidade administrativa e prevaricação.

Gravação oficial de reunião da Comissão Municipal de Acesso à Informação (Cmai) obtida pelo Estado mostra que a gestão João Doria (PSDB) viola a Lei de Acesso à Informação (LAI). Em áudio de uma 1h10, o chefe de gabinete Lucas Tavares, número 2 da Secretaria Especial de Comunicação, age para dificultar o acesso de jornalistas a dados solicitados. Ele afirma que, dentro do que for "formal e legal", vai "botar pra dificultar" e que, se a resposta demorar a chegar, o jornalista vai "desistir da matéria". Para especialistas, a prática pode constituir improbidade administrativa e prevaricação. A Prefeitura nega irregularidades.

Em vigor no País desde 2012, a lei foi criada para garantir o acesso da população a informações de órgãos públicos. O pedido pode ser feito por qualquer cidadão, independentemente do motivo, e tem de ser respondido sempre que a informação existir. Considerando o princípio de impessoalidade na administração pública, a solicitação deve ser analisada pelo órgão sem levar em consideração o autor.

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A preocupação da Prefeitura é com informações que atingem pontos sensíveis para a gestão, como o número de operações tapa-buraco e de fiscais nas prefeituras regionais e os dados da Saúde, por exemplo. "Como buraco é sempre matéria por motivos óbvios - a cidade parece um queijo suíço, de fato -, e a gente está com problema de orçamento, porque precisaria recapear tudo, então tem matéria nisso. Agora, dentro do que é formal e legal, o que eu puder dificultar a vida da Roberta (Roberta Giacomoni, jornalista da TV Globo), eu vou botar pra dificultar, sendo muito franco", diz Tavares ao analisar pedido da profissional, que foi indeferido. Na reunião, ocorrida em 16 de agosto, na Controladoria-Geral do Município, estavam outros sete representantes da Prefeitura, entre técnicos, secretários adjuntos e a então controladora-geral, Laura Mendes.

Pela lei, o órgão que recebe a solicitação deve fornecer a informação imediatamente, se ela estiver disponível, ou em um prazo de até 20 dias, prorrogável por mais 10, se houver justificativa. Se mesmo assim não houver resposta, a Controladoria-Geral do Município emite um ofício ao órgão, solicitando a resposta. Se o retorno for considerado insuficiente ou incompleto pelo autor, a demanda é julgada pela Cmai, que se reúne mensalmente.

Na prática, o número de pedidos sem resposta subiu de 90 (4%) para 160 (6%) entre janeiro e maio deste ano (maior série histórica possível segundo dados divulgados pela Prefeitura), ante o mesmo período de 2016. Já o número de solicitações que tiveram prazo prorrogado aumentou de 295 (13%), em 2016, para 521 (19%). A Prefeitura aponta que os indeferimentos (informação não fornecida com justificativa) vêm caindo desde 2013 e sugeriu ao Estado uma análise "qualitativa".

Ao fazê-la, a reportagem encontrou pedidos sem retorno por mais de 60 dias e respostas genéricas, que mandam o solicitante buscar os dados no Diário Oficial da Cidade sem informar data ou página. A lei prevê como punições por seu descumprimento advertência, multa e rescisão do vínculo com o poder público, entre outros.

Na gravação, Tavares demonstra saber quem são os autores dos pedidos analisados na reunião. "Ela (Roberta Giacomoni, jornalista da TV Globo) é hoje, junto com o Toledo (quem mais pede informações pela lei), acho que ela já passou o Toledo. Eu tenho um 'ranquezinho' mental aqui dos caras, dos jornalistas que pedem. Ela, o William Cardoso (repórter do Agora São Paulo) e o Luiz Fernando Toledo, do jornal O Estadão de S. Paulo, são os caras que mais pedem. O Toledo pede da Cultura à Smads (Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social), cara. A Roberta também, porque eles pedem esse trem e fazem uma produção."

Conduta

Para a desembargadora Ivana David, do Tribunal de Justiça paulista, a conduta pode envolver dois tipos de ilícitos: "no âmbito administrativo, em que a autoridade superior do funcionário deve apurar, e no criminal ou civil, de improbidade administrativa e eventual prevaricação, se comprovada vontade deliberada de não informar em razão pessoal", diz. "É premissa básica do Direito Administrativo a impessoalidade da administração pública." O crime de prevaricação pode levar à detenção, de 3 meses a 1 ano, e multa.

"(A prática) está prejudicando o acesso à informação - seja por quem for, e ser jornalista não faz diferença. Pela lei, é conduta ilícita a recusa desmotivada de fornecer informações, retardar deliberadamente ou fornecê-la intencionalmente de forma incorreta ou imprecisa", diz a professora da pós-graduação em Direito da Fundação Getulio Vargas de São Paulo (FGV-SP) Vera Monteiro. (Colaboraram Marcelo Godoy e Cecilia do Lago)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Ainda é comum um cidadão se deparar com fezes de animais espalhadas em ruas e outros espaços públicos. Mas, se depender do projeto de lei n° 187/2017, esse problema tem os dias contados. De autoria do vereador Romero Albuquerque (PP), a proposta prevê multa de R$ 150 reais para quem não remover fezes de animais de locais públicos.

O artigo 1º do projeto alerta que "fica o proprietário ou condutor de cão obrigado a recolher o dejeto depositado, em logradouro público, pelo animal mesmo que este esteja em sem guia ou coleira".

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Albuquerque diz que é incômodo se deparar com os dejetos. “O objetivo do projeto de lei é garantir o uso do passeio público sem o incômodo de se deparar com fezes de animais, que podem ser recolhidas pelos seus donos”, explicou. 

O projeto está em tramitação na Câmara Municipal do Recife e, ser for aprovada, precisa ser sancionada pelo prefeito Geraldo Julio (PSB). O valor da multa será destinado ao Hospital Veterinário Público do Recife. Romero ainda lembrou que cidades como Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro já possuem leis semelhantes em vigor. 

 

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