Tópicos | promessas

O presidente da República, Jair Bolsonaro, e o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, anunciaram aumento da meta climática do País em discursos transmitidos no pavilhão do Brasil na Conferência do Clima (COP-26), em Glasgow. Segundo o anúncio do governo federal, a nova previsão é cortar 50% das emissões de gases de efeito estufa até 2030 - antes, esse patamar era de 43%. O governo federal tem sofrido pressão internacional para melhorar seus compromissos contra o aquecimento global após uma revisão que deixou menos ambiciosos os compromissos climáticos do País.

Especialistas afirmam que o governo foi responsável por uma "pedalada climática". Isso porque a meta de 43% de cortes nas emissões até 2030 tomava como base os lançamentos de gases estufa na atmosfera em 2005. Mas o governo federal fez um recálculo da base de emissões, o que aumentou essa quantidade de gases emitidas em 2005. Com isso, ainda que a taxa de corte não tenha sido alterada, o ponto de partida das emissões ficou maior, o que piorou a proposta. A revisão é alvo de ação contra o governo na Justiça.

##RECOMENDA##

A gestão Bolsonaro também disse que vai oficializar na COP-26 a meta de atingir em 2050 a neutralidade (saldo zero) de carbono, o que significa equilibrar todo CO2 liberado com absorção equivalente desse gás, com o reflorestamento, por exemplo.

Esse prazo foi responsável por um impasse na reunião das 20 economias mais ricas do globo (G20) neste fim de semana. Enquanto Estados Unidos, União Europeia e o Reino Unido defendem esse prazo de 2050, a resistência de países como China, Índia e Rússia tirou menção a uma data específica da declaração final. Em abril, o governo brasileiro já havia sinalizado que adotaria 2050 como referência.

Os novos anúncios do governo são uma tentativa de driblar a desconfiança internacional em relação ao Brasil na pauta do meio ambiente, diante da recente alta de desmate e incêndios na Amazônia. Leite também defendeu que Estados mais ricos sejam "mais ambiciosos" em suas metas para reduzir a poluição atmosférica.

Ele afirmou que o financiamento climático é urgente para que o mundo possa fazer frente aos desafios.

"É fundamental ter robustos volumes e nas quantidades necessárias para que a transição (para uma economia sustentável) ocorra de forma justa em cada região do planeta", disse ele em transmissão no pavilhão do Brasil, em Glasgow, onde ocorre a COP-26 junto com um espaço montado em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Leite está em Brasília e viajará para Escócia na semana que vem para participar da convenção do Clima. Já Bolsonaro decidiu não ir ao evento e está na Itália. Mais de cem chefes de Estado estão reunidos para a convenção climática.

O ministro e Bolsonaro afirmaram que o Brasil é hoje uma potência verde e que prova disso é o uso de biocombustíveis em larga escala. "Neste momento, os olhos do mundo estão voltados para soluções inovadores que proporcionem avanços econômicos com crescimento verde e o Brasil é parte dessa solução", defendeu o ministro.

Na gravação, Bolsonaro destacou a necessidade de esforços para a conservação da floresta e para a criação de "empregos verdes".

O ministro também defendeu que Estados mais ricos tenham ambição maior em suas metas para cortar emissões, sem citar uma região específica. Um total de 11 dos 22 governadores que fazem parte do Consórcio Brasil Verde irá a Glasgow como forma de se contrapor o governo federal e tentar mudar a imagem negativa do Brasil no exterior.

O que é a COP-26?

A COP-26, que começou neste domingo e seguirá até o dia 12, discute ações climáticas que possam fortalecer o combate ao aquecimento global com base nas metas do Acordo de Paris, pacto assinado em 2015.

A conferência ocorre em um momento em que eventos climáticos extremos - como secas, inundações e ondas de calor - têm sido cada vez mais frequentes.

O relatório do IPCC, painel intergovernamental de mudanças climáticas da ONU, mostrou este ano que o planeta deve ficar 1,5ºC mais quente do que na era pré-industrial já na década de 2030, dez anos antes do inicialmente previsto.

Por isso, decisões políticas tomadas pelos líderes ao longo da COP-26 são determinantes para salvar o planeta, mas há grandes desafios para chegar a um acordo.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta terça-feira (27), que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) não cumpriu as promessas de campanha. Em entrevista à Rádio Difusora de Goiás, Lula disse que o mandatário nacional pregou a nova política, mas está refém do Centrão, e, apesar de se colocar contra a corrupção, ainda recebe "ameaças" do ex-policial militar Fabrício Queiroz. 

##RECOMENDA##

"O Bolsonaro que ficava falando que ia acabar com a 'a velha política'... Qual é a nova política dele? Ficar refém do Centrão? Colocar R$ 20 bilhões no orçamento para deputado tentar se reeleger. Não cumpriu uma coisa que ele falou. Falava tanto de corrupção... Ainda ontem a noite eu vi o Queiroz ameaçando ele. Quando a denúncia de corrupção era contra o PT, você nunca viu o governo criar obstáculos para a investigação. Mas Bolsonaro não deixa os filhos dele serem investigados, o Queiroz ser investigado", disse o ex-presidente, em trecho da entrevista reproduzido no Twitter.

Lula também declarou que Bolsonaro só transmite ódio toda vez que abre a boca. "Na minha vida perdi 4 eleições. Sempre ia pra casa me preparar pra próxima... Já quem ganha tem que governar. Mas o Bolsonaro é um pregador de ódio. Só sabe transmitir ódio cada vez que abre a boca", disparou.

Na mesma entrevista, Lula falou sobre o retorno da fome ao país, os programas lançados no governo dele e declarou: "o Brasil tem jeito". 

Eleições

O líder petista ainda detalhou que está se preparando para caso seja escolhido como o candidato do PT à Presidência em 2022. "Eu levanto todo dia 5h da manhã pra fazer minha ginástica. Me preparo todo dia porque quero chegar inteiraço na eleição e partir pro ataque para defender o Brasil", enfatizou. 

Quanto à eventual escolha de um vice, Lula disse: "Um candidato a vice precisa ser parceiro. De confiança. Se eu for candidato, quero um vice que dê complementariedade nas funções do governo. Quero um vice atuante. E que seja uma pessoa que eu gosto, que eu vá dormir tranquilo. Sabendo que ele também vai cuidar do país."

As promessas feitas pelo Palácio do Planalto para atrair votos em benefício de seus aliados nas eleições que renovarão o comando da Câmara e do Senado esbarram no orçamento apertado deste ano. O cenário das contas públicas é crítico para a liberação de emendas parlamentares e aumento de gastos. Além disso, o projeto de lei do Orçamento, enviado pelo governo ao Congresso, no ano passado, prevê um aumento de R$ 30,5 bilhões nas despesas, que precisa ser acomodado no teto de gastos.

O Planalto já tem "pendurada" uma conta de R$ 19 bilhões de emendas não pagas no ano passado, como mostrou o Estadão. A cifra, indicada por deputados e senadores para transferir verbas a seus redutos eleitorais, vai "competir" com as despesas programadas para o Orçamento deste ano. Agora, emendas extras e cargos estão sendo negociados pelo governo, nos bastidores, para favorecer a candidatura do deputado Arthur Lira (Progressistas-AL), chefe do Centrão, à presidência da Câmara.

##RECOMENDA##

A votação do projeto de lei do Orçamento será depois das eleições para o comando da Câmara e do Senado, marcadas para fevereiro. As emendas parlamentares ao Orçamento são indicadas por deputados e senadores, que destinam recursos para obras em suas bases e funcionam como moeda de troca com o Executivo. Neste ano, o governo está prometendo liberar recursos adicionais para quem apoiar seus candidatos.

O presidente Jair Bolsonaro entrou nas negociações. Cobrou publicamente a adesão da bancada ruralista à campanha de Lira, já se reuniu com deputados de vários partidos para pedir votos e também disse ter "simpatia" pela candidatura de Rodrigo Pacheco (DEM-MG) ao comando do Senado.

Além das emendas oferecidas pelo Planalto, que deu carta-branca a Lira e ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), para fazer as ofertas em nome do governo, os próprios candidatos defendem propostas que elevam despesas e não têm como ser cumpridas.

Principal adversário de Lira, o candidato do MDB, Baleia Rossi (SP), defendeu a prorrogação do auxílio emergencial enquanto a pandemia não acabar. Disse, porém, que todas as soluções precisam estar dentro do teto de gastos, a regra constitucional que limita o crescimento das despesas de um ano para outro à variação da inflação. "Ficar de braço cruzado é que não adianta. Vamos cobrar o governo que se reorganize e estabeleça prioridades", afirmou Baleia, por meio de sua assessoria.

Lira, por sua vez, negou que esteja negociando emendas em troca de votos, com aval do Planalto. "Os deputados e senadores sabem melhor do que qualquer servidor do Executivo quais são as necessidades de suas localidades, de seu eleitorado, da população", disse ele. "Tudo deve ser olhado com base no teto de gastos. Esse é um importante limite que precisamos respeitar."

As emendas impositivas (individuais e de bancada) para este ano somam R$ 16, 3 bilhões. Na hipótese de contingenciamento do Orçamento, que deve ocorrer em março, mesmo essa rubrica, porém, pode ser bloqueada na mesma proporção do corte de verbas.

"Vai ser preciso tratar essas emendas a pão e água e tudo isso faz os dentes rangeram no mundo político", disse o pesquisador do Insper Marcos Mendes. Para ele, a prioridade do País em 2021 não pode ser obras em redutos de parlamentares. "Eles deveriam direcionar esses recursos para o Bolsa Família, para que mais famílias vulneráveis, afetadas pela covid, pudessem ser assistidas", destacou.

Pressão

No Senado, tanto Rodrigo Pacheco, do DEM, como a candidata do MDB, Simone Tebet (MS), são pressionados por bancadas a pautar uma nova rodada do auxílio emergencial, caso vençam a eleição. "O auxílio emergencial, observando os critérios da Lei de Responsabilidade Fiscal e o limite do teto de gastos, ainda que com menor valor, tem, sim, que estar na agenda de qualquer candidato", disse Simone Tebet.

Pacheco evita tocar no assunto por estar em uma sinuca de bico. De um lado, tem apoio de Bolsonaro, que não se comprometeu com a continuidade do benefício. De outro, é cobrado por partidos como PT e PDT, que viraram aliados, mas pressionam pela prorrogação do auxílio.

Promessas e custos

- Emendas 'extras': Governo negocia emendas - além daquelas a que parlamentares têm direito - para favorecer a candidatura de Arthur Lira (Progressistas-AL) na Câmara. Já estão reservados R$ 16,3 bi.

- Auxílio emergencial: O custo estimado de uma prorrogação do benefício por mais quatro meses é de R$ 15,3 bilhões, caso o valor do pagamento seja de R$ 300, segundo cálculo da Instituição Fiscal Independente (IFI), do Senado.

- Bolsa Família: Na Câmara, tanto Lira quanto seu adversário, Baleia Rossi (MDB-SP), defendem o fortalecimento de políticas sociais, desde que respeitados os limites impostos pelo teto de gastos.

- PEC dos Municípios: Proposta que aumenta o repasse de verbas federais para prefeituras tem o apoio dos candidatos na Câmara. A proposta deve voltar à pauta assim que a eleição na Casa passar. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Reeleito com 63,62% dos votos (123.534), em um pleito histórico na cidade de Olinda, Professor Lupércio (Solidariedade) está a caminho do seu segundo mandato no gabinete municipal e entra em 2021 com boa avaliação, mas coleciona desencontros entre a sua gestão e as promessas de campanha. Profissional da educação e populista, teve um discurso pautado na educação, na valorização do educador e na assistência básica social, que se renova na administração 2021-2024 com obras inacabadas e unidades de saúde para revitalizar.

O representante cristão prometeu revitalizar a Maternidade Brites de Albuquerque, na Cidade de Tabajara, que já enfrentava problemas desde antes da sua gestão e estava fechada há dois anos. Apesar dos esforços e do investimento de R$ 9 milhões, a obra para reativação da unidade permaneceu inacabada. A Brites é uma das duas únicas opções com serviço obstétrico em toda a cidade. 

##RECOMENDA##

Para as mães olindenses, engravidar e receber atendimento é uma tarefa difícil, quando a única outra unidade obstétrica de Olinda, no Tricentenário, também vive de sucateamentos e enfrenta problemas para permanecer aberta. Atualmente, a Maternidade Brites de Albuquerque está reaberta para servir de polo de atendimento a pacientes com a Covid-19.

Ainda no eixo da saúde, outra promessa foi reativar e recuperar dez postos de saúde no município. Até o fim de 2018, Lupércio reativou oito unidades de saúde. Como promessa de campanha para os próximos quatro anos, fala em revitalizar as demais e ampliar a rede municipal.

As unidades móveis, que levam clínicos à população, também voltaram a operar nos bairros de Olinda. Já a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Rio Doce, localizada na IV Etapa da região, é outra promessa ainda não cumprida. A obra já acumula mais de quatro anos de trabalho e teve nova previsão de conclusão para abril de 2020, mas com o advento da pandemia, a administração relatou problemas para a progressão das atividades.

Em junho deste ano, durante a campanha, o prefeito visitou a estrutura e falou que os operários trabalham a todo o vapor para a entrega do prédio. Aguardada pela população, a UPA promete desafogar unidades básicas e policlínicas. Segundo a Prefeitura, o equipamento vai oferecer todo o suporte de urgência e emergência adulta para a população, contando com leitos de observação e triagem, consultórios médicos e espaços de acolhimento. O funcionamento será 24 horas, sendo o primeiro equipamento deste porte sob a administração exclusiva do município.

Na educação, o professor teve problemas com a categoria em junho de 2018, quando a rede municipal entrou em greve para reivindicar reajuste salarial de 6,81% com retroativo ao mês de janeiro, melhores condições de trabalho e o cumprimento do Plano de Cargos e Carreiras e Valorização. Os aumentos salariais bienais previstos no documento não eram concedidos desde 2016.

Na primeira oportunidade de negociação, a Prefeitura teria oferecido reajuste de 3% a partir do mês de setembro, o que levou a greve dos educadores adiante. Em abril de 2019, os professores da rede municipal de Olinda tiveram reajuste no salário de 4,17%, em cumprimento a Lei Federal nº 11.738 do piso salarial do magistério, determinado pelo Ministério da Educação.

O videomonitoramento nas escolas também foi uma promessa de campanha, mas não chegou a ser colocada em prática nos quatro anos de mandato. No eixo urbano, mais obras seguem no aguardo por uma finalização. Em andamento desde antes da posse de Lupércio, o Canal Bultrins-Fragoso acumula sete anos de trabalhos e entrou em uma nova fase de obras em setembro deste ano, para atividades de escavação, moldagem e revestimento.

Olinda recebeu um aporte de R$ 5 milhões do Ministério do Desenvolvimento Regional no mês de julho para dar continuidade à obra. A conclusão dessa obra resolverá problemas de escoamento de água de chuva em quatro bairros: Bultrins, Jardim Fragoso, Casa Caiada e Bairro Novo. A previsão para conclusão era o mês de dezembro, que já chega ao seu fim.

O gestor afirmou que, no segundo mandato, vai finalizar as obras na Avenida Presidente Kennedy, além de investir R$ 70 milhões em saneamento nos bairros de Sapucaia e Aguazinha. Com o encerramento dessas obras, Lupércio poderá cumprir de forma plena as suas promessas anteriores e voltar a focar nos seus eixos mais fortes, a educação e a saúde. O prefeito também afirma que investirá na promoção de empregos e em tirar as pessoas da informalidade, para poder gerar mais empregos em Olinda a partir de 2021.

A poucos dias da segunda metade de seu mandato, o presidente Jair Bolsonaro ainda não imprimiu uma marca de eficiência na máquina pública, arquivou promessas e retrocedeu nas ações sociais. Levantamento feito pelo Estadão indica que ao menos 12 medidas de impacto na política e na economia, anunciadas na campanha de 2018 e nos primeiros meses de governo, foram deixadas de lado, como privatizações, reforma tributária e apoio à Lava Jato. Em dois anos de gestão, prevaleceram discursos ideológicos, alianças com partidos do Centrão e "agendas" de família.

O presidente atuou nas redes sociais sob influência do "gabinete do ódio", comandado pelo vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), seu filho "02". Além disso, tentou frear denúncias envolvendo o primogênito, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), alvo de inquérito que investiga um esquema de rachadinha à época em que ele era deputado estadual no Rio.

##RECOMENDA##

Nas transmissões ao vivo na internet, Bolsonaro recorreu a discursos sob medida para apoiadores radicais. Mas, se por um lado não atendeu às expectativas do mercado e da opinião pública, por outro, temas da pauta de costumes - como redução da maioridade penal, Escola Sem Partido e "banimento de marginais vermelhos" - só apareceram para manter a tropa unida em momentos de crise.

Na economia, reformas desidratadas foram encaminhadas ao Congresso sem uma articulação política capaz de viabilizá-las. A simplificação de tributos e a isenção do Imposto de Renda para quem recebe até cinco salários nunca saíram do papel. Até mesmo a reforma previdenciária, aprovada no ano passado, foi arquitetada no governo de Michel Temer.

O "choque liberal" delegado ao ministro da Economia, Paulo Guedes, permanece estacionado e a agenda internacional, sob a batuta do chanceler Ernesto Araújo, é marcada por confrontos com potências como China, ataques à Venezuela e críticas a países europeus. Agora, com a derrota do aliado Donald Trump nos Estados Unidos e a vitória de Joe Biden, Bolsonaro terá de fazer mudanças na política externa.

As tentativas de privatização, por sua vez, só renderam baixas na equipe econômica. Nenhuma estatal foi privatizada. Em setembro, porém, Bolsonaro mais uma vez prometeu pôr empresas à venda. "Tudo aquilo que a iniciativa privada pode fazer, a gente pode abrir mão", disse ele. Atualmente, há 46 empresas de controle direto da União, além de 152 subsidiárias. Uma delas criada pelo próprio Bolsonaro, a NAV Brasil.

Ao fazer o balanço do ano, na sexta-feira, Guedes não se desviou da autocrítica. "Falei 'em 15 semanas vamos mudar o Brasil'. Não mudou nada, teve a pandemia. Agora a mesma coisa. '(Eu disse): Vamos anunciar em 90 dias as privatizações'. Aí descubro que tem um acordo político para inviabilizar", afirmou.

Rombo

Zerar o déficit primário era um dos desafios do "Posto Ipiranga", apelido dado por Bolsonaro a Guedes, ainda antes da posse. A previsão, porém, é que o rombo alcance R$ 844 bilhões neste ano, por causa da pandemia. Em 2019, foram R$ 95 bilhões no vermelho. Há ceticismo generalizado sobre o que, de fato, a equipe econômica conseguirá entregar.

Sempre se esquivando de prejuízos políticos, o presidente não esboça empenho no andamento dessas pautas. "Bolsonaro não tem perfil reformista. Sabemos que reformas profundas são construídas tecnicamente, mas é essencial a liderança do presidente", argumentou a consultora Zeina Latif, doutora em Economia pela USP. "No fundo, é a vontade do presidente em avançar que traduz o funcionamento do governo."

Em conversa com eleitores, há dois meses, Bolsonaro foi parabenizado pela criação do Pix, a inovadora tecnologia lançada pelo Banco Central para agilizar transações bancárias. Respondeu, no entanto, como se estivesse falando de assunto da aviação civil. Ao ouvir a explicação do apoiador sobre o que era o Pix, confessou desconhecer.

O episódio foi mais um exemplo de "desnorteamento", na opinião do professor de Estratégia e Gestão Pública do Insper, Sandro Cabral. "Além da falta de rumo, há um completo despreparo para formatar conteúdos e para negociar com 'stakeholders', como políticos, órgãos de controle, Judiciário e Ministério Público", observou. "Não podemos dissociar a política da administração: andam de mãos dadas".

Saúde

A desconexão entre as promessas do governo e a gestão também vão além da economia. O presidente Jair Bolsonaro tem se afastado da maneira como prometeu lidar com o que chamava de "velha política". Hoje, ele estende a mão para a mesma ala que quer aumentar gastos públicos e não se constrange ao se aliar a líderes do Centrão, como o deputado Arthur Lira (Progressistas-AL).

Na avaliação do Palácio do Planalto, investir na candidatura de Lira para comandar a Câmara de 2021 a 2022 significa poupar Bolsonaro de eventuais processos de impeachment. Para ter alguém de sua confiança na Câmara, o presidente recorre ao modelo do toma lá dá cá que sempre criticou, com oferta de cargos e emendas em troca de apoio.

A ineficiência do Executivo muitas vezes passa despercebida diante das polêmicas ideológicas. Com a média de um ministro por semestre, o Ministério da Educação, por exemplo, ficou fora de uma das mais importantes discussões desse biênio: a renovação do Fundeb, principal fonte de financiamento da educação básica.

O governo agiu para desconstruir a proposta e o Congresso avocou o tema para si. "Ninguém estava esperando um MEC progressista, mas que no mínimo olhasse para as questões essenciais ao desenvolvimento, e não para temas irrelevantes", afirmou Rafael Parente, PhD em Educação pela Universidade de Nova York.

A Saúde era uma das poucas áreas para as quais o plano de governo de Bolsonaro trazia propostas concretas, como prontuário eletrônico interligado, credenciamento universal de médicos e dentista para gestantes no pré-natal. Tudo continua no papel.

Desde o início da pandemia do coronavírus, que já matou mais de 180 mil pessoas, o Brasil teve três ministros. Dois deles (Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich) deixaram a pasta impedidos por Bolsonaro de agir conforme as diretrizes científicas. Por motivos mais ideológicos do que técnicos, o programa Mais Médicos foi desfigurado. A alternativa, o Médicos pelo Brasil, não emplacou.

No Meio Ambiente, o movimento para esvaziar os órgãos de proteção pôs em alerta até mesmo exportadores. "São dois anos de retrocesso", avaliou Virgílio Viana, PhD por Harvard. Ele ressalvou, porém, que as possibilidades de avanço na política de carbono representam uma esperança.

No campo da energia, Bolsonaro prometeu transformar o setor em "um dos principais vetores de crescimento" do País. O governo aposta suas fichas na usina nuclear de Angra 3, ainda inoperante. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Conhecido nos últimos anos por ter sido um dos clubes que mais gastaram em contratações no futebol brasileiro, o Palmeiras mudou a sua política nesta temporada. Com menos dinheiro no caixa, decidiu apostar nas categorias de base. A estratégia vem dando resultados e boa parte dos jovens que subiram ao time principal como Gabriel Menino, Patrick de Paula, Danilo, Wesley e Gabriel Veron tem se destacado e encantado o técnico português Abel Ferreira. Com isso, os garotos se valorizaram e, além de resultados positivos em campo, o clube pode lucrar com vendas milionárias futuramente.

Segundo levantamento feito pelo Estadão com base nos dados do site Transfermarkt, especializado em negócios do futebol, juntas, as principais revelações do Palmeiras que já estão no profissional têm valor de mercado estimado em R$ 300 milhões, levando em conta a cotação atual da moeda brasileira em relação ao euro.

##RECOMENDA##

O levantamento mapeou quanto valem Gabriel Veron, Gabriel Menino, Patrick de Paula, Danilo, Wesley, Iván Angulo, Gabriel Silva e Lucas Esteves. Renan, que também faz parte do elenco profissional, não entrou nas estatísticas porque a plataforma não apresenta os seus dados financeiros.

O grande destaque da safra de promessas palmeirenses é Gabriel Veron. Campeão e melhor jogador do Mundial Sub-17 com a seleção brasileira em 2019, o atacante não é somente o mais caro do time alviverde, como também do futebol nacional. Seu valor de mercado atualmente é de 25 milhões de euros (R$ 156 milhões). A multa rescisória, estipulada no novo contrato, assinado em setembro, assim que ele completou 18 anos, é de 60 milhões de euros (R$ 375 milhões).

Veron já é monitorado de perto por grandes clubes europeus, que enxergam o jogador com grande potencial. Mas, mesmo que admita a necessidade de negociar atletas para reequilibrar o orçamento, a intenção do Palmeiras é segurar o garoto pelo maior tempo possível, de modo que ele possa ser ainda mais valorizado e render um dinheiro considerável aos cofres do clube, que tem como a venda mais cara de sua história a transferência de Gabriel Jesus ao Manchester City, em 2016. O time inglês desembolsou 32 milhões de euros (R$ 115 milhões na época).

O Palmeiras também quer se valer do seu talento para ganhar campeonatos. Abel Ferreira rasgou elogios para Veron após a goleada por 5 a 0 sobre o Delfín, em que o "Raio", como é chamado pelos colegas, anotou dois gols e deu uma assistência e o comparou a Neymar. "Vou contar uma história. O Luis Campos é diretor do Lille (da França) e foi meu técnico quando tinha a idade do Veron. Eu fui falar com ele sobre vir para o Palmeiras. O primeiro jogador de quem ele falou foi sobre o Veron. Ele conhece todos os jovens com potencial. Sabe que tem muita qualidade. Sempre digo ao Veron para se lembrar o que o trouxe a este nível. É impossível o Palmeiras vender este jogador por menos do que o Neymar foi vendido ao Barcelona", disse.

O português foi contratado pela sua capacidade de trabalhar com garotos e por seus conceitos modernos de jogo. "Gosto de criar espaços para ter jovens conosco. Futebol é oportunidade. Jovens precisam ter essa oportunidade. Há um departamento de futebol organizado, com 'scouting' organizado, é normal que os jovens queiram vir pelo fato de o Palmeiras usar muito deles. Os mais novos querem crescer junto, com respeito, amizade e competitividade", ressaltou.

MEIO DE CAMPO TALENTOSO - Patrick de Paula, Gabriel Menino e Danilo são os outros garotos que têm chamado a atenção pelo talento e personalidade. Os dois primeiros já despertam interesse de times da Europa e não devem permanecer por muito tempo no futebol brasileiro.

Com valor de mercado de 10 milhões de euros (R$ 62 milhões), Gabriel Menino é o segundo mais valioso do elenco palmeirense e o sétimo mais caro do futebol nacional. O preço de sua multa é o mesmo de Veron: 60 milhões de euros (R$ 372 milhões). Convocado duas vezes por Tite para a seleção brasileira, o meio-campista, de 20 anos, que também atua na lateral-direita, teria recebido sondagens de Dínamo de Kiev, da Ucrânia, e do City Group, que administra o Manchester City. Com Abel, ele tem reforçado sua capacidade de jogar em mais de um lugar e já foi utilizado como ponta-direita.

Já Patrick de Paula, de 21 anos, vale 9 milhões de euros (R$ 56 milhões). Olympique de Marselha, Atlético de Madrid e Benfica teriam mostrado interesse no futebol do volante, que tem a multa rescisória mais alta do Palmeiras. A fim de tentar proteger o jogador, de 21 anos, do assédio de gigantes europeus, o clube paulista estipulou multa de 100 milhões de euros (R$ 625 milhões). Ele vinha em baixa com Luxemburgo, mas resgatou o bom futebol com a chegada do português e, com mais liberdade para chegar ao ataque, balançou as redes nas últimas duas vezes em que esteve em campo, contra Athletico-PR e Delfín. No entanto, sofreu lesão muscular na coxa direita e só deve voltar a jogar em 2021.

Wesley é outra joia cria da base palmeirense que vinha em alta, mas se lesionou. Antes de ter seu menisco operado, o atacante, que só voltará aos gramados na próxima temporada, vinha chamando mais a atenção até que de Veron. Rápido e habilidoso, ele tem um valor de mercado considerado baixo: 2,3 milhões de euros (R$ 14 milhões). O preço, no entanto, deve aumentar, já que o garoto, de 21 anos, tem potencial para evoluir ainda mais. Ele é outro atleta monitorado pelo grupo dono do Manchester City.

Último jovem a se tornar titular, Danilo tomou conta do meio de campo palmeirense após a lesão de Felipe Melo e chama atenção pelo poder de marcação e qualidade no passe. Canhoto, ele também chega à área para finalizar e marcou seu primeiro gol no time principal diante do Delfín. O jovem volante foi comprado do Cajazeiras, da Bahia, e em setembro assinou contrato até agosto de 2025. Seu valor de mercado ainda é baixo, 900 milhões de euros (R$ 5,6 milhões), mas essas cifras vão aumentar certamente em breve.

Os outros garotos no elenco que podem render uma quantia considerável para o Palmeiras no futuro são Gabriel Silva, Lucas Esteves e Renan, zagueiro que deu conta do recado enquanto os titulares Gustavo Gómez e Luan estiveram ausentes. Alanzinho, que se recupera de uma grave lesão na perna e estava emprestado ao Guarani, e o colombiano Iván Angulo, hoje no Botafogo, também são cria da base. Juntos, eles são avaliados em 1,9 milhão de euros (R$ 12 milhões).

"Sem dúvida alguma, vai tornar o Recife mais atrativo. Nós temos hoje cerca de 65% dos turistas que só ficam aqui no primeiro dia. E é preciso mudar isso, principalmente com diálogo, ver quais são os projetos que o setor tem e canalizar os investimentos para as áreas primordiais, inclusive criando novas alternativas, como o turismo criativo, para levar o turista para as comunidades e fomentar o setor gastronômico", emendou.

Marília também afirmou que pretende, caso seja eleita, revitalizar a orla de Boa Viagem. "Hoje, existe um processo de concessão pública para reforma dos quiosques, mas nós entendemos que deve haver um concurso público de projetos e principalmente a escuta dos moradores. A praia é um meio de lazer totalmente democrático, que as pessoas usam aos domingos. Então, tem que haver uma escuta e oferecer melhores condições aos turistas. Nossa principal prioridade é cuidar da faixa da praia e buscar investimentos do governo federal para isso, como foi feito em Jaboatão, por exemplo", disse.

##RECOMENDA##

*Da assessoria de imprensa

Em seu primeiro guia eleitoral para o segundo turno, veiculado nesta sexta-feira (20), a candidata a Prefeita do Recife, Marília Arraes (PT), elencou algumas das propostas que devem ser prioridade em um eventual governo dela. "Vamos acabar com os pontos de risco nos morros, zerar a fila de creches, investir na saúde básica, erradicar as palafitas e investir no pequeno e médio comerciante", declarou. Candidata tem usado também as inserções na televisão para cravar que "ganhar de virada é melhor".

Marília começou o guia de hoje agradecendo o resultado do dia 15 nas urnas e disse que mudança é uma palavra feminina. "A esperança continua maior do que nunca. O Recife quer a mudança e mudança é uma palavra feminina. A mudança, por exemplo, passa pelo Programa Revitalizar, que irá promover ações permanentes de monitoramento e erradicação dos pontos de risco nos morros. Meu compromisso com o Recife é erradicar, no mínimo, 3 mil pontos de risco nos dois primeiro anos de mandato", prometeu.

##RECOMENDA##

A candidata do PT também falou sobre o seu compromisso em criar creches para as crianças e as mães recifenses. "Quem tem filho sabe o quanto é importante ter um lugar para uma criança ter acompanhamento educacional. O Programa Florescer vai adaptar e revitalizar lugares dentro das comunidades para crianças de 1 até 4 anos incompletos. Esse lugares vão funcionar em dois turnos: um integral, de 12 horas, e um semi-integral, de 6 horas. É possível acabar com a fila de creches", disse.

O sistema municipal de saúde também foi um dos pontos abordados por Marília durante o guia eleitoral. "Os problemas na saúde, que todos já conheciam, foram evidenciados pela pandemia. A gente vai cuidar do Recife e priorizar a saúde, expandindo a atenção primária, aumentando as unidades de saúde da família e criando três centros de medicina diagnóstica", frisou.

Marília também relembrou que foi durante as gestões municipais do PT que os recifenses tiveram a oportunidade de sair das palafitas: "Removemos 2 mil palafitas e entregamos cerca de 7500 apartamentos em habitacionais. Com o Programa Palafita Zero, vamos concluir as obras dos habitacionais que estão paradas."

Por fim, Marília falou ainda sobre o Programa Retomada, auxílio financeiro com valores entre R$ 1 mil e R$ 5 mil que irá ajudar pequenos comerciantes na geração de emprego e renda. "A gente começa hoje a virar um capítulo triste da história do Recife e a escrever uma nova história", finalizou.

*Com informações da assessoria de imprensa

O fim das operações no Campo de Marte é uma promessa antiga de governantes de todas as esferas, sobretudo diante do registro de acidentes no local e nos bairros vizinhos nos últimos anos. O governo Jair Bolsonaro incluiu o local no plano federal de privatizações, com leilão previsto para o segundo semestre de 2022. O prefeito Bruno Covas (PSDB), entretanto, já havia cobrado da União no início do ano passado o cumprimento da promessa anterior, de transformar o aeroporto em museu e parque.

Em agosto de 2017, por exemplo, o então prefeito e hoje governador de São Paulo, João Doria (PSDB), firmou com o então presidente Michel Temer acordo sobre o local. A União se comprometeu a ceder 400 mil m² do terreno ao Município para um projeto que incluiria um museu aeroespacial, um parque e, por último, o fim das operações de aviação executiva.

##RECOMENDA##

Após encontro com Temer, Doria anunciou o fim das operações do terminal para 2020. Ele defendeu ainda a desativação da pista, dizendo que vários aeroportos funcionais em implementação no entorno da capital poderiam substituir o Campo de Marte, que ficaria só com a aviação de helicópteros. Mas a possibilidade de repassar decolagens e pousos de aviões de pequeno porte para outras cidades que travou negociações.

Antes disso, em maio de 2013, o então prefeito Fernando Haddad (PT) fez pedido oficial à Aeronáutica para tirar a asa fixa de lá. Ele queria viabilizar a construção dos prédios do Arco do Futuro, projeto urbanístico prometido na campanha. A ideia era transformar o Campo de Marte apenas em heliporto.

Os antecessores Gilberto Kassab, José Serra e Celso Pitta também cogitaram transformar a área em parque. O principal problema é que o espaço é gerido pela Aeronáutica e Infraero, ligados ao Ministério da Defesa, que briga na Justiça desde 1958 com São Paulo pelo terreno.

Histórico recente

O Campo de Marte já registrou alguns acidentes nos últimos anos. Em 2019, um avião de pequeno apresentou uma falha em um trem de pouso na decolagem e parou no gramado. Os bombeiros foram acionados, mas nenhum dos cinco passageiros sofreu qualquer ferimento.

Em 2018, o local registrou dois acidentes. No dia 30 de novembro, uma aeronave caiu na Avenida Antônio Nascimento Moura. Duas pessoas morreram e onze ficaram feridas. Em 29 de julho, o piloto morreu e sete passageiros ficaram feridos na queda de outro avião.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Parte das medidas anunciadas pelo presidente Jair Bolsonaro como forma de combater a pandemia do novo coronavírus está travada há pelo menos 40 dias. A instalação de 2 mil leitos em UTIs, a compra de 3,3 mil respiradores nacionais e a contratação de 6 mil médicos para hospitais universitários foram alguns dos compromissos que o presidente assumiu publicamente entre março e abril e que não saíram do papel. Para analistas, faltam liderança e articulação política ao governo.

O jornal O Estado de São Paulo fez um levantamento de todas as promessas feitas pelo presidente em pronunciamentos na TV e em suas redes sociais oficiais. Foram 17 compromissos sobre medidas de combate à pandemia entre 17 de março e 21 de abril. Dessas, 41% não foram cumpridas integralmente (mais informações nesta página).

##RECOMENDA##

Feita em 20 de março em sua conta no Facebook, a promessa de instalar 2 mil leitos de UTI no País caminha a passos lentos. Nos últimos dois meses, segundo o Ministério da Saúde, foram alugados e distribuídos apenas 340 leitos de UTI volantes (de instalação rápida). Enquanto isso, ao menos cinco Estados estão com mais de 75% de seus leitos para pacientes graves ocupados. O aumento de vagas poderia ajudar Amazonas, Ceará, Pará, Pernambuco e São Paulo a ganhar fôlego no combate à doença. Segundo o Ministério da Saúde, o último edital para contratar vagas não recebeu propostas por causa da "escassez de respiradores no mercado".

Uma nota técnica elaborada por pesquisadores da Fiocruz apontou que quase 6 em cada 10 municípios não possuem respiradores. No dia 21 de abril, quando o País registrava 2.761 mortes, Bolsonaro prometeu 3,3 mil equipamentos. Até agora, com o número de mortes dez vezes maior, o Ministério da Saúde entregou 1.437. A pasta possuía contrato de mais de R$ 1 bilhão com uma empresa chinesa para compra de 15 mil respiradores, mas, depois de levar calote, cancelou a compra e passou a depender da produção nacional.

O contrato com quatro empresas brasileiras prevê a distribuição de 14,1 mil respiradores. Mas com prazo de entrega de até 90 dias, os equipamentos podem chegar até novembro, quando, segundo as previsões de cientistas, o pico da epidemia pode ter passado. O Ministério da Saúde disse que não há previsão de quando todos os respiradores serão entregues.

Outro compromisso que não saiu completamente do papel foi a aquisição de testes. Bolsonaro prometeu a distribuição de aproximadamente 10 milhões de exames e até agora entregou 6,9 milhões, sendo 4,7 milhões de testes rápidos (sorológicos) e 2,1 de RT-PCR (biologia molecular). Mesmo sendo um dos países que menos testou a própria população, o Brasil segue como segundo lugar entre as nações com mais casos de covid-19 no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. Com a subnotificação, especialistas acreditam que o Brasil pode ser o próximo epicentro da pandemia.

Falta ao País um plano de integração e coordenação entre governo federal, Estados e municípios, avalia a presidente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) e professora de epidemiologia do Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Gulnar Azevedo. "A situação é grave. Além da inexistência de um plano integrado, há uma lentidão em colocar em prática as ações", disse a professora. "Não adianta receber o respirador em outubro, os leitos para daqui dois meses."

Além do não cumprimento das promessas, as crises políticas do governo têm atrapalhado a formulação de uma estratégia de combate à doença, segundo analistas. Por divergências em relação às medidas de isolamento social e ao uso da cloroquina, dois ministros da Saúde, Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, deixaram no período da crise a pasta, que, em tese, deveria formular a estratégia de enfrentamento da covid-19.

Uma análise das medidas provisórias editadas pelo governo durante a crise do novo coronavírus mostra ritmo lento de aprovações. Sem uma base ainda consolidada no Congresso, Bolsonaro manteve a tendência de governar por meio de medidas provisórias também em relação à pandemia. Das 49 propostas encaminhadas ao Congresso que tinham relação com o assunto, 46 são MPs. Todas elas têm validade de 60 dias e podem ser prorrogadas por mais dois meses, mas perderão a validade se não forem aprovadas pelo Legislativo.

Congresso

Até o momento, apenas três MPs passaram pelo plenário e viraram leis: a regulamentação de emendas impositivas para o combate à pandemia, a lei que regula situação de emergência para o combate à crise e a norma que permite à Embratur ajudar no processo de repatriação de brasileiros no exterior.

Ao Estadão, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que está tentando avançar com as MPs. "Esta semana devemos votar cinco ou seis. Neste momento de pandemia cabe MP."

Analistas políticos afirmaram que o uso de MPs é esperado em momentos de crise, mas alertam para o risco de insegurança jurídica causado por regras que duram apenas 120 dias.

Para a professora Joyce Luz, pesquisadora do Núcleo de Instituições Políticas e Eleições (Nipe) do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), falta diálogo entre Executivo e Legislativo, e muitas das propostas do governo estão sendo feitas sob pressão dos próprios parlamentares. "O Congresso pressionou o Executivo para enviar a MP do auxílio emergencial. Assim como há uma pressão para a edição de uma nova MP que facilite a abertura de crédito para os microempreendedores. O governo poderia, sim, estar fazendo mais se tivesse uma coalização."

Uma análise do conteúdo das propostas enviadas ao Congresso para mitigar os efeitos da pandemia mostra que mais da metade diz respeito a questões financeiras. "Há poucas propostas partindo do presidente voltadas à proteção mais clara da população, tanto em termos de saúde como social e econômica", afirmou a professora da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e coordenadora do Núcleo de Estudos da Burocracia, Gabriela Lotta.

A reportagem procurou o Palácio do Planalto para esclarecimento sobre o não cumprimento de algumas propostas do presidente Jair Bolsonaro, mas foi informada que a demanda deveria ser tratada com o Ministério da Saúde. A pasta, que concentra as medidas ainda não cumpridas, não havia respondido até a conclusão desta edição. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

[@#galeria#@]

Na noite de quarta-feira (9), devotos acompanharam o transporte dos carros das promessas que ganharão as ruas de Belém na procissão do Círio de Nazaré, no domingo (13). Os carros saíram da Casa de Plácido para os galpões da Companhia Docas do Pará, no centro da capital paraense.

##RECOMENDA##

Essa é outra manifestação tradicional. Os carros recebem as peças e objetos de graças alcançadas pelos promesseiros. São eles: Carro de Plácido, Barca dos Escoteiros, Barca Nova, Carros dos Anjos, Cesto de Promessas, Barca com Velas, Barca Portuguesa, Barca com Remos, Carro Dom Fuas e Carro da Sagrada Família.

Da Redação do LeiaJá Pará.

 Nesta terça-feira (1º), o governador Paulo Câmara (PSB) e a vice-governadora eleita Luciana Santos (PCdoB) tomarão posse em cerimônia que será realizada na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), no Recife, a partir das 15h. A expectativa para mais quatro anos de mandato é se o pessebista conseguirá cumprir todos os compromissos já firmados com os pernambucanos. 

Em entrevista concedida ao LeiaJá, a vereadora do Recife Irmã Aimée Carvalho (PSB) falou que estará atenta à questão com o objetivo de que o anseio do povo seja atendido. “O meu desejo é que o governador Paulo Câmara consiga governar para todos com justiça e equidade, com um olhar que deve ser sempre mais sensível ao pobre e ao necessitado”, ressaltou.

##RECOMENDA##

A parlamentar também salientou que a escolha do pessebista para continuar no cargo por mais quatro anos foi legítima. “Eu considero a eleição o ápice da nossa democracia. É o momento em que o povo vai às urnas e deposita ali a sua esperança e os seus anseios. Mais da metade dos eleitores optou por dar um novo mandato ao governador Paulo Câmara. É uma escolha legítima. O governador terá mais quatro anos para tornar realidade as promessas feitas durante a campanha”. 

A missionária ainda falou que seu mandato sempre estará à disposição da população e das pautas encaminhadas pelo Executivo. “Na Câmara do Recife, trabalhamos eu e os meus pares no sentido de colaborar com o bom andamento de toda proposta que melhore a vida do cidadão recifense e pernambucano”, concluiu.

A disputa pela vaga de governador de Pernambuco, que foi decidida no primeiro turno entre Paulo Câmara (PSB) e o senador Armando Monteiro (PTB), ficou marcada por ter sido muito acirrada. No entanto, o resultado foi favorável ao pessebista, reeleito com 50,7% dos votos válidos contra 35,99% que ficaram com o petebista. Em 2014, os dois também se enfrentaram nas urnas e, na época, Câmara conquistou 68% dos votos. 

Em entrevista concedida ao LeiaJá, o senador lamentou o fato de ter faltado pouco para ter chegado ao segundo turno. Ele acredita que se caso tivesse conseguido, as condições teriam sido mais “equilibradas”, o que poderia contribuir para sair vitorioso. “Nós estávamos enfrentando uma poderosa máquina que está instalada em um grande sistema de força que domina a política de Pernambuco há 12 anos. Nós estávamos enfrentando o Governo Estadual e a Prefeitura Municipal do Recife”, argumentou.

##RECOMENDA##

Armando Monteiro também lembrou da aliança do PSB com o PT. “Com o apoio de Lula, o Paulo utilizou-se disso como uma espécie bengala eleitoral, além disso houve um debate desonesto durante o processo eleitoral. Muitas das acusações que foram feitas, como, por exemplo, que eu teria votado contra o trabalhador e que votamos para reduzir férias e salários, ou seja, houve uma campanha desonesta. Infelizmente teve um reflexo no processo eleitoral porque muitas vezes não conseguimos suspender essas veiculações que eram feitas durante a propaganda eleitoral de maneira massiva e repetitiva”, continuou justificando. 

“Eu acho que todos esses fatos contribuíram para que por muito pouco, por muito pouco não houvesse um segundo turno em Pernambuco. E aí, em um segundo turno, as condições seriam mais equilibradas, você teria o mesmo tempo de propaganda e nós aprofundaríamos o debate sobre temas de interesse do estado, mas o fato é o seguinte o resultado é legítimo, não se pode deixar de reconhecer. Eu perdi porque eu não tive os votos e ele ganhou porque teve os votos”, ressaltou. 

O senador ainda falou que Pernambuco ficou dividido, o que foi comprovado no resultado. “Na oposição ao governo, nós tivemos varias candidaturas, quatro mais expressivas no campo da oposição e a nossa foi uma delas. As oposições tiveram 49,4% dos votos validos, ou seja, o eleitor de Pernambuco dividiu ao meio praticamente. Dos 49% dos votos dados à oposição, 36% desses votos foram dados a mim, então eu acho que tivemos um desempenho que eu considero bastante razoável tendo em vista as circunstâncias do pleito”. 

No final da conversa, o petebista deixou um recado ao governador pedindo que ele honre as promessas. “Governador, honre os compromisso que assumiu para que não se repita o que houve em 2014. Em 2014 ,houve um estelionato eleitoral porque várias promessas foram feitas e não foram cumpridas. Eu espero que não se repita e por isso mesmo se respeite o cidadão e o eleitor de Pernambuco”, disparou. 

Única mulher eleita deputada federal por Pernambuco, a vereadora do Recife Marília Arraes (PT) afirmou, nesta terça-feira (9), que não pretende trabalhar no Congresso Nacional pelo “quanto pior melhor” no tocante a pautas estruturantes para o Estado, apesar de ser oposição ao governador Paulo Câmara (PSB). A parlamentar ponderou, no entanto, estar aguardando a “mágica” que o pessebista fará para cumprir as promessas feitas nas campanhas de 2014 e deste ano.

“O povo de Pernambuco sabe que não sou partidária do quanto pior melhor. O que eu puder fazer por Pernambuco farei, mas estou esperando para ver qual a mágica que ele [Paulo Câmara] vai fazer para cumprir as promessas que fez. Na última eleição prometeu dobrar salário de professor, construir quatro hospitais regionais, diversas Upas Especialidades, enfim, prometeu, prometeu, prometeu e o que a gente viu foi um cemitério de obras paradas”, observou a petista, em entrevista à Rádio Folha.

##RECOMENDA##

Segundo ela, o “Estado que deve” e as novas promessas do governador estão em risco. “É algo impensável esse negócio do governo. Aí promete 13º do Bolsa Família, são umas promessas assim que eu vou esperar para ver”, alfinetou Marília Arraes, ressaltando que apesar do PT ter endossado a reeleição de Paulo vai “seguir em oposição a este governo, a não ser que tenha um fato extremamente novo”. “Não vejo plausibilidade política [no governo]”, reforçou.

Indagada sobre o que julgava essencial defender para Pernambuco no Congresso Nacional, Marília pontuou questão hídrica e infraestrutura e aproveitou para criticar Paulo Câmara.

“Pernambuco é um Estado que não cresce porque não investe e não investe porque não tem como atrair por não investir na infraestrutura. Não tem rodovias decentes para escoar produção, é um Estado que falta água. Não tem como avançar desta maneira. Ou se resolve os problemas básicos ou Pernambuco vai continuar enxugando gelo”, considerou, acrescentando que “falta rumo” ao governo estadual.

“O governador não sabe para onde vai, não tem um objetivo, um ponto onde quer chegar. Arraes, mesmo sendo perseguido por Fernando Henrique Cardoso, disse que ia resolver o problema da eletrificação e fez. E hoje qual é o objetivo do governador? O objetivo dele é se manter no poder”, disparou Marília Arraes.

Candidato à Presidência da República, Jair Bolsonaro (PSL) tem feito campanha nas redes sociais enquanto se recupera da facada que recebeu durante ato de campanha. Nesta quarta-feira (19), o deputado federal afirmou, em publicação, que pretende trabalhar pela redução da carga tributária do país, caso seja eleito. 

“Nossa equipe econômica trabalha para redução de carga tributária, desburocratização e desregulamentações. Chega de impostos é o nosso lema! Somos e faremos diferente. Esse é o Brasil que queremos”, afirmou na manhã de hoje. 

##RECOMENDA##

Jair Bolsonaro está internado no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, desde 7 de setembro, um dia depois de ser esfaqueado por Adélio Bispo de Oliveira em Juiz de Fora, Minas Gerais. Segundo o último boletim médico, divulgado nessa terça (18), ele vem "apresentando evolução clínica satisfatória e boa resposta ao tratamento realizado até o momento". Ainda não há previsão de alta médica para o candidato. 

Durante caminhada pela feira pública Carpina, na Mata Norte de Pernambuco, nesse domingo (16), o candidato a governador Armando Monteiro (PTB) prometeu que investirá na modernização das feiras públicas e no apoio às atividades dos pequenos produtores rurais como forma de estimular a geração de emprego e renda no Estado. O petebista destacou que investimentos do governo estadual são essenciais para a retomada do crescimento desse setor. 

“Nós vamos fazer um programa para requalificar esses espaços. A feira é um canal de distribuição para o pequeno produtor, ela tem proximidade com a base agrícola da região. Portanto, quando você estimula a feira, você está apoiando o produtor”, afirmou Armando. “O produtor precisa de apoio, precisa do crédito e da assistência técnica. Por isso é que nós vamos reestruturar o IPA (Instituto Agronômico de Pernambuco), para que possa oferecer mais assistência técnica e fazer a extensão rural”, completou. 

##RECOMENDA##

Acompanhado dos candidatos a senador, Mendonça Filho (DEM) e Bruno Araújo (PSDB), Armando também assumiu o compromisso de investir na duplicação da PE-90, que liga os municípios de Carpina e Surubim, estimulando o desenvolvimento econômico de um novo eixo dentro da região. 

Antes disso, o candidato a governador esteve em Olinda, na Região Metropolitana do Recife. Durante um ato na cidade, ele reforçou que pretende finalizar as obras do Estado que estão inacabadas na Marim dos Caetés, como o Canal do Fragoso e a requalificação da Avenida Presidente Kennedy. 

À imprensa, Armando salientou que vai realizar uma avaliação de quanto já foi investido na obra inacabada do canal e incluí-la na lista de propriedades no ano que vem. "Precisamos ver ainda como essas obras estão com relação aos órgãos de controle. Portanto, será necessária uma articulação para garantir esses recursos. Esse é um compromisso que assumimos", disse.

Nesta segunda (17), o candidato apresenta propostas de incentivos para o trade turístico em encontro com empresário do setor no Pina, às 9h, e ao meio-dia debate propostas para retomada do desenvolvimento econômico com empresários do setor financeiro. 

Candidato ao Governo de Pernambuco, Julio Lossio (Rede) prometeu, nesse domingo (16), que incluirá o gás de cozinha na cesta básica estadual. A inclusão foi ressaltada após uma carreata que ele fez na cidade de São Caetano, no Agreste pernambucano. Durante discurso, ele reforçou suas promessas de campanha. 

"O gás de cozinha, que hoje representa até 10% do salário mínimo, será parte da cesta básica; o mototaxista não precisará pagar IPVA durante cinco anos, nem ICMS ao comprar seu veículo, pois nós queremos garantir renda e qualidade de vida para cada homem e cada mulher do nosso Pernambuco", destacou.

##RECOMENDA##

Antes de ir ao interior, Julio Lossio participou de caminhada no bairro de Totó, no Recife. Ao lado de Narciso Bastos, candidato a deputado estadual pela Rede, Lossio identificou a falta de creche e saneamento no local. Ele também reafirmou a proposta de criar uma rede de creches Nova Semente Pernambucana e de realizar um programa de saneamento básico.

Nesta segunda-feira (17), Lossio grava imagens para o guia eleitoral, às 9h; participa de uma reunião para avaliação da plataforma de governo ao meio-dia e, à noite, a partir das 19h, de uma Roda de Diálogo na Universidade Católica de Pernambuco (Unicap). 

Candidato a governador de Pernambuco, Armando Monteiro (PTB) anunciou, nesta quinta-feira (30), um conjunto de medidas que pretende adotar caso seja eleito. Uma delas é a implantação do pagamento do 13º para aos beneficiários do Bolsa Família. Em nota, o petebista, referindo-se à discussão criada em torno da ligação ou não do governador Paulo Câmara (PSB) com o presidente Michel Temer (MDB), disse que “agora é hora de deixar de lado as intrigas e discutir o que realmente interessa à população” e listou suas propostas. 

“O nosso governo vai estabelecer um conjunto de ações sociais para proteger as camadas mais vulneráveis da população. A primeira delas será o pagamento do 13º para os inscritos no Bolsa Família, beneficiando mais de 1,15 milhão de pernambucanas e pernambucanos. A segunda é ampliar o programa Chapéu de Palha, que teve seu orçamento e o número de beneficiários reduzido nos últimos anos”, declarou no texto. 

##RECOMENDA##

Ainda na lista das promessas, está a redução “da carga tributária sobre as mais de 100 mil micro e pequenas empresas em funcionamento hoje no Estado, diminuindo a informalidade” e a isenção do IPVA das motocicletas de até 50 cilindradas, além do refinanciamento das dívidas acumuladas por todos os motociclistas. “Vamos também solucionar um problema que se tornou crônico ao longo do atual governo, que é a cobrança exorbitante de IPVA”, explicou Armando.

A última proposta descrita na nota diz respeito a retomada do Todos com a Nota, a partir da criação do Programa Torcedor Sustentável, por meio do acúmulo de notas fiscais e de cupons das cooperativas de reciclagem de plástico e papel.

Apesar da crítica ao bate-boca em torno do descolamento da imagem de Temer tanto do palanque de Paulo quanto do próprio Armando, o candidato aproveitou a nota para reafirmar a tese dos seus aliados e questionar o adversário.  “A entrevista do presidente Michel Temer revelou aquilo que as pernambucanas e os pernambucanos já sabiam, que Paulo Câmara é Temer e Temer sempre foi Paulo, que o governador e o PSB desempenharam papel de peso contra Lula no impeachment da presidente Dilma Rousseff”, observou o senador, que se declara eleitor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). 

Avaliação da gestão de Paulo

No texto, Armando ainda fez ponderações sobre a gestão do atual governador. O petebista disse que o Estado precisa de “um governo que ouça as pessoas, que tenha sensibilidade para promover as mudanças que o povo quer e seja comprometido com quem mais precisa”. 

“Pernambuco precisa reconquistar o brilho que perdeu nos últimos anos. Por ineficiência do governo do Estado, perdeu protagonismo para outros estados e deixou de ser referência no Nordeste. Pernambuco perdeu empregos, apresentou queda superior a 20% na renda média da população e teve aumento da extrema pobreza acima da média do Nordeste e do país”, argumentou o candidato.

O candidato a presidente Guilherme Boulos (PSOL) desembarcou mais uma vez no Recife, nesta quarta-feira (22), no Pátio de São Pedro, área central do Recife, para um comício com a militância e movimentos sociais. Para um público tímido, o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) prometeu emprego, educação, moradia e políticas públicas para o segmento LGBT. 

Em seu discurso, Boulos disse que tem propostas para o Brasil e que isso o trouxe para o ato na capital pernambucana. O psolista foi ovacionado quando chegou a garantir que vai gerar seis milhões de empregos em um prazo de dois anos. “Enquanto eles geraram 14 milhões de desempregados, em dois anos vamos gerar seis milhões de empregos para os trabalhadores com o programa Levanta Brasil”, prometeu. 

##RECOMENDA##

Boulos também garantiu que em seu governo mulheres e homens que exercem o mesmo cargo terão os mesmos salários. “Enquanto eles dizem que as mulheres devem ganhar menos do que os homens, nós deixamos claro que no nosso governo vai ter salário igual para trabalho igual e que cabe, sim, ao governo intervir. Qualquer empresa que queira pagar salários diferentes vai ser punida e penalizada por isso”. 

O candidato prometeu com o programa Levanta Brasil criar um milhão de novas vagas nas universidades públicas do país. “Dinheiro público vai para as universidades”, disse. Ainda na área da educação, ele foi taxativo ao falar que irá suspender por um ano as cobranças dos endividados com o Fies, de modo que os jovens possam reorganizar as suas vidas. 

Direcionando as palavras aos movimentos sociais, o candidato do PSOL falou que vai criar um programa de moradia popular que irá desapropriar os prédios vazios localizados no centro das cidades brasileiras. “Porque pobre pode morar no centro sim. É direito à casa, mas é direito à dignidade, é direito à cidade”, disse também falando que irá enfrentar os banqueiros de modo a acabar com o que chamou de “farra da vida pública”. 

As promessas durante o ato no Recife não pararam por aí. Boulos também garantiu que irá desmilitarizar as polícias. “Nós vamos dizer com todas as letras que vamos desmilitarizar as polícias e investir em um modelo de prevenção, em um modelo que valoriza as pessoas porque não queremos uma polícia que seja temida. Queremos uma polícia que seja respeitada e para ser respeitada ela precisa respeitar o povo”. 

Para o segmento LGBT, ele afirmou que haverá políticas públicas expondo que os demais candidatos querem interferir na forma que as pessoas amam e reiterou que vai enfrentar o “tabu” do tema diversidade sexual nas escolas. Segundo ele, quando não trata do tema cedo, o ódio e a violência são alimentados. 

No final do seu pronunciamento, o candidato disse  que não tem dinheiro para a campanha e nem tempo de televisão. “Mas nós temos uma coisa que eles não têm e que nunca vão ter: nós temos coerência para andar de cara limpa neste país para dizer às pessoas que a gente representa um projeto. A mudança depende de todos, para poder dar certo depende de cada um de todos nós. Nós temos 47 dias daqui até o dia 7 de outubro”, finalizou.

Além das chapas majoritárias, estiveram presentes alguns candidatos do partido como o deputado Edilson Silva, o vereador Ivan Moraes, Áureo Cisneiros, Aldo Lima, as Juntas co-deputadas, Levi Costa, Paulo Rubem Santiago, dentre outros.

A candidata a governadora de Pernambuco, Dani Portela (PSOL), discursou sobre desafios. “A gente tem um desafio, que é vencer as capitanias hereditárias políticas do estado de Pernambuco. Nós somos uma chapa que tem duas mulheres negras no centro. Somos a base da pirâmide e movemos estruturas. Isso é ancestralidade. É tempo de ocupar a política e nós não vamos recuar”, disse. 

Candidato a governador pela coligação “Pernambuco Vai Mudar”, o senador Armando Monteiro (PTB) anunciou que pretende fazer, se eleito, uma espécie de plano emergencial para a área da saúde no Estado. 

A proposta, de acordo com o postulante, é de em 100 dias dar foco no atendimento à demanda reprimida por cirurgias e conclusão de obras paradas, como a ampliação dos hospitais Getúlio Vargas, Barão de Lucena e Restauração. Armando afirmou que hoje Pernambuco possui uma fila de espera de 18 mil cirurgias. 

##RECOMENDA##

“A situação da saúde de Pernambuco é grave e vamos precisar de um plano emergencial de 100 dias para melhorar as condições de atendimento à população”, declarou o petebista, nesse domingo (19), em agendas pelo Estado. 

Na ótica do candidato, é preciso oferecer um tratamento “digno” para a população. “Não basta construir hospitais novos, é preciso garantir a qualidade do serviço. Então, vamos fazer esse plano emergencial. Vamos concluir algumas obras em hospitais públicos que se arrastam há muito tempo e vamos redimensionar as equipes para oferecer um tratamento digno”, argumentou.

No fim de semana, Armando visitou cidades do Sertão do Moxotó, Agreste Meridional e Região Metropolitana do Recife. A maratona foi acompanhada pelos candidatos a vice Fred Ferreira (PSC) e ao Senado Mendonça Filho (DEM) e Bruno Araújo (PSDB). As agendas começaram na sexta-feira, em São João e Arcoverde, e seguiram no sábado e no domingo, por outras nove cidades. 

"Temos sentido que a nossa causa é boa e que o povo de Pernambuco está querendo mudança. Esse governo que está aí é bom de promessa e ruim de serviço. Não cuidou da saúde, não cuidou da segurança e deixou as estradas se acabarem. Além disso, Pernambuco já não tem mais voz no cenário nacional. Por isso, eu acho que é hora de tentar um novo caminho", enfatizou Armando.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando