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A Força Aérea Brasileira (FAB) divulgou relatório com o balanço dos 60 dias da operação Yanomami, em Roraima, que envolveu o emprego de aeronaves para apoiar as ações na região, como transporte de indígenas, distribuição de alimentos e assistência médica.

Segundo o documento, divulgado nessa segunda-feira (3), até o momento 201 indígenas foram transportados, foram distribuídos 350 mil quilos de alimentos e houve 1.903 atendimentos no hospital de campo montado na região Yanomami.

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A operação entregou 20 mil cestas básicas em todo o território indígena, atendendo mais de 40 aldeias. Em relação aos atendimentos médicos, o relatório aponta para uma redução nas ações de saúde, culminando, na última semana, com uma média de dois atendimentos diários.

Reparo emergencial

Quanto às atividades de transporte, o relatório destaca o reparo emergencial da pista do aeródromo de Surucucu, de responsabilidade da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).

A reforma possibilitou, desde os primeiros dias de março, as operações de pousos e decolagens da aeronave C-105 Amazonas,  com capacidade para até 64 passageiros ou cinco toneladas de carga, além do C-98 Caravan, outra aeronave empregada na missão. O documento diz, ainda, que foram mais de oito mil cargas (contabilizadas a partir de 7 de março) e 540 pessoas transportadas em veículos militares.

Realizada pela FAB em conjunto com militares da Marinha e do Exército, a operação envolve mais de 580 militares das Forças Armadas no reforço às ações de enfrentamento de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional e o combate ao garimpo ilegal no Território Yanomami, em Roraima.

O número de ataques a jornalistas e a veículos de comunicação cresceu pelo quarto ano consecutivo e registrou alta de 23% em 2022, segundo relatório divulgado pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) nesta quarta-feira, 29. As ocorrências de destruição de equipamentos e agressão física contra profissionais da imprensa mais do que dobraram em relação a 2021. A maior parte dos registros se refere a xingamentos e desqualificação do trabalho dos repórteres. Quatro em cada dez casos envolveram de alguma forma os membros da família Bolsonaro.

Segundo o relatório, os principais agressores em 2022 foram agentes estatais, como membros do governo ou do Legislativo. A família do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) aparece em 41,6% dos casos. Segundo a presidente da Abraji, Kátia Brembatti, isso ocorre porque os ataques proferidos por um dos integrantes do clã Bolsonaro reverberam entre seus aliados e seguidores nas redes sociais.

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O documento registra 557 episódios de ataques à imprensa em 2022. O pico ocorreu entre agosto e outubro, no período da campanha eleitoral. Os principais alvos de ataques foram repórteres e comentaristas, com 276 casos (49,4%); veículos específicos, com 118 registros (21%) e a "imprensa" no geral, com 179 (32%). Do total de ocorrências, 91 partiram do ex-presidente.

Segundo Brembatti, ataques vindos de políticos buscam desqualificar o trabalho da imprensa para que a sociedade passe a enxergar o jornalismo como inimigo e, assim, pare de acreditar em reportagens com denúncias ao poder público. "A partir daí, as pessoas ditas 'comuns', que não têm um cargo público, também se julgam na condição de atacar, muitas vezes fisicamente, um jornalista que está trabalhando. Acreditamos que os números vão diminuir com um processo longo de reconstrução da imagem da imprensa e de entendimento que a imprensa tem um papel positivo", afirma.

O relatório identificou os casos por meio de relatos nas redes sociais, denúncias recebidas pela Abraji e notícias publicadas na própria imprensa.

Veja os números levantados pelo relatório:

2019: 130 casos

2020: 367 casos

2021: 453 casos

2022: 557 casos

Os principais tipos de agressão levantados pela Abraji em 2022 foram envolveram discursos estigmatizantes (xingamentos e tentativas de desqualificar o trabalho); agressões e ataques (agressão física, destruição de equipamentos, ameaças e hostilizações); restrições na internet (hackeamentos, por exemplo); processos civis e penais; restrições no acesso à informação; violência sexual; uso abusivo do poder estatal e assassinatos.

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Histórias da repressão no regime militar de 1964 no Pará são resgatadas no "Relatório Final Paulo Fontelles Filho" que será apresentado em sessão solene nesta sexta-feira, 31 de março, no auditório João Batista, na Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa), às 10 horas. O documento é formado por uma coleção de três obras, divididas em Tomos I, II e III, e apresenta distintas dimensões sobre os Direitos Humanos e a Ditadura Civil-Militar.

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O Tomo I apresenta os antecedentes históricos da Comissão Nacional da Verdade (CNV) e a luta pela criação da Comissão Estadual da Verdade do Pará (CEV-Pará). O primeiro documento também faz uma breve contextualização da política paraense.

Já o Tomo II contempla a imprensa paraense na ditadura. Enquanto o Tomo III é composto por um capítulo que trata de Ditadura e Gênero, relacionado ao debate sobre Justiça de Transição (situação atual, sugestões para efetivação nacional, repercussões no Estado do Pará e as recomendações).

Segundo o deputado estadual Carlos Bordalo (PT), presidente da Comissão de Direitos Humanos e Defesa do Consumidor da Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa), a Comissão Estadual da Verdade foi instalada a partir de lei estadual enviada pelo Executivo. “Ela foi designada legalmente para investigar e levantar o contexto do regime militar em território paraense e seus significados para a construção e formação democrática no exercício da cidadania paraense”, explica o parlamentar.

A Comissão, que foi instalada em 1° de setembro de 2014, desenvolveu investigações em três frentes. Foram as Comissões Estaduais da Verdade do Jornalista, da Universidade Federal do Pará (UFPA) e Camponesa.

“Ela desenvolveu atividades que foram desde oitivas (que são atos extrajudiciais em que testemunhas e acusados são ouvidos sem a presença de advogado) com ex-governadores, ex-deputados, como também líderes sindicais cassados no período da ditadura, com torturados políticos do período da ditadura. Foram também levantadas informações da imprensa do período”, diz Carlos Bordalo sobre a Comissão.

Vítimas do regime

As informações investigadas pela CEV-Pará estão reunidas nos três volumes do Relatório Final da Comissão da Verdade e Memória do Estado do Pará. Esse é o último documento oficial que narra, com detalhado registro documental, as graves violações aos direitos humanos cometidas durante o regime militar na Amazônia paraense.

Histórias como a de Virgílio do Sacramento, liderança rural assassinada nos anos 80, do escritor e jornalista Benedito Monteiro, das ex-presas políticas Isa Cunha e Hecilda Veiga e o assassinato do deputado estadual João Batista estão entre os casos violentos do período que constam na obra.

A data escolhida para o lançamento do Relatório marca os 59 anos do golpe militar de 1964. Para além do dia do evento, o título também carrega grande significado. “O ativista político Paulo Fonteles Filho (morto em 2017) junto com o doutor Egídio Sales Filho, que também já faleceu, foram os dois expoentes maiores da mobilização e da construção do projeto da Comissão Estadual da Verdade”, explica o deputado Bordalo.

“Homenagear Paulo Fonteles Filho é homenagear esse esforço, mas também a tradição, a luta deste ativista e do seu pai Paulo Fonteles”, continua o parlamentar. O pai do ativista que dá nome ao Relatório Final foi assassinado por pistoleiros em 1987 por conta das lutas políticas em prol dos camponeses e da reforma agrária no Pará.

Fio da História

O presidente da Comissão de Direitos Humanos explica ainda a importância de que documentos como o Relatório Final cheguem ao conhecimento da sociedade. “Cada vez que um acontecimento histórico vai se distanciando das gerações presentes é muito importante que esse fio condutor histórico seja oferecido para as gerações do presente compreenderem e entenderem os significados da história”, diz o deputado.

A publicação do documento, de acordo com Carlos Bordalo, é uma maneira de fazer com que as memórias dos chamados “Anos de Chumbo” não sejam esquecidas e evitem que propostas ditatoriais virem realidade novamente. “É fundamental que a memória e a justiça sejam constantemente relembradas para que nunca mais se repitam etapas sombrias, nebulosas”, completa o parlamentar.

O deputado ainda acrescenta a necessidade do apoio ao regime democrático. “Sem democracia não é possível construir justiça social; não é possível pensar-se num país menos desigual, no respeito aos direitos fundamentais, porque qualquer projeto que tem que se viabilizar fora da democracia é antagônico à ideia de uma sociedade plural, democrática, de uma sociedade que lida bem com a sua própria diversidade”, diz Bordalo.

A publicação do Relatório foi feita pela Imprensa Oficial do Estado do Pará (IOEPa), por meio da Editora Pública Dalcídio Jurandir, com recursos de emenda parlamentar do deputado estadual Carlos Bordalo e da ex-deputada estadual Marinor Brito. Os 300 exemplares impressos serão enviados com prioridade para as Bibliotecas Públicas do Estado e para outras de referência nacional. A obra estará disponível na íntegra, para o público em geral, no site do Poder Legislativo do Estado e da Sociedade Paraense de Direitos Humanos.

Por Maria Clara Passos, Victor Sampaio e Beatriz Rodrigues (sob a supervisão do editor prof. Antonio Carlos Pimentel).

 

 

Um relatório apresentado durante os trabalhos de transição do governo federal em dezembro passado indica que 35 estudantes e professores tinham sido mortos em ataques a escolas no Brasil desde o início dos anos 2000. Antes disso, não há relatos de casos de violência em escolas no País.

Segundo o documento, os ataques praticados por alunos e ex-alunos "são normalmente associados ao bullying e situações prolongadas de exposição a processos violentos, incluindo negligências familiares, autoritarismo parental e conteúdo disseminado em redes sociais e aplicativos de trocas de mensagem".

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Nesta segunda-feira, 27, houve mais uma morte: a da professora Elizabeth Tenreiro, de 71 anos, esfaqueada por um aluno de 13 anos de uma escola estadual da Vila Sônia, na zona oeste de São Paulo. Outros três docentes e um estudante também foram machucados e o garoto, apreendido. A motivação ainda é investigada.

O documento afirma que os profissionais da educação precisam ser formados para identificar alterações de comportamento dos jovens e fatores psicológicos. Cita ainda que é preciso ficar atento a "interesse incomum por assuntos violentos e atitudes violentas, recusa de falar com professoras e gestoras mulheres, agressividade e uso de expressões discriminatórias, e exaltação a ataques em ambientes educacionais ou religiosos".

Além disso, "é imprescindível um trabalho pedagógico em educação crítica da mídia e de combate à desinformação" e a presença permanente de psicólogos nas escolas, o que não é comum nas redes públicas.

A tabulação dos casos indica que, desde o início do ano 2000 até 2022, houve 16 ataques a escola no Brasil, quatro deles no segundo semestre do ano passado. Além das 35 mortes, foram 72 feridos.

Nos Estados Unidos, onde o número de casos é o maior do mundo, foram 554 vítimas ao todo, 185 mortos e 369 feridos em ataques violentos à escolas. O relatório cita números tabulados pelo jornal The Washington Post até maio de 2022, que contabiliza 331 escolas atacadas e 311 mil crianças em idade escolar afetadas pelos tiroteios ou expostas a violência armada no país.

"Formulamos um caminho na transição, que pode ser aprimorado, mas algo precisa ser feito com urgência. Confesso que me preocupa a letargia dos governos municipais, estaduais e federal com o tema. As escolas precisam ser seguras e respeitadas", diz o professor da Universidade de São Paulo (USP) e um dos coordenadores do grupo de Educação na transição, Daniel Cara.

O ministro da Educação, Camilo Santana, disse acompanhar o caso com "consternação", manifestou solidariedade e disse que o ministério está à disposição das autoridades locais para colaborar. Procurado, o Ministério da Educação (MEC) informou que desde o inicio do governo, está trabalhando no desenho de uma política de melhoria do clima e da convivência escolar e de fortalecimento de ações intersetoriais para o diagnóstico e tratamento das questões relacionadas à violência.

O relatório intitulado relaciona a alta de casos de violência em escolas ao "processo de cooptação pela extrema direita" em "interações virtuais, em que o adolescente ou jovem é exposto com frequência ao conteúdo extremista difundido em aplicativos de mensagem, jogos, fóruns de discussão e redes sociais".

Em vários dos casos de violência, há associação com símbolos neonazistas, que aparecem com cada vez mais frequência em escolas e universidades. Em Aracruz (ES), onde três professoras e uma aluna morreram no ano passado, o atirador usava uma suástica. Sobre o ataque desta segunda na Vila Sônia, ainda não se sabe se houve inspiração desse tipo.

Entre os meios de cooptação, conforme o relatório, estão o "uso de jogos online como Roblox, Fortnite, Minecraft; uso de imagens de ataques e compartilhamento de manifestos de atiradores como método de propaganda."

Segundo os especialistas que participaram do grupo, a inclusão nas escolas de artefatos de segurança, como catracas, detectores de metais, dispositivos de identificação facial e seguranças armados "não vão enfrentar o impacto do ultrarreacionarismo extremista nos jovens e, pelo contrário, tende a aumentar as ameaças, pois afetará clima escolar - tornando-o potencialmente mais insalubre".

"No que se refere ao âmbito da escola, é preciso garantir que esta seja espaço de liberdade, criação, criatividade e criticidade", diz o documento. "Um ambiente escolar conflitivo não será o melhor caminho para combater nenhum tipo de violência", completa o documento.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) lamentou o ataque nas redes sociais. "Não tenho palavras para expressar minha tristeza com a notícia do ataque", disse ele, que afirmou ainda concentrar esforços para dar atendimento às vítimas e às famílias.

Segundo especialistas ouvidos pelo Estadão no ano passado, o aumento da circulação de armas, acelerado pela política de facilitação de acesso à posse e ao porte na gestão Jair Bolsonaro, também contribui para esse cenário.

Uma empresa com sede na Flórida, nos Estados Unidos, foi contratada pela Força Aérea Brasileira (FAB) para fornecer desde equipamentos de computação até livros e bolas de futebol aos militares. Entre 2018 e 2022, a Aeronáutica gastou R$ 134 milhões para comprar 56 tipos de itens da mesma companhia. Os desembolsos foram realizados a partir da representação da FAB em Washington. O escritório fez uma sequência de pagamentos quase diários à empresa ao longo de cinco anos, o chamou a atenção de órgãos de fiscalização.

As informações estão em relatório de auditoria preliminar do Tribunal de Contas da União (TCU) ao qual o Estadão teve acesso. O nome da empresa não é citado, mas o caso aparece como exemplo para demonstrar a necessidade de fiscalização sobre R$19,048 bilhões gastos por escritórios do Exército, da Marinha e da Aeronáutica no exterior entre 2018 e 2022.

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A variedade de itens comprados pela Aeronáutica junto à mesma empresa ligou o alerta dos auditores porque a prática destoa do que seria possível negociar "em um mercado extremamente competitivo como o norte-americano". Para os técnicos, trata-se de "situação bastante peculiar".

Na reta final do governo de Jair Bolsonaro (PL), Exército,Marinha e Aeronáutica impuseram barreiras ao envio de dados solicitados pelo TCU.O relatório aponta que as Forças Armadas têm criado dificuldades para a auditoria.

Um vaivém de pedidos, negativas e justificativas se arrasta desde o início de 2022. Para negar acesso aos dados, as Forças alegam, entre outras coisas, que as informações solicitadas pelo tribunal esbarram em projetos sensíveis para a segurança nacional.

No entanto, além de o TCU ter competência para acessar tais informações e já as ter obtido em anos anteriores, a fiscalização visa as compras ordinárias, ou seja, as despesas do dia a dia.

O presidente do TCU, ministro Bruno Dantas, autorizou a viagem de auditores a Washington para uma fiscalização presencial nas compras feitas pelas Forças Armadas. A informação foi publicada no fim de semana pela Folha de S.Paulo, e confirmada pelo Estadão.

Com a resistência dos militares, a Corte não consegue avançar com as "análises sobre situações incomuns de alto risco já identificadas" entre as despesas realizadas no estrangeiro. Os militares não abriram os sistemas e informações que dariam aos auditores acesso a bancos de dados que detalham, por exemplo, dinâmicas das licitações e fornecedores participantes das disputas.

"É importante registrar que se pretende acessar dados que nas contratações realizadas no Brasil são públicos", diz a área técnica do TCU em relatório obtido pelo Estadão. "Pretende-se acessar dados que, nos termos da Lei de Acesso à Informação (LAI), são considerados públicos e objeto de transparência ativa, ou seja, deveriam estar disponíveis a qualquer interessado, e não apenas aos órgãos de controle."

Em um dos episódios da resistência dos militares, a Aeronáutica insistiu para que fossem indicados os "tipos de dados" buscados pelos auditores no sistema interno, mas sem que os técnicos tivessem conhecimento dos dados produzidos.

"Observa-se uma tentativa de inversão de papéis entre órgão fiscalizador e órgão auditado. Em vez de a equipe de auditoria selecionar e obter os dados de interesse para a fiscalização com base no conhecimento do objeto auditado, é o órgão auditado quem está se colocando para fazê-lo", frisa o relatório.

As dificuldades criadas pelas Forças Armadas chegaram ao plenário do TCU.No início do mês, pedidos da área técnica do tribunal para imposição de prazos começaram a ser analisados.

O ministro Jorge Oliveira, da Corte, pediu adiamento pelo prazo de 60 dias alegando estar em contato com a Defesa para "ajustes possíveis" que atendam aos interesses da fiscalização e "das particularidades que envolvem as questões militares". Oliveira foi indicado ao tribunal pelo então presidente Jair Bolsonaro.

O relator do caso, ministro Weder Oliveira, apelou para que o colega de plenário devolva o processo em menos de dois meses.

"Se fosse possível trazer o processo antes, seria importante. Essa discussão que foi feita intensamente, com toda diligência, reuniões e até alguns procedimentos inéditos para garantir que tudo o que o tribunal fez estava dentro da adequação, da razoabilidade, sem nenhum excesso, foi feito dentro desse processo ao longo de um ano", afirmou."E a auditoria está de certo modo se ressentindo desses dados para ter a evolução necessária."

O Brasil tem cinco representações militares no exterior. Exército, Marinha e Aeronáutica têm postos em Washington. Marinha e Aeronáutica ainda contam com escritórios em Londres. Esses órgãos podem fazer aquisições de produtos e serviços tanto para as bases em outros países quanto para instalações dentro do Brasil.

São estruturas que demandam serviços de limpeza e manutenção e também firmam contratos para serviços de advocacia, materiais de escritório,internet, tradução de documentos, alimentação e aluguel de carros.A comissão do Exército nos Estados Unidos, por exemplo, tem instalações em três endereços diferentes.

Outro lado

Em nota, o Exército informou que tem "envidado todos os esforços para atender plenamente" às demandas do TCU, mobilizando "pessoal e tempo de diferentes setores". Disse ainda que já forneceu "centenas de processos no exterior" sem violar a "responsabilidade na proteção de dados sensíveis afetos à Segurança e à Defesa Nacional".

"Ressalta-se,ainda, no contexto da auditoria, que a Instituição abriu as portas para a equipe do TCU visitar in loco o sistema de controle de compras no exterior, gerenciado a partir das instalações do Quartel-General em Brasília, bem como conhecer e visitar os trabalhos da Comissão do Exército Brasileiro em Washington, em 2022", diz o comunicado. O Ministério da Defesa, a Marinha e a Aeronáutica não se manifestaram.

Comida com odor nauseante, surto de dermatites e tuberculose, relatos de tortura física e psicológica são questões consideradas graves identificadas por peritos do Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (MNPCT) nas unidades prisionais do Rio Grande do Norte.

Entre os dias 21 e 25 de novembro de 2022, eles vistoriaram a Cadeia Pública de Ceará-Mirim e o Complexo Prisional de Alcaçuz, ambos na Grande Natal, ouvindo presos e levantando informações que culminaram em um relatório que será apresentado às autoridades no início da próxima semana.

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"As principais questões encontradas em ambas as unidades foram: problemas de alimentação, desassistência à saúde e tortura. Não é só uma alimentação precária, mas é uma alimentação inexistente muitas vezes. A partir do momento em que se entrega uma alimentação estragada e imprópria para o consumo, não se tem uma alimentação. Se percebe, nitidamente, o emagrecimento da pessoa encarcerada pela ausência da alimentação", relata Bárbara Coloniese, perita do MNPCT, que vistoriou as prisões potiguares em janeiro de 2017, ano da maior rebelião da história do sistema penitenciário potiguar que culminou com a decapitação e esquartejamento de 27 presos ligados ao Sindicato do Crime (SDC) no Complexo Prisional de Alcaçuz, e em novembro do ano passado.

As condições da custódia estão entre os motivos apontados em comunicados divulgados pelo Sindicato do Crime para a série de ataques a que o Estado assiste nesta semana. Os crimes coordenados, que incluem incêndio de veículos e disparos contra sedes da polícia e do Judiciário, chegaram a dezenas de cidades potiguares, causando medo à população e afetando a prestação de serviços públicos. O assassinato de um comerciante na capital na quarta-feira, 15, tem relação com os ataques, segundo a polícia local.

Segundo Coloniese, há uma sistemática violação de direitos nas carceragens do Estado, como a desassistência à saúde como um todo. "Nós fizemos a verificação in loco da chegada, o acompanhamento de todo o processo até a entrega (da alimentação ao preso) e, realmente muitas dessas alimentações já chegam impróprias para o consumo com cheiro de azedo. Mesmo com uma máscara muito potente em relação à prevenção contra a covid-19 foi possível sentir o cheiro azedo, nauseante daquela alimentação completamente imprópria para o consumo. Eles (os presos) ficam com uma alimentação bem precária", frisa a perita.

Para ela, esse é apenas um dos pontos graves em relação à desestrutura encontrada pelos peritos nas prisões visitadas.

Seis anos depois do que ficou conhecido como "massacre de Alcaçuz", provocado pela disputa de poder entre duas facções criminosas, o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Sindicato do Crime, Coloniese afirma que nada mudou. Ao contrário, piorou. Ela faz essa afirmação alegando que as imagens feitas pelos peritos comprovam o cenário.

"De 2017 para 2022 não existiram mudanças. O cenário é ainda mais recrudescido. O emprego da violência é muito forte. A forma de funcionamento desse sistema prisional se baseia na prática sistemática de tortura física e psicológica. Desde que fomos ao Rio Grande do Norte, estamos tentando reuniões institucionais com o Tribunal de Justiça, com o Ministério Público, com a governadora, mas ainda sem êxito. Nós ficamos alarmados com a situação do sistema prisional com muita tortura, violência e violação de direitos. Nós tentamos fazer alertas às autoridades, mas até o momento não conseguimos ter diálogo. Continuamos à disposição para expor as questões e mudar esse cenário com a garantia de direitos fundamentais conforme consta na Lei de Execuções Penais", ressalta.

De 2017 para 2022 não existiram mudanças. O cenário é ainda mais recrudescido. O emprego da violência é muito forte

Bárbara Coloniese, perita do MNPCT

Assistência à saúde

Bárbara Coloniese define como chocante a ausência de profissionais de saúde próprios no quadro da Secretaria de Estado da Administração Penitenciária (SEAP) e denuncia que, caso algum preso tenha uma indisposição com um policial penal ou vice-versa, seu atendimento médico é negligenciado, de acordo com os relatos colhidos. Nas celas de Ceará-Mirim e Alcaçuz, ela disse que há um número assustador de apenados com dermatites diversas, tuberculose, entre outras doenças infectocontagiosas.

"Nunca tínhamos visto tantas pessoas com tuberculose. Durante as entrevistas, vimos pessoas escarrando sangue. Foi uma cena bastante alarmante. Há uma falta de medicação. Há uma desassistência na área da saúde. As celas são superlotadas e insalubres. Os presos só acessam água, que não é potável, três vezes ao dia durante 30 minutos às 7h, 12h e 17h. Eles não conseguem suprir as necessidades em algo básico que é o acesso à água", denuncia a perita.

Além disso, ela aponta que a triagem dos presos que necessitam de atendimento médico é feita de forma aleatória pelos próprios policiais penais. "Eles não têm capacidade técnica para fazer isso. Quem deve fazer isso são os profissionais de saúde entre as pessoas custodiadas para saber quais são seus problemas de saúde. São essas pessoas que têm o conhecimento técnico. Isso também gera uma enorme subjetividade nessa seleção, nessa triagem para atendimento. Se um policial penal tem um problema com determinada pessoa, ela nunca será atendida. Há, também, uma descontinuidade no atendimento", diz.

Coloniese afirma que, hoje, os atendimentos são feitos por profissionais de saúde cedidos pela Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap/RN) em um número aquém do necessário, o que gera descontinuidade do tratamento, na maioria dos casos.

Outra questão que envolve a saúde do preso que será descrita no documento do MNPCT diz respeito à ausência de kits de higiene pessoal entregues pelo Estado aos presos. "Isso viola a Lei de Execuções Penais. As famílias se tornam responsáveis por levar esses aportes de kits de higiene e limpeza, o que é um absurdo. As pessoas que têm famílias sem condições de realizar esses aportes, ficam completamente desassistidas".

Tortura

O MNCPT aponta que há uma enorme fragilidade para investigar denúncias de tortura nas cadeias potiguares. Desde 2017, quando a Força-Tática de Intervenção Penitenciária (FTIP) foi enviada pelo Ministério da Justiça para controlar a rebelião em Alcaçuz, novos meios de contenção de presos, considerados violentos, foram implementados.

"Desde que a FTIP passou pelo Rio Grande do Norte, em 2017, foi implementado o 'procedimento'. A partir do treinamento dos policiais penais para viverem uma rotina como se estivessem em um momento de crise, há uma rigidez enorme e injustificada. O tempo todo, as pessoas detidas estão em 'procedimento'. A partir do comando de voz 'procedimento', as pessoas presas precisam correr, independente do que estejam fazendo, devem ir pro chão, se enfileirar e entrelaçar as mãos na cabeça sem fazer barulho, até que um novo comando de voz os manda sair daquela posição. Isso pode demorar muito e acontece nas quadras, durante o banho de sol. Elas ficam queimadas", destaca Coloniese.

Ela ressalta que a posição na qual são obrigados a ficar por intervalos de tempo variados, causa estresse e dor. Imagens que ilustram o documento do MNCPT mostram presos queimados pelo sol, machucados e com limitações físicas supostamente provocadas pelas ações truculentas dos policiais penais.

"É um absurdo o emprego desse procedimento de uma forma sistemática e isso gera muita tortura psicológica, além de física. Nós conversamos com os presos, para colher os relatos, e explicamos que eles poderiam ficar em posição de relaxamento e quando eles escutavam alguns passos ou barulhos, corriam e se colocavam em posição de procedimento. Há um trauma muito grande em relação a isso e muitos tremiam. Se o preso sai da posição do procedimento, ele é atingido por spray de pimenta e balas de borracha. Nós temos fotos que comprovam isso. Eles têm essa narrativa e as marcas físicas para comprovar", diz a perita.

Conforme a antropóloga da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) Juliana Melo, que estuda sistemas carcerários na região há mais de dez anos, o massacre de 2017 resultou na implementação de uma política disciplinar ainda mais "dura" dentro dos presídios do Estado, limitando a entrada de alimentos e de visitas íntimas.

"Esse regime tem características de regime disciplinar para quem está preso em regimes federais, mas sem estar em uma prisão federal. Então, há celas superlotadas e torturas sistemáticas", disse. Ela relata que as restrições adotadas após a pandemia dificultaram o acompanhamento dessas medidas por pesquisadores e outras entidades da sociedade civil.

A situação cercerária, segundo a pesquisadora, se tornou uma "bomba-relógio", e seria um dos principais panos de fundo do caos que se vê hoje no Estado. "As autoridades do Rio Grande do Norte dizem que isso não é sistemático, que se usa a bala de borracha só em algumas situações, por exemplo, mas isso é sistemático, vem sendo denunciado ao longo dos anos. É sabido que isso acontece, está lá dentro, e os presos simplesmente não suportam mais."

Governo diz tomar providências

Em entrevista coletiva, o titular da Secretaria de Estado da Administração Penitenciária (Seap), Helton Edi Xavier da Silva, informou que ainda não recebeu o relatório.

"No final do ano passado, houve essa visita e houve uma reunião do Mecanismo com o Governo do Estado, assim como o CNJ, onde foram apresentadas algumas questões. Desde então, a gente vem conduzindo o fato, tomando as providências que a gente achou pertinente diante daquelas primeiras informações, bem como informando às instituições que têm parte nisso. O Ministério Público com as investigações, a Justiça, a Polícia Civil... Desde então, a gente vem adotando essas providências", comenta o secretário.

No final do ano passado, após as vistorias, os peritos do MNCPT foram recebidos pelo então vice-governador, Antenor Roberto. (COLABOROU ÍTALO LO RE)

Documento produzido durante a transição e até agora mantido restrito responsabiliza as Forças Armadas pela ausência de transparência no governo federal na gestão de Jair Bolsonaro (PL). Foram mapeados casos de reiterado descumprimento da Lei de Acesso à Informação (LAI). De contratos a notas fiscais, passando por informações sobre a vida funcional de oficiais, os militares se negaram a tornar públicos documentos requeridos por cidadãos entre 2019 e 2022.

"Houve significativo retrocesso no cumprimento da LAI pelas Forças Armadas durante o governo Bolsonaro. Questões básicas como contratos, notas fiscais e relatórios de licitação são denegadas sob argumentos muito questionáveis, algumas vezes fundamentadas em portarias internas que não poderiam ou não deveriam se sobrepor à lei de acesso", diz o documento.

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O relatório foi produzido pelo grupo técnico da Transparência, Integridade e Controle e obtido pelo Estadão por meio da LAI. As críticas à atuação das Forças Armadas foram omitidas do relatório geral, único documento oficial divulgado pela equipe de transição em dezembro passado.

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva tenta distensionar a relação com os militares. O petista trocou o comandante do Exército, e o ministro da Defesa, José Múcio, atua para vencer resistências ao PT na caserna. Ao liberar o acesso ao relatório, a Controladoria-Geral da União informou que o documento não expressa necessariamente a opinião do órgão.

O grupo técnico da Transparência foi chefiado pelo atual ministro da Advocacia-Geral da União, Jorge Messias. O relatório afirma que "autoridades burocráticas" do governo Bolsonaro conseguiram "encurtar em muito o potencial da política de transparência pública". E aponta "forte tendência de sempre ou quase sempre se considerar 'pessoais' informações sobre integrantes do Exército que não seriam pessoais para servidores civis".

Dados

Como exemplos, o documento relata que o Exército negou acesso a notas fiscais de compras públicas, documentos de pregões eletrônicos e salários de servidores. Critica também o sigilo de cem anos imposto ao processo do Exército sobre o general Eduardo Pazuello. Esse sigilo foi revogado pelo atual governo.

Em nota, a Marinha informou que "cumpre rigorosamente" a LAI" e reiterou o "propósito no cumprimento aos preceitos legais". A Aeronáutica disse que "eventuais informações podem ser preservadas, sempre com fundamento na legislação". O Exército afirmou que os pedidos negados têm amparo legal e que mantém "compromisso com a transparência pública".

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A taxa de mortalidade materna dos Estados Unidos subiu em 2021, o segundo ano da pandemia de covid-19, indica um relatório publicado nesta quinta-feira (16), segundo o qual as mulheres negras têm o dobro de chances de morrer que as brancas.

Um total de 1.205 mulheres morreu no país durante a gravidez ou pouco depois de dar à luz em 2021, em comparação com 861 em 2020 e 754 em 2019, informou o Centro Nacional de Estatísticas de Saúde (NCHS, na sigla em inglês).

A taxa de mortalidade materna americana é a mais alta entre as nações de alta renda e o número de mortes em 2021 foi o maior desde meados da década de 1960.

Em 2021, houve 32,9 mortes maternas por cada 100 mil nascimentos vivos, enquanto 2020 teve 23,8 a cada 100 mil e 2019, 20,1 por 100 mil, conforme detalhado pelo NCHS.

Entre as mulheres negras, a taxa de mortalidade materna em 2021 ficou em 69,9 mortes a cada 100 mil nascimentos vivos, 2,6 vezes maior do que a das mulheres brancas, que foi de 26,6 por 100 mil.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) define mortalidade materna como a morte durante a gestação ou dentro de 42 dias após o parto por qualquer causa relacionada ou agravada pela gravidez ou seu manejo.

O relatório do NCHS não forneceu nenhuma razão para o aumento das mortes maternas em 2021 ou a disparidade entre mulheres negras e brancas.

No entanto, especialistas médicos disseram que a pandemia de covid-19 foi um fator significativo, junto com as condições socioeconômicas e as deficiências no acesso a cuidados pré e pós-natal de qualidade para muitas mulheres negras.

"A pandemia de covid-19 teve um efeito dramático e trágico nas taxas de mortalidade materna, mas não podemos permitir que esse fato obscureça que já havia e ainda há uma crise de mortalidade materna", disse Iffath Abbasi Hoskins, presidente do Colégio de Obstetras e Ginecologistas dos EUA.

A eliminação das "desigualdades de saúde raciais" deve ser uma das principais prioridades de saúde pública, afirmou Hoskins em nota.

"As pessoas negras grávidas e em pós-parto continuam representando uma quantidade desproporcional de mortes maternas a taxas crescentes e alarmantes", acrescentou. "Essa tendência precisa ser interrompida."

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O Sindicato dos Jornalistas do Pará (Sinjor), em parceria com a Comissão de Defesa da Liberdade de Expressão da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB Pará), lançou o primeiro Relatório de Violência contra Jornalistas e a Liberdade de Imprensa no Pará, na UNAMA - Universidade da Amazônia, em Belém, na noite da última quinta-feira (2). O evento também foi transmitido via internet pelas redes do sindicato.

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De acordo com os dados apresentados no relatório, em 2022 foram registradas 21 situações de violência contra os profissionais da categoria no Pará, colocando o Estado como o terceiro no ranking brasileiro e o mais violento da Amazônia legal. Já em todo o Brasil, foram 376 ocorrências.

O repórter cinematográfico Sandro André Ferreira, de 49 anos, foi uma das vítimas da violência contra os profissionais da imprensa, no município de Tucuruí, no sudeste paraense, em dezembro de 2022. Ele tem um canal de notícias no YouTube, e ao fazer uma reportagem sobre o não funcionamento dos postos de saúde da cidade foi agredido por um assessor do prefeito e teve seus equipamentos de trabalho, como câmera e tripé, recolhidos.

Ao tentar fugir da situação, Sandro entrou em um veículo e sofreu perseguição. Durante a fuga, o carro foi trancado em frente uma oficina mecânica e novamente o profissional foi agredido, dessa vez pelo próprio prefeito do município, Alexandre Siqueira, que ordenou aos seguranças que segurassem os braços do repórter e o atingiu com um soco no olho e outro no pescoço. Veja, aqui, nota de repúdio da Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas).

“Esse evento é muito importante, ele nos traz a sensação de respaldo. Depois das agressões aconteceu algo inusitado comigo, passei de vítima a acusado, porque o prefeito abriu um boletim de ocorrência alegando que eu estava rodeando a casa dele, mas tive o apoio do sindicato e da OAB”, relatou Sandro.

Enfrentamento

O presidente do Sinjor-PA, Vito Gemaque, ressaltou a relevância do evento para o Estado. “Sem informação a gente não pode mudar a realidade. No momento em que estamos apresentando esse primeiro relatório diversas autoridades terão a noção da gravidade do problema no nosso Estado. Tendo essa noção podemos criar políticas públicas”, destacou.

Durante o lançamento do Relatório, Gemaque ainda enfatizou que a iniciativa também é uma forma de conscientizar a sociedade de que o trabalho da imprensa é essencial para que as pessoas possam se informar com credibilidade e espantar as fake news. “A gente espera abrir pontes. Nós já temos um diálogo muito bom com a Comissão de Liberdade de Imprensa da OAB, e o contato com alguns parlamentares e representantes de órgãos também. Nesse sentido, queremos formar mais e mais parcerias e criar ações para enfrentar e fazer com que o Estado do Pará seja um exemplo para o Brasil a respeito da segurança da imprensa”, detalhou.

O relatório estadual será divulgado para toda a sociedade. Primeiro do Pará, esse tipo de estudo já é realizado nacionalmente por algumas instituições e entidades que acompanham a violência contra jornalistas. “Nunca teve um trabalho local dos sindicatos mostrando a realidade dos estados, porque há diferenças. Por este motivo, o relatório estará disponível para que qualquer pessoa, estudante, pesquisador, órgãos de segurança e a sociedade em geral possam ter acesso. A disseminação da informação vai beneficiar a nós jornalistas e sensibilizar a população”, observou.

Questão endêmica

Para Mauro Vaz Júnior, presidente da Comissão de Liberdade de Imprensa da OAB-PA, a publicidade ajuda a proteger a categoria. “Nós estreitamos muito a relação entre a OAB, o Sinjor, a Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) e a Fenaj, para que juntos consigamos compor barreiras para essa questão, que é endêmica e crônica aos profissionais de imprensa, que é realizada muitas vezes por agentes políticos, sendo um elemento muito característico da nossa região”, pontuou.

Vaz ainda detalhou como funciona a parceria entre as instituições. “Quando há uma agressão, nós já temos um canal direto de comunicação interna nosso e já temos alguns procedimentos adotados e um repertorio de ações jurídicas e métodos de como agir perante a administração pública para que o profissional agredido tenha todo o amparo”, frisou.

Para a universitária Fernanda Cabral, 18 anos, aluna do 5º período do curso de Publicidade e propaganda da UNAMA, é muito importante mostrar para a sociedade esses dados. “Mesmo que pareçam ser pequenos para a maioria, mas para nós, profissionais de comunicação, os dados  são alarmantes e mostram que a gente, ao sair de casa para entregar a notícia e fazer o nosso trabalho, corre riscos. Precisamos preservar a comunicação para preservar a democracia”, comentou.  

O coordenador do curso de Comunicação Social da UNAMA, Hans Costa, declarou que foi um prazer a universidade receber um evento que discute a liberdade de imprensa na Amazônia e que ajuda a elucidar, publicizar as informações e propor soluções para que casos de violência não se repitam.  

“O objetivo desse evento é pensar em soluções para que a liberdade de imprensa não seja cerceada em nenhum tipo de situação. Ao apresentar esses dados é importante a gente mostrar para a sociedade o quanto o jornalista acaba sofrendo violência durante o exercício da sua profissão e também que no período de eleições o quanto foi violento o exercer o trabalho jornalístico”, observou.

Durante a programação, cópias do Relatório foram distribuídas para representante de algumas entidades. Para ter acesso ao documento, basta entrar em contato com o sindicato pelas redes sociais (@sinjorpaou via aplicativo de mensagem e solicitar o Relatório, que será encaminhamento para o e-mail do solicitante. 

Por Suellen Santos (sob a supervisão do editor prof. Antonio Carlos Pimentel).

 

Em relatório divulgado nesta terça (31), a ONG Transparência Internacional aponta que o Brasil não evoluiu no combate à corrupção nos últimos dois anos, ficando com os mesmos 38 pontos no Índice de Percepção da Corrupção (IPC), indicador que avalia 180 países. Nos últimos dez anos, o País regrediu 25 posições no ranking e registra pontuação semelhante à de países como Argentina, Indonésia, Lesoto e Turquia.

"A série histórica do IPC mostra que o Brasil teve uma década perdida no combate à corrupção", diz a organização em nota. "O resultado reflete o desmanche acelerado dos marcos legais e institucionais anticorrupção que o País havia levado décadas para construir."

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Este é o terceiro pior resultado no período. Em 2012, o Brasil marcou 43 pontos e ocupava a 69.ª posição. A nota do último levantamento (38) coloca o País abaixo da média global (43), do Brics (39), da América Latina e Caribe (43) e da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (66).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio de Almeida, disse nesta sexta-feira (27) que a pasta vai entregar um relatório detalhado sobre a situação dos yanomamis para organismos internacionais. Segundo o ministro, as informações também servirão para basear as decisões do governo brasileiro para dar assistência aos indígenas. As declarações do ministro foram dadas após reunião com a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber.

O ministro explicou que a pasta tem conexões com as entidades internacionais e a politica de diretos humanos é baseada em tratados internacionais. Na avaliação do ministro, os fatos podem levar à condenação internacional do país.

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“Se houver elementos que possam, no momento adequado, levar a essa conclusão [responsabilização do governo Bolsonaro] pelas autoridades responsáveis pela apuração, pode acontecer. O Brasil tem outras condenações no âmbito internacional. O Brasil precisa mudar a postura”, afirmou.

Sobre a investigação do STF envolvendo a suspeita de envio de informações falsas à Corte sobre a situação da população indígena yanomami, Almeida disse que o caso também é avaliado pela pasta. “Vamos apurar isso e o ministério vai fornecer todas as informações necessárias”, disse.

O ministério já identificou que notas técnicas produzidas no governo anterior opinaram contrariamente a um projeto de lei para levar leitos de UTIs, medicamentos, vacinas e alimentação aos indígenas.

A crise que afeta as comunidades da Terra Indígena Yanomami levou o governo federal a decretar Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional para combater a desassistência sanitária dos povos que vivem na região. A portaria foi publicada na noite do dia 20 em edição extra do Diário Oficial da União. No sábado (21), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ministros de Estado visitaram Roraima para acompanhar a situação dos indígenas.

O interventor federal na segurança do Distrito Federal, Ricardo Cappelli, disse que o então secretário de segurança pública, Anderson Torres, sabia sobre a ameaça de invasão aos três Poderes que ocorreu no dia 8 de janeiro em Brasília. O relatório com essas informações foi entregue a Torres no dia 6, mesmo dia em que ele viajou para os EUA. O interventor falou com jornalistas nesta sexta-feira, 27, para apresentar os principais pontos do relatório sobre os atos golpistas.

De acordo com Cappelli, o relatório do dia 6 informava que havia uma manifestação "pela tomada do poder" que previa a invasão aos prédios públicos. "Ali está descrito tudo que poderia acontecer. Está documentado, não faltou informação", afirmou.

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O interventor disse que a detecção das ameaças deveria ter se desdobrado em plano operacional e ordem de serviço, o que não ocorreu. "Batalhões importantes não foram sequer acionados", disse Cappelli. Ele ainda informou que nove comandantes desses batalhões estavam de férias ou de licença no dia 8.

Cappelli disse que não houve conivência na atuação do ex-comandante da Polícia Militar Fábio Augusto Vieira, preso por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Ele teria atuado desde o início da manhã no campo de operações e tentou mobilizar as tropas, segundo o interventor, mas seus apelos e ordens não foram atendidos. Segundo Cappelli, esse fato revela um problema de hierarquia e disciplina nas forças militares. "Na hora que a polícia é politizada pelo poder público, quem assume o comando tem sua capacidade de comandar seriamente atingida", afirmou.

O II Relatório sobre Intolerância Religiosa: Brasil, América Latina e Caribe, publicação organizada pelo Centro de Articulação de Populações Marginalizadas e pelo Observatório das Liberdades Religiosas, com apoio da Representação da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) no Brasil, aponta aumento dos casos de intolerância religiosa no país.

O levantamento foi divulgado no âmbito do Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, lembrado no sábado (21).

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Segundo dados do portal Disque 100, do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, foram registrados 477 casos de intolerância religiosa em 2019, 353 casos em 2020 e 966 casos em 2021.

Menos casos em 2020

“Observa-se que o ano de 2020 apresentou o menor número de casos de intolerância religiosa entre os anos analisados no relatório. Como hipótese para esta diminuição de casos, ressalta-se que o ano de 2020 foi marcado pela consolidação da pandemia da covid-19, fato que impôs uma série de medidas restritivas de circulação e sociabilidade que podem ter contribuído para um menor número de casos de intolerância religiosa neste período”, diz o relatório.

Os dados do estudo indicam que as religiões de matriz africana, mesmo sendo uma minoria religiosa, são as mais atingidas pela intolerância. Em 2020, foram notificados 86 casos de intolerância religiosa contra religiões de matriz africana e 244 casos em 2021.

De acordo com o relatório, os estados da Região Sudeste, mais populosos, despontam como os que apresentam o maior número de casos de intolerância religiosa, contrapondo-se aos estados das regiões Norte e Centro-Oeste, que apresentaram menor número de casos.

Denúncias não definidas

“Também cabe destacar o grande quantitativo de denúncias de intolerância religiosa classificadas como não definidas, sendo registrados 103 casos no ano de 2020 e 234 no ano de 2021. Essa categoria de dados não esclarece a qual crença religiosa pertence a vítima, limitando a interpretação dos dados e apontando para a necessidade de aperfeiçoamento do canal de denúncias Disque 100”, afirma o estudo.

Em artigo publicado no relatório, o babalawô (pai de santo) e professor doutor em História Comparada da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Ivanir dos Santos, e a professora de Direito na Universidade Cândido Mendes, no Rio, Mariana Gino, afirmam que no Brasil, na América Latina ou no Caribe, os casos dessas violações dos direitos humanos vêm crescendo “assustadoramente”.

“A intolerância religiosa e o racismo estão entranhados nas relações sociais cotidianas, culturais políticas e econômicas. E é ela, a intolerância, que vem se apresentando como um dos nossos maiores desafios contemporâneos diante das possibilidades para a promoção e o fortalecimento das tolerâncias e das equidades religiosas. Como bem podemos constatar, através das narrativas e dos fatos históricos, somos educados dentro das construções coloniais que impossibilita quaisquer construções voltadas para as diversidades e para as tolerâncias”, escrevem os pesquisadores.

O Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa foi instituído no Brasil, pela Lei Federal nº 11.635, de 27 de dezembro de 2007, depois da morte da Iyalorixá baiana e fundadora do Ilê Asé Abassá, Gildásia dos Santos e Santos, conhecida como Mãe Gilda. Ela teve a casa e o terreiro invadidos por um grupo de outra religião. Após perseguições e agressões verbais, Mãe Gilda morreu de infarto fulminante.

Cinco milhões de crianças com menos de cinco anos morreram em 2021, um "número alarmante", apesar dos avanços registrados desde o começo do século, alertaram agências da ONU nesta terça-feira (10).

“O fato de 5 milhões de menores terem morrido em 2021 antes de chegarem ao quinto aniversário é alarmante, dada a disponibilidade de conhecimento e de ações para impedir essas mortes”, aponta um relatório elaborado por várias organizações, entre elas Unicef, Organização Mundial da Saúde e Banco Mundial.

Quase metade das mortes (2,3 milhões) ocorreram no primeiro mês de vida, principalmente por complicações durante o parto ou por prematuridade. Após o primeiro mês, doenças infecciosas, principalmente pneumonia, diarreia e malária, são as principais ameaças.

O relatório destaca que essas "mortes intoleráveis" eram "amplamente evitáveis", uma vez que as crianças poderiam ter recebido um atendimento melhor durante o parto, uma alimentação melhor, vacinas ou água de melhor qualidade.

Enquanto a pandemia dificultou as campanhas de vacinação, 2 milhões de menores foram privados de vacinas essenciais em 2021 em relação a 2020, e 6 milhões a menos do que em 2019, assinala o relatório.

As agências, no entanto, veem sinais positivos. A taxa de mortalidade de menores de cinco anos caiu 50% desde 2000 e a de mortes no parto, 35%.

Em 2021, o número de bebês natimortos foi estimado em 1,9 milhão, de acordo com um segundo relatório das mesmas agências divulgado nesta terça-feira. Mas "desde 2010 é registrada uma desaceleração clara dos avanços", ressaltam as agências.

“Na ausência de medidas rápidas que permitam melhorar os serviços de saúde, as organizações internacionais preveem cerca de 59 milhões de mortes de menores e jovens até 2030, às quais se somarão 16 milhões de natimortos”, advertem.

O relatório destaca as desigualdades no mundo, com menores que não têm as mesmas chances de sobrevivência de uma região para outra. As crianças da África Subsaariana correm o maior risco de morrer antes dos 5 anos, seguidas pelas do Sudeste Asiático.

"Vontade e liderança política são indispensáveis para garantir um financiamento perene dos cuidados básicos de saúde, um dos investimentos mais úteis que os países e parceiros do desenvolvimento podem fazer", comentou Juan Pablo Uribe, do Banco Mundial.

O Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH) do Governo Bolsonaro chamou de "mentiroso" o relatório divulgado pelos grupos de trabalho da Transição. No mesmo evento em que os ministros do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foram revelados na última quinta-feira (22), a equipe disponibilizou o documento, que possui 100 páginas e reúne diagnósticos, conclusões e propostas de 32 grupos temáticos que trabalharam nas últimas semanas no Centro Cultural Banco do Brasil, em Brasília. Geraldo Alckmin (PSB), vice-presidente eleito, coordenou os grupos. 

No item Direitos Humanos, o relatório disse que houve restrição à participação social e o desmonte de políticas públicas. Também foi dito que o suposto desmonte afetou diretamente o desempenho do Disque 100, canal que recebe e apura denúncias de ferimento aos direitos humanos. 

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“Além de ter sido fragilizado pela péssima gestão contratual, o Disque 100 foi aparelhado para assediar a educadores e a estabelecimentos comerciais que exigiam certificado vacinal contra COVID-19, atendendo denúncias de sujeitos identificados com a chamada “escola sem partido” e com o negacionismo da crise sanitária recente. Toda a rede de proteção, antes acionada para dar resposta a denúncias de violações, foi desarticulada. Os dados do Disque 100, que são fonte de informações para o desenvolvimento de políticas públicas, deixaram de ser divulgados”, diz o documento. 

Em resposta, o MMFDH publicou uma tabela com as metas e os números alcançados através do canal e outras iniciativas de captação. Apesar de em muitos dos exemplos a meta não ter sido alcançada, os indicadores estratégicos se mantiveram consistentes nos últimos quatro anos. Em desempenho, os disque 100 e 180 também alcançaram seus objetivos em dois dos quatro anos. 

"Infelizmente, o conteúdo do referido relatório de transição faltou com a verdade ao caracterizar uma desarticulação da rede de proteção. A atuação da ONDH através do Disque 100 atingiu ou superou, até setembro de 2022, quase todas as metas de indicadores estratégicos pactuadas antes mesmo do final do exercício atual”, respondeu o Ministério. 

Em um outro trecho, o relatório da transição questionou o dinheiro investido nas políticas públicas para os direitos humanos, que teria sido, em 2022, de aproximadamente um terço (R$ 238 milhões) do investido em 2015. A redução foi considerada como “desprezo” pela atividade da pasta. 

Na resposta, o MMFDH disse que a interpretação da transição é “simplista” e “deslocada”, e que mostra pouco conhecimento do funcionamento dos órgãos. “Em relação à questão estritamente orçamentária, cumpre salientar que associar o volume de recursos consignados na Lei Orçamentária a um cenário de desprezo; ou demonstra inépcia, ou denota má-fé. Provavelmente os autores do referido relatório, em sua abordagem tacanha, tenham se olvidado de um dos princípios basilares da Administração Pública, consagrado no art. 37 da Constituição Federal: o princípio da eficiência”, acrescentou a pasta. 

 

 

O Ministério do Turismo divulgou uma nota na noite desta sexta-feira (23) contestando a avaliação feita no setor pela equipe de transição do governo eleito. Segundo a nota, nos últimos quatro anos, houve conquistas históricas para o setor.

Na nota foram destacas algumas destas conquistas como a isenção de vistos para quatro países estratégicos: Austrália, Estados Unidos, Canadá e Japão; a inclusão do combustível Jet-A na aviação e de impostos para leasing de aeronaves; o fim do limite do capital estrangeiro para empresas aéreas; a atração de empresas aéreas low costs; a escolha do Brasil como país sede do primeiro escritório da Organização Mundial de Turismo na América do Sul; estar com a maior temporada de cruzeiros dos últimos 10 anos na temporada 2022/2023; a redução o Imposto de Renda sobre remessas para o exterior, que afeta fortemente mais de 35 mil agências de turismo, e PIs/Cofins zerado para as empresas aéreas.

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O ministério também destacou ações para fortalecer o turismo interno, como 3.247 obras de infraestrutura turísticas entregues e 2.239 iniciadas; 129 cursos de capacitação profissional gratuitos ofertados, com 58 mil alunos qualificados; R$ 2,4 bilhões de recursos contratados como crédito ao setor; emissão de 32 mil Selos Turismo Responsável, como fomento ao retorno das viagens de forma segura no país e 2.933 municípios inscritos, atualmente, no Mapa do Turismo Brasileiro.

Segundo a nota, muitas dessas conquistas foram feitas em meio à crise resultante da pandemia da Covid-19, que resultou em severas limitações e prejuízos ao setor em todo o mundo. "Graças à rapidez do trabalho realizado pela Pasta e pelo governo federal, foi possível proteger o setor e garantir a sobrevivência de empresas e empregos. Os números crescentes da atividade em todo o Brasil refletem o esforço e o compromisso diário com o Turismo no Brasil, que está em pleno processo de recuperação, acumulando números cada vez maiores e melhores. Um exemplo disso é a expectativa de que as festas de final de ano movimentem 10 milhões de pessoas e injetem R$ 7 bilhões na economia do país."

Relatório da transição

No relacionado ao turismo do relatório final da transição, foi descrito que a "brutal descontinuidade de políticas públicas pelo governo Bolsonaro no Ministério do Turismo e na Embratur, nos últimos anos, impactou negativamente o turismo brasileiro. O legado que se recebe é de um turismo que perdeu quase todas as conquistas obtidas nas últimas duas décadas, desde a criação do Ministério do Turismo e a transformação da Embratur na instituição responsável pelo marketing, promoção e apoio à comercialização do Brasil no mercado internacional, em 2003."

O relatório destaca a questão da previsão orçamentária da pasta para 2023 e o papel que a Embratur passará a ter no novo governo. "Recomenda-se a revisão do modelo jurídico [da Embratur] e a revisão do contrato com o Sebrae, hoje a principal fonte de financiamento das ações da instituição."

Também se considera fundamental "a reconstrução da governança, com a retomada das ações do Conselho Nacional de Turismo (CNT), elaboração de um novo Plano Nacional de Turismo (PNT)
e da Política Nacional de Turismo.” 

Donald Trump não deveria poder voltar a ocupar cargos públicos após o papel que desempenhou na invasão do Capitólio, nos Estados Unidos, no ano passado, concluiu um relatório do comitê legislativo que investigou o fato.

A recomendação encabeça uma lista de propostas do documento de 845 páginas, destinado a garantir que não se repita o motim mortal pelo qual o comitê acusa o ex-presidente de orquestrar, em uma tentativa frustrada de se manter no poder após as eleições de 2020.

"Nosso país foi longe demais para permitir que um presidente derrotado se transforme em um tirano exitoso, transtornando nossas instituições democráticas (e) fomentando a violência", diz o presidente do painel, Bennie Thompson, na introdução do relatório publicado na noite de quinta-feira.

O documento recomenda legislar para que Trump e outros que "participaram da insurreição" não possam ocupar cargos públicos, "sejam federais ou estaduais, civis ou militares".

Trump anunciou que tem a intenção de se candidatar novamente para a Casa Branca em 2024.

O relatório foi a conclusão de 18 meses de trabalho dos investigadores do Congresso, que ouviram mais de 1.000 testemunhas para estabelecer a causa principal do ataque, pelo qual culparam diretamente o bilionário republicano.

O comitê - integrado por sete democratas e dois republicanos - também recomendou reformas na lei eleitoral, uma ofensiva federal aos grupos extremistas e a designação da certificação pelo Congresso das eleições presidenciais como um "evento especial de segurança nacional", como o discurso anual do Estado da União.

O partido do ex-presidente se opôs a cada passo da investigação e a mudança legislativa de janeiro, quando os republicanos terão maioria, gera dúvidas sobre a possibilidade de as recomendações serem adotadas.

Trump denuncia uma "caça às bruxas" tanto neste caso quanto em outras investigações penais e cíveis sobre suas práticas comerciais e seus esforços por anular sua derrota eleitoral no estado da Geórgia.

Em sua última reunião pública na segunda-feira, o painel recomendou ao Departamento de Justiça apresentar acusações penais contra Trump por quatro possíveis crimes: obstrução da justiça, conspiração para fraudar os Estados Unidos, declarações falsas ao governo e incitar à insurreição.

O painel começou a apresentar evidências ao procurador independente Jack Smith, que supervisiona as investigações federais sobre o papel de Trump nos distúrbios e sua gestão dos documentos governamentais sigilosos, armazenados indevidamente em sua casa na Flórida.

Faltando poucos dias para deixar o cargo de ministro da Educação, Victor Godoy, nesta quinta-feira (22), usou as redes sociais para criticar o relatório final de transição de governo sobre a atuação do Ministério da Educação (MEC). Na publicação, em formato de ‘fio’, Godoy classifica as pontuações presentes no documento como “rasas e desconexas da realidade” o que, segundo ele, “desenham o futuro preocupante da Educação no Brasil”.

Tecendo críticas ao PT, o ainda ministro afirma que o partido deixou mais da metade dos estudantes do 5º, do ensino fundamental, “sem saber ler e escrever”. De acordo com Victor Godoy isso refletiu na posição do Brasil no Programa Internacional de Avaliação de Alunos, indicativo que sempre é utilizado pelo atual governo para criticar as ações educacionais da época petista.

“O Governo PT foi quem deixou, em 2016, 55% das crianças do 3o do EF sem saber ler e escrever, que colocou o Brasil nas últimas posições do PISA em 2018 e que deixou, em 2019, 45% dos estudantes do 3o ano do EM com proficiência muito baixa ou baixa em português ou matemática”, escreveu.

Em outro trecho, o responsável pela pasta justificou a má condução do MEC durante a crise sanitária de Covid-19 à gestão do PT, pois, o partido deixou de “preparar a rede pública de ensino com tecnologia, equipamentos e formação docente para enfrentar a pandemia, condenando milhões de crianças a ficarem sem condições de manterem as atividades escolares durante o fechamento das escolas”. Vale ressaltar que tanto o antigo ministro da Educação, Milton Ribeiro, quanto Godoy foram defensores da reabertura das escolas antes mesmo de todos os profissionais da Educação e alunos estarem vacinados.

Negligenciando os atuais cortes orçamentários nas universidades públicas e institutos federais ocorridos na gestão Bolsonaro, Victor Godoy também culpabilizou o PT. “Foi o Governo do PT que deixou milhares de obras da educação básica e do ensino superior paralisadas sem recursos”, afirmou. Em 2022, universidades públicas e institutos federais foram impactados três vezes por cortes nos recursos destinados à Educação por parte do Governo Federal.

Em junho, as instituições foram impactadas por uma perda orçamentária de 7,2%. No início de outubro, foi anunciado um bloqueio de R$ 2,4 bilhões. No entanto, diante da pressão das instituições e estudantes, o valor foi liberado. O mesmo ocorreu no final de novembro, em que um novo bloqueio no orçamento das universidades públicas e institutos federais, e, mais uma vez, diante de pressão, foi revogado.

A publicação do ministro da Educação finaliza ressaltando que as políticas educacionais adotadas pelo MEC não são um retrocesso, mas, “políticas que estão transformando a alfabetização brasileira, trazendo tecnologia e inovação e recuperando os conhecimentos dos estudantes. Políticas premiadas e reconhecidas internacionalmente”, disse.

E complementa: “Espero que a educação brasileira seja conduzida por pessoas que tenham a hombridade de reconhecer os avanços e seguir no caminho da prosperidade”. Confira, a seguir, a publicação:

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O relatório final do Gabinete de Transição foi apresentado nesta quinta-feira (22), em Brasília. O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), que coordenou os trabalhos, resumiu os números e apontou que o país atravessa uma situação difícil depois do desmonte feito pelo atual governo, liderado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL). 

O documento sintetizou o trabalho de 32 grupos técnicos e traçou um diagnóstico das contas do Estado para viabilidade da manutenção dos serviços públicos e a articulação de novas propostas. Alckmin citou as áreas da Educação e da Saúde como as áreas mais prejudicadas, com a falta de repasses aos institutos federais e retorno do surto de poliomielite.  

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"Retrocesso em muitas áreas. O Governo Federal andou para trás. Então, o estado que o presidente Lula recebe é muito mais difícil e muito mais triste do que anteriormente", resumiu. 
Confira o relatório final na íntegra

O vice eleito mencionou que 93% das rodovias federais estão sem contrato de manutenção e prevenção, e mais de 14 mil obras estão paradas no país, um sinal de incompetência ao invés de austeridade, enfatizou.

Ele seguiu com críticas ao crescimento de casos de feminicídio, ao corte de 90% de recursos destinados à Cultura e à disparada de 59% do desmatamento na Amazônia nos últimos quatro anos. Alckmin ainda apontou que o Brasil deve R$ 5,5 bilhões a organismos internacionais. 

Em sua fala, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pontuou que não fará escândalo pela condição de "penúria" deixada por Jair Bolsonaro (PL) e que pretende atuar junto com a Câmara dos Deputados pela retomada do equilíbrio econômico. "O presidente preferia contar mentiras no cercadinho do que governar esse país", afirmou. 

Conforme a análise do presidente eleito, o orçamento de 2023 conta com o PIB proporcional ao de 2019. “Nós paramos no tempo e no espaço durante 4 anos”, complementou. 

A Comissão Mista de Orçamento (CMO) tem reuniões deliberativas marcadas para esta terça-feira (20), em três horários: às 10h, às 14h e às 16h. Logo antes, às 9h, haverá reunião do Colegiado de Lideranças Partidárias com assento na CMO.

O relator-geral do Orçamento de 2023 (PLN 32/2022), senador Marcelo Castro (MDB-PI), vai apresentar a versão final do seu relatório. Em sua conta no Twitter, Marcelo Castro afirmou que “decisão do Supremo, não se discute. A gente cumpre”, em referência à decisão do STF de considerar como inconstitucional as emendas de relator. Segundo o senador, “emenda de relator é assunto do passado”. Ele completou: “no orçamento, os recursos dessas emendas serão distribuídos para as emendas de Comissão, cumprindo o que foi determinado pelo STF. Vamos em frente!”.

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A Comissão também vai votar a atualização da parte que trata de obras e serviços com indícios de irregularidades graves. Ainda constam da pauta a prestação de contas dos anos de 2014 e 2015, da ex-presidente Dilma Rousseff; do ano de 2017, do ex-presidente Michel Temer; e dos anos de 2020 e 2021, do presidente Jair Bolsonaro.  TCU A Comissão ainda vai analisar uma série de prestações de contas do Tribunal de Contas da União (TCU), dos anos de 2011 a 2019.C

Conforme previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF – Lei Complementar 101, de 2000), o TCU precisa enviar à CMO a prestação de contas de cada ano, composta pelo relatório de gestão e pelos relatórios descritivos e sintéticos dos programas e ações desenvolvidas ao longo do exercício. Trata-se de uma forma de controle externo sobre a Corte de Contas. Há 12 anos, o TCU não enviava suas prestações de contas para a CMO.

Em um dos relatórios referentes a esse tipo de controle, o deputado Felipe Francischini (União-PR) pede informações ao TCU sobre a concessão de benefícios a ministros e servidores do tribunal no ano de 2021. “Há indícios da instituição, em 2021, de ressarcimento de gastos de caráter nitidamente pessoal, diretamente relacionados à moradia de membros do TCU”, cita o deputado. 

*Da Agência Senado

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