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Cinco anos após ser sequestrado e levado para Argentina pelo pai em pleno Natal, Carlinhos Boudoux, de 13 anos, foi resgatado pela mãe e desembarcou no Recife, na madrugada desta terça-feira (9). O genitor Carlos Attias cumpre prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica em Buenos Aires.

No dia 18 de janeiro, o próprio jovem se apresentou em uma delegacia do país vizinho e relatou o sequestro cometido pelo pai. Ele foi acolhido em um abrigo para adolescentes na capital argentina até a chegada da família. Em uma luta judicial que se arrastava desde o 'desaparecimento', no último dia 31 a mãe Cláudia Boudoux viajou com a filha, Carla, de 15, para reencontrar Carlinhos, o qual não mantinha contato desde os 8 anos.

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“Não se pode admitir a alienação parental, um sequestro e uma mãe que deixa o seu filho nas circunstâncias em que foram separados”, pontuou o secretário de Justiça e Direitos Humanos do estado, Pedro Eurico. Ao longo dos nove dias em que esteve na Argentina, um impedimento judicial proibiu o encontro entre Cláudia e o filho e o reencontro só ocorreu no embarque para o Brasil.  

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O voo saiu da Argentina, fez escala no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, e pousou no Aeroporto Internacional dos Guararapes, no Recife, por volta das 2h20. As passagens foram pagas pelo Governo de Pernambuco e o secretário executivo de Justiça e Direitos Humanos, Eduardo Figueiredo, atuou diretamente no retorno do garoto.

Em 2019, a própria Justiça argentina determinou que Carlos Attias devolvesse Carlinhos à mãe. Ele foi preso ainda com o filho 'sumido'.

A modelo Lauren Adana Lorenzetti foi presa, na manhã desta segunda-feira (11), em Santana de Parnaíba, Região Metropolitana de São Paulo, por ter forjado um sequestro para extorquir dinheiro da mãe, Vanessa Dallagnol.

A prisão foi realizada por meio de um mandado expedido pela Justiça do Paraná, onde ocorreu o crime em 2010. Lauren que também é influenciadora digital e ex-miss Pato Branco havia sido condenada em 2013, mas cumpria regime semiaberto.

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Para cometer o crime, a jovem contou com dois amigos e a ajuda do ex-namorado para dar continuidade à chantagem. A ação foi realizada na cidade de Francisco Beltrão, no Paraná.

A jovem de 31 anos está grávida de nove meses e foi encaminhada pelos policiais do Departamento de Operações Policiais Estratégicas para a sede da Divisão de Captura da Policial. Lauren possui um mandado de prisão desde abril de 2020.

Lauren possuía mais de 130 mil seguidores em seu perfil no Instagram, atualmente está com 104 mil e colocou seu perfil como restrito. Assim como ela, o de sua mãe Vanessa Dallagnol e do marido Danilo Fernandes, também foram privados nesta segunda (11).

Os suspeitos de torturar e manter uma jovem de 19 anos refém no porta-malas do carro em Fortaleza, no Ceará, disseram à polícia que cometeram o crime por vingança contra o namorado dela. Na noite da terça-feira (5), o namorado também foi preso suspeito de envolvimento em assassinato de um adolescente.

A jovem que foi raptada na terça-feira pode ter participação em uma série de homicídios cometidos pelo namorado, segundo policiais. O grupo preso pelo rapto confessou ter cometido o crime para conseguir informações sobre a localização do namorado dela.

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Ao todo, dois homens e uma mulher foram presos e um adolescente apreendido pelo rapto. Eles foram localizados após um motorista flagrar a mão da vítima para fora do porta-malas.

O carro com os suspeitos foi interceptado por agentes da Guarda Municipal, que conseguiram resgatar a vítima. A mulher estava com várias lesões no corpo. Segundo a polícia, ela era levada para um local onde seria executada.

Jihadistas afiliados ao grupo Estado Islâmico na África do Oeste (Iswap) mataram no sábado (19) à noite cinco soldados nigerianos em uma emboscada contra um comboio militar no estado de Borno (nordeste da Nigéria), anunciaram neste domingo (20) fontes de seguraça.

Os combatentes deste ramo do Boko Haram, afiliado ao grupo Estado Islâmico (EI), também sequestraram 35 pessoas na sexta-feira e mataram uma mulher em um ataque contra outro comboio de civis na mesma região, segundo indicaram outras duas fontes de segurança.

No sábado à noite, um grupo de jihadistas, armados com lança-foguetes, abriram fogo contra um comboio militar nas proximidades da cidade de Mafa, à 44 quilômetros de Maiduguri, capital do Estado de Borno.

"Os terroristas lançaram uma granada contra o comboio que atingiu um veículo no qual se encontravam cinco soldados", declarou uma fonte da segurança à AFP, que pediu anonimato.

"Os cinco soldados morreram", segundo esta fonte. O balanço foi confirmado por outra fonte da segurança, que informou que os insurgentes se apossaram de dois veículos militares.

O ISWAP, que se dividiu do Boko Haram em 2016, tem concentrado seus ataques contra as forças-armadas e já matou dezenas ou centenas de soldados nigerianos, também são registrados ataques contra civis, algo que é cada vez mais recorrente.

Na tarde de sexta-feira, jihadistas tentaram uma emboscada contra um comboio de veículos que levavam civis, em uma autoestrada que liga Maiduguri com Damaturu, uma cidade situada no Estado de Yobe (aldeia).

"Os insurgentes chegaram em cinco caminhões equipados com metralhadoras e levantaram barricadas na autoestrada. Sequestraram 35 pessoas e as executaram uma a uma", declarou o responsável por uma milícia anti-jihadista pró-governamental, Umar Ari à AFP.

Os jihadistas saquearam nove veículos dos viajantes, incendiaram um caminhão e dois carros.

Mais de 36.000 pessoas já morreram e 2 milhões tiveram que abandonar seus lares na última década pela violência causada no noroeste da Nigéria.

O que seria o resgate corriqueiro de animais por voluntários de uma Organização Não-Governamental (ONG) virou sequestro e resultou no roubo de 70 gatos em Arujá, na região metropolitana de São Paulo.

O condutor e o passageiro de uma ambulância veterinária, que faziam o transporte dos bichos para a sede da instituição, que fica em São José dos Campos (a 99 km da capital), foram abordados por bandidos na Rodovia Presidente Dutra (BR-116) e libertados só três horas depois na cidade de Jacareí (a 85 km da capital).

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Os animais haviam sido retirados da casa de um acumulador, na cidade de Guarulhos, na Grande São Paulo. A ONG que fez o resgate, sediada no Vale do Paraíba, é de responsabilidade do ativista e vereador Esdras Andrade (Podemos-SP), que cumpre mandato legislativo na cidade de São José dos Campos.

Em seu perfil no Instagram, Andrade, que tem mais de 1,7 milhão de seguidores, fez um apelo para tentar recuperar os bichanos. O legislador joseense pede para os criminosos devolverem os gatos e ficar com o carro.

Os voluntários da ONG que estavam na ambulância não sofreram ferimentos, mas tiveram seus documentos roubados. O carro e os animais ainda não foram localizados. A Polícia Civil de São Paulo investiga o caso.

O grupo jihadista Boko Haram reivindicou nesta terça-feira (15) a responsabilidade pelo sequestro de centenas de estudantes do Ensino Médio na região noroeste da Nigéria.

"Sou Abubakar Shekau e nossos irmãos estão por trás do sequestro em Katsina", anunciou em uma mensagem de voz o líder do grupo que também está por trás do sequestro em 2014 de mais de 200 meninas em Chibok, caso que provocou uma onda de indignação mundial.

Ao menos 333 adolescentes permanecem desaparecidos desde o ataque na sexta-feira (11) passada contra uma escola no estado de Katsina, noroeste da Nigéria, a mais de 100 quilômetros do território do Boko Haram, que atua habitualmente nas proximidades do lago Chade.

Mais de 100 homens armados, em motos, atacaram na sexta-feira à noite a escola rural na cidade de Kankara. Centenas de adolescentes fugiram para uma floresta próxima do centro de ensino.

O sequestro foi atribuído em um primeiro momento a grupos armados, chamados de "criminosos", que aterrorizam a população nesta região instável, onde os sequestros para pedidos de resgate são frequentes.

O crime da semana passada demonstra a propagação da influência dos grupos jihadistas no nordeste da Nigéria. O presidente Muhammadu Buhari condenou o ataque e ordenou o reforço das medidas de segurança em todas as escolas.

Os centros de ensino foram fechados no estado de Katsina. Na segunda-feira, o exército anunciou ter localizado o "refúgio dos bandidos" e que uma operação operação militar estava em curso.

A segurança é frágil no norte da Nigéria desde a eleição do presidente Muhammadu Buhari em 2015, apesar de sua declaração de que a luta contra o Boko Haram seria a prioridade de seu mandato presidencial.

Após sequestrar a namorada e mantê-la refém dentro de um carro, um policial militar identificado como Janitom Celso Rosa Amorim assassinou a vítima com um tiro na boca. O caso aconteceu nesta sexta-feira (27), no estacionamento do campus Centro Universitário Valença, no Rio de Janeiro.

O sequestro durou cerca de duas horas e meia. Após o disparo, o acusado foi imobilizado algemado pelos policiais e levado para a delegacia da cidade. A namorada de Janitom fazia pós-graduação na área de odontologia na instituição. 

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Ela chegou a ser socorrida pelo Samu e levada para o hospital. Após sofrer quatro paradas cardíacas na unidade de saúde, ela teve a morte confirmada. 

Segundo informado à TV Rio Sul, os policiais foram acionados para tentar fazer uma negociação com o suspeito. Uma equipe do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) chegou ao local de helicóptero para tentar ajudar, mas nenhuma equipe acionada conseguiu evitar a tragédia. 

A Polícia Civil da Paraíba indiciou o padre José Gilmar Moreira por prática de falsa comunicação de crime. A decisão foi tomada após as investigações apontarem que o religioso mentiu ao afirmar que havia sido vítima de um assalto seguido de sequestro e cárcere privado, ocorridos durante os dias de 13 a 16 deste mês, nas cidades de João Pessoa e litoral sul da Paraíba. As informações foram divulgadas na tarde desta segunda-feira (26) durante uma coletiva de imprensa concedida pela Polícia Civil.

O caso foi investigado pela Delegacia de Crimes Contra Pessoa de João Pessoa (DCCPes/JP). De acordo com a delegada Emília Ferraz, o padre passou a ser considerado desaparecido, após sair por volta das 12h do dia 13 deste mês, afirmando que iria celebrar um velório. E, no meio caminho, foi abordado por dois criminosos que invadiram seu carro e o conduziram para um cativeiro no litoral sul da Paraíba, onde o mantiveram preso por três dias.

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O religioso ainda enviou uma mensagem com a palavra “socorro” para um membro da igreja, que acionou a Polícia Civil que localizou o padre e o veículo. Após começar a investigar os possíveis autores do crime, a Polícia Civil encontrou lacunas nas declarações prestadas pelo religioso que afirmava ter sido vítima de dois criminosos.

“Passamos a realizar diligências e descobrimos que não houve nenhuma celebração fúnebre agendada naquele dia com a presença do padre. Ouvimos novamente o religioso durante quatro horas e ele acabou confessando que havia criado a história do falso sequestro porque estava transtornado”, afirmou a delegada.

Durante o segundo depoimento, o padre alegou problemas emocionais e afirmou que estava sendo vítima de uma tentativa de extorsão. Ele estaria sendo ameaçado para pagar uma quantia em dinheiro a um criminoso e ficou desesperado a ponto de decidir cometer suicídio.

“Ele disse que se deslocou até o litoral sul, onde há praias, para se afogar, mas não conseguiu. Ficou perambulando por dois dias seguidos, em estado de desespero. Quando foi encontrado pela Polícia, resolveu contar a falsa versão do sequestro”, declarou a delegada.

O motivo da extorsão praticada contra o padre não foi revelado pela Polícia. O caso será investigado por meio de um inquérito. O padre irá responder processo por praticar falsa comunicação de crime. Previsto no artigo 340 do Código Penal Brasileiro, o delito prevê pena de multa ou detenção de um a seis meses para quem provocar a ação de autoridade, para apurar ocorrência de crime ou de contravenção que não aconteceu.

Da PC-PB

Um grupo de bandidos armados rendeu dois maquinistas e sequestrou um trem de manutenção na manhã desta segunda (19) no Rio de Janeiro. Mais de dez homens teriam participado da investida, que visava o transporte entre duas estações, segundo a SuperVia, que administra o transporte ferroviário no estado.

A SuperVia relatou que devido a um “tiroteio e intensa movimentação de policiais na região do Jacarezinho”, limitou a circulação de trens a apenas um trecho e suspendeu as partidas da Central do Brasil, desde às 5h40.

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A Polícia Militar do Rio de Janeiro realizou uma operação nas comunidades do Jacarezinho, Manguinhos e Mandela, o que teria provocado a atitude dos bandidos.

“Por volta das 7h, durante vistoria da rede aérea na região da estação Jacarezinho, um grupo com mais de 10 bandidos armados acessou a linha férrea e abordou dois maquinistas que estavam no trem de manutenção, perto da estação Triagem. Os maquinistas foram obrigados a levar o grupo de criminosos até a região da Mangueira, onde esses bandidos desembarcaram na linha férrea e saíram do sistema ferroviário”, relatou a empresa em nota enviada ao LeiaJá.

Ainda de acordo com a SuperVia, após a ação dos criminosos, os maquinistas seguiram para a Central do Brasil para serem assistidos psicologicamente.

O novo sistema de transferências e pagamentos instantâneos, o Pix, já está disponível para cadastro e iniciará sua fase experimental a partir do dia 3 de novembro. Apesar de estimular novos modelos de negócio, por meio da agilidade e da comodidade oferecida aos clientes, o método que pode pôr fim às TEDs e DOCs deve aumentar a insegurança pessoal.

A partir do dia 16 de novembro, o Pix vai garantir a gratuidade nas transações entre pessoas físicas, o que deve incentivar a inclusão financeira e a reduzir a movimentação nos caixas de auto atendimento. Para aproveitar a ferramenta, o acesso à internet é fundamental e pode ser uma adversidade para moradores de áreas sem cobertura, como zonas rurais.  

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O secretário jurídico do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, João Rufino, aprova a relação direta entre pagador e recebedor, e explica que a atualização vai reduzir os custos de transações menores com objetivo de alavancar o mercado. Por outro lado, os clientes devem redobrar a atenção para o aumento de golpes virtuais.

“Eles não podem colocar um valor muito alto para não expor o cliente a assalto e sequestro relâmpago. Com o Pix isso pode ficar maior. Os bandidos já estavam fazendo essa modalidade antes, imagine agora? A polícia vai ter que ficar muito mais atenta”, adverte Rufino, que critica o Banco do Brasil por ainda não ter informado o valor limite de transferência.

Ainda que apoie a novidade, para Rufino, a possibilidade de movimentar valores pelo smartphone evidencia a fragilidade dos profissionais da categoria, que terão seus postos de trabalho ameaçados. “Tudo é motivo para o banqueiro manter sua taxa de lucro alta. Não é coincidência que em meio ao lançamento do Pix, a gente esteja assistindo ondas de demissões nos maiores bancos privados do país. Ele traz ao trabalhador bancário uma certa insegurança em relação a manutenção do emprego”, lamentou.

Para reforçar a segurança, o primeiro passo é ficar atento ao processo de cadastramento, que deve ser solicitado pelo próprio cliente através dos aplicativos ou sites oficiais dos respectivos bancos. “O banco não procura ninguém para fazer cadastro de nada. A única opção é você entrar na página e fazer o cadastro”, reforça.

Outra prevenção é estar em um ambiente seguro no momento de efetuar a transação virtual. “As transferências não devem ser feitas na rua. O celular vai ser um alvo maior ainda de ações de roubo e as quadrilhas que fazem golpe pela internet vão aumentar ainda mais”, advertiu o representante dos bancários.

O criminalista Cristiano Zanin Martins, defensor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que o bloqueio de R$ 237,3 milhões em bens imposto pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, é "mirabolante" e uma "clara tentativa" de enfraquecê-lo nos processos da Lava Jato. A decisão foi proferida pelo magistrado no dia 1º de setembro e tornada pública no sábado (19).

Zanin é investigado na Operação E$quema S, que apura tráfico de influência e desvios milionários das seções fluminenses do Serviço Social do Comércio (Sesc RJ), Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac RJ) e Federação do Comércio (Fecomércio RJ). Advogados renomados no meio político são investigados no caso e tiveram endereços profissionais e residenciais vasculhados no último dia 9.

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Em nota, Zanin nega ter o valor bloqueado por Bretas em conta, "embora pudesse ter, já que a minha atuação sempre foi na advocacia privada".

"Na desesperada tentativa de criar manchetes e produzir efeitos políticos, o juiz fixou o valor do bloqueio mediante uma descabida somatória de valores de diferentes escritórios de advocacia e ainda adicionou exorbitante valor a título de 'dano moral', que ele mesmo estipulou, o que mostra um absurdo sem precedentes", afirmou Zanin.

O criminalista alega que o sequestro de bens é uma "clara tentativa de me enfraquecer em processos decisivos que estão sob a minha condução e que contestam a legalidade da própria Operação Lava Jato, em especial, aquele que trata da suspeição do ex-juiz Sérgio Moro".

Na decisão que autorizou o bloqueio de R$ 237,3 milhões, Bretas afirmou que o escritório de Zanin e seu associado, Roberto Teixeira, teria sido "o precursor no recebimento de honorários advocatícios exorbitantes pagos pela Fecomércio/RJ em prol de interesses particulares de Orlando Diniz", ex-presidente da federação e hoje delator.

"Prática que, em tese foi replicada pelos demais escritórios ora investigadores, formando um verdadeiro grupo criminoso voltado supostamente para o cometimento dos delitos de peculato, corrupção ativa, tráfico de influência e exploração de prestígio, tudo sob o manto do exercício da advocacia", afirmou Bretas.

O juiz da Lava Jato Rio disse que Zanin e Teixeira participaram de uma reunião com Orlando Diniz no início de 2012, no Copacabana Palace, no Rio, e que, segundo o delator, "ficou claro que tais advogados iriam garantir" sua permanência à frente do Sesc Rio enquanto se burlava fiscalizações de conselheiros fiscais e do Tribunal de Contas da União (TCU).

"Os advogados tinham ciência, a princípio, de que estavam sendo pagos pela Fecomércio e, posteriormente, com verba pública das entidades paraestatais para atuar em favor de Orlando Diniz", apontou Bretas.

Zanin rebateu as acusações e disse que os serviços prestados à Fecomercio-RJ estão "amplamente documentados, registrados nos nossos sistemas internos e mostram mais de 12 mil horas de trabalho prestadas por 77 profissionais da área jurídica".

"Todo esse material já foi examinado por auditoria externa, que atestou a plena regularidade da contratação, do recebimento dos honorários e, ainda, que nenhum valor foi sacado ou transferido em favor de terceiros", afirmou.

LEIA A ÍNTEGRA DA NOTA DO CRIMINALISTA CRISTIANO ZANIN MARTINS:

"É mentirosa a afirmação de que houve o bloqueio de R$ 237 milhões da minha conta bancária. Não tenho esse valor, embora pudesse ter, já que a minha atuação sempre foi na advocacia privada.

A mirabolante decisão foi proferida em mais uma clara tentativa de macular minha história de mais de 20 anos na advocacia privada em litígios decisivos e também consiste numa clara tentativa de me enfraquecer em processos decisivos que estão sob a minha condução e que contestam a legalidade da própria Operação Lava Jato, em especial, aquele que trata da suspeição do ex-juiz Sérgio Moro.

Na desesperada tentativa de criar manchetes e produzir efeitos políticos, o juiz fixou o valor do bloqueio mediante uma descabida somatória de valores de diferentes escritórios de advocacia e ainda adicionou exorbitante valor a título de 'dano moral', que ele mesmo estipulou, o que mostra um absurdo sem precedentes.

Nossa atuação sempre foi pautada pela ética e pela legalidade. Os serviços advocatícios que prestamos em favor da Federação do Comércio do Rio de Janeiro, uma entidade privada, estão amplamente documentados, registrados nos nossos sistemas internos e mostram mais de 12 mil horas de trabalho prestadas por 77 profissionais da área jurídica, além do suporte administrativo. Todo esse material já foi examinado por auditoria externa, que atestou a plena regularidade da contratação, do recebimento dos honorários e, ainda, que nenhum valor foi sacado ou transferido em favor de terceiros."

O juiz federal Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, determinou o bloqueio de R$ 237,3 milhões do criminalista Cristiano Zanin Martins, advogado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Lava Jato. A decisão foi tomada no dia 1º e tornada pública no sábado (19), quando o magistrado levantou o sigilo dos autos do documento.

Bretas também bloqueou R$ 32,1 milhões do associado de Zanin, Roberto Teixeira, e outros R$ 237 mil do escritório de advocacia dos criminalistas. A ordem foi tomada no âmbito da Operação E$quema S, que apura tráfico de influência e desvios milionários das seções fluminenses do Serviço Social do Comércio (Sesc RJ), Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac RJ) e Federação do Comércio (Fecomércio RJ). Advogados renomados no meio político são investigados no caso e tiveram endereços profissionais e residenciais vasculhados no último dia 9.

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Segundo Bretas, o escritório de Zanin e Teixeira teria sido "o precursor no recebimento de honorários advocatícios exorbitantes pagos pela Fecomércio/RJ em prol de interesses particulares de Orlando Diniz", ex-presidente da federação e hoje delator.

"Prática que, em tese foi replicada pelos demais escritórios ora investigadores, formando um verdadeiro grupo criminoso voltado supostamente para o cometimento dos delitos de peculato, corrupção ativa, tráfico de influência e exploração de prestígio, tudo sob o manto do exercício da advocacia", afirmou Bretas.

O juiz da Lava Jato Rio disse que Zanin e Teixeira participaram de uma reunião com Orlando Diniz no início de 2012, no Copacabana Palace, no Rio, e que, segundo o delator, "ficou claro que tais advogados iriam garantir" sua permanência à frente do Sesc Rio enquanto se burlava fiscalizações de conselheiros fiscais e do Tribunal de Contas da União (TCU).

"Os advogados tinham ciência, a princípio, de que estavam sendo pagos pela Fecomércio e, posteriormente, com verba pública das entidades paraestatais para atuar em favor de Orlando Diniz", apontou Bretas.

Nas redes sociais, Zanin afirmou que "é fake" que foi apreendido R$ 237 milhões em suas contas. "Para além do abuso de autoridade e do lawfare, trabalham com a mentira e a desinformação mesmo contra alguém que sempre atuou na iniciativa privada", afirmou.

Em nota, o criminalista disse ao Estadão que a "mirabolante decisão foi proferida em mais uma clara tentativa de macular minha história de mais de 20 anos na advocacia privada em litígios decisivos". Zanin também afirmou que o bloqueio é "uma clara tentativa de me enfraquecer em processos decisivos que estão sob a minha condução e que contestam a legalidade da própria Operação Lava Jato, em especial, aquele que trata da suspeição do ex-juiz Sérgio Moro".

"Na desesperada tentativa de criar manchetes e produzir efeitos políticos, o juiz fixou o valor do bloqueio mediante uma descabida somatória de valores de diferentes escritórios de advocacia e ainda adicionou exorbitante valor a título de "dano moral", que ele mesmo estipulou, o que mostra um absurdo sem precedentes", afirmou Zanin.

O advogado de Lula declarou que os serviços de seu escritório em relação à Fecomercio-RJ estão amplamente documentados, registrados nos nossos sistemas internos e mostram mais de 12 mil horas de trabalho prestadas por 77 profissionais da área jurídica, além do suporte administrativo".

"Todo esse material já foi examinado por auditoria externa, que atestou a plena regularidade da contratação, do recebimento dos honorários e, ainda, que nenhum valor foi sacado ou transferido em favor de terceiros", afirmou.

Recurso. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) entrou com uma representação no Supremo Tribunal Federal (STF) na última quarta-feira, 16, na tentativa de anular as diligências determinadas por Bretas na Operação E$quema S.

A entidade sustenta que as apurações envolvem autoridades com prerrogativa de foro e, por isso, a competência para julgar e processar o caso seria do Supremo Tribunal Federal. Além disso, acusa o Ministério Público Federal no Rio de empreender um "malabarismo jurídico" na tentativa de manter o caso correndo na primeira instância.

"Como parte dessa estratégia, a investida contra o exercício da advocacia e suas prerrogativas tornou-se o caminho mais apropriado, inclusive porque, para além de permitir a manipulação dos fatos para atrair a invocação de tipos penais em tese perpetrados apenas por agentes privados (exploração de prestígio e tráfico de influência), possibilitou aos investigadores/acusadores a adoção de medidas constritivas voltadas a afastar de forma ilegal e abusiva a inviolabilidade dos escritórios de advocacia", diz um trecho da ação.

A OAB critica ainda a ordem de busca contra os advogados sob alegação de que a decisão proferida por Bretas foi "genérica" e não apresentou delimitação temática e temporal para conduzir seu cumprimento o que, segundo a entidade, abriu brecha para a apropriação de elementos sensíveis e não relacionados com a investigação.

"As autoridades policiais incumbidas de sua execução foram autorizadas a realizar buscas e apreensões extremamente invasivas, podendo se apropriar de elementos sensíveis, estranhos ao âmbito da própria investigação, com relação aos advogados e aos escritórios de advocacia atingidos, bem como em relação aos seus clientes, potencializando grave exposição e até preocupantes vazamentos como a experiência mostra ser a regra no âmbito da denominada "Operação Lava-Jato"", argumenta a OAB.

COM A PALAVRA, O ADVOGADO CRIMINALISTA CRISTIANO ZANIN

"É mentirosa a afirmação de que houve o bloqueio de R$ 237 milhões da minha conta bancária. Não tenho esse valor, embora pudesse ter, já que a minha atuação sempre foi na advocacia privada.

A mirabolante decisão foi proferida em mais uma clara tentativa de macular minha história de mais de 20 anos na advocacia privada em litígios decisivos e também consiste numa clara tentativa de me enfraquecer em processos decisivos que estão sob a minha condução e que contestam a legalidade da própria Operação Lava Jato, em especial, aquele que trata da suspeição do ex-juiz Sérgio Moro.

Na desesperada tentativa de criar manchetes e produzir efeitos políticos, o juiz fixou o valor do bloqueio mediante uma descabida somatória de valores de diferentes escritórios de advocacia e ainda adicionou exorbitante valor a título de "dano moral", que ele mesmo estipulou, o que mostra um absurdo sem precedentes.

Nossa atuação sempre foi pautada pela ética e pela legalidade. Os serviços advocatícios que prestamos em favor da Federação do Comércio do Rio de Janeiro, uma entidade privada, estão amplamente documentados, registrados nos nossos sistemas internos e mostram mais de 12 mil horas de trabalho prestadas por 77 profissionais da área jurídica, além do suporte administrativo. Todo esse material já foi examinado por auditoria externa, que atestou a plena regularidade da contratação, do recebimento dos honorários e, ainda, que nenhum valor foi sacado ou transferido em favor de terceiros".

Um sequestro terminou sem feridos e com um homem de 33 anos preso na noite da última terça-feira (8), na região sul da capital paulista. Portando uma faca e ameaçando atentar contra a vida de uma mulher, o sequestrador mantinha a arma apontada para o pescoço da vítima. O caso aconteceu no saguão da estação Adolfo Pinheiro, na Linha 5-Lilás do Metrô.

A negociação entre a Polícia Militar (PM) e o homem durou cerca de três horas. De acordo com os agentes que atenderam a ocorrência, no início, o sujeito proferia frases sem sentido enquanto fazia a mulher como refém. A desconexão nas palavras e as alegações de que estava sendo perseguido somaram-se à afirmação de que ele teria descoberto a fórmula para cura do coronavírus (Covid-19).

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Sem sucesso no acordo durante a ação, o Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) foi chamado. Após mais um longo período de tentativas para libertação da vítima, os policiais acionaram armas de borracha e de choque para resolver a situação.

Preso, o homem vai responder pelos crimes de sequestro e cárcere privado. A vítima teve apenas uma pequena escoriação no pescoço, mas foi medicada e passa bem. De acordo com os médicos que atenderam o sequestrador na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Santo Amaro, ele apresentava quadro de surto psicótico.

Um motorista de aplicativo foi preso por orquestrar um falso sequestro para extorquir dinheiro da própria mãe no Ceará. Outros dois suspeitos foram presos por envolvimento no crime. 

No dia do suposto sequestro, a vítima, de 66 anos, recebeu diversas ligações do filho e de comparsas dizendo que ele havia sido sequestrado e só seria liberado mediante pagamento em dinheiro. A mãe do motorista desembolsou R$ 4 mil para os falsos sequestradores para ter o filho de volta, o que não ocorreu.

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A idosa continuou a ser extorquida pelo grupo, que ameaçava queimar o carro e matar o filho dela. Ela, então, pagou quase R$ 3 mil a mais. Em seguida, a idosa procurou a Polícia Civil para fazer o Boletim de Ocorrência.

Segundo a Polícia Civil, toda a farsa foi descoberta e eles identificaram quem eram os suspeitos, onde estavam e o que tinham feito com o dinheiro recebido. O trio foi preso na quinta-feira (20) quando exigiam mais dinheiro à vítima.

De acordo com a polícia, os presos confessaram a história criada e revelaram que o dinheiro pago pela idosa foi usado em bebida alcoólica, diárias em motel, mulheres e drogas. Eles vão responder por extorsão majorada por concurso de pessoas.

No fim da noite dessa terça-feira (18), o vice-prefeito de Olinda, Márcio Botelho (SD), foi sequestrado por quatro suspeitos na região da Ilha do Rato. Ele foi encontrado pelas autoridades cerca de 1h depois, na PE-60, na altura do Cabo de Santo Agostinho, Região Metropolitana do Recife.

Após participar de um evento com o prefeito Lupércio Nascimento (SD), Márcio deixou o gestor e um amigo em casa e logo depois foi abordado pelo grupo armado. Eles seguiram no veículo e o deixaram às margens da rodovia, sem celular.

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Márcio conseguiu entrar em contato com o irmão, que acionou a polícia e informou que o carro roubado era monitorado por GPS. Em posse do destino dos criminosos, agentes do Grupamento de Apoio Tático Itinerante (Gati) montaram bloqueio e abordaram o veículo em Rurópolis, em Ipojuca.

Um dos criminosos foi preso em flagrante e encaminhado a sede do Grupo de Operações Especiais (GOE), onde revelou que seria pago pelo veículo roubado. Já o vice foi resgatado em um posto de gasolina e, de acordo com o secretário de Segurança Urbana de Olinda, coronel Pereira Neto, passa bem.

Uma adolescente, grávida de sete meses, foi resgatada na tarde dessa quinta-feira (30), em Gravatá, município do Agreste pernambucano. A jovem, de 17 anos, foi sequestrada há sete dias, na cidade de Belo Jardim, por uma dívida que o irmão tinha com a organização criminosa responsável pelo cativeiro.

A ação conjunta entre a Polícia Militar e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) desmontou o cativeiro e estendeu-se ao município de Amaraji, também no Agreste. Ao todo, foram apreendidos 11 suspeitos, com idades entre 18 e 46 anos.

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Durante a abordagem foram apreendidas cinco armas, 148 munições, 1,6 kg de maconha, cheques preenchidos, o valor de R$ 7.314, uma caminhonete de luxo roubada, um bloqueador de rastreamento de caminhão, uma balança de precisão e até um cone de sinalização da PRF.

Após o resgate, a adolescente foi levada ao Conselho Tutelar de Gravatá. Já o grupo foi encaminhado à delegacia do município e deve passar por audiência de custódia ainda nesta sexta-feira (31). Eles são suspeitos de tráfico de drogas, roubo de cargas e assalto à veículos nas rodovias federais da região.

Um comerciante do ramo de confecções foi vítima de sequestro relâmpago em Santa Cruz do Capibaribe, Agreste de Pernambuco, na terça-feira (28). O suspeito do crime foi preso com um revólver. 

Segundo a Polícia Militar (PM), a vítima foi atraída por uma proposta de compra de roupas. No momento em que ele foi fazer a entrega, acabou rendido por uma arma de fogo. O suspeito fez contato com a família exigindo R$ 30 mil em espécie para libertar o refém.

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A polícia foi acionada e marcou um encontro para a entrega do dinheiro em um posto de gasolina. As viaturas que atuam na cidade são abastecidas no local, assim, o criminoso não suspeitaria da movimentação de policiais.

O suspeito foi interceptado logo ao chegar ao posto. De acordo com a PM, ele tentou esconder a arma embaixo do banco do veículo, mas ela foi localizada. O comerciante não se feriu.

Um youtuber foi preso por mandar sequestrar uma família em troca do dinheiro do resgate no Distrito Federal. Uma das vítimas seria amiga do suspeito e foi mantida em cativeiro por cerca de 10 horas em um barraco. As informações são do G1.

O suspeito não teve a identidade divulgada. Segundo a Polícia Civil, ele é dono de um canal na internet especializado em automobilismo e que conta com milhares de seguidores. O crime teria ocorrido em 3 de junho e divulgado só nesta terça-feira (28).

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Segundo a investigação, o youtuber se aproveitou da intimidade com o amigo para levantar informações sobre o patrimônio dele e da mãe, que são empresários. O sequestro teria sido planejado com a ajuda de três pessoas. Um teria conhecimentos na área de tecnologia e outros dois auxiliaram na abordagem e no cativeiro.

Um dos envolvidos foi preso em 21 de julho. O youtuber, que nega participação no crime, e outro suspeito foram detidos dois dias depois. 

De acordo com a polícia, as vítimas anunciaram a venda de um lote na área nobre da capital. Um dos suspeitos se passou por corretor para sequestrar o amigo do youtuber e a mãe dele.

No cativeiro, os sequestrados foram interrogados. O objetivo seria obter informações sobre as economias da família. Como o patrimônio estava concentrado em imóveis, os criminosos teriam entendido que isso impossibilitaria uma transação financeira de alto valor em um curto espaço de tempo.

Mãe e filho foram liberados no final da noite do mesmo dia do sequestro. Os sequestradores teriam avisado que ligariam para cobrar um valor em dinheiro, mas isso não ocorreu. O caso foi registrado na Delegacia de Repressão a Sequestro.

O Ministério Público Federal (MPF) denunciou por sequestro e cárcere privado três militares ou ex-militares acusados de sequestrar e torturar o advogado Paulo de Tarso Celestino da Silva, preso no final de julho de 1971 e desaparecido até hoje. Segundo a denúncia, a vítima era militante político contrário à ditadura militar e por isso foi preso e torturado em um imóvel situado em Petrópolis (Região Serrana do Rio) e conhecido como "Casa da Morte".

Os agentes acusados são Rubens Gomes Carneiro, conhecido como Boamorte ou Laecato, Ubirajara Ribeiro de Souza, conhecido como Zé Gomes ou Zezão, e Antonio Waneir Pinheiro Lima, apelidado Camarão. A pena-base para esse crime é de dois a oito anos de prisão, mas neste caso pode ser aumentada se a Justiça aceitar as circunstâncias agravantes apontadas pelos autores da denúncia.

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Segundo o MPF, esse episódio configura crime contra humanidade e por isso não se submete à Lei de Anistia nem a regras de prescrição, conforme sentenças emitidas pela Corte Interamericana de Direitos Humanos, que cobraram do Brasil a investigação e punição das violações de direitos humanos cometidas durante a ditadura militar.

Paulo de Tarso nasceu em Morrinhos (GO), em 26 de maio de 1944, e após se formar em Direito passou a atuar como ativista político, na luta armada contra o regime militar. Na época de sua prisão havia sido eleito comandante nacional da Aliança Libertadora Nacional (ALN), grupo de oposição à ditadura.

Segundo o MPF, Paulo foi preso e submetido a intensas agressões físicas e psicológicas. Primeiro ele foi torturado nas dependências do DOI-CODI/RJ, na Tijuca (zona norte do Rio), e depois levado para a "Casa da Morte", na rua Arthur Barbosa, nº 668 (atual nº 50), em Petrópolis, onde foi vista pela última vez, em poder dos denunciados.

Na "Casa da Morte" a tortura foi mais intensa, afirma a denúncia. Paulo foi obrigado a ingerir grande quantidade de sal, sendo posteriormente privado de ingestão de água por longo período, apesar de suas súplicas, conforme testemunhou Inês Etienne Romeu, outra ativista política presa e torturada no mesmo local: "Colocaram-no no pau de arara, deram-lhe choques elétricos, obrigaram-no a ingerir uma grande quantidade de sal. Durante muitas horas eu o ouvi suplicando por um pouco dágua."

"A prisão de Paulo de Tarso não decorreu de flagrante e não foi oficializada ou comunicada à autoridade judiciária. Ocorre que, a pretexto de combater supostos opositores do regime militar, não estavam os agentes públicos autorizados a sequestrar a vítima, mantê-la secretamente encarcerada em estabelecimento clandestino, dando-lhe paradeiro conhecido somente pelos próprios autores do crime e seus comparsas, já falecidos ou ainda não identificados", escreveram os procuradores da República Vanessa Seguezzi, Antonio Cabral e Sérgio Suiama, autores da denúncia.

Além da condenação dos ex-agentes militares, o MPF requer que seja imposta a perda de cargo público, oficiando-se ao órgão de pessoal e/ou pagamento para que efetive o cancelamento de aposentadoria ou qualquer provento de reforma remunerada, assim como requer que seja oficiado aos órgãos militares para que os condenados sejam destituídos das medalhas e condecorações eventualmente obtidas, sendo obrigados, ainda, ao pagamento de R$ 111.360 (valor a ser corrigido até a data do pagamento) como dano cível em decorrência dos atos ilícitos praticados.

'Casa da Morte'

A "Casa da Morte" foi utilizada pelo Centro de Informações do Exército (CIE) como local clandestino de tortura durante o período do regime militar e foi localizado por Inês Etienne Romeu, única prisioneira política a sair viva dali, conforme declarações prestadas ao Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

O imóvel foi emprestado ao Exército pelo então proprietário Mário Lodders e, segundo o tenente-coronel reformado Paulo Malhães, em depoimento prestado à Comissão da Verdade do Estado do Rio de Janeiro, o local foi criado para pressionar os presos a mudarem de lado, tornando-se informantes infiltrados. Por ali passaram diversos militantes políticos, que permanecem desaparecidos.

A força-tarefa da Lava Jato pediu o sequestro de R$ 207.878.147,18 em bens dos alvos da Operação Fiat Lux, aberta na manhã desta quinta-feira (25), para apurar desvios de recursos e pagamento de propinas em contratos da Eletronuclear. O valor corresponde a danos materiais e morais causados pelos envolvidos, diz a Procuradoria.

Entre os alvos do novo desdobramento da Lava Jato no Rio estão o ex-ministro Minas e Energia Silas Rondeau (MDB) - do governo Lula (2005-2007) - e o ex-deputado federal Aníbal Gomes, além de empresários e ex-executivos da Eletronuclear e pessoas envolvidas na lavagem de ativos.

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A ofensiva da Lava Jato nesta manhã tem como base a colaboração premiada de dois lobistas ligados ao MDB, Jorge Luz e Bruno Luz, que foram presos em 2017 na Operação Blackout, 38ª fase da Lava Jato.

Segundo a Procuradoria, nas delações foi elucidado o pagamento de vantagens indevidas em pelo menos seis contratos firmados pela Eletronuclear. Os recursos eram desviados por meio de subcontratação fictícia de empresas de serviços e offshores, que por sua vez distribuíam os valores entre os investigados.

Parte do esquema operou com empresas sediadas no Canadá, França e Dinamarca, razão pela qual o Ministério Público Federal solicitou a cooperação internacional e irá compartilhar o material da investigação com o Ministério Público destes países.

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