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Por mais de dois anos, a vida de Sadam Daham se limitou a "rezar o tempo todo" e a negociar o comprimento de suas vestes e de sua barba com os extremistas que ocupavam sua aldeia. Agora, finalmente, conseguiu escapar com sua família.

No fim de junho de 2014, o grupo Estado Islâmico declarou um "califado" em Mossul, no norte do Iraque. Um mês mais tarde, em 7 de agosto, seus homens entraram em Topzawa, uma aldeia dos arredores. Neste dia, a vida de Sadam e de seus vizinhos mudou completamente.

"Não tínhamos o direito de fumar, nem de usar telefone, nem de assistir televisão. Eles nos obrigavam a deixar a barba crescer e a vestir jelabas curtas", como as dos extremistas, conta à AFP em uma estrada após horas de espera para entrar em um acampamento de deslocados.

No dia seguinte, já instalado na barraca com sua esposa e seus três filhos, Sadam sorri, feliz. Toca as próprias bochechas, sem sentir nenhum rastro da longa barba que era obrigado a usar até então.

"Pesava. Não gostava, me incomodava", afirma. "Vi que nos kits de ajuda humanitária havia uma lâmina de barbear" descartável, afirma este ex-caminhoneiro de 36 anos, que ficou desempregado no dia em que os extremistas bloquearam as estradas em direção ao Curdistão.

'O regime da morte'

Com o avanço das tropas curdas e federais iraquianas em direção a Mossul, mais de mil iraquianos chegaram em um mês ao Curdistão. É o início de uma longa crise humanitária que a ONU e as ONGs advertem há meses.

Depois de quase um dia de espera, Sadam e sua família acabaram em uma das milhares de barracas dos acampamentos. Não carregaram nada com eles porque os militares não lhes deram tempo para fazer as malas. Mas, mesmo com os bolsos vazios, conseguiram dormir "sem ficar preocupados continuamente" e sem "sentir a morte em toda parte, o tempo inteiro".

"Vivíamos sob o regime da morte, nunca estávamos tranquilos", lembra este curdo sunita, abraçando sua filha Mona, de três anos. "Até em uma barraca estamos melhores aqui do que em casa. Desde que estamos no Curdistão, não vivemos mais sob as bombas", comemora.

Sem escola

Quando o EI reinava no povoado, todas as escolas permaneceram fechadas. Os irmãos mais velhos de Mona - Zina, de sete anos, e Omar, de seis - estão há mais de dois anos sem ir às aulas. O acampamento no qual acabam de se instalar ainda não tem estruturas para as crianças, mas "já se sentem melhor aqui", afirma seu pai. Em Topzawa, "tinham medo e choravam o tempo inteiro".

Os adultos também viviam "uma vida horrível: tudo estava proibido, com exceção de rezar o tempo todo". "Era como na idade média: não havia escolas porque enviaram todo o material que continham à Síria", acusa Um Ali, uma iraquiana de 35 anos, procedente de outro povoado próximo a Mossul.

"Não havia liberdade de nenhum tipo", confirma uma jovem ao seu lado, com o rosto ainda coberto por um niqab, o véu integral preto que os extremistas impõem a todas as mulheres nos territórios que controlam.

O governo da Rússia descarta fazer nova trégua humanitária na cidade de Aleppo, na Síria, informou o vice-ministro das Relações Exteriores, Sergei Ryabkov, nesta segunda-feira (24). Segundo ele, a "pausa humanitária não está na ordem do dia" e não deve ser retomada tão cedo. A informação é da Agência Ansa.

"Para voltar a esse regime, as partes precisam garantir um comportamento adequado dos grupos antigoverno. Isso não ocorreu nos últimos três dias e é por isso que, agora, a questão da retomada da trégua não está na ordem do dia", acrescentou Ryabkov.

Na última quinta-feira (20), o presidente da Rússia, Vladimir Putin, havia autorizado um cessar-fogo temporário em Aleppo para permitir que os civis e os rebeldes "moderados" pudessem abandonar a cidade para salvar suas vidas. Esse prazo chegou a ser prorrogado uma vez e terminou no último sábado (22).

Durante esse período, os russos - que são aliados do governo de Bashar al-Assad - não atacaram os grupos de "rebeldes" que atuam contra o presidente no país.

O governo de Moscou, diferentemente da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos, está na Síria para atacar tanto os terroristas dos grupos Estado Islâmico e Frente al-Nusra como também para defender Assad.

A Síria vive, desde 2011, uma sangrenta guerra civil em seu território - dilacerado entre grupos pró e contra governo e grupos terroristas - e contabiliza mais de 300 mil mortes no período, segundo dados das Nações Unidas.

Os combates foram retomados na cidade síria de Aleppo neste domingo após o fim de um cessar-fogo humanitário de três dias que se encerrou sem qualquer entrega de ajuda planejada ou saída de pessoal médico.

A Rússia implementou o cessar-fogo, chamado de "pausa humanitária", junto com as forças armadas sírias leais ao presidente Bashar al-Assad para permitir a entrada de ajuda humanitária na cidade. Moscou pregou que o cessar-fogo seria uma abertura para que residentes e rebeldes deixassem as vizinhanças controladas pela oposição, mas nenhuma ajuda chegou e facções rebeldes rejeitaram os chamados para que eles saíssem, insistindo no combate.

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O porta-voz do Escritório de Coordenação para Assuntos Humanitários da Organização das Nações Unidas (ONU), Jens Laerke, afirmou que a assistência humanitária não poderia ser promovida por falta de condições de segurança. O Ministério da Defesa da Rússia não respondeu a pedidos para que comentasse sobre o tema.

Em fotos e vídeos publicados online, residentes da parte leste de Aleppo foram vistos usando a pausa para ir às ruas protestar contra o regime sírio e declarar que não deixariam suas casas.

Quando um pequeno número de civis tentou cruzar para a parte da cidade controlada pelo regime de Assad na terça-feira, pessoas foram feridas por um atirador das forças do governo, segundo informaram residentes e equipes médicas. Logo após o fim do cessar-fogo, na noite de sábado, os bombardeios recomeçaram, apoiados por milícias xiitas estrangeiras.

O regime de Assad tem entregue panfletos e mandado mensagens de texto aos residentes do lado oriental de Alepo pedindo que eles abandonem os rebeldes e voltem para os domínios do governo. Enquanto isso, facções rebeldes dizem estar se preparando para uma ofensiva para permitir a entrada de comida e combustível na região. Fonte: Associated Press.

O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, disse que o país continuará a expandir suas operações ao norte da Síria, incluindo as cidades al-Bab, Manbij e Raqqa.

Erdogan disse que a Turquia "não tem escolha", a não ser entrar em al-Bab, apesar das críticas da comunidade internacional, "porque é preciso preparara a área do terrorismo, o mesmo com Manbij".

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Ele disse ainda que se a coalizão liderada pelos Estados Unidos estiver disposta a agir junto, a Turquia fará "o que for necessário" contra o Estado Islâmico em Raqqa, mas junto com as forças da coalizão e não com os militantes sírios curdos.

Na noite de quarta-feira, aviões turcos atacaram alvos da milícia curda em Alepo. A Turquia considera a milícia uma extensão da insurgência curda, mas os Estados Unidos os consideram uma efetiva força na luta contra o Estado Islâmico. Fonte: Associated Press.

Especialistas da Organização das Nações Unidas (ONU) concluíram, em relatório, que o governo da Síria foi o responsável pelo ataque químico contra a cidade de Qmenas, na província de Idleb, no dia 16 de março de 2015.

O time do Mecanismo de Investigação Conjunta (JIM, na sigla em inglês) concluiu, no entanto, que não há evidências suficientes para determinar a responsabilidade pelo ataque de 18 de abril de 2014, em Kfar Zita, na província de Hama, e de 24 de março de 2015 em Binnish, também na região de Idleb.

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"É crucial responsabilizar pelos seus atos aqueles que usaram ou pretendem usar armas químicas e é fundamental deter todos aqueles que continuam a acreditar que há algo a ganhar ao usar produtos químicos tóxicos como armas", ressaltou a ONU.

Os Estados Unidos, Grã-Bretanha e França pedem que o Conselho de Segurança da ONU imponha sanções contra o regime de Bashar Al-Assad por usar armas químicas. Rússia e Síria, por outro lado, alegam que as evidências apresentadas no relatório não são conclusivas. O diplomata russo Vitaly Churkin já indicou que a Rússia irá se opor à qualquer sanção.

O Conselho de Segurança da ONU volta a discutir o relatório na próxima quinta-feira.

O JIM foi criado há um ano pela Organização Para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) exatamente para identificar a responsabilidade pelos ataques na Síria.

O grupo investigou nove casos em sete cidades. Além do ataque em Qmenas, o JIM atribuiu a responsabilidade ao governo, em relatório publicado em agosto, por dois ataques de gás de cloro, um em Talmenes, em 21 de abril de 2014, e outro em Sarmin, em 16 de março de 2015. Fonte: Associated Press.

Sitiada pelo governo sírio por dois anos, a cidade de Madaya teve pouco contato com o mundo externo. Se os comboios de ajuda têm dificuldade para acessar o local, para os cinegrafistas é praticamente impossível.

Assim, a ABC News e a Marvel Comics, conhecida por seus super-heróis musculosos, se uniram para encontrar outra maneira de ajudar o mundo a ver a realidade devastadora da vida sob cerco.

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Jornalistas da ABC estiveram em contato com uma mulher vivendo em Madaya - uma cidade de cerca de 40.000 habitantes, perto da fronteira com o Líbano - que relatou em uma série de posts de blog sua luta para sobreviver às condições adversas provocadas pela guerra civil na Síria, que já dura mais de cinco anos.

As duas empresas criaram uma história em quadrinhos digital baseada nos relatos anônimos da jovem mãe de cinco filhos - uma maneira de tentar demonstrar os horrores aos que as suas câmeras não têm acesso.

Em vez de sangrentos, os quadrinhos ilustrados são de partir o coração. Combinados com as palavras fortes da mãe - mantida em anonimato para proteger a segurança da sua família - eles falam sobre as graves dificuldades que as famílias encurraladas estão sofrendo.

Desde que Madaya ficou sob cerco total, em meados de 2015, mais de 60 pessoas morreram de fome e desnutrição.

"Nossos corpos não estão mais acostumados a comer", diz um quadrinho. "Meus filhos estão com fome, mas estão ficando doentes, com fortes dores estomacais causadas pela comida porque seus corpos não são capazes de digerir e absorver a comida, porque estiveram com fome por tanto tempo".

Sem sensacionalismo

O artista Dalibor Talajic disse que fez uma tentativa consciente de evitar cair no sensacional.

"Eu não queria fazer uma história em quadrinhos de guerra", disse o artista croata - que viveu durante a dissolução da Iugoslávia, em 1991. "Eu queria fazer uma história em quadrinhos com um ponto de vista civil, onde você é realmente impotente".

"Você não pode fazer nada. Você está apenas esperando que isso passe ou que você morra", acrescentou.

Até agora, Talajic era mais conhecido pelo seu trabalho em Deadpool, uma história em quadrinhos sobre anti-heróis que protagonizaram um filme homônimo no início deste ano.

O ilustrador disse que ele "não é um artista típico da Marvel, onde tudo tem que ser maior que a vida", preferindo em vez disso permanecer ancorado na realidade. "Eu sempre tento manter as coisas mais familiares, mais no chão, mais prováveis".

Mas tentar transmitir a o dia a dia sombrio de sírios sitiados sem sensacionalismo não foi uma tarefa fácil.

"Foi um desafio", disse Talajic, observando que ele nunca viu fotos da jovem mãe ou da família. "Eu estava no fio da navalha, na linha tênue para não explorar o sofrimento de alguém."

Nos quadrinhos, a brutalidade da vida cotidiana sob cerco é ocasionalmente quebrada com relatos de momentos de convívio e de pequenos prazeres roubados.

Por exemplo, após um longo período fechada, a escola reabriu, para a felicidade das filhas da "mãe de Madaya". Pouco depois, o local é atingido por uma bomba que destrói vários de seus companheiros perante os seus olhos.

"Esta é uma mãe, mas é todas as mães", disse Talajic. "É uma família, mas são todas as famílias".

Esta não é a primeira incursão da Marvel em heróis da vida real: a empresa de gibis já retratou o Papa João Paulo II, São Francisco de Assis e a Madre Teresa.

A ABC conseguiu entregar algumas das ilustrações de Talajic para a mãe. "Ela achou que ele acertou em cheio as características das pessoas, a atmosfera, a cidade", disse o produtor da ABC News Rym Momtaz.

"Se um dia ela conseguir sair", disse Talajic, "os desenhos irão para ela."

A Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou que as evacuações planejadas em Aleppo, na Síria, ainda não começaram pela falta de segurança dos lados do conflito.

O porta-voz da organização, Jens Laerke, não quis especificar quem era responsável pela falha do plano nesta sexta-feira. As evacuações foram anunciadas um dia antes, com grandes expectativas da ONU.

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Laerke apenas apontou uma "situação estrondosamente difícil." Ele falou com repórteres em Genebra. Segundo o porta-voz, as evacuações não puderam começar "porque as condições necessárias não estavam postas para garantir a segurança do movimento das pessoas".

Na quinta-feira, Jan Egeland da ONU havia afirmado que a organização recebeu "a luz verde" para as evacuações civis do governo da Síria, da oposição armada e da Rússia, que anunciou uma pausa nos combates em Aleppo. Fonte: Associated Press.

A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, afirmou, nesta quinta-feira, que a União Europeia precisa tomar uma posição sobre as ações "desumanas" da Rússia na Síria. Merkel, que é a favor de sanções da UE contra a Rússia, falou logo antes de ir à reunião de líderes europeus em Bruxelas, que deverá discutir as relações estratégicas do bloco com Moscou.

A chanceler alemã e o presidente da França, François Hollande, reuniram-se, ontem, com os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da Ucrânia, Petro Poroschenko, para falarem sobre a situação no leste ucraniano.

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Sobre o encontro com Putin, Merkel afirmou que "é importante conversar com o outro lado, mas uma posição deve ser tomada. Eu acho que somos capazes, como Conselho Europeu, de mostrar o que acontece em Aleppo e como o apoio da Rússia é totalmente desumano com as pessoas que vivem lá".

A chanceler alemã repetiu apelos para um cessar-fogo duradouro, "não apenas por algumas horas ou por um dia", para permitir que a ajuda humanitária chegue a Aleppo.

Fonte: Dow Jones Newswires.

Os exércitos da Rússia e da Síria suspenderam os ataques aéreos em Aleppo na Síria nesta terça-feira (18) para permitir a entrada de ajuda humanitária na cidade, informou o ministro de Defesa russo Sergei Shoigu.

Em comunicado, ele disse que os ataques foram suspendidos na terça-feira de manhã e que os corredores humanitários devem ser restaurados para permitir que militantes saiam da cidade. Shoigu disse que o exército sírio irá manter distância de estradas usadas por pessoas que estão fugindo, para não impedir sua movimentação.

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"O imediato cessar de ataques aéreos é necessário para a introdução de uma pausa humanitária", disse o ministro.

A União Europeia (UE) tem pressionado a Rússia para parar com os ataques aéreos em Aleppo e Buxelas pretende impor sanções contra o presidente da Síria, Bashar al-Assad.

Na segunda-feira, a Rússia declarou que a suspensão dos ataques teria duração de oito horas.

A reunião com os líderes de nove nações, incluindo os Estados Unidos, Irã, Arábia Saudita e Rússia, produziu novas ideias para acabar com a violência na Síria, mas terminou sem nenhum acordo ou promessa de nova reunião.

Após mais de quatro horas de conversas neste sábado, que também incluiu os ministros de Relações Exteriores da Turquia, Qatar, Jordânia, Iraque e Egito, assim como o enviado especial da ONU para a Síria, o Secretário de Estado dos EUA, John Kerry, disse que as partes não chegaram a um acordo para restaurar a paz. Entretanto, afirmou que tiveram diversas conversas sobre "um número de ideias de um número diferente de ministros" que são promissoras.

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Ele descreveu a reunião como uma "sessão de brainstorm" e disse que embora os países queiram uma nova estratégia diplomática para a Síria "ninguém quer fazer isso de maneira desleixada."

Kerry viaja no domingo para Londres para encontrar-se com diplomatas do Reino Unido, França e Alemanha para discutir a crise na Síria. A Arábia Saudita e a Jordânia também participarão da reunião. Fonte: Dow Jones Newswires.

"Eu não compartilho da opinião de que o risco de uma guerra nuclear é alto hoje, porque, mesmo com as discrepâncias atuais, penso que em ambos os países as pessoas são sensatas o suficiente para não permitir isso”, disse Kislyak durante um discurso na Universidade John Hopkins (Baltimore, Maryland).

Ao mesmo tempo, o diplomata constatou que "todos os canais normais de cooperação entre os dois estados estão congelados”. O diplomata lembrou que a Rússia e os EUA já contaram com uma comissão bilateral, composta por 21 grupos de trabalho com foco em ciência, tecnologia, militar e questões nucleares, entre outros assuntos, e que não existe mais.

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O papa Francisco implorou nesta quarta-feira (12) um "cessar-fogo imediato na Síria" e pediu que se estenda "ao menos pelo tempo necessário para permitir a evacuação dos civis, especialmente das crianças", num momento em que Aleppo está sob um intenso ataque aéreo.

"Quero destacar e reiterar minha proximidade com todas as vítimas do desumano conflito vivido na Síria. E, com caráter de urgência, renovo meu apelo, implorando a todas as autoridades, com toda a minha força, um cessar-fogo imediato", indicou em sua audiência semanal na Praça de São Pedro.

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Ao menos 25 civis morreram na terça-feira nos bombardeios mais violentos dos últimos dias contra os bairros rebeldes de Aleppo (leste), enquanto cinco crianças morreram em um ataque rebelde no sul da Síria. No plano diplomático, a comunidade internacional segue se mostrando incapaz de acordar uma trégua nos bairros rebeldes de Aleppo, onde vivem mais de 250.000 pessoas, cercadas há vários meses.

O exército do regime sírio, apoiado pela Rússia, bombardeia intensamente estes bairros desde 22 de setembro. Centenas de pessoas, em sua maioria civis, perderam a vida. Em 28 de setembro, o Papa afirmou que os responsáveis por estes bombardeios deverão "prestar contas diante de Deus".

Diante da ausência de paz na Síria, a pequena Bana Alabed, de 7 anos, é uma das milhares de crianças em meio ao confronto e em constante medo pelo cenário vivido no País. Diante disso, o escape encontrado por ela foi a tecnologia. Através do Twitter, a menina faz publicações com fotos e textos suplicando aos líderes internacionais pelo fim da guerra. 

Os relatos do seu cotidiano em Aleppo, onde mora, são feitos por Bana – escritos em inglês - com ajuda da mãe desde setembro. Para isso, uma fraca conexão de 3G ou Wi-Fi ligam ela e sua família ao mundo. Ela já alcançou cerca de 60 mil seguidores. 

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A apreensão sobre o cotidiano da menina é tão grande que sua angustia se mistura ao alívio em poder ser vista todas as manhãs. Outros depoimentos da pequena podem retratar o cenário e mostrar a dimensão do que é vivido pelos sírios. Em algumas das postagens, Bana diz estar lendo para esquecer a guerra, e que necessita de paz.

Em fotos, ela registra os bombardeios sofridos no local, que podem ser vistos através da sua janela. Os seus posts  clamam principalmente por Barack Obama, Vladimir Putin e Bashar al-Assad, pedindo que encerrem a guerra e freiem a matança que tem feito tantas vítimas.  

A nostalgia também faz parte da sua rotina e está presente no “diário eletrônico“ de Bana na internet. A vida que tinha e hoje não existe mais é relatada com saudade, ao mostrar a foto da casa de um amigo que foi destruída pelos bombardeios aéreos. Diante disso, os pedidos por paz e os anseios de fim da guerra são sua maior bandeira, afinal, como disse em postagem, Bana quer viver como uma menina e a guerra pode matá-los a qualquer momento. 

Uma explosão em um vilarejo no noroeste da Síria, próximo à fronteira com a Turquia, deixou ao menos 29 mortos nesta quinta-feira (6), incluindo dezenas de militantes apoiados pelo governo turco, afirmaram ativistas locais.

O ataque foi reivindicado pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI), e revela a complexa situação do conflito no país, onde uma guerra civil entre forças rebeldes e do governo Bashar Assad acontece em meio a um levante de grupos extremistas islâmicos e de incursões de forças internacionais contra o EI.

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A explosão na cidade de Athmeh aconteceu em um pequeno restaurante onde esses militantes se reuniam. Um homem bomba teria se aproximado do local e detonado seus explosivos, deixando muitos outros feridos.

O vice-primeiro-ministro, Numan Kurtulmus, descreveu a explosão como um ataque "desumano" e afirmou que aqueles que o perpetraram "cometeram um crime contra a humanidade."

Paralelamente, ativistas que atuam em Alepo afirmaram que a cidade amanheceu mais tranquila nesta quinta-feira, após o comando militar local afirmar, na noite de ontem, que iria reduzir a escala dos bombardeios em bairros controlados pelos rebeldes.

"Ainda acontecem ataques aéreos e de artilharia, mas em menor proporção do que nos dias anteriores", afirmou Bahaa al-Halaby.

Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, um grupo com sede no Reino Unido, embora os ataques aéreos tenham sido reduzidos, as forças do governo continuam tentando avançar sobre os territórios contestados.

O presidente Assad também negou relatos de que o governo estaria atacando hospitais e a rede de infraestrutura civil feitas por organizações locais e internacionais. Fonte: Associated Press.

O Departamento de Estado dos EUA suspendeu nesta segunda-feira os contatos bilaterais com a Rússia em relação à Síria. A decisão ocorre depois que o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, suspendeu contatos em meio a novos ataques na cidade síria de Alepo.

De acordo com o comunicado do Departamento, a Rússia não assumiu até o momento os termos de um acordo realizado no mês passado para restaurar o cessar-fogo e garantir entregas de ajuda humanitária às cidades sitiadas.

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Como parte da suspensão, os EUA informaram que irão retirar o pessoal que foi designado para participar na criação de um centro conjunto entre a Rússia e os EUA para cooperação militar e de inteligência, caso o cessar-fogo permanecesse. A suspensão não afetará as comunicações entre os dois países em meio às operações contra o terrorismo na Síria. Fonte: Associated Press

Um hospital localizado em Sakhour, bairro da cidade de Aleppo, Síria, controlado por rebeldes, foi atingido por ataques aéreos neste sábado, segundo a organização britânica Observatório Sírio para os Direitos Humanos e a Coordenação Local de Comitês. Uma pessoa foi morta durante o ataque, de acordo com as entidades.

Ativistas da oposição acusam as forças de segurança do presidente sírio Bashar al-Assad e a Rússia pelos ataques, que atingiram também bases da Defesa Civil na região leste da cidade. A área é controlada por rebeldes e vem sendo alvo do exército sírio e de milícias pró-governo.

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Também neste sábado, a TV estatal do país informou que tropas do governo sírio capturaram a estratégica colina Um al-Shuqeef, próxima do campo de refugiados palestinos de Handarat, que também foi retomado pelo exercido de Bashar al-Assad no começo desta semana. A colina fica na fronteira norte de Aleppo.

Já o ultraconservador grupo militante Ahrar al-Sham informou que rebeldes recuperaram o controle hoje de diversas posições que tinham perdido no bairro de Bustan al-Basha.

A ministra de Relações Exteriores da Suécia, Margot Wallstrom, criticou os ataques a alvos civis em sua conta no Twitter: "É inaceitável bombardear civis, crianças e hospitais em Aleppo. (É) falta de humanidade. Assad e Rússia se distanciam da paz".

Na província de Deir el-Zour, no leste da Síria, aeronaves da coalização comandada pelos Estados Unidos destruíram diversas pontos sobre o rio Eufrates, de acordo com a agência de notícias estatal síria Sana e com o coletivo ativista Deir el-Zour 24. A província é um reduto do grupo Estado Islâmico.

Sana informou que entre as pontes destruídas estava a ponte Tarif, que liga a cidade de Deir el-Zor, no leste do país, com a de Raqqa, no norte, considerada pelos extremistas como a capital de fato da Síria.

Mais cedo, a Rússia fez um alerta aos EUA afirmando que qualquer ataque apoiado pelo país contra forças do governo sírio poderão trazer repercussões para todo o Oriente Médio.

As tensões entre Rússia e EUA em torno do conflito na Síria aumentaram desde a quebra do cessar-fogo no último mês, quando cada um dos lados culpou o outro pela falta de êxito no acordo.

Na sexta-feira, autoridades norte-americanas afirmaram que o governo dos EUA continua buscando dialogar com Moscou sobre a crise na Síria, dias após o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, ter ameaçado interromper as conversas depois de uma ofensiva de forças militares sírias e russas em Aleppo. Fonte: Associated Press.

O papa Francisco condenou, nesta quinta-feira, os bombardeios em Alepo, que mataram centenas de pessoas na semana passada, na Síria, e disse que os responsáveis "terão de se explicar diante de Deus".

O pontífice não nomeou especificamente o governo sírio ou seus aliados, que, juntos, lançaram ataques em Alepo após o fracasso do cessar-fogo com forças rebeldes.

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Ao falar na Praça de São Pedro, o papa expressou "preocupação e tristeza profunda sobre o que está acontecendo nessa cidade que já é martirizada, onde crianças, idosos, doentes e jovens estão morrendo" e pediu para que todas as partes respeitassem a "obrigação imperativa e urgente" para proteger civis. Fonte: Dow Jones Newswires.

Tropas leais ao presidente Bashar Assad capturaram o bairro de Farafra, na região central de Alepo, a maior cidade da Síria, nesta terça-feira (27), após semanas de ataques aéreos, afirmaram autoridades, acrescentando que a ofensiva vai continuar até que os insurgentes "sejam dizimados".

Alepo é a maior cidade do país e seu antigo centro comercial, e tem sido duramente disputada pelas forças rebeldes e do governo desde 2012. Nos últimos meses, a cidade tem sido alvo da pior ofensiva aérea desde o início do conflito, que já deixou ao menos 200 mortos e arrasou prédios.

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Apesar da intensidade da ofensiva, os dois lados parecem presos a um impasse. No fim de semana, as forças do governo conquistaram a área de Handarat, no norte da cidade, apenas para perder o controle horas depois.

O Observatório Sírio de Direitos Humanos, um grupo baseado no Reino Unido, confirmou que as tropas do governo avançam sobre bairro.

"Houve forte ataque de artilharia no início do dia. Pareceu que o governo estava se preparando para o ataque", disse Ibrahim Alhaj, membro de um grupo de defesa civil conhecido como Capacetes Brancos. Ele acrescentou que há grande movimentação de milícias pró-governo na cidade.

Em Damasco, a capital do país, um militar afirmou à Associated Press, em condição de anonimado, que as operações em Alepo irão continuar até que os "terroristas" alojados na cidade sejam "dizimados". Fonte: Associated Press.

Membros da Organização das Nações Unidas (ONU) discutem, em uma reunião de emergência, a situação da cidade de Aleppo, na Síria. O ministro de relações exteriores da França, Jean-Marc Ayraul, disse que Rússia e Irã serão culpados por crimes de guerra se não pressionarem o presidente da Síria, Bashar Assad, a finalizar a escalada de violência. "Ele claramente fez a escolha por uma escalada militar. Eu chamo Rússia e Irã a se juntarem e mostrarem responsabilidade, colocando um fim nesta estratégia. Se não, Rússia e Irã serão cúmplices dos crimes de guerra cometidos em Aleppo."

O enviado da ONU Staffan de Mistura acusou a Síria, durante a reunião, de desencadear uma "violência militar sem precedentes" contra civis em Aleppo. Segundo Mistura, a ofensiva militar de retaliação dos rebeldes levou a uma das piores semanas, com dezenas de ataques aéreos contra áreas residenciais, causando milhares de mortes de civis.

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Acusações

Em uma entrevista para a BBC, o secretário britânico Boris Johnson afirmou que a Rússia deveria ser investigada por crimes de guerra pelo ataque contra um comboio civil de ajuda humanitária no dia 19 de setembro, que deixou 20 mortos. A Rússia nega envolvimento e sugere que o ataque foi cometido por rebeldes sírios ou por um drone dos Estados Unidos.

Em sua conta no Facebook, a ministra de relações exteriores da Rússia, Maria Zakharova, rapidamente respondeu às declarações de Boris Johnson. "O ministro das relações exteriores da Grã-Bretanha, Boris Johnson, disse em uma transmissão da BBC que a Rússia é culpada pela guerra civil na Síria e, possivelmente, por cometer crises de guerra sob a forma de ataques aéreos contra um comboio de ajuda humanitária. Tudo isso é certo, exceto por duas palavras: em vez de Rússia precisa ser Grã-Bretanha e ao invés de Síria, Iraque".

Mortes

Pelo menos 23 civis foram mortos no mais recente ataque aéreo do governo sírio na cidade de Aleppo, informou o Observatório Sírio para Direitos Humanos. Já Ibrahim Alhaj, da Defesa Civil, informa que hospitais e equipes de resgate relatam 43 pessoas mortas até o momento.

"Eu nunca vi tantas pessoas morrendo em um lugar", disse Mohammad

Zein Khandaqani, membro do conselho médico. "Está assustador hoje. Em menos de uma hora, os aviões russos mataram mais de 50 pessoas e feriram mais de 200." Fonte: Associated Press

As forças do governo Sírio capturaram uma área controlada por rebeldes nas proximidades de Aleppo neste sábado, aumentando o cerco a regiões comandadas pela oposição enquanto uma série de ataques aéreos destruíram prédios no local.

O novo impulso do governo ocorre enquanto a Organização das Nações Unidas (ONU) diz que cerca de 2 milhões de pessoas estão sem água corrente em Aleppo. A maior cidade da Síria sofre diante da escalada dos confrontos nos últimos dias.

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As forças do governo capturaram o campo de refugiados palestinos controlado por rebeldes em Handarat enquanto ataques aéreos destruíram bairros comandados por rebeldes ao leste de Aleppo. Ao menos 25 pessoas morreram segundo o Observatório Sírio para Direitos Humanos, uma entidade sediada no Reino Unido. Outro grupo de monitoramento, chamado de Comitês de Coordenação Local, informou que 49 pessoas foram mortas apenas neste sábado.

De acordo com o Observatório, o total de mortes em Aleppo deve subir uma vez que muitos feridos estão em estado crítico e trabalhadores de resgate ainda estão cavando em meio a pedras. Moradores afirmam que o último bombardeio foi o pior desde que os rebeldes capturaram partes da cidade em 2012.

A tomada de Handarat por forças sírias aliadas aos combatentes palestinos pró-governo coloca os insurgentes mais distantes de uma importante rodovia que leva a áreas controladas pelos rebeldes na cidade e que agora é comandada pelo governo. Fonte: Associated Press.

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