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O filho de um famoso arqueólogo sírio decapitado em Palmira pelo grupo Estado Islâmico (EI) estabeleceu como meta encontrar o corpo do pai para proporcionar um enterro digno na cidade, que está sob o controle do regime há alguns dias.

Khaled al-Asaad, considerado o "pai de Palmira", foi executado em uma praça em 18 agosto de 2015, três meses depois de o EI ter conquistado a cidade.

"Os jihadistas o decapitaram e colocaram sua cabeça no chão, abaixo do corpo pendurado em um poste de energia elétrica na principal praça de Palmira", conta o filho Tarek al-Asaad à AFP no Museu de Damasco.

"A primeira coisa que quero fazer, agora que Palmira foi libertada do Daesh (acrônimo árabe do EI), é encontrar as pessoas que conservaram sua cabeça e achar o corpo para enterrá-lo de maneira digna no jazigo da família no cemitério da cidade", completou o homem de 35 anos.

Ele pretende visitar a área antiga de Palmira, recuperada no domingo pelo exército sírio com a ajuda da aliada Rússia, após uma ofensiva de 20 dias.

"Sentimos que a alma jovial de meu pai vaga sobre Palmira e saúda a libertação", disse Tarek el-Assad.

"Minha sobrinha Myriam, de 10 anos, sonhou que o avô estava sentado no jardim, feliz e sorridente".

40 anos em Palmira

Considerado um dos pioneiros da arqueologia síria, Khaled al-Asaad foi o diretor do departamento de Antiguidades de Palmira durante 40 anos, de 1963 a 2003.

Ele coordenou a descoberta, entre outros locais, de vários cemitérios antigos e supervisionou as escavações e restauração deste patrimônio histórico, com 1.000 colunas e uma formidável necrópole de 500 tumbas.

Também foi o idealizador do projeto de inscrever a cidade, conhecida como "pérola do deserto", na lista de patrimônio mundial da humanidade la Unesco.

Quando os jihadistas se aproximaram da cidade, em maio de 2015, os filhos de Khaled al-Asaad e vários guardas conseguiram salvar 400 bustos e peças arqueológicas únicas.

No dia 20 de maio, apenas 10 minutos antes da chegada dos extremistas, o último veículo deixou o museu.

O irmão de Tarek, Walid, que substituiu o pai como diretor do departamento de Antiguidades de Palmira, foi torturado e caminha com a ajuda de muletas.

"Os jihadistas procuravam duas toneladas de ouro, mas meu irmão disse que não existiam. Para que ele falasse, desfiguraram estátuas, como a da deusa Alat, que estavam no museu".

Após a queda de Palmira, Khaled al-Asaad se instalou a 100 km do local, em Qasr al-Hayr Sharqi. No dia 20 de julho de 2015, homens encapuzados o buscaram para uma "reeducação islâmica".

O arqueólogo octogenário foi condenado à morte. Ele pediu para ver pela última vez o museu e depois foi levado, com as mãos amarradas e descalço, para o centro da cidade.

"Se negou a ajoelhar-se para a decapitação. Disse que desejava permanecer reto como as colunas e palmeiras de Palmira", recorda o filho.

Em um cartaz preso a seu corpo, os jihadistas o acusaram de ser partidário do regime, de ter representado a Síria em conferências no exterior com "infiéis" e de ter sido o diretor dos "ídolos" de Palmira.

O filho está convencido que ele foi executado porque se negou a jurar lealdade ao EI.

"Os assassinos deixaram o corpo durante três dias sob vigilância e depois o jogaram em um lixão perto da cidade. Dois amigos do meu pai vigiaram a caminhonete e esperaram a saída dos jihadistas. Recuperaram o corpo e nos avisaram que o enterraram", recorda Tarek, sem conter as lágrimas.

O filho não esconde o remorso.

"Me sinto culpado. Vejo meu pai na prisão perguntando por quê os filhos que educou o deixaram sozinho. Se soubesse que iriam executá-lo, teria retornado para salvá-lo".

Uma autoridade do governo da Síria afirmou que especialistas removeram até agora 150 bombas plantadas por membros do Estado Islâmico dentro do sírio arqueológico no centro histórico da cidade de Palmira. O chefe de antiguidades e museus da Síria, Maamoun Abdul-Karim, disse à AP que uma equipe técnica voltou a Damasco após dois dias de trabalho em Palmira.

Tropas sírias capturaram a cidade, que estava sob poder do Estado Islâmico, no domingo, depois de três semanas de intensos combates. Abdul-Karim afirmou que sua equipe fotografou dentro do museu onde muitas estátuas foram danificadas pelo grupo terrorista nos últimos dez meses.

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Segundo ele, os técnicos não puderam chegar a alguns lugares remotos, como cemitérios, porque ainda há "centenas de minas" enterradas. Fonte: Associated Press.

Os bombardeios aéreos russos na Síria foram muito mais mortíferos que os da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos, aponta um relatório do grupo de monitoramento Airwars divulgado nesta terça-feira.

Segundo o Airwars, uma ONG baseada em Londres que trabalha com base em informações disponíveis publicamente sobre os bombardeios, os aviões russos mataram provavelmente "entre 1.096 e 1.448 civis" entre outubro e dezembro de 2015, em 192 ataques realizados apenas na Síria.

Em comparação, os bombardeios da coalizão internacional provocaram provavelmente a morte de 1.044 pessoas no Iraque e na Síria desde o início da campanha contra o grupo Estado Islâmico (EI) em agosto de 2014, afirma.

No período outubro-dezembro do ano passado, a coalizão teria matado entre 178 e 223 civis no Iraque e na Síria, seis vezes menos que os russos apenas na Síria, destaca a ONG.

Aliada chave do governo sírio de Bashar al-Assad, a Rússia negou que tome como alvo civis e sustentou que só ataca o EI e outros grupos terroristas contrários ao regime.

Os ocidentais e os grupos contrários a Assad a acusam, pelo contrário, de concentrar seus bombardeios nos grupos rebeldes opositores sírios e em "infraestruturas civis", como uma usina de tratamento de água, padarias, depósitos de alimentos e comboios de ajuda humanitária, denuncia a Airwars.

Os ataques russos diminuíram consideravelmente desde a entrada em vigor de um cessar-fogo entre o governo de Assad e os rebeldes. Moscou repatriou parte de sua frota aérea, embora conserve na Síria algumas aeronaves que continuam realizando ataques ao EI, não envolvido na trégua.

Mais de 270.000 pessoas morreram no total desde o início do conflito na Síria, em 2011, e milhares foram deslocadas pelos combates.

A coalizão dirigida pelos Estados Unidos admitiu ter matado apenas 21 civis desde o início de sua campanha aérea, mas várias investigações em andamento aumentarão certamente este saldo.

A Jordânia receberá um empréstimo de US$ 100 milhões para criar 100 mil vagas de emprego para refugiados sírios e seus próprios cidadãos, informou neste domingo o presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim.

O empréstimo de longo prazo, quase todo livre de juros, é parte de um esforço da comunidade internacional para melhorar as condições dos refugiados e dos países que estão sobrecarregados de imigrantes, incluindo a Jordânia e o Líbano.

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Mais de 4,8 milhões de sírios deixaram suas casas desde o início do conflito no país, em 2011. A Jordânia abriga cerca de 640 mil refugiados sírios e o Líbano, mais de 1 milhão.

O empréstimo a juros baixos oferecido pelo Banco Mundial e outras instituições estão entre as ferramentas utilizadas para realizar ações de educação financeira e criar empregos para refugiados na região do Oriente Médio. O esforço também busca desacelerar a imigração de refugiados para a Europa.

O presidente do Banco Mundial e o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, têm visitado a região desde a semana passada, passando primeiro pelo Líbano. Kim anunciou os US$ 100 milhões destinados à Jordânia neste domingo, depois de ter anunciado outros US$ 100 milhões para o Líbano, para garantir educação para as crianças sírias e as próprias libanesas até 2017.

O presidente do banco afirmou que o dinheiro para a Jordânia e o Líbano, dois países de renda média, é parte de um fundo especial normalmente reservado para os países mais pobres. "Nós estamos pegando dinheiro do fundo e dando para os países de renda média porque eles têm tomado medidas extraordinárias ao receber os refugiados", disse.

Kim não soube dizer quando os 100 mil empregos deverão ser criados nem quantos devem ser destinados aos refugiados. Fonte: Associated Press.

As forças do governo da Síria retomaram três bairros de Palmira, uma cidade com famosas ruínas da Era Romana que foi conquistada pelo grupo Estado Islâmico em maio passado, informou a imprensa estatal neste sábado.

As tropas sírias e seus milicianos aliados, apoiados por ataques aéreos russos, tomaram posições em três bairros que fazem parte da cidade moderna, de acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, um grupo de monitoramento com base na Grã-Bretanha.

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Os jatos russos realizaram 40 combates aéreos perto de Palmira, atingindo 158 alvos e matando mais de 100 militantes, informou o Ministério da Defesa da Rússia.

Palmira, carinhosamente conhecida como "noiva do deserto", costumava atrair dezenas de milhares de turistas todos os anos. O Estado Islâmico expulsou as forças do governo em poucos dias e depois demoliu alguns dos monumentos mais conhecidos em uma localidade considerada Patrimônio da Humanidade pela Unesco. Os extremistas acreditam que as ruínas antigas promoviam a idolatria.

Retomar a cidade seria uma grande vitória para o governo do presidente Bashar al-Assad e seus aliados, que tiveram ganhos constantes nos últimos meses contra o Estado Islâmico e outros insurgentes, incluindo os rebeldes apoiados pelo Ocidente.

A batalha por Palmira, agora entrando em sua quarta semana, de acordo com o observatório, não tem sido fácil. As forças governamentais perderam pelo menos 18 soldados somente na sexta-feira, incluindo um major-general, informaram o observatório e sites ligados ao Estado Islâmico. Outros 10 soldados foram mortos neste sábado.

O Estado Islâmico começou a retirar civis de Palmira esta semana para outras partes de seu território na Síria. Nenhum civil permaneceu na cidade, segundo um morador que falou na condição de anonimato.

Fonte: Associated Press.

As forças do governo da Síria estão em combate com os extremistas do grupo Estado Islâmico na cidade de Palmira, segundo informações da imprensa local.

Dois canais de TV libaneses mostraram imagens de tanques de guerra e armas atirando na cidade histórica. O Observatório Sírio de Direitos Humanos informou ainda que as forças do governo têm o apoio de ataques aéreos da Rússia e que milícias aliadas retomaram uma área no subúrbio da cidade.

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O Observatório também informa que 10 soldados foram mortos pelo Estado Islâmico neste sábado. Fonte: Associated Press.

A Rússia advertiu os EUA nesta segunda-feira (21) de que poderá começar a usar suas forças para violar o cessar-fogo na Síria, começando já na terça-feira, se os EUA se recusarem a responder às propostas de Moscou. Os militares russos acusaram os EUA de demora em responder às propostas de Moscou sobre a monitorização conjunta de um cessar-fogo na Síria.

Um general russo disse no fim de semana que novos atrasos estão levando a baixas civis, como em Aleppo, por exemplo, onde 67 civis foram mortos supostamente por fogo militante desde que a trégua foi iniciada.

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O tenente-general Sergei Rudskoy disse em um comunicado nesta segunda-feira que a Rússia terá de usar a força unilateralmente porque os EUA, em conversas com a Rússia na semana passada, haviam se recusado a coordenar uma resposta conjunta.

"O lado americano não estava pronto para essa discussão em particular e para a aprovação do acordo", apontou o comunicado. Não houve reação imediata dos oficiais norte-americanos.

O cessar-fogo russo e mediado pelos EUA, que começou no dia 27 de fevereiro, ajudou a reduzir significativamente as hostilidades. O presidente russo, Vladimir Putin, anunciou na semana passada a retirada de alguns dos aviões de guerra russos da Síria, mas disse que a ação contra o grupo Estado Islâmico e a Frente Nusra, filiada a Al-Qaeda, vai continuar. Ambos os grupos terroristas não participam do cessar-fogo. Fonte: Associated Press.

Beirute, 19/03/2016 - Ataques aéreos na cidade de Raqqa, na Síria, mata 39 pessoas e deixa dezenas de civis feridos. Segundo o Observatório Sírio para Direitos Humanos, cinco crianças e sete mulheres estão entre os mortos.

Não está claro qual país comandou os ataques à região, que é comandada pelos extremistas do Estado Islâmico. A Rússia conduz ataques aéreos na Síria desde 30 de setembro do ano passado, e nas últimas semanas tropas sírias com apoio da aviação russa intensificaram os ataques para reconquistar a região. Fonte: Associated Press.

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O enviado especial da ONU para a Síria, Staffan de Mistura, deu início a negociações com a oposição na Síria nesta terça-feira, depois de fazer um minuto de silêncio para marcar o quinto aniversário da revolta armada contra o presidente Bashar al-Assad. Separadamente, o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, anunciou que viajará para Moscou na próxima semana para conversar sobre a retirada de tropas russas da Síria e um processo de transição política no país.

De Mistura pediu um minuto de silêncio em uma reunião com outros enviados do Alto Comitê de Negociações. Vários deles uniram os braços e alguns pareciam rezar. O enviado da ONU havia reiniciado negociações indiretas com a Síria na segunda-feira ao se reunir com enviados do governo de Assad.

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Kerry, por sua vez, afirmou que vai se encontrar com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, para tentar avançar nas negociações de paz. "Alcançamos uma fase muito importante nesse processo", declarou. Na manhã desta terça-feira, aviões e tropas estacionados na base aérea da Rússia na Síria começaram a deixar o país, depois de uma ordem de Putin para retirada parcial, o que aumentou as expectativas de progresso em direção à paz.

A decisão de Putin pegou os EUA e alguns de seus aliados de surpresa. Autoridades do governo norte-americano afirmam que estão cautelosamente otimistas com relação ao que significa essa retirada das tropas russas.

De todo modo, muitos observadores dizem que as atuais negociações oferecem a melhor chance em anos de encerrar o conflito, que já deixou pelo menos 250 mil pessoas mortas e fez milhões abandonarem suas casas. A revolta começou com manifestações no geral pacíficas, mas uma repressão brutal do governo àqueles protestos alimentou a insurgência armada, gerando uma guerra civil que ao longo dos anos foi envolvendo potências regionais e mundiais. Fonte: Associated Press.

O Ministério de Defesa da Rússia informou que seus aviões de combate do país começaram a retornar da Síria nesta terça-feira (15). Ontem, o presidente russo, Vladimir Putin, surpreendeu ao anunciar que Moscou iria retirar boa parte de suas forças militares do território sírio.

Segundo comunicado das Forças Armadas russas, o ministro da Defesa, Sergei Shoigu, determinou que aeronaves voltassem ao território russo a partir desta terça-feira. Não está claro por quanto tempo a retirada de forças russas continuará nem quantas tropas e aeronaves russas permanecerão na Síria.

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Antes de Putin lançar a campanha aérea em apoio ao presidente sírio, Bashar al-Assad, no fim de setembro, a Rússia já mantinha um contingente de assessores militares no país para auxiliar as forças do governo local. Um porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse na noite de segunda-feira que a Rússia deve manter duas bases no país, a base aérea em Hmeimin, perto da cidade portuária de Latakia, e a base naval em Tartus.

O anúncio de Putin coincidiu com o momento do início das conversas de paz em Genebra para tentar um acordo para acabar com o conflito de cinco anos. Peskov disse que a retirada foi decisão do governo russo, não um pedido de Assad.

A novidade surpreendeu também autoridades dos Estados Unidos. Em telefonema na segunda-feira, o presidente dos EUA, Barack Obama, disse a Putin que mais ações ofensivas na Síria poderiam ameaçar o cessar-fogo e o nascente processo de paz.

Observadores dizem que Putin parece usar a campanha síria como forma de acabar com o isolamento internacional da Rússia, ao oferecer uma frente comum contra o Estado Islâmico, que controla territórios na Síria e no Iraque. Autoridades ocidentais acusam, porém, as forças russas de também atacar oposicionistas sírios moderados. Fonte: Dow Jones Newswires.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, ordenou nesta segunda-feira o início da retirada das tropas militares russas a partir desta terça-feira.

Segundo o presidente russo, a medida deve ajudar a servir como um estímulo para as negociações políticas na Síria. Putin disse que coordenou o movimento juntamente com o presidente sírio, Bashar al-Assad.

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No entanto, Putin disse que a base aérea russa de Hemeimeem, localizada na província costeira de Latakia, na Síria, e uma academia naval no porto sírio de Tartous continuarão a operar. Fonte: Associated Press

Iniciada há quase seis anos, a revolta na Síria contra o regime de Bashar al-Assad se transformou em uma devastadora guerra, que já deixou mais de 270.000 mortos, metade da população deslocada e um país em ruínas.

O Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), que dispõe de uma vasta rede de informantes no terreno, contabilizou 271.138 mortos. Entre eles 79.106 civis, incluindo 13.500 crianças, de acordo com um balanço de 23 de fevereiro.

Estes números não incluem as milhares de pessoas desaparecidas, os opositores presos e os membros do exército capturados pelos rebeldes ou grupos jihadistas como a Frente al-Nusra e Estado Islâmico (EI). A ONU apontou em um relatório publicado em fevereiro que milhares de pessoas detidas pelo regime foram mortas.

De acordo com uma ONG síria, 177 hospitais foram destruídos e cerca de 700 profissionais da saúde morreram desde 2011.

Refugiados

No país, que em 2011 tinha 23 milhões de habitantes, 13,5 milhões de pessoas foram deslocadas pela guerra, de acordo com dados da ONU publicados em 12 de janeiro de 2016. "Pelo menos 250.000 crianças vivem em áreas sujeitas a um cerco brutal (...) que se tornaram verdadeiras prisões a céu aberto", informou, em março, a ONG Save the Children.

Segundo a ONU, um total de 450.000 pessoas vivem em áreas sitiadas. A guerra forçou 4,7 milhões de pessoas a fugir do país, o que é "a maior população de deslocados em um conflito em uma geração", estimou, em julho de 2015, a agência da ONU para os Refugiados (ACNUR).

A Turquia tornou-se o principal local de asilo para os refugiados, recebendo entre 2 e 2,5 milhões de sírios deslocados. Na Jordânia, há 630.000 deslocados registrados pela Acnur, mas as autoridades estimam que o número possa ultrapassar um milhão de pessoas. No Iraque, há 225.000 refugiados sírios, enquanto o Egito acolhe 137.000 pessoas.

Os refugiados sofrem com a pobreza, problemas de saúde e cresce cada vez mais os conflitos com as comunidades dos locais de refúgio, onde vivem em condições precárias. A grande maioria dos refugiados sírios permanece nos países da região, mas mais e mais pessoas tentam chegar à Europa em uma viagem perigosa e incerta.

Economia moribunda

De acordo com especialistas, o conflito prejudicou a economia, a ponto de retrocedê-la ao nível que estava há três décadas, privando-a de quase todos os seus rendimentos, com a destruição da maior parte das infraestruturas. O sistema de educação e o de saúde estão em ruínas.

As exportações caíram 90% desde o início dos distúrbios, de acordo com um alto funcionário, devido às sanções internacionais que sufocam ainda mais a economia. De acordo com o Ministério do Petróleo, as perdas diretas e indiretas do setor de petróleo e gás totalizam 58 bilhões de dólares.

Em 2015, uma coalizão de 130 ONGs informou que a Síria vive quase sem eletricidade, uma vez que 83% da rede elétrica foi destruída.

O governo do Canadá prevê abrigar entre 51.000 e 57.000 refugiados em 2016, o dobro do ano anterior, anunciou nesta terça-feira o ministro da Imigração, John McCallum.

"Nosso plano não só aponta a abrigar refugiados sírios no Canadá durante 2016, mas também a abrir nossas portas a mais refugiados de outras regiões do mundo", disse à imprensa, ao apresentar as propostas que o Canadá fixou para este ano no que diz respeito ao tema da imigração. No total, o Canadá tem como objetivo abrigar entre 280.000 e 305.000 novos residentes permanentes no correr deste ano, disse McCallum.

O objetivo representa um aumento de aproximadamente 7% no número de admissões com relação ao ano anterior. É "a cifra mais alta (...) dos tempos modernos no Canadá", destacou. O país recebeu mais de 26.000 refugiados sírios nos últimos três meses, tal como estava previsto e tinha prometido o premiê Justin Trudeau.

O Partido Liberal de Trudeau tinha se comprometido a receber 25.000 refugiados sírios antes do Natal de 2015, mas teve que adiar o prazo até o fim de fevereiro diante dos desafios logísticos e de segurança que a acolhida implicava.

Aviões de guerra bombardearam um depósito de combustíveis controlado por rebeldes ao norte da Síria, matando ao menos 12 pessoas, informaram grupos que monitoram o conflito.

O Observatório Sírio de Direitos Humanos disse que os corpos foram encontrados carbonizados nos destroços do depósito na província de Idlib. Para a entidade, é muito cedo para dizer se as vítimas eram civis ou militares.

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Os Comitês de Coordenação Local, uma rede de oposição, afirmaram que os mortos chegam a 15, todos civis.

A violência diminuiu no país desde o início do cessar-fogo parcial, há nove dias. Nos termos do acordo, as partes ainda estão autorizados a alvejar organizações que a Organização das Nações Unidas (ONU) classificou como grupos terroristas, incluindo o Estado Islâmico e a afiliada síria da Al-Qaeda, a Frente Nusra.

Riad Hijab, o chefe do Comitê de Altas Negociações, a principal coalizão opositora, classificou o ataque de "massacre". Fonte: Associated Press

As forças governamentais da Rússia e da Síria tiveram como estratégia de guerra no conflito sírio atacar hospitais, de acordo com um relatório divulgado nesta quinta-feira (3) pela Anistia Internacional, um grupo de direitos humanos.

A Anistia Internacional disse que tem "evidências convincentes" de que pelo menos seis ataques foram realizados deliberadamente contra centros médicos na província de Aleppo nos últimos três meses, que mataram pelo menos três civis, incluindo um médico, e feriu mais de 44 pessoas. O órgão afirmou que os ataques correspondem a crimes de guerra.

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Aleppo testemunhou alguns dos combates mais ferozes do país antes do início do cessar-fogo no último sábado, com o intuito de cortar uma rota de abastecimento rebelde da Turquia. A Anistia disse que os ataques a instalações médicas foram destinados a preparar o caminho para forças terrestres pró-governo para avançar para o norte de Aleppo.

A Rússia negou ter civis como alvo em sua campanha Síria. O presidente sírio, Bashar Assad, também negou alvejar civis, dizendo que ele tem travado uma guerra contra o terrorismo, mas que faz parte da "regra de ouro" na guerra que os civis inocentes morram.

O grupo de monitoramento documentou 346 ataques contra as instalações médicas nos cinco anos de conflito, matando 705 pessoas da equipe médica. Destes, 315 foram realizados por forças sírias ou russas, segundo o órgão.

A TV estatal da Síria relatou um blecaute de energia elétrica em todo o país por razões desconhecidas e que as equipes de manutenção estão trabalhando para restabelecer o serviço nas próximas horas.

Cortes de eletricidade têm sido frequentes nos últimos cinco anos de conflitos no país, mas é raro que a interrupção ocorra no país todo. Blecautes anteriores foram atribuídos a ataques rebeldes segmentados na rede de eletricidade, mas ainda não havia nenhuma razão específica para o blecaute de hoje. Fonte: Associated Press.

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A Síria se encontrava sem eletricidade, depois de uma pane geral na distribuição, cujas causas são desconhecidas, anunciou a televisão oficial.

"Uma fonte do ministério da Eletricidade anunciou um blecaute geral e indicou que as equipes tentam determinar a origem do problema para reparar e restabelecer a energia nas próximas horas", indicou a tv.

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Ban Ki-moon, afirmou que o cessar-fogo é em geral respeitado na Síria, apesar de confrontos esporádicos que continuam a ocorrer pelo país. As crescentes violações, porém, ameaçam acabar com a trégua, agora em seu terceiro dia.

Falando a repórteres nesta segunda-feira em Genebra, Ban confirmou que recebeu uma carta do Alto Comitê de Negociações, o principal grupo que reúne oposicionistas, na qual eles reclamam de contínuas violações do governo sírio e dos aliados deste, a Rússia e o Irã.

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A carta enviada no domingo pedia que a ONU ajudasse a "especificar o território coberto pela trégua para impedir hostilidades" nas áreas determinadas.

O cessar-fogo, forjado pelos Estados Unidos e pela Rússia, começou a vigorar a zero hora da sexta-feira, sem a participação do Estado Islâmico e da Frente Nusra, braço da Al-Qaeda na Síria. A trégua reduziu bastante a violência, dando um pouco de paz aos civis, particularmente em relação a ataques aéreos.

Mas as acusações de violações dos dois lados ameaçam o acordo, que busca trazer de volta à mesa de negociações o governo sírio e a oposição, em um encontro na semana que vem em Genebra. Ban disse a repórteres que deseja uma extensão do cessar-fogo para além das duas semanas inicialmente planejadas.

A ONU afirmou também que planeja entregar assistência humanitária a 154 mil pessoas que vivem em áreas sitiadas na Síria nos próximos cinco dias. A entrega de ajuda é uma exigência da oposição para participar do diálogo de paz em Genebra em 7 de março.

Os confrontos em Alepo continuavam nesta segunda-feira. O grupo militante libanês Hezbollah afirmou que recuperou o corpo de um de seus graduados comandantes, Ali Fayyad, morto durante confrontos na região. O grupo xiita luta ao lado das forças de Assad. Fonte: Associated Press.

A fome pode provocar milhares de mortes nas zonas sitiadas da Síria, onde mais de 450.000 pessoas vivem bloqueadas, indicou nesta segunda-feira o Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos.

"Os alimentos, os medicamentos e outros produtos de ajuda humanitária de urgência são bloqueados de forma reiterada. Milhares de pessoas podem morrer de fome", advertiu Zeid Ra'ad Al-Hussein durante a abertura da 31ª sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU em Genebra.

"A privação deliberada de alimentos está claramente proibida como arma de guerra. Por extensão, o cerco de localidades também está", declarou o Alto Comissário.

A ONU anunciou que aproveitará a suspensão das hostilidades, em vigor na Síria desde sábado, para reforçar suas operações humanitárias e ajudar nos próximos cinco dias mais de 150.000 pessoas que vivem em localidades cercadas por algum dos grupos em conflito.

O organismo internacional também espera luz verde das partes para "ajudar 1,7 milhão de pessoas que estão em zonas de difícil acesso", declarou no domingo o coordenador de Assuntos Humanitários da ONU na Síria, Yacub el Hill. A Organização Mundial de Saúde (OMS) exigiu nesta segunda-feira, por sua vez, acesso às zonas sitiadas com o objetivo de enviar ajuda médica.

"No entanto, muitas demandas não são aprovadas pelas autoridades sírias", lamentou Elizabeth Hoff, representante da OMS na Síria. O conflito sírio deixou em cinco anos mais de 270.000 mortos e milhares de deslocados e refugiados.

Beirute, AE - Um cessar-fogo levou uma relativa paz a partes da Síria pela primeira vez em anos neste sábado (27), oferecendo aos civis um raro período sem ataques dos governos da Rússia ou da própria Síria, apesar de algumas violações limitadas no acordo decidido por Washington e Moscou.

Os confrontos continuavam contra membros do Estado Islâmico, que lançou uma ofensiva surpresa em uma área do norte do país e realizou um ataque suicida no centro sírio. O grupo extremista, junto com o braço da Al-Qaeda na Síria, a Frente Nusra, não são parte do cessar-fogo, que começou a valer a zero hora deste sábado (hora local).

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A trégua é a tentativa internacional mais ambiciosa até agora para reduzir a violência no devastador conflito, que já matou mais de 250 mil pessoas, feriu um milhão e gerou uma das maiores ondas de refugiados desde a Segunda Guerra.

Houve numerosas violações ao cessar-fogo no sábado, mas o nível de violência foi marcadamente mais baixo pelo país. No sul da Síria, a situação estava "calma" neste sábado, segundo o ativista de oposição Ahmad al-Masalmeh, que vive na cidade de Daara, no sul do país. A tranquilidade prevalecia em grande parte da província de Homs, no centro sírio, segundo Mohammed al-Sibai.

A agência estatal síria, Sana, disse que militantes fizeram vários disparos em áreas residenciais da capital, Damasco, na primeira violação ao cessar-fogo, por volta do meio-dia do sábado. A Sana disse que o ataque foi de "grupos terroristas" que estariam em Jobar e Douma, dois subúrbios da capital dominados pela oposição. Posteriormente, a agência informou que uma pessoa foi morta e outra ficou ferida por um disparo de um atirador nas proximidades do bairro Sheikh Maksoud, na cidade de Alepo.

Os grupos rebeldes disseram que houve inúmeras violações cometidas pelas forças do governo pelo país, que poderiam ameaçar o acordo.

O enviado da Organização das Nações Unidas para a Síria, Staffan de Mistura, disse que alguns incidentes eram esperados, mas que a situação após a primeira noite e neste primeiro dia de trégua era "bastante tranquilizadora".

O Estado Islâmico lançou dois ataques suicidas perto da cidade de Salamiyeh, no centro do país, um contra um posto de controle do Exército, que deixou dois mortos e quatro feridos, e um segundo com um carro-bomba, destruído por tropas sírias antes de chegar a um posto militar, segundo a TV estatal. Uma agência de notícias ligada ao grupo extremista, a Aamaq, disse que o Estado Islâmico reivindicava a autoria dos ataques. A agência disse também que militantes do grupo lançaram um ataque surpresa contra várias áreas da província de Raqqa, onde fica a cidade de Tal Abyad, sem dar detalhes.

O Observatório Sírio pelos Direitos Humanos, um grupo oposicionista que monitora o conflito, disse que pelo menos 70 militantes e 20 combatentes curdos foram mortos nos confrontos. Os números não podiam ser verificados de maneira independente. Fonte: Associated Press.

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