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O governo dos Estados Unidos declarou nesta quinta-feira (12) que suspendeu a proibição do aplicativo TikTok em seu território, após uma sentença judicial favorável à rede social chinesa.

O popular aplicativo de vídeos curtos havia sido proibido por temor no governo americano de que ele represente uma ameaça à segurança nacional, mas o Departamento do Comércio anunciou que irá adiar a medida, acatando a ordem emitida por um juiz federal no último dia 30 de outubro e assinalando que a proibição "não entrará em vigor, à espera de novas decisões legais". Outros processos judiciais estão pendentes sobre o assunto.

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O TikTok, que tem cerca de 100 milhões de usuários nos Estados Unidos, não se pronunciou sobre a notícia. Trump acusou (sem provas) o aplicativo de espionar seus usuários em favor de Pequim, e declarou que, para funcionar em seu território, o TikTok deveria se tornar uma empresa americana, controlada por investidores americanos, mas até agora não houve acordo entre as partes.

Após um recurso apresentado pelos criadores do aplicativo, um tribunal federal da Pensilvânia bloqueou, em 30 de outubro, a ordem de proibição.

A chinesa ByteDance, empresa matriz do TikTok, tinha até esta quinta-feira para reestruturar a propriedade do aplicativo nos Estados Unidos para atender às preocupações de segurança nacional, mas entrou com uma petição em um tribunal de Washington esta semana pedindo um novo prazo. A empresa informou, em comunicado divulgado na última terça-feira, que pediu ao governo uma prorrogação por 30 dias, que não foi concedida.

Em meio à desordem causada pela reação de Donald Trump ao resultado da eleição, o Pentágono sofreu uma mudança radical de comando. Após a demissão do secretário de Defesa, Mark Esper, a cúpula do departamento pediu para sair e quatro nomes leais ao presidente assumiram cargos estratégicos. Segundo o Washington Post, militares e funcionários suspeitam que o plano seja ajudar Trump a resistir no cargo.

Os nomes leais ao presidente, segundo fontes do Departamento de Defesa ouvidas pelo Washington Post, estariam retardando a transição, acertando contas com adversários e promovendo agenda própria. À medida que altos funcionários do Pentágono perdem o emprego, todas as atenções se voltam para o futuro do chefe do Estado-Maior Conjunto, general Mark Milley, que caiu em desgraça com muitos dentro da Casa Branca e seria um dos últimos obstáculos para o controle total do Pentágono.

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Milley não pretende renunciar e Trump ainda não decidiu demiti-lo. Outros funcionários que se recusaram a renunciar, como a vice-diretora da Usaid, Bonnie Glick, foram demitidos sem explicação. O general entrou em choque com uma facção de assessores de Trump que está expurgando quem é considerado desleal ao presidente.

Em junho, Esper e Milley irritaram Trump ao discordarem do uso de tropas para reprimir protestos e da ordem de usar agentes químicos para dispersar manifestantes na Casa Branca, para que o presidente pudesse tirar uma foto com uma bíblia na mão diante de uma igreja - Milley e Esper aparecem na foto com Trump.

"Eu não deveria ter ido", disse Milley, em vídeo da National Defense University, alguns dias depois. "Minha presença naquele momento e naquele ambiente criou uma percepção de que os militares estão envolvidos em política."

Mas Milley é mais difícil de demitir do que Esper. Em 2019, ele foi confirmado pelo Senado para um mandato de quatro anos por 89 a favor e 1 contra. Substituí-lo por um nome leal seria difícil, porque o cargo deve ser preenchido por um alto comandante militar. Muitos dentro do Pentágono, porém, alertam que nada impede a Casa Branca de se livrar dele.

Enquanto isso, os aliados de Trump se aproveitam para ocupar o vácuo deixado no Pentágono. A saída repentina do subsecretário de Políticas de Defesa, John Anderson, por exemplo, deixou o cargo nas mãos de Anthony Tata, um trumpista fanático que certa vez chamou Barack Obama de "líder terrorista". Tata foi reprovado em uma sabatina, em agosto, em razão de suas declarações explosivas e da falta de qualificação.

Outro problema identificado por militares e funcionários civis, de acordo com a CNN, é a decisão do governo de retirar completamente as tropas americanas do Afeganistão - a equipe de Esper era contra, argumentando que pode ser prematuro. "É assustador", disse uma fonte do Pentágono à CNN, que não se identificou. "São movimentos de um ditador."

Os democratas se dizem preocupados. "A rotatividade de altos funcionários no Departamento de Defesa durante a transição presidencial é um risco. A renúncia do responsável pela política de defesa, no dia seguinte à demissão do secretário, marca o início de um processo de destruição do Pentágono", disse Adam Smith, presidente da Comissão de Serviços Armados da Câmara.

O momento-chave agora é saber quando a Administração de Serviços Gerais (GSA) certificará que Joe Biden ganhou a eleição - uma espécie de chancela em lei da vitória democrata. Trump pode ordenar que seus oficiais não cumpram a determinação, o que forçaria o alto escalão do Pentágono, incluindo Milley, a escolher entre seguir a lei ou permanecer leal ao presidente. Se isso ocorrer, a crise alcançaria um nível novo e perigoso. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente americano, Donald Trump, fará sua primeira aparição oficial pós-eleitoral nesta quarta-feira (11), no que deveria ser um dia de união nacional para marcar o Dia dos Veteranos, mas que pode ficar em segundo plano por sua recusa em reconhecer a vitória de Joe Biden.

O presidente republicano planeja visitar o Cemitério Nacional de Arlington por volta das 11h (16h GMT), quatro dias depois de a mídia americana ter declarado, com base em projeções de resultados oficiais, que seu rival democrata será o próximo inquilino da Casa Branca.

Desde então, Trump falou à nação apenas por meio do Twitter e não aceitou sua derrota para Biden, como ocorre tradicionalmente nos Estados Unidos quando se projeta um vencedor em uma eleição.

E, em meio a números recordes de casos da covid-19 em todo país, e com os estados impondo novas restrições para prevenir a propagação do vírus antes do inverno, Trump parece ter deixado de lado as funções presidenciais usuais.

Em vez disso, o republicano permaneceu trancado na mansão presidencial, argumentando que será o vencedor e abrindo processos que têm como principal alegação eventos de fraude eleitoral. A justificativa usada por Trump permanece frágil.

No início da quarta-feira, ele tuitou novas alegações não comprovadas sobre vitórias e fraudes eleitorais, apesar do consenso de observadores internacionais, de líderes mundiais, das autoridades eleitorais locais e da mídia americana de que o processo eleitoral de 3 de novembro ocorreu de forma transparente, e que não há alegações críveis de fraude.

Trump disse que uma pesquisa "possivelmente ilegal" pouco antes do dia da eleição o mostrava 17 pontos atrás de Biden em Wisconsin, quando, segundo ele, a corrida estava empatada e, agora, ele estava no caminho da vitória.

"Muitos desses casos 'deploráveis'!", ressaltou no Twitter. Biden foi declarado o vencedor em Wisconsin.

Alguns republicanos estão aderindo aos apelos crescentes para que o presidente assuma sua derrota. Especialistas alertam que sua recusa prejudica o processo democrático e atrasa a transição para um governo Biden, cuja posse está marcada para 20 de janeiro de 2021.

Entre eles, está o secretário de Estado republicano de Montana, Corey Stapleton, que destacou as "coisas incríveis" que Trump realizou durante seu governo.

"Mas esse tempo acabou. Tire o chapéu, morda o lábio e parabenize @JoeBiden", tuitou.

Ainda assim, algumas das figuras mais poderosas do Partido Republicano, incluindo o secretário de Estado, Mike Pompeo, e o líder do Senado, Mitch McConnell, parecem estar apoiando Trump em sua tentativa de minar a vitória de Biden.

"Haverá uma transição suave para um segundo governo Trump", disse Pompeo na terça-feira durante uma entrevista coletiva por alguns momentos tensa.

Já McConnell declarou que o presidente está "100% dentro de seus direitos" de contestar a eleição na Justiça.

Líderes de países aliados dos Estados Unidos prometeram cooperar com o presidente eleito, Joe Biden, apesar de o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, ter falado hoje em um segundo mandato de Donald Trump.

A divisão diplomática na maior potência mundial pode se tornar mais evidente quando Pompeo iniciar um giro por países que felicitaram Biden por sua vitória, na próxima sexta-feira.

Pompeo falou hoje sobre as medidas tomadas pelo Departamento de Estado para facilitar a instalação do novo governo. "Haverá uma transição tranquila para um segundo governo Trump", afirmou, durante uma entrevista coletiva tensa, ao ser questionado sobre os contatos com a equipe de Biden.

"O mundo deve ter plena confiança de que a transição necessária para que o Departamento de Estado esteja efetivamente operacional hoje, e efetivamente operacional com o presidente que estiver no cargo na tarde de 20 de janeiro, será uma transição bem-sucedida", disse Pompeo, referindo-se à data e ao horário da posse presidencial. "Vamos contar todos os votos", acrescentou, assinalando que o mundo sabe que se trata de "um processo legal que leva tempo".

Vários líderes mundiais, incluindo quase todos os aliados dos EUA, parabenizaram Biden, que alcançou uma liderança incontestável em estados-chave e conquistou a maioria do voto popular nacional.

Trump, no entanto, se recusa a admitir sua derrota na eleição de 3 de novembro, e segue citando fraude em massa, pedindo recontagens e promovendo ações legais.

Quando questionado se os Estados Unidos ainda podem emitir declarações pedindo eleições livres ao redor do mundo, Pompeo disse que a pergunta era "ridícula".

"Este Departamento se preocupa profundamente em garantir que as eleições em todo o mundo sejam seguras, livres e justas, e meus funcionários arriscam suas vidas para garantir que isso aconteça", afirmou ele.

Com seus comentários, Pompeo se colocou entre os mais obstinados defensores do presidente americano. No fim da semana, ele viajará para a França e, em seguida, a turquia, Israel e Arábia Saudita, todos aliados de Washington e cujos líderes cumprimentaram Biden.

O que deveria ser uma viagem de despedida corre o risco de se tornar uma série de encontros com governos que já viraram a página dos anos tumultuados de Trump.

- EUA 'de volta' -

Biden, por sua vez, mostrou em Wilmington, seu reduto, que outra política diplomática está em andamento. Aparentando não se incomodar com a recusa de Trump a reconhecer a derrota, o democrata disse ter conversado com seis de seus futuros colegas.

"Disse a eles que os Estados Unidos estão de volta. Estamos voltando ao jogo. Não são mais os Estados Unidos sozinhos", afirmou, referindo-se ao unilateralismo aplicado por Trump. "Estou confiante em que poderemos recolocar o país no lugar de respeito de antes."

Do lado europeu, espera-se um giro no que se refere à luta contra a pandemia e, principalmente, em temas ambientais, depois que Trump tirou os Estados Unidos do Acordo de Paris sobre o clima, ao qual Biden prometeu retornar imediatamente.

O democrata também prometeu organizar, em seu primeiro ano de governo, uma "reunião de cúpula de democracias", para mostrar o retorno dos Estados Unidos al multilateralismo.

Em conversa telefônica com o presidente francês, Emmanuel Macron, Biden expressou seu desejo de "revitalizar os laços bilaterais e transatlânticos", apontando para a Otan e União Europeia. Os dois políticos também evocaram o futuro da cooperação na luta contra a pandemia e a "ameaça das mudanças climáticas", segundo um comunicado emitido pela equipe de transição democrata.

Joe Biden "agradeceu ao presidente Macron por seus cumprimentos e expressou seu desejo de fortalecer as relações entre os Estados Unidos e a França, seu aliado mais antigo", acrescentou a equipe do futuro presidente americano.

Biden iniciou as conversas com líderes estrangeiros nesta segunda-feira, com um telefonema do primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau. Hoje, o democrata falou com o premier britânico, Boris Johnson - que disse estar ansioso para "fortalecer a relação" entre Reino Unido e Estados Unidos -, com a chanceler alemã, Angela Merkel, e com o chefe de governo irlandês, Micheal Martin.

Merkel, que manteve relações tensas com Trump, telefonou para Biden para cumprimentá-lo pela vitória e assegurar "uma colaboração estreita, baseada na confiança".

O primeiro-ministro irlandês, Micheal Martin, qualificou a conversa com Biden como "calorosa e interessante". "Acabo de ter uma conversa calorosa com o presidente eleito, @JoeBiden", que ressaltou seu apego às suas raízes irlandesas, informou Martin em um tuíte.

Segundo o governo irlandês, Biden "reiterou seu total apoio" ao acordo de paz de 1998, que pôs fim aos "conflitos" na Irlanda do Norte, e acrescentou que Biden ressaltou a importância de respeitá-lo no âmbito do Brexit.

Mesmo dirigentes que haviam se mostrado mais cautelosos somaram-se ao coro internacional. O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, esperou até hoje para enviar uma mensagem a Biden, em que defendeu o "fortalecimento dos laços bilaterais". Ele também agradeceu a Trump por sua "amizade calorosa".

O presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, assegurou em uma entrevista coletiva nesta terça-feira, 10, que a decisão do atual governo Donald Trump de bloquear a cooperação com sua equipe de transição não terá muita consequência. Segundo ele, o trabalho da sua equipe na preparação do novo governo já começou e há muita coisa a ser feita, afastando a possibilidade de recorrer à Justiça para ter acesso a documentos nessa fase.

Biden disse que já recebeu o apoio de inúmeros republicanos e entende a posição daqueles que se alinharam a Trump nesse momento, como o líder da maioria republicana Mitch McConnell, que na segunda-feira, 9, defendeu o direito do presidente de contestar a eleição. Segundo o democrata, há uma pressão nesse momento dentro do Partido Republicano para se defender Trump, mas ele disse acreditar que terá o apoio de todos a partir de 20 de janeiro, quando assumir. "Só existe um presidente de cada vez. E agora Trump é o presidente", disse.

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Questionado sobre qual a mensagem dele diante da recusa do republicano em reconhecer a derrota, depois que o democrata conquistou mais que os 270 votos no colégio eleitoral necessários para ser presidente, Biden disse ser "uma vergonha" para Trump. "Isso não ajuda em nada em seu legado como presidente", disse.

Biden convocou uma entrevista coletiva em Wilmington (Delaware) ao lado de sua vice, Kamala Harris, para se posicionar sobre a audiência da Suprema Corte para avaliar uma nova tentativa do governo Trump de invalidar a Lei do Cuidado Acessível (ACA, na sigla inglês), mais conhecido como Obamacare.

Tanto Biden como Kamala destacaram que o fim do Obamacare nesse momento deixaria milhões de americanos desamparados em plena pandemia de coronavírus, que já tirou a vida de mais de 238 mil pessoas no país. Biden prometeu trabalhar pela ampliação do amparo à saúde no país, mesmo se a lei for revertida. "Essa não é uma questão partidária, é uma questão humanitária", disse Biden. "Para muitos americanos, é uma questão de vida ou morte."

Mas na audiência de hoje, a Suprema Corte indicou que manterá pelo menos a maior parte da reforma da saúde. O processo diz respeito a um pedido do presidente Trump e de outros governos de Estado republicanos para tentar desmantelar o programa.

O tribunal começou a ouvir os argumentos do Executivo sobre a constitucionalidade da lei, aprovada em 2010 e com a qual o governo do então presidente Barack Obama tentou ampliar o seguro médico a pessoas que não tinham condições de pagar.

Do lado de fora do tribunal, um grupo de manifestantes se reuniu para protestar contra qualquer tentativa de acabar com a lei, possibilidade que aumentou depois que Trump designou três juízes dos nove que integram o tribunal superior.

Sem nenhum plano de substituição elaborado pelo governo de Trump, acabar com esta lei poderia ter um impacto devastador para 20 milhões de pessoas que perderiam seu seguro de saúde. A maioria dos americanos, entre democratas, republicanos e independentes, aprova a reforma da saúde.

O debate é marcado pela pandemia que atinge com força os Estados Unidos, o país mais afetado do mundo em termos absolutos, com mais de 10 milhões de casos e mais de 238 mil mortos.

Desde que assumiu o cargo, em 2017, Trump tentou destruir a ACA: primeiramente, acabando com um de seus principais dispositivos e, depois, tentando anular a lei por completo, respaldando uma demanda neste sentido do Texas e de vários Estados liderados por republicanos.

Depois que tribunais e cortes de apelações apoiaram a demanda do Texas, um recurso enviou o caso no início deste ano aos nove juízes da Suprema Corte pela Califórnia e outros Estados que apoiam a ACA.

O debate continua após a derrota de Trump na disputa pela eleição contra o democrata, que era vice-presidente quando Obama impulsionou a lei. O presidente eleito prometeu melhorar o Obamacare no futuro. (Com agências internacionais)

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta segunda-feira (9) a demissão de seu secretário de Defesa, Mark Esper, que será substituído pelo diretor do Centro Nacional de Contraterrorismo, Christopher Miller.

"Chris vai fazer um ótimo trabalho! Mark Esper foi demitido. Agradeço seu serviço", tuitou o presidente sem cerimônia, dois dias depois do anúncio de sua derrota para Joe Biden na eleição presidencial.

As relações entre Trump e Esper ficaram tensas depois que o ex-secretário se opôs publicamente à mobilização do exército em junho para reprimir os protestos antirracistas no país.

A partir daquele momento, a perda de influência de Esper no governo ficou evidente. Ele desapareceu da mídia e só fez discursos previamente preparados.

Embora sua demissão fosse esperada por muitos, surpreendeu por ser anunciada uma semana após a eleição, que o democrata Joe Biden venceu, e 10 semanas antes de Trump deixar a Casa Branca.

Christopher Miller será secretário de defesa interino até 20 de janeiro, quando o novo governo toma posse.

Ainda assim, Miller é o quinto chefe do Pentágono da administração Trump, depois do ex-general da marinha Jim Mattis, do engenheiro da Boeing Patrick Shanahan e do chefe da marinha Richard Spencer, que assumiu brevemente a pasta enquanto a confirmação de Esper no Senado era esperada para julho de 2019.

Miller passou 31 anos no exército, foi destacado para o Afeganistão em 2001 e para o Iraque em 2003 como parte das forças especiais.

Após sua aposentadoria, ele se tornou um consultor em operações secretas e inteligência governamental.

Em 2018-2019, foi assessor da Casa Branca em contraterrorismo e ameaças transnacionais e, no ano passado, tornou-se subsecretário adjunto de defesa para operações especiais.

Esper foi nomeado chefe do Centro Nacional de Contraterrorismo em agosto.

O presidente dos EUA, Donald Trump, usou nesta segunda-feira sua conta oficial no Twitter para comemorar a notícia de que uma vacina experimental desenvolvida pela Pfizer e BioNTech se mostrou 90% eficaz na prevenção do coronavírus.

"Mercado acionário em forte alta, vacina logo virá", publicou Trump na rede social, celebrando a "ótima notícia".

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Logo após a divulgação de comunicado da Pfizer e da BioNtech, os mercados financeiros internacionais reagiram com euforia. Às 9h45 (de Brasília), em Nova York, o índice futuro do Dow Jones saltava mais de 5%, enquanto as bolsas europeias disparavam entre 4% e 7%.

O presidente eleito dos EUA, Joe Biden, começou a trabalhar na transição de governo e atualizou, neste domingo (8), os planos de ação em um site que deve informar a população sobre o trabalho feito até a posse. Já o presidente Donald Trump voltou a questionar a lisura do processo eleitoral americano e não reconheceu a vitória do opositor, enquanto parte dos republicanos o pressiona para admitir a derrota.

A campanha de Joe Biden informou através do novo site as quatro prioridades imediatas de seu governo: o combate à pandemia de coronavírus, a recuperação econômica, igualdade racial e mudanças climáticas.

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Entre as medidas já informadas do projeto de controle do vírus estão: dobrar o número de locais de teste de Covid em sistema drive-thru e "imediatamente restabelecer" a relação dos EUA com a Organização Mundial da Saúde, "que - embora não seja perfeita - é essencial para coordenar uma resposta global durante uma pandemia", diz o plano.

Sobre mudanças climáticas, o time de transição informa que "Biden sabe como se posicionar ao lado dos aliados dos EUA, enfrentar adversários e se nivelar com qualquer líder mundial sobre o que deve ser feito. Ele não apenas voltará a comprometer os EUA com o Acordo de Paris - ele irá muito além disso".

Durante a campanha, Biden afirmou que vai recolocar os EUA no Acordo climático de Paris no primeiro dia de seu governo. "Ele está trabalhando para liderar um esforço para fazer com que todos os principais países aumentem a ambição de suas metas climáticas domésticas", diz o site. Em debate com o presidente Donald Trump, Biden falou que pretende reunir países para oferecer um fundo ao Brasil para comprometimento com a preservação da Floresta Amazônica.

O presidente eleito não teve compromissos públicos no domingo. Ele foi à igreja católica que frequenta em Wilmington, cidade onde vive. De lá, atravessou a rua para uma visita ao cemitério onde estão enterrados seu filho Beau, sua primeira mulher, Neilia, e a terceira filha, Naomi.

Já Trump passou 4 horas e meia no seu clube de golfe, enquanto publicava mensagens no Twitter. Ele voltou à Casa Branca no meio da tarde. As únicas manifestações do republicano nos últimos três dias foram pelas redes sociais.

Em uma postagem no Twitter, Trump publicou na manhã deste domingo (8) uma fala do criminalista Jonathan Turley sobre a suposta "história de problemas eleitorais" no país. O presidente argumenta que houve fraude na eleição, mas segue sem apresentar provas. "Devemos olhar para os votos. Estamos apenas começando o estágio de tabulação. Devemos examinar essas alegações. Estamos vendo uma série de declarações de que houve fraude eleitoral", teria dito Turley, segundo a publicação de Trump.

Também na rede social, Trump questionou o fato de a imprensa ter informado o resultado da eleição. Sem um órgão eleitoral centralizado como o Tribunal Superior Eleitoral brasileiro, o anúncio de vitória do presidente dos EUA é tradicionalmente feita pela mídia a partir dos dados de votos contabilizados fornecidos por cada Estado.

A agência de notícias Associated Press é reconhecida por projetar o presidente vencedor desde 1848 nos EUA. Em 2016, a agência declarou Donald Trump como vitorioso às 2h29 da madrugada posterior ao dia da eleição. Trump não questionou o fato de a imprensa anunciar o resultado na ocasião.

Pressão

Cresce a pressão nos bastidores do Partido Republicano para que Trump reconheça a vitória de Joe Biden, embora publicamente o partido permaneça dividido. A principal manifestação do domingo partiu do ex-presidente George W. Bush. Ele é o único ex-presidente republicano vivo e, ao felicitar Biden e Kamala pela vitória, disse que "o povo americano pode confiar que essas eleições foram fundamentalmente justas, sua integridade será mantida e seu resultado é claro".

O republicano e ex-governador de New Jersey Chris Christie disse em uma entrevista ao canal ABC que a resistência em parte do partido em reconhecer a vitória de Biden se deve ao fato de Trump insistir na ideia de contestar a eleição. "Se sua base para não admitir (a derrota) é que houve fraude eleitoral, mostre-nos. Porque se você não pode nos mostrar, nós não podemos fazer isso. Não podemos apoiá-lo cegamente sem evidências", afirmou Christie, um aliado do presidente.

O senador pelo Estado de Utah e candidato à presidência em 2012 pelo Partido Republicano, Mitt Romney, disse que Biden é um "homem de caráter" e que pretende estabelecer um bom relacionamento com ele. Mas disse esperar que Trump "aceitasse o inevitável". "Ele é quem ele é e tem uma relação relativamente relaxada com a verdade, então vai lutar até o fim", disse. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

O jornal francês Le Figaro afirma, em reportagem publicada neste domingo, 8, que a derrota do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em sua tentativa de reeleição deixa o brasileiro Jair Bolsonaro "órfão de padrinho". Em texto assinado pelo correspondente Michel Leclercq, o diário francês lembra o fato de que Bolsonaro não cumprimentou até agora o democrata Joe Biden pela vitória.

Le Figaro diz que assessores do presidente do Brasil comentaram que Bolsonaro considerou o resultado eleitoral nos EUA "uma derrota pessoal, por tanto que se identifica com seu modelo". O diário francês cita o fato de que o político brasileiro já reivindicou o rótulo de "Trump tropical" e a relação entre os dois líderes, que incluiu um jantar na "luxuosa residência na Flórida" do empresário americano. (Equipe AE)

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O ex-presidente republicano George W. Bush, cuja vitória eleitoral em 2000 foi decidida pela Suprema Corte de Justiça, telefonou para o democrata Joe Biden neste domingo para parabenizá-lo por sua vitória em eleições "fundamentalmente honestas" com um resultado "claro".

"Apesar de nossas diferenças políticas, sei que Joe Biden é um bom homem que ganhou a oportunidade de liderar e unificar nosso país", disse Bush, que serviu na Casa Branca entre 2001 e 2009, em um comunicado.

Em seu discurso de vitória em Wilmington, Delaware, na noite de sábado, "o presidente eleito reiterou que era o candidato democrata, mas que governará o país para todos os americanos", acrescentou Bush, que agradeceu a Biden por sua "mensagem patriótica".

Em um momento em que o presidente Donald Trump se recusa a conceder a vitória a Biden citando irregularidades, Bush destacou o comparecimento recorde na eleição, algo que considerou um sintoma da boa "saúde da democracia" nos Estados Unidos.

"O presidente Trump tem o direito de exigir a recontagem e apresentar recursos legais", mas "os americanos podem ter confiança nesta eleição honesta, cuja integridade será confirmada e cujo resultado é claro", acrescentou.

Nas eleições de 2000, Bush e seu rival democrata Al Gore se enfrentaram no importante estado da Flórida, com uma diferença a favor do republicano de pouco mais de 500 votos.

Gore pediu a contagem de milhares de cédulas, mas a Suprema Corte concedeu a vitória a Bush devido ao término dos prazos para designar os eleitores do Colégio Eleitoral.

O presidente dos EUA, Donald Trump, não aceitou a derrota para Joe Biden. Neste sábado, ele acusou o democrata de ter se "precipitado" ao anunciar a vitória nas urnas e prometeu contestar o resultado nos tribunais. "O simples fato é que esta eleição está longe de terminar", disse Trump em comunicado.

"Todos nós sabemos por que Joe Biden está se apressando em fingir que é o vencedor e por que seus aliados da mídia estão se esforçando tanto para ajudá-lo: eles não querem que a verdade seja exposta", escreveu Trump em um comunicado na página de sua campanha.

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"Joe Biden não foi certificado como o vencedor de nenhum Estado, muito menos de nenhum dos Estados contestados onde haverá recontagens obrigatórias, nem Estados onde nossa campanha tem ações legais válidas e legítimas que podem determinar a vitória final", afirmou o presidente.

Trump montou uma equipe de advogados para entrar com medidas judiciais no Arizona, em Michigan, Pensilvânia e Nevada. Relatos de assessores da Casa Branca indicam que o presidente estaria furioso com seus advogados, exigindo mais ação e resultados. A campanha republicana pretende atrair juristas de peso para uma batalha legal em múltiplos Estados.

A recontagem é certa em pelo menos dois: Wisconsin e Geórgia - mas não em razão de uma vitória de Trump nos tribunais. Em ambos, a diferença foi menor que 0,5 ponto porcentual, o que automaticamente dispara a recontagem. A Pensilvânia também tem o mesmo mecanismo, mas a diferença vem aumentando e deve ultrapassar o mínimo estabelecido por lei para uma nova apuração.

Após o anúncio da vitória de Biden, alguns aliados prestaram solidariedade ao presidente. "Alguns republicanos estão prontos para jogar a toalha e lutar em uma futura eleição", disse o deputado Matt Gaetz. "Mas não há futuro para o Partido Republicano se não lutarmos por Donald Trump neste momento crítico."

Além das ações legais, os republicanos estudam outras formas de impedir a presidência de Biden. Parte dos aliados de Trump, capitaneados pelo apresentador Sean Hannity, pelo advogado Mark Levin e pelo estrategista Seteve Bannon, defendeu nos últimos dias que o próximo passo seja dado pelos Congressos estaduais.

Em muitos Estados, o poder Legislativo é dominado pelos republicanos. Pela Constituição, são eles que devem designar os 538 representantes que se reunirão para votar, no dia 14 de dezembro, no colégio eleitoral. Historicamente, o poder dos congressistas foi sempre repassado para os eleitores. Agora, o que Bannon e Levin defendem é que eles retomem o poder de indicar esses eleitores, ignorando o vencedor nas urnas.

Há também entre os aliados do presidente quem defenda que ele permaneça como uma força política dentro do Partido Republicano. Com milhões de seguidores nas redes sociais e ponta de lança de um movimento de fiéis que ele criou, Trump seria porta-voz dos conservadores no governo Biden - e novamente o favorito para ser candidato do partido em 2024.

Normalmente, um ex-presidente americano, ao se aposentar, adota uma abordagem discreta, aparecendo pouco e atrapalhando o menos possível o sucessor. Trump faria o oposto.

O que pode atrapalhar os planos do presidente é a Justiça. Ele é alvo de investigações criminais e civis nos níveis federal e estadual e vinha usando a imunidade do cargo para não prestar depoimento e entregar documentos. O passo mais radical de Trump, um dos mais comentados em Washington, seria evitar o risco legal perdoando a si mesmo.

Outra possibilidade seria renunciar para que seu substituto, Mike Pence, o perdoasse preventivamente. No entanto, o perdão presidencial só pode ser usado para crimes federais.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, prometeu unir o povo americano, à medida que muitos líderes em todo o mundo saudavam neste domingo sua vitória, após quatro anos de turbulência geopolítica.

"Prometo ser um presidente que une e não que divide", disse no sábado Joe Biden, de 77 anos, a uma multidão animada reunida em "drive-in" em seu reduto de Wilmington, Delaware, conclamando os americanos a não tratem mais seus "opositores como inimigos".

Após quatro dias de tenso suspense, o ex-vice-presidente de Barack Obama superou o número "mágico" de 270 delegados no Colégio Eleitoral e encerrou um mandato político republicano sem precedentes que abalou os Estados Unidos e o mundo.

É "hora de curar as feridas" do país e de acabar com as "demonizações", disse ele, estendendo a mão aos eleitores de Donald Trump cuja "decepção" disse compreender.

Embora o presidente republicano não tenha admitido a derrota, muitos líderes internacionais felicitaram Joe Biden, reforçando a ideia de que ninguém - nem nos Estados Unidos nem em qualquer outro lugar - leva realmente a sério as ações judiciais movidas pela equipe de Trump.

A chanceler alemã, Angela Merkel, que manteve difíceis relações com Donald Trump, insistiu no vínculo transatlântico "insubstituível".

A União Europeia, desprezada pelo atual inquilino da Casa Branca, manifestou o desejo de uma "parceria sólida" com os Estados Unidos. "Covid-19, multilateralismo, clima e comércio internacional são desafios a serem enfrentados juntos", tuitou o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel.

- "Não será a última" -

O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, que desejava a Donald Trump uma vitória por sua política muito favorável em relação ao Estado hebreu, também parabenizou Joe Biden como um "grande amigo de Israel", esperando "aprofundar ainda mais a aliança especial" entre os dois países.

O presidente afegão Ashraf Ghani desejou o reforço dos laços entre Cabul e Washington na luta contra o terrorismo e no processo de paz, enquanto Donald Trump assinou um acordo com o Talibã que ratifica a saída das tropas americanas.

O Irã exortou Biden a aproveitar "uma oportunidade para (...) retornar ao caminho de adesão aos compromissos internacionais". Trump abandonou o acordo nuclear internacional com o Irã alcançado em Viena em 2015 e impôs sanções econômicas contra a República Islâmica.

De imediato, o principal desafio de Joe Biden é a pandemia de coronavírus, que causou 237.000 mortes nos Estados Unidos. Neste sentido, seu primeiro anúncio foi da instalação na segunda-feira de uma unidade de crise sobre a covid-19.

Sua companheira de chapa, Kamala Harris, fará história ao se tornar a primeira mulher a se tornar vice-presidente. Toda vestida de branco, em homenagem às sufragistas, ela disse no sábado que não seria "a última".

- "Alívio" -

O anúncio da consagração de Joe Biden gerou cenas de júbilo nos Estados Unidos.

Em Washington, milhares de pessoas se reuniram para comemorar em frente à Casa Branca e na Black Lives Matter Plaza, parte da artéria que leva à residência presidencial e famosa na primavera passada pelos protestos contra a violência policial.

"Aliviado. Muito aliviado", disse Alex Norton, de 31 anos com o filho nos braços. "Finalmente sabemos que não teremos mais quatro anos de Donald Trump!".

Em Nova York, cidade natal do presidente republicano, um concerto de buzinas saudou o anúncio de sua derrota. "Estou muito feliz", exclamou J.D. Beebe, 35 anos.

Barack Obama, 44º presidente americano, comemorou no sábado a "histórica" vitória de seu "amigo".

A data da transferência do poder está inscrita na Constituição: 20 de janeiro. Até lá, os estados certificarão seus resultados, e os 538 delegados do Colégio Eleitoral se reunirão em dezembro para nomear formalmente o presidente.

Para Joseph Robinette Biden Jr., a consagração suprema terá chegado tarde, ao final de uma vida dedicada à política e marcada por tragédias.

Depois de fracassar em 1988 e 2008, depois hesitar em 2016, aquele que começou sua carreira política nacional no Senado há quase meio século - e sabe como Washington funciona como a palma da sua mão - contentou-se com aparições limitadas, fazendo à América uma promessa de calma.

Em um contraste gritante com a energia empregada na campanha por Donald Trump, aquele que o presidente deu o apelido de "Joe dorminhoco" transmitiu, por vezes, a imagem de um homem frágil. Seus discursos, como no sábado à noite, raramente duram mais de 20 minutos.

Em uma América profundamente dividida e diante de um Senado que poderia permanecer nas mãos dos republicanos, terá que encontrar o tom certo.

No total, apesar da pandemia, a participação atingiu um recorde histórico na era moderna: cerca de 66% dos eleitores votaram, de acordo com o US Elections Project. Joe Biden obteve mais de 74,5 milhões de votos, contra 70 milhões para Donald Trump.

- Trump isolado -

Donald Trump, que estava em seu clube de golfe não muito longe de Washington quando os resultados foram anunciados, acusou Joe Biden de se "precipitar para se apresentar falsamente" como o vencedor.

Nada obriga o presidente republicano a fazê-lo formalmente, mas admitir a derrota é uma tradição em Washington.

Trump adotou uma postura muito beligerante na noite de terça-feira, prometendo uma verdadeira guerra judicial. O tempestuoso presidente de 74 anos, que caiu na política ao vencer a eleição presidencial em 2016 para espanto de todos, não foi reeleito, ao contrário de seus três antecessores Barack Obama, George W. Bush e Bill Clinton.

Se a onda democrata anunciada por alguns não se concretizou, e se ele mostrou que tem uma base eleitoral muito sólida, sua gestão da pandemia, que constantemente minimizou, recebeu fortes críticas, mesmo em seu próprio campo.

Muito amargo, ele não parou, nos últimos dias, de denunciar supostas fraudes, sem fornecer o menor elemento concreto. Mas aparece isolado dentro de seu próprio partido em sua cruzada contra o "roubo" de sua vítima.

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Enquanto as ruas de muitas cidades americanas se enchem de comemorações pela vitória do democrata Joe Biden nas eleições, os apoiadores de Donald Trump se recusam a aceitar o resultado, denunciando fraude e uma conspiração para lhe tirar a presidência.

Em cidades como Phoenix (Arizona), Filadélfia (Pensilvânia) e Atlanta (Geórgia), apoiadores do presidente republicano se reuniram sob o slogan #StopTheSteal (Pare o roubo), repetindo as palavras de Trump, que afirmou sem provas que Biden havia venceu de maneira fraudulenta.

Muitos dos manifestantes usam bonés de Trump, cartazes e bandeiras americanas. Centenas de apoiadores se reuniram em frente à sede legislativa do Arizona, em Phoenix.

"Acho que eles foram longe demais" ao dar o resultado, diz Donna McCollum, uma aposentada de 77 anos.

"O Colégio Eleitoral é quem deve decidir e ainda não o fez. E há muita fraude nisso. O processo ou a recontagem tem que se repetir", diz.

"Olhe para essas pessoas aqui. Não há como Biden vencer no Arizona", acrescenta.

Dois meios de comunicação projetam a vitória de Biden naquele estado, mas outros foram mais cautelosos e relutam em apontá-lo como o vencedor desse estado-chave.

"Zona zero da armadilha"

Independentemente disso, seja qual for o resultado no Arizona, Biden já ganhou mais votos eleitorais do que o necessário para vencer a eleição, de acordo com a mídia dos EUA.

Na Pensilvânia, cujos 20 votos do Colégio Eleitoral selaram a vitória do democrata neste sábado, os apoiadores de Trump também denunciam fraude.

Cerca de 40 apoiadores do presidente protestam em frente a um centro de convenções onde a contagem dos votos ocorre na Filadélfia, a maior cidade do estado, ao som de canções de hard rock ou clássicos dos comícios de Trump, como "YMCA" ou "God Bless the USA".

"Este é o marco zero para a armadilha nesta eleição. Achei que era importante estar aqui", disse Steve Padgett, um vendedor de 57 anos.

"Tenho fé que nosso presidente, Donald Trump, ganhou as eleições de forma justa", disse Sophia Rotunno, funcionária administrativa de 52 anos. "Mas os democratas não permitiram que as eleições fossem justas (...) Então, acho que isso deveria para os tribunais", acrescenta.

Em seus quase quatro anos à frente da Casa Branca, Trump conquistou o apoio fervoroso e leal de muitos cidadãos americanos com uma forma de fazer política nunca vista antes no país.

No entanto, os relacionamentos de Trump com alguns de seus seguidores foram controversos, por exemplo, quando ele retuitou teorias da conspiração ou se recusou a condenar os supremacistas brancos.

O contexto tenso em que se realizaram as eleições, após uma onda de protestos contra a violência policial e o racismo, suscitou temores de episódios de violência pós-eleitoral em algumas cidades.

Mas esses temores foram infundados até agora, e muitos dos apoiadores de ambos os candidatos parecem ansiosos para manter a paz neste sábado.

Protesto na Geórgia

À tarde, os apoiadores de Biden em Atlanta saíram armados, o que é legal na Geórgia, atrapalhando um protesto pró-Trump, mas não houve confronto entre os lados opostos.

É comum que os apoiadores de Trump apareçam armados em comícios, mas nenhuma arma foi vista entre aqueles que defendem o presidente em Atlanta.

"Vamos ver quem vence no final. Se Biden vencer de forma justa e honesta, então seguirei a mídia", disse Huff Croxton, um homem de 51 anos, que foi apoiar Trump embrulhado em uma bandeira americana.

 Ao anunciar a projeção de vitória de Joe Biden sobre Donald Trump, nas eleições presidenciais dos Estados Unidos, na tarde deste sábado (7), o âncora da CNN Van Jones não conteve as lágrimas. Em uma longa fala, o jornalista celebrou a derrota do republicano, mencionando as minorias discriminadas no país, inclusive, as situações de racismo vivenciadas por ele e sua família.

“É mais fácil ser pai esta manhã. É mais fácil ser pai. É mais fácil dizer aos seus filhos que o caráter é importante. Importa. Dizer a verdade é importante. Ser uma boa pessoa é importante”, ressaltou Jones.

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O âncora citou ainda a situação das centenas de crianças imigrantes separadas à força dos pais pela política de tolerância zero de Trump. “Se você é muçulmano neste país, não precisa se preocupar se o presidente não quer você aqui. Se você é um imigrante, não precisa se preocupar se o presidente ficará feliz em ver seus filhos sequestrados ou mandar sonhadores de volta sem motivo”, continuou.

Em seguida, o jornalista citou ainda o afro-americano George Floyd, asfixiado pela polícia do estado de Minnesota. “É uma vingança para muitas pessoas que realmente sofreram. Eu não consigo respirar. Não era apenas George Floyd, muitas pessoas sentiam que não podiam respirar”, completou.

O jornalista afirmou ainda que este é um momento de recomeço para o país. “Todos os dias você acorda e há tweets e você está na loja e as pessoas que têm medo de mostrar seu racismo estão ficando mais e mais desagradáveis ​​para você e você está preocupado com sua irmã. Ela pode ir ao Walmart e entrar no carro sem que alguém diga nada a ela”, comentou.

A campanha do presidente Donald Trump não reconhece a vitória do democrata Joe Biden, projetada por redes de televisão americana, incluindo a CNN e a Fox News, disseram advogados do republicano em pronunciamento à imprensa há pouco.

Os advogados acusaram a eleição e a apuração de terem uma série de fraudes e prometem iniciar uma batalha legal contra os resultados já a partir da próxima segunda-feira (09).

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"A partir de segunda-feira, nossa campanha começará a processar nosso caso na Corte para garantir que as leis eleitorais sejam totalmente mantidas e o vencedor legítimo esteja sentado", afirma comunicado distribuído pela campanha de Trump. Na entrevista coletiva, os advogados levaram até um fiscal de apuração do partido para alegar que houve fraudes.

O comunicado fala que a disputa eleitoral "está longe do fim".

Em desvantagem na apuração das eleições dos Estados Unidos, a campanha do presidente americano, Donald Trump, entrou com ações judiciais em pelo menos cinco Estados para questionar o processo de contagem de votos. Sem apresentar provas, o republicano tem alegado fraude nas cédulas entregues pelo correio, com objetivo de favorecer o candidato do Partido Democrata, Joe Biden.

"Pare a contagem", escreveu Trump no Twitter nesta quinta-feira (5).

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Advogados do presidente concentram a maior parte da atenção à Pensilvânia, onde a Justiça aceitou um pedido da legenda governista para garantir que seus observadores acompanhem a tabulação dos votos.

Um outro processo tenta impedir que o Estado aceite votos por correio que foram recebidos depois da última terça-feira, mesmo que tenham sido enviados na quarta.

No Michigan, Trump pediu a paralisação da apuração, sob argumento de que representantes do partido não tiveram acesso à contagem.

Já na Geórgia, a campanha solicitou a possibilidade monitorar a situação no condado de Cantham, mas o pleito foi rejeito por um juiz.

Em Nevada, o argumento é de que cerca de 10 mil pessoas votaram mesmo sem morar no Estado.

Já no Wisconsin, onde a vitória de Biden foi confirmada, representantes de Trump reivindicar a recontagem dos votos, o que deve acontecer entre os dias 10 e 17 de novembro.

Confira abaixo os estados já conquistados pelo presidente dos EUA, o republicano Donald Trump, e seu oponente democrata, o ex-vice-presidente Joe Biden, segundo as projeções dos principais jornais americanos.

Entre parênteses está a quantidade de grandes eleitores por estado. Para chegar à Casa Branca, são necessários 270.

Biden lidera a disputa, após vencer nos estados de Wisconsin e Michigan.

O estado de Nebraska divide seus cinco votos ao Colégio Eleitoral - dois delegados são atribuídos com base na pluralidade de votos do estado e os outros três o são com base no distrito congressional. Biden ficou com um voto, o do 2º distrito congressional.

O Maine tem um método similar ao de Nebraska. De seus quatro votos ao Colégio Eleitoral, três foram para Biden, enquanto o quarto ficou com Trump.

Os resultados de seis estados, incluindo Pensilvânia, Geórgia e Carolina do Norte ainda são desconhecidos.

TRUMP (214)

Alabama (9)

Arkansas (6)

Carolina do Sul (9)

Dakota do Norte (3)

Dakota do Sul (3)

Flórida (29)

Idaho (4)

Indiana (11)

Iowa (6)

Kansas (6)

Kentucky (8)

Louisiana (8)

Maine (1)

Montana (3)

Mississippi (6)

Missouri (10)

Nebraska (4)

Ohio (18)

Oklahoma (7)

Tennessee (11)

Texas (38)

Utah (6)

Virgínia Occidental (5)

Wyoming (3)

BIDEN (264)

Arizona (11)

Califórnia (55)

Colorado (9)

Connecticut (7)

Delaware (3)

Havaí (4)

Illinois (20)

Maine (3)

Maryland (10)

Massachusetts (11)

Michigan (16)

Minnesota (10)

Nebraska (1)

New Hampshire (4)

Nova Jersey (14)

Novo México (5)

Nova York (29)

Oregon (7)

Rhode Island (4)

Vermont (3)

Virgínia (13)

Washington, D.C. (3)

Estado de Washington (12)

Wisconsin (10)

Num dia marcado pelos ânimos com a corrida eleitoral norte-americana e pela aprovação do projeto de lei de autonomia do Banco Central (BC), o dólar teve a maior queda diária desde agosto. A bolsa de valores seguiu o mercado norte-americano e subiu quase 2%.

O dólar comercial encerrou esta quarta-feira (4) vendido a R$ 5,657, com recuo de R$ 0,109 (-1,89%). Essa foi a maior queda para um dia desde 28 de agosto, quando a cotação caiu 2,93%. A divisa está no valor mais baixo desde 26 de outubro, quando tinha fechado vendida a R$ 5,612.

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No mercado de ações, a bolsa teve um dia de euforia. O índice Ibovespa, da B3, fechou a quarta-feira aos 97.867 pontos, com alta de 1,97%. O indicador seguiu Wall Street, onde o índice Dow Jones (das empresas industriais) subiu 1,34%, o S&P 500 ganhou 2,20%, e o Nasdaq (das empresas tecnológicas) valorizou-se 3,85%.

O mercado norte-americano teve um dia de fortes ganhos após as apurações mostrarem que o candidato Joe Biden estava numa situação mais favorável na manhã de hoje do que na noite de ontem. Tanto o presidente Donald Trump quanto Biden têm a possibilidade de alcançar os 270 votos necessários do Colégio Eleitoral para vencer a corrida, à medida que alguns estados continuam contabilizando as cédulas recebidas pelo correio.

No mercado interno, a aprovação pelo Senado do projeto de lei que concede autonomia ao Banco Central no fim da noite de ontem, foi bem recebida pelos investidores. Para instituições financeiras, a proposta diminui a interferência político-partidária na gestão da política monetária.

* Com informações da Reuters

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a colocar em dúvida o processo de apuração dos votos na eleição presidencial norte-americana, em que ele disputa um segundo mandato contra o candidato democrata Joe Biden. "Eles estão encontrando votos de Biden por todo lugar - na Pensilvânia, Wisconsin e Michigan. Tão ruim para o nosso país!", escreveu o republicano em sua conta oficial no Twitter.

O atual chefe da Casa Branca também declarou que "estão trabalhando duro" para "fazer desaparecer" a vantagem de 500 mil votos que ele tem na Pensilvânia.

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Segundo o New York Times, com 97% dos votos apurados no Wisconsin, Biden lidera com 49,5% e Trump tem 48,8%.

No Michigan, com 92% das urnas apuradas, o democrata aparece com 49,5% e o republicano, com 48,9%.

Na Pensilvânia, Trump está na frente com 53,6% e Biden tem 45,1%, com 80% dos votos apurados.

Esses Estados divulgam resultados de forma mais lenta porque os votos por correio só começaram a ser contabilizados na terça-feira, no dia da eleição.

Pelo menos três vezes por semana nos últimos quatro anos, o americano Paul Rossen, 58 anos, faz plantão em frente ao edifício Trump Tower, na luxuosa Quinta Avenida, em Nova York. Aproveitando a movimentação em frente ao prédio, ele se posiciona estrategicamente diante da torre envidraçada, onde o presidente residia antes de se mudar para a Casa Branca, para vender buttons anti-Trump e destilar sua repulsa contra o governo do republicano.

"Aqui é o lugar perfeito para isso, pois 75% das pessoas chegam com raiva do Trump, e aí bum, elas compram", explica, com o sorriso de quem aprendeu a transformar a indignação em fonte de lucro. Rossen diz vender "dezenas" de buttons a cada dia, com designs que ele mesmo cria (como um que coloca a face alaranjada de Trump no corpo de um salgadinho Cheetos).

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Sua satisfação, porém, não vem apenas dos dólares que entram no seu bolso. Ele se diverte vendo dezenas de pedestres apontarem o dedo do meio em direção ao edifício, numa espécie de ritual catártico. "Acho terapêutico, antes da pandemia eu via umas cem pessoas por dia fazendo isso", estima o vendedor, apertando os olhos atrás de uma máscara preta com a frase "vote".

Na calçada oposta, a torre imponente de 68 andares - que também é a sede das Organizações Trump - se mantém como um símbolo do tempestuoso caso de amor não correspondido entre Trump e sua terra natal. E a animosidade só cresce. Em 2016, o candidato nova-iorquino recebeu apenas 9,8% dos votos em Manhattan, e ficou 22 pontos porcentuais atrás de Hillary Clinton na votação do Estado, com 36,8% dos votos.

Neste ano, as pesquisas sugerem crescimento na rejeição de Trump. Segundo o site FiveThirtyEight, que mede a média nacional de diferentes sondagens, Trump deve terminar a eleição quase 30 pontos atrás de Biden no Estado, com 32,9% votos, ante 62,3% do adversário. Em Manhattan, a repetição da derrota de lavada é tão previsível que os institutos de pesquisa nem perderam tempo calculando a diferença durante a campanha, mas Rossen não tem dúvida de que a reprovação a Trump vem se intensificando entre seus conterrâneos.

"Nova York odeia Trump porque o conhece melhor", opina Rossen, que alcançou as manchetes na campanha de 2016 ao aparecer ao fundo de uma transmissão ao vivo da CNN fantasiado de pênis e segurando um cartaz dizendo: "Fotos de graça com Trump."

O clima de crescente hostilidade contrasta com a histórica adoração que Trump sempre nutriu por Nova York. No livro The Art of the Deal (A Arte da Negociação), o presidente descreve sua obsessão em se tornar alguém em Manhattan. Nascido e criado no Queens, cresceu alimentando o sonho de ganhar fama no centro financeiro da cidade - e não apenas nos negócios.

Tanto que no início da carreira começou a espalhar fofocas para os colunistas, fazendo-se passar por seu próprio publicitário, sobre supostas celebridades com quem estaria flertando. "Acreditava, talvez em um nível até irracional, que Manhattan sempre seria o melhor lugar pra viver, o centro do mundo."

Se esse amor nunca foi recíproco, nos últimos quatro anos a relação de Trump com Nova York azedou de vez. Por isso, independentemente do resultado da eleição, o presidente não voltará a morar na Trump Tower.

Em novembro, ele anunciou mudança de domicílio eleitoral para Palm Beach, na Flórida, dizendo que estava sendo "muito maltratado" pelos líderes da cidade e do Estado. "Poucas pessoas foram tratadas pior", escreveu no Twitter. Por trás da retórica magoada, reportagem do New York Times revelou que a mudança era motivada por interesses fiscais, após a abertura de investigação em Nova York contra Trump por sonegação de impostos.

Em uma reação irônica, o prefeito de Nova York, Bill de Blasio, disse na época para Trump não esquecer de bater a porta quando saísse. A torcida de nova-iorquinos como Rossen é de que antes disso Trump saia, definitivamente, da Casa Branca. O vendedor seguia otimista nessa terça (3) com a vitória de Biden, mas também apreensivo com as tentativas de Trump de travar uma guerra judicial para contestar os resultados. "Se ele não trapacear, ele vai perder", previa. Pelo sim, pelo não, Rossen decidiu encurtar o expediente ontem em frente à Trump Tower para beber com amigos enquanto acompanhava as notícias da apuração. "Preciso de algo forte, tipo uísque , vodca, talvez tudo junto", contou, com um riso nervoso, horas antes do fim da votação.

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