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Barcelona, 28 (AE) - O presidente do Parlamento Europeu, Antonio Tajani, afirmou neste sábado que a decisão do governo da Espanha de convocar uma nova eleição na Catalunha após a declaração unilateral de independência da região "era a coisa certa a fazer". Tajani falou a repórteres ao deixar o Vaticano, após um fórum sobre o futuro da Europa.

A autoridade disse que a posição da União Europeia é muito clara: "Ninguém nunca vai reconhecer a Catalunha como um país independente. O plebiscito foi ilegal", argumentou. "O Estado de Direito deve ser restaurado."

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Tajani afirmou que a eleição permitirá que os catalães "decidam que tipo de governo eles querem ter". Segundo ele, tudo deve acontecer de acordo com a Constituição espanhola.

O presidente do Parlamento Europeu acrescentou que espera que o diálogo possa ajudar a resolver "a situação difícil" atual. "Isso não significa que a União Europeia poderia mediar, porque esse é um assunto interno espanhol", disse ainda. Fonte: Associated Press.

O papa Francisco lamentou neste sábado a baixa taxa de natalidade em uma União Europeia em que nascem poucas crianças e não consegue proporcionar referências religiosas a seus jovens.

"Frente à tradição, se preferiu a traição" aos ideais que contribuíram para o esplendor da Europa, insistiu Francisco, em uma nova mensagem dirigida à União Europeia (UE) ante participantes de um congresso sobre a contribuição cristã para o futuro do projeto europeu.

"À rejeição do que provinha dos pais, seguiu-se o tempo de uma dramática esterilidade. Não apenas porque na Europa se tem poucos filhos, e muitos são os que foram privados do direito de nascer, como também porque nos achamos incapazes de entregar aos jovens os instrumentos materiais e culturais para enfrentar o futuro", insistiu Francisco.

Ante vários dirigentes europeus, o Papa evocou a responsabilidade dos cristãos dentro de uma Europa que, devido a "um certo preconceito laicista", relegou a religião a "uma esfera puramente privada e sentimental".

Desde sua eleição em 2013, o argentino Jorge Bergoglio, o primeiro Papa não europeu, se mostra exigente em relação à União Europeia, que comparou a "uma avó cansada", durante um discurso no Parlamento Europeu de Estrasburgo, em 2014.

O presidente do Parlamento Europeu, Antonio Tajani, condenou o voto do parlamento catalão para declarar independência e disse que o ato não seria reconhecido pela União Europeia.

Tajani afirmou hoje que o movimento "é uma violação da lei".

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Alemanha, Reino Unido e Chipre estão entre os países europeus que já deixaram claro que apoiam a união espanhola e não reconhecem a decisão unilateral da Catalunha. O Departamento de Estado dos Estados Unidos também emitiu um comunicado parecido. Fonte: Associated Press.

A Comissão Europeia, o Conselho Europeu e o Parlamento Europeu concordaram em acelerar a reforma no sistema bancário da União Europeia, em uma medida que tem como meta reforçar ainda mais a resiliência dos bancos europeus,m mitigando os impactos negativos.

O acordo cria uma nova categoria de dívida não segurada no ranking de insolvência dos credores bancários e estabelece uma abordagem harmonizada da UE sobre o ranking prioritário dos detentores de obrigações bancárias em insolvência e em resolução. "Isso ajudará a mitigar o impacto sobre o capital dos bancos da UE e a capacidade de empréstimos, além de evitar potenciais distúrbios nos mercados de títulos públicos que resultariam de regras que limitam grandes exposições a uma única contraparte", afirmou a Comissão Europeia em comunicado.

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De acordo com o vice-presidente de serviços financeiros da Comissão Europeia, Vladis Dombrovskis, "o acordo de hoje é o primeiro do nosso pacote de redução de riscos bancários". Para ele, o pacto garante clareza dos bancos para a construção de colchões que absorverão perdas e protegerão os contribuintes, além de aumentar a eficácia dos processos de resolução dos bancos e de evitar disrupções nos empréstimos e nos mercados de títulos públicos.

O acordo será seguido por mais negociações para a finalização do texto e a previsão é de que as regras entrem em vigor até o início de 2018.

A União Europeia não irá reconhecer o plebiscito na Catalunha e insiste que a votação violou as regras internas e a Constituição da Espanha. "Esse é um tempo de união e estabilidade", insistiu a Comissão Europeia, numa coletiva de imprensa em Bruxelas. "Apelamos aos atores implicados que se passe de confrontação para o diálogo", insistiu Margaritis Schinas, porta-voz do bloco europeu, que qualificou a votação como "um assunto interno". Segundo ele, uma Catalunha com uma independência unilateralmente declarada estaria fora da UE.

No domingo, catalães foram às urnas num plebiscito considerado ilegal pela Justiça espanhola. Com cerca de 38% de eleitores, o governo catalão insiste que o apoio pela independência atingiu 90% dos votos.

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Bruxelas deixou claro que a Comissão Europeia não pretende reconhecer uma declaração unilateral de independência e que "confia" no papel do premiê do governo espanhol, Mariano Rajoy, para solucionar a crise catalã, respeitando os direitos fundamentais.

A UE reiterou ainda seu apoio à "ordem constitucional" na Espanha. "A Comissão acredita que são tempos de unidade e estabilidade, e não de divisões e fragmentação", disse.

"Segundo a Constituição espanhola, o voto de ontem na Catalunha não foi legal", disse. "Para a Comissão, esse é um assunto interno da Espanha que deve ser gerido de acordo com a ordem constitucional. Também reiteramos a posição legal mantida por essa Comissão: se um plebiscito não foi organizado de acordo com Constituição, ele implicaria que o território ficaria de fora da UE", explicou.

VIOLÊNCIA - Tímida em condenar os incidentes em Barcelona, a UE se limitou a dizer que a "violência nunca pode ser um instrumento na política". Questionado de forma insistente por jornalistas de toda a Europa, o porta-voz se recusou a qualificar se o uso da força pelos policiais foi ou não desproporcional. "Não opinarei se a atuação da polícia é proporcional", disse.

Bruxelas se recusou ainda a dizer se condena ou não o que ocorreu em Barcelona e nem quantos feridos seriam necessários para que a UE possa reagir oficialmente contra um governo. A violência da polícia espanhola gerou duras reações por parte de dezenas de eurodeputados e mesmo de governos na Europa, apelando para que tais medidas não fossem adotadas.

Para a UE, cabe às "partes implicadas se colocar em um diálogo e começar o processo. A Comissão não tem esse papel nessa fase", disse. "Queremos que esse processo possa emergir, depois da confrontação", afirmou.

O porta-voz tampouco respondeu o motivo pelo qual a UE reconheceu a independência do Kosovo, e não da Catalunha. "Era um contexto específico", insistiu. "As situações não são comparáveis", completou.

A União Europeia afirmou estar preocupada com as tensões em relação à Coreia do Norte. O bloco argumentou nesta quarta-feira (9) que o impasse com o país só poderá ser resolvido por meios pacíficos, em meio a uma escalada retórica entre Pyongyang e o governo dos Estados Unidos.

As declarações foram dadas por uma porta-voz da chefe da política externa da UE, Federica Mogherini. A porta-voz, Catherine Ray, disse que os acontecimentos são fonte de "grande preocupação para a UE".

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"Uma paz duradoura e a desnuclearização da Península Coreana precisam ser atingidos por meio de fins pacíficos", afirmou a funcionária. Segundo ela, "isso exclui a ação militar".

A porta-voz disse também que Pyongyang "precisa cumprir sem atraso total e incondicionalmente com suas obrigações", no âmbito das resoluções do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas. Fonte: Associated Press.

A União Europeia criticou a destituição da procuradora-geral da Venezuela, Luisa Ortega, pela recém-instalada Assembleia Constituinte, que tem autoridade quase ilimitada para governar e reescrever a Constituição venezuelana.

A chefe de política externa da UE, Federica Mogherini, disse nesta segunda-feira (7) que as ações da Assembleia e a remoção de Luisa Ortega "enfraqueceram ainda mais as perspectivas de um retorno pacífico à ordem democrática" na Venezuela. Em uma declaração, Mogherini comentou que essas ações "aumentaram a polarização de uma sociedade já dividida".

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A UE pediu que o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, liberte todos os presos políticos e garanta o respeito aos direitos humanos e ao Estado de direito. Ortega era aliada ao governo de Maduro, mas passou a criticar a administração após a convocação de uma eleição para a Assembleia Constituinte. Ortega se recusou a reconhecer a decisão da Constituinte para removê-la do cargo. Fonte: Associated Press.

O presidente do Irã Hassan Rouhani deu início a seu segundo mandato, neste sábado, prometendo uma resposta "unificada" a uma possível violação do acordo nuclear do país com potências globais, firmado em 2015. "O mundo deve saber que qualquer violação do acordo enfrentará uma reação unificada da nação e do governo iranianos", disse Rouhani, durante seu juramento na cerimônia de início de seu novo mandato como presidente.

O presidente dos EUA, Donald Trump, vem classificando reiteradamente o acordo como "ruim" e, durante sua campanha eleitoral, prometeu desmontá-lo. Na quarta-feira, Trump assinou um projeto de lei que impõe penalidades aos envolvidos no programa de mísseis balísticos do Irã. Pelo projeto, também poderão ser aplicadas sanções à guarda revolucionária do Irã, assim como um embargo de armas ao país. Em contrapartida, o governo iraniano prometeu uma resposta caso o projeto se converta em lei.

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Entre os mais de 130 oficiais de alto escalão da comunidade internacional presentes na solenidade estava a chefe de política exterior da União Europeia, Federica Mogherini, que acompanha o acordo nuclear do Irã. Foi a primeira vez na história do país que um grande número de autoridades estrangeiras compareceu a uma cerimônia de posse de um presidente iraniano.

Rouhani, 68, um clérigo moderado que garantiu sua reeleição 19 de maio, prometeu que o Irã buscará um "caminho de convivência e interação com o mundo". Disse ainda que, durante seu segundo mandato, o país "insistirá em um envolvimento construtivo com a comunidade global ainda mais do que antes". Fonte: Associated Press.

A União Europeia elevou o tom de críticas contra o governo de Nicolás Maduro, ao avaliar que a prisão de opositores foi "um passo na direção errada", rejeitou reconhecer os resultados das eleições de domingo e, nos bastidores, já começa a considerar sanções contra a Venezuela.

Durante a madrugada, os líderes da oposição Leopoldo López e Antonio Ledezma foram detidos pelo governo, num gesto já condenado pelos europeus. "Há algumas semanas, comemoramos a transferência de Leopoldo López da prisão à detenção domiciliar", disse Catherine Ray, porta-voz de Relações Exteriores da Comissão Europeia. "Hoje, esse gesto foi um passo na direção errada", completou.

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"Esperamos maiores informações por parte das autoridades da Venezuela sobre essa situação, que continua sem estar clara", insistiu.

Sobre as eleições que escolheu uma nova Assembleia Constituinte, a UE insiste que "não pode reconhecer o resultado como tal" e destacou que Bruxelas optou por adotar a mesma posição do Parlamento Europeu, que também se recusa a aceitar as leis criadas pela nova Assembleia. "Temos dúvidas sobre a validade do resultado", insistiu o bloco, num comunicado.

A UE já havia indicado que a nova Assembleia "não pode ser parte da solução" e que sua eleição ocorreu em meio à violência e "condições duvidosas".

Bruxelas pediu que Maduro "trabalhe de forma urgente para adotar medidas que construam a confiança para reduzir a tensão e impulsionar melhores condições para reiniciar os esforços em direção de uma solução pacífica e negociada".

Sanções

Enquanto o discurso ganha um tom de alerta, nos bastidores os diplomatas da Comissão Europeia começam a trabalhar em cenários possíveis de aplicação de sanções. A sugestão foi inicialmente feita pela Espanha. Mas Bruxelas optou por esperar a eleição do fim de semana e ver a reação do governo Maduro.

Dentro da Comissão, porém, cresce a percepção de uma parte do bloco de que a resposta terá de ser mais dura que apenas discursos de condenação. Oficialmente, os porta-vozes da entidade se limitam a dizer que a chefe da diplomacia da Europa, Federica Mogherini, "está coordenando posições" com os 28 países do bloco sobre os próximos passos a serem tomados contra Maduro.

Nesta terça-feira, a vice-secretária do Partido Popular, Andrea Levy, pediu que a Europa adote o mesmo caminho indicado pelos EUA e também aplique sanções contra a Venezuela. "Não é apenas que realizem eleições fraudulentas. Mas querem exterminar a oposição", alertou.

A agência de polícia da União Europeia, Europol, afirmou neste domingo que um ataque cibernético já atingiu até agora mais de 100 mil organizações, em pelo menos 150 países. Porta-voz da Europol, Jan Op Gen Oorth disse que o número de indivíduos vítimas do ataque pode ser bem maior.

O porta-voz informou que ainda é cedo para se descobrir quem está por trás da ação ou suas motivações. Ele afirmou que o maior desafio é o fato de que o ataque se espalha rapidamente, mas acrescentou que, até agora, poucas pessoas pagaram resgates, como exigido pelo vírus.

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O funcionário da Europol disse ainda que mais pessoas podem ser atingidas pelo vírus virtual nesta segunda-feira, quando voltarem ao trabalho e ligarem seus computadores. O ataque começou na sexta-feira e acredita-se que seja o maior episódio online de extorsão já registrado. Entre as vítimas estão uma rede de hospitais no Reino Unido e o serviço ferroviário nacional da Alemanha.

Na China, a imprensa local reportou que o ataque cibernético atingiu muitas redes de universidades do país. O Beijing News informou neste domingo que estudantes de várias universidades informaram que foram afetados pelo vírus, que bloqueou acesso a suas apresentações e documentos dos computadores. Nos computadores atingidos, uma janela exigia pagamentos de US$ 300, ou cerca de 2 mil yuans, para a liberação dos arquivos.

O ataque afetou computadores que gerenciam fábricas, bancos, agências do governo e sistemas de transporte. No Reino Unido, quase 20% dos grupos de cuidados com a saúde foram afetados, mas um jovem pesquisador britânico descobriu uma resposta para conter o ataque, o que limitou os danos.

Especialistas em segurança cibernética dizem que pode haver ataques bem maiores, caso as empresas e governos não façam grandes mudanças nos sistemas. Entre os países atingidos estão Rússia, Ucrânia, Brasil, Espanha, Índia e Estados Unidos.

O ataque atual foi realizado a partir de um problema de segurança no Microsoft Windows. A Microsoft havia liberado em março uma atualização em março que consertava o problema, mas muitos computadores não tinham passado por essa atualização, o que os deixou vulneráveis. Fonte: Associated Press.

O secretário de Relações Exteriores do Reino Unido, Boris Johnson, disse que a União Europeia pode ter de pagar ao seu país pela saída do bloco, e não o contrário. De acordo com ele, a participação do Reino Unido nos ativos da UE é tão valiosa que o bloco pode acabar tendo de pagar ao país quando este deixar o grupo.

Autoridades da UE insistem que o Reino Unido deverá primeiro liquidar seus passivos financeiros para deixar o bloco, um conta que é estimada em até 100 bilhões de euros. Em entrevista ao jornal The Telegraph, Johnson acusou as autoridades europeias de tentar "sangrar este país com sua conta". O político considerou Bruxelas "cruel em suas técnicas de negociação" e disse que "eles vão jogar sujo".

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De acordo com Johnson, o Reino Unido "pode definitivamente ir embora" e reiterou que nenhum acordo era melhor que um mau acordo para o seu país. Fonte: Associated Press

A combinação de preços altos, conflitos e condições climáticas extremas aumentaram o número de pessoas afetadas pela fome no mundo para 108 milhões em 2016, segundo um relatório elaborado pela ONU e pela União Europeia (UE) e publicado nesta sexta-feira.

Esse total representa um aumento de 35% das pessoas que enfrentam uma "insegurança alimentar grave", cujo número era estimado em 80 milhões em 2015.

A "insegurança alimentar grave" é caracterizada pela desnutrição aguda e pela falta de meios para cobrir as necessidades energéticas de maneira regular, como pode ser o caso das famílias que são obrigadas a matar seu gado para sobreviver.

Esta insegurança alimentar pode se agravar mais ainda neste ano, na medida em que a fome ameaça diretamente quatro países: Sudão do Sul, Somália, Iêmen e o nordeste da Nigéria.

O relatório, que se baseia em várias metodologias de medição, é resultado de uma colaboração entre a UE, várias agências da ONU, a agência americana Usaid e vários organismos regionais especializados.

Entre as condições meteorológicas estudadas figuram principalmente as secas e chuvas irregulares causadas pelo fenômeno El Niño. Mas em nove de dez crises humanitárias de 2016, o maior fator responsável pela fome foi um conflito civil.

Além das regiões ameaçadas pela fome, países como Iraque, Síria (assim como os refugiados sírios nos países vizinhos), Malauí e Zimbábue sofreram com uma generalização da insegurança alimentar.

"Podemos impedir que pessoas morram de fome", disse José Graziano da Silva, diretor-geral da Organização de Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (Fao), que fez um chamado à "intensificar os esforços para salvar, proteger e investir em meios de subsistência rurais".

"A fome exacerba as crises, causando mais instabilidade e insegurança. O que aparece hoje como um desafio ligado à segurança alimentar se torna depois um desafio ligado à segurança", advertiu Ertharin Cousin, diretora do Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas.

"É uma corrida contra o tempo, o mundo deve agir agora para salvar as vidas e os meios de subsistência de milhões de pessoas", alertou.

Há risco de a União Europeia endurecer os controles sobre a importação de carnes e derivados do Brasil, disse na terça-feira (28) o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, após reunir-se com o comissário europeu para Saúde e Segurança Alimentar, Vytenis Andriukaitis. "Ele me disse claramente: há uma pressão muito forte por parte de países-membros, que querem uma atitude mais dura por parte da Comunidade Europeia", relatou. "Ele está tentando nos ajudar, então cabe a nós, agora, sermos muito proativos nesse processo."

Na reunião, o europeu propôs a Maggi a realização de uma auditoria externa no sistema de controle sanitário brasileiro. "Por mim, não tem problema", disse o ministro. Ele disse que vai analisar o assunto.

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Desde que a Polícia Federal deflagrou a operação Carne Fraca, a Europa manteve seu mercado aberto para o produto brasileiro, com exceção daqueles exportados pelos 21 frigoríficos que foram alvo da operação. Porém, ainda restam muitas dúvidas e há países insatisfeitos.

"Por enquanto, vamos manter a fiscalização reforçada nos pontos de entrada e enviar auditorias assim que possível", disse o comissário. Ele acrescentou que haverá uma nova reunião na quinta-feira para prosseguir com o detalhamento das medidas adotadas pelo governo. De posse dessas informações, e também de exames que os europeus estão fazendo com a carne brasileira, "vamos reavaliar medidas conforme as coisas forem evoluindo."

Para Andriukaitis, é preciso reassegurar aos europeus que eles podem confiar no sistema de controle sanitário oficial. "Nos controles oficiais independentes", disse frisando a última palavra. "A suspeita de corrupção é inaceitável. Ainda mais quando diz respeito à saúde das pessoas, aqui e na Europa."

O comissário disse esperar que as autoridades brasileiras implementem ações corretas para restaurar a credibilidade rapidamente: "Está nas mãos deles."

Questionado se o Brasil está num bom caminho para recuperar a confiança, ele disse que ainda é difícil determinar se o problema no controle sanitário brasileiro é pontual ou sistêmico. Mas que, até o momento, está satisfeito com as medidas adotadas pelo governo brasileiro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O órgão antitruste da União Europeia bloqueou hoje formalmente a planejada fusão avaliada em US$ 28 bilhões da London Stock Exchange (LSE) e da Deutsche Börse, que controlam as bolsas de Londres e Frankfurt, respectivamente.

A rejeição era esperada, uma vez que a LSE havia recusado no fim de fevereiro uma exigência da Comissão Europeia, regulador antitruste da UE, para que vendesse sua participação na plataforma de negócios italiana MTS.

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Durante o processo, as bolsas ofereceram apenas vender a unidade de liquidação francesa da LSE para a concorrente pan-europeia Euronext, por 510 milhões de euros (US$ 550,09 milhões). A UE, no entanto, concluiu que a proposta não solucionaria preocupações de que a fusão acabaria criando um monopólio no mercado de renda fixa.

"A venda da MTS, um ativo comparativamente pequeno em relação à receita e valor de mercado combinados das partes, teria sido um claro remédio", afirmou a comissão.

Ainda segundo a UE, a LSE e a Deutsche Börse também ofereceram "mudanças comportamentais adicionais", mas não a venda da MTS.

As bolsas inglesa e alemã fecharam um acordo preliminar de fusão em março do ano passado, com o intuito de criar a maior operadora de bolsas da Europa, com melhores condições de enfrentar a concorrência de rivais maiores dos EUA. Fonte: Dow Jones Newswires.

Dois protestos contra a União Europeia (UE) ocorreram em Roma nesta tarde, escoltadas e monitoradas pela polícia, após uma cúpula na cidade do bloco que reforçou seus pilares de união, no dia do seu aniversário de 60 anos.

A televisão estatal italiana, Rai, divulgou que a polícia impediu dezenas de manifestantes de chegar às marchas. Um dos líderes dos protestos, Tommaso Cacciari, reclamou que cerca de 150 pessoas, que chegaram de ônibus de cidade do nordeste da Itália, não conseguiram participar.

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Os protestos uniram pessoas que se opõem ao formato da União Europeia, da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e a um projeto de um trem de alta velocidade na Itália.

O Coliseu e diversos pontos turísticos, como museus foram fechados, com medo de tensões entre manifestantes e polícia.

Mais cedo, manifestações a favor da UE ocorreram de forma pacífica em Roma. Fonte: Associated Press.

Milhares de britânicos foram às ruas de Londres neste sábado para dizer não ao "Brexit" e pedir a convocação de outro referendo antes que o governo comunique a saída do Reino Unido da União Europeia na próxima quarta-feira. As informações são da agência de notícias EFE. 

Em um dia ensolarado na capital britânica, cerca de 100 mil pessoas, de acordo com o grupo Unidos pela Europa, que organizou o protesto, fizeram uma passeata partindo de vários pontos da cidade para se concentrar em frente ao Palácio de Westminster, sede do Parlamento, para dizer "não" à saída do bloco europeu.O evento, que contou com a participação de muitas famílias e jovens, ocorreu em meio às fortes medidas de segurança em Londres por causa do atentado registrado na última quarta-feira, quando Khalid Masood matou quatro pessoas na Ponte de Westminster e na porta do Parlamento antes de ser abatido pela polícia.

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Com cartazes e bandeiras da UE, os manifestantes fizeram uma passeata em ambiente festivo, que contou também com a presença de políticos pró-Europa, entre eles o líder liberal-democrata, Tim Farron, que exige um segundo referendo sobre o acordo final que o governo britânico firmar com a União Europeia.

Os manifestantes queriam expressar apoio ao projeto europeu no dia em que se celebrou o 60º aniversário do Tratado de Roma, embrião da atual União Europeia, e antes da ativação do "Brexit".

O Unidos pela Europa afirmou em comunicado que as pessoas que votaram a favor da permanência pelo bloco estão juntas no objetivo de manifestar em frente ao "coração da democracia", o Parlamento. Ao chegarem ao Palácio de Westminster, os manifestantes fizeram um minuto de silêncio pelas quatro pessoas mortas no atentado.

Farron, que levava na lapela um escudo da UE, disse em discurso que o "Brexit" representa um "ultraje indescritível", mas que a saída do Reino Unido "não nos vencerá, silenciará ou dividirá".

"A escolha é: quem deve decidir o acordo definitivo? Os políticos ou o povo?", questionou Farron.

"Nosso trabalho é ganhar os corações e os pensamentos nos próximos meses, ganhar apoio para um referendo sobre o acordo final, mudar a direção do debate e do nosso país", destacou.

Além de Londres, o Movimento de Jovens Europeus de Edimburgo organizou hoje uma manifestação similar na capital da Escócia para mostrar o apoio à União Europeia e a oposição ao "Brexit".

Os protestos coincidiram com o anúncio do deputado Douglas Carswell, o único do Partido de Independência do Reino Unido (UKIP), de deixar a legenda antieuropeia após a vitória do "Brexit". Ele, no entanto, seguirá na Câmara dos Comuns como independente.

"Como muitos de vocês, mudei do Partido Conservador para o UKIP porque queria desesperadamente que saíssemos da União Europeia. Agora, temos certeza que isso vai ocorrer. Decidi que deixarei o UKIP", ressaltou o deputado em seu blog.

A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, anunciará na quarta-feira a ativação do Artigo 50 do Tratado de Lisboa, que estabelece um período de negociações de dois anos sobre os termos da saída de um país do bloco. 

Berlim

Na capital alemã, milhares de pessoas foram às ruas neste sábado para mostrar apoio ao projeto europeu e para protestar contra a ascensão do nacionalismo e do isolacionismo na região.

O protesto percorreu o coração da capital da Alemanha e terminou em frente ao emblemático Portão de Brandemburgo. Os manifestantes cantavam palavras de ordem a favor do projeto europeu e contra os movimentos eurofóbicos e ultradireitistas.

Alguns manifestantes usaram caixas de papelão para simular o muro que dividiu a capital alemã nos tempos da Guerra Fria, dividindo a Europa em duas. Além disso, eles usavam camisetas e levaram balões com a bandeira da União Europeia, cantando, em inglês e alemão, o lema: "Some call it Europa. We call it home" ("Alguns chamam de Europa. Nós chamamos de lar").

O protesto foi organizado por grupos ligados à União Democrata-Cristã (CDU), partido da chanceler da Alemanha, Angela Merkel, e por pessoas da organização "Pulse of Europe", que há várias semanas reúne no centro de Berlim centenas de pessoas que defendem o projeto europeu.

A polícia italiana está reforçando a segurança de Roma um dia antes da cúpula da União Europeia na cidade, que irá comemorar o 60º aniversário da fundação do bloco. Policiais estão patrulhando o rio Tibre e inspecionando a parte inferior de pontes que serão utilizadas pelos líderes da UE.

As preocupações quanto à segurança do evento aumentaram após o ataque em Londres. Alguns dos líderes dos 27 países do bloco começaram a chegar em Roma na noite de quinta-feira. O papa Francisco se reunirá com eles no Vaticano na noite desta sexta-feira.

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Cerca de 5 mil policiais foram deslocados para a operação. Eles estão se preparando para possíveis protestos e manifestações, que estão planejados para ocorrerem no sábado.

Durante o evento, a primeira-ministra da Polônia, Beata Szydlo, irá assinar a declaração da cúpula da UE. A premiê, que lidera um governo nacionalista crítico ao bloco, ameaçou não endossar a declaração, afirmando estar preocupada com o fato do documento não abordar questões como a unidade da UE, um mercado comum e a cooperação em relação ao setor de defesa e o reforço dos parlamentos nacionais. Antes de ir para a cúpula, Szydlo afirmou que o texto pode ser assinado como "um compromisso aceitável para todos". Fonte: Associated Press.

O ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Sigmar Gabriel, sugeriu que seu país poderia oferecer mais dinheiro para a União Europeia, argumentando que investir na Europa é "um investimento em nosso próprio futuro". Gabriel fez sua sugestão em um artigo para o jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung nesta quarta-feira.

A Alemanha é um contribuinte líquido para o orçamento da UE. No entanto, Gabriel afirmou que "cada euro que colocamos no orçamento da UE nos volta várias vezes, direta ou indiretamente". E disse que alguns parceiros do bloco, como Suécia e Holanda, pagam mais por cabeça à UE.

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Gabriel sinalizou que a Alemanha poderia pagar mais, ao invés de "lutar por uma redução em nossos pagamentos". Ele não disse quanto mais. Fonte: Associated Press.

Deputados europeus pressionam a Comissão Europeia para que freie as negociações com o Mercosul diante da fraude na carne brasileira, enquanto autoridades veterinárias de Bruxelas criticam de forma dura a gestão do governo de Michel Temer em relação à crise e fazem até novas ameaças.

A Agência Estado apurou que a Comissão Europeia se reuniu com deputados do bloco e indicou que pode ampliar o embargo contra produtos brasileiros se constatar irregularidades em novos testes que irá realizar. Em todos os portos do continente, autoridades estão colhendo amostras de carnes brasileiras e outros produtos que estejam entrando no mercado europeu. Se ficar provado que existem problemas de saúde nesses carregamentos, a UE deixou claro que "não hesitará em tomar novas medidas". Na próxima semana, conforme a Agência Estado já havia revelado, o comissário de Saúde do bloco Vytenis Andriukaiti estará no Brasil para tratar da crise.

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"Se o Brasil não nos der garantias e se vermos que o problema é sistêmico, haverá consequência", disse Michael Scannell, chefe do escritório de Veterinária da Comissão Europeia. Segundo ele, Bruxelas pediu que todos os governos do bloco elevassem os controles sobre alimentos de origem animal importados do Brasil. "Pedimos maiores controles físicos e a inclusão de controles de higiene", disse, indicando que um primeiro resultado desse esforço será conhecido na sexta-feira.

A pedido da Europa, o Brasil suspendeu as exportações de quatro estabelecimentos envolvidos na Operação Carne Fraca. Mas, durante a reunião em Bruxelas, Scannell admitiu que, no passado, "fez auditorias no Brasil e encontrou problemas". "No setor de carnes, continuamente temos alertado sobre problemas ao longo de anos", disse.

No setor bovino, apenas "um número pequeno de estabelecimentos" pode exportar hoje. No caso da carne suína, o chefe dos veterinários insiste que o Brasil "fracassou nas auditorias" e nenhum grama de carne entra. Mesmo entre as empresas brasileiras autorizadas a exportar, a UE confirmou que registrou ao longo dos anos 47 casos de irregularidades.

"Insistimos que temos preocupações de que tal grau de corrupção dentro dos estabelecimentos e das agências de controle não tenha sido de conhecimento das autoridades", disse. Esperávamos, francamente, que esses problemas tivessem sido detectados e que algo sério estivesse ocorrendo, sem ter de esperar pela polícia", afirmou Scannell.

Tradicionalmente contrários a um acordo com o Mercosul, o lobby agrícola no Parlamento Europeu aproveitou a crise para deixar claro que não quer um acordo com o Brasil. "Temos um problema muito grave no Brasil", declarou o eurodeputado e ex-ativista francês José Bové. "Se a fraude ocorreu em quatro estabelecimentos, tem uma falha de um sistema global de controle de fraude", disse. "Não são apenas as quatro empresas que estão em questão. É o Brasil que está em xeque", atacou.

Bové pediu formalmente para que a Europa reveja todo o sistema de avaliação das condições de exportação do Brasil. "Todo o sistema é que está sendo questionado. Podemos levar um ou dois anos para restabelecer. Mas como é que podemos negociar com um parceiro quando vemos que ele está colocando a mão no bolso?", atacou.

"Não podemos fazer concessões a quem tentou enganar", disse o deputado Eric Andrieu. "Temos de ser cautelosos com acordos. Quando é que vão anunciar o fim das negociações?", questionou o também deputado Philippe Loiseau. "Depois do que descobrimos, por que ainda estamos negociando um acordo com eles?", criticou o deputado Luke Flanagan.

Para o eurodeputado John Agnew, existe "uma cultura da propina no Brasil". "Se vamos continuar a importar do Brasil, a única forma é enviar nossos inspetores lá", defendeu. "Onde existe uma suspeita sobre um produto, existe sobre todos", disse a deputada Mairead McGuinness.

Paolo De Castro, deputado italiano, qualificou o caso como um "escândalo muito sério" e exigiu que os padrões europeus sejam impostos ao Brasil se o país quer vender para o mercado europeu. "É um escândalo grave que desestabiliza o consumidor", disse o deputado Michel Dantin. "Os autores precisam ser condenados na Europa como no Brasil", disse.

Críticas

Ao explicar aos deputados o que ocorria no Brasil, os negociadores abandonaram a diplomacia. "Ficamos sabendo pela imprensa", lamentou Scannell. "Deixamos claro para o Brasil que era inaceitável que tivéssemos tido conhecimento do escândalo pela imprensa e que não tivemos contatos oficiais", afirmou.

De acordo com ele, uma primeira comunicação de Bruxelas foi enviada ao governo ainda na sexta-feira, pedindo esclarecimentos e exigindo "medidas decisivas". Nos dias que se seguiram, houve um "contato diplomático intenso" com o Brasil e até um encontro de Temer com embaixadores.

"Na segunda-feira, examinamos a resposta do Brasil a nossas preocupações iniciais e o encontro com o presidente. Não ficamos felizes com as respostas e escrevemos imediatamente pedindo mais informações", explicou Scannell. "Nossa preocupação mais imediata era sobre os estabelecimentos implicados", disse. "Insistimos para que as autoridades brasileiras retirassem da lista de exportadores esses estabelecimentos imediatamente", contou.

Desde segunda-feira, negociadores sul-americanos e europeus estão reunidos na Argentina para debater como garantir um acordo entre os dois blocos até o final do ano. Fontes europeias em Buenos Aires confirmaram à Agência Estado por telefone que, apesar do escândalo e da suspensão da carne por parte de Bruxelas, o ritmo das negociações não foi alterado. No começo da semana, o porta-voz da Comissão Europeia para comércio, Daniel Rosário, garantiu que o caso da carne não afetaria as negociações com o Mercosul.

A polícia grega descobriu e desativou, nesta segunda-feira (20), oito cartas-bomba em uma estação de correios próxima a Atenas. As cartas foram dirigidas a ministros das Finanças da União Europeia e a empresas localizadas em diferentes países do continente.

Na semana passada, foram detectadas cartas-bomba no Ministério de Finanças da Alemanha e na escritório do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Paris, onde uma pequena explosão causou ferimentos a um membro da organização.

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O grupo extremista grego Conspiração das Células de Fogo reivindicou a autoria do ataque na Alemanha, e afirmou que era parte de uma campanha de violência de grupos anarquistas internacionais. Ninguém ficou ferido quando as cartas-bomba foram descobertas nesta segunda-feira. A polícia não revelou detalhes, mas disse que as cartas haviam sido falsamente rotuladas como provenientes de instituições acadêmicas. Fonte: Associated Press.

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