Tópicos | verbas

O contingenciamento no orçamento de instituições de ensino federais anunciado pelo Ministério da Educação preocupa os servidores do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE), que anunciou, nesta terça-feira, 3,2 mil vagas para o vestibular 2019.2 nos campi do Estado. Segundo a reitora da instituição, a professora Anália Ribeiro, os servidores estão lutando para reverter o quadro.

“De fato há algumas possibilidades das nossas atividades sofrerem consequências mais drásticas, mas também há uma grande realidade de que nós trabalhamos com esperança e com educação como fator de construção da sociedade”, afirmou a representante da instituição.

##RECOMENDA##

Ela afirmou, ainda, que nesse sentido, o vestibular anunciado nesta terça funciona como uma bandeira. “É uma bandeira de que a educação não pode se submeter e nem se invernar às possibilidades de desconstrução de um projeto de educação democrática” explicou a reitora. Para ela, o vestibular IFPE no contextual faz parte da luta da instituição por uma educação de qualidade, pública e que sirva a toda a sociedade.

Entre as novidades anunciadas pelo instituto para o segundo semestre de 2019 estão a disposição de 60% das vagas de vestibular para alunos de escolas públicas e a criação de um novo curso, de engenharia de software, no campus de Belo Jardim, no Agreste do Estado. As inscrições abrem nesta terça-feira (14) e seguem disponíveis pelo site da Cvest até o dia 9 de junho.

*Com informações da repórter Francine Nascimento

Um estudo que pode indicar um novo tratamento para o Alzheimer, outro que tenta recriar corações para transplante, uma investigação sobre a adaptação de manguezais às mudanças climáticas. São alguns exemplos de pesquisas produzidas por cientistas brasileiros que não conseguiram financiamento e tiveram de mudar para outro país para continuar o trabalho.

Com sucessivos cortes no orçamento das principais agências brasileiras de financiamento da ciência nos últimos anos, diversos pesquisadores se viram obrigados a levar seus estudos para o exterior. A situação, que chamam de "exílio científico", parece ainda mais inevitável com o cenário anunciado nos últimos dias, com cortes para a área e declarações do ministro da Educação, Abraham Weintraub, de que o investimento em pesquisa e pós-graduação não será prioridade.

##RECOMENDA##

Mesmo pesquisadores com bolsa garantida no momento relatam procurar outras formas de financiamento para sua pesquisa, pois sentem insegurança para os próximos anos. Com medo de não conseguirem terminar o mestrado ou o doutorado com o auxílio financeiro, eles buscam bolsas em instituições de outros países.

Considerando apenas o orçamento para bolsas de pós-graduação e formação de professores, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) perdeu 24,4% dos recursos nos últimos cinco anos - em 2014, eram R$ 4,6 bilhões, na correção pela inflação acumulada até janeiro, e passaram a R$ 3,4 bilhões neste ano, antes do contingenciamento de 23%.

No Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) o orçamento para bolsas caiu 40,6% no mesmo período. "Isso não começou agora com o Bolsonaro, já se tornou uma rotina. O que agrava a situação nesse momento é a postura e as declarações de desprezo do novo governo com a ciência", diz Helena Nader, membro da Academia Brasileira de Ciências e do Conselho Superior da Capes.

Não há um levantamento de quantos pesquisadores deixaram o Brasil nos últimos anos. No entanto, são indicativos da "fuga de cérebros" a queda de bolsas ofertadas e a falta de reajuste há seis anos do valor das bolsas de mestrado e doutorado no Brasil (giram em torno de R$ 1,5 mil a R$ 2,2 mil).

Presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Ildeu Moreira diz que a redução constante de recursos coloca em risco a posição que o Brasil conquistou, de 13.º maior produtor de publicações científicas do mundo. "Há o risco de perdermos muito rapidamente o que levamos décadas para conseguir. Nem mesmo durante a ditadura se reduziu tanto o investimento em Ciências, porque já havia a compreensão de que é através delas que o País se desenvolve economicamente."

Em nota, a Capes diz que manteve estável nos últimos anos o orçamento para o pagamento de bolsas de pós-graduação e formação de professores da educação básica. E não comentou sobre a queda de valores. Sobre as políticas para incentivo à pesquisa, a Capes diz que iniciou um programa de parceria com empresas para formar recursos humanos para a indústria. Diz também que vai lançar um programa de doutorados profissionais inédito, alinhado à indústria e com investimento em bolsas feito pelas empresas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, tentou usar o didatismo para dizer que não está retirando verba das universidades públicas brasileiras - apenas contingenciando valores até setembro. Ele colocou cem chocolates sobre uma mesa em um vídeo ao vivo com o presidente Jair Bolsonaro nesta quinta-feira, 9.

"Estou pedindo para que se coma três chocolatinhos e meio depois, em setembro. Isso é segurar um pouco", disse Weintraub. A proporção, no entanto, não corresponde ao contingenciamento anunciado de 30% do orçamento das instituições.

##RECOMENDA##

Enquanto o ministro falava, Bolsonaro, ao centro da mesa, comia os chocolates. "No governo Lula e Dilma cortaram R$ 10 bilhões e ninguém falou nada", disse o presidente. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Estudantes das Universidades Federal de Pernambuco (UFPE) e Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) realizarão "balbúrdia" neste sábado (11), em vários pontos do Recife. A ação faz parte de um protesto realizado em todo o Brasil, que integra o Dia Nacional da Balbúrdia Universitária. O encontro tem o objetivo de mostrar à comunidade externa a contribuição acadêmica para a sociedade, em queixa à fala do ministro da Educação Abraham Weintraub, que declarou corte de verbas para universidade promotoras de "bagunça" nos campi.

Entretanto, durante o protesto, os estudante irão apresentar seus trabalhos acadêmicos de pesquisa, projetos e extensões para a população. "Temos conosco uma equipe muito plural em defesa da educação. Conhecemos pessoas que realizam pesquisa sobreo zika vírus, que fazem atendimento à população. Queremos que a comunidade externa perceba que os cortes são maléficos para a população", afirma o criador do perfil Balbúrdia UFPE, Italo Ferreira. 

##RECOMENDA##

Os atos serão realizados pelos estudantes da UFPE na praça do Derby e no Terminal Integrado do Recife (metrô), área central da cidade, em Jaboatão Velho e no município de Vitória de Santo Antão. Já os estudantes da UFRPE farão a colaboração com o ato na Praça do Derby, Praça da Independência e Parque 13 de Maio, na capital pernambucana. Além disso, haverá mobilização no Parque da Jaqueira, na Zona Norte do da cidade.

Atos semelhantes foram realizados durante esta semana. Nesta terça-feira (7), estudantes da Universidade Federal da Bahia (UFBA) realizaram caminhada com faixas e cartazes. Alunos da Universidade Federal da Sergipe (UFS) também promoveram mobilização em prol da instituição. Já na segunda-feira (6), dicentes e docentes realizaram um abraço simbólico na Universidade de Brasília (UnB).

Nesta quarta-feira (8), representantes de universidades públicas e da gestão de educação de Pernambuco se reúnem, às 10h, para discutir estratégias de fortalecimento da educação publica. Um dos pontos principais do encontro é o impacto dos cortes orçamentários do Ministério da Educação (MEC), que desencadearam o risco de paralisação de atividades acadêmicas em diversas instituições.

O evento será realizado na sede da Reitoria da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), no bairro de Dois Irmãos, no Recife. A ideia da reunião partiu da reitora da instituição de ensino, a professora Maria José de Sena, que admite preocupação com o corte estimado em 30% no orçamento da instituição de ensino.

##RECOMENDA##

“Nós já vivenciávamos uma situação de contingenciamento nas universidades. Não há mais de onde cortar. Essa redução orçamentária praticamente inviabiliza o funcionamento das universidades. A sociedade precisa compreender a gravidade desse cenário”, alertou a reitora da UFRPE, conforme informações da assessoria de comunicação.

De acordo com a UFRPE, estão confirmados os reitores Anísio Brasileiro (UFPE), Julianeli Tolentino de Lima (Univasf), Pedro Falcão (UPE), Pedro Rubens (Unicap), além da reitora do IFPE, Keila Rodrigues, e do secretário de Educação de Pernambuco, Frederico Amâncio.

“Desenvolvimento de estratégias voltadas à sensibilização da sociedade sobre a importância das universidades federais; ações que fomentem o diálogo com a sociedade; a ampla disponibilização e democratização de resultados de pesquisa e projetos de extensão; a organização de eventos popularização da ciência em espaços públicos; bem como o fortalecimento da articulação interinstitucional e o engajamento das comunidades universitárias” serão outras temáticas abordadas no encontro.

LeiaJá também

--> Corte de verba: UFPE admite risco de paralisar atividades

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, negou nesta terça-feira (7) que tenha havido cortes na verba das universidades federais. Segundo ele, o que houve foi um contingenciamento. “Não houve corte, não há corte. Há um contingenciamento. Se a economia tiver um crescimento com a aprovação da nova Previdência, e eu acredito nisso, isso vai retomar a economia. Retomando a dinâmica, aumenta a arrecadação e descontigencia”, garantiu ao ser questionado na Comissão e Educação do Senado sobre o anúncio feito na semana passada de bloqueio de 30% da verba de instituições federais de ensino superior.

Weintraub se disse surpreso com a repercussão da decisão e defendeu o contingenciamento que, segundo ele, é sobre “uma parte pequena do volume total de despesas”, que atinge apenas a parte discricionária das universidades federais: “A folha de pagamento e o refeitório estão integralmente preservados”. Ele disse ainda que as 65 universidades federais custam, em média, R$ 1 bilhão por ano.

##RECOMENDA##

O ministro disse que pretende dar mais autonomia às universidades, mas que isso não pode ser confundido com apoio ao que chamou de “soberania” dessas instituições. Nesse sentido, ele criticou o uso de drogas dentro de universidades públicas e defendeu a entrada da polícia nos campi universitários para combater o consumo de substâncias ilícitas. “A autonomia universitária não é soberania”, disse. “Se tem coisa acontecendo dentro, por que a polícia não pode entrar [nas universidades]? Não tem que ter consumo de drogas, está errado. Sou contra isso”, afirmou.

Educação Básica

Ao falar sobre os desafios do MEC, Weintraub enfatizou que a educação básica será a prioridade da pasta. “A gente aqui no Brasil quis pular etapas, colocou dinheiro demais no teto e esqueceu a base”, disse.

As diretrizes apontadas no âmbito do Plano Nacional de Educação (PNE) incluem alfabetização, investimentos no ensino médio e valorização do ensino técnico. Weintraub defendeu ainda que o governo descentralize as tomadas de decisão da área. “Os heróis da alfabetização estão lá na ponta, nas cidades”, disse ao ressaltar que os alfabetizadores precisam voltar a ser respeitados.

O porta-voz da Presidência da República, Otávio Rêgo Barros, afirmou que o presidente Jair Bolsonaro não vai cortar recursos de colégios militares, apesar do contingenciamento no Ministério da Educação (MEC) de 30% de instituições federais de ensino.

As unidades militares estão vinculadas ao orçamento do Ministério da Defesa, por meio do Exército Brasileiro.

##RECOMENDA##

"A força tem autonomia na definição das prioridades com relação aos recursos orçamentários de suas organizações. Por consequência, não está ligada ao sistema colégio militar do Brasil essa reestruturação, que você estão chamando de corte", afirmou Rêgo Barros.

O porta-voz afirma que há uma "inversão da pirâmide" na gestão de Bolsonaro, cuja intenção é privilegiar o ensino básico e o ensino fundamental.

"Trata-se de uma equalização no sentido de privilegiar o ensino básico e o ensino fundamental, e ainda que em menor quantidade, o ensino universitário", afirmou o Rêgo Barros.

O MEC, segundo o porta-voz, vai privilegiar projetos de educação básica na destinação de recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).

Presídios

O porta-voz também afirmou que o Ministério da Justiça e da Segurança Pública tem como meta criar, ainda em 2019, por volta de 20 mil novas vagas em presídios. Segundo ele, em parceria com Estados, o governo contribuiu para a abertura de 2.841 vagas no sistema prisional em São Paulo, Mato Grosso do Sul, Pará e Santa Catarina. O orçamento para a ação foi de R$ 172 milhões.

As universidades federais do País tiveram R$ 2,2 bilhões bloqueados para uso, o que corresponde a 25,3% do que elas tinham de recursos para investimento e custeio de suas instalações e cursos no ano - fora o salário de servidores. Como estão desde 2015 sem correção dos orçamentos pela inflação, as instituições temem não conseguir manter todas as atividades de ensino, pesquisa e extensão.

"Estamos há anos nos adaptando a orçamentos cada vez menores e mais alunos. Chegamos ao limite", diz Reinaldo Centoducatte, presidente da Andifes e reitor da Universidade Federal do Espírito Santo. Para se adequar ao novo orçamento, as instituições dizem que vão ter de cortar despesas como energia elétrica e serviços como limpeza e segurança. Uma das maiores e mais prestigiadas do País, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) teve 39,74% das verbas bloqueadas, o que representa R$ 114 milhões. Além das despesas básicas, a instituição diz que o contingenciamento vai impedir o "desenvolvimento de obras e compra de equipamentos utilizados em instalações como laboratórios e hospitais".

##RECOMENDA##

A Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), onde o ministro é professor, diz que o bloqueio de recursos vai forçar a instituição a reduzir custos com água, luz e contratos de manutenção. Em nota, a reitoria disse que vai discutir com a comunidade a situação. O bloqueio de verbas para os institutos federais foi superior ao das universidades, com contingenciamento de 34,5%. "Antes estávamos enxugando a gordura para reduzir custos. Agora, estamos raspando o osso. Não temos mais como reduzir os gastos sem prejudicar a qualidade do ensino", disse Luís Claudio Lima, diretor do câmpus de São Paulo do Instituto Federal de São Paulo (IFSP). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Ministério da Educação (MEC) recuou da decisão de punir com bloqueio de recursos especificamente universidades que promovessem "bagunça" em seus câmpus. Agora o mesmo contingenciamento planejado para elas será estendido a todas as universidades federais. Mas incidirá sobre a verba prevista para o segundo semestre.

A decisão ocorre após a repercussão negativa causada pelas declarações do ministro Abraham Weintraub, que anunciou em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo que a promoção de "balbúrdia" nos câmpus e de festas inadequadas ao ambiente universitário seria um dos critérios usados para a escolha das instituições afetadas pelo congelamento de verbas.

##RECOMENDA##

Três universidades já haviam sido alvo das medidas, segundo o ministro: a Universidade Federal Fluminense (UFF), a Universidade de Brasília (UnB) e a Universidade Federal da Bahia (UFBA). Todas já haviam identificado desde a semana passada o bloqueio de 30% no orçamento para despesas discricionárias, usadas para custear água, luz, limpeza, e outros serviços, conforme confirmaram as próprias universidades.

De acordo com o ministro, as universidades que promovessem "bagunça" ou "evento ridículo", em vez de melhorar o desempenho acadêmico, teriam recursos bloqueados. O ministério avaliou, porém, que a decisão poderia ser questionada na Justiça e, por isso, decidiu recuar. O plano é aplicar agora o contingenciamento de cerca de 30% para todas as universidades do País até que a pasta publique regras mais claras para a definição de cortes.

Isonomia

Por meio de nota, o MEC informou que "o critério utilizado para o bloqueio de dotação orçamentária foi operacional, técnico e isonômico para todas as universidades e institutos" em decorrência do contingenciamento de recursos decretados pelo governo, que definiu bloqueio de R$ 5,8 bilhões do orçamento da pasta. Disse ainda que o MEC "estuda aplicar outros critérios como o desempenho acadêmico das universidades e o impacto dos cursos oferecidos no mercado de trabalho". Nesta terça-feira, 30, o ministério, também por meio de nota, havia destacado que o bloqueio de 30% já atingia universidades e destacou apenas as três citadas por Weintraub na entrevista: UFF, UFBA e UnB.

Em entrevista à TV Globo, o secretário de Educação Superior, Arnaldo Barbosa de Lima Junior, confirmou as informações e alegou "bloqueio preventivo", que ainda pode ser revisto, conforme avance a situação econômica do País. "A gente espera que, se a Reforma da Previdência for aprovada, a gente tenha um cenário positivo na economia, com reforço de arrecadação. Daí a gente pode ter uma folga no orçamento das universidades no segundo semestre."

Preocupação

Especialistas em Educação e entidades também voltaram a fazer críticas nesta terça-feira. Simon Schwartzman, membro da Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior (Conaes), disse ser preocupante que o ministro tome decisões importantes, como o recurso que estará disponível para uma universidade, com base em "acusações, sem evidências, sem processo ou chance de defesa". "Não se faz política pública dessa maneira. É muito inadequado cortar recursos sem ter critérios claros", diz.

A União Nacional dos Estudantes (UNE) publicou uma nota em que declara o presidente Jair Bolsonaro e Abraham Weintraub "inimigos da Educação". E prometia manifestações a partir de segunda-feira, na UFF. "Nossos atos vão ser dentro das universidades", disse a presidente, Marianna Dias. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu abrir inquérito para investigar o senador Fernando Collor (PROS-AL). A apuração diz respeito às revelações feitas pelo "O Estado de S. Paulo" em 2017 de que a Casa da Dinda - um dos principais símbolos do governo do ex-presidente - teve despesas mantidas com verba do Senado. O caso tramita sob sigilo no Supremo.

Conforme informou a reportagem em novembro de 2017, o senador por Alagoas gastou cerca de R$ 40 mil mensais de sua cota parlamentar com segurança, conservação, limpeza e jardinagem na propriedade de sua família. O Guia do Parlamentar, porém, estabelece que o Senado não dispõe de serviços de manutenção e limpeza para residências privadas de parlamentares. Collor ocupa um apartamento funcional mantido pelo Congresso, em Brasília, que já inclui esses serviços pagos com recursos públicos.

##RECOMENDA##

Nas notas apresentadas por Collor ao Senado, de 2011 a abril de 2017, constam pagamentos mensais à empresa Citel Service. A partir de junho de 2017, ele aumentou as despesas e contratou a Avanço Service. À época, o Estado entrou em contato com as duas empresas e foi atendido pelos mesmos funcionários, que disseram se tratar da mesma empresa. O senador deixou em branco nos comprovantes de pagamento o trecho do documento que pede a descrição dos serviços. A assessoria do parlamentar nega que ele desvirtue a cota.

Collor já é réu no STF por investigações da Operação Lava Jato, que envolvem suspeitas dos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Segundo as investigações, pelo menos entre os anos de 2010 e 2014, mais de R$ 29 milhões em propina foram pagos ao senador em função de negócios envolvendo a BR Distribuidora.

Defesa

Procurada pela reportagem, a assessoria do senador informou que "houve um erro por parte da empresa prestadora de serviços". "O erro já foi corrigido e os valores devidamente ressarcidos em 14 de dezembro de 2017", afirmou.

O deputado federal Marco Feliciano, nesta terça-feira (8), gravou um vídeo para criticar Faustão. O parlamentar disse que até tentou evitar opinar sobre assuntos polêmicos por estar buscando momentos de paz junto à sua família, mas contou que a polêmica declaração do apresentador global “mexeu” com ele. No último programa, Faustão causou ao insinuar, sem citar nomes, que o presidente da República Jair Bolsonaro seria “imbécil”. “O imbécil que tá lá não devia estar. Pode ser até honesto, mas é um idiota que tá lá e tá ferrando todo mundo”, disparou.  

Feliciano disse que ou foi uma grosseira alusão ao presidente ou ele generalizou toda a classe política. “Parece que devido ao grandes sucessos dos Trapalhões, antigamente, alguns artistas e apresentadores estão buscando tomar o lugar dele. O mais novo candidato a trapalhão é Faustão, que no último domingo utilizou expressões de mau caráter se referindo a uma pessoa ou pessoas as quais covardemente evitou dar nomes, mas no contexto do que ele disse qualquer criança seria capaz de identificar”. 

##RECOMENDA##

O deputado disse que o ataque foi gratuito com intenção de humilhar. “Eu entendo, Faustão, sua preocupação com possível corte de verbas milionárias à sua emissora, que já foi prometida pelo novo governo pondo em risco seu salário milionário. Você, que é um trapalhão, tentou concertar em um vídeo, mas a lambança foi maior ainda”, lamentou. 

No vídeo, o pastor ainda fala que as explicações de Faustão foram “imbecis” e que não convencem nenhuma criança. “Me pergunto como pode a produção de um dos programas de maior audiência não passar a matéria a nível de diretoria para evitar esse desgaste global em rede nacional. A polêmica gerada carece um desagravo oficial da sua emissora em horário nobre com pedido de desculpas não ao presidente Bolsonaro, pois este está preocupado com o melhor para a nação, nem para nós políticos, afinal é uma classe que já tomou um puxão de orelha da sociedade e passa por um renovo, mas a sua emissora precisa dar um pedido de desculpas ao povo brasileiro que merece respeito. Fica a dica".

O apresentador gravou um vídeo para se explicar. Ele garantiu que “em nenhum momento” falou a respeito do atual presidente e muito menos dos eleitores utilizando o termo. No vídeo, Faustão ainda explica que usou a palavra para falar que há políticos imbecis, que muitas vezes não está preparado para ser eleito.

Os governadores do Norte e Nordeste desembarcarão nesta terça-feira (4), em Brasília, para acompanhar de perto as votações sobre securitização da dívida ativa e a regulação da cessão onerosa de gás e petróleo.

Eles também pretendem ter uma reunião com o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), para conversar sobre os fundos partidários dos estados e municípios.

##RECOMENDA##

Antes, às 10h, os governadores se reunirão, na representação do Ceará, na capital federal. A informação foi confirmada, via assessoria do governador do Piauí, Wellington Dias (PT), que é o coordenador do grupo do Nordeste. Todos os temas se referem à partilha de recursos da União com estados e municípios.

"A União precisa parar com esta concentração permanente de receita e quebra do pacto federativo. Na última semana foram aprovadas urgências e avançamos nos entendimentos e agora vamos cuidar de, por acordo, viabilizar a votação. Se a União precisa de receitas, imagine quem está lá na ponta cuidando das demandas do povo", disse Wellington Dias, em nota divulgada pela assessoria.

Na Câmara, eles vão acompanhar a votação do Projeto de Lei Complementar (PLP 459) que trata da securitização da dívida ativa.

O texto autoriza a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios a cederem, com ônus, os direitos originados de créditos tributários e não tributários, inclusive inscritos em dívida ativa.

No comunicado, a assessoria do governador do Piauí informa que o projeto “estabelece uma forma moderna de combater a sonegação e gera receitas para déficit da previdência e investimentos”. Segundo o texto, o projeto conta com interesse dos estados, municípios e a União.

Outro tema que interessa aos governadores é Projeto de Lei Complementar (PLP 10.985) que trata da regulação da cessão onerosa de gás e petróleo.

A cessão onerosa trata de um contrato firmado em 2010, em que o governo cedeu uma parte da área do pré-sal para a Petrobras, que teve o direito de explorar 5 bilhões de barris de petróleo. Com a descoberta de volume maior de petróleo na área, o governo irá vender o excedente da área.

No Senado, a prioridade dos governadores é acompanhar a votação do projeto que trata do bônus de assinatura, complemento da cessão onerosa de gás e petróleo. O objetivo é a participação dos estados e municípios na receita com pagamento do bônus de assinatura após os leilões.

"São projetos maduros e governadores, de diferentes partidos e regiões do país, e prefeitos, unidos, queremos apenas que seja cumprida a regra da Constituição Federal de partilha destas receitas", informa o comunicado, divulgado pela assessoria do governador do Piauí.

Os governadores também deverão se reunir com o ministro Ricardo Lewandowski, relator de três ações no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre os fundos de participação dos municípios e dos estados. Já houve audiência de conciliação e foi concedido prazo de 15 dias para governo federal abrir informações sobre as receitas partilhadas com estados e municípios.

Wellington Dias disse, no comunicado divulgado pela assessoria, que a expectativa é que ocorra o julgamento no STF.

Nos últimos cinco anos, os repasses da União ao Museu Nacional do Rio de Janeiro encolheram mais de 30%, aponta levantamento feito pela Comissão Mista de Orçamento (CMO) da Câmara dos Deputados. Em 2013, foram R$ 979 mil em pagamentos executados pelo museu, já em 2017 esse montante chegou a R$ 643 mil. Neste ano, esses repasses não chegam a R$ 100 mil. Em 2018, de acordo com o levantamento, foram utilizados R$ 51.880 para programa de bolsa de estudos e R$ 46.235 para outras despesas.

Mais cedo, o ministro da Educação, Rossieli Soares da Silva, afirmou que a Polícia Federal iniciou as investigações sobre as causas do incêndio que destruiu ontem o Museu Nacional. O Corpo de Bombeiros do Rio disse nesta manhã que o trabalho de rescaldo deve durar mais de dois dias, por se tratar de um prédio histórico e de uma instituição cultural.

##RECOMENDA##

A reitoria da Universidade de Brasília (UnB) foi ocupada na quinta-feira (12) por centenas de estudantes em um ato em defesa da liberação de verbas para a instituição pelo Ministério da Educação, para atender às necessidades de custeio das atividades acadêmicas. Eles querem uma audiência pública reunindo a direção da UnB e o MEC, com a mediação do Ministério Público, para discutir as contas da universidade.

A ocupação ocorre em meio a uma crise financeira que atinge não somente a UnB mas também outras universidades públicas. Como resultado, a reitoria anunciou que diante da restrição orçamentária teria de adotar medidas de redução de recursos, como a demissão de funcionários terceirizados, o cancelamento de contratos de estágio e aumento nos preços no restaurante universitário.

##RECOMENDA##

Em nota divulgada no Facebook, os estudantes que ocupam a reitoria se colocam contrários a essas providências. Além disso, querem a manutenção das bolsas de permanência, pagas a estudantes de baixa renda, e o restabelecimento de porteiros no turno da noite. “Mesmo com árdua mobilização dos trabalhadores e estudantes desde o início do ano de 2017, com a formação de comissões e ações a fim de impedir a aplicação dessas medidas de austeridade, faz-se necessário essa ocupação da reitoria”, diz a nota.

Sobre a polêmica acerca da situação financeira, reivindicam que o MEC libere as verbas arrecadadas pela UnB, mas também cobram da reitoria transparência nas contas e auditoria nos contratos com prestadores de serviço, chamados de serviços terceirizados. A audiência teria o objetivo de esclarecer a posição do ministério e da universidade e buscar saídas.

[@#video#@]

Crise financeira

A direção da UnB já havia dado declarações de que os recursos disponibilizados eram insuficientes para o custeio da estrutura. Em março, uma audiência aberta à comunidade foi realizada para apresentar o quadro financeiro. Na ocasião, a reitoria informou a projeção de um deficit de R$ 92 milhões para o ano de 2018.

Na terça-feira (10), estudantes, professores e servidores promoveram um ato em frente ao Ministério da Educação para cobrar do órgão uma ampliação dos recursos previstos para o ano. No mesmo dia, estudantes ocuparam a sede do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação em protesto contra a crise na universidade e cobrando soluções.

Divergências

O Ministério da Educação disse que os dados apresentados pela direção da UnB são divergentes daqueles que o governo federal tem. Segundo os registros do Executivo, o orçamento da instituição aumentou de R$ 1,66 bilhão para R$ 1,73 bilhão de 2017 para 2018. As verbas para custeio foram ampliadas em 12%. E neste ano já teriam sido liberados 60% dos recurso para custeio.

De acordo com a direção da pasta, a UnB tem em 2018 o segundo orçamento em um grupo “do mesmo porte”, mas que teria gastado mais dentro deste grupo em “apoio administrativo, técnico e operacional”. “Os fatos relatados mostram que os problemas enfrentados pela UNB são no âmbito da gestão interna da instituição”, diz o MEC.

Em nota divulgada na quinta (12), a reitoria da UnB respondeu aos argumentos do MEC dizendo que embora o orçamento global tenha subido, os recursos para manutenção caíram de R$ 379 milhões, em 2016, para R$ 229 milhões em 2018, destacando que o ministério reduziu as verbas para essa finalidade em R$ 80 milhões.

O problema, segundo a direção da universidade, não é se houve ou não a liberação de 100% da verba, mas no fato do previsto para o ano ser insuficiente. Um primeiro obstáculo, segundo a UnB, está na Emenda Constitucional 95, que instituiu o teto para os gastos públicos, e o uso de receitas próprias. A reitoria alega que dentre os recursos levantados pela própria instituição, como por meio do aluguel de imóveis, só foi aprovada a inclusão no orçamento de R$ 110 milhões, frente a um total de R$ 168 milhões arrecadados.

A direção da UnB acrescenta no comunicado que vem adotando medidas de economia, como cortes em contratos terceirizados e economia em consumo de água. Diz também que apresentou ao MEC um plano de obras para colocar as demandas de investimento para o ano.

Impasse

No meio das divergências entre Ministério e reitoria, os estudantes querem uma audiência ainda na próxima semana e anunciaram que manterão o movimento até segunda-feira (16). A direção da UNB disse que está disposta a participar da reunião.

Já o MEC, em nota, disse que “qualquer discussão mais ampla em audiência pública precisa ser realizada após o resultado de uma possível auditoria”. Disse ainda que encerrou a negociação na terça-feira (11) em razão dos protestos na sede do ministério, mas que está disposto ao diálogo.

LeiaJá também

--> Alunos da UnB protestam em frente ao MEC contra corte

A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (10) a Operação Malacafa, com o objetivo de investigar esquema de inserção de funcionários fantasmas na folha de pagamento da Assembleia Legislativa de Alagoas.

Aproximadamente 60 policiais federais dão cumprimento a 14 mandados de busca e apreensão nas cidades de Maceió/AL, Batalha/AL e Jacaré dos Homens/AL. Esta ação é um desdobramento da Operação Surugate, que teve início em março de 2017.

##RECOMENDA##

Será realizada coletiva de imprensa, às 10h30, na sede da Polícia Federal em Alagoas, localizada no bairro Jaraguá, em Maceió/AL.

Da Agência PF

A ministra interina da Educação, Maria Helena Guimarães, afirmou na quinta-feira (1º), que o orçamento das universidades, institutos federais e hospitais universitários não sofrerá cortes, mesmo que haja contingenciamento de recursos.

"Certamente não teremos corte nessas áreas porque são redes diretamente geridas pelo MEC [Ministério da Educação], que dependem do nosso orçamento para a folha de pagamento, custeio e tudo mais", disse a ministra.

##RECOMENDA##

Nesta terça-feira (30), o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, informou que a decisão sobre contingenciamento de gastos públicos no Orçamento de 2018 seria tomada até a sexta-feira (2). Em 2017, foram inicialmente contingenciados R$ 44,9 bilhões. Ao longo do ano, parte foi liberada e cerca de R$ 20 bilhões permaneceram contingenciados. Com isso, o governo fechou o ano com déficit de R$ 124,4 bilhões, consideravelmente abaixo da meta de R$ 159 bilhões.

No ano passado, as universidades federais enfrentaram crise, com falta de verba e retenção da verba de custeio, usada para a manutenção das instituições de ensino. Apenas em novembro, o MEC liberou 100% da verba destinada a esse fim. Na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), por exemplo, despesas compulsórias como contas de luz, água e comunicação chegaram a ser deixadas de lado. A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) reduziu à metade o quadro de pessoal terceirizado.

Neste ano, disse a ministra à Agência Brasil, "ninguém vai mexer nisso". Segundo Maria Helena, o Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, até o momento, não sinalizou que haverá cortes em educação, e ela espera que a pasta seja poupada.

Sobre a educação básica, a ministra disse que os programas da merenda escolar e do livro didático também serão preservados no caso de contingenciamento. A etapa é financiada prioritariamente pelos estados e municípios, e o MEC entra com 15%. "Eu vou brigar é pelas coisas novas, como a residência pedagógica, a implementaçao da BNCC [Base Nacional Comum Curricular], que são ações novas. Então, a gente tem que ficar em cima."

LeiaJá também 

--> A situação financeira das universidades federais de PE

Um benefício concedido pelo Congresso a novos parlamentares permitiu que suplentes recebessem até cerca de R$ 70 mil por menos de uma semana de trabalho. A verba, descrita como "ajuda de custo", é concedida no início e no fim do mandato. Na atual legislatura, que começou em 2015, a Câmara e o Senado gastaram em torno de R$ 3 milhões com esse tipo de despesa.

Segundo as normas legislativas, a ajuda, equivalente a um salário integral do congressista (atualmente no valor de R$ 33,7 mil), deve ser "destinada a compensar as despesas com mudança e transporte" dos parlamentares, independentemente do tempo de duração do mandato. Pela regra, um suplente só deve ser convocado se a previsão de afastamento do titular for superior a quatro meses.

##RECOMENDA##

Nos últimos três anos, foram 70 mudanças na Câmara, que gastou pelo menos R$ 2,2 milhões com as trocas, e outras 19 no Senado, ao custo de mais de R$ 944,4 mil. Além disso, ao assumir o cargo, os suplentes passam a ter direito a outros benefícios, como ressarcimento de despesas médicas e odontológicas, auxílio-moradia e verba indenizatória.

Brevidade

Em ao menos dois casos, os suplentes receberam a ajuda de custo, mas não ficaram uma semana no cargo. Em maio de 2016, por exemplo, o senador Romero Jucá (MDB-RR) se afastou do mandato para assumir o comando do Ministério do Planejamento. Em seu lugar, tomou posse Wirlande da Luz (MDB-RR). Uma semana depois, a divulgação de gravações feitas pelo ex-presidente da Transpetro, Sergio Machado, colocou Jucá no centro de um escândalo, e ele renunciou ao cargo de ministro. Apesar da troca ter durado seis dias, o suplente recebeu R$ 67.526.

Outro caso é o do suplente Gilberto Piselo (PDT-RO), que também sentou na cadeira de senador por apenas seis dias. Ele entrou na vaga de Acir Gurgacz (PDT-RO), em 2016, e em seguida também pediu licença para resolver assuntos particulares. Na breve passagem pelo Senado, fez dois discursos, mas não teve tempo para tirar a foto oficial como parlamentar. Mesmo assim recebeu R$ 33.763 pelo período em que ficou no cargo e mais R$ 10.128 como salário proporcional.

Além disso, Piselo recebe, por meio da cota parlamentar, de R$ 5 mil a R$ 6 mil por mês de Gurgacz, há sete anos, pela locação de uma sala comercial em Rondônia, onde funciona o escritório de apoio do atual senador. No total, Gurgacz já repassou mais de R$ 500 mil para seu suplente com dinheiro do Senado desde 2010.

Procurada, a assessoria de imprensa de Gurgacz afirmou que o contrato do aluguel do imóvel que funciona como escritório de apoio do parlamentar em Ji-Paraná (RO) foi firmado em 2010, no primeiro mandato do senador, quando Piselo não era o suplente. "Portanto, não há nenhuma irregularidade, nem ilegalidade no contrato", diz a nota.

Contracheque

Após o pedido de licença de Piselo, em 2016, assumiu a vaga o segundo suplente da chapa de Gurgacz, pastor Sebastião Valadares (PDT-RO), ligado à Igreja Assembleia de Deus. No mesmo mês, o pastor também recebeu mais de R$ 33 mil apenas para iniciar o mandato, além do salário proporcional de senador pelos dias em que trabalhou (R$ 22.508). Depois de permanecer os quatro meses na vaga, tempo mínimo para as licenças particulares, ele deixou o cargo para que Gurgacz reassumisse e recebeu outro salário extra como ajuda de custo. Procurados, Wirlande da Luz, Gilberto Piselo e pastor Valadares não foram encontrados até a última sexta-feira.

Recesso

Quando parlamentares pedem licença às vésperas do recesso, entre dezembro e fevereiro, os suplentes assumem o mandato em época em que a atividade no Congresso é parca - ou inexistente -, mas ganham o direito à ajuda de custo no início e no fim do mandato. No final do ano passado, três senadores pediram licença para tratar de interesses pessoais ou cuidar da saúde: Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) e Ricardo Ferraço (PSDB-ES), em novembro, e Edison Lobão (MDB-MA), em dezembro. Os pedidos precisam ser aprovados pelo plenário da Casa.

A assessoria de imprensa de Valaderes informou que ele tirou 90 dias para tratamento de saúde e outros 30 dias para tratar de assuntos particulares. O caso de Lobão é semelhante: ele apresentou atestado médico para se licenciar entre dezembro e março, mas estendeu o afastamento por mais um mês.

Já Ferraço pediu a licença por discordar da decisão do Senado de devolver o mandato ao senador Aécio Neves (MG). Seu suplente, no entanto, não recebeu a ajuda de custo no início do mandato.

Extinção

Em 2015, o senador José Reguffe (PDT-DF) apresentou projeto para extinguir a ajuda de custo paga aos integrantes do Legislativo no início e no final do mandato parlamentar. Ele alega que esse auxílio não se justifica, já que deputados e senadores têm direito a apartamento funcional e passagens aéreas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Escolas das redes municipal e estadual do Rio de Janeiro receberão uma verba extra para fazer pequenos reparos, comprar equipamentos e contratar monitores de português, matemática e para atividades lúdicas a serem oferecidas no contraturno e aos sábados. O dinheiro vem do Programa Dinheiro Direto na Escola, do Ministério da Educação, e integra o Programa Emergencial de Ações Sociais para o estado, criado em novembro pelo governo federal. A cerimônia de assinatura da liberação dos recursos ocorreu na sexta-feira (29) no Palácio Guanabara, sede do governo do estado, em cerimônia presidida pelo governador Luiz Fernando Pezão.

A verba, que será liberada na segunda quinzena de janeiro, varia de acordo com a quantidade de alunos da escola, e vai de R$ 16 mil a R$ 91 mil, somando R$ 27,6 milhões. Serão beneficiadas 445 escolas estaduais, de 28 municípios, além de 340 da rede municipal da capital. De acordo com o ministro da Educação, Mendonça Filho, os recursos serão administrados pelos diretores das unidades, escolhidas segundo critérios técnicos como número de alunos e necessidades da escola.

##RECOMENDA##

“São necessidades em termos de pequenos investimentos, tipo uma pintura, muro, parte elétrica danificada. E outra parte é para custear atividades que estendem a carga horária da escola. Dessa forma, a gente combate a evasão escolar, até porque ataca duas causas da evasão: se a gente tem uma escola mais agradável, que acolha melhor os alunos, evidentemente será um ambiente mais atrativo como um todo. De outro modo, atividades que se estendem além das atividades regulares de uma escola são muito importantes para que a gente possa reter o aluno dentro da sala de aula e da escola”, disse o ministro.

De acordo com o secretário de estado de Educação, Wagner Victer, o objetivo é oferecer melhorias nas escolas e atividades extras para que os alunos não abandonem os estudos. “Foram seis meses para escolher as escolas, em função da necessidade de reduzir o processo de evasão. A rede tem 1.249 [unidades], então essas 445 contempladas é um número elevado”.

Artes e esportes

Segundo Victer, além de matemática e português, serão contratados monitores para atividades artísticas e esportivas, como taekwondo, judô, dança, teatro, “quem sabe até uma dança do passinho”. De acordo com ele, os monitores de matemática serão escolhidos prioritariamente entre alunos da rede que foram premiados na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas [Obmep]. “Foram 600 garotos premiados com medalha de ouro, prata, bronze ou menção honrosa. É uma forma de aproximar um aluno de outro aluno que é referência na matéria”.

As atividades lúdicas para cada escola estão em fase de planejamento e os monitores contratados receberão uma bolsa. “Tem o valor estabelecido, normalmente paga ao monitor R$ 130 mais os gastos de transporte e alimentação, mas ainda vai ser definido pelo MEC. Mas é uma oportunidade de um estudante, por exemplo, que esteja fazendo licenciatura em português, estar exercendo como treinamento a sua disciplina, um aluno trabalhando como monitor”, explica o secretário. Também participou da cerimônia de assinatura da liberação dos recursos, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia.

LeiaJá também 

--> Ensino básico tem 73,5% dos alunos em escolas públicas

Os governos estaduais utilizaram apenas R$ 45 milhões do Fundo Penitenciário Nacional liberado em dezembro de 2016, ou 3,72% de R$ 1,209 bilhão. Isso é o que mostra relatório do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), do Ministério da Justiça, obtido pelo jornal O Estado de S.Paulo. Os recursos foram liberados no mês anterior ao massacre de mais de cem detentos em penitenciárias do País em janeiro.

O período para utilizar a verba terminava no fim de 2017, mas uma portaria do ministério publicada neste mês prorrogou o prazo para o fim de 2018.

##RECOMENDA##

Os recursos, de R$ 44 milhões para cada Estado, foram enviados principalmente para que os governos locais criassem 23.540 vagas no sistema penitenciário. No entanto, de R$ 862,4 milhões para obras, apenas R$ 11,8 milhões haviam sido usados. Quatro Estados sequer apresentaram projeto.

A verba foi liberada direto do fundo nacional para os fundos estaduais, mesmo sem a existência de um projeto, com a ideia de desburocratizar. Em planos anteriores, houve entrave na assinatura de convênios.

Quando os projetos chegaram à pasta, porém, muitos foram rejeitados. Foi o que aconteceu com 21 dos 71 projetos que haviam chegado até novembro. Apenas sete, ou 10%, haviam sido aprovados. A maior parte, no entanto, ainda estava em análise pela pasta. Essa era a situação de 27 deles.

Desafio

Uma dificuldade apontada por secretários estaduais é a rigidez das normas técnicas exigidas para os projetos. Neste mês, essas regras foram flexibilizadas, o que agradou aos Estados. Mas houve críticas de especialistas, que veem problemas na retirada da obrigação da presença de espaços de educação e trabalho.

O Depen diz, no documento, que "tem feito questionamentos por meio de ofício na busca da otimização da execução dos recursos, em relação a não apresentação de projetos". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governo exonerou nesta terça-feira, 10, o servidor André Esposito Roston do posto de chefe da Divisão de Fiscalização para Erradicação do Trabalho Escravo e com isso provocou forte reação de entidades ligadas à defesa dos direitos humanos e da transparência no governo, além do Ministério Público.

Segundo fontes, o ato teria sido uma represália a queixas feitas pelo funcionário à falta de recursos para fiscalização. Mas a motivação principal teria sido sua atuação pela divulgação da lista de empresas acusadas de utilizar trabalho escravo. Uma nova edição dessa relação, que ficou pronta na última sexta-feira, teria desagradado a integrantes da base governista no Congresso, bem às vésperas da votação da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer.

##RECOMENDA##

"A fiscalização do trabalho escravo estava estrangulada", disse o presidente do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (Sinait), Carlos Silva. Dois cortes promovidos no orçamento, um em março e outro em julho, haviam reduzido os recursos da área a 70% do valor original.

Essa situação foi discutida no final de agosto, numa reunião da Comissão de Direitos Humanos do Senado, por iniciativa do senador Paulo Paim (PT-RS). Designado para representar o Ministério do Trabalho, Roston disse na reunião que não dispunha de recursos para executar uma fiscalização programada para a semana seguinte. Na ocasião, ele dispunha de apenas R$ 6.000,00, para uma ação que custaria dez vezes mais. "Essa fala desagradou ao governo", disse Silva. "Ele foi cobrado."

Levantamento da organização Contas Abertas mostra que, de janeiro a setembro deste ano, foram gastos R$ 1,960 milhão em ações de fiscalização para erradicação do trabalho escravo. É um nível semelhante ao de 2013, mas ainda assim superior aos R$ 1,212 milhão gastos em igual período de 2016.

Desgaste

Segundo fontes próximas a Roston, a queixa sobre escassez de recursos, feita há mais de um mês, foi só a ponta mais visível de um processo de desgaste e constrangimento que se arrastava desde o ano passado, por causa da publicação da chamada "lista suja", com empresas acusadas de utilizar trabalho escravo.

A pedido de empresas da construção civil ao Supremo Tribunal Federal, a lista chegou a ficar suspensa entre o final de dezembro de 2014 e maio de 2016, quando foi liberado pela ministra Carmén Lúcia. Contudo, o governo Temer não voltou a publicá-la, o que só veio a acontecer em março deste ano.

Questionado sobre a demissão, o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, negou que ela tenha relação com a falta de dinheiro: "Nada a ver." O Estado não conseguiu falar com André Roston. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando