Em um documento entregue ao Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE), o ex-secretário da Secretaria de Ressocialização (Seres), coronel Romero Ribeiro, disse que armas brancas foram encontradas na posse de um dos trabalhadores da obra de ampliação do Complexo do Curado, na zona oeste do Recife, no dia 23 de janeiro de 2014. O texto do secretário está disponível na área "Portal do Cidadão", no site do Tribunal de Contas e é uma resposta à denúncia de atrasos na obra.
De acordo com o ofício, o material ilícito foi apreendido durante uma vistoria de rotina. Cinco facas tipo peixeira estavam escondidas em um fundo falso da caixa de ferramentas de um trabalhador da obra, que foi encaminhado para a Delegacia de Jardim São Paulo. O acontecido foi um dos motivos para a Seres rescindir o contrato com o Consórcio Tropicos Pottencial, empresa contratada para o serviço.
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Ainda no documento, Ribeiro aponta que a obra foi prorrogada seis vezes e teve seu custo reajustado outras cinco vezes. A reforma que foi iniciada em julho de 2009 tinha prazo inicial de conclusão de doze meses, mas, com as prorrogações, foi adiado para o dia 23 de junho de 2013, o que também não foi cumprido. Após reunião com o consórcio e a Secretaria de Planejamento e Gestão, a Seres suspendeu a punição pelo atraso contanto que fossem entregues, até dezembro daquele ano, 326 vagas no Presídio Juiz Antônio Luiz Lins de Barros (PJALLB), dentro do complexo, o que também não foi realizado.
Além da rescisão contratual, a Seres determinou a abertura da Tomada de Contas, para apurar a responsabilidade do consórcio no não cumprimento do contrato. Entre as penalidades também consta uma multa. Uma sindicância também foi instaurada.
Uma vistoria da Polícia Militar, no dia 7 de janeiro deste ano, encontrou mais de cem armas brancas só em um pavilhão da unidade. A vistoria foi realizada após uma equipe da TV Globo flagrar detentos andando livremente com facões no pátio da unidade prisional.
O coronel Romero Ribeiro foi exonerado da secretaria, em outubro de 2014, após a imprensa denunciar detentos trabalhando com equipamentos inapropriados e fazendo saídas irregulares. O atual secretário da pasta, coronel Eden Vespaziano, que assumiu o cargo no último dia 9 de janeiro, prometeu num prazo de 120 dias, a construção de muros e alambrados no complexo para evitar a entrada de materiais.