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Brasília, 14/12/2019 - O presidente Jair Bolsonaro negou, neste sábado (14), que planeje fazer mudanças nos ministérios no começo de 2020. Ele aproveitou para elogiar o trabalho do ministro da Educação, Abraham Weintraub. "Toda semana vocês trocam ministro meu, não tem nada previsto", afirmou. Conforme ele, o Ministério da Educação (MEC) "é tomado pela esquerda há décadas, Weintraub faz um bom trabalho", completou.

A declaração do presidente vem após matéria do portal da Folha de S.Paulo de hoje, informando que Bolsonaro avalia a troca de três ministros no início do próximo ano: Onyx Lorenzoni (Casa Civil), Abraham Weintraub (Educação) e Bento Albuquerque (Minas e Energia).

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Após garantir mais cedo que policiais detidos também terão indulto natalino, o presidente parou na Esplanada dos Ministérios, no Distrito Federal, e cumprimentou policiais militares que estavam em uma viatura. Depois, Bolsonaro se deslocou até a Praça dos Três Poderes, onde parou para comprar sorvete e cumprimentou turistas.

Mais cedo, o presidente esteve na confraternização de final de ano do gabinete do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), também esteve no evento. Bolsonaro ainda visitou um membro de sua equipe de segurança que estava internado no hospital das Forças Armadas, que havia sido atropelado.

Nomes importantes do Ministério da Educação (MEC) deixaram a pasta nos últimos dias em uma indicação de que o ministro Abraham Weintraub deve sair do cargo. Weintraub inicia período de férias nesta sexta-feira, 13, emendando com recessos, e muitos acreditam que ele não volta em 2020 ao cargo. Segundo fontes, o ministro perdeu o apoio de parte dos integrantes do governo Bolsonaro por causa do seu comportamento polêmico e da paralisia no MEC.

Nesta quinta-feira, 12, a exoneração da sua principal assessora, a jornalista Priscila Costa e Silva, foi publicada no Diário Oficial da União. Além de ter se tornado muito próxima do ministro, ela comandava a área de comunicação. Procurada, Priscila disse que o "tempo no MEC foi de muitos aprendizados e grandes realizações" e agradeceu o ministro "por ter sido um chefe maravilhoso, que sempre me deu autonomia e acreditou no meu trabalho".

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Weintraub é malvisto tanto pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, quanto pelo secretário-geral da Presidência, Jorge Antonio de Oliveira Francisco, que avaliam que suas polêmicas são desnecessárias e prejudicam o governo. Na Economia, reclama-se ainda do fato de ele pensar em projetos e não informar a área econômica, como o Future-se, que previa fundos para universidades. Ele também é visto com ressalvas entre os militares.

Congressistas têm pedido a demissão. "Está insustentável. Não tem preparo técnico, faz gestão ideológica e está há meses só fazendo diagnóstico de que tudo é ruim", disse o deputado federal e ex-secretário de Educação do Ceará, Idilvan Alencar (PDT), que pediu ao ministro ma quarta-feira na Câmara que aproveite o Natal e não volte ao cargo. Na quinta, após a publicação da reportagem pelo estadao.com.br, Weintraub disse no Twitter que "diante dos resultados positivos (...), esquerda e monopolistas entram em desespero". Ainda criticou a imprensa ao comentar que "a mídia podre espalha mentiras". "O ladrar dos cães é a prova de que estou no caminho certo."

Esvaziamento

O presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), um dos órgãos mais importantes do MEC, Alexandre Lopes, também não está mais dando expediente desde a semana passada. Ele está sendo substituído em eventos e coletivas por Camilo Mussi, diretor do órgão. Lopes, que assumiu o cargo em maio, depois de dois presidentes demitidos, está em férias entre 10 e 27 de dezembro.

Na semana passada, dois coordenadores da área de Alfabetização, Renan Sargiani e Josiane Toledo Silva, também deixaram o MEC. De perfil técnico, ele teve dificuldades em implementar projetos por disputas internas com alas mais burocráticas e ideológicas. Sargiani foi o responsável pela Política Nacional de Alfabetização, que até hoje não saiu do papel.

Outro que deve deixar a pasta é o presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Anderson Correa. Ele se candidatou ao processo seletivo para reitor do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e foi o escolhido. A comunicação oficial será feita em janeiro.

A conhecidos, Weintraub tem dito que sua família é ameaçada e mulher e filhos vão se mudar para o Canadá. Atualmente, há dois oficiais armados dentro do gabinete. Ele é conhecido entre reitores como "o ministro da Educação que não gosta de educação". Até o deputado Eduardo Bolsonaro, filho do presidente, tem procurado nomes para substituí-lo. Mas também negou nesta quinta, pelas redes sociais, que tenha "descontentamento com o MEC". Pela afinidade ideológica com o presidente, há possibilidade de que Weintraub continue no governo, em outro órgão. O ministro também pensa em se candidatar nas próximas eleições. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) pede na Justiça que o ministro da Educação, Abraham Weintraub, prove declarações recentes de que há "crimes de produção de drogas" e "plantações de ervas" em universidades.

A Andifes pede que Weintraub apresente provas "efetivas" de insinuações sobre a "existência de diversos atos irregulares e práticas criminosas" nas instituições federais de ensino, caso o ministro mantenha as declarações.

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"Com os achados, se houver, requer-se sejam nominados os responsáveis, as unidades locais, os dirigentes e as universidades, bem como todas as providências tempestivamente tomadas pelo senhor ministro em face de tais ocorrências", pedem os reitores.

As declarações que motivaram a ação foram feitas por Weintraub em entrevista à TV Jornal da Cidade Online. "Você tem plantações extensivas de maconha em algumas universidades. A ponto de ter borrifador de agrotóxico", disse o ministro.

Após forte repercussão, Weintraub dobrou a aposta sobre as declarações em posts no Twitter, também questionados na ação da Andifes. Nas redes sociais, o ministro usou como exemplos investigações contra estudantes da Universidade de Brasília (UnB) e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

"Ambos os casos postados pelo senhor ministro já foram apurados pelas autoridades policiais, devidamente debelados por suas reitorias e não servem de exemplo negativo para as instituições, conforme até indicado pela imprensa", afirmou a Andifes.

As mesmas declarações levaram a Comissão de Educação da Câmara dos Deputados a aprovar nesta quarta-feira, 4, a convocação de Weintraub para esclarecimentos.

A ação foi de indenização por dano moral contra a União e Weintraub foi apresentada na quarta e tramita na 9ª Vara Federal Cível de Brasília.

A Andifes representa as universidades e institutos federais em negociações com o governo. A associação ainda argumenta que as declarações de Weintraub repercutiram em todo o País, gerando possíveis transtornos aos gestores das universidades.

Procurado pela reportagem, o Ministério da Educação (MEC) afirmou que ainda não foi notificado pela Justiça.

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, fez elogios à Monarquia e questionou as comemorações em homenagem à Proclamação da República, que completa 130 anos nesta sexta-feira (15). "Não estou defendendo que voltemos à Monarquia mas... O que diabos estamos comemorando hoje?", questionou, em uma sequência de posts no seu perfil no Twitter.

Segundo o ministro, a proclamação foi uma "infâmia" contra o então imperador D. Pedro II, a quem classificou como um dos melhores gestores e governantes da história mundial. Dom Pedro II cedeu o comando do Brasil em 15 de novembro de 1889 a Marechal Deodoro da Fonseca, primeiro presidente do País.

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Weintraub também provocou o movimento feminista, convidando-o a uma reflexão: "O Império teve seus dois principais atos assinados por mulheres educadas, inteligentes e honestas! Elas nos governaram bem antes de Dilma (Rousseff)", escreveu, em referência a Imperatriz Maria Leopoldina e a Princesa Isabel.

Em um terceiro post, Abraham Weintraub divulgou foto na qual aparece em reunião com o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni. "Qual a melhor forma de 'comemorar' o primeiro golpe de estado no Brasil? TRABALHANDO!", afirmou.

 Em seu primeiro pronunciamento após a soltura da prisão na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, na tarde desta sexta (8), o ex-presidente fez duras críticas ao Ministério da Educação. “Depois que eu fui preso, depois que eles roubaram do Haddad, o Brasil não melhorou, o Brasil piorou. O povo tá trabalhando sem o menor respeito. […] Colocaram um ministro da Educação que tenta destruir a nossa universidade”, alfinetou.

O PT vem se posicionando em contrariedade a projetos de Abrahim Weintraub como o “Future-se”, que visa, nas palavras do governo federal, “promover maior autonomia financeira às universidades e institutos federais por meio de incentivo à captação de recursos próprios e ao empreendedorismo”. Até agora, dezenas de universidades e institutos federais se posicionaram contra o plano, a exemplo da UFAM (Universidade Federal do Amazonas), da UFRR (Universidade Federal de Roraima) e da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).

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A rusga entre Lula e Weintraub teve seu estopim quando o ministro publicou um vídeo satirizando a prisão do ex-presidente. Em entrevista à Carta Capital, o petista rebateu; “não troco meu diploma primário pelo universitário do Weintraub”.

Em coletiva de imprensa realizada por volta das 20h deste domingo (3), o ministro da Educação, Abrahim Weintraub, e o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Alexandre Lopes, apresentaram o balanço do primeiro dia de provas. De acordo com Weintraub, apenas 376 pessoas foram eliminadas, cerca de 3,9 milhões de candidatos foram fazer a prova e duas pessoas apresentaram problema de saúde durante o exame. O ministro também falou que o vazamento de uma foto com o tema da redação se deu pela ação ilegal de um aplicador, que Weintraub chegou a dizer que fará “se arrepender amargamente de ter vindo ao mundo”.

“Posso afirmar que foi zero o impacto do que esse mau elemento fez, uma pessoa vil, baixa. Ele conseguiu três provas de pessoas que faltaram. Por enquanto, não posso afirmar nada. Já estamos próximos de chegar na pessoa”, afirmou Weintraub. Apesar do ocorrido, o ministro insistiu que considera o Enem 2019 a edição mais bem organizada da prova. “Lógico que (o Enem) teve influência (do governo). Foi um exame que foi um sucesso e é a cara do presidente Bolsonaro. Ao contrário do que tinha no passado: doutrinação, escândalo, ineficiência e problemas com gráfica”, alfinetou.

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Falando diversas vezes em “doutrinação”, o ministro defendeu que promoveu um Enem mais técnico, sem “polêmicas” e chegou a agradecer, após citar algumas instituições públicas, ao ministro Sérgio Moro pela realização das provas. “O objetivo do Enem é selecionar as pessoas mais qualificadas para entrar no ‘mercado’, não doutrinar. Ninguém tá criticando as questões, a sociedade do Brasil está mais calma e mais unida do que estava depois do último Enem”, opinou.

Questionado a respeito da ausência de questões sobre a ditadura militar, Weintraub disse que esta “é uma discussão que a não caminha para nenhum lugar” e garantiu que não participou da escolha das questões. O gabarito oficial das provas será publicado pelo MEC no dia 13 de novembro, enquanto o resultado final será disponibilizado em janeiro, ainda sem data definida.

A Comissão de Ética Pública, vinculada à Presidência da República, abriu nesta terça-feira, 24, um procedimento para apurar se houve desvio de conduta do ministro da Educação, Abraham Weintraub, por ter feito publicações contra os ex-presidentes Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva. O autor do voto, conselheiro Erick Bill, também era funcionário da Secretaria-Geral da Presidência, mas deixou o cargo ontem após mais de três anos no governo. Apesar disso, ele continuará na comissão, pois possui mandato no colegiado até 2021.

A comissão é responsável por analisar a conduta de ministros e é formada por sete conselheiros indicados pelo presidente. Cada um tem mandato de três anos. As punições previstas pela Comissão de Ética têm caráter administrativo, como advertência e censura ética. Dependendo da gravidade, é possível sugerir a demissão do cargo. As recomendações, porém, não precisam ser acatadas pelo governo.

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O voto de Bill, aprovado pelos demais conselheiros, atende a uma representação feita pelos deputados Gleisi Hoffmann (PT-PR), presidente do partido, e Paulo Pimenta (PT-RS).

Eles questionam o fato de Weintraub ter criticado os ex-presidentes petistas após o episódio do militar flagrado com 39 quilos de cocaína em avião da Força Aérea Brasileira (FAB) - que fazia parte da comitiva de apoio ao presidente Jair Bolsonaro em junho. O ministro também relacionou Lula e Dilma às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

"Tranquilizo os 'guerreiros' do PT e de seus acepipes (sic): o responsável pelos 39 kg de cocaína NADA tem a ver com o Governo Bolsonaro. Ele irá para a cadeia e ninguém de nosso lado defenderá o criminoso. Vocês continuam com a exclusividade de serem amigos de traficantes como as FARC", dizia uma das publicações de Weintraub. "No passado o avião presidencial já transportou drogas em maior quantidade. Alguém sabe o peso do Lula ou da Dilma?", escreveu ele em outra postagem à época.

O Estadão/Broadcast teve acesso ao voto do conselheiro Erick Bill, no qual ele informa que pediu esclarecimentos ao ministro da Educação sobre o episódio no dia 22 de agosto. Como resposta, afirma que Weintraub não só atestou a veracidade das mensagens contra os ex-presidentes, mas também "reforçou a conduta praticada".

"Vale ressaltar que caberia a um deles pelo menos uma série de qualificações ainda mais contundentes, tais como bandido, criminoso, presidiário e marginal, dentre outros, e à outra, críticas ainda mais mordazes do que ser chamada meramente de 'uma droga', por meio indireto", escreveu o ministro da Educação como resposta ao conselheiro da Comissão de Ética.

No voto, o conselheiro destaca trecho do Código de Ética que exige que "o administrador observe o decoro inerente ao cargo". "Não basta ser ético; é necessário também parecer ético, em sinal de respeito à sociedade", afirma o documento.

"Em face de todo o exposto, tendo em vista que os fatos narrados na denúncia restaram incontroversos a partir da análise da manifestação preliminar apresentada pela própria autoridade denunciada, e considerando os padrões deontológicos atinentes à ética pública acima consignados, voto no sentido de reconhecer a existência de indícios suficientes para instaurar, em face do sr. Abraham Weintraub, Ministro de Estado da Educação, processo de apuração de prática de ato contrário aos padrões da ética pública", diz o voto.

Outros casos

Segundo um integrante da Comissão de Ética, há intenção de abrir outros dois procedimentos contra Abraham Weintraub, um por chamar o presidente da França, Emmanuel Macron, de calhorda oportunista e sem caráter; e outro por ter falado, também nas redes sociais, que "petista só enriquece roubando".

Após o início do processo de apuração sobre ato que possa desrespeitar o Código de Ética, a autoridade pública tem prazo de cinco dias para se manifestar. A comissão poderá promover as diligências que considerar necessárias e solicitar parecer de especialista quando julgar imprescindível. Concluídas as diligências, a autoridade terá mais três dias para se manifestar novamente.

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, garantiu lugar privilegiado nos momentos decisivos da divisão do bolo de recursos do Orçamento de 2020. Nas reuniões finais da Junta de Execução Orçamentária (JEO) para bater o martelo sobre o projeto de Lei Orçamentária do ano que vem, Weintraub participou como convidado e pôde fazer uma pressão corpo a corpo por mais dinheiro, segundo apurou o 'Estadão/Broadcast', plataforma de notícias em tempo real do grupo Estado, com três fontes do governo.

No comando de uma das pastas mais importantes da Esplanada, o ministro da Educação conseguiu aumentar em R$ 5 bilhões os recursos previstos no Orçamento, enquanto outros colegas sofreram perdas maiores, como as pastas de Infraestrutura, Desenvolvimento Regional (que administra o programa Minha Casa, Minha Vida), Mulheres e Meio Ambiente.

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Como mostrou o Estadão/Broadcast, Weintraub - assim como outros ministros do governo - estava muito insatisfeito com a dotação orçamentária preliminar dada pela equipe econômica para a elaboração da peça orçamentária. Ex-secretário executivo da Casa Civil e integrante da equipe de Bolsonaro desde a campanha, ele chegou a enviar um ofício ao Ministério da Economia pedindo aumento de R$ 9,8 bilhões nas verbas previstas em despesas discricionárias.

No momento do ofício, a proposta orçamentária teria R$ 16 bilhões para as despesas discricionárias da Educação. O texto final, no entanto, ficou com R$ 5 bilhões a mais. Houve ampliação também do orçamento para a Justiça, mas em menor nível: R$ 500 mil.

A maioria dos ministros está inconformada com a restrição de recursos para o segundo ano de governo, quando se esperava que haveria mais espaço para aplicar em novos programas. Um dos mais inconformados é o ministro de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes, que ficou sem dinheiro para novas bolsas em 2020. Ao Estadão/Broadcast, Pontes disse que não participou de nenhuma JEO e sequer foi convidado para uma apresentação no colegiado.

Permissão

A Junta de Execução Orçamentária é formada pelos ministros da Economia, Paulo Guedes, e da Casa Civil, Onyx Lorenzoni. O colegiado é o responsável por tomar as decisões sobre o Orçamento. O funcionamento da JEO é regulado por decreto, que foi reeditado em junho deste ano. A nova versão passou a permitir de forma explícita que representantes de outros órgãos da administração pública sejam convidados para a reunião do colegiado, desde que a convite do coordenador da JEO - que é o ministro da Economia. Antes, não havia essa previsão formal no decreto.

A participação de pessoas de fora na JEO tem causado incômodo na área econômica. Em ofício de 16 de julho de 2019 obtido pelo Estadão/Broadcast, o secretário de Orçamento Federal, George Soares, solicitou ao secretário executivo do Ministério da Economia, Marcelo Guaranys, "parcimônia" quanto aos convites. Soares, que integra a comissão técnica da junta, ressaltou que os valores discutidos e as decisões tomadas possuem "alto grau de sensibilidade". O ofício tratava de uma convocação da JEO para deliberar sobre os cortes no Orçamento deste ano e sobre a preparação do Orçamento de 2020.

A reportagem questionou por três dias seguidos a Casa Civil e o Ministério da Educação sobre o motivo da participação de Weintraub nas reuniões da JEO, se isso influenciou na decisão de dar mais recursos ao MEC em 2020 e se outros ministros foram convidados para uma exposição ao colegiado que decide sobre o Orçamento. Não houve resposta.

A realização da JEO antes da decisão sobre cortes no Orçamento ou da elaboração de propostas orçamentárias é importante para delimitar a responsabilidade de cada definição sobre os recursos federais. No passado, a JEO existia apenas informalmente e não era possível rastrear quem tinha tomado alguma decisão.

Todas as discussões e decisões nas reuniões da JEO são registradas em ata, que não são públicas. O Estadão/Broadcast solicitou, por meio da Lei de Acesso à Informação, em 22 de maio as atas das reuniões realizadas até então. Em 7 de junho, o Ministério da Economia informou que o governo classificou as atas como documentos de caráter "reservado", o que impõe um sigilo por um período de cinco anos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em ofício endereçado ao ministro da Economia, Paulo Guedes, o ministro da Educação, Abrahim Weintraub escreveu a palavra “paralisação” com “z” por duas vezes. Após ampla repercussão do erro ortográfico, Weintraub usou seu Twitter para se justificar pelo ocorrido: “Minha responsabilidade. Não escrevi, mas li e deixei passar. Assim como quem escreveu e editou as matérias do Estadão e do Brasil 247. Só para lembrar que Congresso é com dois ‘S’ e ‘Boslonaro’ é Bolsonaro. Erros acontecem”, escreveu o ministro, com a imagem da captura de tela das reportagens.

No documento, Weintraub defende que os recursos prometidos para a pasta em 2020 são insuficientes para manter a prestação de serviços públicos, sujeitando as universidades públicas a interromperem suas atividades. O texto, assinado por Weintraub, pede o aumento de R$ 9,8 bilhões nas verbas previstas para as despesas discricionárias- isto é, aquelas que não sou consideradas obrigatórias, como o pagamento de servidores e aposentados. “O referencial monetário apresentado ao MEC impossibilita a destinação de menos da metade do orçamento que as universidades e institutos possuem atualmente. Com isso haverá ‘paralização’ (sic) de cursos, campi e possivelmente instituições inteiras, comprometendo a educação superior e a educação profissional e tecnológica (EPT), alerta o ministro em trecho do ofício.

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Nessa terça-feira (30), o reitor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Anísio Brasileiro, se manifestou publicamente sobre o programa “Future-se”, anunciado pelo Ministério da Educação (MEC), no dia 17 de julho, com a proposta de fazer com que as universidades operem em modelos privados de negócios para captar seus próprios recursos. Por meio de um canal institucional no YouTube, o reitor afirmou que recebeu o projeto com “extrema atenção” e conclamou toda a comunidade acadêmica a debater o tema, que considerou “essencial para o futuro das universidades brasileiras, pois, por exemplo, altera dezesseis legislações ordinárias do país”.

“Essa discussão que se está iniciando no Brasil e na UFPE tem alguns princípios que constituem a base, a filosofia de nossa atividade, que se expressam através da autonomia universitária (artigo 207 da Constituição Federal), que prevê que a educação é um bem público, O financiamento público se constitui na âncora da manutenção da qualidade da graduação, da pós, dos laboratórios de pesquisa, da sua manutenção”, afirma Brasileiro. O pronunciamento reforça ainda que a carreira dos servidores é um dos pilares do bom funcionamento das universidades públicas. “Concurso público para técnico e docente, a carreira baseada no mérito, a dedicação exclusiva e a gratuidade do ensino”, comentou.

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Além de ressaltar a “importância da educação como um bem público”, o reitor lembrou a existência da Fundação de Apoio ao Desenvolvimento e a Pesquisa. “Muito tem sido feito do ponto de vista de parcerias estratégicas com empresas públicas e empresas privadas”, argumentou.

Carta da Andifes

No dia 26 de julho, a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), representante oficial das universidades federais na interlocução com o governo federal, publicou uma carta em que questiona pontos do programa “Future-se”. “Por exemplo, com a exigência de firmar-se contrato de gestão abrangente com uma Organização Social, as universidades ver-se-iam profundamente atingidas em sua autonomia administrativa e de gestão financeira e patrimonial, e mesmo em sua autonomia didático-científica, em conflito com o artigo 207 da Constituição Federal de 1988. Outro exemplo: a proposta de constituição de um Fundo de Investimento sugere um descompromisso crescente com o financiamento público do ensino superior, no que atentaria contra no artigo 55 da LDB (Lei No 9.394, de 20/12/1996), segundo o qual: ‘Caberá à União assegurar, anualmente, em seu Orçamento Geral, recursos suficientes para manutenção e desenvolvimento das instituições de educação superior por ela mantidas’”, comunica trecho da carta.

A Andifes garantiu ainda que promoverá seminários para debater o projeto, mobilizando .especialistas, entidades científicas e parlamentares. “A ANDIFES conclama, assim, todas as universidades federais a avaliarem os aspectos estruturantes da proposta, assim como suas consequências, à luz dos princípios constitucionais e dos valores mais elevados que orientam a vida universitária”, diz o comunicado.

Responsável pelo protesto contra o ministro da Educação Abraham Weintraub, em Alter do Chão, no Pará, a ONG Engajamundo afirmou que o objetivo do ato era mostrar que "a juventude está incomodada com as medidas e atitudes tomadas por ele". A ONG classificou o protesto como "lúdico" e baseado na comunicação "não violenta".

O episódio entre o ministro e os jovens da Engajamundo ocorreu na noite de segunda-feira, 22, em uma vila no município de Santarém, oeste do Pará, onde Weintraub passa férias com a família. Durante o jantar em um restaurante, o titular da Educação foi abordado por ativistas que entregaram a ele um prato de kafta, referência à confusão da pronúncia do sobrenome do escritor Franz Kafka com a do prato árabe. Houve bate-boca e as imagens foram compartilhadas nas redes sociais.

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"Ao ironizar com cartazes e com a entrega de um prato de kafta para o ministro da Educação, enfatizamos nossa insatisfação com a forma como a educação no Brasil tem sido conduzida pelo governo atual", afirmou a direção por meio de nota. Procurados pela reportagem para comentar a ação, a ONG informou que, após o protesto, os jovens foram imediatamente embora, mas outras pessoas que circulavam pela área aproveitaram para protestar.

"Não utilizamos de hostilidade e insultos nas atividades. Não acreditamos ser a discussão agressiva a melhor maneira de solucionar os problemas socioambientais que enfrentamos hoje no Brasil. Com isso, a ação foi realizada com sucesso".

A Engajamundo reúne jovens de 15 a 29 anos e defende bandeiras em cinco áreas: mudanças climáticas, desenvolvimento sustentável, gênero, biodiversidade e desenvolvimento urbano. "É uma organização de liderança jovem e feita para jovens. Não temos fins lucrativos e nem rabo preso com nenhum partido, governo ou empresa. Somos abertos a todos que acreditam na importância da atuação da juventude na esfera global".

O Ministério da Educação (MEC) solicitou na última quinta-feira (27) à enciclopédia colaborativa Wikipédia que o verbete sobre o ministro da pasta, Abraham Weintraub, fosse excluído. Segundo apurou o Estadão/Broadcast, o MEC alegou que a página conteria "informações não confirmadas" que poderiam levar a "interpretações dúbias".

A mensagem enviada pelo MEC, à qual a reportagem teve acesso, justifica o pedido de exclusão pela "impossibilidade de edição" do conteúdo por parte do ministério. Segundo a pasta, com a restrição de edição, a "pessoa física/jurídica fica incapacitada de declarar ampla defesa e o contraditório".

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Procurado, o MEC confirmou ter pedido a remoção do artigo e também reconheceu o conteúdo do e-mail, mas não comentou a solicitação nem esclareceu quais trechos do artigo sobre Weintraub motivaram o contato. A solicitação do ministério foi feita por um mecanismo automático da plataforma, no qual é possível enviar um e-mail ao usuário responsável pela última edição.

O verbete sobre Weintraub na Wikipédia foi criado em 8 de abril, pouco mais de três horas depois de o presidente Jair Bolsonaro anunciar pelo Twitter que ele sucederia Ricardo Vélez Rodriguez no comando do ministério.

A solicitação do MEC para que o verbete fosse excluído mobilizou um fórum de editores da Wikipédia - que assinam com pseudônimos. O editor Chronus, que foi contatado pela assessoria do MEC, compartilhou a mensagem recebida e pediu aos colegas conselhos. "Caberia alguma resposta formal da comunidade quanto à solicitação do MEC?", escreveu no fórum do site na última segunda-feira.

Os editores então sugeriram que ele pedisse mais clareza ao MEC sobre os pontos problemáticos e respondesse explicando que é impossível que um editor sozinho consiga eliminar um artigo.

O editor contatado pelo MEC não havia alterado conteúdo, mas restringiu a possibilidade de que usuários sem boa reputação na plataforma pudessem editar o texto.

Na discussão do fórum, o Chronus disse que não pretendia responder ao e-mail do MEC. Argumentou que a comunicação deveria ter sido feita à Fundação Wikimedia, com sede na Califórnia. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Declarações e atos do ministro da Educação, Abraham Weintraub, contra estudantes e professores levaram duas procuradorias do Ministério Público Federal (MPF) a questionar sua conduta à frente da pasta.

A Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão instaurou inquérito ontem, depois de o ministro enviar nota às escolas em que desautoriza pais, alunos e professores a estimularem e divulgarem protestos.

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Segundo o MPF, a nota fere artigos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), como o que assegura à família e ao Estado o direito e o dever à educação. A procuradoria federal encaminhou ao Ministério da Educação um pedido para que cancele a nota enviada. O órgão deu prazo de dez dias para que o MEC informe se acatará a recomendação, sob risco de ficar sujeito a medidas judiciais.

O MPF também orientou a pasta a se abster de "cercear a liberdade de professores, pais e responsáveis, pela prática de manifestação livre de ideias".

Na quinta-feira, antes da divulgação da nota do ministro, o MPF já havia ajuizado ação civil pública na Justiça Federal do Rio Grande do Norte contra Weintraub e a União por danos morais coletivos por causa das falas consideradas ofensivas a alunos e professores.

O órgão pede R$ 5 milhões em caso de condenação. Os procuradores citam declarações que, segundo eles, são preconceituosas. Entre elas a de que "universidades que, em vez de procurar melhorar o desempenho acadêmico, estiverem fazendo balbúrdia, terão verbas reduzidas", como disse o ministro ao jornal O Estado de S. Paulo sobre três instituições federais.

Perguntado sobre os questionamentos do MPF, o ministério disse que "toda manifestação democrática e pacífica é direito de qualquer cidadão", mas que condena "práticas de constrangimento" para que estudantes e professores participem dos atos "contra a vontade".

A pasta informou que, de quarta-feira até ontem de manhã, registrou 439 denúncias - 212 foram triadas e 190 teriam alguma referência aos atos. "A Ouvidoria irá analisar cada caso e encaminhar para os órgão de investigação competentes."

Competência

 

Nina Ranieri, professora da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), diz que o ministro não tem competência legal para esse tipo de ação. Segundo ela, ele estaria ferindo o direito de liberdade de expressão e manifestação dos alunos e professores e promovendo ingerência nas famílias e sistemas de ensino dos Estados e municípios, responsáveis pelo ensino público. "O comunicado não se sustenta. Não há fundamento jurídico que o dê competência ou direito para tal."

Nina questiona quais são os órgãos de investigação competente aos quais se refere ao MEC. "O que vai fazer com essas denúncias? Que tipo de denúncia receberam? Quem vai avaliar cada uma delas e a quem vai encaminhar?", questiona. A pasta não respondeu. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em encontro com o ministro da Educação, Abraham Weintraub, um grupo de educadores que venceu o prêmio "Professores do Brasil" fez um ato e levantou livros de Paulo Freire durante a fotografia oficial. Entre os 30 professores presentes ao evento, em um hotel no bairro de Pinheiros, na zona oeste da capital paulista, ao menos oito tinham o livro de Paulo Freire em mãos - alguns ergueram seus exemplares durante a foto ao lado do próprio ministro.

"Foi uma manifestação respeitosa e silenciosa. Soubemos anteontem (sexta, 24) que ele participaria do encontro. Então, pensamos em colocar a nossa posição contra o corte de recursos para as universidades. E também mostrar a importância de Paulo Freire", disse a professora Ana Beatriz Maciel, 34 anos.

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Questionado sobre a manifestação dos professores, Weintraub disse respeitar opiniões diferentes das dele. "Ela tem o direito de dizer 'Viva Paulo Freire'. Eu também tenho o direito de dizer que o único lugar que segue Paulo Freire é o Brasil. Quando você tem uma pesquisa que é boa, um antibiótico, uma aspirina ou um avião, os outros tendem a copiar. Ninguém quis copiar Paulo Freire e nossos resultados são ruins", disse.

No encontro, o ministro criticou o que ele chama de "narrativa" que pretende mostrá-lo como inimigo dos professores. "Eu quero saber como está sendo gasto o dinheiro ­- que não está indo para vocês", disse Weintraub. Ele reforçou que aquilo que vem pedindo às universidades é transparência.

Sobre as críticas que vem recebendo, Weintraub disse que tem sido até chamado de nazista pelos críticos. "Nada mais horroroso que alguém que teve familiar que foi para um campo de concentração ser chamado de nazista."

Criado pelo Ministério da Educação, o prêmio "Professores do Brasil" tem o objetivo de valorizar o trabalho dos professores da rede pública. Os premiados seguirão para Quebec e Ottawa, no Canadá. A premiação é uma parceria com o Colleges and Institutes Canadá. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em encontro com o ministro da Educação, Abraham Weintraub, um grupo de educadores que venceu o prêmio "Professores do Brasil" levantou livros de Paulo Freire durante fotografia oficial.

Entre os 30 professores presentes ao evento, em um hotel no bairro de Pinheiros, ao menos 8 tinham o livro de Paulo Freire em mãos - alguns ergueram seus exemplares durante a foto ao lado do próprio ministro.

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"Foi uma manifestação respeitosa e silenciosa. Soubemos ontem (sexta) que ele participaria do encontro. Então, pensamos em colocar a nossa posição contra o corte de recursos para as universidades. E também mostrar a importância do educador Paulo Freire", comentou a professora Ana Beatriz Maciel, 34 anos.

Questionado sobre a manifestação dos professores, Weintraub disse respeitar opiniões diferentes das dele. " Ela tem o direito de dizer 'Viva Paulo Freire. Eu também tenho o direito de dizer que o único lugar que segue Paulo Freire é o Brasil. Quando você tem uma pesquisa que é boa, um antibiótico, uma aspirina ou um avião ou outros tendem a copiar. Ninguém quis copiar Paulo Freire e nossos resultados são ruins."

No encontro, o ministro criticou o que ele chama de "narrativa" que pretende mostrá-lo como inimigo dos professores. "Eu quero saber como está sendo gasto o dinheiro - que não está indo para vocês", disse Weintraub. Ele reforçou que o aquilo que ele vem pedindo às universidades é transparência.

Sobre as críticas que vem recebendo, Weintraub disse que tem sido até chamado de nazista pelos críticos. "Nada mais horroso que alguém que teve familiar que foi para um campo de concentração ser chamado de nazista."

Em outro momento, o ministro divulgou o seu celular particular para os professores presentes ao evento. A assessoria de Weintraub afirmou que o ministro tem o hábito de divulgar o seu telefone e que o ato não tinha nenhuma relação com os últimos acontecimentos envolvendo o MEC e a Deputada Federal Tabata Amaral (PDT). Na última quarta-feira, Tabata afirmou que irá processar o ministro por divulgar o número de telefone pessoal dela.

Criado pelo Ministério da Educação, o prêmio "Professores do Brasil" tem o objetivo de valorizar, reconhecer, divulgar o trabalho dos professores da rede pública nacional. Os premiados são docentes de todo o Brasil, que seguirão para Quebec e Ottawa, no Canadá. Lá trocarão experiências e farão uma imersão na educação e cultura locais. A premiação é uma parceria com o Colleges and Institutes Canadá (CICan), que assumiu os gastos da viagem.

A líder do governo no Congresso, Joice Hassellmann (PSL-SP) afirmou que o presidente Jair Bolsonaro foi apenas ele mesmo ao dizer nesta quarta-feira que os manifestantes que saíram às ruas de todo o País para protestarem contra bloqueios de recursos para universidades eram "idiotas úteis" e "massa de manobra".

"Quem votou no Bolsonaro sabe que ele tem um posicionamento muito firme com essas questões ideológicas. Eu não imagino o presidente mandando uma mensagem de afago e de carinho para grupos que estão fazendo movimentos de rua travestidos, embalados em uma bandeira vermelha. Ali tem muita gente que é viúva do governo passado, então não queiram que o presidente, sendo o homem forte que ele é, acabe virando um presidente água com açúcar, como ele nunca foi. Então, ele simplesmente foi o presidente Bolsonaro", disse.

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Os protestos foram realizados em, ao menos, 228 cidades em todos os Estados e no Distrito Federal. Além das manifestações, universidades e algumas escolas cancelaram as aulas.

Hassellmann elogiou a postura do ministro da Educação, Abraham Weintraub, que foi questionado por deputados durante quase seis horas em uma audiência na Câmara. Ele foi convocado ontem para explicar o bloqueio de recursos para as universidades.

A deputada ressaltou a sua estratégia de blindar o ministro e disse que durante toda o dia ficou ao seu lado para dar conselhos. "Eu fiquei ali dizendo o que ele deveria ignorar e o que deveria responder. Quando o deputado o xingou, a gente ficou desenhando no papel para ele não ouvir", disse.

Joice afirmou que a oposição saiu derrotada porque participou do movimento para desgastá-lo, mas, em sua opinião, Weintraub se saiu muito bem. A deputada negou as acusações de alguns de seus pares de que a pasta teria uma pauta ideológica.

A líder do governo também afirmou que já entrou em campo para apaziguar os ânimos dos líderes parlamentares, inclusive o líder do seu partido, delegado Waldir (PSL-GO), que quer convocar o ministro Onyx Lorenzoni por declarações dele sobre supostos interesses dos deputados no imbróglio sobre a suspensão do contingenciamento dos recursos para as universidades. "Vamos conversar com o delegado Waldir e não haverá a convocação do Onyx. Não houve mentira do governo ou dos parlamentares sobre este caso, foi um mal entendido", disse.

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, afirmou que não reconhece algumas pesquisas brasileiras. "Tem pesquisas que eu não considero científicas, que podem ser postergadas para um segundo momento", disse ele no plenário da Câmara.

"Vamos fazer contingenciamento com diálogo. Acreditamos que em junho a Câmara vai finalmente permitir o Brasil deixar para trás 20 anos de marasmo para decolar rumo a um futuro melhor com a aprovação da Previdência", afirmou.

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"Tem agricultor que nunca teve contato com a escola que não consegue segurar uma caneta porque não tem coordenação motora", disse.

Irrequietos

O deputado Augusto Coutinho (SD-PE) criticou a fala do presidente Jair Bolsonaro que, mais cedo, chamou os manifestantes que saíram às ruas hoje de idiotas. "Não são idiotas, estão irrequietos como eu também estou", afirmou.

O parlamentar disse ao ministro que cortes e contingenciamentos sempre existirão e pediu para que o governo "tire a ideologia" do ministério.

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, partiu para o ataque na tarde desta quarta-feira, 15, durante audiência na Câmara para explicar os cortes na Educação. Ao defender o uso de recursos recuperados de corrupção na área, afirmou ter a ficha limpa, não ter passagem pela polícia e ter sua carteira assinada. Em seguida, de forma irônica, provocou os deputados: "Fui bancário. Carteira assinada. Viu, azulzinha, não sei se vocês conhecem", afirmou, provocando vaias de parte dos parlamentares que assistia a audiência. Um coro se formou, com deputados gritando "demissão".

Weintraub foi convocado por parlamentares para explicar o contingenciamento na área da educação. Numa exposição de 30 minutos, uma versão revista da que ele expôs no Senado há alguns dias, o ministro defendeu a prioridade para creches e educação básica, irritando os parlamentares, por não falar diretamente sobre o contingenciamento determinado pelo governo.

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Diante das primeiras críticas ouvidas dos deputados Paulo Pimenta e Orlando Silva, Weintraub não ficou na defensiva e adotou um discurso também agressivo. Citou a ex-presidente Dilma Rousseff, numa referência a manobras nas contas que levaram ao pedido de impeachment. Mais tarde, a líder da minoria na Câmara, Jandira Feghali (PCdoB-RJ), questionou, dentre outros temas, se o ministro havia dito e se mantinha a fala de que "comunistas mereciam uma bala na cabeça".

"Eu sou comunista e estou aqui, ministro", disse Feghali. E ele, mais uma vez, aumentou o tom. "Não tenho passagem pela polícia por ameaça, agressão. Não tenho processo trabalhista. Minha ficha é limpíssima, não tenho mácula. Tiveram que voltar 30 anos na minha vida para obter um boletim ruim porque eu tinha arrebentado o meu braço, obtido de forma ilegal", disse. "Outra coisa, bala na cabeça, quem prega, não é esse lado aqui."

Diante dos gritos ele elevou o tom para falar sobre o ex-presidente Lula que, ressaltou "hoje está preso." O ministro afirmou que uma colega teria sido demitida por influência do ex-presidente, que teria pedido o cargo da funcionária à presidência do banco Santander, depois de ela fazer críticas ao ex-presidente. "O amigo do banqueiro e o Lula que pediu a cabeça da colega de profissão. Foi o Lula que humilhou e falou que era para o banco pagar o bônus para ele." Minutos depois, mais calmo, ele disse estar "aberto ao diálogo."

O líder do PSL na Câmara, Delegado Waldir (PSL-GO), quer convocar o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, para prestar esclarecimentos no plenário da Câmara. "A convocação do ministro é em razão de acusar parlamentares em levar vantagens", disse Waldir.

Waldir estava presente na reunião de ontem de líderes da Câmara com o presidente Jair Bolsonaro. Após o encontro, deputados disseram que o governo iria rever o bloqueio de recursos no orçamento da Educação. Líderes de quatro legendas, entre eles do partido do próprio presidente, disseram que Bolsonaro telefonou para o ministro da Educação, Abraham Weintraub, e determinou que novos cortes deixem de ser feitos.

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O governo negou a informação na sequência ontem e Onyx voltou a comentar o caso hoje. "Alguém ou porque tinha interesse político ou porque queria mais um pouquinho de luz, entendeu algo que era completamente desconectado daquilo que estava sendo dito, que lhe servia politicamente e que sustenta essa posição. O governo, de maneira uniforme, se manifestou ontem reafirmando que contingenciamento é o governo ser prudente", disse o ministro.

Essa declaração deixou Waldir bastante irritado. "O ministro vai ter de explicar isso. Vamos convocar ele aqui para ele explicar quem é que queria levar vantagem. Onyx vai ter de vir aqui. O Bolsonaro falou que todos os ministros teriam que vir. O próximo a vir aqui vai ter de ser o Onyx. Semana que vem, vamos convocar ele pra vir explicar quem levou vantagem", disse.

Segundo Waldir, os líderes querem que o governo se retrate do desmentido que fizeram ontem. "Se não se retratarem, vai pegar para o lado deles", disse. "Vai ser convocado ou pede desculpa pra gente e fala que falou asneira", afirmou. O líder do PSL disse que ainda vai conversar com os demais líderes sobre a convocação e quer também que a líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP), se desculpe por postagens que fez sobre o mesmo tema.

O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, afirmou que é um dever do governo contingenciar. "Em um País onde nós estamos, e todos sabem disso, fiscalmente desequilibrados, é um dever em primeiro lugar, de parte do presidente e de sua equipe, proteger o orçamento, porque é com ele que a família Brasil vive", disse.

O ministro foi questionado sobre o que de fato aconteceu na reunião de líderes da Câmara com o presidente Jair Bolsonaro ontem. Deputados que haviam se reunido com o presidente Jair Bolsonaro na tarde de terça-feira, 14, disseram após o encontro que o governo iria rever o bloqueio de recursos no orçamento da Educação.

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Líderes de quatro legendas, entre eles do partido do próprio presidente, disseram que Bolsonaro telefonou para o ministro da Educação, Abraham Weintraub, e determinou que novos cortes deixem de ser feitos. A informação foi dada pelos líderes do PSL, Delegado Waldir (GO), do Novo, Marcel Van Hattem (RS), do Podemos, José Nelto (GO), e do Cidadania, Daniel Coelho (PE), mas o governo negou a informação depois. "Ninguém do governo falou, quando falou manteve clareza sobre o que é contingenciamento", respondeu Onyx sobre o ocorrido.

"Alguém, ou porque tinha interesse político ou porque queria mais um pouquinho de luz, entendeu algo que era completamente desconectado daquilo que estava sendo dito, que lhe servia politicamente e que sustenta essa posição. O governo, de maneira uniforme, se manifestou ontem reafirmando que contingenciamento é o governo ser prudente", disse.

"Estamos diante de uma reestruturação importante que é a Nova Previdência, que vai ser votada até meados do mês de junho, dentro do primeiro semestre. Com isso, o governo se reorganiza do ponto de vista fiscal", afirmou o ministro. "Estamos dando condições para que o Brasil possa lentamente se recuperar. Foram 30 anos moendo o dinheiro dos brasileiros", afirmou. "Hoje o governo brasileiro tem fim em si mesmo", disse. "Temos 30 anos do cachimbo usado do lado errado".

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