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Nesta quarta-feira (9), celebra-se o Dia Internacional de Combate à Corrupção. O Brasil registra vários casos de corrupção desde o seu "descobrimento". Confira agora os cinco maiores casos de desvio de dinheiro público.

5 - Banco Marka

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O caso teve início em janeiro de 1999, quando houve a maxidesvalorização do real. Os bancos Marka e FonteCindam, que haviam apostado na valorização da moeda nacional, com vários contratos em dólar, não tinham como cobrir o prejuízo. Sob o argumento de que a quebra desses bancos seria um risco sistêmico para o País, o Banco Central assumiu a posição dos dólares a preço abaixo do mercado. Para o Marka, a ajuda foi de cerca de R$ 1 bilhão; para o FonteCindam, de R$ 550 milhões, valores históricos.

O Banco Marka foi alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito, onde descobriu-se que o banqueiro Salvatore Cacciola possuía informações internas do Banco Central. Isso provocou a demissão de diretores da instituição. O presidente do Banco Central na época, Francisco Lopes, recebeu pena de dez anos de prisão e multa, já o banqueiro Salvatores foi condenado a 13 anos de prisão mais pagamento de multa por crimes como peculato. 

4- Máfia dos Vampiros da Saúde

Mais de R$ 2,3 bilhões teriam sido desviados do Ministério da Saúde, nos 14 anos de duração do esquema, que manipulava as compras mediante pagamento de propinas. O ministro da Saúde na época, Humberto Costa (PT), pediu a abertura de investigação sobre o fato e a Polícia Federal iniciou a Operação Vampiro em maio de 2004.

A operação ganhou esse nome porque o alvo principal da quadrilha era a compra dos hemoderivados. As fraudes teriam começado no Ministério da Saúde no início dos anos 90. O centro das fraudes era a Coordenadoria Geral de Recursos Logísticos. 

O então ministro Humberto Costa chegou a ser denunciado pela Procuradoria da República no Distrito Federal por envolvimento na máfia dos vampiros, mas depois foi inocentado.

3- Operação Zelotes

Em março de 2015, a Polícia Federal deflagrou a Operação Zelotes para desarticular organizações criminosas que atuavam junto ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF).

Por meio de lobistas, empresários de renomadas empresas, como Bradesco, Gerdau, Santander e o Banco Safra, pagavam propinas para anular multas aplicadas pela Receita Federal. 

O grupo se utilizava de empresas interpostas para dissimular suas ações e o fluxo do dinheiro, que era lavado, retornava como patrimônio aparentemente lícito para estas empresas. Na época, a PF apontou desvios de R$ 19 milhões. 

O ex-presidente Lula (PT) chegou a ser indiciado, mas foi absolvido pelo juiz Frederico Botelho de Barros Viana, da 10ª Vara Federal de Brasília. O caso ainda segue sendo investigado pela Polícia Federal

2- Banco Banestado

Por meio do Banco Banestado as pessoas enviavam dinheiro ilegal para os paraísos fiscais do exterior. Uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Banestado foi instalada em 18 de julho de 2003 para investigar a remessa ilegal de dólares.

Conforme investigação da Polícia Federal, por meio da Operação Macuco, apurou-se a evasão de US$ 30 bilhões, entre os anos de 1996 e 2002, por meio das contas CC-5, criada pelo Banco Central para permitir que os brasileiros que moram no exterior pudessem trocar a moeda nacional por estrangeira de forma simples.

A CPI indiciou 91 pessoas por crime contra o sistema financeiro, sonegação de impostos, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e corrupção ativa.

1- Lava Jato

A Operação Lava Jato, uma das maiores iniciativas de combate à corrupção e lavagem de dinheiro da história recente do Brasil, teve início em março de 2014. Na época, quatro organizações criminosas que teriam a participação de agentes públicos, empresários e doleiros passaram a ser investigadas perante a Justiça Federal em Curitiba. A operação apontou irregularidades na Petrobras, maior estatal do país, e contratos vultosos, como o da construção da usina nuclear Angra 3. 

Até o início desse ano, só a Petrobras recuperou R$ 5,3 bilhões do total desviado pela rede de corrupção que adulterou as suas licitações por mais de uma década, causando um prejuízo de R$ 88 bilhões só para a estatal.

Vários políticos e donos de empreiteiras foram indiciados e presos pela Operação Lava Jato, que atualmente foi desmontada.

Após mais de seis anos de funcionamento ininterrupto, período em que as designações para atuação conjunta foram prorrogadas, em 2021 o trabalho foi incorporado pelos Grupos de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaecos).

Fortalecimento do combate à corrupção

O Tribunal de Contas da União (TCU) aponta que a indução à melhoria nos processos internos dos órgãos públicos, por meio de fiscalizações, impacta positivamente a prevenção à corrupção ao reforçar as linhas de defesa das instituições. E mesmo a expectativa de controle gerada pela atuação do Tribunal ajuda a coibir eventuais malfeitos.

Nos últimos anos, o TCU aprimorou as ferramentas utilizadas no combate a esse mal que assola o País e prejudica o bem-estar dos brasileiros. O Tribunal passou a incorporar a detecção de fraude e corrupção nas rotinas de auditoria; aumentou o esforço de auditoria em processos com indícios de corrupção; e intensificou a cooperação com órgãos da rede de controle, como Polícia Federal, Ministério Público Federal, Ministério da Transparência, Advocacia-geral da União, entre outros.

Para sistematizar esta atuação, em janeiro de 2016 foi criada a Secretaria Extraordinária de Operações Especiais em Infraestrutura (SeinfraOperações), para atuar em fiscalizações na área de infraestrutura que tenham objeto conexo à Operação Lava Jato ou a outras operações que exijam intercâmbio com instituições de controle. 

Em 2017, o TCU passa a contar com uma secretaria específica para o combate à fraude e corrupção, a Secretaria de Relações Institucionais de Controle no Combate à Fraude e Corrupção (Seccor), que tem como responsabilidade a articulação com os demais órgãos da rede de controle, além de sistematizar e articular a atuação do Tribunal no combate à fraude e corrupção.

As forças-tarefas das Operações Lava Jato, Greenfield e Zelotes defenderam, em nota publicada nesta quarta-feira, 5, a importância da lista tríplice para escolha do novo Procurador-Geral da República. Dez candidatos concorrem, em eleição no dia 18, ao cargo de Raquel Dodge, que encerra o mandato em setembro.

A atual chefe máxima não se inscreveu para concorrer à eleição promovida pela Associação Nacional dos Procuradores da República, o que não quer dizer que não pretende a recondução, pela "via direta" do Palácio do Planalto. Internamente, procuradores têm comentado que a procuradora-geral se movimenta para um segundo mandato sem concorrer pela lista tríplice.

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Cabe ao presidente da República escolher o chefe do Ministério Público Federal, conforme prevê a Constituição. Ele não é obrigado a indicar nenhum nome da lista da Associação.

A tradição de formação da lista tríplice iniciou-se em 2001. Daquele ano até agora, o vencedor da lista tríplice para o cargo de Procurador-Geral da República não foi acolhido apenas em sua primeira edição e, mais recentemente, em 2017, quando o então presidente Michel Temer escolheu Raquel Dodge.

Na nota, as forças-tarefas das operações defenderam que o presidente Jair Bolsonaro indique um candidato da lista tríplice. Na avaliação dos procuradores, a lista "qualifica a escolha do presidente".

"A lista tríplice, necessária inclusive em eventuais reconduções, tende a promover a independência na atuação do procurador-geral em relação aos demais poderes da República, evitando nomeações que restrinjam ou asfixiem investigações e processos que envolvem interesses poderosos, uma vez que o Procurador-Geral da República tem, por exemplo, ampla influência sobre o devido e necessário encaminhamento de colaborações premiadas e inquéritos que investigam autoridades com foro privilegiado", informa a nota.

"Só a lista tríplice garante a legitimidade interna essencial para que o procurador-geral possa liderar, com plena capacidade, os procuradores na direção do cumprimento dos fins da Instituição, inclusive em sua atividade anticorrupção."

Para a coordenadora da Lava Jato em São Paulo, Anamara Osório Silva, "o processo democrático consolidado pela formação da lista tríplice é fundamental para que sejam conhecidos os projetos dos candidatos à Procuradoria Geral da República, no tocante à atuação do Ministério Público Federal no combate à corrupção".

"A independência funcional - essencial à atuação contra a corrupção - é garantida pela lista", aponta.

O coordenador da força-tarefa da Greenfield, Anselmo Henrique Cordeiro Lopes, afirmou que "respeitar a lista tríplice é garantir que não haja retrocesso no combate à corrupção". A operação investiga fraudes nos principais fundos de previdência complementar do País.

O coordenador da força-tarefa da Zelotes, Frederico de Carvalho Paiva, declarou que "a lista tem assegurado o apoio às forças-tarefas do MPF no combate à corrupção". "Ela assegura uma instituição independente", disse. A Zelotes mira irregularidades envolvendo os julgamentos do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf).

LEIA A ÍNTEGRA DA NOTA

Forças-tarefas da Lava Jato, Greenfield e Zelotes destacam importância da lista tríplice na escolha de novo PGR

Em nota, procuradores reforçam relevância do processo para promover a independência de atuação no cargo

Considerando que está em desenvolvimento relevante processo de debates públicos para a formação da lista tríplice para o cargo de procurador-geral da República, e que se trata de cargo chave para que a atuação contra a corrupção possa ser mantida e aprimorada, os procuradores que compõem as forças-tarefas das operações Greenfield e Zelotes, em Brasília, e Lava Jato, em Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro, vêm a público defender a importância de que a escolha pelo presidente da República seja feita a partir da lista que será formada neste mês de junho, pelas seguintes razões:

1. A lista tríplice qualifica a escolha do presidente da República, apresentando-lhe como opções integrantes da instituição com sólida história institucional e qualidades técnicas pretéritas provadas e aprovadas por procuradores e procuradoras que conhecem e acompanham há muito tempo sua atuação pública, inclusive recente.

2. O processo de formação da lista tríplice deve ser renovado a cada dois anos para que possa ocorrer uma análise ampla das posições, visões e histórico de gestão dos candidatos, em face das necessidades atuais do país, sujeitando-se à crítica pública, o que é uma importante forma democrática de controle social, em debates abertos e realizados em todas as regiões do país.

3. A lista tríplice, necessária inclusive em eventuais reconduções, tende a promover a independência na atuação do procurador-geral em relação aos demais poderes da República, evitando nomeações que restrinjam ou asfixiem investigações e processos que envolvem interesses poderosos, uma vez que o PGR tem, por exemplo, ampla influência sobre o devido e necessário encaminhamento de colaborações premiadas e inquéritos que investigam autoridades com foro privilegiado.

4. Por todas essas razões, a lista tríplice se consagrou como um mandamento nos Ministérios Públicos dos Estados e como um costume constitucional no âmbito federal. Só a lista tríplice garante a legitimidade interna essencial para que o procurador-geral possa liderar, com plena capacidade, os procuradores na direção do cumprimento dos fins da Instituição, inclusive em sua atividade anticorrupção.

Uma das principais investigações de corrupção e desvio de recursos já feitas no País, ao lado da Lava Jato, a Operação Zelotes chega à reta final com 84 denunciados à Justiça e a perspectiva de recuperar R$ 4,4 bilhões para os cofres públicos. Até dezembro, a força-tarefa responsável pelo caso pretende propor as últimas cinco ações penais, encerrando a fase de apurações criminais sobre os esquemas de "venda" de Medidas Provisórias e também de decisões para favorecer grandes contribuintes em débito com o Fisco.

O Ministério Público Federal (MPF) em Brasília, nas 18 denúncias já apresentadas à Justiça, requer R$ 1,4 bilhão a título de devolução de propinas, indenizações, perda de vantagens e bens obtidos por meio de crimes. A Receita Federal aplicou outros R$ 181 milhões em autuações aos investigados, sendo R$ 61 milhões referentes a bancos. Mais R$ 2,8 bilhões podem voltar ao erário com a anulação e a reapreciação de, ao menos, 13 processos no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) - principal foco das fraudes -, a pedido do Fisco e da Corregedoria do Ministério da Fazenda.

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Para os investigadores, também devem ser levados em conta "prejuízos evitados". Eles argumentam que a deflagração da operação em março de 2015, um ano após a Lava Jato, interrompeu tramas de corrupção que estavam em curso no Carf e poderiam ter gerado perdas de R$ 5,5 bilhões nos julgamentos.

Entre as denúncias já apresentadas está o caso da Gerdau, cujos processos sob suspeita discutiam débitos de R$ 4 bilhões. Eles foram apreciados mais de um ano após o início da Zelotes, com derrota da siderúrgica, que nega envolvimento nos ilícitos.

A operação também acusou o envolvimento de ao menos 15 grandes empresas do País em supostas ilegalidades. São alvos de ações penais que tramitam na Justiça os esquemas envolvendo os bancos Bradesco e Safra, além das montadoras Caoa (Hyundai) e MMC Automotores (Mitsubishi). Agora, o MPF prepara denúncias sobre esquemas que teriam favorecido outros grupos, entre eles o banco Santander e a Cimentos Penha.

Todas as empresas refutam as acusações de envolvimento em fraudes.

Estatuto

Os resultados da operação transcendem aspectos financeiros e jurídicos. O Carf, que aprovou novo regimento, e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) passaram a exigir que o advogado, ao assumir cargo de conselheiro, se licencie de escritórios para evitar que atue "dos dois lados do balcão". Os integrantes do conselho agora recebem salário e, ao deixar o órgão, seus parentes não podem ser nomeados para a função por até três anos.

Após a Zelotes, o Carf também instituiu processo de seleção com sindicância sobre a vida pregressa dos candidatos a conselheiros. É proibido ao julgador atuar em casos em que tenha interesse econômico direto ou indireto. Para o procurador da República Frederico Paiva, da Zelotes, é necessário ainda proibir a nomeação de profissionais da iniciativa privada. "O Carf ainda é um convite à corrupção enquanto houver pessoas de fora da administração (no papel de julgadores)." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi denunciado pelo Ministério Público Federal de Brasília pelos crimes de tráfico de influência, lavagem de dinheiro e organização criminosa no âmbito da investigação Zelotes.

Além do ex-presidente, seu filho Luis Claudio Lula da Silva e mais duas pessoas foram denunciadas pelos mesmos crimes. Segundo as primeiras informações, os crimes foram cometidos entre os anos de 2013 e 2015, e atingem a compra de 36 caças do modelo Gripen pelo governo brasileiro e os incentivos fiscais dados pelo governo ao setor automobilístico através de medida provisória.

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De acordo com a denúncia, Lula atuaria junto ao governo federal para beneficiar clientes da empresa Marcondes e Mautoni Empreendimentos e Diplomacia. Com a ajuda, a empresa teria repassado R$ 2,5 milhões ao filho de Lula.

A Operação Zelotes foi deflagrada em março do ano passado com o objetivo de desarticular uma quadrilha que atuava no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) e que "vendia" decisões sobre diversos temas administrativos.

A Polícia Federal deflagrou nesta segunda-feira, 9, em cinco unidades da federação, ações contra um dos grupos empresariais investigados pela Operação Zelotes. As empresas investigadas nesta fase tiveram multas julgadas no Conselho de Recursos Administrativos (Carf) que somam R$ 57 milhões.

O ex-ministro da Fazenda Guido Mantega foi levado para depor à Polícia Federal e deve ser liberado em seguida. Ele é amigo de Victor Sandri, dono da Cimento Penha, que teria sido favorecida em decisões do Carf.

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Estão sendo cumpridos 12 mandados de buscas e apreensões e 15 mandados de conduções coercitivas em Brasília (DF), Recife (PE), Olinda (PE), Paulista (PE), João Pessoa (PB), São Paulo (SP), Juazeiro do Norte (CE), Florianópolis (SC) e 1 oitiva autorizada judicialmente no Complexo da Papuda, em Brasília. Todas as medidas judiciais foram determinadas pela 10ª Vara da Justiça Federal no DF.

Segundo a PF, durante a investigação, foi constatada "a existência de associação criminosa voltada a manipular e influenciar decisões do Carf, por meio de corrupção de Conselheiros, em prol de empresas desfavorecidas em decisões administrativas condenatórias de instâncias inferiores".

Alvo desta fase de ações da Polícia Federal, uma empresa produtora de material de construção celebrou contratos com escritórios de advocacia e de consultoria que, por meio de seus sócios, "agiram de maneira ilícita, manipulando o andamento, a distribuição e decisões do Carf, visando obter provimento de seus recursos e cancelamento da cobrança de tributos em seus processos".

Desde a deflagração da Operação Zelotes, em 26 de março de 2015, a Polícia Federal recolhe evidências das práticas de crimes de tráfico de influência, corrupção ativa e passiva, associação criminosa e lavagem de dinheiro por parte de uma estrutura criminosa complexa e composta por conselheiros e ex-conselheiros do Carf, advogados e as empresas alvos das ações.

Mantega

Em novembro do ano passado, o juiz titular da 10ª Vara da Justiça Federal, Vallisney de Souza Oliveira, responsável pela Zelotes, autorizou a quebra dos sigilos bancário e fiscal de Guido Mantega. O objetivo era apurar se ele tinha envolvimento no suposto favorecimento de empresas que obtiveram decisões favoráveis no Carf.

Na época, os investigadores também quiseram levantar mais informações sobre a relação do então ministro com o dono da Cimentos Penha, grupo empresarial que conseguiu abater débito de R$ 106 milhões no "tribunal da Receita". Os dois seriam amigos e já fizeram negócios imobiliários.

Nesta segunda-feira, a defesa do ex-ministro disse que "não há o que recear" sobre a condução coercitiva de Mantega para depor. "Ele não tem nada a esconder", afirmou o criminalista José Roberto Batochio.

O ex-ministro da Fazenda Guido Mantega chegou há pouco mais de 30 minutos à Superintendência da Polícia Federal em São Paulo para prestar depoimento no âmbito da Operação Zelotes.

Mantega foi conduzido coercitivamente na nova fase da Operação, que apura suspeitas de manipulação de julgamentos do Carf, conselho que julga multas aplicadas a grandes contribuintes. Ele vai prestar depoimento na Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros, no 6º andar do prédio localizado na zona oeste da capital paulista.

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O alvo desta etapa é o grupo Cimento Penha, do empresário Victor Garcia Sandri, apontado como amigo de Mantega. A PF cumpre 30 mandatos de busca e apreensão e de condução coercitiva.

A Polícia Federal e o Ministério Público Federal pediram à Justiça Federal mandado de condução coercitiva contra o ex-secretário da Receita Federal Otacílio Cartaxo na nova etapa da Operação Zelotes deflagrada nesta segunda-feira, 9. Nesta fase também foi levado a depor o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega.

O então conselheiro do Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais) Valmar Fonseca de Menezes, suspeito de receber propina em troca de atuar para anular débito da empresa Cimento Penha, era ligado a Cartaxo e conhecido entre os auditores como o "carregador de pasta" do ex-secretário, que já presidiu o Carf. A Cimento Penha é de propriedade de Victor Sandri, amigo de Mantega.

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O ex-conselheiro Valmar Menezes também foi alvo de mandado de condução coercitiva. Além da PF e do MPF, a Receita também participa das investigações.

A Operação Zelotes cumpre 30 mandados de busca e apreensão e de condução coercitiva nesta segunda-feira, 9. O alvo desta etapa é o grupo Comercial Penha.

O ex-ministro Guido Mantega foi conduzido coercitivamente - quando o investigado é levado para depor e liberado.

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A Zelotes apura suspeitas de manipulação de julgamentos no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf).

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--> Operação Zelotes cumpre oito mandados em Pernambuco

A mudança do comando do Ministério da Justiça abre espaço para alterações na administração da Polícia Federal (PF). A presidente Dilma Rousseff (PT), segundo um colunista nacional, pretende, em médio prazo, modificar também o diretor-geral da PF, Leandro Daiello. Os dois estão sendo duramente criticados pelo PT, após o aprofundamento das investigações da Operação Lava Jato. 

Indicado pelo ex-ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, Daiello está à frente da Federal desde 2011. Daquele ano até hoje, a PF deflagrou ações que atingiram o PT e seus aliados como a Lava Jato, que investiga um esquema de corrupção na Petrobras; a Zelotes, que investiga a venda de medidas provisórias, com o envolvimento do filho do ex-presidente Lula; e a Acrônimo, que apura a possibilidade do governado de Minas Gerais, Fernando Pimentel, ter recebido propina  em troca de um empréstimo do BNDES.

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A troca, no entanto, tem sido negada pelo Palácio do Planalto. Porém, assim como diversos petistas, nos últimos dias, de acordo com o colunista, a presidente tem endossado o discurso de que “faltaria mais pulso no comando da Polícia Federal”.

A queda de Cardozo causou uma reação negativa entre os delegados federais e, por isso, a mudança do diretor-geral não deve acontecer de imediato. O novo ministro da Justiça, Wellington César, terá primeiro que acalmar os ânimos contrários a sua indicação e convencer que não atuará na sombra do ministro da Casa Civil, Jaques Wagner (PT). 

O possível envolvimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em irregularidades investigadas pelas operações Lava Jato e Zelotes, da Polícia Federal, tem ampliado a descrença da população quanto à honestidade do petista. No Recife, um levantamento realizado pelo Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau (IPMN) constatou que 65,5% da população não acredita que o líder do PT é honesto, enquanto 26,8% dizem que sim. 

A amostra, divulgada nesta segunda-feira (22), foi encomendada pelo Portal LeiaJá em parceria com o Jornal do Commercio. De acordo com os dados da pesquisa, 77,5% dos entrevistados têm conhecimento das denúncias contra o ex-presidente e 17,8% não ouviram falar sobre o assunto. 

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Uma série de acusações pesa sobre o petista, entre elas, a provável participação dele na venda de Medidas Provisórias (MP), editadas durante o seu governo, para conceder benefícios fiscais a montadoras de veículos por R$ 2,5 milhões; além da compra de um tríplex no Guarujá, reformado pela empresa OAS – uma das empreiteiras envolvidas nas fraudes em contratos da Petrobras; e da reforma do Sítio Atibaia, feita pela Odebrecht, também investigada na Lava Jato.  

Indagados se acreditavam ou não nessas denúncias 68% dos entrevistados pelo IPMN disseram que sim, enquanto 24,7% apontaram que não e 7,3% não souberam responder. Aos que disseram ter ouvido falar, o Instituto questionou sobre qual denúncia mais teria chamado a atenção deles. Questões ligadas às fraudes na Petrobras e outros meios de lavagem de dinheiro foram as mais citadas espontaneamente pelos entrevistados, 9,8% cada; desvio de verbas (9,3%), o caso do triplex no Guarujá (8,1%), a reforma do sítio Atibaia (6,4%) e o tráfico de influência com a empresa Odebrecht (5,8%) também foram citados. 

Apesar da descrença da população, a gama de acusações envolvendo o ex-presidente tem dividido os setores políticos. Para os aliados, a divulgação de casos que possam ter a participação de Lula é uma investida da oposição para enfraquecer o retorno do petista na corrida eleitoral em 2018. Já os oposicionistas acreditam ser este o momento oportuno para mostrar ao país o que eles chamam de “a verdadeira face de Lula”. 

Sob a ótica do cientista político e coordenador do IPMN, Adriano Oliveira, as acusações podem pesar contra o ex-presidente eleitoralmente. “Lula precisa torcer para que as denúncias cessem e no momento oportuno, que eu acredito já ser agora, explicar que todas elas, se são verdadeiras ou inverídicas. Ele precisa quebrar o silêncio e se explicar para a população”, recomendou o estudioso.

Dados da pesquisa

A pesquisa do IPMN ouviu 624 pessoas no Recife, nos dias 15 e 16 de fevereiro. O nível de confiabilidade é de 95% e a margem de erro é de 4,0 pontos percentuais para mais ou para menos.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu acesso ao inquérito da Operação Zelotes que apura o envolvimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, da ex-ministra Erenice Guerra e de outros políticos na suposta "compra" de medidas provisórias. O objetivo é avaliar a necessidade de que o caso seja remetido ao Supremo Tribunal Federal em razão de citações a congressistas.

No diário de um dos investigados na Zelotes, João Batista Gruginski, a Polícia Federal encontrou anotações sobre possível pagamento de propinas aos senadores Renan Calheiros (PMDB-AL) e Romero Jucá (PMDB-RR), fora o ex-senador Gim Argello (PTB-DF). Em depoimento, Gruginski reafirmou que, numa reunião, o lobista Alexandre Paes dos Santos, o APS, disse que os três haviam negociado pagamentos de R$ 45 milhões, sendo R$ 15 milhões para cada um, em troca de aprovar emendas de interesse de montadoras de veículos.

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Esse material foi colhido no inquérito da PF que cita, em outros contextos, Lula e Erenice. A investigação foi anexada à ação penal em curso na 10.ª Vara da Justiça Federal, em Brasília.

Os três políticos negam irregularidades. Atualmente preso, APS foi questionado pelo Estado durante audiência na Justiça e disse que não fez a afirmação. Por terem direito ao "foro privilegiado", senadores só podem ser alvo de investigações criminais perante o Supremo.

Avaliação

Procuradores da força-tarefa da Zelotes, que atuam na 1.ª instância, entendem que as citações não são suficientes para a abertura de um inquérito no STF. Mas Janot decidiu solicitar o caso para avaliar pessoalmente se cabe o envio. Em ofício à Procuradoria da República no Distrito Federal, ele se disse motivado por notícias veiculadas na imprensa sobre citações aos parlamentares.

As defesas dos réus da Zelotes já haviam requisitado que a ação penal sobre o caso subisse para o Supremo, por causa da menção a possíveis irregularidades cometidas por congressistas. No último dia 4, o juiz Vallisney de Souza Oliveira decidiu manter a ação penal na 10ª. Vara da Justiça Federal, em Brasília. O magistrado, no entanto, decidiu enviar informações dos autos para análise do Supremo. Caberá aos ministros da Corte decidir se avocam ou não o caso.

O pedido de Janot foi enviado pela Procuradoria da República ao juiz, que autorizou a remessa do inquérito para o MPF. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Anunciado na segunda-feira, 21, como o novo secretário executivo do Ministério da Fazenda, Dyogo Henrique Oliveira é alvo da Operação Zelotes, que apura suposto esquema de compra de medidas provisórias nos governos Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. O Ministério Público Federal pediu em outubro as quebras dos sigilos bancário e fiscal dele entre 2008 e 2015, o que teria sido autorizado pela Justiça Federal, segundo investigadores. O processo tramita sob sigilo.

Atual "número 2" do Planejamento, Oliveira é citado na investigação como possível elo, no governo federal, dos lobistas suspeitos de "comprar" medidas provisórias. As provas já colhidas apontam que os lobistas tinham contatos no Palácio do Planalto e em ao menos dois ministérios para, supostamente, tratar da edição das normas, que concederam incentivos fiscais a montadoras de veículos.

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Oliveira já era braço direito do novo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, que o manteve no cargo mesmo depois que seu nome foi citado na Operação Zelotes. Agora, vai acompanhar Barbosa na Fazenda.

Histórico

Dyogo Henrique Oliveira era secretário adjunto de Direito Econômico do Ministério da Fazenda em 2009 e 2011, quando foram discutidas, editadas e aprovadas as Medidas Provisórias 471 e 512, que estão sob suspeita de "encomenda" e que ampliaram o prazo de incentivos fiscais dados à montadoras de veículos instaladas nas Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

Ele é citado em anotações do lobista Alexandre Paes dos Santos, o APS, nas quais registrava dados sobre a negociação das normas. Num dos trechos, ele anotou "Diogo/José Ricardo", seguido de "Secretaria de Política Econômica" e "SPE".

Num documento de 2011, a Marcondes e Mautoni Empreendimentos, empresa que teria atuado na compra das MPs, também registra uma reunião com Dyogo entre 28 e 31 de março. O sócio da Marcondes, o lobista Mauro Marcondes, e APS estão presos e já foram denunciados por envolvimento no esquema. Marcondes também é investigado pelo repasse de R$ 2,5 milhões à uma empresa de Luís Claudio Lula da Silva, filho do ex-presidente Lula no mesmo período da edição de medidas provisórias de interesse do setor automotivo.

Reuniões

Em nota enviada à reportagem em outubro, Dyogo Oliveira afirmou que, como secretário da Fazenda, tinha como uma de suas atribuições "manter reuniões regulares com diversos setores produtivos, durante as quais esclarecia aspectos legais e técnicos das medidas econômicas em debate".

Dyogo Henrique Oliveira assegurou que "não mantém qualquer tipo de relacionamento com as pessoas citadas como lobistas pela imprensa e que está à disposição para prestar esclarecimentos às autoridades da investigação".

Em relação às investigações acerca da Medida Provisória 471, disse que à época da edição ocupava o cargo de secretário adjunto de Política Econômica do Ministério da Fazenda. "Era comum, também, a discussão sobre o prazo de duração de eventuais benefícios fiscais, que a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), desde 2001, limita em, no máximo, cinco anos", informou Oliveira há dois meses.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A comissão do Senado que investiga suspeitas de manipulação em julgamentos do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) rejeitou, ontem, por unanimidade, requerimentos que solicitavam a convocação do empresário Luís Cláudio Lula da Silva – filho mais novo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva – e dos ex-ministros Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral) e Erenice Guerra (Casa Civil).

Foi uma ação política manobrada pelos lulistas, sob a alegação de que o pedido era político, mas o procedimento, na verdade, tem respaldo na ação da Polícia Federal. Os três são investigados pela Operação Zelotes, da Polícia Federal (PF), por suspeita de envolvimento em um esquema de corrupção que fraudava julgamentos do Carf, órgão ligado ao Ministério da Fazenda.

Na semana passada, uma ação conjunta da Polícia Federal, do Ministério Público e da Corregedoria do Ministério da Fazenda prendeu cinco pessoas, incluindo o lobista Alexandre Paes dos Santos e o ex-conselheiro do Carf José Ricardo da Silva. Na ocasião, as autoridades também cumpriram mandados de busca e apreensão em uma das empresas de Luis Claudio em São Paulo: a LFT Marketing Esportivo.

Os requerimentos que pediam a convocação do filho de Lula e dos dois ex-ministros foram propostos pelo presidente da CPI, senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO). O parlamentar tucano já havia tentado convocá-los em outubro, mas, a exemplo do que ocorreu ontem, os pedidos foram rejeitados pelos senadores que integram a comissão de inquérito.

O presidente da CPI justificou a reapresentação dos requerimentos como uma oportunidade para Luís Cláudio, Carvalho e Erenice falarem sobre as suspeitas de que uma medida provisória (MP) editada em 2009, durante o governo Lula, teria sido “comprada” por meio de lobby e de corrupção para favorecer montadoras de veículos.

A relatora da comissão, senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), criticou os pedidos de convocação e disse que tinham objetivos exclusivamente políticos. "Estamos diante de requerimentos cujo objetivo é meramente político. Não tem nenhuma ligação com o objeto desta CPI", criticou. Apesar de não ser integrante da CPI do Carf, o líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral (PT-MS), participou da reunião que derrubou os pedidos de convocação.

SUGILO– Na mesma sessão, senadores também rejeitaram os pedidos de quebra de sigilo fiscal e bancário da LFT Marketing Esportivo, de Luís Claudio Lula da Silva, e da empresa Guerra Advogados Associados, da ex-ministra Erenice Guerra. Outro requerimento rejeitado foi a quebra de sigilo bancário, fiscal e telefônico do filho caçula de Lula. Os parlamentares também derrubaram os pedidos para convocar e quebrar o sigilo de Carlos Juliano Ribeiro Nardes, sobrinho do ministro do TCU, Augusto Nardes, relator das contas de 2014 do governo Dilma Rousseff.

Sem rabo preso? – O deputado de primeiro mandato Fausto Pinato (PRB-SP), escolhido para relatar o processo de cassação do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no Conselho de Ética da Casa, garante que não tem nenhum tipo de relação com o acusado, como a maioria dos seus colegas de parlamento. "Eu não tenho nenhuma relação [com Cunha], sou independente [...] Estou preparado para sofrer qualquer tipo de pressão. Se não [estivesse preparado], não estaria no Conselho de Ética", garantiu.

Distribuir simpatias– Na contramão de petistas que estão sempre a pedir sua cabeça, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, ganhou o apoio do ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner. Mas, ao mesmo tempo em que apoia o colega da Fazenda, o novo inquilino do Palácio do Planalto deu uma sugestão a Levy: dispense as ironias e seja simpático com todo mundo. A primeira conquista de Jaques Wagner se deu com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Como se sabe, Lula defendia internamente – mas isso sempre se tornava público – a substituição de Levy por Henrique Meirelles.

Saída dura para CPMF – Dirigentes de entidades empresariais que representam o setor produtivo discutem a possibilidade de manifestar publicamente apoio à recriação da CPMF. Essa posição surpreendente tem sido calculada de forma racional e realista por esses dirigentes, que costumam reagir a qualquer tentativa de aumentar ainda mais a elevada carga tributária no país. A conclusão é que o Governo poderá buscar alternativas tributárias mais dolorosas para o setor produtivo, caso não se viabilize o retorno da CPMF.  

Gesto pequeno– O prefeito de Jaboatão, Elias Gomes (PSDB), parece que não tem mesmo o que fazer ou age por mera perseguição política ou pequenez. Baixou decreto mudando o nome da Avenida José Rodovalho, para do ex-prefeito Fernando Rodovalho, para Miguel Arraes. Tudo bem que Arraes mereça todas as homenagens, mas ele não apregoa que tem tantas obras para entregar? Porque apagar da memória uma homenagem tão antiga?

CURTAS

SECA– Com diversas barragens em estado de calamidade, a falta de abastecimento de água no Sertão voltou a ser tema de debate acalorado, ontem, na Assembleia Legislativa. O deputado estadual Miguel Coelho (PSB) levantou a discussão ao criticar um impasse entre a Chesf e o Ibama para reduzir a vazão no reservatório de Sobradinho.

ALÔ, PETROLINA! – Encerro a maratona de lançamentos do meu livro desta semana, hoje, em Petrolina. A noite de autógrafos está marcada para o restaurante Da Villa, a partir das 19 horas, onde recebo, também, uma homenagem especial da Câmara de Vereadores com a entrega da medalha Dom Malan. Semana que vem tem Limoeiro na segunda, Bom Conselho na terça, Bonito na quarta, Brejo da Madre de Deus na quinta e Caruaru, novamente, na sexta, desta feita na livraria Nobel, no Shopping Caruaru, também às 19 horas.

Perguntar não ofende: Lula vai ganhar a batalha judicial contra a revista Veja? 

Na primeira reunião após a instalação, a CPI do Carf do Senado aprovou nesta terça-feira, 19, a primeira leva de requerimentos e decidiu pedir o acesso a todas as investigações da Operação Zelotes. A pedido dos senadores Ataídes Oliveira (PSDB-TO) e Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), os parlamentares querem que o Ministério Público Federal, a Polícia Federal e a 10ª Vara Federal de Brasília remetam à comissão os documentos da apuração.

"Considerando que os procedimentos, judicializados ou não, oriundos da citada Operação Zelotes já estão em fase avançada de apuração e investigação dos fatos criminosos, será fundamental para o início e o desenvolvimento dos trabalhos desta CPI do Carf o compartilhamento de informações e documentos existentes tanto no âmbito da Polícia Federal quanto no âmbito do Ministério Público Federal", justificou Ataídes Oliveira, em dois dos requerimentos.

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A comissão também aprovou pedido de convocação, feito pelo senador Otto Alencar (PSD-BA), para ouvir as seguintes autoridades: o procurador-chefe da Fazenda Nacional na Coordenação do Contencioso Administrativo Tributário da PGFN, Paulo Riscado; o coordenador da Força Tarefa da Zelotes, procurador Frederico Paiva; o delegado da PF na operação Oslaim Santana; o presidente do Carf, Carlos Barreto, a vice-presidente do órgão, Maria Tereza Martinez Lopes e o conselheiro da conselho Paulo Roberto Cortez; e ainda o advogado Leonardo Manzam.

Vanessa Grazziotin, relatora da CPI, afirmou que a principal tarefa da comissão no momento é ter acesso ao máximo de informações para traçar um plano de trabalho. Ela lembrou ter havido reclamações por parte de autoridades sobre um suposto prejuízo às investigações.

Na semana passada, o procurador Frederico Paiva reclamou, em audiência pública na Câmara, do fato de a Justiça ter recusado 26 pedidos de prisão preventiva e quebras de sigilos telefônicos solicitados à 10ª Vara Federal. A recusa teria sido, segundo ele, executada pelo juiz Ricardo Leite. "Isso atrapalhou a investigação e não vamos conseguir avançar 10% do que foi praticado no Carf", lamentou ele, na ocasião.

Com tom sarcástico, o deputado Pauderney Avelino (DEM-AM) comparou nesta quarta-feira (29), o ministro da Fazenda Joaquim Levy a seres mitológicos. O parlamentar fez a alegoria na Câmara dos Deputados, em Brasília, durante audiência pública sobre o ajuste fiscal, onde o representante do governo fez esclarecimentos.

“Vossa Excelência deve ter uma missão tão dura quanto os 12 trabalhos de Hércules, ou pode ser comparado ao Atlas, que foi punido por Zeus e tinha que suportar o peso do céu às costas”, ironizou pontuando ser necessário forças para suportar a carga de trabalho imposta a ele pelos erros do governo.

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Questionado por Pauderney Avelino, Levy disse que todos os nomes apontados na Operação Zelotes, da Polícia Federal, responderão a processo administrativo disciplinar. A intervenção investiga um esquema de sonegação fiscal. A suspeita é de que as quadrilhas atuavam junto ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), ligado ao Ministério da Fazenda.

Segundo o ministro, a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e a Corregedoria do Ministério da Fazenda investigam o caso. Algumas medidas também estão sendo tomadas internamente, como a redução do número de conselheiros, a exigência de dedicação exclusiva dos conselheiros integrantes da Câmara Superior de Recursos Fiscais (CSRF) e o redimensionamento do papel do Comitê de Seleção de Conselheiros.

Além da operação Zelotes, também foi abordado na audiência pública, as Medidas Provisórias (MPs 664/14 e 665/14) que mudam regras para obtenção de benefícios previdenciários e trabalhistas, entre eles o seguro-desemprego, o seguro defeso para pescadores e a pensão por morte.

A Operação Zelotes investiga o suposto envolvimento do Partido Progressista (PP) no esquema de corrupção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) - órgão vinculado ao Ministério da Fazenda, que funciona como uma espécie de "tribunal" para julgar recursos de contribuintes em débito com a Receita Federal.

A Agência Estado teve acesso à lista de 74 contribuintes suspeitos. Além de gigantes do setor privado, como bancos e montadoras de veículos, nela aparece o partido político, que teria um débito de R$ 10,7 milhões em discussão.

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Segundo as investigações, as pessoas físicas e jurídicas alvos da Polícia Federal e do Ministério Público Federal são suspeitas de pagar ou negociar propina para apagar ou reduzir débitos com o Fisco. Também há casos em que elas foram procuradas pelo grupo que operava as fraudes, que inclui advogados, conselheiros e ex-conselheiros do Carf, e o envolvimento está em apuração.

Por lei, agremiações partidárias têm imunidade tributária e não pagam impostos, mas há exceções. De acordo com o advogado Eduardo Madeira, presidente da Associação Brasileira de Direito Tributário e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), isso ocorre quando a legenda tem as contas rejeitadas pela Justiça Eleitoral. É o caso, por exemplo, de quando o Fundo Partidário, que é uma verba pública, é usado para finalidades não estabelecidas na legislação.

Diretórios do PP, assim como de outras siglas do País, sofreram reprovação de contas nos últimos anos. A Zelotes apura supostas fraudes envolvendo processos que tramitaram de 2005 a 2015.

A reportagem procurou o PP, mas a assessoria de imprensa do partido afirmou que seu presidente nacional, senador Ciro Nogueira (PI), está viajando e não foi localizado para falar a respeito.

O PP já havia sido citado na operação. Um dos investigados é o conselheiro do Carf Francisco Maurício Rebelo de Albuquerque Silva, pai do líder do partido na Câmara, Eduardo da Fonte (PE). Albuquerque nega que seja alvo da Zelotes. Integrantes do partido são alvo da Operação Lava Jato, que investiga desvios na Petrobras.

 

 

 

O Banco Central informou há pouco que, como supervisor do Sistema Financeiro Nacional (SFN), acompanha "de forma permanente" as instituições que o compõem e que, quando há indícios de irregularidades fora de sua competência, comunica os órgãos competentes. O posicionamento do BC via assessoria de imprensa foi um pedido da reportagem sobre a relação das empresas investigadas na Operação Zelotes, que inclui bancos.

Conforme publicação feita neste sábado (28) pelo jornal O Estado de S. Paulo, os bancos Bradesco, Santander, Safra, Pactual e BankBoston, além de montadoras (Ford e Mitsubishi) e da gigante da alimentação BR Foods são investigados por suspeita de negociar ou pagar propina para apagar débitos com a Receita Federal no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf). Na lista das empresas listadas na Operação Zelotes também constam Petrobras, Camargo Corrêa e a Light, distribuidora de energia do Rio.

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A íntegra da nota do BC diz o seguinte: "O Banco Central, no papel de supervisor do Sistema Financeiro Nacional, e com vistas a resguardar a estabilidade financeira, acompanha, de forma permanente, as instituições que o compõem, o que inclui avaliação dos seus riscos e capacidade de absorvê-los. Importante salientar que, no bojo dos trabalhos cotidianos, junto ao SFN, em se deparando com indícios de irregularidades fora de sua competência, o Banco Central comunica, na forma da Lei, os órgãos competentes."

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