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Chamada de Operação Repescagem, a 29ª fase da Lava Jato, deflagrada nesta segunda-feira (23), revelou uma interligação direta do Mensalão – já julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) – com o esquema de corrupção em contratos da Petrobras. Em coletiva na manhã de hoje, o delegado da Polícia Federal Luciano Flores de Lima encarou a conexão entre casos e a repetição dos personagens como um “deboche aos órgãos de justiça brasileira”. 

A nova etapa prendeu o ex-chefe de gabinete da liderança do PP na Câmara dos Deputados, João Cláudio Genu, que trabalhava para o deputado federal já falecido José Janene. De acordo com Luciano Flores, Genu foi citado desde a primeira fase da Lava Jato e, de lá para cá, ele vem sendo investigado. “Ele é um dos criadores do esquema que promove essa sangria dos cofres públicos. E mesmo sendo condenado por corrupção e lavagem de dinheiro [no Mensalão], como um verdadeiro deboche a polícia e a justiça ele continuava recebendo propina em 2013. Pelo menos entre 2005 e 2013 ele vinha recebendo propina”, frisou. 

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De acordo com o delegado, os valores eram pagos em espécie, mensalmente, e variavam entre R$ 30 mil e R$ 70 mil. “No Mensalão o João Claudio Genu foi condenado porque ele sacou R$1,5 milhão. Agora temos aí mais de R$ 2 milhões de propina para ele. Ele que nunca foi parlamentar, mas recebeu um montante grande e assessorou um dos primeiros a articular o recebimento de propina no PP [José Janene]”, detalhou o delegado. 

Outra pessoa presa nesta operação foi Lucas Amorim Alves, sócio de João Cláudio Genu em diversas empresas. João Claudio e Lucas Amorim recebiam propinas de Alberto Yousseff. “Lucas Amorim é identificado como um dos emissários de Genu”, reforça o procurador da República, Diogo Castor Mattos

Um dos três mandados de prisão foi destinado para ser cumprido em Pernambuco, onde fica localizada a residência do empresário Humberto do Amaral Carrilho. Ele, no entanto, não foi localizado e, de acordo com a PF, está sendo considerado foragido. Carrilho aparece no esquema, após propor construir um estaleiro para o uso da Petrobras no Rio Amazonas, local onde a estatal já tinha um navio. “Paulo Roberto Costa optou por abrir mão do navio e usar o trabalho de terceiros, o que garantiu uma mesada para o ex-diretor”, explicou Luciano Flores de Lima.

Humberto Carrilho também é citado como mantenedor de contas no exterior para o benefício de João Claudio Genu. As contas ainda não foram identificadas. “Já sabemos em que país ele está e esperamos um contato dele e de seus advogados para tratar sobre a sua apresentação. Vamos aguardar até o fim do dia de hoje, caso isso não aconteça vamos encaminhar o nome dele para a Interpol”, acrescentou o delegado.  

Mensalão e Lava Jato

Questionado durante a coletiva sobre como analisavam a conexão entre os esquemas, o delegado Luciano Flores de Lima adotou um discurso duro e afirmou esperar que agora os políticos passem a ter medo de ser condenados por mais de um escândalo. “Esperamos que esta impunidade que havia no pensamento dos criminosos hoje dê lugar ao medo de ser preso e de lugar para o medo de que no Brasil a investigação condena e mantêm preso quem deve ser mantido”, cravou. 

Sobre os personagens dos esquemas se repetirem, o procurador da República, Diogo Castor Mattos, garantiu que a Lava Jato passará um pente fino até o fim das investigações. “Não é o mesmo caso, são casos distintos, mas os personagens acabam se repetindo. Não são esquemas únicos, mas os personagens acabam se repetindo pelo quadro de corrupção generalizada que o país acabou passando”, frisou.

Os três lotes de imóveis do doleiro Alberto Youssef e uma lancha do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto da Costa, serão leiloados próximos dias 13 e 23. A venda dos bens foi autorizada pelo juiz federal do Paraná, Sérgio Fernando Moro, responsável pela Operação Lava Jato da Polícia Federal que investiga um esquema de corrupção na Petrobras envolvendo empreiteiros e políticos.

Os bens do doleiro foram avaliados em mais de R$ 5 milhões e embarcação do ex-diretor tem lance inicial de R$ 3 milhões. Os leilões serão realizados por meio eletrônico no portal Super Bid

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O valor mínimo da venda dos bens no primeiro leilão será o da avaliação judicial. Já no segundo, que acontece dia 23 de novembro, o valor mínimo para a venda dos bens será o correspondente a 80% da avaliação judicial. O leilão será conduzido pelo leiloeiro oficial Afonso Marangoni. 

Os lotes correspondem a 4 processos diferentes. Os lotes são compostos por imóveis localizados em Londrina e Cambé, ambas no Paraná; e em Salvador, na Bahia. Além da uma lancha denominada Costa Azul, ano 2013, com 13,70 metros de comprimento (45 pés), dois motores de centro com Eixo Volvo Penta, avaliada em R$ 3 milhões. 

O Ministério Público Federal (MPF) reforçou o pedido, feito à Justiça Federal, de condenação do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, do empresário Fernando Soares (o Fernando Baiano), do consultor Júlio Camargo e o doleiro Alberto Youssef pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Investigados na Operação Lava Jato, da Polícia Federal (PF), por suspeita de envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras, os quatro estão presos preventivamente e, para o MP, não há motivos para que sejam liberados.

Nas alegações finais, os procuradores da República pedem que os denunciados sejam condenados a devolver R$ 296,8 milhões aos cofres públicos – valor estimado do prejuízo causado à petrolífera pelo “gigantesco esquema criminoso” montado por “empresários que pagavam propina a altos funcionários da estatal a fim de garantir contratos para a execução de projetos e empreendimentos de seus interesses”. Para garantir a restituição do prejuízo, o Ministério Público defende que sejam usados inclusive os valores bloqueados em contas e investimentos bancários em nome dos acusados, além do dinheiro apreendido durante as ações das PF.

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Segundo os procuradores, os cargos de comando de diretorias da Petrobras eram preenchidos por meio de indicações políticas para garantir o repasse das propinas a agentes políticos. Um núcleo financeiro, do qual Fernando Baiano é acusado de fazer parte, encarregava-se de repassar os valores desviados aos destinatários. Para isso, simulavam contratos de serviços de consultoria e emitiam notas fiscais fraudulentas para que o esquema não fosse detectado pelos sistemas de controle.

No mesmo processo, o MPF já havia acusado Cerveró pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro; Fernando Baiano, como coautor da corrupção passiva e por lavagem de dinheiro; Júlio Camargo, por corrupção ativa, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e fraudes em contrato de câmbio, e Alberto Youssef, pelo crime de lavagem de dinheiro. A denúncia foi integralmente recebida pela Justiça em dezembro de 2014.

Na ocasião, a defesa de Cerveró alegou que seu cliente não teve oportunidade de se defender, pois não teve acesso à íntegra dos depoimentos do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. Alegando que Júlio Camargo foi constrangido, os advogados questionavam o valor legal de seu acordo de delação premiada e apontava, entre outras falhas, a ausência de justa causa para ação penal por ausência de provas. A defesa pediu a absolvição sumária de Cerveró.

O advogado de Júlio Camargo disse que, ao assinar acordo de delação premiada, Camargo confirmou o pagamento de US$ 30 milhões de propina. O MPF fala em US$ 40 milhões. A defesa pediu o perdão judicial para Camargo ou, alternativamente, que as eventuais penas que lhe forem aplicadas estejam em conformidade com os termos do acordo de delação premiada.

A defesa de Fernando Baiano também questionou a ação penal, afirmando que esta está “lastreada em denúncia inepta e sem justa causa, bem como tramitada em Juízo incompetente, suspeito ou impedido”. Os advogados pediram a nulidade de acordos de colaboração premiada obtidos, “meio de prova imoral, colhido mediante a atuação de advogados de delatores com interesses conflitantes e contendo cláusulas ilegais”. O advogado de Baiano também pediu a absolvição do empresário.

O advogado de Alberto Youssef pediu que algumas das provas incluídas nos autos fossem anuladas e também questionou a legalidade dos acordos de colaboração, negando que uma empresa de Youssef tenha sido utilizada para qualquer fim irregular.

A Agência Brasil não conseguiu entrar em contato com os advogados de Cerveró, Soares, Camargo e Youssef para falar sobre o novo pedido de condenação feito pelo MPF.

 

Os integrantes da CPI da Petrobras na Câmara foram informados nesta quinta-feira (9) de que o ministro Marco Aurélio do Supremo Tribunal Federal (STF) concedeu liminar suspendendo a quebra de sigilo da ex-mulher e das filhas do doleiro Alberto Youssef.

Para Marco Aurélio, a quebra dos sigilos, aprovada pela comissão, é descabida. "A obtenção de informações de pessoas ligadas à investigação não pode ser desprovida de critérios", diz o ministro.

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Ele também criticou a aprovação de requerimentos em bloco, prática comum na CPI da Petrobras. "A aprovação conjunta de diversos e heterogêneos requerimentos igualmente não atende à cláusula do Estado Democrático de Direito, da qual decorre a exigência de exposição dos fatos e fundamentos determinantes para a prática de atos do Poder Público".

O mandado de segurança que pede a suspensão da quebra de sigilo foi impetrado pelas filhas do doleiro, Kemelly Youssef, Taminy Youssef, e pela ex-mulher dele, Joana D'Arc da Silva.

A Polícia Federal quer identificar eventuais pagamentos emitidos pelo governo de Minas Gerais a empresas do doleiro Alberto Youssef no ano de 2010, quando o Estado foi administrado pelos hoje senadores tucanos Aécio Neves e Antônio Anastasia. A solicitação consta em documento enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) em junho no qual investigadores pedem a prorrogação da investigação de Anastasia por suposto envolvimento no esquema de corrupção deflagrado pela Operação Lava Jato.

O inquérito de Anastasia é um dos dois únicos que não foi prorrogado até o momento. Apesar de a PF ter feito o pedido por mais prazo, o pedido não foi endossado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Não há decisão do ministro Teori Zavascki sobre o caso. Nos demais inquéritos, o ministro autorizou que as investigações sigam até o final de agosto, conforme pedido por PF e pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

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Ao solicitar mais tempo de investigação, o delegado da PF Milton Fornazari Junior alega que se faz necessária a prorrogação de prazo, entre outros motivos, "para a identificação das ordens bancárias eventualmente emitidas pelo Estado de Minas Gerais no ano de 2010, em valores superiores a R$ 500 mil, que tenham tido como beneficiárias empresas controladas por Alberto Youssef".

No ano de 2010, Aécio ficou à frente do governo até 31 de março, quando deixou o cargo para concorrer ao Senado Federal. A partir daí até o final do ano, Anastasia assumiu o governo.

A defesa de Anastasia já solicitou o arquivamento do inquérito aberto contra ele na Lava Jato. No ano passado, o caso foi encaminhado ao Supremo após o agente da PF Jayme Alves Oliveira Filho, o Careca, ter dito que entregou R$ 1 milhão ao tucano. O policial é acusado de ser entregador de malas de dinheiro a mando de Youssef.

O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi sorteado relator de um pedido de habeas corpus protocolado pela defesa do diretor da Galvão Engenharia Erton Medeiros da Fonseca, preso na Operação Lava Jato. No pedido, protocolado ontem pela defesa de Fonseca e distribuído nesta terça-feira, 7, a Dias Toffoli, é questionada a validade do acordo de delação premiada firmado pelo doleiro Alberto Youssef com o Ministério Público Federal pelo fato de Youssef já ter mentido e quebrado um acordo no passado.

Os casos relacionados à Lava Jato no STF são geralmente distribuídos ao ministro Teori Zavascki, que acumula a relatoria da Operação no Tribunal. Contudo, como a defesa do empreiteiro, o advogado José Luiz Oliveira Lima (Juca), questiona também a decisão de Zavascki de homologar a delação no STF, o caso foi distribuído por sorteio a outro ministro da Corte.

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Junto ao recurso apresentado ao STF, a defesa de Fonseca anexou um parecer do ex-ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Gilson Dipp, contestando a legalidade do acordo de delação premiada firmado por Youssef com o Ministério Público Federal (MPF) e homologado por Zavascki em dezembro de 2014. No parecer, Dipp questiona o fato de Youssef já ter firmado anteriormente um acordo de delação premiada, no âmbito do escândalo do Banestado, que foi quebrado por ele, resultando em sua prisão preventiva.

O ex-ministro cita que a sentença condenatória de Youssef, por ter quebrado o acordo de delação no caso Banestado é de 17 de setembro de 2014 e que o novo acordo de delação foi assinado em 24 de setembro do ano passado. "Frise-se, sete dias após a prolação da sentença onde consta a quebra do acordo anterior. Os fatos estão intimamente ligados e muito próximos no tempo", escreveu Dipp. "Não é válido e eficaz o novo acordo, como também quaisquer atos dele decorrente", escreveu o ex-ministro.

Delações

Os acordos de delação premiada firmados pelo doleiro Alberto Youssef e do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa deram origem a 26 inquéritos no STF e outros dois no STJ. Após as delações terem sido homologadas pelo Supremo entre setembro e dezembro do ano passado, procuradores do Ministério Público Federal (MPF) trabalharam entre janeiro e fevereiro formulando os pedidos de abertura de inquérito e arquivamento apresentados aos tribunais no início de março. O caso agora está em processo de diligências, conduzidas pela Polícia Federal, com o objetivo de fundamentar ou refutar a oferta de denúncia contra as autoridades citadas peloS delatores pelo Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot.

Com o fim do processo eleitoral, a Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados volta a se reunir nesta terça-feira (28), às 14h30. Na pauta do colegiado está o recurso do deputado André Vargas (PT-PR) contra a decisão do Conselho de Ética que recomendou sua cassação. A votação já foi adiada duas vezes, por falta de quórum.

No recurso, André Vargas se queixa de cerceamento no direito de defesa, término antecipado da investigação e falta de acesso pleno à cópia do processo. No entanto, o relator do recurso na CCJ, Sergio Zveiter (PSD-RJ), entende que o direito de defesa e o princípio do devido processo legal foram respeitados. Ele recomendou a rejeição do recurso.

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Se a CCJ negar o pedido de Vargas, o processo estará pronto para ser incluído na pauta do Plenário da Câmara dos Deputados. A cassação dependerá do voto favorável de 257 deputados, em votação aberta.

O pedido de cassação foi aprovado pelo Conselho de Ética no dia 20 de agosto. O conselho considerou que as relações entre Vargas e o doleiro Alberto Youssef violaram as normas de decoro parlamentar.

Youssef emprestou a Vargas um jatinho para que ele e a família pudessem passar férias no Nordeste. Além disso, Vargas é suspeito de intermediar interesses de empresas fantasmas do doleiro em contratos com o Ministério da Saúde.

Citado nas denúncias de irregularidades envolvendo a Petrobras, o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, decidiu abrir mão do cargo que ocupa no Conselho de Administração da Usina Hidrelétrica de Itaipu. O mandato do petista no conselho da Itaipu só expiraria em 16 de maio de 2016, no entanto Vaccari optou por antecipar a saída. O dirigente do PT foi mencionado pelo doleiro Alberto Yousseff, como um dos envolvidos nas articulações ilícitas entre empresas e os políticos. 

A saída de Vaccari, é providencial para a campanha de reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT). Ela tem sofrido ataques de adversários contra as ações possivelmente articuladas pelo tesoureiro do PT. No último debate entre os presidenciáveis, domingo (19) na TV Record, o candidato Aécio Neves (PSDB) provocou Dilma quanto aos desvios realizados na estatal petroleira. Durante o embate, o tucano indagou a presidente se o tesoureiro do PT continuaria na função de conselheiro de Itaipu e se ela confiava em Vaccari.

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De acordo com o presidente nacional da legenda, Rui Falcão, o posicionamento de Vaccari é uma decisão que atende a vontade do petista de "se concentrar mais nas atividades" do PT.  "Não há nenhuma denúncia comprovada envolvendo o companheiro Vaccari", afirmou Falcão. Até agora, Vaccari permanece no cargo de tesoureiro do PT. "Não há nenhuma razão para substituí-lo", observou.

 

O presidente da CPI Mista da Petrobras, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) está em negociações com a Polícia Federal e a Justiça Federal para possibilitar o depoimento do doleiro Alberto Youssef na semana que vem ou na outra. A convocação de Youssef para depor foi aprovada no começo de junho.

"Está na minha ordem de prioridades trazer Youssef. Espero que ele venha para conversar, para falar do mesmo jeito que falou no depoimento à Justiça", disse Vital.

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O doleiro foi preso em março pela Polícia Federal na Operação Lava Jato, acusado de envolvimento em um esquema de corrupção, lavagem de dinheiro e envio de recursos para o exterior de maneira ilegal. Youssef agia em parceria com o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. Ambos fizeram delação premiada, em acordos com o MP e a Justiça Federal. No caso do doleiro, conforme a imprensa, isso se deu no final de setembro. Ele assinou um acordo de delação premiada em troca de redução de pena. Já teria, inclusive, prestado os primeiros depoimentos em consequência deste acordo.

A polícia e o Ministério Público investigam as denúncias de desvio de dinheiro na construção da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco e na compra da Refinaria Pasadena, nos Estados Unidos. Os dois casos estão entre os investigados pela CPI Mista.

Enquanto não há uma definição quanto à data do depoimento do doleiro, a CPI Mista da Petrobras se preparar para ouvir na quarta-feira da semana que vem (22) o atual diretor de Abastecimento da Petrobras, José Carlos Cosenza. O requerimento do deputado Rubens Bueno (PPS-PR), aprovado pela CPI Mista, argumenta que Cosenza precisa esclarecer denúncias publicadas pela revista Época, segundo as quais ele estaria ligado a condutas criminosas praticadas por Alberto Youssef, Paulo Roberto Costa e o deputado Luiz Argôlo (SDD-BA).

*Com informações da Agência Senado

O presidente da CPI Mista da Petrobras, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), informou nesta terça-feira (14) que a comissão se prepara para impetrar mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) para ter acesso às informações prestadas pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e pelo doleiro Alberto Yousseff em processos de delação premiada.

A CPI Mista da Petrobras, formada por senadores e deputados, enviou pedido ao Supremo para acessar a íntegra do depoimento de Costa, cuja delação premiada já foi homologada.

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A solicitação, no entanto, foi recusada pelo relator do processo, ministro Teori Zavascki, sob alegação de que os dados  estariam protegidos por sigilo previsto em lei. De acordo com Zavascki, o acordo de delação premiada só deixa de ser sigiloso assim que recebida a denúncia pelo Supremo, o que ainda não ocorreu.

Vital do Rêgo, no entanto, entende que a CPI pode ter acesso às informações após a homologação do acordo e quer levar a demanda ao Plenário do STF.

"Esta ordem de segurança é simbólica, pois exigirá do Supremo Tribunal Federal um posicionamento a respeito do dever constitucional do Poder Judiciário de manter o compartilhamento de informações com um órgão especial como a CPI, que tem poderes especiais resguardados na Constituição Federal", disse.

Vital informou que se reunirá nesta tarde com a Advocacia do Senado para tratar da elaboração, em nome da CPI, do mandado de segurança que visa obter informações contidas em todos os processos de delação premiada que tratem de denúncias de desvios na Petrobras.

Calendário

O senador pretendia se reunir com líderes partidários nesta terça-feira para traçar uma agenda de trabalho para as próximas semanas, mas como muitos deles estão em seus estados, envolvidos com o segundo turno das eleições, o presidente da CPI informou que está buscando definir o calendário por meio de contatos telefônicos com os parlamentares.

Vital do Rêgo ressaltou ainda que, mesmo sem previsão de reunião, a CPI segue realizando trabalhos internos, como a análise de documentos recebidos e atividades administrativas.

*Com informações da Agência Senado

Enquanto aguarda o conteúdo da delação premiada do ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura denúncias de corrupção na estatal está recebendo outros documentos relevantes para a investigação. É o caso da transferência de sigilos bancários de alguns dos investigados. Nestas duas últimas semanas, chegaram à comissão de inquérito dados dos bancos Bradesco, Itaú, HSBC, Caixa Econômica Federal e Banco Safra.

Entre os arquivos estão movimentações do doleiro Alberto Youssef e de Paulo Roberto Costa, dois dos principais acusados de operarem um esquema de desvio de dinheiro que teria movimentado ilegalmente R$ 10 bilhões, segundo a Polícia Federal. Ambos estão presos no Paraná.

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Os bancos enviaram também sigilos das duas filhas de Paulo Roberto, Ariana e Shanni, e dos dois genros dele, Humberto Sampaio de Mesquita e Márcio Lewkowicz. Os quatro também são investigados por participação no esquema. Além disso, no dia em que foi deflagrada a operação Lava Jato, responsável por desmantelar a quadrilha, a Polícia Federal informou que eles retiraram documentos e dinheiro do escritório da Costa Global Consultoria, empresa de Paulo Roberto, na tentativa de ocultar provas.

Com isso, os parlamentares têm em mãos detalhes sobre créditos e débitos de movimentações, sejam elas em contas correntes, poupanças, investimentos em fundos, títulos e valores mobiliários, de renda fixa ou variável, além de operações de câmbio. As informações são sigilosas e estão disponíveis somente para os parlamentares integrantes da comissão e assessores autorizados por eles.

Quanto à delação premiada do ex-diretor da estatal, o processo só será enviado ao Legislativo depois de sua homologação pela Justiça, segundo informou na última terça-feira (23) o presidente da CPMI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), após reunião de integrantes da comissão com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski.

Recesso eleitoral

Por conta das eleições, a CPI Mista não terá sessão na próxima semana e vai se reunir somente no dia 8 de outubro, após o primeiro turno, para ouvir Meire Poza, contadora de Youssef. Senadores e deputados poderão indagá-la já sabendo do conteúdo do depoimento dela à Justiça Federal. O material chegou à comissão na quarta-feira (24) e também tem acesso restrito.

Enquanto isso, a CPI continua recebendo requerimentos dos parlamentares. Centenas deles aguardam deliberação. O mais recente é do deputado João Magalhães (PMDB-MG), que quer a convocação do governador do Ceará, Cid Gomes (PROS).

O parlamentar alega que, conforme reportagem da revista Isto É, Paulo Roberto Costa incluiu o nome do governador entre os envolvidos na corrupção na Petrobras. Também estão pendentes pedidos de cópias de documentos e mais convocações, inclusive de Marcos Valério, preso depois de ter sido condenado no processo do Mensalão.

A CPMI tem a participação de senadores e deputados e funciona paralelamente à CPI exclusiva do Senado, com idênticos objetos de investigação: irregularidades envolvendo a Petrobras entre 2005 e 2014 relacionadas à compra da Refinaria de Pasadena, nos EUA; ao lançamento no mar de plataformas inacabadas; ao pagamento de propina a funcionários da estatal; e ao superfaturamento na construção de refinarias, principalmente a de Abreu e Lima, em Pernambuco.

*Com informações da Agência Câmara

A Justiça Federal no Paraná condenou nesta quarta feira (17) a 4 anos e 4 meses de prisão o doleiro Alberto Youssef pelo crime de corrupção ativa no âmbito do caso Banestado - escândalo de evasão de divisas nos anos 1990. Alvo da Operação Lava Jato - investigação sobre lavagem de R$ 10 bilhões e corrupção na Petrobrás - Youssef sofria ainda acusação por seu vínculo com o caso do antigo banco do Estado do Paraná.

Neste caso, ele foi condenado porque obteve, em agosto 1998, empréstimo fraudulento de US$ 1,5 milhão para a Jabur Toyopar Importação e Comércio de Veículos Ltda. no Banestado, agência de Grand Cayman, mediante pagamento de propina de US$ 131 mil ao então diretor de Operações Internacionais da instituição financeira.

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A sentença é do juiz Sérgio Moro. Na mesma sentença, o doleiro foi absolvido da imputação do crime de gestão fraudulenta de instituição financeira. O juiz condenou Youssef ao regime fechado - o doleiro está preso desde 17 de março por sua ligação com a Lava Jato.

A ação contra Youssef havia sido suspensa em 2004, quando o doleiro fez delação premiada e revelou bastidores de um grande esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas por meio do Banestado.

Com a descoberta da participação de Youssef nos crimes de lavagem e corrupção no âmbito da Lava Jato, deflagrada em março pela Polícia Federal, a Justiça reabriu duas ações penais contra o doleiro, ainda da época do caso Banestado.

A condenação hoje imposta ao doleiro é oriunda de ação penal originariamente proposta em 2003 pelo Ministério Público Federal - ela foi suspensa em decorrência daquele acordo de colaboração premiada celebrado pelo Ministério Público Federal e pelo Ministério Público do Estado do Paraná com Alberto Youssef.

Em decorrência dos fatos apurados na Operação Lavajato, o acordo, a pedido do Ministério Público Federal, foi declarado rompido e a ação penal retomou o seu curso agora.

A Polícia Federal trabalha com novas pistas que podem elevar em mais R$ 2,7 milhões os recursos distribuídos na campanha eleitoral de 2010 com intermediação do doleiro Alberto Yousseff, preso no mês passado pela Operação Lava Jato. Trocas de mensagens do suspeito de comandar um esquema de lavagem de dinheiro citam mais valores e datas de doações, além do ex-presidente do PP Pedro Corrêa, condenado no processo do mensalão.

Documentos apreendidos pelos investigadores mostram que, além dos R$ 4,64 milhões encaminhados a deputados e diretórios do PP e ao PMDB de Rondônia sob intermediação de Yousseff, revelados hoje pelo jornal O Estado de S. Paulo, o doleiro teria intermediado outros repasses para destinatários ainda não identificados. A movimentação financeira será alvo de análise da Procuradoria Eleitoral.

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Uma das pistas aponta a existência de um personagem identificado apenas como "Chico Lopez". Em troca de e-mail com Yousseff, o interlocutor lista nove correlações de datas e valores que vão de julho a setembro de 2010, num total de R$ 2,669 milhões. A PF anota que será necessário identificar o destinatário desses recursos.

Cidades

Na lista de comunicações sob suspeita há uma mensagem de outro interlocutor, ainda não identificado pela PF. O título é "número das contas". O conteúdo traz uma lista de nomes, contas bancárias e valores. Pedro Corrêa aparece nesta relação como beneficiário de R$ 20 mil. Há ainda na relação um ex-funcionário da Câmara e uma servidora do Ministério das Cidades, controlado pelo PP desde o governo Luiz Inácio Lula da Silva. O total dos recursos que deveriam ser depositados é de R$ 100 mil, mas não se sabe se os funcionários seriam os destinatários ou intermediários desses recursos.

O jornal mostrou hoje que documentos da investigação mostram Yousseff intermediando contribuições da empreiteira Queiroz Galvão e da Jaraguá Empreendimentos, ambas fornecedoras da Petrobrás, ao diretório nacional do PP, às seções regionais da legenda na Bahia e em Pernambuco e aos deputados Nelson Meurer (PR), Roberto Teixeira (PE), Aline Corrêa (SP) e Roberto Britto (BA), além de Pedro Henry (MT), que renunciou ao mandato após ter ordem de prisão expedida pela condenação no processo do mensalão.

O diretório do PMDB de Rondônia, controlado pelo presidente nacional em exercício do partido, senador Valdir Raupp, também aparece na lista. Essas doações correspondem a valores declarados por partidos e candidatos à Justiça Eleitoral.

Além de suspeito de comandar o esquema de lavagem, Yousseff é investigado pela ligação com o ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa, detido na mesma operação da PF. O doleiro deu um Land Rover de R$ 250 mil ao ex-diretor e pagou despesas dele com hotel, segundo a apuração. Indicado pelo PP e com trânsito amplo no PMDB e no PT, Costa foi um dos principais operadores da construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, e é suspeito de corrupção passiva.

A reportagem voltou a procurar Pedro Corrêa e os deputados e diretórios citados nos e-mails de Yousseff que não haviam sido localizados antes, mas ninguém quis comentar o caso. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), manifestou "surpresa" com a revelação de que o doleiro Alberto Yousseff intermediou doações ao partido. Ele ressaltou que não comandava a legenda na época das doações, mas afirmou que o PP está à disposição para prestar quaisquer informações que forem requeridas pelos órgãos que investigam o caso.

"É uma surpresa. É uma figura que eu não conheço. O que posso dizer é que o partido está disposto a prestar todo o auxílio a todas as instituições que tratam do caso. Não vou fazer prejulgamentos", disse o senador. "Temos interesse em esclarecer tudo porque isso pode prejudicar a imagem do partido. Caso tenha ocorrido algum desvio, isso tem de ser apurado", complementou.

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Presidente do PP da Bahia, o deputado Mário Negromonte negou que tenha havido atuação de Yousseff na captação de recursos para o partido "Não existe intermediação através do Alberto Yousseff. A intermediação foi com a empresa. Sou pernambucano e conheço muita gente da Queiroz Galvão", afirmou.

O deputado Nelson Meurer (PP-PR) afirmou que a doação foi recebida após um pedido feito por ele ao diretório nacional do partido. "Eu fiz a solicitação ao partido. Até me ligaram para dizer que a Queiroz Galvão só faria a doação de forma legal e eu respondi dizendo que era justamente o que eu queria. Foi tudo pelo partido", disse o deputado ao jornal O Estado de S.Paulo.

O presidente em exercício do PMDB, Valdir Raupp (RO), não retornou as ligações, assim como o senador Francisco Dornelles (RJ), presidente do PP em 2010. Os deputados Aline Corrêa, Roberto Teixeira e Roberto Brito não foram localizados. Pedro Henry e Pedro Corrêa estão presos. Seus advogados foram procurados, mas não foram localizados.

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