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Após a maior ação das milícias contra o transporte público e depois do envio de 300 agentes da Força Nacional e 270 policiais rodoviários federais para reforçar a segurança no Rio, o governo federal estuda enviar mais integrantes das Forças Armadas para o Estado. Além disso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que avalia a hipótese de criar o Ministério da Segurança Pública, pasta separada da Justiça, conforme explicou no programa semanal Conversa com o Presidente, do Canal Gov.

Segundo Lula, o governo federal analisa como interagir com os governos estaduais, que são legalmente responsáveis pela segurança. "Vamos discutir como é que a gente pode participar mais, como acionar mais a PF (Polícia Federal), como pode fortalecer a Força Nacional, como pode utilizar as Forças Armadas participando como força auxiliar, sem passar a ideia para a sociedade de que Forças Armadas foram feitas para combater o crime organizado. Não é esse o papel das Forças Armadas e não vamos fazer isso", disse Lula. O ministro da Casa Civil, Rui Costa, também confirmou que está em estudo um ministério para cuidar exclusivamente da Segurança Pública.

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DETALHE

Em relação ao uso das Forças Armadas no Rio, não se trata de fazer nova intervenção federal, como a que foi decretada em fevereiro de 2018 por Michel Temer. Segundo o presidente Lula e o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, os integrantes das Forças Armadas teriam a função de complementar o policiamento, que continuaria sob o comando do Estado. Durante a intervenção, o general Walter Braga Netto foi nomeado secretário de Segurança.

"Está em debate nesse momento no governo (...) o eventual ingresso das Forças Armadas (na segurança pública do Rio de Janeiro), com papel complementar. Nós não podemos e não vamos substituir o papel do governo do Estado, em respeito à Constituição, à autonomia federativa, mas nós estamos apoiando, e a diretriz do presidente Lula é aumentar esse apoio, quem sabe até, nos próximos dias, com a participação das Forças Armadas para nos ajudar nesse trabalho, complementar aquilo que as forças policiais vêm fazendo", afirmou o ministro.

"Nós não queremos pirotecnia, não queremos fazer uma intervenção no Rio de Janeiro como já foi feito e que não resultou em nada", afirmou Lula. "Nós não queremos tirar a autoridade do governador, tirar a autoridade do prefeito. O que nós queremos é compartilhar com eles, trabalhar junto com eles uma saída." O presidente ainda afirmou que "esse governo não vai se esconder e dizer que é só problema dos Estados". "Eu já conversei com o Flávio Dino e vou conversar com o Múcio (Defesa). Vamos usar a estrutura dos Ministérios da Justiça e da Defesa para ajudar a combater o crime organizado e a milícia no Rio."

As medidas são anunciadas após uma série de ataques de milicianos queimarem 35 ônibus, e paralisarem linhas de ônibus e trens, supostamente como represália após a morte do sobrinho de um dos líderes da organização. Pesquisas internas mostraram desgaste do governo com o tema da segurança pública. Os sucessivos problemas de segurança na Bahia e no Rio, apesar de serem questões estaduais, vêm pressionando o governo federal a agir.

FORÇA-TAREFA

No fim da tarde, o secretário executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Cappelli, que está no Rio, reuniu-se com o governador Cláudio Castro (PL) e debateu uma proposta, apresentada por Castro, para criar uma força-tarefa especializada em identificar e confiscar os bens das facções criminosas. "Seria um grupo de inteligência, composto por órgãos estaduais e federais, para enfrentar os crimes financeiros e de lavagem de dinheiro. As organizações criminosas utilizam técnicas variadas para lavar o dinheiro, e asfixiar financeiramente essas organizações é decisivo para desmontar essas quadrilhas", disse o secretário. Além dos agentes da Força Nacional e da Polícia Rodoviária Federal, estão no Rio 20 policiais civis voltados a investigar pessoas ligadas ao crime organizado ou ao tráfico de drogas e de armas.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) retomará na próxima quinta-feira (26) o terceiro julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Os ministros começaram a analisar à noite ações que atribuem a Bolsonaro de abuso de poder político, abuso de poder econômico e conduta vedada nas comemorações do dia 7 de setembro de 2022.

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A sessão foi ocupada pelas sustentações orais dos advogados, pela leitura dos relatórios - documentos que reconstituem o histórico de tramitação das ações - e pela apresentação do parecer do Ministério Público Eleitoral. Os ministros não chegaram a votar.

O vice-procurador-geral Eleitoral, Paulo Gustavo Gonet Branco, reiterou o parecer enviado ao TSE e defendeu a condenação do ex-presidente por usar a estrutura pública para ter vantagem das eleições.

"Houve uma intencional mescla dos eventos oficiais com os particulares de campanha que os sucederam quase que imediatamente", argumentou. "Notou-se a proximidade física e cronológica dos eventos a ponto de se embaçar alguma linha divisória que tivesse sido estipulada entre eles."

Gonet argumentou que apoiadores pessoais de Bolsonaro estiveram presentes nos palanques oficiais e que a campanha do ex-presidente tentou 'sensibilizar multidões de eleitores' para os atos de campanha.

Outro argumento do procurador é que o ex-presidente teria tentado passar a impressão de proximidade com as Forças Armadas, também em benefício da própria candidatura.

"A associação do candidato com o sugerido apoio das Forças Armadas se revela de sensível gravidade para a regularidade das eleições, tanto mais quando o candidato timbrava em pôr em dúvida a legalidade do sistema de votação e, notoriamente, mais do que sugeria para as Forças Armadas o exercício extravagante da tarefa de árbitro de suas queixas", afirmou.

A sessão da próxima quinta será retomada com o voto do ministro Benedito Gonçalves, corregedor da Justiça Eleitoral, que é o relator das ações.

É a terceira leva de processos contra Bolsonaro em julgamento no Tribunal Superior Eleitoral. O ex-presidente já foi condenado e declarado inelegível por atacar as urnas eletrônicas e atacar o sistema eleitoral. Bolsonaro foi absolvido em um segundo bloco de ações, que o acusavam de usar o cargo para fazer campanha na eleição de 2022. Ele ainda é alvo de outros nove processos.

Uma nova condenação não afetará concretamente o destino político do ex-presidente. Se for sentenciado novamente à inelegibilidade, será pelo mesmo período, ou seja, as punições neste caso não são somadas.

As ações relacionadas ao 7 de setembro são movidas pelo PDT e pela senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS). Bolsonaro é acusado de usar cerimônias oficiais do bicentenário da Independência, em Brasília e no Rio de Janeiro, como palanque eleitoral.

O ex-presidente participou do desfile cívico-militar no Distrito Federal e, em seguida, participou de comício em um trio elétrico a poucos metros do evento. Na parte da tarde, viajou para o Rio e discursou em um palanque na praia de Copacabana. O desfile, tradicionalmente organizado na avenida Presidente Vargas, no centro da cidade, foi movido para a orla, reduto de manifestações bolsonaristas e contra o PT.

Acusação

O advogado Walber de Moura Agra, coordenador jurídico do PDT, falou em nome do partido e defendeu a condenação de Bolsonaro. Ele afirmou que o ex-presidente usou o dinheiro público, a estrutura do governo federal, a publicidade institucional e a TV Brasil para promover sua candidatura à reeleição.

"Nós estávamos comemorando os 200 anos da Independência do Brasil, nossa festa cívica mais importante, e essa festa foi profanada. Utilizou-se valores cívicos, militares e patrióticos para impulsionar uma candidatura presidencial", argumentou. "Esse procedimento permitiu o que? O proselitismo político."

A advogada Marilda de Souza Silveira, que representa a senadora Soraya Thronicke, foi na mesma linha e afirmou que Bolsonaro misturou o público e o privado e tentou fundir as cerimônias oficiais com os eventos de campanha.

"O que se viu foi o uso, com todo respeito, descarado da posição de chefe de Estado e estrutura dimensionada para o maior e mais importante evento cívico daquele ano com o objetivo claro de impulsionar a campanha", afirmou na tribuna. "O ex-presidente fez o que de mais grave um presidente da República pode fazer: explorar a sua atuação como chefe de Estado para fazer crer que a força do Estado lhe pertence, que o patriotismo é patrimônio seu."

Defesa

O advogado Tarcisio Vieira de Carvalho Neto falou em nome de Bolsonaro. Ele negou que o ex-presidente tenha interferido na mudança do local das comemorações do bicentenário no Rio. Também alegou que os eventos de campanha e institucionais foram delimitados. Afirmou ainda que o uso da TV Brasil foi 'fortuito' e que houve aumento nos gastos com as comemorações porque a data era simbólica, em homenagem aos 200 anos da Independência.

"Ainda que essas opiniões externadas na fase eleitoral do dia possam parecer exageradas aos olhos e aos ouvidos mais sensíveis, elas fazem parte da liberdade de expressão. A chave para a solução dessa questão está no vigoroso e disciplinado isolamento dos atos praticados ao longo daquele dia", afirmou.

Ao menos 35 ônibus foram incendiados na tarde desta segunda-feira, na zona oeste do Rio, segundo a prefeitura da capital e a polícia fluminense. O governador Cláudio Castro anunciou que 12 homens foram presos colocando fogo nos coletivos.

Segundo a Polícia Civil, os ataques foram praticados por um grupo de milicianos em represália à morte do vice-líder da quadrilha, ocorrida horas antes, durante um confronto com policiais civis em uma favela de Santa Cruz, bairro da zona oeste." Às 18h40, o município do Rio entrou em estágio de atenção, o terceiro de uma escala de cinco, o que significa que uma ou mais ocorrências já afetavam a rotina de parte da população.

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HIERARQUIA

Matheus da Silva Resende, de 24 anos, é sobrinho de Luis Antônio da Silva Braga, o Zinho, que desde 2021 é o líder do principal grupo miliciano que atua no Rio. Resende, conhecido como Teteu ou Faustão, era o segundo na hierarquia do grupo, segundo a polícia.

Ele foi morto durante confronto com policiais civis da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), o grupo de elite da Polícia Civil fluminense, e do Departamento Geral de Polícia Especializada (DGPE), na Favela Três Pontes, em Santa Cruz. Nessa mesma operação, uma criança de 10 anos foi atingida de raspão na perna por uma bala perdida.

Depois da morte, os ônibus começaram a ser atacados e incendiados. O Centro de Operações Rio (COR-Rio), órgão da prefeitura que monitora a cidade por meio de câmeras, informou que o primeiro ônibus que pegou fogo estava na Rua Felipe Cardoso, na altura do BRT Cajueiros, em Santa Cruz, na zona oeste.

Segundo o sindicato das empresas de ônibus, esse já é o maior ataque a ônibus da história do município do Rio. São 20 de linhas municipais, 5 do BRT e 10 avulsos, de fretamento. Pneus também foram incendiados e veículos atravessados em vias expressas. No BRT Transoeste, corredor de ônibus que atende a zona oeste, apenas duas linhas estavam funcionando à tarde. As demais foram interrompidas.

Pelo menos 32 escolas interromperam as aulas em função dos ataques. Estações de trem na zona oeste foram fechadas entre Benjamim do Monte e Santa Cruz. Os trens circulavam somente entre as Estações Central e Campo Grande. Um trem chegou a ser abordado por bandidos nas proximidades da estação de Tancredo Neves. O maquinista foi obrigado pelos bandidos a abrir a porta, descer da composição e teve de retornar à estação. Os criminosos atearam fogo à cabine.

'HOMEM DE GUERRA'

Mais cedo, o governador Cláudio Castro havia parabenizado os policiais que participaram da operação que resultou na morte de Matheus da Silva Rezende. "Não vamos parar! Nossas ações para asfixiar o crime organizado têm trazido resultados diários", disse. "Hoje demos um duro golpe na maior milícia da zona oeste. Além do parentesco com o criminoso, ele atuava como 'homem de guerra' do grupo paramilitar, sendo o principal responsável pelas guerras por territórios que aterrorizam moradores no Rio."

O prefeito do Rio, Eduardo Paes, por sua vez, desqualificou os milicianos nas redes sociais. "Quando o sujeito além de bandido é burro", escreveu.

"Milicianos na zona oeste queimam ônibus públicos, pagos com o dinheiro do povo para protestar contra a operação policial. Quem paga é o povo trabalhador. E, para piorar, tivemos de interromper o transporte na zona oeste para que não queimem mais ônibus. Ou seja, os únicos prejudicados: moradores das áreas que eles dizem proteger! Essa gente precisa de uma resposta muito firme das forças policiais!"

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um atropelamento na Avenida Rio Branco, esquina com a Rua dos Gusmões, na região da Cracolândia, no centro de São Paulo, deixou ao menos 16 pessoas feridas na noite deste domingo (22) de acordo com o Corpo de Bombeiros. Entre os feridos, ao menos três sofreram fraturas expostas nas pernas.

A Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP) disse que um homem de 30 anos teve seus pertences roubados quando passava de carro pelo local com sua família. Em uma tentativa de fuga, ele atropelou as pessoas que vieram para cima de seu carro.

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"Policiais militares foram acionados para atender a ocorrência, e no endereço indicado identificaram que a vítima estava em seu veículo VW/Virtus, quando, ao parar em um cruzamento, foi abordada por indivíduos que estavam saindo do fluxo da Cracolândia. Os autores quebraram o vidro do carro e roubaram a bolsa de sua esposa e seu aparelho celular, que estava com uma criança no banco traseiro", disse a pasta.

Para socorrer as vítimas, onze viaturas do Corpo de Bombeiros e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foram encaminhadas para o local. Os feridos foram levados para hospitais da região central.

O homem, por sua vez, encontrou uma viatura da Polícia Militar e comunicou os fatos, deixando o local posteriormente. Uma das placas do veículo caiu na via e foi apreendida para perícia.

O caso foi registrado como roubo a interior de veículo e lesão corporal culposa na direção de veículo automotor pelo 2º DP (Bom Retiro).

Levantamento feito pelo Estadão com base em mapeamento da Prefeitura mostra que a aglomeração de usuários de drogas se fixou em ao menos 11 vias só neste ano. O fluxo chegou a diminuir no fim do primeiro semestre, mas voltou a crescer entre julho e setembro.

A Cracolândia passa o dia na Rua dos Protestantes, entre Santa Ifigênia e Luz. De noite, os usuários voltam para a Rua dos Gusmões, no cruzamento com a Avenida Rio Branco, um dos trechos mais ocupados pelo fluxo no ano, e onde ocorreu o atropelamento deste domingo.

Além dos roubos a pedestres, muitos usuários atuam como "quebra-vidros", modalidade de furto a carros.

Israel autorizou nesta quarta-feira (17) a entrada de ajuda humanitária em Gaza a partir do Egito, após pressão de aliados internacionais, principalmente do presidente dos EUA, Joe Biden, que esteve ontem em Tel-Aviv reunido com o premiê, Binyamin Netanyahu. A decisão acaba com dez dias de cerco total ao enclave em um conflito que já matou 4,6 mil pessoas - 1,4 mil israelenses e 3,2 mil palestinos.

O governo de Israel, porém, impôs uma condição: carregamentos limitados que não devem chegar às mãos do Hamas - embora não se saiba como os militares israelenses fariam esse controle. O acordo foi anunciado por Biden. Antes de embarcar de volta para os EUA, ele falou por telefone como presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sissi, que deu sinal verde para a operação.

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Segundo Biden, o Egito permitiria a entrada de 20 caminhões de ajuda humanitária como um teste, mas sem dizer quando. "Se os militantes do Hamas interceptarem a ajuda, ela será encerrada. Mas, se não o fizerem, o Egito deixará entrar mais suprimentos", disse o presidente americano.

Apoio

O Egito é o único país - além de Israel - que faz fronteira com Gaza, por isso qualquer decisão deve passar necessariamente pelo aval do Cairo. O governo egípcio, por enquanto, se mantém irredutível quanto a abrir a passagem para refugiados. Sissi teme que os palestinos sejam impedidos de voltar futuramente ao enclave.

Ontem, Sissi afirmou que a presença de palestinos no Sinai, do lado egípcio da fronteira, criaria um outro problema: caso eles disparassem foguetes contra Israel, o Egito estaria sujeito a eventuais bombardeios israelenses. O presidente do Egito, no entanto, sugeriu que não se oporia à criação de campos de refugiados de Gaza no Deserto de Negev, dentro de Israel, para esvaziar o enclave e facilitar uma invasão por terra.

A decisão de permitir a entrada de ajuda humanitária foi tomada horas depois de um foguete destruir o hospital Al-Ahli, em Gaza, matando cerca de 500 palestinos. Israel diz ter provas de que a explosão foi causada por um artefato defeituoso lançado pela Jihad Islâmica, que atua muitas vezes em coordenação com o Hamas.

Ontem, Biden endossou a versão israelense. "Fiquei profundamente indignado com a explosão do hospital em Gaza", disse o presidente americano, ao lado de Netanyahu. "Mas, com base no que vi, parece que ela foi causada pelo outro time, não por você."

Os palestinos responsabilizam um ataque aéreo de Israel pela destruição do hospital. A Jihad Islâmica diz que não fez lançamentos no momento da explosão.

No passado, foguetes palestinos já falharam e atingiram civis em Gaza. Israel afirma que, desde que a guerra começou, mais de 400 caíram dentro do enclave. Ao mesmo tempo, funcionários da ONU e médicos afirmaram que o hospital Al-Ahli já havia sido atacado antes por Israel. Nenhuma das versões pode ser verificada de maneira independente.

Despedida

Antes de deixar Israel, Biden fez um discurso emocionado sobre o conflito e a alertou para o risco de deixar a indignação coletiva influenciar as decisões dos israelenses. "Vocês sentem raiva, mas não se deixem consumir por ela. Depois do 11 de Setembro, nós ficamos com raiva nos EUA. Enquanto buscávamos justiça, também cometemos erros." (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governo brasileiro enviou, na tarde desta quinta-feira (12), um avião VC-2 (Embraer), da Presidência da República, para o resgate de cerca de 20 pessoas que estão sitiadas na Faixa de Gaza. A aeronave partiu em direção a Roma, onde vai aguardar a autorização para buscar os brasileiros no Egito.

O avião tem capacidade para 40 passageiros e partiu por volta de 16h30. A previsão é que ele chegue em Roma, na Itália, por volta das 6h (hora local). Segundo o Itamaraty, a aeronave foi acionada de emergência enquanto a diplomacia negocia uma janela para a retirada dos brasileiros de Gaza.

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Cerca de 20 brasileiros demonstraram o interesse de deixar a Faixa de Gaza, após o início do conflito entre o Hamas e Israel. O exército israelense fez um cerco ao território e cortou o fornecimento de combustível e energia elétrica.

Segundo o Itamaraty, a maior parte dos brasileiros identificados em Gaza está alojada em uma escola e são mulheres e crianças. O número de interessados, que chegou a 30, agora gira em torno de 22. Eles foram atendidos com alimentos, colchões e roupas de cama.

A embaixada brasileira em Tel Aviv solicitou formalmente ao governo de Israel que o local não seja alvo de bombardeios. Enquanto isso, a diplomacia negocia com o Egito a retirada deles por terra, por uma passagem pela cidade de Rafah.

O ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira, falou ao telefone com o chanceler egípcio Sameh Shoukry nesta quarta-feira, 11, e pediu autorização para que os brasileiros façam o trânsito pelo país. De lá, eles seriam conduzidos até o aeroporto, que fica a cerca de 50 quilômetros da fronteira, e embarcados para o Brasil. O primeiro sinal foi positivo e agora o governo trabalha para viabilizar a retirada.

Nesta quinta-feira, 12, pela manhã, o assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência, Celso Amorim, conversou com a assessora de segurança nacional do Egito, Faisa Aboul Naga.

Um dos obstáculos para a passagem dos brasileiros é que a cidade de Rafah foi alvo de bombardeios nos últimos dias, e o governo egípcio afirma que não há condições físicas - as estradas estão danificadas - e em segurança para o trânsito de civis na região. Nesta quinta, o chanceler egípcio, Shoukry, fez um pronunciamento em que afirmou que a fronteira do país com Gaza está aberta para questões humanitárias e fez um apelo a Israel para evitar bombardeios na região.

As identidades de 28 brasileiros que estão em Gaza e que manifestaram o desejo de serem repatriados foram entregues pela embaixada do Brasil no Cairo ao governo egípcio. Uma das preocupações das autoridades do Egito é que terroristas entrem no país junto com refugiados, por isso o assunto é delicado.

O Itamaraty informou que já contratou veículos para o transporte dos brasileiros até a fronteira egípcia e aguarda apenas a autorização do país.

A retirada de civis sitiados em Gaza pela fronteira com o Egito é um dos assuntos que o Brasil vai levar para a reunião do Conselho de Segurança da ONU, convocada para esta sexta-feira, 13, em Nova York. Os países vão discutir a viabilidade de se criar um corredor seguro para o deslocamento de civis.

Neste momento, a saída de pessoas de Gaza pelo lado israelense está completamente bloqueada, o que restringe o acesso ao lado egípcio.

Para viabilizar o corredor humanitário pesam, no entanto, questões geopolíticas, como a tentativa do Egito de se manter distante do conflito entre Israel e o Hamas. A diplomacia brasileira tem sustentado que a prioridade neste momento é salvar vidas de civis e evitar uma escalada ainda maior da guerra.

Em meio à queda de braço entre o Supremo Tribunal Federal e o Congresso, a abertura da sessão plenária da Corte máxima na tarde desta quinta, 5, foi marcada pela exaltação dos líderes dos Três Poderes à Constituição, que completa 35 anos, e um afago do ministro Luís Roberto Barroso aos presidentes do Senado e da Câmara.

Após um prólogo da atriz Fernanda Montenegro - que, em vídeo, leu trechos da lei maior - o vice-presidente da República Geraldo Alckmin e os presidentes do Senado e da Câmara, Rodrigo Pacheco e Arthur Lira, discursaram sobre os avanços da Carta Magna. Os parlamentares enfatizaram o papel do Legislativo e a separação de poderes.

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Em resposta, Barroso afirmou que os Poderes vivem em 'parceria institucional': "Não existem poderes hegemônicos."

O presidente do STF destacou a simbologia de uma solenidade com a presença da cúpula do Executivo, Legislativo e Judiciário durante a celebração dos 35 anos da Constituição. Em seguida, fez um desagravo a Lira e Pacheco, exaltando os pronunciamentos dos parlamentares quando das eleições e dos atos golpistas do 8 de janeiro.

"Estamos celebrando os 35 anos da Constituição Federal, um período de muitas conquistas e desafios. Entre as conquistas, gosto de lembrar da estabilidade institucional, sempre num motivo de comemoração em um País em que as quebras da legalidade marcaram todo o período republicano. De modo que é impossível exagerar na importância desses 35 anos de democracia e estabilidade que nós temos vivido, apesar de um susto ou outro", assinalou.

Barroso lembrou de 'vitórias' em matérias de direitos humanos e direitos fundamentais, mas, de outro lado, destacou 'desafios importantes' a serem enfrentados no País: a pobreza extrema, com 30% da população em insegurança alimentar; as 'desigualdades profundamente injustas' - com menção a um estudo que mostra que 'seis pessoas no País possuem a riqueza da metade da população' -; e a violência urbana e o crescente crime organizado.

Segundo o presidente do STF, a Constituição 'fez o Executivo voltar a seu 'tamanho normal', o Legislativo ocupar o espaço que verdadeiramente lhe pertence e produziu uma isenção institucional importante do Judiciário'.

"Como eu, o presidente Pacheco e o presidente Lira, estamos em pleno acordo: não existem poderes hegemônicos, nós todos vivemos em parceria institucional, pelo bem do Brasil, como deve ser a vida democrática", frisou.

Barroso finalizou seu discurso dizendo que a história é um 'caminho que se escolhe, que se traça'.

"Estamos aqui procurando empurrar a história na direção certa. Acho que andamos na direção correta, ao longo do tempo, embora não na velocidade desejada. Compartilhamos a impaciência em fazer o Brasil chegar no lugar que nós achamos que ele merece. O futuro atrasou um pouco, mas acho que ainda está no horizonte e é pra lá que nós vamos", ponderou.

O que disseram Alckmin, Lira e Pacheco sobre Constituição de 1988

O vice-presidente da República Geraldo Alckmin afirmou que a Constituição de 1988 deu 'voz aos injustiçados e oprimidos, assegurou oportunidades e foi inspirada pelas ruas, com a cara do povo brasileiro, feitas pelas mãos do povo'. "Ela não promete demais, nós é que fizemos de menos. Estamos em débito com o futuro que a Constituição prevê", indicou.

Ao lado do presidente do STF, Alckmin exaltou o papel da Corte como guardiã maior da Constituição. "Que as lições deixadas por essa ultima quadra do processo eleitoral nos permitam aprender que somos um povo vocacionado para a paz, a liberdade e a justiça e que o caminho mais seguro para alcançar esse ideal é a via legitima da democracia", frisou.

Em um clima tensão com o Judiciário, os presidentes do Senado e da Câmara, Rodrigo Pacheco e Arthur Lira, participaram da solenidade. O Congresso trava um embate com o Judiciário na discussão de temas como o aborto e o marco temporal. Nesta quarta, 4, o Senado aprovou uma PEC para conter decisões monocráticas nos tribunais superiores. Em paralelo, parlamentares voltam a sugerir mandatos por tempo limitado para os integrantes da Corte.

Pacheco exaltou a Constituição dos 'direitos e garantias individuais, que garante o direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e propriedade'. Ponderou que a maior função do STF é proteger a Constituição e frisou que, 'no contexto da separação de poderes', a Corte é 'fundamental na defesa da jovem e tão testada democracia'. Com relação ao 8 de janeiro, o presidente do STF disse ainda que as 'instituições foram testadas e mostraram força'.

Já Arthur Lira destacou o esforço do Congresso para manter a Constituição 'viva e sempre atual', com um 'contínuo processo de dialogo e formação de consensos. "A ninguém é dado o direito de descumprir a Constituição Federal", indicou.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou que tanto a indicação do ministro da Justiça, Flávio Dino, quanto a do presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, para o Supremo Tribunal Federal (STF) seriam um "prestígio" para a Casa.

"Especificamente sobre a pergunta do Dino, não podemos esquecer que ele é também um senador. Então, é também um prestígio ao Senado Federal ter um dos nossos membros como indicado, assim como Bruno Dantas, que é egresso desta Casa. Seria um sinal de prestígio ao Senado", disse Pacheco a jornalistas nesta segunda-feira, 2.

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Os dois são nomes cotados para a vaga que se abre no STF com a aposentadoria da ministra Rosa Weber. Dantas atuou como consultor legislativo do Senado e Dino se licenciou do cargo de senador para assumir o comando do Ministério da Justiça do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Além deles, o advogado-geral da União, Jorge Messias, é outro favorito para o Supremo.

Também está pendente de escolha pelo presidente Lula do novo procurador-geral da República. Augusto Aras ocupou a cadeira por quatro anos e tentou se aproximar do Planalto em busca de uma recondução, sem sucesso. Na última sexta-feira, 29, Lula fez uma cirurgia no quadril e nas pálpebras. Os dois anúncios - do novo PGR e do novo ministro do STF - devem ser feitos depois da recuperação do chefe do Executivo.

Mandato fixo no Supremo

Também nesta segunda-feira, Pacheco defendeu a criação de um mandato fixo para os ministros do Supremo. "Seria bom para o Poder Judiciário, para a Suprema Corte do nosso País, para a sociedade brasileira, termos uma limitação ao mandato de ministros do Supremo", disse o senador.

A pauta foi colocada como uma das prioridades na primeira reunião de líderes da nova legislatura, realizada em março deste ano. "Essa é uma tese aplicada em outros países do mundo e, inclusive, defendida por ministros e ex-ministros do Supremo Tribunal Federal, e eu acho que é uma tese possível de ser debatida no Senado Federal", disse Rodrigo Pacheco nesta segunda.

Gilmar Mendes, decano do STF, criticou a ideia. O ministro disse que a mudança é inoportuna, por ser trazida "após vivenciarmos uma tentativa de golpe de Estado". O magistrado disse que o estabelecimento dos mandatos transformaria a Corte em "uma agência reguladora desvirtuada".

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) divulgou nesta quinta-feira (28) a lista de planos de saúde que terão a venda temporariamente suspensa, em razão de reclamações relacionadas à cobertura assistencial. A medida faz parte do monitoramento de garantia de atendimento. Dessa vez, a agência determinou a suspensão de 38 planos de 10 operadoras com base nas reclamações efetuadas no segundo trimestre deste ano. A proibição da comercialização começa a valer na próxima terça-feira (3).

"Ao todo, 394.313 beneficiários ficam protegidos com a medida, já que esses planos só poderão voltar a ser comercializados para novos clientes se as operadoras apresentarem melhora no resultado no monitoramento", afirma Alexandre Fioranelli, diretor de Normas e Habilitação dos Produtos da ANS, Alexandre Fioranelli.

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Além das suspensões, a ANS também divulgou a lista de planos que poderão voltar a ser comercializados. Ao menos, 12 planos de seis operadoras terão a venda liberada pelo monitoramento da garantia de atendimento.

Entre 1º de abril e 30 de junho deste ano, foram recebidas mais de 58 mil reclamações.

Confira a lista dos planos com comercialização suspensa

A ANS recomenda que o consumidor não contrate os planos de saúde da lista abaixo. Se receber oferta para adquirir um desses planos, é preciso formalizar uma denúncia junto à ANS.

Federação das Sociedades Cooperativas de Trabalho Médico do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia e Roraima

473379157 Novo Univida I - Apto

473380151 Novo Univida I - Enferm

473360156 Univida Coletivo - Por Adesão - Apto

473361154 Univida Coletivo - Por Adesão - Enferm

477454170 Univida Coletivo - Por Adesão IV - Apto

473362152 Univida Empresarial III - Apto

473363151 Univida Empresarial III - Enferm

Unimed Vertente do Caparaó - Cooperativa de Trabalho Médico Ltda

485570201 Nacional Adesao Pós - Enf

Atívia Serviços de Saúde S/A

473295152 Essencial Empresarial Enfermaria Coparticipativo

Alvorecer - Associação de Socorros Mútuos

485855207 Blue Med - PME litoral (Enfermaria)

479199171 Blue Med Santos Standard

480213186 Global Standard

479472179 PJ - Blue Med SP Standard

465778111 Platinum Blue Standard

465691111 Premium Plus Standard

465690113 Premium Standard

Unimed Maranhão do Sul - Cooperativa de Trabalho Médico

474301156 Unifacil Plus - Ades + Enf + Cp

Unihosp Saúde Ltda

478739171 Executivo 100 Individual Familiar Enfermaria

478740174 Executivo 300 Coletivo Empresarial Enfermaria

Unimed-Rio Cooperativa de Trabalho Medico do Rio de Janeiro

401806981 Unimed Alfa

467683121 Unimed Alfa 2

467691122 Unimed Alfa 2

487586209 Unimed Alfa 2 Ad

467675121 Unimed Alfa 2 PPE

467669126 Unimed Beta 2

467685128 Unimed Beta 2

467687124 Unimed Delta 2

467679123 Unimed Delta 2 PPE

467681125 Unimed Personal Quarto Coletivo 2

467689121 Unimed Personal Quarto Coletivo 2

487582206 Unimed Personal Quarto Coletivo 2 Ad

483647192 Unimed Singular

433457004 Unipart Alfa

468250125 Unipart Personal Quarto Coletivo 2

480415185 Unipart Singular Emp

Santo André Planos de Assistência Médica Ltda

456407073 Rubi

Associação Assistencial de Saúde Suplementar Cruz Azul Saúde

434094009 Rubi Individual/Familiar - Enfermaria com Obstetrícia

Santa Rita Sistema de Saúde Ltda

435791014 Santaris

No mesmo período, alguns planos foram reativados. Veja aqui a lista. A ANS também afirma que alguns planos que já estavam suspensos por outros motivos também foram suspensos pelo monitoramento da garantia de atendimento. Confira aqui mais detalhes. Há ainda alguns planos liberados pelo monitoramento da garantia de atendimento, mas que continuam suspensos por outros motivos.

A artroplastia de quadril, procedimento cirúrgico a que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva será submetido nesta sexta-feira (29), tem índices altos de satisfação e baixa taxa de complicações. A cirurgia consiste na remoção da ponta do fêmur do paciente e na inserção de duas próteses, uma na cabeça do osso e outra, em formato de taça, no ponto em que ele se encaixa na bacia.

Segundo médicos ouvidos pelo Estadão, após a operação, muitos pacientes até se questionam por que não fizeram a cirurgia antes. Só no Sistema Único de Saúde são realizadas, em média, 20 mil cirurgias desse tipo por ano. Como o procedimento é complexo, existem riscos, mas a taxa de mortalidade é baixa. Para evitar efeitos adversos após a operação, o paciente precisa seguir uma série de cuidados.

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Reconstrução

De acordo com os médicos, o quadril é uma articulação - local de união de dois ossos. O encontro em questão é entre a cabeça do fêmur - o osso mais longo do corpo, na coxa - e a bacia, em área chamada acetábulo, que conecta a coluna vertebral aos membros inferiores.

A cirurgia de Lula tem como objetivo reconstruir o encontro dos ossos, que foi desgastado pela artrose - condição que, cientificamente, é denominada osteoartrite. "Algumas pesquisas chegam a falar que 5% da população mundial convive com algum grau de artrose em alguma articulação", disse Leandro Ejnisman, ortopedista especializado em quadril do Hospital Israelita Albert Einstein.

Incisão

A operação começa com uma incisão de 10 a 15 centímetros na perna, que pode ser na região anterior (pela frente), lateral ou posterior (na parte de trás). A posterior é a abordagem mais usada no Brasil, mas a decisão tem mais a ver com a preferência do cirurgião. Depois, são feitos o corte do fêmur, a raspagem do acetábulo e a inserção das próteses.

Em média, o paciente fica três dias internado após a cirurgia e o ideal é que volte logo a caminhar. Alguns começam a fisioterapia no mesmo dia da operação, mas é mais frequente que os primeiros passos, com muleta ou andador, ocorram no dia seguinte.

Na terça-feira (26), Lula afirmou que só se mostrará em público após a recuperação. "Vocês não vão me ver de andador, de muleta, vão me ver sempre bonito."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O mandato de Augusto Aras à frente da Procuradoria-Geral da República (PGR) encerra nesta terça-feira, 26, depois de quatro anos marcados por polêmicas. Indicado fora da lista tríplice da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) por Jair Bolsonaro (PL), Aras tem sido alvo de críticas da oposição ao ex-presidente por supostamente protegê-lo ao não dar andamento a denúncias como as investigações da CPI da Covid ou indícios de corrupção na saúde e educação durante o governo anterior.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda não indicou um sucessor para o principal cargo do Ministério Público. Seja qual for o nome, ele será o responsável por pedir a abertura de investigações contra o próprio Lula, como Aras foi para Bolsonaro.

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Entre especulações sobre a recondução de Aras ao posto e dúvidas se Lula seguirá a lista tríplice da Associação dos Procuradores, o cargo deverá ser ocupado interinamente pela subprocuradora-geral Elizeta Maria de Paiva Ramos a partir da quarta-feira, 27.

Quem deve ocupar a cadeira de Aras na PGR?

As especulações sobre quem será o novo procurador-geral da República começam pela lista tríplice apresentada pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR). Tradicionalmente, a organização elege três procuradores do Ministério Público Federal e, entre eles, o presidente escolhe quem deve ocupar a cadeira para um mandato de dois anos.

O órgão anunciou, ainda no final de junho, que o pleito interno teve como eleitos os subprocuradores-gerais da República Luiza Frischeisen (647 votos), Mario Bonsaglia (636) e Nicolao Dino (587).

Seguir a indicação do MPF é uma prática tradicional, esperada do presidente da República, mas não é uma obrigação, como mostrado pelo ex-presidente Bolsonaro, que inaugurou a prática de ignorar a lista em 2019, ao indicar Aras para substituir a procuradora Raquel Dodge. Fez o mesmo em 2021, ao reconduzir o PGR para o cargo.

Tanto Luiza Frischeisen quanto Mario Bonsaglia já ocuparam o primeiro lugar de listas tríplices encaminhadas à Presidência da República durante o mandato de Bolsonaro. Luiza foi a primeira escolha da classe em eleição realizada em 2021. Bonsaglia, em 2019. Em ambos os anos, o então presidente ignorou a indicação e colocou Aras na PGR.

Há indicativos de que Lula também não seguirá a lista tríplice. Em março deste ano, o presidente disse em uma entrevista que a escolha será pessoal. Já em julho, o líder do PT no Senado, Jaques Wagner (BA), afirmou que "não tem lista para a PGR, a decisão é do presidente Lula". Wagner também elogiou Aras, sinalizando que há possibilidade de recondução ao cargo. "Prestou importante serviço ao Brasil", disse o senador.

A ideia é criticada por aliados de Lula e por membros do governo. A ministra do Planejamento, Simone Tebet, afirmou que uma possível recondução do PGR seria um "desastre".

Como mostrou a Coluna do Estadão, há um quarto nome, fora da lista tríplice, que disputa o cargo. É o subprocurador Carlos Frederico Santos, responsável pelo oferecimento das denúncias criminais contra os manifestantes do 8 de Janeiro, quando as sedes dos Três Poderes em Brasília foram atacadas.

Outro nome especulado para o cargo é o do procurador Antonio Carlos Bigonha, pianista e compositor que já teve canções gravadas por Nana Caymmi. Como mostrado pelo Estadão, ele aparece como um favorito da cúpula do PT para ocupar cadeira de Aras e é e amigo de José Genoino e José Dirceu.

Suposto alinhamento ao governo Bolsonaro

Durante seu período à frente da PGR, Aras sofreu duras críticas dos opositores de Bolsonaro sobre um suposto favorecimento ao então presidente. Ao indicar o procurador, Bolsonaro chegou a dizer que ele seria a "rainha" no xadrez de seu governo. Na prática: a peça mais poderosa na defesa do "rei".

A Procuradoria-Geral da República é, pela lei, a única entidade com o poder de oferecer denúncias contra um presidente e, sob comando de Aras, o órgão chegou a arquivar mais de 100 pedidos de investigação contra Bolsonaro.

Entre eles, estavam os pedidos originados na CPI da Covid, que investigou a conduta de Bolsonaro durante a crise da pandemia. Aras também realizou apenas "procedimentos preliminares" em casos em que havia indícios de corrupção na saúde e educação, por exemplo.

Mesmo em seu próprio ambiente, o chefe do Ministério Público Federal enfrentou contestações. Procuradores da cúpula da instituição o questionaram frequentemente sobre seus métodos na condução da PGR em tempos beligerantes.

Depois da posse de Lula, Aras fez acenos ao governo atual, enfatizando seu trabalho para "enfrentar e desestruturar as bases do lavajatismo", responsável pela prisão do presidente, além de reforçar que a PGR foi ativa, ainda que "estrategicamente discreta", na proteção da democracia.

Aras responde às críticas afirmando que a PGR não é um órgão político e que foi incompreendido: 'Nossa missão não é caminhar pela direita ou pela esquerda". "Os desafios, avolumados com o advento da pandemia, foram adicionalmente cercados por incompreensões e falsas narrativas, dissonantes com o trabalho realizado", afirmou, em artigo publicado no Estadão na edição de sábado, 23.

"Parte das incompreensões deve-se à equivocada expectativa de o Ministério Público protagonizar ou mesmo apoiar projetos partidários", acrescentou o PGR, em sua última semana no cargo.

Em seu artigo, Aras também destacou o que avalia importante em sua gestão à frente da Procuradoria. 'Substituímos o modelo precário de forças-tarefa por 27 Gaecos federais, os quais atualmente vêm conduzindo mais de 200 investigações complexas. Firmamos 37 acordos de colaboração premiada, negociamos o pagamento de mais de R$ 5 bilhões em multas, abrimos dezenas de novas investigações, denunciamos responsáveis por crimes diversos: corrupção, tentativa de abolição do Estado Democrático, organização criminosa', relatou.

Indicou ainda ações no período da pandemia de Covid 19, narrando que 'uma experiência inédita de coordenação nacional e conexão intra e interinstitucional salvou milhares de vidas, inclusive com a destinação de mais de R$ 4 bilhões. Evitamos a judicialização de milhares de casos, sem descuidar do combate aos desvios de recursos públicos. Tivemos um papel destacado nos momentos mais críticos da pandemia, como a falta de oxigênio em Manaus'.

Aras apontou também 'um olhar firme na defesa da dignidade da pessoa humana, especialmente das mulheres, gestantes e lactantes'. A PGR instituiu a Ouvidoria Nacional da Mulher e lançou o Movimento Nacional em Defesa das Vítimas. 'Fomos os promotores de uma campanha de combate ao discurso de ódio da mesma forma que combatemos abusos e defendemos o Estado Democrático de Direito', afirma ainda o procurador.

O Supremo Tribunal Federal (STF) retomou, nesta quarta-feira (20), o julgamento sobre a adoção ou não de um marco temporal para a demarcação de terras indígenas. Com o voto do ministro Dias Toffoli, o placar estava em cinco a dois contra a tese que diz que povos indígenas só podem reivindicar terras que ocupavam em 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição. A votação será reiniciada na sessão desta quinta (21). Se mais um ministro rejeitar o marco, será formada maioria na Corte.

O processo no Supremo projeta um embate com o Legislativo. Ele foi pautado ao mesmo tempo que o debate sobre o tema avança no Congresso. A Câmara dos Deputados aprovou em maio um projeto de lei para restringir as demarcações. A proposta está agora na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.

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A sessão da CCJ foi marcada por mensagens diretas aos ministros do STF. Senadores defendem o que consideram a prerrogativa do Congresso de legislar sobre o assunto.

Ao colocar a ação na pauta, a presidente do STF, Rosa Weber, contrariou a bancada ruralista e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), simpático ao projeto de lei. Deputados e senadores ligados ao agro esperavam dissuadir a Corte de retomar o julgamento.

Rosa Weber, conhecida pela defesa de pautas de direitos humanos, corre contra o tempo para votar no caso. A ministra se aposenta compulsoriamente no fim do mês e sinalizou aos colegas que não gostaria de deixar o tribunal sem participar deste julgamento.

Avaliações colhidas pelo Estadão dizem que, se os ministros decidirem que a tese é inconstitucional, o projeto de lei será colocado em xeque. O PL trata de outros temas, que podem seguir tramitando, mas o trecho sobre o marco temporal precisará ser revisto.

"Entendo que o PL, internamente, até poderia tramitar. Contudo, o STF poderia novamente declarar sua inconstitucionalidade. Ou seja, ele seria inócuo. Não surtiria efeitos na prática", afirmou o constitucionalista Georges Abboud, professor da PUC de São Paulo.

Cláusula pétrea

Se os parlamentares insistirem na votação do PL, o Supremo teria pelo menos dois caminhos disponíveis. Aguardar a movimentação no Congresso e, se o projeto for aprovado e promulgado, esperar o ajuizamento de alguma ação para voltar a analisar o tema. A segunda alternativa seria um controle prévio de constitucionalidade.

A atuação preventiva acontece, via de regra, quando há risco de violação de cláusulas pétreas da Constituição.

"O Supremo dará uma decisão que, seguramente, será de bom senso, mas um PL não tem qualquer possibilidade de se sobrepor à Constituição. O que está em jogo é a interpretação da Constituição dada pelo seu máximo intérprete, que é o Supremo Tribunal Federal. Um PL não vai alterar isso", defendeu o ex-secretário de Justiça do Estado de São Paulo Belisário dos Santos Júnior.

O ex-secretário afirma que, a partir do julgamento do STF, mesmo uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) teria dificuldades de prosperar: "Esses direitos dos indígenas são cláusula pétrea e não podem ser alterados".

O relator do caso, Edson Fachin, se pronunciou contra o marco temporal, assim como os ministros Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin, Luís Roberto Barroso e Dias Toffoli. Os cinco entendem que o direito das comunidades a territórios que tradicionalmente ocupavam não depende de uma data fixa. Os ministros Nunes Marques e André Mendonça votaram a favor da tese.

O julgamento entrou ontem na décima sessão. Toffoli foi o único a votar e afirmou que as demarcações dependem de um vínculo comprovado com o território, mas que esse vínculo não está, necessariamente, na data de promulgação da Constituição.

"É uma controvérsia que é julgada, se nós formos olhar pelo olhar da história, pelos invasores. Nós estamos aqui a julgar a pacificação de uma situação histórica. Nós estamos julgando o destino dos povos originários do nosso país", disse.

'Independentes'

No Legislativo, a votação do marco temporal foi adiada para a próxima semana. "É aqui que se decide, não é no Supremo. O Supremo só tem que guardar a Constituição. Não é deliberar se fizemos certo ou errado", afirmou o senador Weverton Rocha (PDT-MA) durante a sessão da CCJ da Casa.

Para o relator, senador Marcos Rogério (PL-RO), o STF só poderia se pronunciar sobre o tema quando sancionada a lei. Enquanto a discussão estiver no Congresso, afirma ele, a Corte não pode intervir. "São instâncias independentes. O Supremo não pode, sem devido processo legal, dizer que o Parlamento não poder legislar sobre isso. Cada um cumpre o seu papel."

Senadores dão 'recados' para os ministros da Corte

Senadores aproveitaram a discussão de um projeto que busca transformar em lei o marco temporal - princípio que só permite demarcação de terras indígenas ocupadas até 1988, ano da promulgação da Constituição - para enviar mensagens ao Supremo Tribunal Federal. A Corte segue caminho contrário e prossegue com o julgamento que pode derrubar a tese.

A sessão da Comissão de Constituição e Justiça da Casa foi repleta de mensagens aos ministros. "Temos que ter tamanho de senador, que não é menor que ministro do Supremo. Temos mecanismos para frear esses desmandos", afirmou Plínio Valério (PSDB-AM). "Não podemos aqui abrir mão da nossa prerrogativa de legislar, senão fechemos o Congresso de uma vez e aguardemos que todas as questões sejam resolvidas pelo STF", disse Sérgio Moro (União-PR). (COLABOROU LEVY TELES)

O Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu a sessão que discute a tese sobre o marco temporal para demarcação de terras indígenas. O julgamento será retomado nestq quinta-feira, 21, às 14h. Ainda faltam os votos de quatro ministros: Luiz Fux, Gilmar Mendes, Rosa Weber e Carmen Lúcia. Com o voto de Toffoli, o placar está em 5 a 2 contra o marco temporal e a favor dos povos indígenas, para assegurar o direito às terras independente de eles estarem ocupando o local em 1988, quando foi promulgada a Constituição Federal.

O ministro Dias Toffoli, que concluiu a leitura do voto na sessão de hoje e acompanhou o relator, sugeriu alguns acréscimos. Para Toffoli, os indígenas proprietários de terras devem ser indenizados caso haja algum tipo de exploração de recursos naturais em seus territórios, como a exploração mineral ou de recursos hídricos. Toffoli ainda sugeriu o prazo de cinco anos para a abertura do pedido de revisão da demarcação de terras.

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Para Toffoli, o poder público - a União e o ente federativo, seja estado ou município, que concedeu a titulação da terra - deve ser responsabilizado por entregar indevidamente o título das terras indígenas. "Há direito de responsabilização estatal atribuível aos entes que concorreram com a titulação indevida", afirmou Toffoli, ao proferir o voto. Ele ressalva que a indenização deve ser dada àqueles que ocuparam as terras por boa fé e não no caso de invasores e grileiros. Nas terras que já estão demarcadas, não cabe indenização.

Em relação ao prazo de cinco anos para pedir a revisão da demarcação, Toffoli sugere que esse período não atinja os casos pendentes.

Sobre o aproveitamento econômico das terras indígenas, o ministro disse que a "omissão legislativa" sobre o tema tem causado inúmeros prejuízos às comunidades tradicionais, como no caso do ianomâmis. "A ausência de regulamentação não impediu o avanço da exploração ilegal sobre as terras indígenas", afirmou. "O aproveitamento dos recursos naturais está hoje entregue à ilegalidade que possui alto custo ao país e impactos severos à saúde, ao meio ambiente e à sobrevivência dos povos indígenas", completou.

As considerações levantadas por Toffoli ainda devem ser apreciadas pelos outros ministros.

Além de Toffoli, quatro ministros - Edson Fachin (relator), Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin e Luís Roberto Barroso - votaram contra o marco temporal em sessões anteriores. Outros dois, os ministros Nunes Marques e André Mendonça, votaram a favor do marco temporal ser no dia 5 de outubro de 1988, quando foi promulgada a Constituição.

A Câmara dos Deputados aprovou a minirreforma eleitoral, projeto que altera o Código Eleitoral, a Lei da Ficha Limpa e fragiliza a transparência eleitoral e a prestação de contas. Além de encurtar a inelegibilidade de candidatos cassados, o texto aprovado promete um "liberou geral" na propaganda e gastos eleitorais com as propagandas cruzadas entre partidos que não são federados nem coligados.

Siglas podem financiar as campanhas umas das outras, o que significa que um candidato a deputado de um partido pode aparecer junto com um candidato de outra legenda, mesmo que rivais. Será permitido, por exemplo, anúncios partilhados de candidatos do PT, de Luiz Inácio Lula da Silva, e do PL, de Jair Bolsonaro.

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A votação foi dividida em duas partes - uma finalizada na quarta-feira, 14, e outra nesta quinta-feira, 15. Na primeira, a Casa aprovou com 367 votos favoráveis, 86 contra e uma abstenção. Nesta quinta-feira, a Câmara deu 345 votos sim, 55 não. Um deputado se absteve. A matéria vai ao Senado.

O texto altera as regras de contagem de tempo para um político condenado ser impedido de disputar eleição e fixa o prazo limite em oito anos. A proposta, que só teve a orientação contrária do Novo e do PSOL, ainda irá ao Senado antes de passar pela sanção ou veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Pela regra atual, um deputado que hoje é cassado na Câmara fica inelegível pelo resto do mandato e por mais oito anos seguidos. Se ele for punido no 1º ano do mandato, por exemplo, fica inelegível por 11 anos.

Pela minirreforma, esse período de inelegibilidade seria de apenas oito anos após a condenação. Para Luís Felipe Medina, membro da Academia Brasileira de Direito Eleitoral (Abradep), a fixação do prazo não ataca o problema. "O texto não mexerá no principal, o tempo que essas demandas judiciais levam para ser julgadas", disse.

O projeto também flexibiliza o prazo de inelegibilidade ao presidente, a governadores e prefeitos que renunciarem aos cargos. O novo texto diz que a contagem de oito anos começa a partir da data da renúncia. Atualmente, o período começa a partir do que seria o fim do mandato do incumbente.

Além da inelegibilidade e da propaganda cruzada, o texto aprovado hoje também fixa o prazo de desincompatibilização, isto é, o período necessário para que algumas profissões precisem abandonar o cargo para poder candidatar-se. No atual modelo, o prazo pode varias entre quatro a seis meses. O texto fixa o período em um semestre.

Organizações planejam recorrer contra a minirreforma no Judiciário

Em pouco menos de dois meses, a Câmara instituiu um grupo de trabalho que produziu os dois projetos que tiveram a urgência aprovada na Câmara nesta quarta-feira. A Câmara deseja que a minirreforma seja sancionada até o dia 6 de outubro deste ano para que ela possa valer para as eleições municipais de 2024.

A presidente do Grupo de Trabalho que deu origem aos projetos é Dani Cunha (União-RJ), filha do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, que teve o mandato cassado em 2016, e o relator é Rubens Pereira Júnior (PT-MA).

Na quarta-feira, 13, Rubens disse que a inelegibilidade era um ponto intocável. "Estamos prestigiando a essência prestação da Ficha Limpa. Ninguém vai tocar nesse ponto", afirmou.

Como mostrou o Estadão, organizações da sociedade civil protestaram contra a velocidade de discussão da minirreforma e apontam problemas que fragilizarão a transparência.

O diretor do Movimento Contra a Corrupção Eleitoral (MCCE), Luciano Santos, afirmou que o grupo irá contestar na Justiça contra o projeto. O coordenador de advocacy do Pacto Pela Democracia, Arthur Mello, disse que a organização tomará "as medidas cabíveis" para contestar a aprovação dos projetos.

União tentou antecipar anistia a partidos em emenda

O União Brasil pediu para adicionar um trecho no texto da minirreforma que poderia anistiaria dívidas pretéritas de partidos políticos. Diferentemente da proposta de emenda à Constituição (PEC) da Anistia - também em tramitação na casa e que pode perdoar até R$ 23 bilhões dos débitos dos partidos - todas as legendas foram contrárias. "Se aprovarmos esse destaque, passaremos uma péssima imagem para a sociedade brasileira através das multas dos partidos", disse o deputado Cabo Gilberto Silva (PL-PB).

A emenda mais controversa entre os partidos trata da divisão das sobras. O texto original pretende trazer o modelo 100/10. As sobras são vagas a preencher após a definição de candidatos eleitos pelo quociente partidário no Legislativo, definido a partir de um cálculo de médias.

Neste modelo o candidato precisa uma exigência mínima de 10% do quórum eleitoral tanto na primeira fase de distribuição de vagas e desconsidera a cláusula de exclusão. O partido precisa ter 100%.

Partidos menores afirmam que isso poderá os retirar da disputa, já que podem ter candidatos únicos com votações expressivas, contrariamente ao partido - protestaram, em especial, o PSOL, o Novo e o Podemos. "É um sarrafo altíssimo", afirmou Chico Alencar (PSOL-RJ).

O modelo em vigor, o 80/20, facilitaria a vida deles no certame. O modelo 100/10 prosperou, mesmo com o protesto das legendas menores. A proposta é defendida por Lira.

Em uma derrota para o governo a oposição derrubou, por emenda, a existência de mandatos coletivos, que consiste na divisão de um mandato parlamentar entre várias pessoas, proposta que tem adesão para o PSOL.

Veja os principais pontos da minirreforma:

Flexibilização na transparência

Projeto veda aos candidatos apresentarem dados sobre subcontratados em caso de compra de serviço de empresa terceirizada. Órgãos de controle não saberão quem foi contratado, qual a função desempenhada ou quanto trabalharam. Organizações de transparência eleitoral, como o Pacto Pela Democracia, apontam que o texto abre espaço para a compra de votos.

Projeto protege partidos de punições em caso de não prestação de contas

A minirreforma também pretende trazer uma nova redação para o caso de punições no caso da falta de prestação de contas de partidos. O novo trecho apenas quer punir as legendas com a suspensão de novas cotas do fundo partidário (e não do eleitoral) enquanto perdurar o não-pagamento. Antigamente a legislação permitiria o cancelamento de registro civil caso fique provada a não-prestação de contas à Justiça Eleitoral.

Critérios diferentes nas federações possibilita que partidos possam preencher a cota de gênero sem apresentar candidatas

O porcentual mínimo de candidaturas por gênero, previsto em 30%, deverá ser analisado na lista federação e não em cada partido. Isso quer dizer que é possível cumprir a cota se houver 30% de candidaturas femininas no somatório geral das candidaturas apresentadas pelos partidos, o que significa que uma legenda, individualmente, pode não apresentar nenhuma mulher como candidata, desde que as demais siglas consigam atender a cota de 30% no somatório geral.

O mesmo critério não vale para o caso de sanções. Os partidos individualmente, e não a federação, responderão em caso de infrações passíveis de sanção pela Justiça eleitoral.

Recursos dos partidos não poderão ser dados como garantia

De acordo com o texto, os recursos do Fundo Eleitoral e do Fundo Partidário não poderão mais ser dados em garantia ou bloqueados, veda a determinação judicial de bloqueio dos bens com a única exceção em casos de má administração dos bens.

Neste caso, quem trabalhou ou prestou serviços a um candidato durante o pleito podem ficar sem receber recursos sem serem pagos.

"Nada consta"

O projeto de lei dispensa a apresentação de certidões judiciais de "nada consta" pelos candidatos. Esses documentos acabam revelando a lista de processos quando o político responde a processos judiciais.

Regras para fraude de gênero e ampliação da classificação de violência política

A minirreforma apresentam fatores que caracterizariam fraude à cota de gênero em candidaturas. São estas: a não realização de atos de campanha e a obtenção de votação que revele não ter havido esforço de campanha, com resultado insignificante.

A candidata que desistir da candidatura deverá fazer uma declaração justificada, sem prejuízo de responsabilização da candidata, do partido ou da federação.

O rol de vítimas de violência política contra mulher também será ampliado. Agora, na nova redação, não apenas a candidata, mas a pré-candidata a um cargo, detentora de mandato ou qualquer mulher em razão de atividade partidária política ou eleitoral pode ser enquadrada como vítima de violência política de gênero.

Uma comissão especial da Câmara deve aprovar, nesta quarta-feira (13), uma proposta de emenda constitucional que prevê a maior anistia já concedida a partidos e políticos que cometeram irregularidades eleitorais. Esse é o quarto indulto promovido pelo Congresso Nacional em menos de 30 anos, mas o texto, desta vez, é o mais amplo. A proposta é alvo de críticas de dezenas de organizações da sociedade civil, de transparência eleitoral e de combate à corrupção.

O texto das entidades diz que não incidirão sanções "de qualquer natureza" para partidos que apresentaram irregularidades na prestação de contas das legendas apresentadas antes da promulgação da emenda constitucional. Isso quer dizer que todas as multas e recolhimentos de valores podem ser perdoados.

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O montante pode chegar a quase R$ 23 bilhões. O cálculo das organizações considera apenas as contas pendentes de julgamento, "correspondentes à soma dos valores de Fundo Partidário e total de receitas eleitorais informadas pelos diretórios nacionais dos partidos no período 2018 a 2023, corrigida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)". Segundo as organizações, seriam atingidas mais de 232 mil prestações de contas.

Limite

A proposta, que já passou pelo crivo da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, em abril, limita as sanções financeiras aplicáveis pela Justiça Eleitoral a 10% do montante mensal recebido do Fundo Partidário.

O projeto também pretende anistiar os partidos que não cumpriram as cotas de candidaturas de pessoas negras e de mulheres. Esse trecho da proposta repete a estratégia adotada em outra anistia, de abril de 2022.

Naquela data, o Congresso aprovou emenda à Constituição que perdoou partidos que não usaram os recursos destinados às campanhas femininas na eleição de 2020, propondo novamente o adiamento do cumprimento da porcentagem mínima de 30% do repasse do fundo eleitoral a candidaturas femininas.

O novo texto ainda estabelece que siglas devem ceder 20% dos recursos do fundo eleitoral a candidatos negros. A jurisprudência atual do TSE diz que o repasse há de ser proporcional. Isto é, se há 40% de candidaturas negras, 40% dos recursos devem ser destinados ao grupo. Em 2022, pretos e pardos compuseram 49,49% de todos os pleitos.

'Exequível'

O relator da PEC na Comissão Especial, deputado Antônio Carlos Rodrigues (PL-SP), justificou a medida por ser "exequível". "É um sistema simples, de fácil compreensão por todos, e, principalmente, exequível", afirmou.

Segundo ele, a PEC nasceu "da constatação de dificuldades vividas pelos partidos" para se adaptar a regras de distribuição de recursos e que as siglas "enfrentaram e continuam enfrentando dificuldades no cumprimento das regras de ações afirmativas". Neste caso, nas próximas eleições, candidaturas de pessoas negras deverão receber metade do montante previsto na atual legislação caso a PEC seja aprovada.

Na carta enviada ontem por mais de 50 organizações da sociedade civil ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o grupo afirma que a aprovação da proposta seria uma "inaceitável irresponsabilidade" do Congresso. "A PEC promove o exato oposto (da transparência, integridade e equidade nos partidos). Aprová-la, portanto, configuraria uma inaceitável irresponsabilidade do Congresso", diz o documento. "Reitera-se que, aprovada desse modo, a proposta consolidará a total impunidade aos partidos políticos pelo descumprimento de determinações legais."

A PEC teve o apoio de líderes do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro. Cinco parlamentares do PT são titulares da comissão especial. Apenas o PSOL e o Novo fizeram oposição à pauta. "A PEC 9 é uma anistia dada pela Câmara dos Deputados para perdoar partidos que desrespeitaram as regras que eles mesmos votaram", disse o deputado Tarcísio Motta (PSOL-RJ).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A tempestade Daniel, que atingiu a Líbia no fim de semana, matou 5,3 mil pessoas e deixou mais de 10 mil desaparecidos, de acordo com a Cruz Vermelha. Pelo menos 1,3 mil vítimas foram identificadas e enterradas ontem, mas centenas estão empilhadas em cemitérios e poucos sobreviveram para identificar os cadáveres.

O rompimento de duas barragens agravou a tragédia. A cidade portuária de Derna foi a mais atingida. Tariq al-Kharraz, porta-voz da administração que controla o leste da Líbia, disse que bairros inteiros foram arrasados, com muitos corpos arrastados para o mar. O número total de mortos, segundo ele, pode jamais ser conhecido.

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"Há corpos espalhados por toda parte - no mar, nos vales, sob os edifícios", disse Hichem Chkiouat, ministro da Aviação Civil do governo que controla o leste da Líbia. "Não estou exagerando quando digo que 25% da cidade de Derna desapareceu. Muitos edifícios desabaram."

A cidade tem 90 mil habitantes e é cortada pelo Wadi Derna, um rio sazonal que corre das terras altas, no sul, em direção ao Mar Mediterrâneo. O vale era protegido de inundações por barragens. Na noite de domingo, duas represas se romperam, provocando uma violenta enxurrada que foi levando tudo o que encontrava pela frente nas duas margens do rio.

Divisão

O rompimento das duas barragens no Wadi Derna é a demonstração do colapso da infraestrutura da Líbia depois da morte do ditador Muamar Kadafi e mais de uma década de guerra civil. Um dos países mais ricos em petróleo do mundo está dividido entre duas facções rivais: uma no leste e outra no oeste, cada uma apoiada por diferentes milícias e governos estrangeiros.

O Governo de Unidade Nacional (GNU), com sede em Trípoli, controla o oeste da Líbia. Seu líder, Abdul Hamid Dbeibeh, tem o reconhecimento da maior parte da comunidade internacional e recebe apoio da Turquia.

Já o Governo de Estabilidade Nacional (GEN), com base em Tobruk, liderado pelo general Khalifa Haftar, comanda o Exército Nacional Líbio (ELN) no leste do país - onde ocorreram as enchentes. O GEN tem apoio dos mercenários russos do Grupo Wagner.

A falta de um governo central atrapalha os investimentos em estradas e serviços públicos na Líbia. Durante anos, Derna foi ocupada por militantes islâmicos, até ser capturada pelo general Haftar, em 2019.

Tempestade

A enorme quantidade de chuva é resultado de um sistema muito forte de baixa pressão que provocou inundações catastróficas na Grécia, Turquia e Bulgária, na semana passada, deixando 27 mortos. Classificada como um "fenômeno extremo em termos de volume de água", a tempestade Daniel deslocou-se para o Mediterrâneo antes de se transformar em ciclone tropical. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A nova geração de iPhones já está entre nós. Para apresentar os celulares ao mundo, a Apple realizou, nesta terça-feira, 12, seu principal evento do ano, batizado de "Wonderlust". O lançamento trouxe o iPhone 15 e o iPhone 15 Pro. Os preços são: até R$ 9,6 mil (iPhone 15), até R$ 10,6 mil (iPhone 15 Plus), até R$ 13,1 mil (iPhone 15 Pro) e até R$ 13,4 mil (iPhone 15 Pro Max).

A família do iPhone 15 apresentou mudanças esperadas há algum tempo pelo mercado, como a entrada de padrão USB-C. A mudança é parte de uma exigência da União Europeia para os dispositivos eletrônicos na região. O empurrão forçou a Apple a abandonar a entrada Lightning no mundo inteiro. Reveja o evento.

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Em vídeo pré-gravado no Apple Park (sede da empresa em Cupertino, Califórnia) e transmitido ao vivo, o presidente executivo da Apple, Tim Cook, fala sobre o sucesso dos produtos da Apple e também da nova linha de computadores MacBook, que vêm recebendo o novo processador M2, desenvolvido pela empresa.

De acordo com Cook, os lançamentos desta tarde incluem a nova família do iPhone e do Apple Watch. A atualização da linha de fones sem fio, esperada por especialistas, não está no menu do evento da Apple deste ano.

iPhone 15

O iPhone 15 chega nas cores preto, rosa, azul, verde e amarelo, excluindo a tradicional versão branca. O aparelho também traz, em sua versão mais básica, o recurso da Ilha dinâmica, lançada no ano passado com o iPhone 14 Pro. Nos EUA, o iPhone 15 vai custar a partir de US$ 800 e US 900 para o Plus.

Depois de pressões da União Europeia, a Apple mudou a entrada de carregamento para o formato USB-C, abandonando a entrada Lightning depois de 11 anos. Após se curvar às autoridades europeias, a companhia disfarçou a mudança, dizendo que o USB-C faz parte de aparelhos da Apple, como os MacBooks e iPads, há alguns anos.

Com o USB-C, a Apple vai permitir que o iPhone 15 "abasteça" a bateria de outros produtos, como os AirPods. A empresa afirmou que vai mudar também a entrada dos fones de ouvido com fio para USB-C.

A Apple afirma que todos seus produtos vão receber a entrada USB-C, incluindo o cabo de conexão por indução MagSafe, que segue o padrão Qi.

Recursos

O iPhone 15 traz a Ilha Dinâmica, recurso que reúne no topo da tela o leitor biométrico de rosto (Face ID) e a câmera de selfie, ao mesmo tempo em que notificações são integradas ao entalhe da tela.

A versão do iPhone 15 tem 6,1 polegadas, enquanto o iPhone 15 Plus vem com 6,7 polegadas. Além disso, o iPhone 15 e o irmão Plus trazem tela de 2 mil nits, com promessa de maior luminosidade para o usuário.

A câmera principal das versões tradicionais também aumentou. Agora, a lente principal passa a ter 48 megapixels, em comparação aos 12 megapixels da versão passada. A lente de 48 MP já havia sido antecipada para a versão "Pro" do iPhone 14, revelado no ano passado.

A câmera do iPhone 15 vai ter um zoom óptico de 2x na lente telefoto, com maior resolução (12 MP, 52 mm). O recurso também poderá ser utilizado em vídeos, diz a Apple.

Nas fotos, não vai ser necessário mudar para o modo retrato para fazer uma foto com o fundo desfocado. A partir de agora, o sistema de câmeras do iPhone vai identificar quando é necessário ativar o Modo Retrato, sem precisar que o usuário selecione manualmente o modo no aplicativo. A funcionalidade vai ser ativada por meio de aprendizado de máquina.

As câmeras frontais devem continuar com a mesma resolução dos celulares do ano passado.

De acordo com a empresa, o aparelho também é feito com materiais reutilizados: são 75% de alumínio reciclado e 100% de cobalto reciclado na bateria.

O iPhone 15 e iPhone 15 Plus vão trazer o "antigo" processador A16 Bionic, até então exclusivo do iPhone 14 Pro e iPhone 14 Pro. O chip tem dois núcleos de alta performance e quatro núcleos de alta eficiência. A GPU é composta de cinco núcleos.

O iPhone 15 recebeu também o U2, processador de localização precisa para encontrar pessoas e objetos. A Apple promete que, com isso, pessoas consigam se "encontrar" de forma mais precisa na rua.

iPhone 15 Pro

O iPhone 15 Pro e iPhone 15 Pro Max vão receber um acabamento em titânio na lateral, tornando o dispositivo mais leve que o antecessor. Os aparelhos chegam nas cores preto, prata, azul e uma espécie de bege metálico. Chegam nos EUA a partir de US$ 1 mil e US$ 1,2 mil.

Assim como as versões tradicionais, o iPhone 15 Pro tem 6,1 polegadas, enquanto o iPhone 15 Pro Max vem com 6,7 polegadas.

Além disso, as dimensões do iPhone estão maiores, sem que a Apple tenha que alterar o tamanho do dispositivo. Isso porque a empresa diminuiu as bordas "escuras, espaço entre a tela e a carcaça do aparelho. Essa novidade vai permitir que o usuário ganhe um display maior.

A companhia também mudou o botão que silencia os ruídos. Com a mudança, o comando na lateral do iPhone agora funciona por pressão e não mais no modo chave, como nos modelos até o ano passado. Ele representa uma mudança no design clássico do iPhone, que, desde 2007, tem um botão de "liga/desliga" na lateral para silenciar ou aparelho.

Chamado de Botão de Ação, ele tem a mesma função que no Apple Watch Ultra: um "faz-tudo" na lateral do aparelho, pelo qual o usuário pode acionar rapidamente uma funcionalidade única.

Além disso, os celulares "Pro" vão receber o novo chip A17 Pro, com tecnologia de 3 nanômetros. Ao todo, o processador vai ter 19 bilhões de transistores, com 6 núcleos de CPU, 2 núcleos de performance, quatro núcleos de eficiência e 16 núcleos de Neural Engine. Será 10% mais rápido que o iPhone 14 Pro.

Esses avanços no processador vão permitir que o aprendizado de máquina do aparelho seja mais veloz, o que vai tornar funcionalidades como uso de câmera e de teclado mais refinadas.

O chip também permite um melhor desempenho da porta USB-C na transferência de dados. A empresa estima que essa ação seja, agora, 20 vezes mais rápida que nos aparelhos anteriores.

A lente principal do iPhone 15 Pro continua com 48 MP, no conjunto de três lentes que caracteriza a linha avançada da empresa. As câmeras poderão tirar fotos em 24 mm, 28 mm e 35 mm. Além disso, as fotografias poderão ter zoom óptico customizado, com limite de até 3x - e não mais os modos pré-definidos pela empresa, como acontecia até então.

A lente telefoto do iPhone 15 Pro e iPhone 15 Pro Max vai ter zoom óptico de 5x, avanço em relação ao limite de 3x do modelo anterior. A lente vai ter o equivalente ao tamanho de uma telefoto de 120 mm. O Galaxy S23, da Samsung, tem zoom óptico de 10x.

A Apple afirma que o conjunto de câmeras do iPhone vai permitir a captura de "vídeos espaciais", que apresentam tridimensionalidade ao serem exibidos nos óculos Vision Pro, revelados pela Apple em junho passado e planejados para chegarem às lojas em 2024.

Apple Watch

A nova geração do Apple Watch, chamada Series 9, deve incluir uma nova cor: rosa. A linha fica completa com opções em prata, preto, dourado e vermelho. O produto traz um novo processador S9, com 5,6 bilhões de transistores, 60% mais que o antecessor (S8). É a primeira atualização de processador do Apple Watch desde o Series 6, lançado em 2020. O Series 9 chega por US$ 400 nos EUA.

A Apple promete que o novo processador vai tornar o relógio mais rápido, principalmente para tarefas que não exigem conexão com a internet. Por exemplo, funções de ditado ficam com respostas mais rápidas.

A empresa também lançou uma função em que os usuários poderão perguntar por configurações de saúda para a assistente virtual Siri. Assim, com o armazenamento de informações pelo aplicativo de saúde, a Siri poderá interagir por meio de perguntas e respostas com os usuários.

O display do novo Apple Watch, que aumentou sua luminosidade, consegue ir de 2.000 mil nits a 1 nit no modo "Tela Sempre Ligada", poupando bateria ao reduzir a luminosidade do aparelho.

A Apple apresentou o recurso Double Tap, pelo qual o usuário pode dar comandos com o dedo indicador e o polegar mão fazem um gesto de pinça. Dessa forma, gestos podem comandar o dispositivo, sem que o dedo esteja entre em contato com a tela. Um exemplo apresentado pela Apple foi a possibilidade de aceitar chamadas com dois toques duplos entre os dedos. De acordo com a empresa, é o novo processador do relógio que permite a navegação com o duplo toque.

A Apple anunciou que não vai ais usar nenhum material de couro em seus produtos. Para substituir pulseiras do Apple Watch, a companhia afirma que desenvolveu um tecido batizado de FineWoven, com 68% da composição reciclada.

Apple Watch Ultra 2

A Apple apresentou também a segunda geração do seu relógio de alta performance, o Apple Watch Ultra 2. Segundo a empresa, o Ultra tem capacidade para até 36 horas de bateria com apenas uma carga. Em modo de economia de energia, a bateria pode chegar a 72 horas.

O Apple Watch Ultra 2 chega ai mercado a partir de US$ 800. Os valores são os mesmos apresentados no ano passado, quando a primeira versão do Ultra foi apresentada.

Sem mais detalhes, a empresa também anunciou uma nova geração do Apple Watch SE, a versão "baratinha" do relógio. O dispositivo chega nas cores prata, preto e rosé por US$ 250.

O Palácio do Planalto confirmou nesta quarta-feira, 6, por meio de nota, que os deputados Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) e André Fufuca (PP-MA) serão nomeados ministros. O anúncio é o desfecho de uma negociação pela entrada dos dois partidos no governo que teve uma série de avanços e recuos nos últimos dois meses.

Silvio Costa Filho, de 41 anos, assumirá o Ministério dos Portos e Aeroportos no lugar de Márcio França, que vai para o Ministério das Micro e Pequenas Empresas, a ser criado. Conhecido no meio político como Silvinho, o deputado é filho de Silvio Costa, que foi aliado da ex-presidente Dilma Rousseff inclusive durante o processo de impeachment, em 2016. Silvinho está em seu segundo mandato como deputado federal.

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André Fufuca, de 34 anos, assumirá o Ministério do Esporte no lugar de Ana Moser. Ele está em seu terceiro mandato como deputado federal. É próximo do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do presidente do PP, Ciro Nogueira, oposicionista ferrenho do atual governo. Fufuca chegou a assumir a presidência do PP quando Ciro estava licenciado para ser ministro da Casa Civil de Jair Bolsonaro. Essa proximidade com o bolsonarismo incomodou parte dos deputados lulistas do PP.

A dificuldade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para acomodar o Centrão no governo foi tamanha que, no início das conversas, o cotado para assumir o Ministério do Esporte era Silvinho. O PP insistiu o quanto pôde para conseguir o Ministério do Desenvolvimento Social, comandado pelo petista Wellington Dias. Só há cerca de duas semanas Dias conseguiu se firmar no cargo. Ele é amigo de Lula e o principal responsável pelo Piauí ter se tornado o Estado mais petista do Brasil.

Mudança busca ganhar mais votos no Congresso

A reforma ministerial é uma medida de Lula para tentar consolidar uma base na Câmara. Os partidos de esquerda conseguiram eleger poucos deputados em 2022, o que obrigou o presidente a procurar alianças fora de seu campo político.

No Congresso, já há a expectativa para uma nova reforma ministerial entre o fim de 2022 e o começo de 2023. Nesse caso seria uma repactuação mais ampla com os partidos que apoiam Lula. Também será o momento de remover ministros cujo desempenho foi avaliado como insatisfatório pelo presidente.

Futuros de Ana Moser e Márcio França são ignorados em nota

A nota divulgada pelo governo federal não diz o que acontecerá com Ana Moser. França, que irá para o ministério das micro e pequenas empresas, se movimentou para tentar assumir o Ministério de Ciência e Tecnologia no lugar de Luciana Santos, do PC do B. A ideia, porém, perdeu força nos últimos dias.

De acordo com a nota divulgada pelo Palácio do Planalto, as nomeações e posses serão concluídas só quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltar da Índia, onde vai para reunião do G20. O petista embarca para o país asiático na quinta-feira, 7 de setembro, depois do desfile do Dia da Independência.

Troca no comando da Caixa fica para depois

A Caixa Econômica Federal ficou para depois na reforma ministerial do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, em que foram trocados os ministros do Esporte e de Portos e Aeroportos. O adiamento da troca de comando no banco público foi antecipado pelo Broadcast na manhã desta quarta-feira.

Apesar das discordâncias entre deputados do PP e entre funcionários da Caixa, a ex-deputada federal Margarete Coelho (PP-PI), atual diretora financeira do Sebrae, continua liderando a disputa para o comando do banco público. Assim como o Ministério do Esporte, entregue a André Fufuca (PP-MA), a Caixa deve ser entregue ao PP.

Como mostrou a reportagem mais cedo, nomes como o da ex-vice-presidente do banco Danielle Calazans chegaram a circular como possíveis escolhas, mas têm menor força. "Fecharam com a Margarete mesmo", disse uma fonte a par das discussões, sob anonimato. Coelho é próxima do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), que articula a reforma com Lula.

O adiamento da mudança na Caixa tem a ver com a disposição de Lula de valorizar a cadeira que entregará ao PP, ainda de acordo com as fontes. Assim como o comando do banco público, também foi adiada a definição sobre o comando da Fundação Nacional da Saúde (Funasa). O órgão será destinado ao Republicanos, mas o PSD também insiste em ocupar o posto.

Além da presidência da Caixa, devem ser trocadas também as vice-presidências do banco.

A iniciativa da Polícia Federal de tomar depoimentos simultâneos de oito pessoas para detectar possíveis contradições na investigação sobre a suposta venda ilegal de presentes de governos estrangeiros ao então presidente Jair Bolsonaro (PL) revelou as diferentes estratégias de investigados. Bolsonaro e a ex-primeira-dama Michelle exerceram o direito ao silêncio, assim como o advogado Fabio Wajngarten, ex-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência. O ex-ajudante de ordens Mauro Cid - o único que está preso - optou por responder as perguntas dos agentes federais.

O argumento usado pelo casal Bolsonaro para se manter em silêncio é que o Supremo Tribunal Federal (STF), que acompanha as investigações da PF e autoriza operações, quebras de sigilo e buscas, não seria competente para o caso. A defesa afirma que a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestou pelo "declínio da competência" sobre o caso, remetendo os autos para a 6ª Vara Federal de Guarulhos.

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Os advogados defendem que o caso deveria estar na primeira instância, por causa do término do mandato presidencial e, consequentemente, da perda do foro privilegiado. A Vara Federal local, porém, enviou o caso para o STF, por ter conexão com a investigação mais ampla conduzida pela PF em Brasília.

Além de Michelle, Bolsonaro, Wajngarten e Cid, a Polícia Federal intimou para depor nesta quinta-feira (31), o advogado Frederick Wassef, Mauro Cesar Lourenna Cid (pai do ajudante de ordens), Osmar Crivelatti e Marcelo Câmara.

Wassef informou que não se manifestaria sobre o depoimento, uma vez que as investigações estão sob segredo de Justiça. Em nota publicada em rede social, Michelle Bolsonaro afirmou que não pode se "submeter a prestar depoimento em local impróprio", referindo-se à competência do STF sobre o caso. Mauro Cid, por sua vez, já prestou depoimento por mais de nove horas.

'Narrativa'

Professores e advogados ouvidos pelo Estadão destacaram que o silêncio é um direito constitucional, mas pode virar uma "faca de dois gumes" quando os outros suspeitos se pronunciam, como ocorreu ontem. "Depoimentos de inquérito não têm valor como prova, mas o problema para os dois é o que os demais falarem. Fica o silêncio deles contra uma narrativa, que pode ou não ser incriminatória", afirmou Mauricio Dieter, professor de Criminologia e Direito Penal da USP.

O depoimento em fase de inquérito é considerado uma oportunidade para o suspeito dar a sua versão. "Permite que a autoridade policial construa a sua própria narrativa, permite que a polícia faça suas próprias ilações", disse.

O silêncio em depoimentos prestados na fase de inquérito é um gesto bastante comum, sobretudo quando o investigado ainda não tem acesso a tudo o que foi produzido dentro daquela investigação.

"É uma forma de se resguardar, esperar uma eventual denúncia, e falar só quando estiver diante de um juiz", afirmou Raquel Scalcon, professora de Direito da FGV-SP. "Existem duas situações no processo criminal (...) O investigado tem direito ao silêncio. A testemunha tem o dever de falar a verdade."

No caso das joias, Bolsonaro e Michelle são investigados. "Assim como eles têm a possibilidade de contar a sua versão dos fatos e ficar em silêncio, se quiserem podem até mentir", disse a professora.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro ficaram em silêncio no depoimento à Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira, 31. Os advogados do casal afirmaram que eles só prestarão esclarecimentos quando o caso passar do Supremo Tribunal Federal (STF) para a primeira instância.

"Os peticionários optam, a partir deste momento, por não prestar depoimento ou fornecer declarações adicionais até que estejam diante de um juiz natural competente", diz o documento assinado pela defesa.

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As investigações sobre o esquema de vendas de joias recebidas pelo ex-presidente em compromissos oficiais é conduzida pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF. No documento, a defesa justifica que a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestou pelo "declínio da competência" sobre o caso, remetendo os autos para a 6ª Vara Federal de Guarulhos.

"Considerando ser a PGR a destinatária final dos elementos de prova da fase inquisitorial para formação do juízo de convicção quanto a elementos ou não a lastrear eventual ação penal, os peticionários, no pleno exercício de seus direitos e respeitando as garantias constitucionais que lhe são asseguradas, optam por adotar a prerrogativa do silêncio no tocante aos fatos ora apurados", diz o texto.

O advogado Fábio Wajngarten, que assina o documento, apresentou outro ofício para permanecer em silêncio, alegando não ter tido acesso aos autos e também por "declínio de competência". Ele também foi intimado a prestar depoimento nesta quinta.

Foro privilegiado

Desde 1º de janeiro, quando deixou o Palácio do Planalto, Bolsonaro não detém mais foro privilegiado. Com isso, os processos criminais contra ele deveriam em tese tramitar na primeira instância, a não ser que a ação envolva outras pessoas com prerrogativa de foro - o que não é de conhecimento público.

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