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O Gabinete Português de Leitura (GPL) sedia, a partir da próxima quinta-feira (1), a exposição Barcos, do artista alemão Leonhard Duch. Os trabalhos ficam disponíveis para visitação até o final do mês e fazem parte das comemorações de 165 anos do GPL. A exposição tem como proposta também marcar a volta do artista à capital pernambucana - onde viveu durante 35 anos -, depois de mais de duas décadas.

Após uma ausência de 21 anos, Duch volta ao Recife culturalmente mais situado, como revela o próprio. "Quase mais brasileiro do que antes, pois o amor ao país sentido na distância filtra os sentimentos, que são guardados com mais carinho", explica. As peças foram compostas utilizando a técnica do óleo sobre papel. O tema surgiu em 2015, quando começou a idealizar o festejo de seus 75 anos no Recife.

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Natural de Berlim, Duch nasceu em 1940, em plena 2ª Guerra Mundial. Em 1949, teve seu primeiro e decisivo contato com a pintura em Mallorca (Espanha), para onde foi enviado pela Cruz Vermelha e Igreja Católica. Em 1951, acompanhando os pais, migrou para o Brasil, fixando-se em São Paulo e passando a frequentar as aulas da Associação Paulista de Belas Artes. Aos 18 anos, veio morar no Recife e por aqui passou 35 anos.

Exposição Barcos do pintor Leonhard Duch

1º a 30 de outubro

Gabinete Português de Leitura (Rua do Imperador, 290 - Santo Antônio)

Gratuito 

(81)3224 2002

Dando continuidade às oficinas de malabares, acrobacia, equilíbrio e balé clássico, o Circo Social UNINASSAU volta ao atendimento nesta quarta-feira (23) para 30 pessoas com Síndrome de Down ou deficiência intelectual. Durante dois meses, será formado um grupo com os participantes que apresentem maiores habilidades, objetivando montar números circenses para apresentações e divulgação da ação em outros espaços.

O projeto oferece apoio aos participantes e aos familiares, que contam com o acompanhamento de estudantes de psicologia da instituição de ensino. Atualmente, trabalham na equipe três circenses, uma professora de balé clássico, um assistente social e coordenadores de arte, pedagogia e geral, além de dois monitores. As ações do Circo Social ocorrem em todas as quartas e sextas-feiras, na Sala de Ginástica do Centro Superior de Tecnologia (CST) da UNINASSAU.

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"Nosso objetivo é ir além da promoção da cidadania e da reinserção do público em práticas como as das oficinas. Queremos mostrar que de fato todos nós somos aptos e podemos viver igualitariamente na sociedade, como indica a Constituição de 1988", declara Sérgio Murilo, coordenador de Responsabilidade do Instituto Ser Educacional.

História - O Circo Social UNINASSAU iniciou as atividades em 2014 com duração de quatro meses, contemplando 15 pessoas com Síndrome de Down e respectivos familiares. Devido ao sucesso das aulas, a Fundação Nacional das Artes condecorou as ações com o Prêmio Funarte Carequinha de Estímulo ao Circo 2013. Isto viabilizou a execução da turma atual, com uma meta de atendimento duas vezes maior do que no ano anterior.

Um dos nomes mais importantes da história da arte em Pernambuco, Abelardo da Hora deixou um vasto legado, fruto de sua mente inquieta e voltada a discutir as fragilidades e dilemas da sociedade. O Classificação Livre desta semana apresenta uma exposição que reúne obras marcantes de Abelardo e revelam seus principais interesses artísticos e pessoais.

Também nesta edição, a arte da inclusão entre em cena. Comandado pela ONG Integrate, o Show Especial do Recife chegou à sua nona edição, mantendo a proposta de incentivar o ingresso e reconhecimento de pessoas com deficiência, no cenário artístico. O evento começou no último final de semana (dias 12 e 13) e  prosseguirá com atividades neste sábado (19) e domingo (20), sempre a partir das 16h na Caixa Cultural. O Classificação Livre mostra todos os detalhes do projeto.

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Abra as portas e deixe a arte passar, dando play no vídeo logo a seguir. O Classificação Livre é apresentado pela jornalista Areli Quirino e vai ao ar todas as quartas pelo Portal LeiaJá.

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Se a carreira da música, ou do teatro, já não é das mais fáceis, os obstáculos são ainda maiores para quem tem algum tipo de deficiência e sonha em fazer arte e viver dela. Realizado há nove anos, o Show Especial do Recife carrega a proposta de romper fronteiras e ir além dos espaços reservados às pessoas com deficiência. A edição 2015 do evento foi aberta neste sábado (12), com direito a maracatu, forró pé de serra, frevo e dramaturgia, no teatro da Caixa Cultural. No palco, não deficientes, mas sim artistas em busca de mostrar que suas características especiais não os diminuem, perante os demais.   

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Sob a produção da ONG Integrarte, o Show Especial receberá ainda neste domingo (13) e no próximo final de semana (19 e 20), um total de 12 atrações. A abertura foi de momentos marcantes e envolveu o público. A primeira apresentação foi do grupo Maracaarte, formado por batuqueiros com Síndrome de Down. A cadência musical continuou com o show da Banda Segnos, dos irmãos Sivonaldo e Sivanildo Silva, ambos deficientes visuais. O primeiro, vocalista da banda desde 2009, afirmou que artistas com algum tipo de deficiência são, diariamente, postos em prova. "Muitos não acreditam em seu potencial. Quando você sobe no palco, sabe que muita gente não espera nada de você", desabafou. Tecladista, Sivanildo tira das provas, o incentivo para manter aceso a pulsão artística. "Nós fazemos o nosso trabalho, nossa arte e damos sempre o nosso melhor. Ouço muitos se perguntarem: meu Deus, mas como ele consegue? E isso acaba me incentivando a fazer sempre mais e melhor", concluiu.

A festa do sábado contou ainda com a participação especial de um dos maiores compositores e intérpretes de frevo do Estado. Getúlio Cavanti, além de cantar alguns de seus sucessos, fez questão de ressaltar a importância da realização de eventos que promovam a inclusão no cenário artístico. "A gente precisa ter a oportunidade de conhecer essas pessoas, de conversar com elas, de trabalhar com elas. É muito bonito vê-las se apresentar. Sinto que a sociedade precisa mais disso, até para desfazermos pensamentos errados, preconceitos existentes com relação às pessoas com deficiência", explicou.

A luta contra os "pré-conceitos" e a aceitação da "igualdade diferente" em cada um foi o mote da última atração do dia de abertura. A peça "Quatro variações sobre o mesmo tema", de elenco formado por atores com Síndrome de Down, arrancou lágrimas da plateia. Segundo a administradora Weruska Lima, 49, o choro farto ao fim do espetáculo veio de um sincero reconhecimento de que ela, e alguns de seus semelhantes, ainda precisam evoluir o olhar e enxergar além de qualquer deficiência. "É como eles falam na peça, não é? 'Nós temos braços, pernas, mãos, coração e queremos ser vistos como todos são'. Isso me mexeu, porque eu acredito que muitos de nós já perdermos a oportunidade de olhar uma pessoa com deficiência como nós também queremos ser vistos, cheios de sonhos, cheios de vida e arte".

E quem ainda não conhece a arte da inclusão pode comparecer aos próximos dias do Show Especial, sempre à partir das 16h. Os ingressos custam R$ 10 e R$ 5 e as apresentações contam com sistema de áudio-descrição para deficientes visuais. 

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O projeto Pimp My Carroça teve início em São Paulo, mas já tem centenas de adeptos em todo o país. Criado em 2012, surgiu da ideia original de valorizar o trabalho dos catadores de lixo reciclável, responsáveis por grande parte da coleta de resíduos sólidos reutilizáveis no país. Para isso, a ação conta com o apoio de voluntários para atuarem numa espécie de reciclagem das carroças, dando nova cara aos veículos de coleta, com direito a grafites personalizados.

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O evento esteve no Recife e também levou muita arte para as ruas da cidade. A equipe do programa Classificação Livre marcou presença e esta edição traz todos os detalhes.

Ainda no programa desta semana, quem também dá as caras é Leonardo Da Vinci e todo o seu legado. A mostra "Da Vinci - A Exibição" traz os frutos da genialidade do multi-artista italiano, que, além da arte, usava de sua performance em diversos outros campos de atuação para poder sobreviver, ou, talvez, apenas para efluir seu imensurável leque de conhecimentos.

Por fim, o programa desta semana ainda traz dicas para quem quer aproveitar o fim de semana, com os destaques da agenda cultural. O Classificação Livre é apresentado pela jornalista Areli Quirino e é publicado toda semana pelo Portal LeiaJá.

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Eles são personagens que contribuem para as atividades sustentáveis das grandes cidades. Porém, seu importante trabalho passa despercebido por muitas pessoas. É preciso abrir os olhos para os catadores de lixo, que de forma independente recolhem e separam os objetos jogados fora.

Instrumentos de trabalho dos catadores, as carroças, devido ao duro dia a dia de catação nas metrópoles, acabam ficando muito desgastadas. É por isso que um grupo resolveu dar vida ás carroças através da arte. Confira na reportagem em vídeo a atuação do Pimp My Carroça:

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Um novo conceito de arte e decoração está caindo nas graças dos pernambucanos. A técnica do muralismo em residência, que compreende preencher uma parede com desenhos, alinhando a técnica profissional aos anseios do cliente, tem ganhado adeptos no Estado.

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Para a artista plástica Ianah Maia, “O muralismo em residência é uma espécie de tatuagem, que precisa trazer em sua essência o estilo do cliente e do ambiente escolhido”. Após uma temporada na Argentina, onde fez workshop de graffiti, Ianah se apaixonou pela filosofia da arte urbana, começando a expandir e divulgar a técnica do muralismo. Munida de pincéis, sprays, tinta acrílica, marcadores, buchas e muita criatividade, a artista já desenvolveu inúmeros painéis fixos, espalhados pelas paredes e muros de Buenos Aires, Salvador e Recife.

Segundo Ianah, é fundamental que o trabalho conceitual seja realizado em conjunto com o cliente, pois o espaço tem que expressar o sentimento e a imagem que o ambiente pretende passar. “O local vai refletir a identidade da pessoa. Se a parede está localizada num espaço profissional, é preciso levar em consideração não só as características físicas, mas a mensagem que o cliente pretende passar. Quando se trata de uma residência, a maioria das pessoas leva em consideração o ‘astral’, algo que tenha um significado importante na sua vida”, comenta a artista, ressaltando que a intervenção do cliente está apenas relacionada ao momento de criação. “Após uma conversa e avaliação do local, apresento minha ideia. Se ele aprovar, executo. No entanto, não deixo que interfiram no desenho em si. No máximo, permito a opção das cores de fundo”, explica.

A jornalista Bruna Leite é uma das clientes de Ianah. Em busca de algo diferenciado para a decoração para a sua casa, ela optou pela técnica do muralismo. Como Bruna tem uma forte ligação com as religiões de matriz africana, a sugestão da artista plástica foi reproduzir a figura de Iansã. “Ela tem o poder de fazer um link entre o que a gente quer, trazendo um olhar artístico. Falei que era filha de Iansã e ela sugeriu representá-la na parede do meu quarto. Adorei a ideia”, conta Bruna.

Recém-casada, a estudante de engenharia Lohanna Savino queria um ambiente acolhedor para o quarto do enteado. Ela e a artista pensaram em algo que pudesse levar uma interação direta entre o garoto e o novo ambiente. “Meu enteado adora dinossauros. Então Ianah pensou em reproduzir um dinossauro gigante. Ela conseguiu captar a ideia. Ficou incrível, adoramos a proposta”, diz Lohanna ao LeiaJá.

Questionada sobre preços, Ianah ressaltou que o muralismo é versátil, exige técnicas diferentes, de acordo com o ambiente escolhido. De acordo com a artista, além do espaço, as condições financeiras dos clientes são levadas em consideração na hora da apresentação do orçamento. O uso de elementos de arte de rua em ambientes fechados segue sendo uma tendência e cada vez mais pesoas querem uma obra de arte exclusiva e cheia de identidade em sua própria casa ou negócio.

Estão abertas as inscrições para duas turmas de oficinas de férias, promovidas pelo Hipérion Escola de Artes. As aulas, voltadas para interpretação no segmento publicitário na TV e internet, têm previsão de início para o dia 13 deste mês.

De acordo com a instituição de ensino, a qualificação pretende trabalhar temas ligados à função do ator no set de filmagem, mercado publicitário, além de peças publicitárias. As aulas serão realizadas às segundas, terças e quintas-feiras, nos horários 14h30 às 17h30 ou das 19h às 22h.

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Com duração de três semanas, o curso é voltado para atores, modelos e pessoas que têm interesse em ingressar no ramo da publicidade. As inscrições devem ser feitas pelo site da Hipérion. O investimento na qualificação é de R$ 180.

O curso será conduzido pelo ator e publicitário Thiago França. A Hipérion fica na Avenida Norte, 2608, sala 4, no bairro da Encruzilhada, Zona Norte do Recife. Mais informações podem ser conseguidas pelos telefones (81) 3089-2020 ou 3088-5620.

 

O programa Classificação Livre desta semana traz uma exposição que revela as riquezas culturais de Norte a Sul do país. Danças, comidas, costumes e festas típicas de cada região foram registradas e estão presentes na mostra "Patrimônio Imaterial Brasileiro - Celebração Vida da Cultura dos Povos", que está em cartaz na Caixa Cultural Recife. Pernambuco também está representado, com cinco bens imateriais em exposição: a Feira de Caruaru, o Frevo, Os Maracatus Nação e de Baque Solto e o Cavalo Marinho.

Ainda nesta edição, o público confere a 13ª edição da Semana Nacional de Museus. A nossa equipe visitou um dos museus integrantes do projeto, o Museu da Cidade do Recife, e traz os detalhes da programação especial montada para a garotada. E para curtir o fim de semana, grandes nomes da música, como Biquni Cavadão, Fernanda Takai e Racionais MC, são a pedida de shows da nossa Agenda Cultural.

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O Classificação Livre é apresentado por Areli Quirino e exibido toda semana no Portal LeiaJá.

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A obra "L'Allée des Alyscamps" de Vincent Van Gogh foi vendida nesta terça-feira por mais de 66 milhões de dólares, o preço mais alto pago desde 1998 por uma tela do gênio holandês, no início dos leilões de arte de Nova York, informou a Sotheby's.

Outro destaque foi "Nymphéas" do francês Claude Monet, vendida por 54 milhões de dólares, após ter sido avaliada pela Sotheby's entre 30 e 45 milhões, afirmou a tradicional casa de leilões.

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Segundo a Sotheby's, L'Allée des Alyscamps",estimada em torno de 40 milhões de dólares pela Sotheby's, foi adquirida por 66,33 milhões por um colecionador asiático após uma intensa disputa entre cinco potenciais compradores.

O recorde para um Van Gogh é de "Portrait of Dr. Gachet", de 1890, vendido em 1990 por 82,5 milhões de dólares, em Nova York.

Dos seis Monet oferecidos no leilão, "Le Palais Ducale", 1908, pintado em Veneza, foi adquirido por 23,1 milhões de dólares (avaliado previamente entre 15 a 20 milhões). "Bassin aux Nymphéas, Les Rosiers" foi vendido por 20,41 milhões de dólares, dentro do previsto. Para duas pinturas de Monet não houve comprador.

As vendas de telas impressionistas e de arte moderna da Sotheby's nesta noite marcam o início dos leilões de primavera na cidade, marcados pela expectativa de vendas por valores estratosféricos.

A icônica tela "Les femmes d'Alger", de Picasso, e a escultura "L'homme au doigt", de Giacometti, podem bater recordes mundiais na semana que vem, no leilão da Christie's. Os preços são estimados em 140 e 130 milhões de dólares, respectivamente.

O artista Romero Britto abriu um processo contra a Apple e a empresa de design Craig & Karl devido ao uso de uma arte muito semelhante ao estilo que o deixou mundialmente famoso no site da fabricante. O valor da indenização solicitada pelo brasileiro ainda não foi especificado.

A campanha "Start Something New" (Comece Algo Novo, em inglês) tem como objetivo fazer com que artistas criem obras utilizando apenas produtos da Apple. Uma das imagens utilizam desenhos coloridos com traços fortes, estilo que deixou Britto mundialmente famoso. A figura (abaixo) foi licenciada da Craig & Karl pela Apple. 

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"Esta combinação específica de elementos visuais quando tomados em sua totalidade cria uma impressão visual de conjunto que é exclusivo ao trabalho de Britto", diz a ação judicial.

A ação de Britto, apresentada na semana passada em um tribunal federal de Miami, nos Estados Unidos, traz uma série de alegações. Entre elas, constam violação de direitos autorais e concorrência desleal. Além disso, o artista pede para que o juiz distrital Kathleen Williams proíba a utilização das imagens que seriam de Britto.

Três recordes mundiais, para três artistas diferentes, foram batidos durante uma venda de pinturas francesas dos séculos XVII e XVIII da coleção Louis Grandchamp des Raux, organizada nesta quinta-feira pela Sotheby's e Artcurial em Paris.

O lance mais alto foi dado por uma obra de Louyse Moillon, "Nature morte aux pêches sur un plat d'étain, boîte de copeau sur un entablement", de 1634, que bateu um novo recorde para a artista de 1,083 milhão de euros (estimativa inicial de 400.000/600.000 euros).

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Outro recorde, desta vez para a Anne Vallayer-Coster, cujo "Portrait de femme assise tenant un violon", de 1773, avaliado entre 300.000 e 400.000 euros, foi vendido por 903.000 euros.

O terceiro recorde foi para Pierre-Antoine Lemoine e seu "Nature morte aux raisins, plat de pêches et potiche chinoise sur un entablement en pierre", vendida por 423.000 euros, o dobro da estimativa inicial.

"Com um total de 8,7 milhões, ou seja, 90% dos lotes vendidos e 93% em valor, esta venda alcançou o maior patamar em um leilão deste âmbito em mais de vinte anos", destacaram a Sotheby's e a Artcurial em um comunicado conjunto.

Outras telas também alcançaram somas importantes, como "Le départ des pêcheurs au lever du jour", de Joseph Vernet, com 843.000 euros frente uma estimativa inicial de 600.000 euros.

Interessados em ingressar na carreira artística podem se inscrever para os cursos oferecidos pela Hipérion – Escola de Artes. A instituição oferece qualificação nas áreas de teatro, cinema e TV para diferentes faixas etárias. As capacitações têm durações variadas com aulas semanais e turmas divididas por idade.

O curso de teatro para iniciantes pretende desenvolver as potencialidades artísticas e melhorar a desinibição dos participantes. Já as aulas de teatro, TV e cinema ocorrerão por dois anos e os alunos devem ter idade a partir dos 16 anos. Os participantes, ao final do curso, receberão certificado reconhecido pelo Sindicato dos Atores de Pernambuco (Sated).

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Informações sobre esses e outros cursos oferecidos pela Hipérion podem ser obtidas pelos telefones (81) 3080-2020 ou 3088-5620. A Escola fica na Avenida Norte, 2608, Sala 4, no bairro da Encruzilhada, no Recife.

Banksy, artista de rua mundialmente conhecido, viajou secretamente para a Faixa de Gaza para decorar com seus famosos grafites naïf e políticos as ruínas do enclave palestino devastado pela última guerra.

O artista, que ficou famoso com suas pinturas anônimas em espaços públicos, publicou em seu site um vídeo que mostra sua visita à Gaza, onde teria entrado por um túnel subterrâneo e clandestino.

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"Este ano, caberá a VOCÊ descobrir um novo destino" clama o vídeo, que ironiza ainda mais longe: "os habitantes se divertem tanto que nunca deixam" Gaza, em referência ao frástico bloqueio israelense ao território.

As pinturas e grafites constituem uma forte crítica à guerra de 2014, que destruiu ou danificou dezenas de milhares de habitações e matou quase 2.200 palestinos, em sua maioria civis. Do lado israelense, 73 pessoas morreram, quase todas soldados.

Entre as obras deixadas pelo grafiteiro, está uma torre de vigia que serve de carrossel para crianças, ou ainda um gatinho gigante pintado em uma parte de muro aos pés do qual há um emaranhado de hastes de metal.

O proprietário do local, um habitante de Beit Hanoun, no norte da Faixa de Gaza, comemorou "esta marca histórica que lembrará para sempre a dor da perda de minha casa".

Este artista britânico, cuja identidade continua incerta, começou a pintar nos muros de Londres, antes de se tornar sucesso internacional.

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De cores, estilos e cabelos variados, as bonecas são brinquedos que marcam a infância das meninas e despertam lembranças nas mulheres. Seja de pano ou a sofisticada Barbie, muita gente, mesmo depois de adulta, relembra das suas bonecas e ainda há quem faz questão de colecionar. Em meio a essa paixão, a artista Adriana Colombo Sanches, 37, há seis anos passou a desenvolver um trabalho ainda pouco difundido no Brasil, porém, que cada vez mais atrai a atenção do público e desperta o interesse de quem almeja ter uma fonte de renda. Natural da cidade de Santos, em São Paulo, Adriana é artista reborn, uma prática que faz bonecas com traços muito reais a partir de um material a base de vinil.

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De acordo com Adriana, esta arte começou durante a Segunda Guerra Mundial, nos Estados Unidos, quando as mulheres passaram a reformar suas bonecas enquanto os homens lutavam nos conflitos. Daí se dá a ideia de renascimento. “A arte reborn chegou ao Brasil há uns dez anos. Há seis eu comecei a trabalhar com esta arte, após fazer vários cursos. Os clientes vão desde crianças até senhoras, além de alguns homens. É um trabalho muito bem feito inspirado em fotografias para deixar as bonecas com os aspectos mais reais possíveis”, explica a artista.

Boa parte da clientela é formada por mães que querem guardar uma recordação material dos seus filhos bebês. Muitas, inclusive, solicitam o serviço mesmo depois dos filhos crescidos. Elas escolhem uma foto e a enviam para Adriana, que, com base na imagem, compra fôrmas prontas de vinil e a partir delas dão vida à boneca, destacando todos os traços da criança real. Ela pinta e faz o penteado conforme a foto. Segundo a artista, as fôrmas, conhecidas também como kits, custam em média R$ 200 e vêm com roupas e o corpo da boneca.

O valor da boneca pronta pode variar de R$ 1,8 mil a R$ 3 mil. As “réplicas” são inspiradas de bebês prematuros a até um ano de idade, que expressam com muita fidelidade e realismo as características e expressões das crianças. “Existem bonecas feitas à base de silicone que são muito reais. Só que o material é bem mais caro e a gente encontra muitas delas nos Estados Unidos. Para ser ter uma ideia, uma boneca dessas lá pode custar R$ 30 mil”, complementa Adriana. Por mês, ela chega a fabricar de três a quatro bonecas e o tempo de confecção gira em torno de três semanas.

Apesar de parecer um brinquedo, o aspecto real da boneca reborn acaba ligando o objeto a uma obra artística. É assim que Adriana e outras artistas do segmento descrevem o trabalho. “Não é um brinquedo. Sempre mando um manual de cuidados que o cliente deve ter com a boneca. Trata-se de uma arte que está crescendo no Brasil, mas é preciso ter cuidado porque algumas pessoas ainda não dominam as técnicas corretas e acabam fazendo bonecas sem qualidade”, comenta a artista.

Materialização do amor

O gosto por bonecas, mesmo depois de adulta, fez a empresária recifense Fátima Costa adquirir uma boneca reborn feita pela Adriana. A réplica foi um presente para a casula de três filhos de Fátima, a universitária Luana Numeriano, de 17 anos. “Eu sou apaixonada pelos meus filhos e a boneca é uma forma de eternizar o amor de mãe. Porque, como a gente sabe, para as mães os filhos nunca crescem. Eu fiquei impressionada com o trabalho da Adriana. Os traços da boneca são perfeitos e ela ficou muito parecida com a Luana bebê”, diz a empresária.

A semelhança entre a boneca e a foto de Luana quando bebê é impressionante. Detalhes como a pele branca e o rostinho rosado, além das veias da mão, destacam o quanto é real a réplica.

 

Luana também aprovou a arte. “Foi uma surpresa pra mim! Quando minha mãe chegou eu pensei que era um bebê de verdade”, conta a jovem. Veja no vídeo abaixo mais depoimentos de Fátima e Luana, além de belas imagens da boneca reborn.

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Curso – Interessados em conhecer a arte reborn podem fazer o curso oferecido por Adriana. O investimento é de R$ 1,2 mil e a duração é de um dia. Mais informações podem ser conseguidas pelo telefone (84) 9415-9342.

 

Os dois grandes assuntos do lançamento do calendário Pirelli de 2015, em Milão, na manhã desta terça-feira, 18, foram uma ausência e um excesso de medidas. A falta era do fotógrafo Steven Meisel que, tímido por natureza, evita entrevistas e aparições públicas - mesmo tendo trabalhado na descoberta de top models como Linda Evangelista, Naomi Campbell e Raquel Zimmerman, além de ter fotografado Madonna, entre outras celebridades. E as medidas que chamaram atenção foram a da modelo americana Candice Huffine, a primeira "plus size", ou seja, com mais centímetros no perfil que uma modelo tradicional.

"Steven prefere que seu trabalho responda por ele", disse, repetindo um eterno clichê, Jimmy Moffat, agente do fotógrafo de 60 anos e agora especializado em representá-lo em eventos públicos. "E, para esse trabalho, ele reuniu as 12 modelos que mais admira." Assim, além de Candice, o calendário de 2015 apresenta brasileiras como Adriana Lima, Raquel Zimmerman e Isabeli Fontana (em sua sétima aparição, um recorde), além da inglesa Karen Elson, a americana Gigi Hadid e a russa Sasha Luss, entre outras.

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O calendário Pirelli, que completa 50 anos, tornou-se mais que uma peça publicitária da empresa italiana - ao convidar importantes fotógrafos a cada ano (já clicaram profissionais como Annie Leibovitz, Richard Avedon, Bruce Weber e Steve McCurry), o calendário tornou-se peça de colecionador, além de representar um momento icônico da cultura contemporânea.

Para 2015, Steven Meisel apostou em imagens sensuais. "Queríamos tornar as modelos mais sexy que apenas os seus próprios corpos", comenta Carine Roitfeld, diretora de moda que comandou o styling. "Não iríamos nos satisfazer apenas com mulheres nuas."Daí a decisão de usar o látex como elemento que unisse as fotos: além de bonito, tem um brilho que o torna interessante.

Meisel não quis partir de um conceito fechado, mas clicou imagens com as modelos posando de pin-ups, ou seja, mantendo o velho estilo dos calendários de borracharia, mas com glamour. Assim, quase todas as imagens ou têm topless ou trazem as moças em posições sensuais. "Não gosto muito de fotografar nua, mas Steven me deixou à vontade e atendeu meu pedido para uma nudez parcial", conta a brasileira Isabeli Fontana. O calendário Pirelli é oferecido pela empresa exclusivamente para fornecedores.

Como indica o título da exposição, Iberê Camargo: Século XXI, que será aberta nesta terça-feira, 18, para convidados e quarta, 19, para o público, na fundação que leva o seu nome, em Porto Alegre, não é uma retrospectiva. A grande mostra do centenário de nascimento do pintor gaúcho, morto em 1994, é, antes, "prospectiva", segundo as palavras de um de seus três curadores, o crítico e editor francês Jacques Leenhardt. Ele e os outros dois integrantes do comitê curatorial da Fundação Iberê Camargo (o crítico Agnaldo Farias e a professora Icleia Cattani) convidaram 19 artistas brasileiros de diferentes gerações para interagir com obras do pintor selecionadas para a mostra - 33 pinturas, seis gravuras e 30 desenhos. Poucos entre os 21 trabalhos desses autores dialogam, de fato, com a obra do pintor gaúcho, figura independente na arte brasileira, avesso a movimentos e resistente a classificações.

Até março do próximo ano, o público poderá colocar à prova essa correspondência analógica entre séries de diversos períodos de Iberê - os carretéis, os manequins, as sombras, os fantasmas - e as obras dos artistas convidados, entre eles Ângelo Venosa, Carlos Fajardo, Carmela Gross, Edith Derdyk, Eduardo Haesbaert (assistente de Iberê) e Regina Silveira. Há desde ampliações gulliverianas dos carretéis do pintor pelo cearense Eduardo Frota, peças com quase 3 metros de altura e expostas na porta principal do prédio de Álvaro Siza, até ilustrações - paródicas - do carioca Jarbas Lopes das bicicletas do Parque da Redenção pintadas por Iberê Camargo. De modo geral, essas versões pouco acrescentam à compreensão da obra de um artista que não deixou seguidores e foi uma voz trágica e autônoma dentro da modernidade, encontrando raros interlocutores entre seus contemporâneos - talvez a obra de Goeldi, numa perspectiva remota.

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Leenhardt justifica assim a opção do trio de curadores por artistas das gerações seguintes: "A presença de Iberê no panorama da arte brasileira é singular, quase sempre na contramão, se considerarmos que, em pleno período concreto, ele se voltou exclusivamente para a pintura", observa o curador, classificando a obra do pintor gaúcho de "jansenista" - no sentido de que ela, a exemplo do movimento religioso francês do século 17, teria um caráter dogmático moral, agostiniano, de predestinação. "Ele foi uma figura que levou ao limite esse peso da tragédia, do abandono do homem à própria sorte."

Leenhardt compara o pintor a Sísifo, o mitológico rei de Éfira que ofendeu os deuses e foi condenado a rolar uma pedra eternamente até o alto da montanha. Iberê parecia condenado a pintar a própria biografia, segundo o curador, lembrando que, em 1958/59, momento em que ele abandona a paisagem e se volta para o interior do ateliê, Iberê usa os carretéis como símbolo de sua impossibilidade de caminhar. "Ele empilha esses carretéis como se fosse a sua coluna vertebral afetada", conclui.

Com o passar dos anos, esses carretéis, equilibrados numa mesa, vão caindo e, no último período de sua vida, quando o câncer do pulmão atingiu seu cérebro, suas figuras cedem à gravidade e se entregam à terra, enquanto as bicicletas, signo do dinamismo vital, são abandonadas ou amalgamadas com as rodas de uma cadeira de paraplégico, como se vê na tela Crepúsculo da Boca do Monte (reproduzida acima). A marca da desilusão está estampada no título de uma de suas últimas telas, Tudo te É Falso e Inútil, frase do poeta Fernando Pessoa com a qual o crítico Ronaldo Brito batizou a pintura. Ou na série Idiotas, também dos anos 1990, em que ele retrata figuras limítrofes, criticando o que via ao redor. Dizia que não tinha vindo ao mundo para agradar ninguém.

Seu assistente, Eduardo Haesbert, que participa da mostra com um desenho na parede cuja aparência é de uma gravura, lembra dele de outra forma. "Iberê gostava de cinema, tinha uma coleção de filmes que adorava mostrar para os amigos." O cineasta Joel Pizzini, autor de um curta sobre ele (O Pintor, 1995) exibe na exposição fragmentos de clássicos que Iberê cultuava - Nosferatu, de Murnau - e de um outra curta dirigido pelo fotógrafo Mario Carneiro, numa instalação que cobre todas as rampas do prédio de Siza. Também na exposição poderá ser visto o documentário Magma, de Marta Biavaschi, que destaca a relação de Iberê com a literatura, dramatizando, inclusive, um conto escrito pelo pintor em 1959, O Relógio.

Sua obra literária, assim como a pictórica, está reunida na Fundação Iberê Camargo, que tem em seu acervo mais de 5 mil trabalhos do pintor (entre telas, desenhos e gravuras). O diretor da instituição, Fábio Coutinho, calcula que existam outras 2 mil espalhadas pelo Brasil e o mundo (Iberê morou na Itália). Com a morte da mulher do pintor, dona Maria Coussirat, em fevereiro último, as obras que estavam na casa da família foram transferidas para a fundação, mantida graças ao apoio financeiro de bancos como o Itaú e empresários gaúchos como Jorge Gerdau. Com um orçamento anual de R$ 10 milhões e quatro exposições por ano, a fundação está empenhada na pesquisa para o catalogue raisonné do artista e na promoção de sua obra no exterior.

No próximo ano, revela Coutinho, serão realizadas duas exposições na Itália para comemorar o centenário de Iberê: uma em Florença e outra em Bolonha (no Museu Morandi). Em 2017, será a vez de Berlim. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A arte oriental encanta e influencia artistas do Ocidente desde o século 19. Notadamente no impressionismo - em Monet, Manet, Degas - se veem reverberadas técnicas e cores características das gravuras chineses e japonesas. Com formação europeia, nosso Alberto da Veiga Guignard (1896-1962) levou para suas pinturas características do Oriente facilmente reconhecíveis, como a falta de perspectiva, a delicadeza, o capricho nos ornamentos e a verticalidade das figuras, prova Guignard e o Oriente, Entre o Rio e Minas, exposição aberta nesta terça-feira, 11, no Museu de Arte do Rio (MAR).

Fluminense de nascimento (é de Nova Friburgo, na serra) e mineiro pela vivência, o "paisagista do modernismo brasileiro", como aponta o curador, Paulo Herkenhoff (em parceria com a colecionadora Priscila Freire, mineira que conviveu com o artista em sua escola em Belo Horizonte, e Marcelo Campos), passou a infância e juventude na Europa com a família. Estudou em Munique e se aperfeiçoou em Florença e Paris.

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"Já se fala da influência oriental em Guignard há muito tempo, mas não se apontava onde", conta Herkenhoff, que, com Priscila, já tinha realizado mostra semelhante, menos numerosa, no Instituto Tomie Ohtake, em 2010. Ele enxerga exemplos nas telas em que Guignard retratou o Passeio Público e os lagos de vitórias-régias do Jardim Botânico, no Rio.

De intenso conteúdo subjetivo, o óleo Noite de São João (1961), em que retrata uma Ouro Preto enevoada e imaginária, tem igrejas barrocas, montanhas e balões de dimensões parecidas, e não há um ponto de fuga para onde o olhar seja direcionado. "É a pintura como uma caligrafia, feita com um pincel muito leve e fino", ressalta ainda o curador.

"Ele era um homem muito sensível e absorveu essa admiração pelo Oriente na Europa. Já chegou ao Brasil, em 1929, com isso. E em Minas, desde o século 18 se viam no barroco ilustrações com traços orientais, provavelmente trazidas de lugares como Goa e Macau", lembra Priscila, que conheceu Guignard em 1954, aos 20 anos. Era um homem elegante e inteligente, pouco apegado a dinheiro, que sofria preconceito por ter lábio leporino, recorda-se.

Suas obras - estima-se que sejam por volta de 2 mil - estão espalhadas em coleções particulares do Rio e de SP. Passados 52 anos de sua morte, ainda não foi publicado um catálogo raisonné, volume que reúne todos os trabalhos de um artista. A produção europeia se perdeu.

Ao morrer, o que Guignard deixou foi uma casa, em Ouro Preto, e quadros. "Logo apareceram pessoas que provaram ser parentes e ficaram com a casa, depois vendida, e as obras", conta Priscila. Entusiasta de seu legado, e na ausência de herdeiros interessados, ela fundou em 1987 o Museu Casa Guignard, na Rua Direita, centro histórico de Ouro Preto, de divulgação e preservação da obra. O adorável sobrado do início do século 19, que guarda documentos, fotos, desenhos e cartas, precisa de reformas urgentes nos sistemas hidráulico e elétrico para se manter funcionando bem. Faltam recursos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Atom Egoyan estava feliz da vida com o que esperava que fosse uma celebração em Cannes, em maio. Ele festejava 30 anos do primeiro filme, 25 da primeira ida ao maior festival de cinema do mundo e 20 desde Exótica. Seu filho, Arshile, fez a montée des marches, a subida na escadaria que dá acesso ao palais - e anteriormente ele só estivera no tapete vermelho de Cannes no ventre da mãe, a atriz Arsinée Khanjian. Egoyan ainda tenta entender o que ocorreu. "A gala do filme correspondeu à expectativa. Fomos muito aplaudidos. E aí, no dia seguinte, quando começaram a surgir as críticas sobre À Procura/The Captive, foi aquele massacre. Não sei o que houve na sessão de imprensa, mas não bastava aos críticos dizer ‘não gostei’. Era preciso atacar, ridicularizar, vilipendiar. Se não fosse o apoio de dois ou três jornalistas que tentaram olhar o filme com objetividade, ia me sentir o último dos mortais", disse o diretor numa entrevista por telefone, durante a Mostra.

A Mostra! Egoyan guarda um carinho muito grande pelo evento que o trouxe ao Brasil - e o tornou conhecido dos cinéfilos brasileiros. "Leon (Cakoff, o sr. Mostra) era de ascendência armênia e amava o cinema, como eu. Sempre me senti muito próximo dele, do seu carinho. Ainda bem que Renata (Almeida) segue com a Mostra." Ele conta que À Procura, que estreia dia 27, foi um filme que quis muito fazer. "Esse projeto me acompanha há anos e, inclusive, já existia bem antes de Sem Evidências (o longa anterior). Já estava com o roteiro praticamente pronto quando houve o convite para o outro filme. Topei, por causa da história e também porque me pareceu que seria um bom treinamento. Muita gente se confunde porque existem similaridades entre os dois filmes. Fiz Sem Evidências com todo o empenho, mas o meu filme é À Procura. Nem todas as críticas do mundo me levariam a renegá-lo. É um trabalho do qual tenho muito orgulho."

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Sem Evidências baseia-se no episódio que se tornou conhecido como ‘os três de West Memphis’, no Arkansas. Em 1993, três garotos foram brutalmente assassinados no que dava a impressão de ter sido um ritual satânico. Três adolescentes foram levados a julgamento e condenados sem provas. A polícia queria mostrar sua eficiência rapidamente e os três cabiam no perfil. Eram darks, gostavam de rock, e nada disso se ajustava ao modelo social da comunidade conservadora. A mãe de uma das vítima desconfiava do próprio marido, padrasto do menino. Após uma longa bastalha judicial, os três foram soltos, mas não inocentados. O caso originou documentários e um livro (The Devil’s Knott), que Egoyan foi convidado a adaptar.

À Procura conta a história de um pai cuja filha é abduzida. Ele deixa a menina no carro e entra na confeitaria para comprar não importa o quê. Quando volta, ela não está mais. A polícia suspeita de sua versão, o casamento entra em colapso, mas o pai nunca desiste de encontrar a filha. Passam-se os anos. Reese Whiterspoon faz a mãe em Sem Evidências, Ryan Reynolds é o pai em À Procura.

Não fale mal desses dois para Egoyan porque ele os ama - como pessoas e como atores. Diz que não têm nada a ver com astros, estrelas nem celebridades. São humanos e grandes intérpretes. Sua maior decepção é que o filme que deveria estabelecer Reynolds como ator, não apenas galã, entrou no buraco negro e ele - Ryan - não escapou ao massacre.

Ambos os filmes, e À Procura, que agora estreia, foram descartados como thrillers convencionais. "Mas o filme não é nem um thriller. Minha estrutura é outra. O tempo todo sabemos que a filha está viva. Se crio algum suspense não é nunca em cima da dúvida de sua existência." O próprio diretor define À Procura como um labirinto. "Foi meu roteiro mais trabalhado. Criei uma estrutura mental. Ryan é torturado mentalmente e se torna obsessivo. Repassa os acontecimentos, como quem busca uma brecha para entender o mundo. Gosto dessa narrativa, mas pelo visto os outros, não." Desde A Verdade Nua, e talvez antes, o cinema de Egoyan, a par do abuso infantil, vem incorporando forte crítica às novas tecnologias. "O homem contemporâneo acostumou-se à internet como uma ferramenta. Mas me interessa refletir sobre seus riscos. Há muita pornografia, muito abuso infantil, há invasão de privacidade na rede. E outra coisa me preocupa. Vivemos num mundo regido pelo desejo de segurança. Câmeras por toda parte. Só que, nada disso, impede que crimes continuem sendo cometidos. As técnicas são incorporadas e neutralizadas. É um dos aspectos mais terríveis dessa atualidade que nos consome, ou me consome."

Em O Doce Amanhã, adaptado de Russell Banks, Egoyan mostrou os efeitos do acidente de um ônibus escolar sobre uma comunidade. A morte das crianças destrói o futuro, é todo um mundo que desmorona. Em O Fio da Inocência, o mais doce dos homens se revela criminoso, e um abusador de crianças. Em À Procura, o sequestrador é um dos esteios da comunidade. "Que mundo é esse?", pergunta-se o diretor. "A verdade crua (título de um de seus filmes) é que nosso mundo civilizado segue bárbaro. O cinema pode nos ajudar a questionar, e entender."

Sobre atores, ele conta que busca os que servem aos papéis. "Muitas vezes sou meu produtor. Sei o valor comercial de certos nomes, mas nunca os escolho como chamarizes de público. Reese (Whiterspoon) somou em Sem Evidências, porque é mãe e vestiu a roupa da personagem. Ryan (Reynolds) mergulhou fundo no papel.

Para o público acostumado a vê-lo em comédias ou como herói de ação, poderá ser uma surpresa, mas eu sabia que podia contar com ele. Ryan carrega aquela dor, aquela raiva e eu só precisei ajudá-lo a colocá-la para fora." Qual é o tema do seu cinema, o repórter pergunta? "É a modernidade. Vivemos num mundo de aparências. A verdade é relativa. Desde criança, criado numa família armênia, eu ouvia falar do massacre, mas ele era sistematicamente negado pelos turcos. Negar uma coisa não elimina que ela tenha sido feita. A verdade crua pode chocar, mas é melhor assim. Nada é o que parece ser. O cinema dito de entretenimento é, na maioria das vezes, alienante e pernicioso. Entender o mundo, e nos entender pode ser um bom começo." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O Classificação Livre desta semana está imperdível. Nesta edição, o público vai saber detalhes da 10ª edição do Festival de Circo do Brasil, um dos mais repeitados do país. O evento está sendo realizado no Recife. A equipe do programa acompanhou o espetáculo de abertura da programação, Les Rois Vagabonds, originário da França e que foi realizado no Teatro Santa Isabel, no Centro da cidade. 

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O festival é descentralizado e ocorre em 11 espaços culturais da cidade, nas zonas norte e sul, além da área central da capital. A programação do evento segue até o próximo domingo.

Ainda nesta edição, o Classificação Livre mostra os detalhes do trabalho do artista Joan Miró. Nascido em Barcelona, na Espanha, ele é dos grandes nomes da arte moderna. A mostra reúne 69 obras dele, além de 23 fotografias em preto e branco feitas por Alfredo Melgar, que é fotógrafo e curado da exposição. 

O trabalho está exposta na Caixa Cultural Recife, no Centro da cidade. A visitação é gratuita e pode ser vista durante toda a semana. Por fim, o programa ainda traz dicas para quem quer curtir o fim de semana em Pernambuco.

O Classificação Livre é apresentado por Areli Quirino e exibido toda semana no Portal LeiaJá.

 

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