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Sessenta mil pessoas morreram em cinco anos, torturadas ou devido às péssimas condições de detenção, nas prisões do regime sírio, denunciou neste sábado o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).

"Desde março de 2011, pelo menos 60 mil pessoas morreram por tortura ou maus tratos, principalmente por falta de remédio e alimentos, nos centros de detenção do regime", informou à AFP o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman, assinalando que a cifra teve origem em fontes do regime. "O maior número de mortes foi registrado na prisão de Saydnaya e nos centros de detenção dos serviços secretos do exército do ar e da segurança do Estado", acrescentou.

Situada 30km ao norte de Damasco, a prisão de Saydnaya é uma das maiores do país. O OSDH afirmou que criou uma lista com o nome de 14.456 mortos, entre eles 110 crianças. Segundo Rahman, meio milhão de pessoas passaram pelas prisões do regime desde o início, em 2011, do conflito, que deixou 270 mil mortos e levou milhões de pessoas a fugir.

Por outro lado, acrescentou o diretor do OSDH, milhares de pessoas morreram no mesmo período nas prisões dos grupos rebeldes e jihadistas. Em fevereiro, especialistas da ONU na Síria haviam acusado o regime de Damasco de "extermínio de detidos", afirmando que as mortes em massa de prisioneiros eram resultado de "uma política de Estado".

O enviado da ONU para a Síria, Staffan de Mistura, havia anunciado a nomeação de Eva Svoboda como responsável pelos temas de detidos e sequestros.

Três militares russos que fugiram de um hospital psiquiátrico de São Petersburgo (noroeste) depois de supostamente terem matado duas enfermeiras foram localizados e detidos nesta terça-feira, informou uma fonte policial.

"Os três pacientes do hospital militar suspeitos de ter matado duas enfermeiras foram detidos esta tarde", declarou à AFP uma fonte da polícia local.

Os militares, os três de 19 anos - um recruta, um membro das forças armadas do ministério do Interior e um estudante da academia militar da Força Aérea de São Petersburgo - fugiram na noite de segunda-feira do hospital, situado em pleno centro da antiga capital imperial russa.

Os corpos das duas enfermeiras, de 52 e 63 anos, foram encontrados no hospital, uma esfaqueada e outra estrangulada, disse a polícia local. Para encontrá-los, a polícia de São Petersburgo colocou em funcionamento todos os dispositivos de alerta, reforçando os controles no aeroporto e nas estações da segunda cidade da Rússia.

Os três fugitivos foram presos sem resistência por guardas fronteiriços russos perto de Svetogorsk, uma pequena localidade 150 km a oeste de São Petersburgo, ao lado da fronteira com a Finlândia, disse o jornal online Fontanka.ru.

Os motivos pelos quais os jovens foram internados não foram divulgados, mas segundo a imprensa local ao menos um deles começou a ser tratado por uma "psicopatia".

Divulgado pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) em Manaus, o relatório-denúncia "Amazônia, um bioma mergulhado em conflitos" informa que a região lidera a ocorrência de assassinatos no campo. Dos 50 casos listados ano passado, 47 foram registrados no Norte do País, que abriga pelo menos nove grandes conflitos rurais.

Rondônia, com 20 ocorrências, e o Pará, com 19, lideram a lista de assassinatos. Outros seis foram registrados no Maranhão. Duas pessoas morreram no Amazonas e Mato Grosso. A região amazônica também concentra 50% de todas as tentativas de execução de indígenas, trabalhadores rurais ou camponeses. Ao todo, a CPT apurou relatos de 93 ameaças de morte em 2015.

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“Esta publicação quer ser uma amostra dos conflitos e suas causas. Em cada estado da Amazônia foi escolhido um conflito que, de certa forma, representa, ainda hoje, o mundo dos conflitos e da violência em que estão inseridas as comunidades do campo”, informa a apresentação da publicação, lançada oficialmente no dia 29 de fevereiro.

Foco - “A Amazônia é hoje a região de maior intensidade nos conflitos agrários no Brasil. Ano passado foram assassinados inúmeros camponeses, indígenas e lideranças populares nestes conflitos. E em 2016 já foram cinco assassinatos na Amazônia”, afirma Ruben Siqueira, da coordenação executiva nacional da CPT, Rubem Siqueira, em comunicado público. 

Com informações de Isane Pimentel.

A Secretaria da Segurança informou na quarta-feira, 2, que determinou à Corregedoria da Polícia Civil que apure por que os inquéritos de três casos descobertos pelo jornal O Estado de S. Paulo foram abertos só em 25 de fevereiro, dia seguinte ao que a pasta foi procurada para saber o que a polícia havia feito nos crimes descobertos pela reportagem. Um quarto inquérito - classificado como roubo - foi instaurado em 29 de fevereiro, dia em que o secretário Alexandre de Moraes falou com a reportagem.

O levantamento da reportagem teve como ponto de partida a análise de 3.766 casos de "morte suspeita" registrados no primeiro semestre de 2015 na capital, obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação. "Morte suspeita" é como a polícia registra óbitos em que há dúvidas sobre o que aconteceu - suicídio, acidente, queda ou mal súbito.

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Ao ser entrevistado, Moraes entregou uma planilha com o andamento das investigações. O documento mostrava que, em 12 ocorrências, a polícia não havia instaurado inquérito a tempo de o caso entrar nas estatísticas criminais - cujos dados são divulgados no dia 25 do mês seguinte ao fato. Em oito, a investigação só foi aberta após a reportagem começar, a partir de outubro de 2015, a procurar as delegacias. A demora na instauração dos inquéritos causa, segundo os especialistas, a perda de provas e de testemunhas.

O Departamento de Administração e Planejamento da Polícia Civil (DAP) informou, também por meio da Lei de Acesso à Informação, que o número oficial de "mortes suspeitas" cresceu na cidade de São Paulo em 2015, em comparação com 2014. O aumento foi de 7,85% no período, passando de 4.035 casos para 4.352. No Estado, o salto foi maior: de 10.961 para 12.347 - aumento de 12,6%. Em paralelo, o governo Geraldo Alckmin (PSDB) divulgou reduções de homicídios em proporções parecidas: de 5,3% na capital e de 11,5% no Estado.

Os delegados Marcos Carneiro Lima e Nelson Silveira Guimarães, que foram da cúpula da Polícia Civil nas gestões de Mario Covas, José Serra e Geraldo Alckmin, criticaram a forma como "casos de homicídios" se transformaram em BOs de "morte suspeita" e de "lesão corporal seguida de morte". E apontaram falhas no trabalho policial. "Morte suspeita é uma ignorância. É quase manipulado", afirmou Guimarães. Para ele, falta fiscalização por parte dos superiores do trabalho dos delegados plantonistas - responsáveis por fazer os boletins.

Especialistas, como o criminalista Alberto Zacharias Toron e o procurador José Francisco Cembranelli, afirmaram que, na dúvida, a polícia devia abrir o inquérito para investigar o possível homicídio. Além dos 21 casos, a reportagem encontrou outros três em que o governo informou ter feito a reclassificação da "morte suspeita" para "homicídio". Esses registros, no entanto, não constam de três planilhas fornecidas pela secretaria por meio da Lei de Acesso à Informação sobre os casos que entraram nas estatísticas oficiais.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O número de assassinatos em São Paulo é maior do que o divulgado pela Secretaria da Segurança Pública. Levantamento feito pelo jornal O Estado de S. Paulo Estado em boletins de ocorrência registrados pela Polícia Civil como "morte suspeita" no primeiro semestre de 2015 na capital paulista achou 21 casos que ficaram de fora das estatísticas criminais. Eles foram depois reclassificados, na maioria, como "lesão corporal seguida de morte", apesar de terem um histórico de homicídio. Isso aconteceu mesmo sem a polícia saber se a intenção do autor do crime era ferir ou matar a vítima. Assim, os casos continuaram sem constar das estatísticas desse crime.

Se os 21 casos tivessem sido incluídos nas estatísticas, o primeiro semestre de 2015 teria fechado com 3,6% mais vítimas de assassinato na cidade, ou 590 pessoas mortas em vez das 569 divulgadas pela secretaria. O número significaria uma variação positiva de 0,3% no total de vítimas de homicídios em relação ao mesmo período de 2014, que teve 588 mortes oficiais. Pela estatística do governo, no entanto, houve queda de 3,2% nas vítimas de homicídios em comparação com 2014. Em média, pelo menos 3,5 casos de mortes violentas foram registrados como "lesão corporal" ou "morte suspeita" por mês pela polícia.

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Depois de obter os dados sobre os casos por meio de quatro pedidos feitos com base na Lei de Acesso à Informação, a reportagem procurou policiais civis, testemunhas e familiares das vítimas, que relataram que os crimes foram cometidos por traficantes de drogas, desafetos pessoais e até por assaltantes. Até agora, ninguém foi preso.

A relação de ocorrências traz casos de pessoas mortas a tiros, facadas e pauladas. As vítimas eram, na maioria, trabalhadores braçais, moradores de rua, dependentes químicos e estrangeiros. Há uma distribuição aleatória dos 21 casos, mas a maioria aconteceu na periferia.

O secretário da Segurança Pública, Alexandre de Moraes, sustenta que "as estatísticas da secretaria são 99,9% confiáveis". Com base no levantamento da reportagem, o secretário informou que os BOs foram reclassificados, durante as investigações, para outros delitos. "Seis como homicídios, que logo foram colocados na estatística."

Desde janeiro de 2015, o site da secretaria registrou apenas uma vez, em março daquele ano, uma atualização de dados após sua publicação mensal, a fim de incluir um caso de homicídio. Moraes entregou ainda uma planilha em que informava que 11 "mortes suspeitas" haviam sido reclassificadas como "lesão corporal seguida de morte".

Planilha

A reportagem ouviu os desembargadores Amaro José Thomé Filho e Ivana David, do Tribunal de Justiça de São Paulo, a promotora de Justiça Mildred de Assis Gonzales, que trabalha há 20 anos no Tribunal do Júri, a professora de Direito Penal da Universidade de São Paulo (USP) Helena Regina Lobo da Costa e os delegados Marcos Carneiro Lima e Nelson Silveira Guimarães, ex-diretores da Divisão de Homicídios. Todos afirmaram que, sem conhecer o autor do crime e saber qual era sua vontade - ferir ou matar a vítima -, a polícia não podia registrar os casos como lesão corporal seguida de morte.

"Se você não identifica o autor, mas ouve uma testemunha que esclarece que ele não tinha motivação de matar, pode ser que mude o caso. Mas eu não sei como pode transformar um caso de homicídio em lesão corporal sem identificar o autor", disse Silveira Guimarães.

A Justiça já discordou da classificação de "lesão corporal" ou "morte suspeita" dada pela polícia em cinco desses casos e em um de "suicídio" e enviou os inquéritos à Varas do Júri, que cuidam de assassinatos. "Há uma resolução de 1998, do Tribunal de Justiça, de que, na dúvida, os casos devem ir para a Vara do Júri", disse Mildred. Após ser alertada pela reportagem, a secretaria confirmou ontem a informação - reafirmou, no entanto que cinco casos continuavam em varas que analisam lesões.

Ao classificar os homicídios como lesão, a polícia deixa de encaminhar os casos ao setor especializado, o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) - ele foi o destino de só 4 dos 21 casos. Além de lesão, a polícia registrou casos como o de um corpo carbonizado como "óbito", as mortes de supostos ladrões se tornaram "roubo", um linchamento virou "overdose" e um espancamento, "atropelamento". Até a quarta-feira, 2, nenhum dado havia sido retificado na estatística oficial.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Apesar da onda de violência ter sido contida, o Complexo Penitenciário de Pedrinhas, no Maranhão, permanece superlotado e com relatos de tortura, segundo relatório divulgado hoje (1º) pela organização não governamental (ONG) Conectas.

“Dois anos depois desse ponto de inflexão na história de Pedrinhas, é possível dizer que os assassinatos diminuíram, mas o quadro de tortura e maus-tratos generalizado se mantém”, diz o documento, elaborado a partir de seis visitas ao longo de 2014 e 2015.

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Entre janeiro de 2013 e o início de 2014, foram registradas 63 mortes no presídio, o que trouxe repercussão para a situação no local. O governo federal chegou a enviar a Força Nacional para ajudar o governo maranhense a conter a onda de violência. Em 2015, foram registradas quatro mortes violentas.

Porém, de acordo com o relatório, as medidas adotadas pelo governo estadual ajudaram a diminuir a violência praticada pelos próprios detentos, mas abriram espaço para violações que partem dos agentes que fazem a segurança do complexo. “Se as ações e omissões do Estado antes contribuíam com a violência generalizada entre as facções rivais, hoje esse mesmo Estado é o principal artífice dessa violência perpetrada diariamente por seus representantes – diretores de unidades e agentes de segurança públicos e privados”, enfatiza o estudo.

Entre os abusos encontrados pela equipe da ONG está o uso excessivo de força pelos carcereiros, com utilização de balas de borracha e spray de pimenta. “Servidores de segurança terceirizados, muitas vezes em condições precárias de contratação, patrulham os pavilhões e corredores e reagem com violência a qualquer queixa dos internos. Muitos deles cobrem o rosto com uma espécie de touca ninja, contrariando portaria estadual (563/2015), que proíbe máscaras ou outros acessórios que dificultem a identificação do agente”.

Para a diretora-executiva da Conectas, Jéssica Morris, a terceirização dos serviços de segurança penitenciária dificulta o controle e a responsabilização dos agentes. “Se é uma empresa privada que está garantindo a segurança, então a responsabilização não fica mais para o Estado. O Estado não tem como garantir a aplicação efetiva das suas normas”,ressaltou.

A redução do número de mortes não representou, na avaliação de Jéssica, uma melhora em outros aspectos problemáticos do presídio. O complexo ainda opera com um excedente de 55% da capacidade, com 3 mil presos em um espaço que deveria abrigar até 1.945 pessoas. Sendo que 60% dos detentos ainda não foram julgados.“A política do Estado, tanto federal, quanto do governo maranhense, é muito paliativa. As medidas são insatisfatórias. Nós continuamos vendo a falta de higiene e de acesso à saúde. Presos que não tem acesso a medicamentos. Não tem profissionais de saúde competentes. São 12 defensores para um complexo de 3 mil presos”, criticou a diretora da ONG.

Crime organizado

Segundo o presidente da Sociedade Maranhense de Direitos Humanos, Wagner Cabral, a própria redução do número de assassinatos está ligada a uma política de conciliação com o crime organizado. O relatório denuncia a divisão das alas do complexo por facções criminosas, como forma de evitar conflitos entre os grupos. Desse modo, de acordo com Cabral, os presos são forçados a aderir a uma das organizações que atuam dentro da cadeia.

“Significa que o Estado reconhece que essas facções têm o domínio real do sistema [penitenciário]. E colocam o Estado, de maneira indireta, como principal indutor do recrutamento das facções criminosas”, denuncia o ativista sobre o sistema adotado informalmente em Pedrinhas. “Nós ouvimos vários presos dizendo que não foi o Estado que resolveu a questão e, sim, os próprios presos que entraram em um acordo de não matarem uns aos outros”, acrescentou Jéssica.

Cabral alerta que essa associação tem graves consequências para os envolvidos e suas famílias. “O sistema de pertencimento à facção significa um comprometimento seu e da sua família. Significa contribuições mensais, sistema de alianças, uma lógica de favores. Significa que, quando você sair do sistema, você tem de fazer uma série de ações para pagar à facção criminosa”, enumerou.

Esse recrutamento dentro da prisão é apontado pelo ativista como um dos fatores do crescimento dos crimes no estado, especialmente na região metropolitana de São Luís. “O Maranhão tem sido assolado pelo que se chama de Novo Cangaço, que são as explosões de bancos no interior. Assaltos a ônibus. Todos os dados de assaltos à mão armada na região metropolitana explodiram, porque você tem um sistema de recrutamento massivo”.

A Agência Brasil entrou em contato com a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Maranhão, mas não obteve resposta até a publicação desta matéria.

O motorista da Uber Jason Brian Dalton, de 45, foi formalmente indiciado nesta segunda-feira (22), com seis acusações de homicídio, depois de matar seis pessoas a tiros e de ferir outras duas no sábado, em Kalamazoo, uma pequena localidade de Michigan (norte dos EUA).

Sentado com uniforme de presidiário laranja e óculos grossos, Dalton se apresentou em um tribunal local e não expressava qualquer emoção enquanto um juiz lia as denúncias, no condado de Kalamazoo.

Os promotores informaram que estão trabalhando para determinar o motivo pelo qual Dalton disparou - aparentemente a esmo - enquanto dirigia na noite de sábado. O réu também foi acusado de dois crimes de agressão com intenção de matar e oito queixas por delitos com armas.

Depois dessa nova tragédia, o presidente Barack Obama insistiu, nesta segunda-feira, na aprovação de uma legislação mais restrita sobre armas de fogo. "Outra comunidade foi aterrorizada pela violência armada. Hoje, há famílias destroçadas", declarou, depois de um ato na Casa Branca.

O promotor do condado de Kalamazoo, Jeff Getting, disse ao canal CNN que a denúncia por assassinato implica uma sentença de prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional.

A Uber garantiu que Dalton não tinha antecedentes criminais quando verificaram seu perfil e se ofereceu para "ajudar na investigação" da Polícia, declarou o chefe de segurança da Uber, Joe Sullivan, em nota divulgada no domingo.

O sistema de localização da empresa permitiu encontrar o carro de Dalton depois da série de disparos que realizou na noite de sábado. Uma mulher ficou gravemente ferida do lado de fora de seu condomínio, duas pessoas foram assassinadas em uma concessionária, e outras quatro, abatidas em um restaurante. Neste local, uma adolescente de 14 anos sofreu graves ferimentos.

'Perdemos mais americanos'

No início de janeiro, Obama apresentou uma série de medidas para controlar, de forma mais efetiva, a venda de armas de fogo nos Estados Unidos. O movimento do presidente gerou polêmica no Congresso, controlado pela oposição republicana que se recusa a legislar sobre o tema.

"No começo do ano, tomei medidas para dificultar a compra de armas por indivíduos perigosos. Mas, evidentemente, devemos fazer mais para garantir a segurança dos americanos", completou o presidente, nesta segunda-feira.

"Provavelmente, neste fim de semana, perdemos mais americanos por armas de fogo", acrescentou, fazendo uma referência à "ameaça terrorista" e ao atentado de San Bernardino (Califórnia), que deixou 14 mortos no começo de dezembro.

A violência com armas de fogo é responsável pela morte de aproximadamente 30 mil americanos por ano, e os tiroteios em massa - incomuns na maioria dos países - aumentaram nos últimos anos. O chefe de Segurança Pública de Kalamazoo, Jeffrey Hadley, indicou que a Polícia investiga, se Dalton realizou serviços de transporte entre os diferentes tiroteios.

"Creio que é cedo para considerar satisfatória a informação sobre seu paradeiro entre o primeiro e segundo tiroteio e entre o segundo e o terceiro", indicou Hadley para a CNN.

Um passageiro afirmou ter feito uma viagem desenfreada com Dalton algumas horas antes do início dos delitos. "Quando chegamos a uma parada, desci do carro e saí correndo", disse Matt Mellen ao canal CBS, relatando que o homem dirigia a grande velocidade, inclusive invadindo jardins.

Mellen fugiu perto das 16h30 locais e chamou o 911 (número de emergência).

Motivos dos assassinatos

Continuam desconhecidas as motivações de Dalton. "Esta talvez seja a pergunta de um milhão de dólares: por que este indivíduo fez isso?", questionou Hadley.

Dalton, um ex-corretor de seguros, foi descrito como um cidadão comum, sem antecedentes criminais e que não chamava a atenção das autoridades antes dos assassinatos, relatou o chefe de segurança.

Segundo o jornal The New York Times, seus vizinhos contaram que Dalton era tranquilo e educado. Eventualmente, atirava na parte de trás de casa, onde vivia com a mulher e os dois filhos, de 10 e 15 anos.

A primeira vítima foi uma mulher. Na noite de sábado, ela estava com os três filhos do lado de fora do complexo residencial onde vivia, quando foi baleada. Está gravemente ferida, mas deve sobreviver, disse Getting.

Quatro horas mais tarde, Dalton matou um jovem de 18 anos e um homem em uma concessionária. Segundo o governador de Michigan, Rick Snyder, as vítimas eram pai e filho. Cerca de 15 minutos depois, outras quatro pessoas foram assassinadas no restaurante Cracker Barrel, detalhou o promotor.

As gravações de câmeras de segurança ajudaram a Polícia a identificar o carro de Dalton. Ele foi preso à 0h04 de domingo, quando seu veículo foi localizado próximo a um bar de Kalamazoo.

Cinco suspeitos foram mortos em confrontos com a Polícia Militar na cidade de São Paulo durante a madrugada desta quarta-feira, 10. Os casos ocorreram nas zonas sul e norte da capital paulista, em um intervalo de pouco mais de três horas.

A primeira ocorrência foi na região do Tremembé, na zona norte, por volta da 0h20. Uma quadrilha havia assaltado uma pizzaria em Franco da Rocha, na Grande São Paulo, e tentava fugir em um Hyundai IX 35 roubado.

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Os policiais localizaram o veículo e iniciaram um perseguição, que terminou com os assaltantes perdendo o controle da direção e batendo contra um muro da Rodovia Fernão Dias. Segundo a PM, houve troca de tiros e dois criminosos acabaram baleados. Eles morreram no local. Outros dois suspeitos conseguiram fugir.

À 1h25, uma viatura da PM flagrou dois suspeitos em uma motocicleta que estariam assaltando pessoas em um ponto de ônibus da Avenida Giovanni Gronchi, no Morumbi, na zona sul. De acordo com a versão dos policiais, os criminosos teriam disparado contra os agentes, que revidaram. Dois suspeitos foram baleados e morreram antes de o socorro chegar.

O último confronto aconteceu na Avenida Inajar de Souza, no Limão, também na zona norte. Por volta das 3h30, policiais das Rondas Ostensivas com Auxílio de Motocicleta (Rocam) teriam se deparado com um veículo fruto de roubo.

Na perseguição, o suspeito abandonou o carro, atravessou a avenida e trocou tiros com os agentes, segundo informa a PM. Ele foi baleado e não resistiu aos ferimentos.

A PM não soube informar se alguma arma foi apreendida nos confrontos. Os casos serão investigados pelo Departamento de Homicídio e de Proteção à Pessoa (DHPP).

Letalidade

Em 2015, 580 pessoas foram mortas em confrontos com policiais militares em serviço, de acordo com dados da Secretaria da Segurança Pública. O número é superior às 495 mortes de 2006, ano marcado por confrontos entre a polícia e o Primeiro Comando da Capital (PCC). Já em comparação com 2014, quando 694 suspeitos foram mortos em confronto, a letalidade policial caiu 16,4%.

As mortes registradas como intervenção policial em serviço não levam em conta as provocadas por policiais civis nem militares de folga. Também não são considerados homicídios dolosos cometidos por policiais, como no caso da maior chacina de São Paulo, que terminou com 23 mortos em Osasco, Barueri, Carapicuíba e Itapevi, no ano passado.

A Polícia Civil identificou quatro mulheres que foram assassinadas por um serial killer que tem agido na região do Grajaú, na zona sul de São Paulo. O número de vítimas subiu de 6 para 7, incluindo quatro mulheres. As mortes aconteceram entre 26 de dezembro e 1º de fevereiro.

Segundo as investigações, Daniela dos Santos Souza, de 21 anos, foi morta no dia 2 de janeiro, na Rua Constelação Andrômeda; Poliana Nunes da Silva, no dia 7, na Rua Olga Bernardes; Fernanda Santos Silva, de 29, no dia 18, na Rua Estrela que Brilha; e Cristina Gomes Maia, no dia 23, na Rua Ana Velha. Faltam ser identificados um homem assassinado em 26 de dezembro na Rua Constelação do Dourado; e uma travesti encontrada morta, no dia 31 de janeiro, na Antonio Burlini.

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A mais nova vítima é um homem morto no dia 1º do mês passado, na Estrada Evangelista de Souza, na região de Parelheiros. Policiais que participam das investigações localizaram os familiares das vítimas depois de cruzarem boletins de ocorrência de desaparecimento. Elas têm alguns pontos em comum: eram usuárias de drogas e envolvidas com prostituição. Nesta semana, familiares serão chamados para prestar depoimento. Os investigadores tentam descobrir alguma ligação das vítimas com o responsável pelos assassinatos.

Força-tarefa

Embora o caso seja oficialmente investigado pelo Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), policiais do 85º DP (Jardim Mirna), do 101º DP (Jardim da Imbuías) e da 6ª Seccional Sul também participam das apurações. De acordo com as investigações, os crimes apresentam semelhanças que reforçam a suspeita de que tenham sido praticados pela mesma pessoa. Quatro vítimas morreram enforcadas com fios ou cabos, duas delas tiveram parte do corpo incendiado, todas tiveram documentos roubados e foram mortas em locais próximos uns dos outros.

A região é conhecida por ser frequentada por garotas de programa e usuários de drogas. Há suspeita de que elas também sofreram abuso sexual. Em apenas um caso, há indícios de que a vítima tenha sido baleada na cabeça.

Até o início da semana, policiais acreditavam que o serial killer poderia ser um andarilho ou um carroceiro, uma vez que as seis primeiras vítimas foram localizadas na mesma região. Mas o corpo do homem encontrado no dia 1º de janeiro estava a 25 quilômetros de distância dos outros locais e apresentava os mesmos sinais das demais vítimas: foi estrangulado com um fio e tinha uma fita adesiva colada na boca.

Uma das hipóteses é de que o homem, que também frequentava a região do Grajaú, pode ter sido morto juntamente com a travesti encontrada no dia 31 de dezembro e levado de carro até o local onde foi encontrado por moradores, que avisaram a Polícia Militar. O fato fez os investigadores buscarem outro perfil para o suspeito.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Uma confusão na Penitenciária Professor Barreto Campelo, em Itamaracá, Região Metropolitana do Recife, resultou na morte de dois reeducados, na madrugada desta segunda-feira (18). A informação foi confirmada pela Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres). As vítimas foram identificadas como Jailson José da Silva e Felipe Carneiro Menezes (idades não reveladas). 

Em nota, a Seres explica que, durante uma briga, uma das vítimas foi morta por golpes de faca. Revoltados com a morte, outros detentos foram tomar satisfação com o agressor, que acabou assassinado. Segundo a Seres, foram acionados o Instituto Médico Legal (IML), Instituto de Criminalística (IC) e a Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP). 

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Após os assassinatos, uma revista foi realizada no local. A perícia revelará os motivos da morte e avaliará as armas utilizadas. De acordo com a Polícia, não há registro de tumulto no local. Os crimes acontecem menos de dez dias depois de outra morte no sistema prisional do estado. No dia 10, um homem identificado como Lavosier Alves foi assassinado a tiros no Complexo Prisional do Curado.

 O ano de 2015 se encerrou com números alarmantes de assassinatos em Pernambuco, superando os dois anos anteriores. Em balanço realizado pela Secretaria de Defesa Social, o número de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs) chegou a 3.891. 

O panorama equivale a mais de 324 assassinatos registrados mensalmente. Enquanto isso, em 2014, o número total de crimes chegou a 3.434, ainda assim, superando o ano anterior, com 3.102 casos. 

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Em 2015, a maior incidência de mortes foi no mês de outubro, alcançando o número de 381 assassinatos. Já junho foi o período de menor ocorrência, com 265 CVLI. O ano de 2014 teve menor incidência de crimes do tipo. O mês de foram registrados mais casos foi o de maio, com 321, enquanto o de menor número foi o de agosto com 250 assassinatos. 

No balanço, foi possível constatar que mais da metade das mortes se deram com arma de fogo como objeto usado contra a vítima.  

A ONG Justiça Global lançou nesta segunda-feira, 7, o site Onde a Polícia Mata. Trata-se de um mapa interativo onde foram registrados pela Polícia Militar, no território do Rio de Janeiro, os "autos de resistência". Esses registros apontam as vítimas civis de supostos confrontos com as forças policiais. Segundo defensores de direitos humanos, servem para encobrir assassinatos. O mapa, assinala a organização, aponta a concentração dessas mortes nos bairros pobres e periféricos do Estado do Rio de Janeiro.

O lançamento ocorre depois que cinco jovens desarmados foram fuzilados dentro de um automóvel por policiais militares do 41º BPM (Irajá), em Costa Barros, na zona norte da capital fluminense, em 28 de novembro. Quatro agentes acusados do crime alegaram que tiros foram disparados do veículo contra eles. A perícia, porém, não encontrou sinais desses disparos. Os PMs foram presos administrativamente, por homicídio e fraude processual. Houve, segundo testemunhas, tentativa de colocar uma arma junto aos corpos, para simular uma troca de tiros.

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O mapa da Justiça Global demonstra que, no primeiro semestre de 2015, 408 pessoas foram mortas pela PM, segundo autos de resistência. Foi um aumento de 18,6% em relação ao mesmo período de 2014. Em 2014, o número de homicídios praticados por policiais já superara em 40% as ocorrências de 2013. Segundo a Justiça Global, o 41º Batalhão (Irajá) foi a unidade que registrou o maior número de autos nos últimos três anos no Rio.

"O 41° BPM nasce de uma divisão de território do 9° BPM. Antes da formação do 41°, o 9° aparecia frequentemente como um batalhão altamente violento. Existe uma forma de policiamento, uma cultura policial naquela região que é extremamente mais letal do que em outras áreas da cidade. Houve uma quebra de território, mas isso ocorreu sem que fosse alterada a estrutura de funcionamento. Não ocorreu, assim, uma desarticulação do que acontecia no 9º BPM", disse Natália Damazio, pesquisadora da área de Violência Institucional e Segurança Pública da Justiça Global, segundo comunicado da ONG.

Os "autos de resistência" são classificados separadamente pelas forças de segurança pública, que alegam suposta morte por "exclusão de ilicitude". Assim, o homicídio praticado pelo policial é tratado, desde o início, como um ato lícito. Teria sido praticado em legítima defesa ou com o objetivo de "vencer a resistência" de supostos autores de crimes. Segundo a Justiça Global, os assassinados cometidos por policiais acabam legitimados pelo tratamento conferido pelo sistema de justiça criminal, incluindo o Ministério Público e o Poder Judiciário.

"Onde a Polícia Mata" reúne dados sobre a distribuição dos autos de resistência nos anos de 2012, 2013 e 2014, de acordo com as informações disponibilizadas pelo Instituto de Segurança Pública (ISP). O mapa 2010-2015 apresenta a distribuição de acordo com a soma dos registros neste período. O território do Estado aparece dividido de acordo com as áreas de atuação de um batalhão da Polícia Militar, também chamadas de Áreas Integradas de Segurança Pública (AISPs).

A Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP, em espanhol) soou nesta terça-feira (6) o alarme pela deterioração das condições dos jornalistas na América Latina, onde aumentam os assassinatos de repórteres e se expande uma "corrente censuradora" por quase todos os países, entre eles o Brasil.

De mortes violentas no Brasil, México e Guatemala, até agressões na Bolívia, Argentina e Venezuela, passando por uma preocupante concentração de mídia por parte de grupos paragovernamentais no Paraguai e na Nicarágua, a SIP apresentou um panorama alarmante para os jornalistas nas conclusões de sua 71ª Assembleia Geral realizada em Charleston, sudeste dos EUA.

"É preocupante a violência sem fim contra a imprensa e os jornalistas", afirmou Carlos Jornet, diretor do jornal argentino "La Voz", de Córdoba, encarregado de ler as conclusões no encerramento de cinco dias de deliberações da SIP. A organização reúne donos e editores de jornais do continente.

Em apenas seis meses, de março a setembro, a SIP registrou 11 assassinatos de jornalistas no Brasil (3), México (3), Guatemala (2), Colômbia (1), Honduras (1) e República Dominicana (1). Nesse ritmo, é possível que se supere o número de mortes violentas de jornalistas em 2014, que chegou a 21.

Vários países foram palco de "agressões físicas, atentados, coações, ou ameaças contra jornalistas e veículos", disse Jornet, apontando a repressão contra correspondentes na cobertura de processos eleitorais, na Guatemala e na Argentina, ou na cobertura de conflitos sociais no Peru, no Equador e no Brasil.

Quarenta e três pessoas morrem por dia vítimas de violência nas capitais brasileiras, segundo o 9º Anuário Brasileiro de Segurança Pública. O levantamento elaborado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e divulgado nesta quarta-feira (30) mostra que, em 2014, crimes como homicídio doloso, latrocínio e lesão corporal seguida de morte vitimaram 15.932 pessoas nas 27 capitais. O número é ligeiramente maior (0,8%) do que os 15.804 registrados em 2013.

Fortaleza teve a maior quantidade de assassinatos em 2014, foram 1.989 casos. A cidade também registra a maior taxa de mortes intencionais por 100 mil habitantes – 73,3. Salvador é a segunda capital em números absolutos, foram 1.397 mortes, o que significa uma taxa de 48,1 assassinatos por 100 mil habitantes. Em 2013, a cidade teve 1.485 crimes e taxa de 51,5 por 100 mil habitantes.

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Apesar de São Paulo ter o terceiro maior valor absoluto de mortes – 1.360 – a capital paulista tem a menor taxa de crimes – 11,4 por 100 mil habitantes. O número representa uma queda de 4,3% na taxa de assassinatos em relação a 2013, quando foram registradas 1.412 mortes, 11,9 por 100 mil habitantes. No Rio de Janeiro, a taxa ficou em 20,2 por 100 mil habitantes, com 1.305 assassinatos violentos intencionais em 2014.

A segunda maior taxa de assassinatos foi registrada em Maceió (69,5 por 100 mil), com 699 mortes em 2014. O número representa, no entanto uma queda de 14,5% na taxa de 2013 (81,4 por 100 mil),  ano em que ocorreram 811 mortes intencionais. São Luís apresentou uma taxa muito semelhante de crimes, 69,1 por 100 mil em 2014. No ano passado, a capital maranhense teve 735 mortes intencionais.

O maior crescimento na taxa de assassinatos foi verificado em Campo Grande, passou de 13,8, em 2013, para 18,9 por 100 habitantes, em 2014. Em números absolutos, foram 159 casos em 2014 e 115 mortes no ano anterior. A maior redução foi em Boa Vista, onde a taxa caiu 23,3 para 17,5 por 100 mil. Em 2014, foram 55 mortes, enquanto em 2013 foram 72 casos.

Kimberly McBroom, que estava apresentando o noticiário matinal no canal WDBJ quando dois de seus colegas foram mortos ao vivo, afirmou que, mesmo depois de ter ouvido "sons de estouros", não imaginou que se tratasse de um assassinato.

Apenas quando ela e seus colegas ouviram no estúdio uma voz dizer pela transmissão de áudio "três baixas", a realidade de que a repórter Alison Parker e o cinegrafista Adam Ward estavam em apuros veio à tona.

"Eu pensei 'qualquer coisa, menos isso'", declarou McBroom a repórteres em frente à sede da rede de televisão nesta quinta-feira, depois de apresentar seu programa, que incluiu um momento de silêncio em memória de Parker e Ward. "Eles estavam no lago. Estavam fazendo uma matéria. Não era um confronto; não era uma situação perigosa - era apenas uma matéria", lembrou.

O ataque ocorreu no fim do programa matinal de quarta-feira da WDBJ, quando Parker e Ward faziam uma entrevista ao vivo sobre desenvolvimento do turismo em uma cidade próxima a Roanoke.

Era o tipo de matéria rotineira em emissoras de TV locais nos Estados Unidos em um dia comum. Parker, de 24 anos, e Ward, de 27, também eram jovens típicos, jornalistas americanos inteligentes e ambiciosos que iniciaram suas carreiras em meios de comunicação de cidades pequenas.

Enquanto faziam a entrevista, Vester Lee Flanagan, de 41 anos, ex-repórter da WDBJ que foi demitido em 2013 e que se autointitulava "um barril de pólvora humano" cheio de raiva, se aproximou.

Com uma arma, ele matou Parker e Ward, feriu a entrevistada e então fugiu de carro. Quando a polícia chegou para capturá-lo, ele deu um tiro em si mesmo, provocando a própria morte horas depois.

No estúdio, McBroom - mãe de duas crianças e que, como muitos funcionários da WDBJ, é procedente da região de Roanoke - apresentava um olhar incrédulo.

'Alguma coisa explodiu?'

Ao ouvir os sons de estouros e observar a câmera de Ward cair no chão, McBroom pensou: "Isso é estranho!". "Alguma coisa explodiu? É uma área rural, então (alguém) poderia ter disparado tiros à distância", ela pensou. "Dez coisas diferentes passaram pela minha cabeça. Isso (assassinato) não era uma delas", disse.

Mas a transmissão de áudio continuou ativa, e McBroom e seus colegas no estúdio - incluindo a noiva de Ward, Melissa Ott, produtora do programa matinal que estava em seu último dia no trabalho - começaram a temer.

"Estávamos tentando enviar mensagens de texto a eles. 'Ei, o que está acontecendo? O que foi aquilo?'. Não ouvimos nada. Sem resposta", disse. "Quanto mais tempo ficávamos sem receber resposta deles, mais claro ficava que algo estava muito errado", prosseguiu.

Somente após o fim do noticiário, uma voz, possivelmente a de um policial informando aos seus parceiros, foi ouvida na transmissão de áudio.  "Ouvimos 'três baixas' e então nosso editor da manhã, que acompanhava as notícias, veio, chateado, e me disse", afirmou McBroom.

Esperança

Repentinamente percebendo o que havia ocorrido e com a incredulidade se apoderando de suas emoções, a equipe do noticiário da WDBJ no estúdio se agarrou aos seus princípios jornalísticos. "Claro que estávamos esperando ouvir a confirmação - quantas pessoas foram baleadas, quão seriamente estão feridas", disse McBroom.

"Tivemos que lidar com isso como jornalistas, mas não podemos tirar conclusões precipitadas. Acho que em nossos corações sabíamos que era ruim", disse. "Mas até você receber a confirmação você não sabe, mantém a esperança. Cara, estávamos agarrados a ela", prosseguiu.

McBroom admitiu que voltar ao trabalho nesta quinta-feira não foi fácil. "Eu estava temendo isso porque sabia que seria terrivelmente difícil", contou a apresentadora.

"Mas sabia que precisava vir... Estou tentando fazer meu trabalho, honrar sua memória e fazer o que eles teriam feito", completou.

Entre a madrugada de sexta-feira (17) e esta segunda-feira (20), pelo menos 34 homicídios com armas de fogo foram registrados em Manaus, no Amazonas. A sequência de mortes teve início após o assassinato de um sargento da Polícia Militar em uma agência bancária da capital, na sexta-feira. Os representantes de órgãos de segurança do Estado cogitam a possibilidade de vingança, enquanto o Instituto Médico Legal (IML) realiza exames de comparação balística para saber se há ligação entre os assassinatos.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Amazonas, foram dez assassinatos na sexta-feira; quinze no sábado, 18; e oito no domingo, 19; todos em diferentes bairros e zonas da cidade.

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Às 2h30 (1h30 no horário de Brasília) desta segunda-feira, o autônomo Renato Simplício, de 31 anos, foi a 34ª vítima, com um tiro no tórax. Conforme o número de casos aumentava, mensagens de texto e áudio e fotos circulavam nas redes sociais, com pedidos de cuidado e alertas para que as pessoas ficassem em casa.

Na investigação dos casos, a polícia disse que trabalha com todas as possibilidades, entre elas, um confronto entre facções criminosas ou vingança de policiais.

No sábado, o secretário de Segurança do Estado, Sérgio Fontes, informou que todas as delegacias especializadas estão trabalhando para solucionar o caso. "Alguns já temos os indícios de autoria e nos demais existe indicação de que foi uma ação orquestrada, e não descartamos qualquer hipótese", disse.

Robert Durst, um milionário de uma das mais ricas famílias dos Estados Unidos, concordou nesta segunda-feira a voltar para Los Angeles, onde pode ser condenado a até 15 anos de cadeia pelo assassinato de três pessoas. Durante a gravação de um documentário a respeito de suas ligações com as três mortes, ele disse - quando estava fora do alcance das câmeras mas com o microfone usado na entrevista - que havia "matado todos eles".

Durst, de 71 anos, compareceu perante um juiz de New Orleans nesta segunda-feira, depois de agentes do FBI o terem detido, antes de a emissora HBO levar o último capítulo do documentário ao ar, no domingo.

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Ele é acusado de ter matado a tiros Susan Berman, filha de um criminoso que atuava como sua porta-voz. Ele também é suspeito da morte de sua esposa, Kathleen Durst, além de ter sido inocentado anos atrás pela morte de um vizinho idoso no Texas.

No final do documentário, que as autoridades esperam que finalmente o levarão a uma condenação, ele deixa escapar ter "matado todos eles, obviamente".

A ex-promotora Jeanine Pirro, que reabriu um dos casos contra Durst anos atrás, disse nesta segunda-feira que as próprias palavras do milionário, gravadas durante e após a longa entrevista que ele concedeu à produção do programa, são suficientes para condená-lo.

No final do documentário "The Jinx: The Life and Deaths of Robert Durst'' (Os Jinx: a vida e mortes de Robert Durst, em tradução livre), Durst reconhece semelhanças na letra de uma carta que ele escreveu e outra enviada anonimamente para a polícia de Beverly Hills alertando sobre o cadáver de um amigo. Em seguida, ele foi ao banheiro, ainda usando o microfone.

O que aconteceu a seguir foi algo inesperado. Durst disse, aparentemente para si mesmo, que "é isso, você foi pego" e "Que diabos eu fiz? Matei todos eles, claro!"

O programa de domingo terminou com várias perguntas não respondidas.

Não estava claro se o cineasta Andrew Jarecki chegou a informar Durst sobre as falas gravadas no banheiro nem o que exatamente o milionário quis dizer com elas ou de que forma os produtores do programa colaboraram com as autoridades.

O advogado de Durst, Chip Lewis, disse que houve uma armação. Ele declarou à Associated Press que Jarecki não deixou claro a Durst que compartilharia a informação com a polícia. Lewis também suspeita que o horário em que Durst foi detido no sábado foi coordenado com as autoridades e com a HBO para que o caso tivesse mais impacto. "É tudo Hollywood", afirmou Lewis.

Mas a polícia de Los Angeles disse no domingo que a detenção aconteceu como resultado de novas informações obtidas ao longo do último ano. Jarecki declarou ao programa "Good Morning America", da rede ABC nesta segunda-feira que não tinha ideia de que ele seria preso.

Pirro desconsiderou a hipótese de que agentes federais poderiam combinar o horário da prisão com a HBO. "O FBI o deteve porque ele estava em Nova Orleans, com um nove falso, e partiria para Cuba, país com o qual não existe tratado de extradição", disse ela ao programa matinal "Good Day New York" da Fox TV, também nesta segunda-feira.

Jarecki disse ao "Good Morning America" que só ficou sabendo do áudio tempos depois, quando um editor ouviu as falas de Durst. "Foi assustador ouvir", disse o cineasta.

Pirro afirmou que as palavras podem claramente ser usadas contra o milionário no tribunal. "Foi uma declaração espontânea."

A família Durst tem pelo menos US$ 4 bilhões, segundo a lista dos norte-americanos mais ricos da revista Forbes. Robert Durst está afastado de seus parentes desde que seu pai escolheu seu irmão Douglas para dirigir a empresa da família. Fonte: Associated Press.

Após uma noite de chacina no Jardim São Luís, na zona sul, dois adolescentes foram assassinados a tiros na tarde de sábado (7) no Jardim Ângela, na mesma região. As vítimas foram atingidas a menos de seis quilômetros dos quatro locais onde, na noite anterior, dez pessoas morreram e outras cinco ficaram feridos ao serem baleadas.

Os jovens, de 14 e 17 anos, estavam dentro de um Fiat Uno cinza na Rua Carnaubal quando foram atingidos por volta das 14 horas. Uma testemunha, que estava em um bar próximo, viu passar uma motocicleta amarela em alta velocidade logo após os disparos.

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As duas vítimas ainda foram encontradas com vida dentro do automóvel e morreram a caminho do Hospital do M´Boi Mirim, também na zona sul. O caso foi registrado como homicídio simples no 47º Distrito Policial (Capão Redondo).

Ainda não há informações se há relação entre os crimes. Ninguém foi preso, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP). Na região, moradores e comerciantes estão com assustados com o aumento da violência.

Após a primeira chacina ser registrada no ano, em Pernambuco, o Disque-Denúncia oferece uma recompensa de até R$ 4 mil para quem tiver informações sobre o caso. Na última sexta-feira (9), três conselheiros tutelares e uma idosa de 62 anos foram assassinados a tiros, dentro de um carro, no município de Poção, no Agreste do Estado. Havia, ainda uma criança dentro do veículo, única que escapou com vida. 

Informações iniciais dão conta de que os conselheiros voltavam de Arcoverde com a avó da criança, após o pai ter perdido a guarda por ordem judicial. As vítimas foram identificadas como Daniel Farias, Carmem Lúcia, Lindenberg Vasconcelos e Ana Rita Venâncio (avó da criança). A Polícia não quis afirmar se já considera o pai da criança – de identidade não revelada – como suspeita, mas não irá descartar nenhuma linha de investigação. 

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Através do oferecimento da recompensa, esperamos recolher informações que ajudem a esclarecer esse caso. Até pelas investigações estarem ocorrendo em sigilo, é fundamental que as pessoas encaminhem informações de forma anônima, através do Disque-Denúncia", pontuou a superintendente do serviço, Carmela Galindo.

Além dos números do Disque-Denúncia no Interior (3719-4545) e na Região Metropolitana do Recife (3421-9595), a população pode denunciar através do site da central, com a possibilidade do envio de imagens. O serviço funciona todos os dias da semana, ininterruptamente. 

Dezenove jornalistas foram assassinados na América Latina em 2014, um "ano sombrio" para a imprensa na região - declarou nesta terça-feira o presidente da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP, na sigla em espanhol), o peruano Gustavo Mohme.

As mortes aconteceram no Brasil, Colômbia, El Salvador, Honduras, México, Paraguai e no Peru, afirmou Mohme, em uma mensagem de fim de ano.

"Às suas famílias, não expressamos apenas condolências e solidariedade, mas também nosso compromisso de que redobraremos esforços para que encontrem justiça e faremos o que estiver ao nosso alcance para evitar que outros jornalistas tenham a mesma sorte", acrescentou o diretor do jornal "La República", de Lima.

As mortes revelam "a falta de segurança e os altos níveis de risco que os jornalistas enfrentam no interior dos países, especialmente onde as comunidades estão mais expostas aos corruptos e ao crime organizado", lamentou.

Frágeis instituições democráticas acentuam o problema e geram censura, o que afeta a liberdade de expressão, completou.

A SIP afirmou que, graças ao trabalho em conjunto com a Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA), houve avanços na proteção de jornalistas em alguns países, como Brasil, Colômbia, Honduras, México e Peru.

"Olhamos para 2015 com otimismo e na esperança de continuar promovendo e protegendo a liberdade de imprensa e de expressão", acrescentou Mohme.

A SIP reúne os donos e editores de mídia do continente e tem sua sede em Miami.

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