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O Estado do Pará registrou 715 casos de crime de “perseguição”, também conhecido como stalking, nos quatro primeiros meses deste ano. O dado foi divulgado pela Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (Segup) e representa 44% do total de registros referentes ao ano passado, de janeiro a dezembro, quando foram contabilizados 1.620 delitos.

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Filipe Silveira, advogado criminalista, explica que, desde abril de 2021, o crime foi introduzido no Código Penal Brasileiro (Art. 147-A) e significa “perseguir alguém, reiteradamente e por qualquer meio, ameaçando-lhe a integridade física ou psicológica, restringindo-lhe a capacidade de locomoção ou, de qualquer forma, invadindo ou perturbando sua esfera de liberdade ou privacidade”.

A lei prevê ainda aumento de pena nos casos praticados contra crianças, adolescentes ou idosos, contra mulher nos casos de violência de gênero, mediante concurso de pessoas ou utilização de arma.

“O delito tem por objetivo preencher uma lacuna muito importante em vários aspectos, inclusive no contexto da violência doméstica e familiar contra mulher, isto é, criminalizar atos de violência física e psicológica que não estavam abrangidos pelos crimes de lesão corporal, de crimes contra a honra, constrangimento ilegal ou ameaça”, explica Filipe.

Silveira chama atenção para a necessidade de atualização da legislação, mas também reforça que alguns pontos merecem atenção. Para ele, as alterações produzidas abrem margem para o tratamento desigual entre danos físicos e psicológicos. “As reformas pontuais aos códigos, em regra, produzem alterações assistemáticas, transformando o sistema normativo em uma colcha de retalhos, produzindo contradições gritantes. Esse dado pode ser percebido no posicionamento do novo tipo penal na Seção I do Capítulo VI do Código Penal que dispõe sobre os crimes contra a liberdade (individual e pessoal). Muito embora o crime de perseguição possa até configurar um crime contra a liberdade, na grande maioria dos casos se traduzirá em uma violência psicológica, com afetação secundária ou inexistente da liberdade de locomoção”, avalia o criminalista.

E acrescenta: “O ponto central, portanto, estará no reconhecimento de que uma perseguição reiterada poderá causar um sofrimento emocional substancial na vítima que pode ou não resultar em uma restrição de sua liberdade e de sua autodeterminação. Ademais, o posicionamento do crime na Seção I do Capítulo VI do Código Penal também resulta, aparentemente, em um rebaixamento dos danos psicológicos. Em outras palavras, o Código Penal pune de forma mais grave lesões corporais físicas do que psicológicas. Há um aparente tratamento penal mais relevante ao físico do que ao psicológico. E tudo isso se torna ainda mais grave quando observamos o crime definido no art. 147-B que trata especificamente da violência psicológica à mulher, como se a conduta de perseguição (stalking) por si só, já não fosse suficientemente grave”.

Para o criminalista, no crime de lesão corporal, por exemplo, se o dano provoca incapacidade para funções por mais de 30 dias ou enfermidade incurável, como os casos de transtorno de ansiedade, a pena máxima alcança o patamar de cinco anos e oito anos de reclusão, respectivamente. “No caso do crime 147-A, além de não existir a previsão de incapacidade para funções ou de enfermidade incurável, a pena mais alta alcança quatro anos”, explica.

“Esse tratamento secundário ao dano psicológico parece sugerir que a violência (especialmente contra mulher) somente seria objeto de atenção nos casos de derramamento de sangue, encorajando um determinado ceticismo quanto à possibilidade dos danos psicológicos causado às mais saudáveis das mentes, desconsiderando traumas duradouros e a possibilidade de patologias mentais profundas que podem decorrer de anos de subjugação psicológica, fortalecendo, portanto, a manutenção de uma cultura machista e desigual incompatíveis com os valores expressados e tutelados pelo direito interno e pelo direito convencional”, alerta Silveira, acrescentando outros pontos da redação penal.

“O legislador caracterizou como criminosa a conduta de ‘perseguir alguém, reiteradamente e por qualquer meio’, porém deixou de definir com precisão o conceito de perseguição reiterada, permitindo, assim, a abertura de sentido que desafia a relação biunívoca entre o princípio da legalidade e o da materialidade da ação, na medida em que não há certeza quanto ao comportamento proibido. Melhor seria se o legislador tivesse formulado o tipo penal já delimitando no a definição do que se considera perseguição reiterada”, defende.

Por Ana Laura Carvalho, especialmente para o LeiaJá.

 

Um empresário e dono de um time de futsal de 63 anos foi preso, nesta segunda-feira (15), suspeito de estuprar três garotas, de 11 a 13 anos, na cidade de Parintins, no Amazonas. Segundo a delegada Marna de Miranda, o idoso presenteava as adolescentes para obter atos sexuais em troca.

A polícia investiga se há outras vítimas do crime. "O relato das três é bastante semelhante. Ele comprava presentes, dava dinheiro, tudo em troca que elas permitissem que tivesse atos libidinosos com ele", disse a delegada.

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Ainda de acordo com a delegada, as investigações começaram após a mãe de uma das vítimas registrar um Boletim de Ocorrência (BO) contra o empresário. A atitude da mãe se deu devido a um vídeo em que ele apareceria praticando atos libidinosos com a sua filha.

A plataforma de mensagens instantâneas Discord começa a preocupar os pais. Com objetivo de aproximar pessoas com os mesmos interesses, o aplicativo cresceu entre a comunidade gamer durante a pandemia, mas se popularizou sem uma fiscalização adequada.  

Apesar de contar com políticas de uso, o Discord ou "Discórdia" vem atraindo adeptos pela falta de controle de entidades fiscalizadoras. Uma reportagem que foi ao ar no Fantástico desse domingo (30) mostrou o caso de uma adolescente que botou fogo na própria casa, na Grande São Paulo, enquanto torturava um gato em uma transmissão ao vivo. 

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A jovem de 13 anos era assistida por mais de 16 mil pessoas, que a incentivava a estrangular, esfaquear e queimar o animal. A tortura foi feita em frente às câmeras e ela queimou um pedaço de papel para atear fogo no gato. Um acidente durante a transmissão fez as chamas se alastraram pelo imóvel. 

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A plataforma disse à reportagem que colabora ativamente com a aplicação da lei. Sediada em São Francisco, o Discord nasceu em 2015, como um ambiente de interação para jogadores online. Conforme cresceu, ela passou a atrair pessoas fora do universo gamer entre os fóruns sobre diversos assuntos, os "servidores". 

Nesses espaços virtuais, os usuários conversam e compartilham conteúdos entre si, muitas vezes íntimos. Considerado um ambiente que reúne renegados da internet, o Discord vem dando dor de cabeça ao governo dos Estados Unidos pelo cometimento de crimes, como a propagação de discursos supremacistas e envio de pornografia infantil. A empresa também passou a ser investigada pelo vazamento de documentos secretos do Pentágono. 

Um jornalista do LeiaJá, que trabalhava na cobertura da final do Campeonato Pernambucano, foi alvo de insultos racistas, no último sábado (22). Um prestador de serviço da Associação dos Cronistas Esportivos de Pernambuco (ACDP) é apontado como o agressor.

“Eu estava saindo da sala de coletiva de imprensa da Ilha do Retiro quando encontrei ele (o agressor) e um repórter. Como estava dentro da sala não sei qual era o teor da conversa entre eles, mas o repórter então me perguntou se conhecia 'alguém com guindaste para dar carona a ele’. Eu não falei nada, ri e continuei na direção do carro, quando ele então falou: ‘quando a gente chama vocês de macaco, não gostam'. Não era eu quem estava brincando com ele, mas ele descontou em mim”, afirmou Luan Amaral, repórter do LeiaJá.

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“Voltei imediatamente, mandei ele repetir o que tinha dito, chamei ele de racista e disse que ele ia arcar com as consequências. Assim que entrei no carro da empresa um sentimento de impotência tomou conta então comecei a chorar. Chorei outras vezes até o fim do dia, demorou dois dias para contar para minha mãe e ela também chorou quando soube", contou Luan.

Foi publicada no Diário Oficial da União, no dia 12 de janeiro, a sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Lei 14.532, de 2023, que tipifica como crime de racismo a injúria racial, com a pena aumentada de um a três anos para de dois a cinco anos de reclusão. O racismo é entendido como um crime contra a coletividade, a injúria é direcionada ao indivíduo.

Luan Amaral garantiu que prestará queixa às autoridades competentes e espera que a Justiça seja feita. “Só espero não ter que encontrar o racista que me chamou de macaco nos próximos jogos em que for trabalhar”, concluiu o jornalista.

LeiaJá também ouviu o lado de Rafael Oliveira. O acusado confirmou a versão do nosso repórter, porém, afirmou que "nunca dormiu tão bem" porque sabe o que disse e tem a consciência tranquila.

"Em nenhum momento em chamei Luan de macaco. Eu disse apenas que preconceito com um gordo, acham engraçado, mas quando é com o negro é racismo. Eu sei da minha índole. Minha avó é índia (sic), meus melhores amigos são negros, meu personal trainer é negro. O motorista de Uber que trabalha pra mim é negro. Eu entendo ele (Luan), mas acho que ele entendeu errado", afirmou Rafael Oliveira.

Posicionamento da ACDP

Em contato telefônico com Luan Amaral, o presidente da ACDP, o radialista André Luiz Cabral, disse que Rafael Oliveira não irá mais prestar serviços à associação e está dispensado do cargo de "delegado de jogo".

Posicionamento do LeiaJá

O LeiaJá repudia qualquer forma de discriminação e está prestando apoio ao profissional injuriado.

Na mudança da lei de injúria racial, sancionada em janeiro, também foi alterado o tratamento dado ao chamado "racismo recreativo", que consiste em ofensas supostamente proferidas como “piadas” ou “brincadeiras”, mas que tenham caráter racista. A pena foi ampliada para estes casos.

Mesmo que a declaração do ex-funcionário da ACDP tenha sido feita nesse contexto, continua sendo crime.

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) enviou, nesta sexta-feira (20), uma petição de recurso de apelação da sentença condenatória do acusado Guilherme José de Lira Santos, com fundamento no artigo 593, III, ‘c’, do Código de Processo Penal, objetivando o reexame da pena aplicada pelo juízo de Primeira Instância. 

Guilherme foi condenado a mais de 21 anos de prisão por ter jogado o próprio carro contra uma árvore, causando a morte de sua esposa, em novembro de 2018.

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“Diante de elementos e circunstâncias presentes neste caso concreto, vislumbra-se, com o devido respeito à sentença de Primeiro Grau, o cabimento e a legitimidade do reexame da pena pela Corte de Justiça de Pernambuco”, pondera a Promotora de Justiça responsável. As razões do recurso serão apresentadas no prazo legal previsto.

Com informações da assessoria

O ex-advogado de Daniel Silveira, Jean Garcia, confirmou que o ex-deputado danificou a tornozeleira eletrônica que usava. Segundo Garcia, à coluna Guilherme Amado, do Metrópoles, Daniel sabia que o treino de luta danificaria o aparelho.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STf) Alexandre de Moraes decretou a prisão de Daniel Silveira no dia 2 de fevereiro deste ano por ter danificado a tornozeleira eletrônica e também por ataques ao STF e à Justiça Eleitoral. O ex-deputado está preso desde então. 

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No entanto, segundo o advogado, o ex-parlamentar não tinha a intenção de violar a tornozeleira para deixar de ser monitorado pela Justiça. A atual defesa de Silveira disse à Corte que o aparelho foi danificado “sem querer” e, por isso, não seria motivo para a prisão do ex-deputado. 

O advogado deixou a defesa de Silveira em 2021, depois do julgamento do STF, que condenou Daniel Silveira por defender o AI-5 e incentivar a violência contra ministros da corte. Na época, o advogado divergia de como o caso estava sendo conduzido, por considerar que estava sendo politizado. 

 

Uma mulher de 26 anos foi presa em flagrante nesta quarta-feira (5), depois de confessar que matou a mãe, em Teodoro Sampaio (SP), na terça-feira (4). A vítima era mãe adotiva e completaria 62 anos na quarta-feira (5). 

O delegado responsável pelas investigações Edmar Rogério Caparroz informou que a filha da vítima compareceu à casa de uma tia e contou ter matado a mãe a facadas depois de uma discussão. Sem acreditar, familiares acionaram a Polícia Militar, que foi até o local e encontrou a faca utilizada no crime dentro de um veículo, enrolada em um pano. 

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O Corpo de Bombeiros encontrou a vítima caída no chão da sala, já sem vida. O corpo estava coberto com um tecido e apresentava ferimentos ocasionados por faca.

A suspeita foi levada à delegacia, confessou o crime integralmente e foi presa em flagrante. 

As amigas da mulher relataram à polícia que ela mandou mensagem para uma delas pedindo ajuda, mas não quis contar o que aconteceu. Então, saíram para beber à tarde e, à noite, a mulher também teria participado de uma festa com amigos em uma chácara, na companhia do filho de 6 anos. 

O crime

Em depoimento à Polícia Civil, a mulher informou ter saído com algumas amigas na segunda-feira (3), e deixou o filho, de 6 anos, aos cuidados da avó, sua mãe. Ela chegou em casa já na madrugada da terça-feira (4) e dormiu no quarto dos fundos. Pela manhã, a mãe a teria acordado antes das 7h, quando começaram a discutir por conta da hora que havia chegado em casa. 

Segundo a própria suspeita, a mãe começou a ameaçá-la com uma tesoura e, depois, com uma faca. A filha desarmou a mãe, empunhou a faca e a golpeou no braço e nas costas. Ela não soube informar a quantidade de golpes que desferiu. 

Depois das facadas, a vítima chegou a caminhar até a sala, sentou no sofá e tentou pegar o celular para pedir ajuda, mas, de acordo com a suspeita, “acabou escorregando no meio da sala e ficou por ali”. 

O delegado disse que o que chamou a atenção dele foi o fato de o filho da envolvida estar no local do crime. “Ele [a criança] estava presente, teria acordado e, possivelmente, presenciou aquela cena de violência e o corpo da avó”, contou Caparroz.

Ainda durante o depoimento, a mulher relatou ter tomado banho, colocado um lençol sob o corpo da vítima e saído com o filho do local utilizando o carro da mãe. Ela disse que ficou perambulando na cidade com a criança durante toda a terça-feira (4), mas voltou para casa durante a tarde. 

No local do crime, recolheu a faca e a enrolou em uma fronha de travesseiro. Já durante a noite, a mulher estacionou o carro em uma chácara e dormiu. Na manhã seguinte, ela teria ficado com a criança e na tarde de quarta-feira (5), resolveu confessar o crime aos familiares. 

No entanto, a versão das amigas da suspeita é de que elas saíram para beber à tarde e, à noite, a mulher também teria participado de uma festa com amigos em uma chácara, na companhia do filho de 6 anos. 

 

As quatro crianças que foram assassinadas na manhã desta quarta-feira (5), na creche Cantinho Bom Pastor, em Santa Catarina, eram filhos únicos, segundo o prefeito de Blumenau Mário Hildebrandt (Podemos). “É um desafio enorme para cada um”, disse. 

O prefeito informou que alguns pais são servidores municipais de Blumenau e, além disso, ele também pediu um minuto de silêncio em homenagem a cada família durante a coletiva realizada hoje. 

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O crime aconteceu na creche privada Cantinho Bom Pastor, localizada no bairro Velha, e abrigava 40 crianças no momento do ataque, que vitimou quatro crianças de 4 a 7 anos e deixou outras cinco feridas. Dos feridos, quatro foram levados ao Hospital Santo Antônio. O estado de saúde das crianças é estável, segundo a unidade de saúde. Elas devem ficar em observação por pelo menos 24 horas. 

O pai do menino Bernardo Cunha Machado, de 5 anos, uma das crianças assassinadas no ataque a uma creche na manhã desta quarta-feira (5), em Blumenau, no Vale do Itajaí, em Santa Catarina, relatou que a última lembrança que tem com o filho é do início da manhã, quando foi deixar ele na creche. 

“Hoje chegou pela creche imitando um coelhinho, e eu e um amiguinho dele viemos pulando de coelhinho. Vou fazer valer a pena todos os momentos”, disse Bruno Bride que, emocionado, disse que agradece por todos os momentos que viveu ao lado do filho. “Peço a Deus que conforte o meu coração. Vou honrar a vida do meu filho todos os dias e que Deus conforte o coração de todas as famílias”, afirmou. 

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O ataque aconteceu na creche Cantinho Bom Pastor, no início da manhã. A unidade de ensino é particular. Quatro crianças de 4 a 7 anos foram mortas e cinco ficaram feridas. O criminoso foi preso. 

De acordo com a polícia, o assassino pulou o muro da creche e iniciou o ataque contra as crianças com uma machadinha. As vítimas foram atingidas na região da cabeça. O criminoso se entregou ao Batalhão da PM após a ação. Ainda está sendo apurado se há mais envolvidos no ataque. 

Notas fiscais do cartão corporativo de Jair Bolsonaro apontam que o ex-presidente pagou 21.447 kits-lanche em comícios, festas de peão, cultos e motociatas feitas na campanha eleitoral. As comprar estavam sob sigilo e foram obtidas pela agência Fiquem Sabendo - por meio de Lei de Acesso à Informação LAI - e publicadas pelo Uol

Em 35 viagens de campanha, o cartão com recursos públicos foi usado em 5.075 compras de refeição, no valor total de R$ 754 mil, que teriam sido destinadas a militares, agentes de trânsito e policiais. Ele também serviu para pagar os cercadinhos e hospedagens dos 20 assessores e seguranças pessoais que acompanhavam o ex-presidente. 

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Eram servidos dois sanduíches de queijo e presunto, uma fruta, uma barra de cereal e refrigerante ou água. Não é permitido o uso de dinheiro público em viagens eleitorais, mas a justificativa dada pela equipe de campanha para comprovar a legalidade foi que os lanches foram comprados para custear a segurança presidencial. A alimentação dos militares e policiais escalados para agendas do Presidente são de responsabilidade dos órgãos e entidades a que eles pertencem.

Em outubro do ano passado, no meio da disputa, o governo editou uma portaria que permite a solicitação de "alimentação, quando necessária, para os integrantes de apoio local", com a condição dos indicados não estarem recebendo diária pelo órgão ou entidade de origem. Os gastos podem ser encarados como abuso de poder político e vantagem aos demais concorrentes, pois deveriam ter saído do fundo do PL, o partido de Bolsonaro. 

A suspeita de crime fez o subprocurador do Tribunal de Contas da União (TCU), Lucas Furtado, pedir uma investigação sobre a utilização indevida dos recursos públicos. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) também foi provocado pelo senador Humberto Costa (PT) e pelo deputado federal Kim Kataguiri (União) a apurar o cometimento de infrações. 

O resultado de pesquisa feita pelo Instituto Datafolha apontou que 51% dos brasileiros querem que Jair Bolsonaro seja condenado por crime eleitoral e se torne inelegível. O ex-presidente é acusado por convocar embaixadores em julho do ano passado para colocar a credibilidade das urnas em dúvida. Ele não apresentou nenhuma prova. 

Bolsonaro pode ficar impedido de se eleger caso seja condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Pelo menos 16 Ações de Investigação Judicial Eleitoral (Aijes) são analisadas e também apontam o crime de abuso de poder indevido.  

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O prazo para a coleta das provas encerrou em 31 de março e as manifestações da acusação, da defesa e do Ministério Público Eleitoral (MPE) estão previstas até o próximo dia 12. O tema pode ser votado no plenário já no dia 13 de abril ou ser levado para a semana seguinte. 

Do outro lado, 45% é contra a punição e outros 4% não souberam avaliar. De acordo com o Datafolha, 2.028 pessoas foram ouvidas entre os dias 29 e 30 de março. O estudo tem margem de erro de dois pontos percentuais, para mais ou menos.

Com seu primeiro longa-metragem, "Carvão", a cineasta brasileira Carolina Markowicz consegue tratar com humor a pobreza no Brasil, com personagens que fogem da vitimização e lutam pelo dinheiro, independente de sua origem.

O filme, exibido em Toronto, San Sebastián e esta semana em competição na mostra oficial do festival Cinelatino de Toulouse, narra a história de uma família que sobrevive no interior do Brasil produzindo carvão.

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Um dia, a família recebe uma proposta tentadora: esconder um importante criminoso argentino em fuga (César Bordón).

Rapidamente, todos descobrem que a convivência não é tão fácil como esperavam.

Com um estilo corrosivo que recorda os irmãos Cohen, Markowicz apresenta um filme de suspense com reviravoltas inesperadas, graças a um roteiro engenhoso e à excelente convivência artística de atores profissionais e moradores da cidade, próxima de São Paulo.

"Eu sou do interior do Brasil, de Bragança (estado de São Paulo). Quando morava lá, sempre passava perto da casa de uma mulher bastante dura, e pensava no que poderia acontecer naquela casa. Assim que surgiu a ideia", explicou a jovem cineasta em entrevista à AFP.

A elaboração do roteiro durou quase 10 anos.

"Escrever é algo muito difícil para mim, é muito sofrido porque é muito solitário", admite Markowicz.

Em 2018, a diretora venceu o prêmio 'Queer Palm' para curtas-metragens no Festival de Cannes por "O Órfão", sobre um menino adotado que é devolvido ao orfanato por ter um jeito feminino.

Valores distorcidos

A homossexualidade volta a aparecer em "Carvão", de forma original e inesperada.

"Eu sou gay e cresci no interior, onde é mais tabu ser gay do que ser um assassino, o que é completamente louco", revela.

"Era um ponto importante incluir no filme os absurdos, os valores totalmente distorcidos naquelas comunidades", explica.

Escrever um roteiro certeiro como o de "Carvão" pode ser uma tarefa árdua, mas Carolina Markowicz aceitou alterar parte do texto durante as filmagens, a partir das sugestões dos protagonistas do filme, Maeve Jinkings e o argentino César Bordón.

E também modificou o roteiro a partir de situações que surgiram durante as filmagens e com os atores não profissionais.

"Há sempre uma grande flexibilidade no olhar da Carolina, sobre o que acontece quando as pessoas se encontram", disse Jinkings, que interpreta a esposa do carvoeiro, a mais decidida a seguir em frente, independente do preço a pagar.

Carolina "é a roteirista e naturalmente é rigorosa com o que escreve (...) mas nos deu a liberdade de improvisar e também de colaborar", acrescentou a atriz.

A convivência em "Carvão" também é linguística, entre o português e o espanhol.

"No filme mostramos pessoas que não vivem sua própria verdade e, portanto, são todas estranhas dentro de si mesmas, conectando e desconectando ao mesmo tempo. Era muito importante ter dentro daquela casa uma pessoa que estava distante, mas que conseguia se comunicar de alguma forma, e um argentino é uma pessoa de fora mas que se comunica em uma língua que se entende de uma certa maneira", declarou a diretora.

Um caso de agressão contra uma criança e um adolescente dentro de um mercado em Caxias do Sul, na Serra do Rio Grande do Sul, é investigado pela Polícia Civil. O momento em que o gerente do estabelecimento agride e ameaça dois meninos, de 11 e 13 anos, por suposto furto, foi registrado por vídeo. 

Segundo a reportagem do RBS TV, que foi até o mercado nesta quinta-feira (23), uma mulher, que se disse proprietária, não quis gravar entrevista. No entanto, o advogado do funcionário que fez as ameaças aos meninos afirmou, por telefone, que o rapaz não vai se manifestar agora e que está colaborando com a investigação. 

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Nas imagens, é possível ver o momento em que a criança e o adolescente sofrem a agressão. Eles estão sentados no chão do mercado enquanto dois funcionários, estando um com uma faca na mão, grita fazendo ameaças:

- “Quais os dias que vocês estão roubando aqui?”

- “Eu não fiz nada”. 

- “Que tu não fez nada! Eu te corto agora! Lambe isso aí que eu não quero sujeira aí. Vai limpar tudo isso aí”

As imagens foram registradas no dia 11 de março sem que os funcionários percebessem. O vídeo chegou à polícia através de uma denúncia anônima realizada na semana passada. De acordo com a delegada Thalita Giacometti Andrich, que investiga o caso, não há registro de ocorrência de furtos ou roubos no mercado no dia da gravação das imagens.

Thalita afirmou que a ausência de registro de ocorrência e contato com a polícia surpreendeu a investigação. “Esses meninos poderiam ter sido levados para a delegacia de polícia. Seriam responsabilizados na medida da sua culpabilidade. Não houve registro por parte dos responsáveis pelo estabelecimento. Eles optaram por ter aquela atitude ali presente no vídeo”, observou. 

O homem que fez as ameaças, a criança e o adolescente já foram ouvidos pela polícia, além dos familiares dos dois meninos. O outro funcionário que aparece nas imagens foi identificado, mas a polícia ainda não conseguiu localizá-lo. Os possíveis crimes ainda estão sendo apurados. 

A delegada ressaltou que crianças e adolescentes têm proteção especial perante a lei. “Então, além dos crimes do Código Penal, que podem existir ali, muitas pessoas estão falando em ameaça, vias de fato, que é uma contravenção penal. Ainda existem crimes também no Estatuto da Criança e do Adolescente”, disse. 

Por sua vez, o Conselho Tutelar de Caxias do Sul explicou que situações de ato infracional com crianças e adolescentes são de atuação dos órgãos de segurança pública, como é previsto pelo Estatuto da Criança e do Adolescente. 

 

Um ex-2º tenente da Polícia Militar de Alagoas foi preso pela Polícia Federal por envolvimento com um esquema de lavagem de dinheiro do PCC. Atualmente, o suspeito cursa o 6º período de Medicina em Pernambuco e foi preso em uma casa que dividia com outros estudantes no Bairro Novo, em Olinda, Região Metropolitana do Recife (RMR). 

Segundo a Polícia Federal (PF), ele foi expulso da corporação em janeiro deste ano e havia conseguido uma liminar que obrigava o Estado a lhe reintegrar ao quadro de oficiais. Contudo, a decisão não chegou a ser cumprida.  

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As investigações apontaram que ele é ex-cunhado do líder do PCC que foi morto em uma troca de tiros com agentes federais. O confronto ocorreu em 2017, dentro de um condomínio de luxo em Maceió. Mesmo após a morta, a esposa do criminoso continuou recebendo dinheiro através de um esquema de lavagem, que envolvia escolta militar. 

Um veículo, um aparelho celular e um tablet do ex-tenente foram apreendidos no cumprimento das ordens judiciais. Após audiência de custódia, a Justiça de Alagoas relaxou a prisão de outros quatro envolvidos, porém, manteve com a prisão do ex-policial militar.

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) prendeu, na última sexta-feira (17), um casal suspeito de queimar órgão genital de um adolescente, de 17 anos. O crime ocorreu no município de Guidoval, a 19 km de Ubá, na Zona da Mata mineira.

Segundo a polícia, há cerca de 30 dias, a mulher, de 27 anos, teria pedido ao homem, 31, para segurar o adolescente para que ela conseguisse amputar o pênis da vítima, mas devido à dificuldade e rejeição ao sangue, optaram por queimar o órgão genital com brasa.

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O adolescente morava com a suspeita, com quem mantinha um relacionamento amoroso. A mulher está grávida e morava ainda com outras quatro crianças. Em agosto de 2022, o investigado de 31 anos, que é pai de uma das crianças, passou a residir com a mulher e o adolescente com o intuito de dividirem as despesas, momento em que as torturas teriam se agravado.

Mesmo lesionada, a vítima era coagida, ameaçada e mantida em cárcere privado para que ninguém soubesse dos fatos.

"Nos deparamos com um caso gravíssimo de tortura, expondo um adolescente a uma extrema vulnerabilidade, provocando intensa dor e colocando em risco a perda do membro e da função de reprodução", revelou o delegado Douglas Mota.

O casal foi preso e encaminhado ao sistema prisional, onde se encontram à disposição da justiça. O adolescente está sob cuidados médicos. As investigações prosseguem.

Projeto de Lei 4534/21, que tipifica crime de abuso de poder em troca de atividade sexual, foi aprovado pelo plenário da Câmara dos Deputados, na noite dessa quarta-feira (8). O texto teve parecer favorável da deputada Maria do Rosário (PT-RS), relatora na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ). A proposta agora vai para análise e votação no Senado.

O projeto, da deputada Tabata Amaral (PSB-SP), estabelece nova tipificação no Código Penal e define pena de reclusão de 2 a 6 anos. Na situação em que a atividade sexual for consumada, a pena é agravada e passa a ser de 6 a 10 anos de reclusão. Caso o agente seja funcionário público, ela será somada àquela que trata de crime contra a administração pública.

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Tabata Amaral citou dados da organização Transparência Internacional, segundo os quais, em 2019, na América Latina, uma em cada cinco pessoas foi vítima ou conhecia vítimas desse tipo de conduta quando buscaram algum serviço público.

Já a relatora Maria do Rosário disse que a aprovação do projeto vai preencher lacuna legislativa existente no Brasil, “mas também servirá de referência internacional diante da lacuna também existente nas leis dos demais países e em tratados e convenções internacionais”.

*Com a Agência Câmara

O Projeto de Lei 734/23 classifica como hediondo o crime de exploração de trabalho análogo à escravidão. A proposta, que tramita na Câmara dos Deputados, altera a Lei dos Crimes Hediondos. De acordo com o Código Penal, o termo hediondo é utilizado para classificar crimes que, por sua natureza, causam repulsa da sociedade, como o homicídio, a tortura e o estupro.

Os crimes hediondos são insuscetíveis de anistia, graça, indulto e fiança, com cumprimento de pena incialmente em regime fechado. O projeto classifica como hediondo reduzir alguém à condição análoga à de escravo, submetendo-o a trabalhos forçados, à jornada exaustiva, a condições degradantes de trabalho ou restringindo sua locomoção.

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“São inúmeros relatos de trabalhadores em condições de trabalho que remetem a uma escravidão contemporânea, visando o lucro, não somente pela mão-de-obra, mas também ao uso e ao desprezo dos seres humanos”, observa a autora, deputada Amanda Gentil (PP-MA).  Tramitação A proposta ainda será despachada para as comissões da Casa.

*Da Agência Câmara de Notícias

Cinco policiais militares foram presos pelo assassinato do adolescente Carlos Eduardo Rebouçar Barros, de 17 anos, que já estava rendido. O crime aconteceu em Pedro Canário, no Espírito Santo, na tarde da quarta-feira (1º). Os agentes passaram por audiência de custódia nesta quinta-feira (2). 

A polícia considerou que os indícios apresentados pela investigação sustentam que os cinco policiais militares tiveram responsabilidade na execução do menor de idade. “Não há dúvida de se tratar de crime militar”, afirmou o juiz Getúlio Marcos Pereira Neves, na decisão. 

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Os policiais que foram presos na quarta-feira foram: Cb Leonardo Jordão da Silva, Sd Samuel Barbosa da Silva Souza, Sd Thafny da Silva Fernandes, Sd Wanderson Gonçalves Coutinho, e o Sd Talisson Santos Teixeira. 

Eles foram levados para serem ouvidos sobre o caso na sede do 13º Batalhão de São Mateus, mas permaneceram em silêncio. Em seguida, foram encaminhados ao presídio da corporação, em Vitória. As armas foram apreendidas. 

“No primeiro momento, os acusados usaram o direito ao silêncio, o que não traz prejuízo a eles, porque os fatos serão todos investigados. Mas neste momento, para resguardar a investigação e inclusive a vida dos indiciados, em virtude da comoção que o caso gerou, o MP entende que há elementos para converter o flagrante em prisão preventiva”, afirmou o Ministério Público Militar, que pediu a conversão do flagrante em prisão preventiva aos elementos na audiência de custódia. 

Por sua vez, a defesa dos acusados pediu a liberdade com a aplicação de medidas cautelares. Declarou, ainda, que os cinco policiais possuíam “diversos elogios nas fichas funcionais, como destaque operacional”. “Não há qualquer prejuízo ao devido processo legal e eventuais testemunhas, uma vez que a conduta funcional dos acusados demonstra não serem pessoas perigosas. A defesa requer a liberdade de todos, com aplicação de medida cautelar cabível”, manifestou a defesa. 

No entanto, o juiz garantiu não haver dúvidas sobre o ocorrido. “Trata-se de uma guarnição em serviço, portanto, não há dúvidas se tratar de crime militar, que apenas não é julgado nesta AJMES [Auditoria da Justiça Militar do Espírito Santo], como determina a Constituição Federal. A critério deste juízo, a ocorrência atenta contra a garantia da ordem pública, que cabe aos policiais militares assegurar com sua atuação”, declarou o magistrado.

Entenda o crime

Uma câmera registrou o momento em que um policial matou o adolescente já rendido com tiros à queima roupa na manhã de quarta-feira (1º), em Pedro Canário (RS). A polícia teria apreendido uma arma com Carlos Eduardo, de 17 anos, que teria sido usada para trocar tiros com os policiais no quintal de um imóvel. 

Nas imagens, é possível ver que o garoto está sentado no chão e com as mãos imobilizadas. Então, o militar encosta no adolescente, que levanta e dá três passos para trás, momento em que o PM atira à queima roupa, ao menos duas vezes, e sem a mínima possibilidade de defesa da vítima. 

O policial que atirou arrastou o corpo para dentro do imóvel que um terceiro militar saiu.

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Um homem foi assassinado a tiros quando conduzia uma moto no Bairro Novo, centro de Camaragibe, na região metropolitana do Recife, nesta sexta-feira (24). Célio Honorato tinha 46 anos e era cabo do Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRv).

Imagens de câmeras de segurança no local registraram o momento exato em que dois homens em uma moto se aproximaram e dispararam contra a vítima, que caiu no chão, aparentemente já sem vida.

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A Polícia Civil, por meio de nota, informou que o caso será investigado pela 10ª Delegacia de Polícia de Homicídios de São Lourenço da Mata. A Polícia Militar de Pernambuco lamentou o ocorrido.

O corpo de Célio Honorato será enterrado no cemitério de Camaragibe.

O ministro da Justiça da Colômbia, Néstor Osuna, apresentou ao Congresso um projeto de lei com uma proposta polêmica: deixar de considerar um crime o incesto entre maiores de idade.

"O que estamos propondo eliminar é que duas pessoas, ambas adultas, que consentem livremente em fazer sexo, sejam enviadas para a prisão", disse ele à Blu Radio nesta terça-feira (7).

A legislação colombiana pune parentes em primeiro grau de consanguinidade que tenham relações sexuais com penas de até seis anos de reclusão.

O ministro apresentou uma proposta legislativa na segunda-feira para melhorar as condições das penitenciárias e descriminalizar algumas práticas, em um momento em que a superlotação carcerária atinge um pico crítico.

“É preciso estabelecer no direito penal típico de uma sociedade liberal alguns limites à perseguição do Estado a comportamentos que realmente não prejudiquem a sociedade”, acrescentou.

Osuna apontou as diferenças entre o incesto e outros delitos sexuais: "não é estupro, nem atos sexuais abusivos, nem atos com menores”. Se o incesto for "com uma criança, aí sim é estupro", observou.

Na Colômbia, a idade para consentimento sexual é de 14 anos. O ministro não especificou o que aconteceria no caso de uma relação incestuosa entre um adulto e um jovem entre 14 e 18 anos.

A iniciativa provocou críticas. "Do governo propõem eliminar o incesto como crime. Uma mensagem nefasta para as famílias e um estímulo macabro para os estupradores", reagiu no Twitter Ernesto Macías, ex-presidente do Senado pelo direitista Centro Democrático.

Embora uma das intenções do Ministério da Justiça seja descongestionar as prisões, o ministro afirmou que existe um "número mínimo" de condenados por atos incestuosos.

O Congresso, de maioria governista, vai debater ainda outras propostas de Osuna, como a concessão de permissões de trabalho a detentos que pagaram mais da metade da pena por delitos menores. Se aprovada, eles poderão sair durante o dia e retornar às suas celas à noite.

O primeiro governo de esquerda na história do país aspira implementar uma ambiciosa bateria de reformas.

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