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Fortes rajadas de vento, chuva, postes e árvores caídos: esses foram os vestígios do furacão Delta na cidade de Cancún (sudeste), após tocar terra nesta quarta-feira (7) na costa caribenha mexicana, onde não há registro de vítimas até o momento.

Pouco mais da metade de Cancún e dos balneários vizinhos de Playa del Carmen e Cozumel permanecem sem energia elétrica, depois que o ciclone chegou de madrugada na península de Yucatán, rebaixado para a categoria dois.

Os ventos batiam as palmeiras, muitas das quais acabaram no chão assim como os postes, fiação elétrica, placas de trânsito e outdoors, observaram jornalistas da AFP.

O Delta chegou a alcançar a categoria quatro em uma escala de cinco. "O corpo completo do furacão ainda está sobre nós, o fenômeno ainda não acabou. Felizmente, não ficou parado, continua sua trajetória, isso fará com que passe rápido", disse à imprensa o governador do estado de Quintana Roo, Carlos Joaquín.

"Não notificamos (...) nenhuma morte provocada por essa passagem do furacão", destacou Luis Alberto Ortega, da Proteção Civil do México.

Com ventos de até 175 km/h, o ciclone entrou pela Península de Yucatán, perto da cidade de Puerto Morelos, entre os balneários turísticos de Cancún e Playa del Carmen, segundo o Centro Nacional de Furacões (NHC), com sede em Miami.

De acordo com o relatório mais recente da instituição, o centro do Delta estava "prestes a chegar na costa nordeste da península de Yucatán" com ventos de até 165 km/h.

A previsão é que, no seu avanço nesta quarta e quinta-feira pelo Golfo do México rumo aos Estados Unidos, o furacão ganhe força novamente e "pode tornar-se um furacão intenso outra vez", acrescentou o NHC.

Ao menos 6.500 militares da Secretaria da Defesa Nacional (Sedena) foram enviados a Yucatán e Quintana Roo para auxiliar as comunidades afetadas pela passagem do Delta.

Turistas a salvo

Além de Yucatán e Quintana Roo, as chuvas se estenderam aos estados vizinhos de Campeche e Tabasco, segundo as autoridades. Cerca de 41.000 turistas foram evacuados de seus hotéis na terça-feira para refúgios nos balneários de Cancún, Puerto Morelos e Isla Mujeres, segundo Roberto Cintrón, presidente da associação hoteleira local. Destes, 85% são mexicanos e o restante estrangeiros, principalmente americanos.

"Estávamos com 35% de nossa capacidade. Para prevenir o contágio da covid-19, nos refúgios foram tomadas as mesmas medidas que nos hotéis, como uso de álcool em gel e máscaras", acrescentou Cintrón.

Em Cancún, o maior destino turístico do México, mais de 160 albergues foram habilitados. "Não conseguimos fazer muito. Viemos para relaxar um pouco com toda essa questão do coronavírus e estar em locais abertos", comentou na terça-feira à AFP Jonathan Rogers, no hotel Aquamarina Beach.

Rogers, de 30 anos, viajou junto com familiares da Cidade do México para Cancún após meses de confinamento pela pandemia de covid-19. Embora não esteja previsto um impacto no território de Cuba, o governo declarou "alarme ciclônico" para Pinar del Rio, Artemisa e o município especial Isla de la Juventud.

Recorde de ciclones

Nas primeiras horas desta quarta-feira, as ruas de Cancún estavam desertas. Alguns comércios reabriram após permanecerem fechados desde o início da tarde, quando também foram suspensas as operações dos aeroportos de Cancún e Cozumel.

El pasado fin de semana, la tormenta tropical Gamma y otro frente frío provocaron intensas lluvias en gran parte de la región, con saldo de seis muertos y unos 600.000 afectados en el sur y sureste de México.

No fim de semana, a tempestade tropical Gamma e outra frente fria provocaram intensas chuvas em grande parte da região, com um saldo de seis mortos e cerca de 600.000 afetados no sul e sudeste do México.

Essa situação representa um novo golpe para o Caribe mexicano, o principal destino turístico do México, que observou uma queda dramática na chegada de visitantes devido à pandemia.

O turismo representa mais de 8% do PIB do México, o quarto país do mundo mais enlutado pelo coronavírus com 82.348 mortes e 794.608 casos confirmados.

Os balneários do Caribe mexicano não são atingidos por um grande furacão desde 2005, quando o Wilma, de categoria 4, chegou à terra também em outubro. Porém, devido ao seu deslocamento lento, ficou praticamente parado por quase 72 horas entre Cozumel e Cancún.

Os moradores de Cancún se abasteceram com alimentos, água potável e tábuas de madeira, além de reunirem documentos importantes para sua proteção.

O Delta é a 26ª tempestade com nome, em uma temporada de furacões no Atlântico excepcionalmente ativa. Vários recordes já foram batidos este ano.

Entre eles, a lista de nomes previstos para os ciclones esgotou, e os meteorologistas começaram a identificá-los com o alfabeto grego.

O furacão Delta tocou terra nesta quarta-feira (7) pela manhã na costa caribenha do México como furacão de categoria dois, com ventos de até 175 km/h, sem registro de vítimas até o momento.

O ciclone, que chegou a alcançar a categoria quatro, entrou nesta madrugada pela Península de Yucatán, perto da cidade de Puerto Morelos, entre os balneários turísticos de Cancún e Playa del Carmen, segundo o Centro Nacional de Furacões, com sede em Miami.

"Não notificamos (...) nenhuma morte provocada por essa passagem do furacão", destacou Luis Alberto Ortega, da Proteção Civil do México.

O Delta causava chuvas torrenciais nos estados de Yucatán e Quintana Roo, assim como nos vizinhos Campeche e Tabasco.

O governador de Quintana Roo, Carlos Joaquín, informou que metade do balneário de Cancún "está sem energia elétrica, muito menos do que se esperava para este momento", enquanto relatou a queda de uma grande quantidade de árvores e de fiação elétrica.

- Turistas a salvo -

Cerca de 41.000 turistas foram evacuados de seus hotéis na terça-feira (6) para refúgios nos balneários de Cancún, Puerto Morelos e Isla Mujeres, segundo Roberto Cintrón, presidente da associação hoteleira local. Destes, 85% são mexicanos e o restante estrangeiros, principalmente americanos.

"Estávamos com 35% de nossa capacidade. Para prevenir o contágio da covid-19, nos refúgios foram tomadas as mesmas medidas que nos hotéis, como uso de álcool em gel e máscaras", acrescentou Cintrón.

Em Cancún, o maior destino turístico do México, mais de 160 albergues foram habilitados.

"Não conseguimos fazer muito. Viemos para relaxar um pouco com toda essa questão do coronavírus e estar em locais abertos", comentou na terça-feira à AFP Jonathan Rogers, no hotel Aquamarina Beach.

Rogers, de 30 anos, viajou junto com familiares da Cidade do México para Cancún após meses de confinamento pela pandemia de covid-19.

Segundo a previsão, o furacão percorrerá Quintana Roo e o vizinho Yucatán nesta noite para retornar ao mar pelo Golfo do México e seguir para os Estados Unidos.

Embora não esteja previsto um impacto no território de Cuba, o governo declarou "alarme ciclônico" para Pinar del Rio, Artemisa e o município especial Isla de la Juventud.

- Recorde de ciclones -

Nas primeiras horas desta quarta-feira, os ventos do Delta e a chuva que o acompanha foram sentidos em Cancún, onde as ruas estavam desertas, constatou uma equipe da AFP.

Os comércios já estavam fechados desde terça-feira à noite. Os aeroportos de Cancún e Cozumel suspenderam seus serviços no final da tarde.

No fim de semana, a tempestade tropical Gamma e outra frente fria provocaram intensas chuvas em grande parte da região, com um saldo de seis mortos e cerca de 600.000 afetados no sul e sudeste do México.

Essa situação representa um novo golpe para o Caribe mexicano, o principal destino turístico do México, que observou uma queda dramática na chegada de visitantes devido à pandemia.

O turismo representa mais de 8% do PIB do México, o quarto país do mundo mais enlutado pelo coronavírus com 82.348 mortes e 794.608 casos confirmados.

Os balneários do Caribe mexicano não são atingidos por um grande furacão desde 2005, quando o Wilma, de categoria 4, chegou à terra também em outubro. Porém, devido ao seu deslocamento lento, ficou praticamente parado por quase 72 horas entre Cozumel e Cancún.

Os moradores de Cancún se abasteceram com alimentos, água potável e tábuas de madeira, além de reunirem documentos importantes para sua proteção.

O Delta é a 26ª tempestade com nome, em uma temporada de furacões no Atlântico excepcionalmente ativa. Vários recordes já foram batidos este ano.

Entre eles, a lista de nomes previstos para os ciclones esgotou, e os meteorologistas começaram a identificá-los com o alfabeto grego.

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O furacão Delta continua se "fortalecendo rapidamente" enquanto avança pelo Golfo do México em direção à costa dos Estados Unidos e do México, informou o Centro Nacional de Furacão (NHC, na sigla em inglês). Pelas previsões feitas pelo órgão, o fenômeno deve se intensificar à categoria 4 nos próximo dois ou três dias.

De acordo com o NHC, há incertezas a respeito das projeções do caminho e do furacão. "Existe um risco significativo de haver tempestade, vento e chuva ao longo da costa de Louisiana ao oeste da Flórida, começando na quinta à noite ou sexta-feira", destaca o órgão. A passagem do furacão pode afetar a produção de petróleo no Sul dos EUA, como ocorreu durante fenômenos anteriores.

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O cerco está se fechando para a companhia aérea Gol, que está a menos de 15 dias de honrar um compromisso de US$ 300 milhões com a Delta Airlines. Com o caixa cada vez mais apertado, sem o dinheiro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e com os bancos privados fechando a torneira do crédito, as agências de risco Fitch e S&P já passaram o recado: a empresa precisará reestruturar seu passivo.

A classificação de risco da Gol foi para o patamar CCC, que aponta maior risco de calote. Isso não implica, entretanto, que um pedido de recuperação judicial seja iminente.

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Esse caminho não é o mais óbvio, de acordo com especialistas ouvidos pelo Estadão/Broadcast, já que a lei brasileira de falências e recuperação judicial não permite que negociações com os credores mais relevantes - como as empresas que arrendam aeronaves e os bancos - ocorram sob a proteção judicial. Mas esse pode ser um desfecho, a partir da observação da experiência da rival Latam, que buscou proteção na Justiça norte-americana, onde a legislação é mais abrangente e ágil.

Por enquanto, a Gol mantém conversas com bancos parceiros sobre mecanismos de liquidez, o que inclui reescalonamento de obrigações, de acordo com o presidente da companhia, Paulo Kakinoff. Na apresentação da companhia balanço para o segundo trimestre, Kakinoff sinalizou que a possibilidade de emissão de debêntures, com apoio do BNDES, está para ser avaliada pelo conselho de administração.

Do outro lado, o presidente do BNDES, Gustavo Montezano, afirmou nesta semana que aguarda a requisição pelas companhias aéreas dos empréstimos. O valor deve ficar em torno de R$ 1,2 bilhão para cada uma das empresas, dentro do prometido pacote de apoio.

A Gol encerrou com uma liquidez de R$ 3,3 bilhões no segundo trimestre deste ano, queda de 9,8% na comparação anual. A aérea espera fechar o terceiro trimestre deste ano com uma liquidez de R$ 2,9 bilhões. O valor já considera a amortização com a Delta.

Preservação de caixa

A empresa se esforçou para reduzir ao máximo o consumo de caixa com um acordo com aeronautas e aeroviários para cortar salários, assim como negociação com as proprietárias das aeronaves que utiliza. O problema é que a Gol precisará ter recursos para a retomada em um momento que a empresa está com mais dificuldade de levantar dinheiro. O cenário leva alguns agentes do mercado a acreditar que o "dia D" da companhia está próximo.

"Como a Gol vinha numa boa posição de caixa, deve deixar uma opção mais arrojada, de recuperação judicial, para o último minuto, inclusive para ver o que acontece com a Latam", disse uma advogada do setor que preferiu não se identificar.

Para ela, a melhor alternativa no caso de uma recuperação judicial seria a corte norte-americana, mas a companhia aérea teria de combinar o jogo com os credores - em especial os bancos - para evitar processos judiciais que podem lhe causar dor de cabeça mais à frente.

A pandemia fez a aérea reduzir de 800 para 50 o número de decolagens por dia em abril, ápice da crise. A Gol espera operar 250 voos por dia em agosto, contra 200 em julho e 100 em junho. Para setembro, a estimativa é elevar o número de voos diários para 300.

Procurada, a Gol disse que tem a opção de amortizar, integralmente, o empréstimo com a Delta em setembro. "Ou, eventualmente, fazer um aditivo para prorrogação, para o qual precisaremos do apoio da Delta", explicou a companhia, sem dar mais detalhes.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ex-fuzileiro naval Robert J. O'Neill, que alega ter matado Osama bin Laden, líder da al-Qaeda, foi banido de voos da Delta Air Lines após postagens no Twitter. Ele publicou uma foto na rede social em que aparece dentro de avião da companhia sem máscara.

 Na mensagem, já deletada, O'Neill diz "I'm not a pussy", frase sexista de baixo calão que poderia ser traduzida para "eu não sou uma mulherzinha". Ele também disse que era um equipamento "idiota". 

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Posteriormente, O'Neill informou ter sido banido da Delta por causa da postagem.

Em mensagens seguintes, o ex-fuzileiro disse ter feito uma piada que não deu certo e que usou máscara na ocasião da foto. "Eu não sou o cara mau. Eu matei o cara mau", escreveu.

A parceria entre Delta e Latam deve começar ainda este ano. Segundo Edward Bastian, presidente executivo da Delta, o primeiro passo da união será o compartilhamento de voos, serviços e canais de venda (codeshare), ainda em 2019. Para a principal transação, que envolve a criação de uma joint venture entre as empresas, a expectativa é de que as aprovações governamentais, regulatórias e antitruste levem entre 12 e 24 meses. Na noite de quinta-feira, a Delta anunciou a compra de 20% do capital da Latam por US$ 1,9 bilhão.

Além da compra de parte da empresa, a Delta se comprometeu a adquirir aviões da Latam e a investir US$ 350 milhões para apoiar a parceria estratégica.

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A operação representa oferta de US$ 16 por ação. O valor significou um prêmio de quase 80% sobre o valor das ações, considerando a cotação média dos últimos 30 dias, e será pago principalmente com a emissão de dívida e dinheiro em caixa da empresa americana.

Em teleconferência ontem, Bastian disse que a empresa ofereceu um prêmio significativo pelas ações da Latam, mas que a operação trará retorno, ainda mais diante do cenário de recuperação macroeconômica da região e do próprio potencial de aumento dos voos entre América do Sul e Estados Unidos.

A expectativa de Bastian é que a parceria com a Latam traga receita adicional à aérea de US$ 1 bilhão, nos próximos cinco anos.

A empresa também confirmou que precisará se desfazer de fatia e 9% que detém em ações da Gol. Os executivos da companhia lamentaram o fim do acordo com a Gol, dizendo que a brasileira se mostrou uma "ótima parceria", mas destacam que "não tiveram escolha" porque a oportunidade com a Latam "se apresentou". Ainda de acordo com eles, a Delta oferecerá apoio à Gol nessa fase de transição.

Segundo os executivos da Delta, o principal motivo para a decisão de investimento na parceria foi a conectividade oferecida pela malha da Latam Airlines. Juntas, as empresas devem criar mais competição no mercado da América do Sul, adicionando mais voos entre a região e os Estados Unidos.

A Delta detalhou ainda que o acordo deve tornar as companhias líderes nas operações em Brasil, Chile, Colômbia, Peru e Argentina para os Estados Unidos. A companhia espera replicar "rapidamente" a sua capilaridade no mercado brasileiro com a Latam.

Objetivo

 

Para Bastian, a aquisição de 20% da Latam é confortável, sendo que a fatia é adequada à estratégia da aérea americana para a região da América Latina. No momento, não existem planos de aumentá-la.

A diretoria da Delta disse ainda não antecipar nenhum grande empecilho regulatório e antitruste para conseguir as aprovações da joint venture, sustentando que as operações da americana e da Latam são "complementares". A parceria entre Latam e American Airlines acabou sendo barrada pelo órgão antitruste chileno por causa da sobreposição de operações entre as duas aéreas.

Bolsa

No mercado de ações, os papéis da Latam negociados em Nova York chegaram a subir mais de 30%. No Brasil as ações sem direito a voto de Gol caíram ao redor de 6,5%.

Apesar de considerarem o negócio negativo para a Gol, analistas disseram que o impacto para a área não deverá ser tão grande. O Credit Suisse disse, em relatório que, "operacionalmente falando", a parceria entre Gol e Delta não foi relevante para o faturamento da brasileira. Para o Bradesco BBI, o impacto mais negativo será no programa de milhas Smiles, que deve sofrer com a renegociação do acordo de codeshare entre a concorrente da Latam e a Delta.

Os dois bancos mantiveram a avaliação para os papéis da Gol. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A companhia aérea Delta planeja vender a participação de quase 10% que tem na brasileira Gol. A informação foi divulgada nesta noite pela emissora norte-americana CNBC após a aérea estrangeira anunciar a compra de 20% do grupo chileno-brasileiro Latam por US$ 1,9 bilhão.

Dados de 31 de julho de 2019 mostram que a Delta detinha 9,40% do capital da Gol, principal concorrente do grupo Latam no Brasil. As 32,926 milhões de ações preferenciais davam à Delta a posição de quarto maior acionista da Gol naquela data.

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O Ministério Público Federal (MPF) no Rio requereu ao Tribunal Regional Federal da 2.ª Região que não desbloqueie bens de réus e empresas alvo da Operação Saqueador, acusados por desvios de R$ 370 milhões envolvendo a empreiteira Delta.

A procuradoria se manifestou sobre recurso da Allianza Infraestruturas do Brasil, que pediu a liberação de seus bens. A construtora alega ser a titular de bens atingidos pela decisão judicial e adquiridos em função da recuperação judicial da Delta. Para a procuradoria, é necessário o bloqueio dos bens "para garantir a eventual destinação à União em caso de condenação penal". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Procurado por suspeita de integrar esquema de lavagem de R$ 370 milhões em obras ligadas à construtora Delta, o empresário Marcelo Abbud se entregou nesta quinta-feira, 30, na sede da Polícia Federal de São Paulo. Ele era procurado desde o início da manhã na Operação Saqueador, que apura o esquema de desvios. No fim da tarde, o contraventor Carlinhos Cachoeira chegou à sede da PF, no Rio, para prestar depoimento do caso.

Apenas o dono da construtora, Fernando Cavendish, não foi localizado pela polícia - ele teria viajado à Europa no fim de semana. Em nota, a defesa do empresário se disse "estarrecida" com o que chama de "insuportável ilegalidade". A PF investiga a relação de Cavendish com políticos no esquema de lavagem de dinheiro.

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"A Defesa de Fernando Cavendish, estarrecida com a decretação de sua prisão, tomará as providências judiciais para reverter esta insuportável ilegalidade. A prisão foi requerida nos autos de Inquérito Policial que tramita há mais de três anos, no qual Fernando Cavendish sempre atendeu às solicitações da Autoridade Policial, nada justificando a adoção desta medida extrema", diz o advogado Técio Lins e Silva, em nota.

Também a defesa de Marcelo Abbud pretende entrar com medidas judiciais contra a prisão do empresário. O advogado Miguel Pereira Neto, que também defende o empresário Adir Assad, já condenado na Operação Lava Jato, considerou que o pedido de prisão é baseado em "suposição".

"Quem supõe não poderia concluir com elementos concretos, como consta a decisão. O magistrado, com todo respeito, supõe e intui, e intuição não se apresenta no mundo da completude", disse o advogado. Neto também argumentou que Adir Assad já cumpre restrições severas, como uso de tornozeleira.

"Não haveria a mínima condição de ele preencher os requisitos para que seja decretada uma prisão preventiva. Os atos que são apontados são de entre 2007 e 2011, são pretéritos. Essa investigação já corre no Rio há bastante tempo. Se não houve motivo para se pedir prisão desde lá de trás, não haveria motivo para pedir agora. Não existe nenhum fato posterior que possa dar ensejo a essa decretação agora", afirmou o advogado.

As investigações da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público Federal (MPF) que apuram a lavagem de R$ 370 milhões envolvendo a empreiteira Delta e o contraventor Carlos Augusto de Almeida Ramos, conhecido como Carlinhos Cachoeira, apontam para o uso de 18 empresas de fachada, criadas pelos operadores do esquema.

Cachoeira foi preso nesta quinta-feira, 30, em Goiânia, na Operação Saqueadores. Fernando Cavendish, dono da empreiteira Delta, teve a prisão pedida, mas não foi encontrado em sua residência no Leblon, na zona sul do Rio. A PF apreendeu um cofre e documentos na casa.

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Segundo a denúncia do MPF oferecida à Justiça Federal, 96,3% do faturamento da Delta entre 2007 e 2012 foi oriundo de verbas públicas, chegando a R$ 11 bilhões. A denúncia foi oferecida contra 23 pessoas, incluindo Cavendish, Cachoeira, o doleiro Adir Assad, Marcelo Abbud e proprietários e contadores de empresas fantasmas - conforme nota divulgada na manhã desta quinta pela assessoria de imprensa da Procuradoria Regional da República do Rio.

As empresas fantasmas lavavam os recursos públicos por meio de contratos fictícios, que eram sacados em espécie, para o pagamento de propina a agentes públicos, de forma a impedir o rastreamento das verbas. A nota do MPF não cita o envolvimento de políticos.

Ainda conforme a denúncia do MPF, as empresas fantasmas só existiam no papel. As firmas não tinham sedes, nem funcionários, e havia incompatibilidade entre receita e movimentação financeira identificada pela Receita Federal. Além disso, informou o MPF, todas as empresas tinham os mesmos contadores.

"As empresas de Adir Assad e Marcelo Abbud emitiam notas frias não só para a Delta, mas para muitas outras empresas. No mesmo período de 2007 a 2011, foi transferido para essas empresas fantasmas mais de R$ 885 milhões. A organização criminosa também serviu ao esquema de corrupção da Petrobras, de acordo com a Operação Lava Jato", diz a nota do MPF.

O Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou a utilização, nas investigações da Operação Saqueadores, de trechos da delação premiada de pessoas ligadas à empreiteira Andrade Gutierrez e investigadas na Operação Lava Jato, também da PF e do MPF.

Segundo a Procuradoria do Rio, embora a delação ainda seja sigilosa, "confirma o que foi apurado, demonstrando que a Delta era uma empresa voltada fundamentalmente a esquemas de corrupção em obras públicas, em especial, no Rio".

A Operação Saqueador, deflagrada nesta quinta-feira, 30, pela Polícia Federal (PF), investiga lavagem de R$ 370 milhões. A ação prendeu, em Goiânia, o contraventor Carlos Augusto de Almeida Ramos, conhecido como Carlinhos Cachoeira e outros dois investigados.

São alvos da ação a Delta Construções, o empresário Fernando Cavendish e o lobista Adir Assad. Foi apreendido um cofre no apartamento de Cavendish no Rio. Procurado pela PF, O empresário estaria fora do País.

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"Foram verificados, até o momento, fortes indícios de transferências milionárias de recursos de referida empresa de engenharia para sociedades de fachada, possivelmente desviados de obras públicas. Para comprovação de tais desvios, está sendo realizada perícia contábil-financeira na sociedade investigada", informa nota da PF.

As investigações da PF duraram cerca de três anos e começaram a partir do envio de documentação pela Comissão Mista Parlamentar de Inquérito instaurada no ano de 2012 para investigar um grupo que atuava em Goiás.

De acordo com a Polícia Federal, a apuração levou ao indiciamento de 29 pessoas suspeitas de desvios de recursos federais destinados para diversas obras públicas. Com base no Inquérito Policial da PF, 23 pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público Federal (MPF).

"O material foi imprescindível para o início das investigações na medida em que tais informações nominaram as empresas de fachada que supostamente recebiam valores desviados da pessoa jurídica investigada no presente apuratório", aponta a Federal.

O investigados poderão responder pelo crime de lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva, peculato, entre outros.

A Polícia Federal (PF) prendeu em Goiânia, na manhã desta quinta-feira, 30, o contraventor Carlos Augusto de Almeida Ramos, conhecido como Carlinhos Cachoeira. A detenção foi feita no âmbito da Operação Saqueador, que também tem como alvos a Delta Construções, o empresário Fernando Cavendish e o lobista Adir Assad.

A PF também fez buscas no apartamento de Cavendish no Leblon, zona sul do Rio, mas o empresário ainda não havia sido encontrado até por volta das 8h30 desta quinta-feira.

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Carlinhos Cachoeira chegou a ser preso em 2012 na Operação Monte Carlo acusado liderar uma quadrilha de jogos de azar em Goiás e no Distrito Federal. A quadrilha mantinha contato e teria se beneficiado da relação com autoridades como o ex-senador Demóstenes Torres - que chegou a ser cassado devido ao seu envolvimento com o grupo.

A companhia aérea americana Delta Air Lines informou nessa quarta-feira (10) que planeja comprar 20 aeronaves da Embraer que pertencem à Boeing, em sua primeira aquisição de jatos de alcance regional. As 20 unidades do modelo Embraer E190 hoje em poder da Boeing pertenciam anteriormente a outra companhia aérea.

Os aviões de 98 lugares deverão entrar em serviço pela Delta no último trimestre de 2016 em rotas domésticas nos Estados Unidos. Os E190 vão tomar o lugar das aeronaves de 50 lugares atualmente em uso pela companhia.

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A Delta também anunciou planos para adquirir 40 novos Boeing 737-900ER, em um investimento que pode chegar a US$ 3,96 bilhões. Fonte: Dow Jones Newswires

A companhia aérea americana Delta anunciou nesta terça-feira (22) que suspendeu seus voos com destino a Israel por causa das tensões na região, e para garantir a segurança de seus passageiros e funcionários.

A companhia afirmou que um de seus Boeing 747, que partiu do aeroporto JFK de Nova York com destino a Tel Aviv (290 pessoas a bordo) foi desviado para o aeroporto Charles de Gaulle de Paris depois de receber informações sobre o fato de que estavam caindo foguetes perto do aeroparque israelense.

Por seis votos a quatro, o Conselho Superior do Ministério Público do Rio de Janeiro homologou nesta segunda-feira, 11, o arquivamento de investigação sobre duas viagens do governador Sérgio Cabral Filho (PMDB) a Paris em companhia do empresário Fernando Cavendish, dono da empreiteira Delta, em 2009. Em sessão marcada por debate intenso e até bate-boca - um conselheiro propôs a impugnação da participação do procurador-geral de Justiça, Marfan Martins Vieira, na audiência -, o órgão decidiu manter a decisão do antecessor de Marfan, Claudio Lopes, de mandar o procedimento para o arquivo, sem novas investigações.

As viagens foram reveladas por fotos e vídeos na internet, nas quais o governador e seus acompanhantes apareciam em uma festa e em restaurantes caros.

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O conselho debateu dois pontos: as viagens (há acusações, não investigadas, de que Cavendish, detentor de negócios com o Estado, teria bancado despesas do Cabral) e o fato de o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL), autor de requerimento de informações sobre elas, não ter sido notificado do arquivamento, o que, para alguns conselheiros, exigiria investigação. Também houve críticas a Claudio Lopes que, de acordo com participantes da reunião, deveria pela Lei da Ação Civil Pública, ter submetido o arquivamento ao órgão. O então procurador-geral arquivou a investigação pouco antes da posse de Marfan. Este, após empossado, o desarquivou e mandou para o órgão.

A Polícia Federal deflagrou ontem uma série de ações contra aquele que é apontado como o "operador" dos esquemas evolvendo a empreiteira Delta. Trata-se de Adir Assad, que aparece como sócio majoritário ou gestor de empresas de fachada usadas, segundo as investigações, para pagar propina e financiar campanhas com recursos de obras públicas.

Segundo apuraram os agentes federais, a Delta e seu controlador, Fernando Cavendish, transferiram R$ 300 milhões para 19 empresas de fachada entre 2007 e 2012. O dinheiro era sacado em espécie, nos bancos, por pessoas que tinham procurações das empresas fictícias.

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Na Operação Saqueador, deflagrada ontem de manhã, 100 policiais federais cumpriram 20 mandados de busca e apreensão no Rio, São Paulo e Goiás.

Amparada na quebra do sigilo bancário de cerca de 100 pessoas físicas e jurídicas, autorizada em 2012 pela CPI do Cachoeira - contraventor Carlinhos Cacheira, apontado como sócio oculto da Delta -, a Polícia Federal constatou que Assad aparece como laranja de quase uma dezena de empresas de fachada, por meio das quais fazia emissão de notas frias de serviços e locação de máquinas e equipamentos para a empreiteira.

O sistema, segundo os federais, permitia que recursos desviados de obras públicas retornassem ao caixa da empreiteira e, depois, eram usados para duas finalidades: corromper servidores para ganhar licitações e financiar campanhas eleitorais por meio de caixa 2.

Apreensões. Equipes da polícia fizeram buscas nos endereços de Assad e seus familiares, em São Paulo. Apreenderam documentos e arquivos digitais.

Outros alvos da missão foram dois contadores que controlam o fluxo de caixa e de emissão de faturas das empresas de Assad - um deles foi contratado logo depois do encerramento da CPI do Cachoeira com a missão de blindá-lo. No prédio onde Cavendish reside, na praia do Leblon, zona sul do Rio de Janeiro, foram apreendidos carros de luxo, computadores e documentos.

O superintendente da Polícia Federal no Rio, delegado Roberto Cordeiro, e o coordenador da Saqueador, Tacio Muzzi, informaram que foram recolhidos R$ 350 mil em dinheiro, em escritórios e residências - pelo menos R$ 250 mil em espécie foram encontrados em um cofre da Delta em São Paulo.

Um integrante do departamento jurídico da empreiteira disse que o dinheiro seria usado para pagamento de funcionários de fornecedores. De acordo com o delegado, os bens apreendidos "seriam objetos adquiridos com dinheiro ilícito".

Peritos ficarão instalados nos escritórios da Delta nos próximos dias para realizar análise contábil a fim de apurar a origem do dinheiro desviado para as empresas de fachada.

A Polícia Federal buscou na jurisprudência do processo do mensalão precedente para pedir à Justiça Federal no Rio autorização para a permanência dos seus técnicos na sede da empreiteira - o ministro Joaquim Barbosa, relator do mensalão, consentiu, anos atrás, que peritos passassem vários dias no Banco Rural, em Belo Horizonte.

Na Delta, os peritos buscam "furos" no controle de custos da empreiteira - planilhas que construtoras mantêm para controlar o fluxo de caixa, mesmo quando é dinheiro sujo. "Há fortes indícios de transferências milionárias de recursos públicos", disse o delegado Cordeiro. "Grande parte dos negócios da construtora envolvia obras públicas com recursos federais, estaduais e municipais", afirmou.

A Justiça deu 30 dias para os federais fazerem as investigações na Delta e nas demais empresas. "Foram constatadas transferências da Delta Construções de aproximadamente R$ 300 milhões para contas das empresas de fachada", disse o delegado Tacio Muzzi. "Posteriormente, grande parte dos recursos era sacada em espécie."

As empresas de fachada têm registro na Junta Comercial, mas a maior parte não tem sede. Outras têm endereços não compatíveis com o montante de recursos movimentado em suas contas correntes e os sócios também não ostentam capacidade econômico-financeira condizente com o volume de ativos que passava por essas contas. Em algumas empresas, não há funcionários registrados.

"Esses indícios denotam empresas de papel", disse Muzzi. "Há um grupo de 10 a 20 laranjas e pessoas por trás dos laranjas", completou o coordenador da operação. Segundo ele, há indícios de crimes de lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva e peculato - desvio de dinheiro público por servidor.

Caixa cheio

Mesmo após ser declarada inidônea, a Delta, que atuava quase exclusivamente em obras públicas, faturou, em 2012, R$ 877 milhões em contratos com a União, 12 Estados e o Distrito Federal, já que a legislação não impede a continuação de obras em andamento.

Dono da Delta, Cavendish foi condenado em maio pela Justiça Federal a 4 anos e meio de prisão por desvio de recursos públicos que seriam usados na despoluição da Lagoa da Araruama, na região dos Lagos do Rio. O empresário alega inocência e recorre da condenação. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Técnica Construções S/A, subsidiária da Delta - empreiteira declarada inidônea pela Controladoria-Geral da União (CGU) - ganhou fôlego na licitação bilionária do Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), vinculado à Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos do governo Geraldo Alckmin (PSDB). Decisão da 5.ª Vara da Fazenda Pública da Capital rejeitou liminar em mandado de segurança do grupo concorrente porque "não vislumbrou ilegalidade" em ato do DAEE que adiou para a etapa da habilitação a análise sobre a suposta incapacidade da Técnica.

Ante a medida judicial, o Tribunal de Contas do Estado apertou a vigilância sobre o polêmico certame. O conselheiro Sidney Beraldo determinou ao DAEE que dê "ciência imediata dos atos no procedimento licitatório, em especial os da fase de habilitação, de todos os licitantes que disputam o objeto da concessão".

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Na semana passada, Beraldo havia dado 48 horas para que o departamento esclarecesse a concorrência internacional de R$ 3,8 bilhões destinada à contratação de Parceria Público-Privada (PPP) para prestação de serviços no Sistema de Reservatórios de Controle de Cheias da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê. A Técnica, do Consórcio Acqua, foi classificada provisoriamente em primeiro lugar.

À Justiça, os concorrentes da Técnica alertaram sobre a extensão da inidoneidade da Delta Construções para a sua subsidiária integral Técnica Construções. Destacaram para "a aplicação desta sanção a todos os órgãos da federação, inclusive por se tratar de previsão expressa do instrumento convocatório 8.2.3, impedindo, portanto, a participação da Técnica no certame e, consequentemente, do Consórcio Acqua".

O edital disciplina as fases do processo e prevê que a condição jurídica das licitantes será apreciada na habilitação. A licitação encontra-se na fase de julgamento do envelope que contém a proposta econômica e o plano de negócios.

O DAEE alegou ao TCE que reverter as fases, como postulou o Consórcio PPP Reservatórios, examinando e julgando a condição jurídica da Técnica, "seria ferir de morte o princípio da vinculação ao edital, conduta absolutamente contrária à lei, que não poderia, em hipótese alguma, ser encampada pela Comissão Especial de Licitação". O DAEE esclareceu que o disposto no item 8.2.3 do edital "será objeto de apreciação pela Comissão Especial de Licitação no momento oportuno, qual seja, quando da análise dos documentos do envelope 3 (habilitação), desde que o Consórcio Acqua venha a ser classificado definitivamente em primeiro lugar ao final da atual fase do certame, o que ainda não ocorreu, permanecendo com status de evento futuro e incerto, dependendo da conclusão da análise de seu Plano de Negócios".

Enfatizou que o valor mensal da contraprestação pecuniária apresentado pelo Consórcio PPP Reservatórios no valor de R$ 2,44 "é significativamente superior" ao valor do Consórcio Acqua (R$ 1,74), uma diferença de R$ 1,15 bilhão. O DAEE informou que a decisão do TCE será cumprida. A Técnica anotou que "reassegura a legalidade do Consórcio Acqua e da própria empresa." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Declarada inidônea pela Controladoria Geral da União (CGU), a Delta Construções, constituiu a subsidiária integral Técnica Construções para participar de novas licitações dentro da Lei de Recuperação Judicial e com aprovação dos credores e da Justiça, afirma a direção da construtora. Segundo Dionísio Janoni, diretor executivo da empreiteira acusada de envolvimento com o bicheiro Carlos Ramos, o Carlinhos Cachoeira, a constituição da nova empresa foi aprovada pela juíza Maria da Penha Nobre Mauro, da 5ª Vara Empresarial do Rio. A criação de uma controlada "limpa" para gerar recursos para pagar a dívida da controladora, integrou o plano de recuperação aprovado pelo Judiciário, mas está sendo contestada, depois que a nova companhia passou a participar com chances de duas concorrências bilionárias em São Paulo.

"Na assembleia de credores, a empresa tem a oportunidade de apresentar como solução a subsidiária ou a UPI (Unidade Produtiva Isolada)", disse Janoni, que comanda a empreiteira pertencente ao empresário Fernando Cavendish, afastado oficialmente da gestão da construtora. " A gente apresentou a subsidiária, e os credores tinham necessidade de ter esse instrumento para que se pagassem as contas que estavam sendo jogadas dentro do plano. Foi um dispositivo para a companhia continuar e honrar os compromissos. Em dezembro, foi aprovado com 98% de apoio de todos os credores. E nesse ato já estava um desenho da subsidiária. No ato de homologação pela juíza, ela explica a visão da Justiça sobre a subsidiária e autoriza fazê-la."

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Em seu despacho, a magistrada afirma que a criação da subsidiária "se insere entre os meios de Recuperação Judicial, assim previstos no Inciso II do artigo 50 da Lei nº 11.101/2005 (...)" A nova empresa recebeu patrimônio, funcionários, atestados técnicos da Delta e tem diretoria independente, mas não distribuirá dividendos: seus lucros bancarão as dívidas da controladora. "A Técnica tem capital de R$ 40 milhões", afirmou Janoni. A juíza elogia em seu texto a proposta de criação da nova empresa.

"Essa cláusula traz uma grande virtude, porquanto não só vai gerar uma nova empresa do ramo, com know how reconhecido, limpa, enxuta, idônea, reunindo todas as condições para atuar no mercado das construções com êxito", afirma a magistrada. "Além do que, como bem disposto na cláusula 5.4.2.6. (fls. 3330), será ela uma vigorosa sucessora da Delta Construções e demais Recuperandas, respondendo solidariamente, outrossim, como empresa nova, pela dívida total incluída no Plano."

A denúncia de que a Delta teria constituído uma empresa para, de forma supostamente irregular, driblar restrições legais à sua atuação, surgiu no contexto em que a Técnica apareceu com chance de vencer dois contratos de grande valor. Um é uma Parceria Público-Privada para operação, manutenção e expansão de reservatórios no Alto Tietê, no valor de R$ 3,8 bilhões, cuja licitação a nova empresa disputa como parte do Consórcio Acqua, que, na proposta de preço, ficou em primeiro lugar. Outro é a duplicação de dois trechos da Rodovia SP-234, na qual, na abertura de preços, a Técnica apresentou o valor mais baixo, pouco mais de R$ 54 milhões. Nos dois casos, as licitações ainda estão em andamento.

O Tribunal de Contas do Estado (TCE) de São Paulo estipulou na quinta-feira, 11, prazo de 48 horas para que o Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), vinculado à Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos do governo Geraldo Alckmin (PSDB), esclareça o favoritismo da Técnica Construções, subsidiária da Delta, em uma concorrência internacional de R$ 3,8 bilhões.

O conselheiro Sidney Beraldo, relator do processo no TCE, diz que outras empresas interessadas na licitação alegaram que a Técnica, constituída em 1º de fevereiro, seria subsidiária integral e teria como única acionista a Delta. O consórcio da Técnica foi classificado provisoriamente em primeiro lugar após a abertura e análise do envelope com proposta econômica, destaca o TCE.

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O edital do DAEE prevê que subsidiária de empresa rotulada inidônea não pode ser declarada vencedora. O TCE já havia sido provocado por concorrentes da Técnica, mas na ocasião observou que o certame ainda não estava na fase adequada para análise da situação jurídica das participantes e ponderou que não havia incorreção no fato de o DAEE dar andamento ao processo. Naquele momento, o TCE entendeu que não poderia paralisar a licitação porque a apreciação da documentação das empresas só deveria ser feita na última fase.

A declaração de inidoneidade da Delta, de junho de 2012, foi emitida pela Controladoria-Geral da União (CGU). A concorrência do DAEE tornou-se alvo do TCE a partir de representação de cinco empresas - Companhia das Águas do Brasil - CAB Ambiental, Encalso Construções Ltda., Tiisa - Triunfo Iesa Infraestrutura S.A., DP Barros Pavimentação e Construção Ltda. e Hidrostudio Engenharia Ltda., que formam o Consórcio PPP Reservatórios.

As empresas argumentam que a Delta está em processo de recuperação judicial e impedida de licitar ou contratar com a administração pública em decorrência de ter sido declarada inidônea pelo governo federal e pelo governo do Estado do Rio. Na semana passada, o governador Geraldo Alckmin declarou que a Corregedoria-Geral da Administração e a Procuradoria-Geral do Estado já estavam apurando a participação da Técnica em concorrências no governo paulista. Alckmin advertiu que "nenhum contrato será assinado sem o parecer da PGE e o aval da corregedoria". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A nova empresa do grupo Delta, a Técnica Construções, não poderá participar de licitações públicas do governo federal. No entendimento da Controladoria-Geral da União (CGU), que considerou a Delta inidônea no ano passado, a punição se estende também a essa nova construtora, sua subsidiária.

De acordo com a CGU, neste momento o órgão não vai tomar nenhuma medida legal contra a Técnica porque não há "notícia de que a referida empresa tenha procurado participar de licitações ou contratos com órgãos federais". Caso ela se inscreva em algum processo licitatório de obras da União, será considerada impedida.

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A Delta, no entanto, continua à frente de antigos contratos, pois a legislação não barra o que já estava em andamento. No ano passado, mesmo após ser considerada inidônea, a empresa faturou R$ 877 milhões em contratos com a União, 12 Estados e o Distrito Federal.

Sem citar esse caso específico, o ministro da CGU, Jorge Hage, manifestou recentemente que considera ilegal a subsidiária de uma empresa declarada inidônea participar de concorrências pública.

Como o jornal O Estado de S. Paulo revelou na semana passada, a Técnica, criada em fevereiro deste ano para atender ao plano de recuperação judicial imposto à Delta, já participa de dois processos licitatórios em São Paulo: um conjunto de obras na bacia do Rio Tietê, orçado em R$ 2 bilhões, e a duplicação de dois trechos da rodovia SP-304, em Piracicaba, avaliada em R$ 54,6 milhões.

Histórico

A Delta está proibida de disputar contratos ligados à União desde junho de 2012, quando foi considerada inidônea pelo governo federal. A punição foi imposta depois de a empresa ser acusada de integrar o esquema do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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