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Uma criança e três adultos foram resgatados pelo Corpo de Bombeiros, nas primeiras horas desta terça-feira (7), após um deslizamento no Alto de Santa Terezinha, na Zona Norte do Recife. Segundo a corporação, as quatro vítimas foram resgatadas com vida. 

Os bombeiros foram acionados por volta das 4h20 e enviaram cinco viaturas ao chamado na Rua Vencedora. Dois adultos foram localizados primeiro e a criança só foi encontrada por volta das 6h. Ela foi atendida pelo Serviço Móvel de Atendimento (Samu).

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O trabalho continuou até o resgate de mais um adulto, por volta das 6h50. A ocorrência ainda contou com participação de uma equipe da Neoenergia.

 

 

A todo tempo procurando corpos, entregando marmitas, carregando cestas básicas e dando atenção e suporte a toda a comunidade que o conhece, Aslan Farias da Costa, de 31 anos, mais conhecido como Ban, e que está desempregado, é morador da Vila dos Milagres, no Ibura, Zona Sul do Recife, desde quando nasceu, e foi um dos principais responsáveis por conseguir salvar as poucas vidas (duas) sobreviventes da tragédia anunciada das barreiras de Vila dos Milagres

À reportagem, Ban contou ter acordado no sábado (28) de manhã com o estrondo da primeira das três barreiras que desabaram devido às fortes chuvas no Recife e a ausência do Estado, que deixou 128 pessoas mortas. "Abri a porta para ver se tinha sido a casa da minha vizinha do lado esquerdo, e com menos de um minuto eu escutei meu amigo gritando pela mãe. Já corri, não pensei duas vezes em ajudar e orientei ele a não pisar nos fios para não levar choque. Fiquei gritando junto com ele e a população chegou junto. Conseguimos retirar a mãe e o padrasto dele, mas já estavam em óbito". Por pouco a sua casa não foi atingida e além dele, a esposa e a filha de 3 anos estão salvas.  

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Invadido pelo sentimento de solidariedade, impulsividade e empatia, ele ressaltou que não tem como explicar o que viveu. "Não tenho como explicar. De imediato, a minha reação e atitude foi pensar em mim mesmo, porque se fosse na minha casa, os meus amigos poderiam fazer a mesma coisa. A turma aqui ia fazer do mesmo jeito que eu tô fazendo e todos estão fazendo pelos soterrados". 

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"No primeiro desabamento foram dois corpos, que foi o casal de idoso. No segundo, a gente retirou logo cedo e com vida a minha amiga Joice, com o braço e um pouco da cabeça para o lado de fora. Quando a gente retirou ela, que botou para fora o barro que estava na garganta, ela falou: 'meu esposo tá ali, tira ele'. A gente tentou, tentou, tentou, mas quando retiramos, ele já estava em óbito. A pancada na cabeça foi muito grande. Em seguida, achamos outro rapaz que também tá vivo", detalhou. 

De acordo com Ban, a barreira e a chuva foram tão devastadoras que não daria tempo do socorro chegar para ajudar. "A barreira veio com muita força e muita chuva. Mesmo se os bombeiros tivessem chegado de imediato não tinha como. É impossível ter pego mais gente com vida lá porque é muito barro, muito escombro. A barreira é grande demais. Se tivessem chegado com 10, 15 minutos, iam encontrar os corpos em óbito mesmo. Os corpos estavam todos machucados, cortados".

"Cena de filme", descreveu ele ao falar do ocorrido. "O sentimento é de tristeza, não tem outro para dizer. É muito difícil, tanto que eu travei total quando fui para o segundo desabamento. Depois, voltei a si e comecei a ajudar de novo. Depois chegou a retroescavadeira e começamos a trabalhar junto com ela em orientação dos bombeiros", disse. 

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Todo mundo se conhecia na comunidade, também conhecida como Buracão, pois é o que parece ser vista de cima. "Aqui é muito pequeno, a gente conhece todo mundo e o dia a dia de todo mundo. Tô tirando forças de Deus mesmo, ele que tá me dando força para poder prosseguir. É uma coisa inexplicável, não desejo isso a ninguém. Não tô conseguindo dormir porque qualquer barulho eu já penso que tá caindo casa. Só vou parar quando Deus me disser, 'relaxa, meu filho, descanse". Eu sinto como se fosse comigo o que as famílias estão passando, que a minha vai passar igual", expressou ele, que perdeu vários amigos e conhecidos no mês do próprio aniversário.  

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"A gente mora em barreira porque é o que a gente pode fazer", ressaltou, ao afirmar, em recado aos governantes, que as lonas plásticas "não servem de nada". "Esqueça esse negócio de lona, esqueça. Lona não ajuda, não. Lona só faz adiar a morte da pessoa que mora em barreira, só isso. É inexplicável, todas as barreiras tinham lona e mesmo assim caiu. Ela nunca foi eficaz para segurar a força da natureza. Tenho fé que os governantes vão olhar mais para cá, vão. Espero que eles olhem mesmo, pelo o que houve esse fim de semana no Ibura e nos outros cantos. É um apelo que eu faço para que olhem mais para a sociedade pobre. A gente precisa de ajuda, muita ajuda. Tem muita gente que mora em lugares piores", pediu. 

"Pernambuco tá de luto em peso. É um trauma geral. E isso tá marcado. Quando a gente viu os vídeos, a barreira caindo é a mesma situação de Brumadinho", lamentou. 

O Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco segue trabalhando nas buscas por 11 vítimas desaparecidas, após as chuvas torrenciais no Grande Recife, na última semana. A informação foi divulgada no último balanço do Centro Integrado de Comando e Controle Regional (CICCR), vinculado à Secretaria de Defesa Social (SDS-PE), na manhã desta quarta-feira (1º). Este é o quinto dia de buscas e 106 mortes já foram confirmadas. 

Além das nove pessoas desaparecidas, mas já identificadas, conforme divulgado até o começo desta quarta-feira (1º), há também dois relatos “imprecisos e em investigação”, de acordo com o Corpo de Bombeiros. Assim, o número de pessoas a resgatar subiu para 11.  

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Sobre as novas informações de possíveis desaparecidos, a Defesa Civil informou que foi comunicada do desaparecimento de um senhor de 70 anos em um sítio, na zona rural de Limoeiro, após um deslizamento de terra. As buscas foram iniciadas de imediato. Além desses locais, há atuação ainda em Jaboatão Centro e Paratibe (Paulista), onde duas pessoas teriam sido levadas pelas enxurradas. 

Do quadro geral dos nove desaparecidos, três estariam na Vila dos Milagres (Barro) e o restante, no Curado IV (2), Areeiro (1), Paulista (1), Jaboatão Centro (1) e Limoeiro (1). 

No Instituto de Medicina Legal do Recife (IML), as 106 vítimas resgatadas foram periciadas pela força tarefa montada para agilizar os procedimentos tanatoscópicos, orientar, acolher e apoiar as famílias. 

“Na manhã de hoje, sete vítimas estão aguardando liberação nas próximas horas. São questões, na maior parte, relativas a documentos que estão sendo trazidos pelos parentes e sendo agilizados, de modo a amenizar um pouco o sofrimento dessas famílias marcadas pela tragédia. Em alguns casos, estamos fazendo coletas de material para exames de DNA, visando uma identificação mais precisa e a ligação familiar entre as pessoas”, informou o secretário de Defesa Social, Humberto Freire. 

Nesta quarta-feira (1º), estão atuando 403 profissionais do Corpo de Bombeiros de Pernambuco e de outros Estados, Forças Armadas, operativas da SDS, Defesa Civil e órgãos municipais, na Vila dos Milagres, Areeiro, Curado IV e em Limoeiro.  

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O Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco encontrou, na manhã desta quinta-feira (26), os corpos do casal que desapareceu após um deslizamento de barreira no Córrego do Abacaxi, comunidade no bairro da Caixa D’água, em Olinda. O armador de construção civil Sérgio Pimentel do Santos, de 54 anos, e a esposa, a dona de casa Rosemary Oliveira da Silva, de 47 anos, estavam soterrados desde a madrugada de quarta-feira (25), quando houve a movimentação de terra, de acordo com familiares.

Sérgio e Rosemary moravam no Córrego há cerca de 20 anos. Para as buscas do casal, a corporação mobilizou quatro viaturas, sendo uma de comando operacional, uma de resgate e duas de busca e salvamento, com o auxílio de cães, desde às 1h54 da quarta-feira (25). Informações sobre o sepultamento ainda não foram divulgadas.

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Segundo a Defesa Civil de Olinda, as chuvas intensas deixaram 150 desabrigados no município. A Prefeitura de Olinda montou um ponto de apoio à população na Escola Municipal Professora Norma Coelho (CAIC), em Peixinhos.

Também há pontos de arrecadação de alimentos não perecíveis, materiais de limpeza, lençóis e cobertores em quatro pontos, das 8h às 17h. Os locais são a Vila Olímpica, o Estádio Grito da República, a Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, e a Biblioteca Municipal.

O Corpo de Bombeiros mantém a busca por um casal que desapareceu após o deslizamento de uma barreira na Rua Mirueira, Córrego do Abacaxi, em Olinda, Região Metropolitana do Recife (RMR). A corporação foi acionada na madrugada da quarta-feira (25) durante as fortes chuvas que atingiram a região.

O chamado ocorreu por volta de 1h54 e desde então os militares trabalham no local para tentar localizar o casal. Por conta das chuvas, que dificultam os trabalhos, as buscas foram interrompidas algumas vezes.

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Motociclista

Os bombeiros iniciam hoje as buscas por um homem que desapareceu nessa quarta quando passava de motocicleta pela Avenida Presidente Kennedy, em Olinda. O veículo dele foi localizado próximo ao Hotel Sensação, no bairro de Peixinhos.

Familiares do homem realizaram um protesto na noite de ontem para pedir que o Corpo de Bombeiros iniciasse as buscas.

Dezenas de pessoas estão desaparecidas ou presas entre os escombros de um edifício que desabou na sexta-feira na cidade de Changsha, no centro da China, onde prosseguem as operações de resgate, informou a imprensa estatal.

Vinte e três pessoas estão presas e 39 não foram localizadas após o desabamento, que aconteceu na tarde de sexta-feira, do prédio de seis andares, informou o canal CCTV.

"Estamos avaliando a situação dos desaparecidos", disse o prefeito Zheng Jianxin.

O complexo imobiliário abrigava um cinema, um hotel e apartamentos. Até o momento não foi anunciada nenhuma vítima fatal e as autoridades afirmaram que cinco pessoas foram resgatadas dos escombros durante a noite.

Um alto funcionário do Partido Comunista foi enviado ao local para coordenar as operações de resgate, afirma um comunicado oficial divulgado neste sábado, o que pode ser um indício da gravidade do desastre.

Imagens publicadas pela imprensa chinesa mostram o teto desabado, móveis e aparelhos de ar condicionado entre os escombros e as equipes de resgate tentando se comunicar com as pessoas presas.

Tragédias deste tipo são frequentes na China, devido às violações das normas de segurança.

Em janeiro, uma explosão provocada por um suposto vazamento de gás provocou o desabamento de um edifício na cidade de Chongqing, a 1.700 km de Xangai, um acidente que deixou mais de 10 mortos.

Uma explosão em uma linha de gás em uma área residencial em junho de 2021 matou 25 pessoas na província central de Hubei.

Por conta das fortes chuvas que caíram nas últimas 48h na cidade de Angra dos Reis, Rio de Janeiro, pelo menos quatro residências foram atingidas por deslizamentos de terra e cerca de 11 pessoas estão desaparecidas. 

Segundo a Defesa Civil da cidade, Angra dos Reis atingiu o volume equivalente a 655 mm no continente, e 592 mm na Ilha Grande, índices jamais registrados anteriormente no município. Cinco pessoas foram resgatadas pela equipe. 

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Todas as sirenes do sistema de alerta (28), distribuídas em 20 blocos que abrangem as áreas de risco, soaram durante a madrugada para alertar moradores sobre a possibilidade de deslizamentos e alagamentos.

A Prefeitura está disponibilizando abrigos para as pessoas que precisam deixar suas casas. No momento, 13 pessoas encontram-se em abrigos localizados em unidades da rede municipal recebendo apoio da secretaria de Educação e da Assistência Social.

A Defesa Civil pede que as pessoas permaneçam em casa e só saiam em caso de orientação pelas sirenes, SMS ou pessoalmente pelos técnicos que estão nas ruas.

Equipes da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros retomaram, no início da manhã desta terça-feira (22), as buscas a quatro pessoas desaparecidas, na Rua Washington Luiz, no centro de Petrópolis, região serrana do estado do Rio. Uma casa desabou no local após um deslizamento de terra provocado pelo temporal de domingo (20).

Além disso, os bombeiros continuam as buscas aos desaparecidos do temporal do dia 15 de fevereiro ,que resultou em 233 mortes. De acordo com os militares, há suspeita de uma pessoa ter desaparecido no Morro da Oficina e três ao longo do Rio Quitandinha.

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Integrantes da Secretaria de Estado de Defesa Civil do Rio (Sedec-RJ) e do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ) permanecem mobilizados para prevenir e reduzir os danos causados pelas chuvas. Até esta manhã, havia o registro de cinco mortos na tragédia de domingo, duas pessoas no Morro da Oficina, duas na Rua Washington Luiz e uma no centro da cidade. Na noite de ontem, a Defesa Civil tinha o registro de 365 ocorrências. Entre elas, 250 por escorregamentos que atingiram casas ou vias em 19 localidades. Nos atendimentos feitos pelos bombeiros, 34 pessoas foram resgatadas com vida.

Segundo a secretaria, cerca de 140 militares atuam em Petrópolis e contam com apoio das unidades especializadas, incluindo as equipes do Grupamento de Busca e Salvamento, Socorro Florestal e Meio Ambiente, com suporte de cães farejadores da corporação.

O volume de chuva na cidade imperial atingiu 534.4 milímetros, o maior registrado na história do município para o intervalo de 24 horas. As localidades com os maiores índices pluviométricos, no domingo, foram São Sebastião, com 403.6 mm de chuva; no Dr. Thouzet, com 350.2 mm; e na Vila Felipe, com 329 mm em 12 horas, todas no 1° Distrito do município.

A indicação de alto risco para deslizamentos permanece no 1º Distrito, porque ainda há previsão de chuva moderada para esta terça-feira (22). A Secretaria Municipal de Defesa Civil emitiu mais dois alertas por SMS, que foram enviados também por canais de televisão por assinatura e aplicativos de grupos de comunicação.

Entre as regiões mais impactadas com os deslizamentos estão Alto da Serra, Bingen, Castelânea, Centro, Chácara Flora, Duarte da Silveira, Estrada da Saudade, Independência, Morin, Mosela, Quissamã, Quitandinha, Saldanha Marinho, São Sebastião, Siméria, Valparaíso e Vila Militar. As equipes técnicas da Defesa Civil continuam com as vistorias nas áreas atingidas pela chuva de fevereiro.

Nos pontos de apoio, a Secretaria de Assistência Social faz o atendimento a 839 pessoas que se deslocaram para esses locais após o temporal de domingo. Além delas, são acompanhadas 289 pessoas que tiveram que deixar as suas casas na chuva de fevereiro. O abrigo está sendo feito em 23 pontos instalados em escolas públicas ou em estruturas voluntárias organizadas pelas comunidades.

Prefeito

O prefeito Rubens Bomtempo lembrou que a cidade foi atingida por três grandes temporais neste ano. O primeiro em 7 de janeiro, o segundo em 15 de fevereiro e no domingo passado. “Petrópolis foi vítima de três grandes chuvas em menos de 90 dias. Está cada vez mais claro que existe uma mudança climática no planeta. Em Petrópolis, nós percebemos isso com o novo padrão de chuvas que assolam a nossa cidade”, observou.

Segundo o prefeito, com a chuva de fevereiro o município chegou a ter mais de 1.200 pessoas desabrigadas e 430 famílias já deixaram os pontos de apoio e estão morando em casas seguras com o pagamento do Aluguel Social.

Bomtempo disse ainda, que após a tragédia de fevereiro, o governo federal liberou aproximadamente R$ 8 milhões. Desse total, o município vai devolver R$ 1,6 milhão, porque os recursos seriam destinados a ações humanitárias e a cidade recebeu muita doação nesse sentido. Conforme o prefeito, seria uma duplicidade de compra de colchonetes, cestas básicas, kits de higiene pessoal, kits de limpeza. "Nós já recebemos muito. Então, nós queremos devolver esses R$ 1,6 milhão ao governo federal para serem utilizados em outra cidade do Brasil”, afirmou, revelando ainda que o restante do dinheiro está sendo aplicado em consertos de pontes, limpeza urbana e em reparos nas margens dos rios.

Petrópolis recebeu ainda R$ 30 milhões da Assembleia Legislativa do Estado do Rio (Alerj), usados na limpeza da cidade, na contratação da frente emergencial com mais de 1,2 mil homens e mulheres, e de assistentes sociais e psicólogos. “Também iniciamos uma compra de kit moradia com geladeira e fogão para todas essas pessoas que ganharam o aluguel social”, disse. Ainda com o dinheiro a prefeitura comprou um imóvel de R$ 3,5 milhões com 32 moradias para abrigar as famílias que perderam suas casas.

Para o prefeito, há a responsabilidade dos governos federal, estadual e municipal na questão do monitoramento das áreas de risco feito pelo Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil.

As buscas por cinco desaparecidos após a forte chuva do dia 15 de fevereiro prosseguem em Petrópolis, na região serrana do estado do Rio de Janeiro. Até o momento, a equipe Técnica e Científica da Polícia Civil registrou 231 óbitos, sendo 137 mulheres, 94 homens e 44 menores. De acordo com a prefeitura, há 1.117 pessoas em abrigos.

O Corpo de Bombeiros finalizou no domingo (27) as buscas no Morro da Oficina, um dos mais afetados pelo temporal.

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As operações agora estão concentradas na região da Chácara Flora, onde ainda há duas pessoas desaparecidas, e nos rios e afluentes que passam pela cidade e seguem até a cidade de Três Rios, onde três vítimas são procuradas.

Mergulhadores e cães

A varredura nos rios conta com mergulhadores e equipes terrestres munidas de cães de busca e salvamento e apoio de maquinários. Mais de 130 militares atuam na operação.

A operação de resgate chegou a registrar mais de 100 pontos de buscas e envolveu mais de 640 bombeiros e 140 de outros estados, além de mais de 50 cães farejadores. Vinte e quatro pessoas foram resgatadas com vida.

As chuvas e os deslizamentos registrados em Petrópolis em 15 de fevereiro resultaram em ao menos 231 mortes, de acordo com a Defesa Civil Nacional. As buscas por cinco desaparecidos seguem em andamento, embora os trabalhos tenham sido encerrados no Morro da Oficina. A situação supera a então mais trágica da história do município da serra fluminense, de 1988, quando foram registrados 171 mortos, segundo dados da Defesa Civil da cidade.

Entre os mortos da tragédia mais recente, mais de 40 eram menores de idade. Segundo o balanço mais recente, das 20 horas de segunda-feira (28) 876 pessoas estão desabrigadas ou desalojadas.

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Pelo menos 24 pessoas foram resgatadas com vida, além de cerca de 300 animais domésticos.

Neste século, a maior tragédia havia ocorrido em 2011, com 71 mortos em Petrópolis e mais de 900 na serra fluminense (a maioria em Nova Friburgo, 428 mortos, e Teresópolis, 387), segundo o Atlas Brasileiro de Desastres Naturais.

De acordo com dados compilados pela Defesa Civil de Petrópolis, de 1966 a 2017, foram registradas vítimas em 1966 (80 mortos), 1977 (11), 1979 (87), 1988 (171), 1997 (6), 2001 (51), 2003 (17), 2007 (3), 2008 (9), 2009 (6), 2010 (1), 2011 (73), 2013 (34), 2016 (2) e 2017 (1).

Segundo o "Plano de contingência do município de Petrópolis para chuvas intensas - Verão 2021/2022", elaborado pela Defesa Civil municipal, há relatos de inundações na cidade desde 1850, porém os casos se tornaram mais graves no século seguinte, especialmente com o avanço da urbanização para áreas de encostas.

"As características geológicas, o processo de urbanização e a ocupação do solo, além das alterações físicas e naturais nas regiões dos cinco distritos, reforçam a condição suscetível a movimentos de massa, principalmente quando há o incremento dos índices pluviométricos", aponta o plano. "Petrópolis, nas últimas décadas, vem sofrendo uma intensa expansão urbana, sem um planejamento adequado do uso do solo. A ocupação desordenada nas áreas de encosta da cidade, com construções de edificações sem acompanhamento técnico especializado, associada à falta de percepção de risco da população e à condição social existente, é uma realidade que potencializa o grau de risco em relação aos eventos de movimentos gravitacionais de massa, enchentes e inundações."

O relevo também é um fator relacionado às fortes chuvas na cidade. "O relevo de Petrópolis atua como fator importante no aumento da turbulência do ar, principalmente na passagem de frentes frias e linhas de instabilidade onde o ar se eleva e perde temperatura, ocasionando fortes e prolongadas chuvas. A posição geográfica de proximidade com o trópico permite uma forte radiação solar, e a proximidade com a superfície oceânica, aumentando o processo de evaporação, que favorece a formação de nuvens que irão se precipitar sobre a região", destaca o plano,

A cidade fica em uma serra, a cerca de 840 metros de altitude média. A população total estimada é de 307,1 mil habitantes, segundo o IBGE.

Quase 20% do território de Petrópolis abrange áreas avaliadas como de risco alto e muito alto para deslizamentos, enchentes e inundações, segundo o Plano Municipal de Redução de Riscos, divulgado em 2017 pela prefeitura. De acordo com o estudo, a cidade tem 27.704 moradias em locais de alto e muito alto risco.

Após o temporal que atingiu Petrópolis, na semana passada, o número de mortos decorrente das enchentes e deslizamentos de terra chegou a 208. O dado foi confirmado na manhã desta quinta-feira (24) pela Polícia Civil.

As buscas continuam nas áreas onde há suspeita de desaparecidos, como Morro da Oficina, Vila Felipe, Sargento Boening e Vila Itália.

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De acordo com a Secretaria de Assistência Social, 905 pessoas continuam acolhidas em 14 pontos de apoio organizados pela prefeitura, além de abrigos alternativos estabelecidos pelas comunidades.

Os trabalhos da prefeitura contam com o apoio da Defesa Civil do Estado, do Exército e da Marinha nas ações de resgate, controle de trânsito, reforço na segurança e logística de donativos.

A Defesa Civil registrou 2.199 ocorrências na cidade da região serrana do Rio de Janeiro, desde o dia 15, sendo 1.764 por deslizamentos. Os demais atendimentos são para questões como avaliações estruturais e geológicas de residências e regiões, infiltração, quedas de árvores e postes, vistorias preventivas, alagamentos e inundações.

Identificação

Dos 208 mortos, 124 são mulheres, 84 homens. Do total, 40 são menores de idade. Até o momento, 191 foram identificados e 181 já foram foram liberados para os procedimentos funerários. Os demais aguardam o comparecimento dos familiares no Instituto Médico Legal (IML) para a liberação.

O Corpo de Bombeiros também encontrou despojos durante as buscas, que passam por análise de DNA pelos peritos.

O número de mortos na cidade de Petrópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro, subiu para 204, segundo informações do Corpo de Bombeiros.

A corporação confirmou que 204 pessoas foram mortas em função das fortes chuvas que atingiram o município fluminense na semana passada. Além disso, pelo menos 51 indivíduos estão desaparecidos.

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Assim como em outros dias, as operações de busca das equipes de resgate foram afetadas na quarta-feira (23) em função da chuva.

Na terça (22), por exemplo, as ruas da Cidade Imperial ficaram novamente alagadas e as ações dos bombeiros foram interrompidas.

As autoridades confirmaram que pouco mais de 810 pessoas estão recebendo atendimentos da Assistência Social, tanto que 13 escolas foram abertas pelo município para acolher a população local que mora nas áreas de risco.

Com mais de 200 mortos, essa foi a maior tragédia da história de Petrópolis, tendo superado as chuvas de 1998, quando mais de 130 pessoas faleceram por conta dos deslizamentos e enchentes.

Da Ansa

O prefeito de Petrópolis, Rubens Bomtempo, informou que o trabalho de limpeza da cidade começará a ser feito sem interrupções a partir desta segunda-feira (21). A meta é tornar o serviço mais rápido. Explicou que a região do centro histórico da cidade já está mais limpa e o município começa a funcionar com a abertura de algumas lojas. Ele usou o seu perfil no Instagram para comunicar, por meio de um vídeo, a decisão, resultado de uma reunião para alinhar as ações na cidade.

“Nós tomamos a decisão de também fazer limpeza agora diuturnamente. A gente vai trabalhar 24 horas. A partir de agora, [também] à noite para acelerar a limpeza. A gente trabalhará com máquinas e caminhões. Tenho certeza que, juntos, o governo do estado e a prefeitura municipal, a gente vai conseguir dar uma resposta mais rápida”, afirmou.

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“Nesta segunda-feira, as lojas do Centro Histórico de Petrópolis, [área] que já está bem mais limpa, também começaram a abrir. Um recomeço para os empresários afetados pelas chuvas”, afirmou.

A prefeitura pediu à população que evite circular com veículos na parte central da chamada Cidade Imperial para não interferir na movimentação dos equipamentos usados na limpeza. 

Comlurb

A Companhia de Limpeza Urbana do Rio (Comlurb) enviou para Petrópolis uma força-tarefa com 250 garis que vão ajudar na limpeza das ruas mais atingidas, fazer remoção de árvores que estejam obstruindo as vias e recolher galhadas.

O presidente da empresa, Flávio Lopes, e os diretores de Limpeza Urbana, Guilherme Gomes, e de Serviços Urbanos, Renato Rodrigues, foram à cidade, no sábado, avaliar as condições e fazer os ajustes operacionais no planejamento do trabalho das equipes. Além dos garis, a Comlurb levou a Petrópolis mais 20 pessoas de apoio e diversos equipamentos e veículos. Se for necessário, as equipes continuarão na cidade durante a semana.

Apoio do Rio e Niterói

Além da Comlurb, a prefeitura do Rio apoia as ações de recuperação de Petrópolis com várias secretarias e órgãos. A Defesa Civil e a Guarda Municipal também enviaram servidores para a cidade. A Secretaria de Saúde forneceu máscaras e medicamentos para ajudar no atendimento às vítimas. 

A prefeitura de Niterói também participa do mutirão de limpeza das ruas do Centro Histórico de Petrópolis, uma das regiões mais atingidas pelo temporal de terça-feira (15). “Cerca de 200 trabalhadores da Companhia de Limpeza de Niterói (Clin) e da Secretaria Municipal de Conservação e Serviços Públicos (Seconser) atuaram na Rua do Imperador e vias próximas com caminhões-pipa com jato d'água, maquinário, equipamentos e ferramentas para limpar e desobstruir as ruas”, anunciou a prefeitura.

O prefeito de Niterói, Axel Grael, foi a Petrópolis e se reuniu com o prefeito Rubens Bomtempo.“Além de auxiliar na limpeza das ruas, Niterói está ajudando Petrópolis com equipes da Assistência Social, Defesa Civil e Proteção Animal dando suporte ao trabalho de buscas e também no apoio emocional às famílias afetadas por essa tragédia. Estamos trabalhando de forma articulada com o prefeito Rubens Bomtempo desde o primeiro dia, e oferecemos ajuda também com projetos de recuperação da cidade”, disse Grael.

A Polícia Civil do Rio de Janeiro identificou 143 vítimas vítimas do temporal que caiu na terça-feira (15) em Petrópolis, na Região Serrana do estado. Os dados foram divulgados por volta das 7h40 desta segunda-feira (21). As pessoas identificadas estão entre os 171 corpos que chegaram ao Instituto Médico Legal (IML). São 103 mulheres, 68 homens, e entre eles, 29 menores de idade. Há ainda cinco despojos e 126 desaparecidos. Segundo a Secretaria de Estado de Polícia Civil, 134 vítimas tiveram os corpos liberados e encaminhados para a funerária, outras aguardam a chegada das famílias.

O apoio às pessoas de áreas atingidas continua sendo feito nos pontos. Os moradores que tiveram que deixar as suas casas são atendidos em 12 escolas que funcionam como ponto de apoio. “No momento, 847 pessoas recebem atendimento da Assistência Social, com o suporte para suprir as necessidades essenciais da população”, informou a Defesa Civil de Petrópolis.

DNA

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A Força-Tarefa da Polícia Civil que atua em Petrópolis fez uma parceria com o Tribunal de Justiça, Defensoria Pública, Comarca de Petrópolis e a sociedade civil para iniciar nesta segunda-feira o mutirão de coleta de DNA de familiares de desaparecidos e atingidos pela chuva.

A partir de hoje, serão chamadas por dia 20 famílias que já registraram ocorrência de desaparecimento na Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA), nas diversas áreas da cidade. A coleta de DNA será feita no Clube Petropolitano, na Avenida Roberto Silveira, n° 82, no Centro, das 9h às 12h e das 13h às 17h. A Polícia Civil destacou que o atendimento é restrito às pessoas convocadas para o dia agendado e que o local é estratégico para dar mais conforto às famílias das vítimas.

O agendamento, que pode ser feito por qualquer morador, já está sendo realizado na unidade da DDPA instalada na Sala Lilás, no Posto Regional de Polícia Técnico-Científica (PRPTC) de Petrópolis, e também no núcleo da DDPA instalada dentro do Clube Petropolitano. “Após a confecção do registro, a DDPA entrará em contato com a família cadastrada”, afirmou.

Atendimento

Uma equipe do Programa de Localização e Identificação de Desaparecidos do Ministério Público do Rio de Janeiro (PLID/MPRJ) presta atendimento em um ônibus instalado no posto da PRPTC.

"Nossa intenção é prestar o máximo de informações possíveis aos familiares de pessoas que ainda estão desaparecidas. Vamos informar também o protocolo adotado pelo IML para reconhecimento desses corpos", disse a coordenadora, procuradora de Justiça, Patrícia Carvão.

A Polícia Civil disponibiliza um ônibus com ponto de partida em um mercado localizado na rua Teresa, no centro da cidade, saindo às 8h30 e às 12h30. “Cada família que coletar DNA receberá uma cesta básica, por meio de uma parceria com a Secretaria de Estado de Esporte e Lazer”, completou, acrescentando que o serviço é para facilitar a locomoção até o Clube Petropolitano.

As famílias que ainda não registraram ocorrência devem procurar a DDPA, na Sala Lilás do PRPTC, ou no Clube Petropolitano.

O MPRJ informou que, conforme a coordenação do IML local, serão adotados métodos de reconhecimento técnico utilizados pela Interpol, baseados na avaliação médico-legal do corpo e coleta de informações das vítimas, como cor dos olhos, altura, cor da pele e presença de tatuagens. O corpo passa ainda por uma análise de digitais, considerada pelo protocolo a fase mais importante, com grande porcentagem de sucesso na identificação.

Genética forense

A última etapa é a avaliação odontológica e a genética forense do corpo, que permitem constatar semelhanças de DNA com o familiar, caso as outras etapas não tenham obtido êxito. "Todas essas informações são baseadas em um banco nacional de pessoas não identificadas, alimentado pela Polícia Civil”, concluiu o Ministério Público.

Desde a quarta-feira (16) passada, o PLID/MPRJ está mobilizado em sua central de atendimento para receber informações sobre pessoas desaparecidas. “Até a tarde de sábado (19), o programa havia recebido 1.050 e-mails com dados sobre desaparecidos na tragédia, além de solicitações de informações sobre a localização de pessoas. Neste mesmo período, manteve canal aberto de comunicação com a sociedade, através do telefone (21) 2262-1049”, informou em nota.

Desde quarta-feira (16) passada, os irmãos Priscila, Saimon e Danter passam o dia cavando a terra na Servidão de Frei Leão, na região do Morro da Oficina, em Petrópolis. Eles buscam pelo pai, Ely José Soares de Menezes, de 62 anos. A única pausa no trabalho duro e sofrido aconteceu sábado (19), quando foram enterrar a mãe, Solange. O casal estava em casa quando foi soterrado pelo deslizamento provocado pelas fortes chuvas de terça-feira (15) passada.

A alguns quilômetros dali, cerca de 40 voluntários e parentes de Gabriel Vilareal da Rocha se dividem para explorar dezenas de quilômetros do Rio Piabanha em busca do jovem de 17 anos, que estava num dos ônibus arrastado pela enxurrada. Mais de 150 pessoas morreram na tragédia.

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A procura por familiares sumidos é um drama que acompanha muita gente em Petrópolis. Alguns, como Priscila e os irmãos, não têm mais esperança de encontrá-los com vida. Outros, como Alex de Melo Rocha, tio de Gabriel, mantêm a crença de que ao final terão boas notícias.

No caso de Priscila Neves Ouriques, a busca cansativa dela e dos irmãos é para colocar um ponto final na tragédia que se abateu sobre a família. "A gente está nessa busca incansável. Quando achamos minha mãe já foi um alívio. A gente tem que achar meu pai também, não queremos deixar ele aí jogado", disse ela, no fim da manhã deste domingo. "A gente não quer ter essa sensação de que não lutamos até o final."

Priscila não acredita que encontrará o pai com vida. Ainda assim, ela e os irmãos têm conseguido atuar no trabalho de busca por corpos do início ao fim do dia. "É muita oração, a gente pede muito a Deus pra nos dar forças", contou Priscila. "Estamos deixando nossos sentimentos de lado e focando só na busca. Só depois que a gente achar que vamos ter aquele momento pra desabar."

Alex, por sua vez, conseguiu mobilizar voluntários para ajudar nas buscas pelo sobrinho. O pai de Gabriel, Leandro da Rocha, já estava desde quarta-feira percorrendo a margem do Piabanha em busca do filho. Desde sábado, ele ganhou o auxílio de amigos e voluntários.

"O Corpo de Bombeiros tem pouca gente, e a gente entende que eles estejam focando onde há pessoas soterradas. Nós resolvemos montar esse grupo para buscarmos por conta e descer o rio", declarou Alex. "Antes estávamos procurando no IML, nos hospitais, e depois formamos esse grupo."

Somente no sábado os cerca de 40 voluntários percorreram 14 quilômetros do rio, que tem 80 de extensão. "Hoje nós dividimos o grupo. Um começou em Corrêas, e outro em Nogueira. Estamos expandindo o máximo possível", contou. Segundo Alex, a família tem esperanças de encontrar Gabriel com vida. "Enquanto não encontrarem o corpo, teremos sempre esperança", disse. "A gente não pode se conformar com isso, achar que morreu, que está perdido. Vamos procurar até achar."

O Corpo de Bombeiros informou que todos os pontos onde há relatos de possíveis vítimas estão cobertos pelos militares. E, em nota, fez um apelo: "O Corpo de Bombeiros entende a dor dos familiares, mas orienta a população, inclusive, a não ficar próxima das áreas de busca. O solo está instável e põe em risco a vida destas pessoas."

As mortes provocadas pela chuva da última semana em Petrópolis, na região serrana fluminense, chegam a pelo menos 171, segundo informações do Corpo de Bombeiros. As equipes trabalham dia e noite no resgate de vítimas. Além dos corpos encontrados, os bombeiros retiraram 24 pessoas com vida.

Segundo a prefeitura de Petrópolis, 114 corpos tinham sido sepultados até a noite de ontem. O trabalho de identificação e liberação de corpos continua sendo feito pelo Instituto Médico Legal (IML). Também estão sendo procurados mais de 100 desaparecidos.

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O temporal mais forte caiu no dia 15 de fevereiro, mas desde então a chuva voltou a atingir a cidade em diversas ocasiões. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a previsão para hoje é de pancadas de chuva ao longo do dia.

Ontem, a Defesa Civil de Petrópolis acionou, no fim da tarde, as sirenes do primeiro distrito, além de emitir avisos por SMS e grupos de comunicação por aplicativo. O primeiro distrito envolve a parte mais densa da cidade e os bairros já atingidos pelos deslizamentos de terra e enchentes do dia 15, como Alto da Serra, Bingen, Quitandinha, Valparaíso e centro.

Hospital de Campanha

A Marinha terminou de montar nesse domingo (20) um hospital de campanha no Sesi Petrópolis, na Rua Bingen. A unidade funciona das 8h às 18h, com 12 leitos de enfermaria e cinco estações de atendimento ambulatorial, aberto a pessoas que precisem de atendimento de baixa complexidade.

De acordo com o diretor do Centro de Medicina Operativa da Marinha, capitão Kleber Coelho de Moraes Ricciardi, a unidade vai apoiar os hospitais da cidade.

“Estamos aqui para apoiar a estrutura de saúde local, realizando atendimentos clínicos, laboratoriais, odontológicos, pediátricos, ortopédicos e pequenos procedimentos. Assim, deixamos os atendimentos de maior complexidade para os hospitais previamente estabelecidos”.

O apoio da Marinha à tragédia de Petrópolis começou na madrugada do dia 16, na desobstrução das vias com motosserras. Caminhões, retroescavadeiras e material para a instalação do hospital de campanha chegaram na manhã do dia 17. O efetivo da força na cidade é de 60 viaturas e 300 militares, entre fuzileiros navais, médicos, enfermeiros e farmacêuticos.

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Um dos passageiros desaparecidos após um incêndio em uma balsa na madrugada de sexta-feira (18) na costa da Grécia foi encontrado vivo, informaram neste domingo (20) à AFP as equipes de resgate, que ainda procuram 11 caminhoneiros que viajavam na embarcação.

O passageiro resgatado tem 21 anos e foi encontrado na popa do navio, e de lá conseguiu se comunicar com os socorristas.

Até agora, 281 passageiros foram resgatados e 11 continuam desaparecidos, mas de acordo com a rede Skai TV, os socorristas informaram que estão trabalhando para resgatar entre quatro e cinco pessoas que ainda estariam vivas.

O sobrevivente, que disse ser originário de Belarus, gritou desesperadamente aos socorristas: "Digam-me que estou vivo!", segundo o jornal local Proto Thema.

As equipes de resgate perceberam a presença do jovem na embarcação quando esta estava sendo rebocada a menos de 3 quilômetros da costa de Corfu, na Grécia.

Eles foram então capazes de ajudá-lo com uma escada, de acordo com as autoridades gregas.

O jovem, que estava de bermuda e camiseta preta, conseguiu descer a escada sozinho para chegar ao barco e aparenta estar bem de saúde, segundo imagens do site Iefimerida.

A embarcação da empresa italiana Grimaldi pegou fogo na madrugada de sexta-feira, após deixar o porto grego de Igumenitsa, com 290 pessoas registradas a bordo, com destino a Brindisi, na Itália.

Mas entre os resgatados estavam dois migrantes afegãos irregulares, aumentando o temor de que possa haver outros passageiros não registrados.

- Corrosivos perigosos -

Os onze desaparecidos são sete búlgaros, três gregos e um turco, disse a guarda costeira grega à AFP.

Os socorristas esperam que o passageiro resgatado possa fornecer informações sobre outras pessoas desaparecidas que podem estar presas no barco, do qual uma fumaça espessa ainda emanava neste domingo.

O jovem indicou que ouviu vozes no sábado, segundo a rede de televisão ERT.

"Desci todos os níveis das cabines abaixo do convés, até o último, ouvi vozes, mas não consegui ver ninguém", declarou o sobrevivente ao Iefimerida.

As autoridades estão "otimistas, já que este homem conseguiu subir à ponte nestas condições", disse à ERT Nikos Alexiou, porta-voz da guarda costeira.

A notícia da descoberta de um passageiro vivo animou os familiares dos desaparecidos que aguardam no porto de Corfu.

No sábado, a Itália anunciou que sua equipe da guarda costeira mobilizada para evitar qualquer vazamento de contaminante detectou um ponto suspeito perto do navio em chamas, que quando partiu transportava 800 m3 de combustível e 23 toneladas de "produtos corrosivos perigosos".

As autoridades gregas começaram as investigações, mas de acordo com vários testemunhos concordantes, o incêndio pode ter começado em um caminhão estacionado no compartimento de carga.

O número de pessoas desaparecidas em Petrópolis é de 213 e o de mortos chegou a 152 - das quais 97 haviam sido identificados até a noite deste sábado (19). Outras 24 pessoas foram resgatadas desde o início da operação. Bombeiros enfrentam dificuldades para chegar a alguns locais, por causa dos escombros e do risco de novos desabamentos.

Funcionários da prefeitura e moradores trabalham com tratores, escavadeiras, pás e até com as próprias mãos para remover entulhos, desobstruir ruas e tentar dar algum ar de normalidade à cidade serrana. Pelo menos 930 pessoas estão desabrigadas.

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"Ainda tem muita gente desaparecida", constata o capitão licenciado do Corpo de Bombeiros Leonardo Farah, que trabalhou nas tragédias de Mariana e Brumadinho e, agora, está voluntariamente em Petrópolis. No primeiro dia após o temporal, Farah conseguiu resgatar duas pessoas com vida dos escombros, uma mulher de 46 e uma criança de 11 anos. Conforme os dias vão passando, no entanto, as chances de ainda encontrar alguém com vida são reduzidas.

Farah contou que há muita dificuldade de locomoção para as equipes de resgate e alguns locais onde houve deslizamento estão praticamente isolados. Além disso, afirmou, em muitos lugares não há sinal de celular. "As pessoas estão muito desesperadas, querendo ajuda, querendo que os bombeiros cheguem mais rápido, mas há muita dificuldade de acesso a várias regiões", explicou. "A cidade está toda destruída, inteiramente colapsada. Para chegarmos na frente de trabalho é difícil, muitas vezes os carros não chegam e é preciso ter maneiras de tirar as equipes rapidamente de lá, se houver um novo deslizamento."

Na Paróquia Santo Antônio do Alto da Serra, que fica próxima de uma das áreas mais atingidas pelos deslizamentos, dezenas de pessoas estão abrigadas sem saber o que será do futuro. Duas dúvidas são comuns à maioria: se poderão em algum momento voltar às casas, e qual o paradeiro de amigos e vizinhos que constam como desaparecidos.

"Minha vizinha Rosa e o neto dela, o Davi, estão desaparecidos", contou Viviane de Souza, de 42 anos. "Tem também a dona Selma e o Gustavo", acrescentou. Ela não soube informar os sobrenomes dessas pessoas - no Alto da Serra, a convivência harmoniosa entre muitos vizinhos dispensava formalidades.

A própria Viviane por muito pouco não acabou entrando na trágica estatística de vítimas dos deslizamentos de terça-feira. Pouco depois do início das chuvas, ela recebeu uma ligação de uma filha, que mora em uma casa ao lado, informando sobre uma infiltração de água no terceiro andar. Depois, uma outra filha, que mora com ela, relatou que a água começava a entrar por todos os lados da casa onde estavam.

"Toquei na parede do quarto e fez um buraco. Depois, o buraco ficou maior. Pensei: 'A minha casa vai cair'. Saí gritando para todo mundo sair de casa", narrou. "Corremos até o portão, e quando começamos a descer a rua a gente viu uma pedra rolar morro abaixo. Comecei a bater na porta do vizinho, pedindo socorro. Ele me deixou entrar. Fui até a varanda do lado da casa dele e vi todo o estrago."

Perto dali, Yasmin Kenner Narciso Pereira, de 26 anos, viveu um drama semelhante. "Começou a chuva e logo depois começamos a ouvir o barulho de pedras rolando morro abaixo. Vimos casas sendo derrubadas. Ouvimos pedidos de socorro, ajuda. Foi desesperador", contou.

Ao todo, 12 pessoas da família que moravam em três casas no mesmo terreno tiveram de abandonar tudo. Desde aquela noite, elas estão abrigadas na Paróquia Santo Antônio. "A gente recebe almoço, café da manhã e lanche da tarde. Estamos muito bem cuidados. Mas a gente sente muita falta de casa. Falta a nossa casa", lamentou.

Como quase todos que perderam suas moradias com os deslizamentos, Yasmin também vive a angústia de não saber o que aconteceu com muitos de seus vizinhos. "O vizinho de cima, infelizmente, acharam o corpo dele. Uma outra ficou presa nos escombros, e acabou que ninguém conseguiu ajudar ela naquele dia. É bem complicado isso tudo, mas a esperança a gente sempre tem", assinalou.

O prefeito de Petrópolis, Rubens Bomtempo (PSB), disse logo após encontro com o presidente Jair Bolsonaro que a cidade tem como principal prioridade o resgate das vítimas, mas assinalou a importância de desobstruir as vias para facilitar o trabalho de todos, até de reconstrução.

"Num primeiro momento, nossa maior prioridade são as frentes de trabalho de resgate às vítimas. Num segundo momento, já concomitante, liberar as principais artérias do município para poder manter e garantir os serviços essenciais, como retorno da luz, coleta de lixo, transporte público e, também, poder acolher todas as vítimas e seus familiares", comentou Bomtempo. Na sexta-feira, o trabalho de limpeza das vias se intensificou, em especial na região do centro histórico da cidade de Petrópolis.

O número de pessoas desaparecidas em Petrópolis é de 213 e o de mortos chegou a 140 - das quais 97 haviam sido identificadas até a tarde deste sábado, 19. Outras 24 pessoas foram resgatadas deste o início da operação. Bombeiros enfrentam dificuldades para chegar a alguns locais, por causa dos escombros e do risco de novos desabamentos.

Funcionários da prefeitura e moradores trabalham com tratores, escavadeiras, pás e até com as próprias mãos para remover entulhos, desobstruir ruas e tentar dar algum ar de normalidade à cidade serrana. Pelo menos 930 pessoas estão desabrigadas.

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"Ainda tem muita gente desaparecida", constata o capitão licenciado do Corpo de Bombeiros Leonardo Farah, que trabalhou nas tragédias de Mariana e Brumadinho e, agora, está voluntariamente em Petrópolis.

No primeiro dia após o temporal, Farah conseguiu resgatar duas pessoas com vida dos escombros, uma mulher de 46 e uma criança de 11 anos. Conforme os dias vão passando, no entanto, as chances de ainda encontrar alguém com vida são reduzidas.

Farah contou que há muita dificuldade de locomoção para as equipes de resgate e alguns locais onde houve deslizamento estão praticamente isolados. Além disso, afirmou, em muitos lugares não há sinal de celular. "As pessoas estão muito desesperadas, querendo ajuda, querendo que os bombeiros cheguem mais rápido, mas há muita dificuldade de acesso a várias regiões", explicou. "A cidade está toda destruída, inteiramente colapsada. Para chegarmos na frente de trabalho é difícil, muitas vezes os carros não chegam e é preciso ter maneiras de tirar as equipes rapidamente de lá, se houver um novo deslizamento."

Na Paróquia Santo Antônio do Alto da Serra, que fica próxima de uma das áreas mais atingidas pelos deslizamentos, dezenas de pessoas estão abrigadas sem saber o que será do futuro. Duas dúvidas são comuns à maioria: se poderão em algum momento voltar às casas, e qual o paradeiro de amigos e vizinhos que constam como desaparecidos.

"Minha vizinha Rosa e o neto dela, o Davi, estão desaparecidos", contou Viviane de Souza, de 42 anos. "Tem também a dona Selma e o Gustavo", acrescentou. Ela não soube informar os sobrenomes dessas pessoas - no Alto da Serra, a convivência harmoniosa entre muitos vizinhos dispensava formalidades.

A própria Viviane por muito pouco não acabou entrando na trágica estatística de vítimas dos deslizamentos de terça-feira. Pouco depois do início das chuvas, ela recebeu uma ligação de uma filha, que mora em uma casa ao lado, informando sobre uma infiltração de água no terceiro andar.

Depois, uma outra filha, que mora com ela, relatou que a água começava a entrar por todos os lados da casa onde estavam. "Toquei na parede do quarto e fez um buraco. Depois, o buraco ficou maior. Pensei: 'A minha casa vai cair'. Saí gritando para todo mundo sair de casa", narrou. "Corremos até o portão, e quando começamos a descer a rua a gente viu uma pedra rolar morro abaixo. Comecei a bater na porta do vizinho, pedindo socorro. Ele me deixou entrar. Fui até a varanda do lado da casa dele e vi todo o estrago."

Perto dali, Yasmin Kenner Narciso Pereira, de 26 anos, viveu um drama semelhante. "Começou a chuva e logo depois começamos a ouvir o barulho de pedras rolando morro abaixo. Vimos casas sendo derrubadas. Ouvimos pedidos de socorro, ajuda. Foi desesperador", contou.

Ao todo, 12 pessoas da família que moravam em três casas no mesmo terreno tiveram de abandonar tudo. Desde aquela noite, elas estão abrigadas na Paróquia Santo Antônio. "A gente recebe almoço, café da manhã e lanche da tarde. Estamos muito bem cuidados. Mas a gente sente muita falta de casa. Falta a nossa casa", lamentou.

Como quase todos que perderam suas moradias com os deslizamentos, Yasmin também vive a angústia de não saber o que aconteceu com muitos de seus vizinhos. "O vizinho de cima, infelizmente, acharam o corpo dele. Uma outra ficou presa nos escombros, e acabou que ninguém conseguiu ajudar ela naquele dia. É bem complicado isso tudo, mas a esperança a gente sempre tem", assinalou.

O prefeito de Petrópolis, Rubens Bomtempo (PSB), disse logo após encontro com o presidente da República, Jair Bolsonaro, que a cidade tem como principal prioridade o resgate das vítimas, mas assinalou a importância de desobstruir as vias para facilitar o trabalho de todos, até de reconstrução.

"Num primeiro momento, nossa maior prioridade são as frentes de trabalho de resgate às vítimas. Num segundo momento, já concomitante, liberar as principais artérias do município para poder manter e garantir os serviços essenciais, como retorno da luz, coleta de lixo, transporte público e, também, poder acolher todas as vítimas e seus familiares", comentou Bomtempo.

Na sexta-feira, o trabalho de limpeza das vias se intensificou, em especial na região do centro histórico da cidade de Petrópolis.

O número de pessoas desaparecidas por conta da chuva que atingiu Petrópolis, na Região Serrana do Rio, na última terça-feira, 15, aumentou para 218 nesta sexta-feira, 18. Até quinta-feira, 17, o número estava em 116.

A lista é divulgada pela secretaria estadual de Polícia Civil. Segundo a assessoria da pasta, a atualização ocorreu pela própria evolução do serviço dos agentes da Delegacia de Descoberta de Paradeiros, que estão indo aos abrigos para ouvir pessoas atingidas pela chuva e registrar eventuais desaparecidos.

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Quem quer registrar o desaparecimento de alguém também pode ir à Polícia Civil, mas, diante das dificuldades de locomoção que permanecem em Petrópolis e da própria situação emocional das pessoas, muitas vezes é mais fácil os policiais irem ao encontro delas.

A tempestade causou a morte de pelo menos 122 pessoas. Outras 24 pessoas foram resgatadas com vida, mas ainda há buscas na região e alerta climatológico.

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