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Ex-deputado federal e militante no Partido Socialismo e Liberdade há quase onze anos, Jean Wyllys decidiu se filiar ao Partido dos Trabalhadores (PT). A mudança deve acontecer em uma cerimônia virtual na próxima segunda-feira (24) e contará com a presença de personalidades políticas importantes, a exemplo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, da ex-presidenta Dilma Rousseff, da deputada Marisa Matias, do Parlamento Europeu, e Anielle Franco, irmã da vereadora Marielle Franco, assassinada em 2018. As informações foram divulgadas por Wyllys durante entrevista à revista Veja.

Vivendo na capital da Espanha, onde é estudante do doutorado em Ciências Políticas pela Universidade de Barcelona, custeado pela fundação Open Society, o ativista dos Direitos Humanos e jornalista explica que a mudança faz parte de uma mobilização em busca da derrota de Jair Bolsonaro (sem partido) nas urnas em 2022. “As pesquisas mostram que Lula é o único capaz de tirar Bolsonaro do poder. Agora é hora formar uma frente democrática, não fragmentá-la”, disse.

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Durante a entrevista, Wyllys ainda afirmou que não pretende se candidatar a um novo cargo eletivo, mas sim ajudar a desenvolver um programa de governo comprometido com a agenda econômica sustentável, a defesa dos Direitos Humanos e o combate à disseminação de notícias falsas. “Da política ampla não vou sair nunca, até porque sou um estudioso que analisa o que vem acontecendo no Brasil, mas não tenho o desejo de voltar a concorrer. Hoje, o que quero é ajudar a reconstruir o Brasil e abraçar a minha mãe”, desabafou.

Exilado na Europa há mais de dois anos, o futuro petista voltou a explicar as motivações da sua saída do Brasil: “Fui obrigado a deixar o país porque a Marielle, minha amiga e companheira de partido que vivia na mesma cidade que eu, foi executada sem receber uma ameaça de morte sequer e eu tinha várias delas. O exílio tirou de mim o convívio com os amigos e a família”.

Em sua conta do Twitter, a deputada federal e presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann, expressou alegria pela filiação de Wyllys.

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O meia alemão Toni Kroos classificou nesta quarta-feira como "inaceitáveis" as condições de trabalho em vigor no Catar, sede da Copa do Mundo de 2022, considerando que estas não defendem a segurança dos trabalhadores.

"Os imigrantes são submetidos a jornadas de trabalho contínuas, sob temperaturas de 50ºC, não são alimentados de forma digna e não têm acesso a água potável", afirmou o jogador do Real Madrid, em um podcast conjunto com o seu irmão Félix, que relatou ainda que os trabalhadores não têm as condições de segurança mínimas, nem acesso a cuidados médicos, considerando que a decisão de realizar o Mundial no Catar "não foi boa".

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Kroos ressaltou ainda que no país do Oriente Médio a homossexualidade é punida legalmente e denuncia a prática de "uma certa violência" sobre os trabalhadores. "Tudo isso é absolutamente inaceitável", considerou o alemão, manifestando a esperança de que o futebol possa chamar a atenção para esses problemas.

Em fevereiro, o jornal britânico The Guardian revelou que mais de 6.500 trabalhadores migrantes morreram no Catar, desde a escolha da Fifa, em 2010, para o país ser sede da Copa do Mundo de 2022.

No último dia 24, em uma partida contra Gibraltar, pelas Eliminatórias do Mundial, os jogadores da seleção da Noruega usaram camisetas com a inscrição "direitos humanos dentro e fora do campo" na entrada em campo para denunciarem a situação dos trabalhadores migrantes no país anfitrião do evento. Um dia depois, a Alemanha repetiu o gesto no jogo contra a Islândia.

O deputado federal Túlio Gadêlha (PDT-PE) convidou a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, para esclarecer a remoção da participação social na revisão do Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH3), em reunião na Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara. A portaria 457, de autoria da chefe da pasta, é alvo de críticas por parte do Legislativo desde a sua publicação em fevereiro deste ano, por supostamente ferir o debate coletivo que acompanha a formação do plano.

Para o deputado federal, a revisão do plano não deve ser feita somente entre os 14 membros do próprio Ministério, uma vez que o documento prevê diretrizes de planejamento, programas e ações da área a nível nacional. “Ele é feito em espaços públicos, com o pluralismo de falas. A participação social na elaboração das políticas é um direito constitucional e um dos fundamentos da nossa República”, considera.

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E completa: “Ele é fruto das reivindicações e do trabalho da sociedade civil organizada, que se reuniu em conferências estaduais e municipais até a consolidação do Plano, em 2009”.

Anteriormente à chamada de Gadêlha, o presidente do Conselho Nacional dos Direitos Humanos (CNDH), Yuri Costa, já havia expresso, em nota pública, a sua preocupação com a alteração do texto. “Para garantir os preceitos constitucionais e democráticos, é imprescindível a participação social legítima, inclusive com representação de minorias, além de previsão de tempo suficiente para aprofundamento e amadurecimento das discussões”, diz a nota.

O CNDH manifestou também indignação quanto à falta de transparência do processo proposto, o qual veda a divulgação das discussões em curso antes do encerramento das atividades, comprometendo a democratização da informação.

A portaria assinada pela ministra, de acordo com Túlio Gadêlha, é um grave ataque ao PNDH 3, construído por meio de um amplo debate coletivo. “É inaceitável a exclusão dos vários segmentos da sociedade na reavaliação do Plano. Consideramos gravíssimo o sigilo imposto às discussões e aos documentos produzidos pela comissão que reavalia o PNDH3. Estamos diante de um claro ataque ao princípio da transparência”, avalia. 

Plano Nacional

O PNDH3 foi aprovado em 2009 e está em vigor desde então. Uma de suas principais finalidades é dar continuidade à integração e ao aprimoramento dos mecanismos de participação existentes, bem como, criar novos meios de construção e monitoramento das políticas públicas sobre Direitos Humanos no Brasil. Ele é uma construção coletiva, que considerou propostas aprovadas em 27 conferências em todos os estados e no Distrito Federal, 137 encontros prévios às etapas estaduais e distrital, conferências livres, regionais, territoriais, municipais ou pré-conferências, nas quais aproximadamente 14 mil pessoas participaram do processo de revisão e atualização do PNDH-2 e elaboração do PNDH-3.

O deputado Carlos Veras (PT-PE) foi eleito, nesta quinta-feira (11), presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados para um mandato de um ano. Ao ser eleito, ele disse que o colegiado que vai presidir é essencial, com relevância para todos os setores, e elencou como prioridades o enfrentamento da pandemia de Covid-19, principalmente a partir da vacinação, e também o combate à fome no Brasil.

“Hoje, no Brasil, passam de 270 mil as mortes pela Covid-19. E também há dez milhões de brasileiros que vivem em situação de grave insegurança alimentar, em um país que tem uma capacidade de produção de alimentos muito grande”, observou.

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Outras pautas prioritárias para Carlos Veras são os direitos das populações quilombolas, indígenas e LGBT, além dos direitos das mulheres. “As mulheres tiveram aumento significativo de violência contra elas durante a pandemia”, destacou o novo presidente.

Ele também ouviu demandas de outros parlamentares e disse esperar que o diálogo e a união conduzam os trabalhos na Comissão de Direitos Humanos, a qual deve ser um espaço de resolução de conflitos.

Experiência

Carlos Veras tem 39 anos e está em seu primeiro mandato como deputado federal. Na Câmara, ele foi vice-líder do PT e integrou como titular diversas comissões temporárias, como a Comissão Externa sobre Derramamento de Óleo no Nordeste (2019).

Agricultor e sindicalista, Carlos Veras é natural de Tabira (PE). Ingressou na vida política aos 18 anos como presidente da Associação Rural de Poço de Dantas. Foi ainda presidente da Central Única dos Trabalhadores em Pernambuco.

Ele assume a presidência da Comissão de Direitos Humanos em sucessão ao deputado Helder Salomão (PT-ES). Ainda não foram escolhidos os três vice-presidentes da comissão.

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*Da Agência Câmara de Notícias

 

Damares Alves, ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, gravou vídeo de quatro minutos nesta terça (2) para responder às críticas que vem sofrendo sobre a portaria Nº 457, publicada no último dia 11 e que tem como objetivo rever as políticas de Direitos Humanos adotadas pelo Governo Federal. Um dos pontos mais polêmicos é a reavaliação do Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3), que institui diretrizes sobre o tema. As contestações ocorrem devido ao grupo de trabalho, instituído pela ministra, não ter nenhum representante da sociedade civil.

Na gravação desta terça, Damares confirma que o grupo será formado apenas por integrantes do governo, mas garante que o processo de revisão das políticas contará com ampla participação popular e que está sendo estudado o 'mecanismo' que permitirá o acesso 'de todos' no processo. Sobre o PNDH-3, ela sustenta que a população não foi devidamente consultada: "Quantos de vocês participaram da construção do PNDH-3?", pergunta a ministra. Ela atribui as críticas a 'ex-ministros' e à 'esquerda', que 'já deixou o poder e disse que nós vamos mexer e vamos modificar o PNDH-3'.

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Na sequência, ela argumenta que o decreto que instituiu o programa é de 2009 e que, portanto, já há tempo suficiente para a sua revisão. "Muita coisa mudou em 11 anos, hoje em dia existem violações de Direitos Humanos que não existiam antes", diz. A ministra também insinua que nem todas as metas estipuladas no programa são possíveis de ser realizadas. "Vocês já leram o PNDH-3?", questiona. Em resposta, ela orienta que as pessoas leiam o decreto, mas não informa quais dispositivos, metas ou objetivos pretende rever e o que considera inviável de executar. "Leiam os objetivos e as metas que estão no PNDH-3. É só isso que a gente quer, fazer uma avaliação", afirma.

O PNDH-3 institui diretrizes sobre como devem ser encaradas as políticas públicas adotadas pelo governo, em observância às garantias dos Direitos Humanos. Dessa forma, em relação à segurança pública, por exemplo, se institui como objetivos a democratização e modernização da segurança; transparência e participação popular no sistema de segurança e justiça criminal, além de prevenção da violência e criminalidade, mediante profissionalização da investigação de atos criminosos. O programa ainda versa sobre outros eixos de atuação como educação, desenvolvimento social e combate à desigualdade.

PCdoB ENTRA COM AÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL

O PCdoB contestou a portaria de Damares Alves no Supremo Tribunal Federal. O partido deu entrada em uma Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental, com objetivo de anular o texto da portaria. A sigla argumenta que o processo de revisão das políticas públicas voltadas para os Direitos Humanos deve contar com representantes da sociedade civil e pondera que o dispositivo publicado pelo ministério comandado por Damares viola os princípios consitucionais da participação social; e da promoção de políticas públicas voltadas à construção de uma sociedade livre, justa e solidária, sem preconceitos de todo tipo e livre de quaisquer formas de discriminação. Além disso, questiona-se a necessidade, conveniência e o momento de alteração das políticas públicas então existentes.

O partido argumenta que a revisão das políticas públicas de direitos humanos não pode acontecer como mero expediente da pasta, a portas fechadas, e que exige o debate com a sociedade. "Não resulta da singela criação de um grupo de trabalho, que poderia transparecer um ato administrativo cotidiano, mas sim da possibilidade concreta de que a avaliação de políticas de direitos humanos e dos programas a elas pertinentes possam se dar sem participação da sociedade civil, em sua diversidade e multiplicidade, violando a perspectiva democrática que transcende a linha programática de um governo e alcança os grandes comandos de origem constitucional nessa matéria", diz a ADF.

A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, falou no programa Brasil em Pauta na TV Brasil sobre as principais realizações da pasta no ano de 2021 e as previsões para este ano. Entre as novidades estão a intensificação do combate à violência contra a mulher, com a implantação do Plano de Enfrentamento ao Feminicídio, prevista para o início de março. De acordo com Damares Alves, só no ano passado, o Ligue 180 registrou aumento de 39% no número de denúncias de violência contra mulher.

Segundo a ministra, também faz parte do combate à violência doméstica a ampliação da rede de Casas da Mulher Brasileira, lugar que reúne diversos serviços de proteção como delegacia, psicólogos e acolhimento para quem foi vítima de violência. De acordo com Damares, hoje o Brasil possui apenas 7 espaços como esse e a meta é criar 27 novos centros ainda este ano. A ministra fez um apelo às mulheres vítimas de violência: “Nos procurem. Nós vamos até vocês”.

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Balanço

Damares Alves também fez um balanço das ações desenvolvidas pela pasta nos últimos meses, em especial, durante a pandemia do novo coronavírus. O governo entregou cestas básicas e kits de higiene para indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais. O objetivo era evitar que esses povos saíssem do isolamento. “O nosso ministério distribuiu, diretamente, em torno de 450 mil cestas básicas beneficiando inúmeras famílias indígenas”.

Outra medida importante foi a criação, em 2020, de novos canais de denúncia como WhatsApp (pelo número 61- 99656-5008), Telegram (basta apenas digitar Direitoshumanosbrasilbot) e um aplicativo que inclusive funciona com vídeochamada em qualquer lugar do mundo.

A entrevista completa você confere às 19h30, no programa Brasil em Pauta, na TV Brasil.

 

Segundo recente levantamento feito pela Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDH), com base no banco de dados do Centro Integrado de Atenção e Prevenção à Violência Contra a Pessoa Idosa (CIAPPI), foi constatada uma queda no número de denúncias de violações contra a população idosa, em Pernambuco. De acordo com o órgão, em todo o ano de 2020, foram recebidas 810 queixas. Em comparação com o mesmo período de 2019, que teve 1.317, a redução foi de 38%.

Em contra partida a esta queda, houve um aumento do número de denúncias no primeiro mês de 2021 (64) se comparado com o mesmo período de 2020 (60). A partir dos casos recebidos, foram constatadas, em janeiro, 130 violações de direitos, e no ano passado tiveram 99. Já as violências mais identificadas em 2021 foram: negligência, violência financeira, psicológica, física, verbal e abandono. O público mais atingido continua sendo o feminino, as quais são 48 das 64 vítimas, e o ambiente em que mais ocorrem as violações é o intrafamiliar, com 53 casos.

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“Diante da pandemia, os idosos e idosas estão ainda mais reclusos e é possível que essa diminuição no número de denúncias seja resultado desse isolamento. Por isso, todos nós precisamos estar engajados no combate das violências. Vizinhos, cuidadores, amigos, qualquer um que presencie ou desconfie de algum tipo de violação, precisa denunciar para que as providências sejam tomadas e os culpados punidos”, explica o secretário de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico.

Para realizar a denúncia de violações contra pessoas idosas, a população pode entrar em contato com o CIAPPI pelo telefone (81) 3182-7649, das 9h às 16h (horário especial durante a pandemia) ou pelo e-mail ciappi2016@gmail.com.

*Da assessoria 

A administração Biden deve anunciar nesta semana que se engajará novamente no Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), do qual o ex-presidente Donald Trump se retirou quase três anos atrás. A decisão reverte outro movimento da era Trump de distanciamento de organizações e acordos multilaterais.

Autoridades norte-americanas disseram que o secretário de Estado Antony Blinken e um diplomata sênior dos EUA em Genebra vão anunciar na segunda-feira que Washington vai voltar ao órgão com sede em Genebra como observador, com o objetivo de buscar a eleição como um membro. A decisão deve gerar críticas de legisladores conservadores e muitos na comunidade pró-Israel.

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Trump saiu da principal agência de direitos humanos do organismo mundial em 2018 devido a seu foco desproporcional em Israel, que recebeu de longe o maior número de resoluções críticas do conselho contra qualquer país, bem como o número de países autoritários entre seus membros. Além disso, não conseguiu obter uma extensa lista de reformas exigidas pela então embaixadora dos EUA nas Nações Unidas, Nikki Haley.

Além do foco persistente do conselho em Israel, o governo Trump tinha problemas com a adesão ao órgão, que atualmente inclui China, Cuba, Eritreia, Rússia e Venezuela, todos acusados de abusos dos direitos humanos.

Um oficial sênior dos EUA disse que a administração Biden acredita que o conselho precisa de reformas, mas que a melhor maneira de promover a mudança é "envolver-se com ele de uma forma baseada em princípios". O funcionário disse que pode ser "um fórum importante para aqueles que lutam contra a tirania e a injustiça em todo o mundo" e que a presença dos EUA pretende "garantir que ele possa atingir esse potencial".

Fonte: Associated Press.

Fiji, país do Pacífico Sul, foi escolhido nesta sexta-feira (15) para liderar o Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, que pela primeira vez em sua história se viu obrigado a votar a presidência.

A embaixadora de Fiji em Genebra, Nazhat Shameem Khan, conquistou a presidência do CDH com 29 votos de 47 em uma eleição transmitida ao vivo pela Internet. Ela enfrentava candidatos do Bahrein (14 votos) e do Uzbequistão (4 votos).

"Tendo obtido o maior número de votos, a seguinte candidata foi eleita presidente do Conselho de Direitos Humanos (...): sua Excelência, a representante permanente do Fiji Nazhat Shameem Khan", disse o representante do Sudão, que supervisionou a eleição.

Em geral, a presidência do Conselho de Direitos Humanos é determinada por consenso para garantir uma rotação anual, mudando as áreas geográficas. Este ano, porém, a região da Ásia e do Pacífico não conseguiu chegar a um acordo consensual.

A embaixadora do Fiji em Genebra parecia ter vantagem, mas no início de dezembro o Bahrein apresentou seu próprio candidato, o embaixador Yussuf Abdulkarim Bucheeri.

Segundo os observadores, China, Rússia, Arábia Saudita e outros países não queriam a candidata de Fiji e buscaram outros candidatos.

Um diplomata chinês negou que seu país tivesse se oposto à candidatura de Fiji, ou que tenha pedido a outros que o fizessem. Também lamentou que, pela primeira vez, um grupo regional não tenha conseguido ficar de acordo sobre um candidato.

Diante da oposição a esses dois candidatos, um terceiro foi declarado, o embaixador do Uzbequistão em Genebra, Ulugbek Lapasov.

Segundo o diretor da organização Human Rights Watch, Kenneth Roth, "as atuais tentativas da China, Rússia, Arábia Saudita e outros de tornar inofensivo o Conselho de Direitos Humanos testemunham seus esforços para evitar críticas pelo organismo".

"A derrota do Bahrein e do Uzbequistão mostra que não deve haver lugar na presidência, ou na vice-presidência, do Conselho para os representantes dos Estados que restringem, criminalizam e retaliam contra aqueles que defendem os direitos humanos", disse à AFP Phil Lynch, que dirige a ONG International Service for Human Rights.

O Conselho de Direitos Humanos é composto por 47 países-membros, eleitos pela Assembleia Geral das Nações Unidas para um mandato de três anos. Sua missão é examinar as violações, onde quer que ocorram, e propor soluções para remediá-las. Não tem poder vinculante.

Criado por uma resolução da Assembleia Geral de 2006, o CDH substituiu a Comissão de Direitos Humanos, acusada por seus críticos de ser muito politizada. Passados 15 anos de sua criação, o Conselho é, por sua vez, acusado de politização por parte dos Estados.

Consequentemente, muitos dos especialistas e das missões de investigação estabelecidos pelo Conselho em Genebra não têm acesso a países como Síria, Coreia do Norte, ou Burundi.

O CDH também tem sido alvo de críticas americanas desde a chegada de Donald Trump à Casa Branca. Em 2018, os Unidos deixaram o Conselho, um órgão que Washington não conseguiu reformar e que considera tendencioso contra Israel.

O CDH é muito mais ativo do que seu antecessor, reunindo-se pelo menos três vezes por ano por um total de pelo menos dez semanas, em vez de uma única sessão de seis semanas, como no caso da antiga Comissão.

A Human Rights Watch divulgou nesta quarta-feira, 13, a nova edição de seu relatório anual sobre a situação dos direitos humanos, analisando mais de cem países. No capítulo sobre o Brasil, a organização afirma que o presidente Jair Bolsonaro tentou sabotar os esforços para desacelerar a disseminação da covid-19 no Brasil em 2020 e tomou medidas que prejudicam diretamente os direitos humanos.

Com 761 páginas, o relatório ressalta que Bolsonaro minimizou a covid-19, chamando-a de "gripezinha" e disseminou informações incorretas, entre outras violações aos direitos humanos. "O governo Bolsonaro promoveu políticas contrárias aos direitos das mulheres e das pessoas com deficiência, enfraqueceu a aplicação da lei ambiental e deu sinal verde às redes criminosas que operam no desmatamento ilegal da Amazônia", afirma a organização no documento.

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De acordo com a Human Rights Watch, o papel das instituições nacionais para conter os retrocessos promovidos pelo presidente foi essencial. "O Supremo Tribunal Federal tomou decisões contra as tentativas da administração de Bolsonaro de retirar dos Estados a autoridade de restringir circulação de pessoas para conter a pandemia, de suspender a Lei de Acesso à Informação e de ocultar dados públicas sobre a pandemia", diz o relatório.

Na coletiva de apresentação do relatório, a organização destacou momentos em que as instituições democráticas responderam à política de Bolsonaro que a HRS classifica como "antidireitos". Entre as respostas, além das decisões do STF, estão medidas como a determinação de obrigatoriedade de máscara em lojas e escolas feita pelo Congresso.

Para Anna Livia Arida, diretora da HRW no Brasil, Bolsonaro colocou a vida e a saúde dos brasileiros em "grande risco": "O STF e outras instituições ajudaram a proteger os brasileiros e barrar muitas, ainda que não todas, políticas antidireitos de Bolsonaro. Eles precisam permanecer vigilantes".

EUA

A futura relação entre Bolsonaro e novo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, foi citada na coletiva de apresentação do relatório da HRW. Diretor executivo da organização, Ken Roth afirmou que a posse de Biden vai impor dificuldades a Bolsonaro, que via o presidente Donald Trump como um aliado e com quem tinha discursos alinhados. "É um novo mundo, um novo ambiente político. Bolsonaro terá dificuldades", afirmou.

Imprensa

O relatório destacou ainda a atuação da imprensa independente no País durante a pandemia. "A mídia impressa e televisiva desempenhou papel importante ao continuar informando o público, proporcionando um fórum para debate público e checando os poderes do governo, apesar da estigmatização, bullying e ameaças de ação judicial contra jornalistas por parte da administração Bolsonaro".

Amazônia

Ainda que as instituições democráticas tenham tido um papel fundamental, algumas ações do governo Bolsonaro não puderam ser contidas e trouxeram resultados ruins, de acordo com o relatório, como a destruição, entre agosto de 2019 a julho de 2020, de cerca de 11 mil km² de floresta amazônica e o aumento de 16% nos incêndios na Amazônia em 2020.

"Ele culpa os povos indígenas, organizações não governamentais e moradores locais pela destruição, em vez de agir contra as redes criminosas que são a força motriz da ilegalidade da Amazônia", disse Arida.

Um levantamento da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC) de São Paulo aponta que não foi apenas a pandemia que preocupou as mulheres que vivem na capital paulista. Os equipamentos públicos de proteção às vítimas de violência atenderam mais de 24,1 mil pessoas do sexo feminino em 2020.

De acordo com os dados da SMDHC, a maior alta de atendimentos foi registrada em novembro de 2020. No penúltimo mês do ano, 2.890 mulheres procuraram o serviço municipal nos equipamentos públicos. O menor índice foi em maio, com assistência a mil vítimas.

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Em entrevista ao portal da Prefeitura de São Paulo, a secretária de Direitos Humanos e Cidadania, Claudia Carletto, disse que a pasta vai insistir nos projetos de conscientização em relação ao machismo estrutural, considerado um dos fatores preponderantes para o problema da violência contra as mulheres. Segundo Claudia, as iniciativas do poder público devem encorajar ainda mais as vítimas a denunciarem agressões e abusos. "É importante que as mulheres saibam a estrutura que elas têm à disposição e podem procurar ajuda para quebrar o ciclo de violência. Elas precisam saber que não estão sozinhas".

Na cidade de São Paulo, o serviço de assistência às mulheres vítimas de violência ocorre em equipamentos como os Centros de Referência, os Centros de Cidadania da Mulher, a Casa da Mulher Brasileira (com alojamento provisório), as Casas de Abrigo e de Acolhimento Provisório (com 20 vagas cada) e o Posto Avançado na estação Santa Cecília do Metrô (Linha 3-Vermelha). As denúncias podem ser feitas pelo Disque 156. Veja a localização da rede de atendimento da SMDCH no www.prefeitura.sp.gov.br.

O secretariado do governo do prefeito eleito do Recife, João Campos (PSB), vem sendo divulgado aos poucos nas redes sociais do pessebista. O último nome anunciado por ele foi o da assistente social Ana Rita Suassuna, atual secretária de Desenvolvimento Social, Juventude, Políticas sobre Drogas e Direitos Humanos da gestão do prefeito Geraldo Julio (PSB). De acordo com João, ela seguirá no comando da pasta. 

"Ao longo da campanha sempre fiz questão de colocar que a desigualdade era o principal desafio que o Recife precisa atacar. E as ações de proteção social têm um papel fundamental no enfrentamento desse problema, que é uma realidade em todo o país. A assistente social Ana Rita Suassuna vai nos ajudar a avançar em políticas públicas com essa missão. Ela seguirá  no comando da Secretaria de Desenvolvimento Social, Juventude, Políticas sobre Drogas e Direitos Humanos da nossa gestão", escreveu o futuro gestor na publicação.

Segundo o currículo exposto por João, Ana Rita Suassuna é graduada em Serviço Social pela UFPE, Ana é a representante das metrópoles no Colegiado Nacional dos gestores de Assistência Social (CONGEMAS) e é diretora do  COEGEMAS - Colegiado Estadual de Gestores Municipais da Assistência Social - Diretora da Região Metropolitana. 

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"Sua experiência nessas instâncias de estruturação de atuação da área social nos municípios e, sobretudo, capacidade de elaborar projetos e implementar iniciativas que promovem a cidadania vão contribuir com os avanços que queremos conquistar para o Recife", reforçou o prefeito eleito.

A ativista saudita de direitos humanos Loujain al Hathloul foi condenada a cinco anos e oito meses de prisão nesta segunda-feira (28) por um tribunal especializado em casos antiterroristas - informou a imprensa saudita.

Loujain al Hathloul foi declarada culpada de "diversas atividades proibidas pela lei antiterrorista", relatou o veículo on-line Sabq.

A militante se encontra em prisão provisória há mais de dois anos, período que foi levado em consideração na sentença pronunciada, informou a mídia saudita, citando a decisão do tribunal.

Em maio de 2018, Loujain al Hathloul foi detida, junto com outros ativistas, pouco antes de o reino suspender a proibição de dirigir para as sauditas, uma reforma pela qual essas mulheres militavam.

Segundo o ministro saudita das Relações Exteriores, Faysal bin Farhan al-Saud, Loujain al Hathloul, 31, é acusada de ter estado em contato com Estados "hostis" ao reino e de ter transmitido informações confidenciais.

Sua família afirma, porém, que o governo saudita não forneceu qualquer prova tangível para apoiar essas acusações.

Em 25 de novembro, a família da ativista anunciou que seu caso havia sido transferido por um juiz da corte penal de Riade para um tribunal encarregado de casos de terrorismo.

Este tribunal penal especializado foi criado em 2008 para julgar os casos de terrorismo. Desde então, contudo, tem servido para julgar presos políticos, conforme denúncia de organizações de defesa dos direitos humanos.

A Arábia Saudita é amplamente criticada no Ocidente por seu balanço nesta área.

Loujain al Hathloul havia iniciado uma greve de fome na prisão, em 26 de outubro, mas a interrompeu duas semanas depois, segundo sua família e a ONG Anistia Internacional.

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, anunciou nesta segunda-feira, 21, a imposição de restrições a vistos de autoridades chinesas supostamente envolvidas em violações de direitos humanos contra minorias étnicas, dissidentes, jornalistas e manifestantes pacíficos e representantes da sociedade civil.

"Os governantes autoritários da China impõem restrições draconianas às liberdades de expressão, religião ou crença, associação e direito de reunião pacífica do povo chinês. Os EUA deixaram claro que perpetradores de abusos de direitos humanos como esses não são bem-vindos em nosso país", destacou Pompeo, em comunicado.

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O chefe da diplomacia americana citou "abusos" cometidos por integrantes do Partido Comunista Chinês (PCC) na região de Xinjiang e na fronteira com o Tibet, além de Hong Kong. Também denunciou prisões de ativistas críticos ao regime. "Pedimos sua libertação imediata e instamos as autoridades do PCC a respeitar os direitos humanos e as liberdades fundamentais a que o povo da China tem direito de acordo com a Declaração Universal dos Direitos Humanos", concluiu, na nota.

O município do Jaboatão dos Guararapes foi vencedor em duas categorias do Prêmio Boas Práticas em Políticas Familiares Municipais concedido pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. O Programa Integra, pioneiro no País, foi primeiro colocado na área de “Políticas de Proteção Social Destinadas a Famílias Vulneráveis no contexto da Pandemia da Covid-19”. Já o Programa Famílias Fortes também venceu na categoria de “Políticas Públicas Relacionadas ao fortalecimento de Vínculos Familiares Intergeracionais: Promoção da Convivência Interfamiliar e Intergeracional no Âmbito das relações familiares”. O anúncio foi feito nesta sexta-feira (11) e a cerimônia de entrega dos prêmios será no próximo dia 21, em Brasília.

O prefeito Anderson Ferreira, ao ser informado das premiações, ressaltou o compromisso da gestão municipal em cuidar das famílias. “Criamos dois programas a fim de minimizar os fatores relacionados à dependência química, com os objetivos de recuperação e prevenção. As drogas afastam as pessoas dos seus familiares e é necessário um trabalho em conjunto entre o poder público e a sociedade para que possam ser reintegradas, inclusive ao mercado de trabalho. Os prêmios concedidos pelo Ministério da Família e dos Direitos Humanos mostram que as iniciativas da nossa gestão estão dando certo”, disse o gestor.

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Além da situação de vulnerabilidade, os dependentes químicos se configuram um público mais propenso à incidência do novo coronavírus. Daí a importância da atenção a toda família com informações específicas de prevenção, na distribuição de máscaras, kits de higiene, solicitação de documentos e busca por auxílio emergencial. As equipes da Secretaria  Municipal de Assistência Social e Cidadania e da Secretaria Executiva da Família e Política sobre Drogas também tratam sobre alternativas de convivência, socialização e formação de mão de obra.

O Prêmio Boas Práticas em Políticas Familiares Municipais foi criado pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos para destacar as experiências exitosas postas em prática em cidades de todo o Brasil. A intenção é incentivar a implementação de políticas públicas que tenham foco na família e o fortalecimento dos vínculos. Também tem o objetivo de impulsionar as iniciativas que venham a fortalecer e consolidar o desenvolvimento social e econômico das pessoas que fazem parte dos núcleos familiares. Outro critério da premiação é que as ações possam ser replicadas pelos demais municípios.

 

Hoje (10), celebra-se o Dia Internacional dos Direitos Humanos, data instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1948. A lei foi colocada em um documento que detalha os ideais que devem ser alcançados por todos os povos e nações. Uma vez oficializada, a lei assegura os direitos que uma pessoa possui, apenas pelo fato de ser humano, que inclui o direito à vida, liberdade, dignidade, saúde e outros. Todos esses direitos independem de fatores como etnia, sexo, religião, nacionalidade ou condições sociais.

Como surgiu?

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A lei foi criada em 1945, após os eventos catastróficos que ocorreram durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), que violou o direito de muitos seres humanos. Por conta disso, diversos líderes de países se reuniram para criar uma organização com o intuito de impedir que outra tragédia dessas ocorresse. Nesse mesmo período, a ONU foi criada e três anos depois foi escrita a Declaração Universal dos Direitos Humanos, constituída de 30 artigos.

“Os Direitos Humanos buscam uma universalidade que esteja acima das próprias questões locais, que acreditamos ser essenciais”, explica o advogado, cientista social, professor universitário e mestre em direito político e econômico Guilherme Amaral.

Direitos Humanos no Brasil

Alguns acontecimentos históricos mostram a dificuldade para solidificar a noção de Direitos Humanos no Brasil, como é o caso do período do regime militar (1964-1985), época que registrou vários casos de tortura e assassinato promovidos pelo Estado. 

Situações envolvendo preconceitos como machismo e racismo também poderiam ser enquadradas como violações aos direitos humanos. 

De acordo com Amaral, por mais que os Direitos Humanos sejam afirmados em diversos acordos internacionais, muitas vezes são desrespeitados no Brasil, o que resultou em inúmeras condenações em várias instâncias.

“No Governo Bolsonaro, nem internacionalmente passamos a assinar e admirar os Direitos Humanos, e agora nos manifestamos contra coisas que são consideradas básicas, e óbvias, que são resultados de um processo civilizatório de mais de dois mil anos. Nem do ponto de vista formal estamos demonstrando consideração pelos Direitos Humanos, algo que já não fazíamos na prática”, afirma o advogado.

Amaral analisa que a sociedade não compreende os seres humanos de maneiras iguais e, por causa do sistema escravista sobre o qual o país se constituiu, a população enxerga que existe aquele que manda e o que serve.

“Esse tipo de ideia nos impede de estabelecer uma igualdade, que vai além da formalidade escrita na nossa constituição”, destaca.

Garantia dos Direitos Humanos

Por se tratar de leis que englobam todos os seres humanos, Amaral explica que o primeiro passo é compreender os integrantes da sociedade como iguais, e não por suas diferenças. “É necessário romper com o racismo estrutural, machismo estrutural, homofobia, desrespeito religioso e com todas as questões que limitam os direitos humanos” enfatiza.

Também é importante buscar por entidades e profissionais responsáveis por defender os Direitos Humanos, entre eles Amaral destaca a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). “O próprio Ministério Público tem uma obrigação legal de cuidar dos direitos difusos, que englobam os direitos humanos, que devem ser protegidos. A defensoria pública também desempenha um papel muito importante. Além de outras, sejam governamentais ou não, que fazem um trabalho muito sério, e podem proteger pessoas quando essas leis forem desrespeitadas”, aponta.

O advogado acredita que o trabalho deve ser coletivo e que não deve ser feito de maneira isolada. O indivíduo deve compreender que ele também é um disseminador de diversos preconceitos sociais e que é necessário romper com esses padrões para poder estabelecer os Direitos Humanos.

O Núcleo de Diversidades e Identidades Sociais (NDIS), da Universidade de Pernambuco (UPE), realizará, desta sexta-feira (11) a 13 de dezembro, a Jornada DH 2020 que abordará direitos humanos em uma sociedade marcada pela intolerância. De forma virtual, os participantes poderão acompanhar palestras, sessões de cinema e debates.

Gratuito, o evento, que é aberto ao público em geral, busca fazer com que os participantes compartilhem conhecimentos e saberes sobre diferentes lutas, experiências e modos de sentir e viver na relação estreita entre a defesa por direitos e o respeito à dignidade humana nas suas diversidades, identidades sociais e culturais. A Jornada DH deste ano reunirá produções de professores vinculados aos diversos campi da UPE.

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Quem deseja participar ainda precisa ficar atento a algumas sessões com limitação de pessoas, pois apenas nessas atividades será preciso fazer as inscrições antecipadamente. Ao final do evento, os participantes ganharão certificados de participação. Confira a programação completa e os links para as inscrições através do site do NDIS.

A saúde da mulher negra no Brasil depende de fatores que vão além das condições de atendimento em hospitais e oferta de médicos. Os fatores sociais a que os negros são expostos diariamente são fundamentais para entender a maior vulnerabilidade dessa parcela da sociedade. Essa foi uma das conclusões apresentadas no debate promovido hoje (20) pela Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados.

“Saúde tem a ver com moradia, saneamento básico, com emprego, com renda, com acesso à educação, à cultura e a políticas de lazer. Saúde é muito mais do que o corpo estar funcionando”, disse psicóloga especialista em saúde coletiva e atenção primária pela Faculdade de Medicina da USP, Luana Alves.

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Luana também apresentou dados que mostram que a saúde mental das populações negras no Brasil está mais comprometida do que a de pessoas não negras. Os fatores são vários, e isso influencia diretamente nos aspectos físicos. “A gente vê as mulheres negras como grandes vítimas de depressão, adoecimentos afetivos, ansiedades, insônias, de todo tipo de adoecimento que tem a ver como nosso bem-estar”.

Segundo a psicóloga especialista em saúde coletiva, a diabetes atinge 50% a mais as mulheres negras do que as brancas e causa problemas muito antes do que em brancas. “Isso não tem a ver com uma predisposição natural do nosso corpo. São condições de vida, de alimentação, moradia, psíquicas. Tudo isso leva aos nossos indicadores de saúde serem muito piores”.

O debate sobre saúde da mulher negra na pandemia foi mediado pela deputada Talíria Petrone (PSOL-RJ). Ela defendeu o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS), para muitos a única forma de cuidar da saúde. “É fundamental defender o SUS. É o modelo no qual o mundo se espelha. Quando a gente congela investimentos no SUS, a gente precariza o trabalho e dificulta o acesso a esse serviço, que é usado na maioria pela população negra”.

Covid-19 e a população negra

A coordenadora do Observatório da Saúde da População Negra (Popnegra) do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da Universidade de Brasília (UnB), Marjorie Chaves, considerou “emblemático” a primeira morte por covid-19 no Rio de Janeiro ter sido uma empregada doméstica, cuja patroa havia contraído o vírus em uma viagem à Europa.

A deputada e mediadora do debate acrescentou que o vírus “não é democrático”. “A covid encontra corpos que estão circulando nas cidades e vivenciando muita desigualdade. Vai ter gente que não terá acesso à prevenção, possibilidades de distanciamento social e, caso adoeça, vai chegar em um hospital lotado, sem respiradores. Infelizmente, a maior crise sanitária da história recente escracha uma desigualdade racial histórica e a aprofunda”.

Marjorie chamou atenção para a descontinuidade da Política Nacional de Saúde da População Negra. A política havia sido idealizada em 2006 com participação da sociedade civil, mas perdeu força a partir de 2017, com o desmembramento de comitês técnicos nos estados e nos municípios. “Hoje, a gente não tem notícia de como estão esses comitês. Eles foram enfraquecidos, desmembrados e isso é muito perigoso para pensarmos uma discussão democrática sobre saúde”.

 

A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) oferece 30 vagas para curso de mestrado em Direitos Humanos. As inscrições iniciarão no dia 26 deste mês e seguirão até 16 de novembro por meio de um formulário eletrônico. A taxa de participação custa R$ 50.

Promovido pelo Programa de Pós-Graduação em Direitos Humanos (PPGDH), do Centro de Artes e Comunicação (CAC) da UFPE, o mestrado terá, entre suas linhas de pesquisa, “Democracia, Educação em Direitos Humanos e Cidadania”, “Direitos Humanos, Cultura de Paz e Justiça Restaurativa” e “Direitos Humanos, Processos Identitários, Alteridade e Movimentos Sociais”. Análise curricular é uma das etapas do processo seletivo.

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Segundo a instituição de ensino, os selecionados deverão iniciar a formação em 2021, porém o mês ainda não foi anunciado. As aulas serão realizadas no Campus Recife, localizado na Avenida Professor Moraes Rego, 1235, no bairro da Cidade Universitária.

Ainda de acordo com a UFPE, o resultado da seleção será anunciado em 9 de fevereiro. Para mais informações, acesse o edital do mestrado, bem como é possível enviar mensagens para o e-mail ppgdh@ufpe.br.

O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) rasgou elogios ao coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, condenado por crimes de tortura durante a época da ditadura militar, em entrevista ao programa de TV Conflict Zone, da alemã DW. Segundo Mourão, Ustra foi um "homem de honra" e "respeitava os direitos humanos".

"O que posso dizer sobre o homem Carlos Alberto Brilhante Ustra, ele foi meu comandante no final dos anos 70 do século passado, e era um homem de honra e um homem que respeitava os direitos humanos de seus subordinados. Então, muitas das coisas que as pessoas falam dele, eu posso te contar, porque eu tinha uma amizade muito próxima com esse homem, isso não é verdade", afirmou Mourão ao ser indagado sobre os mais de 500 crimes de tortura atribuídos ao coronel. 

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Ustra, morto em 2015, foi o primeiro oficial das Forças Armadas condenado por ações criminosas durante o regime militar. Ele agia no chamado Destacamento de Operações de Informações do Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi).

Durante a entrevista, Mourão também foi questionado se as condenações contra o coronel eram injustas e ele observou que não estava alinhado com a tortura. 

"Em primeiro lugar, não estou alinhado com a tortura, e, claro, muitas pessoas ainda estão vivas daquela época, e todas querem colocar as coisas da maneira que viram. É por isso que eu disse antes que temos que esperar que todos esses atores desapareçam para que a história faça sua parte. E, claro, o que realmente aconteceu durante esse período ... esse período passou", disse.

O vice-presidente, ao ser lembrado que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) classificou Ustra como um "herói nacional", ainda minimizou os crimes que pesam sobre o militar. "Em primeiro lugar, não concordamos com tortura. A tortura não é uma política com a qual nosso país simpatize. E claro, quando há muita gente que lutou contra a guerrilha urbana no final dos anos 60 e início dos anos 70 do século passado, e muitas dessas pessoas foram injustamente acusadas de serem torturadoras".

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