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O ministro da Justiça, Anderson Torres, concedeu a medalha do mérito indigenista ao presidente Jair Bolsonaro (PL) e a si mesmo, de acordo com o despacho publicado no "Diário Oficial da União" desta quarta-feira (16). A condecoração é concedida a pessoas que se destacam pelos trabalhos de proteção e promoção dos povos originários no país. Entidades indígenas brasileiras, por outro, são críticas à entrega da medalha, considerando os poucos feitos do Governo Bolsonaro voltados à preservação dos interesses de povos indígenas. 

Também receberam o mesmo agrado outros nove ministros, entre eles Braga Netto (Defesa), Tereza Cristina (Agricultura), Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos) e Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional). 

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A líder indígena Sônia Guajajara, coordenadora-executiva da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) afirmou que vai contestar o ato na Justiça. Para ela, a concessão da honraria para Bolsonaro é uma "afronta". 

"É uma afronta. É claro que é uma afronta total ao movimento indígena, ao ato pela terra, a tudo que a gente está fazendo para contrapor todas essas maldades desse governo", afirmou Guajajara. 

"A Apib vai emitir uma nota de repúdio e entrar com uma ação judicial para anular esse ato. Um absurdo totalmente descabido. Recebe essa medalha quem luta junto e defende a causa indígena não quem trabalha para destruir", completou a Associação. 

Segundo publicação feita no Diário Oficial, a medalha foi concedida "como reconhecimento pelos serviços relevantes em caráter altruísticos, relacionados com o bem-estar, a proteção e a defesa das comunidades indígenas". 

A homenagem ainda foi entregue ao presidente da Funai (Fundação Nacional do Índio), Marcelo Augusto Xavier da Silva, ao diretor da Força Nacional de Segurança e pré-candidato a deputado federal pelo PL, Antônio Aginaldo de Oliveira, ao diretor-geral da PRF (Polícia Rodoviária Federal), Silvinei Vasques, entre outras autoridades. 

Recentemente, o presidente Jair Bolsonaro tem destacado a guerra na Ucrânia como uma ‘boa oportunidade’ para aprovar o projeto, diante da dependência externa do Brasil para fertilizantes e exploração de terras indígenas com fim de expandir a mineração. O interesse tem sido alvo de críticas e deverá fazer parte da contestação da Apib. 

 

A Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) oferece o curso “Comunicação Inclusiva aplicada aos Negócios”, entre os dias 15 e 18 de março. O curso será on-line e ao vivo, das 19h30 às 22h30, com carga horária de 9 horas. Interessados podem se inscrever pelo site da ESPM. O investimento é de R$666,00. 

O objetivo é estimular o respeito aos direitos humanos pelas empresas, por meio de uma comunicação que englobe diversidade e inclusão. O curso terá aulas ministradas por Mayra Cardozo, advogada especialista em Direitos Humanos pela Universidade Pablo de Olavide (UPO) e pela comunicóloga, professora da ESPM, CEO e fundadora da d.pass e do Beleza de Farmácia, Maytê Carvalho.  

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Segundo Mayra Cardoso e Maytê Carvalho, o curso é destinado para todos que se interessam pela temática de inclusão, diversidade e responsabilidade social empresarial. “O nosso principal objetivo é fazer com que, ao final do curso, os profissionais se tornem agentes da transformação no mundo dos negócios. Nós queremos fazer com que as pessoas atuem no papel de protagonista no desenvolvimento social, se tornando um vetor para um mundo mais inclusivo e diverso”, explicam. 

As aulas são divididas em duas etapas, as expositivas e debate dos temas abordados. Os temas abordados serão as empresas e os direitos humanos; interseccionalidade e lugar de fala; misoginia no ambiente corporativo; além da lógica binária no ambiente corporativo; como dar e receber feedbacks com CNV; privilégio e trauma racial no ambiente corporativo; como lidar com falas machistas e capacitismo no ambiente corporativo. 

 

Só este ano, o Centro Integrado de Atenção e Prevenção à Violência Contra a Pessoa Idosa (CIAPPI), programa vinculado à Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDH) de Pernambuco, recebeu 223 denúncias de violência contra idosos. Do total, que soma os contatos pelo canal nos meses de janeiro e fevereiro, 159 foram contra mulheres idosas. Ao ser comparado com o mesmo período de 2021 — que registrou 97 queixas com 74 vítimas do sexo feminino — o aumento soma 114.86%.

As mulheres lideram a lista de negligência, violência financeira, verbal, psicológica e abandono, de acordo com a análise de dados do programa. Essas violações, segundo o levantamento, ocorrem, em sua maioria, no ambiente familiar.

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“É de fundamental importância o registro das denúncias, seja por parte de um familiar, de um vizinho, de um amigo, pois essa é um tipo de violência silenciosa em que a vítima, muitas vezes, não tem a consciência do abuso, daí a importância da denúncia para estimular a sensibilização da população para que a vítima seja devidamente acompanhada”, alerta o secretário de Justiça e Direitos Humanos em exercício, Eduardo Figueiredo.

Para realizar a denúncia de violações contra pessoas idosas, a população pode entrar em contato com o CIAPPI pelo telefone (81) 3182-7649, das 9h às 14h (horário especial durante a pandemia) ou pelo e-mail ciappi2016@gmail.com.

Um novo decreto em Pernambuco irá destinar R$ 2 milhões para a criação do Programa Estadual de Prevenção de Conflitos Agrários e Coletivos (PPCAC), através da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDH), atualmente responsável por acompanhar 45 lideranças rurais e famílias sob situação de risco ou tensões envolvendo conflitos do tipo. O objetivo da nova iniciativa é dar apoio à população envolvida em conflitos fundiários e ameaçada pela defesa dos interesses de minorias em todo o Estado. 

A SJDH já monitora este público pelo Programa Estadual de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos, criado em 2012. No estado, os municípios de Maraial, Jaqueira e Barreiros, todos na Mata Sul, foram os que mais registraram conflitos fundiários nos últimos três anos. De acordo com o Governo de Pernambuco, o novo programa aumentará a capacidade de atendimento em cinco vezes, com cerca de 225 famílias podendo ser contempladas pela política pública. A assinatura do decreto aconteceu nessa quarta-feira (16). 

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As ações do novo programa vão envolver as secretarias de Justiça e Direitos Humanos; Defesa Social; Prevenção à Violência e às Drogas; Desenvolvimento Social; Saúde; e Educação, além da Defensoria Pública do Estado. Entre as medidas que já vinham sendo adotadas está a inclusão de lideranças no programa de proteção, além da instalação de câmeras de segurança nas residências dos ameaçados, realização de rondas policiais diárias e mediação das questões processuais junto ao Poder Judiciário.  

“A criação de um programa específico para casos de conflitos agrários é uma mensagem bem clara que estamos dando: não vamos tolerar perseguições, atos de violência e ameaças contra pessoas que estão lutando por seus direitos e os de seus pares. Nossa rede de apoio está sendo ampliada e todos os crimes relacionados com esse tema terão sua investigação tratada com prioridade”,  disse o governador Paulo Câmara (PSB).  

O secretário de Justiça e Direitos Humanos em exercício, Eduardo Figueiredo, garantiu que a instalação do novo programa será imediata. “Os conflitos agrários vinham sendo tratados dentro de um programa mais abrangente de proteção aos defensores de direitos humanos. Agora, vamos ter uma política específica para esse tema e, por isso mesmo, ainda mais consistente”, concluiu.  

Estiveram presentes à assinatura do decreto os secretários Humberto Freire (Defesa Social), Alexandre Rebelo (Planejamento e Gestão) e Cloves Benevides (Políticas de Prevenção à Violência e às Drogas).  

Caso Jonatas 

O Governo de Pernambuco afirmou que os familiares do menino Jonatas de Oliveira, morto no último dia 10 de fevereiro, poderão ser incluídos no programa de proteção e que a oferta de apoio já foi feita. O crime aconteceu no Engenho Roncadorzinho, no município de Barreiros. A criança era filha de Geovane da Silva Santos, uma das principais lideranças da comunidade, composta por agricultores familiares que vivem em situação de conflito fundiário com empresas que exploram a área. Geovane também foi atingido de raspão. 

 

Em um evento da Caixa Econômica Federal alusivo à contratação de pessoas com deficiência, o presidente Jair Bolsonaro (PL) criticou o que chamou de política de direitos humanos "equivocada" de governos anteriores. Com a popularidade em baixa, o chefe do Executivo, que deve tentar a reeleição neste ano, também exaltou a isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) na compra de carros por taxistas e pessoas com deficiência como uma conquista de seu governo.

"Muitos falam em discurso sobre direitos humanos, a política equivocada lá atrás, que se faz presente, real e verdadeira em nosso governo", disse Bolsonaro, em um discurso que durou menos de cinco minutos. Durante o evento, o chefe do Executivo, a primeira-dama Michelle e o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, entregaram crachás funcionais do banco a pessoas com deficiência recém-contratadas.

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Bolsonaro afirmou que a ação da Caixa foi inspirada na primeira-dama. "Como é bom fazer política do bem. Esse dia ímpar para todos nós, inesquecível para a Caixa Econômica Federal, será marcado, com toda certeza, como um dos atos mais grandiosos desse governo, que veio pelas suas mãos", afirmou o presidente, dirigindo-se a Guimarães.

"Outra ação também, com toda a certeza, inspirada nela [Michelle], junto ao nosso parlamento brasileiro, deputados e senadores aqui presentes, [foi] quando renovamos a isenção de IPI para taxistas e pessoas com deficiência, onde foram incluídos as pessoas com deficiência auditiva", acrescentou Bolsonaro. O projeto que estendeu até 31 de dezembro de 2026 o benefício fiscal, aprovado pelo Congresso no final do ano passado, foi sancionado pelo presidente em 1º de janeiro.

Em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto para a eleição de outubro, Bolsonaro tem se esforçado para mostrar realizações de seu governo. Levantamento do Ipespe divulgado nesta sexta-feira, 11, mostra o ex-

presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em primeiro lugar, com 43% de intenção de voto no primeiro turno, seguido pelo atual presidente, com 25%.

A mesma sondagem mostrou que 54% dos entrevistados consideram o governo Bolsonaro ruim ou péssimo, contra 24% que avaliam a gestão como boa ou ótima. Em relação à economia, 63% responderam que o governo está no caminho errado, ante 27% que consideraram o contrário.

A Caixa informou, por meio de nota, que foram contratados 992 novos funcionários com deficiência para reforçar o atendimento nas agências e o setor de tecnologia do banco. "Com esse reforço, a Caixa alcançará cerca de 4,4 mil empregados PcD, o que representará 5% do seu quadro de pessoal", diz um trecho do comunicado.

Também participaram do evento o vice-presidente Hamilton Mourão, que anunciou hoje sua candidatura ao Senado pelo Rio Grande do Sul, o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Luiz Eduardo Ramos, e o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno.

 As questões de gênero, na atualidade amplamente debatidas, são pautas que passam por desconstruções, debates e avanços diários em todo o mundo, mas seguem atuais a cada dia e ainda carentes de novos espaços de expansão. De circunstâncias associadas a esses problemas, o Dia Internacional de Luta Contra a Violência à Mulher, celebrado tradicionalmente no 25 de novembro, foi criado, em memória, originalmente, de três vidas perdidas para a violência contra a mulher nesta data.  

"Se me matam, levantarei os braços do túmulo e serei mais forte". Foi com esta frase que a ativista Minerva Mirabal, da República Dominicana, respondeu ao ter sua morte anunciada pelo regime trijilista (Rafael Leónidas Trujillo, 1930-1961). Em 25 de novembro de 1960, seu corpo foi encontrado no fundo de um barranco, no interior de um jipe, junto com os corpos de suas irmãs, Patria e Maria Teresa, e do motorista Rufino de la Cruz. As ativistas dominicanas ficaram conhecidas como “As Mariposas” (Las Mariposas) e o caso obteve repercussão mundial. 

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Vinte e um anos após os assassinatos, foi proposto no Primeiro Encontro Feminista Latino-Americano e Caribenho de 1981, realizado em Bogotá, Colômbia, o Dia de Luta Contra a Violência à Mulher. Em 17 de dezembro de 1999, a Assembleia Geral das Nações Unidas declarou 25 de novembro o Dia Internacional da Eliminação da Violência Contra à Mulher, em homenagem às Mariposas. 

No Brasil

 A data é celebrada anualmente, em convenção com os mais de 150 países que reconhecem a importância da luta para o fim da violência de gênero. Como acontece desde 2003, o país adotou a campanha dos “16 dias de ativismo” pelo fim da violência contra à mulher, iniciativa mundial que, geralmente, se inicia no dia 25, mas no Brasil começa desde o dia 20 de novembro, incorporando também o Dia da Consciência Negra, levando em conta as questões de raça associada às de gênero e vulnerabilidade social. Hoje (25), o Congresso Nacional realizou uma sessão solene para marcar a data. 

A sessão foi realizada por requerimento das senadoras Leila Barros (Cidadania-DF) e Simone Tebet (MDB-MS) e das deputadas Tereza Nelma (PSDB-AL) e Celina Leão (PP-DF). Durante a sessão, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) ressaltou a importância da sessão solene para dar visibilidade ao problema. 

O que é violência contra a mulher? 

A violência contra a mulher é qualquer ação ou conduta, baseada no gênero, que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher, tanto no âmbito público como no privado. 

Violência física (visual): É aquela entendida como qualquer conduta que ofenda integridade ou saúde corporal da mulher. É praticada com uso de força física do agressor, que machuca a vítima de várias maneiras ou ainda com o uso de armas, exemplos: Bater, chutar, queimar. cortar e mutilar. 

Violência psicológica (não-visual, mas muito extensa): Qualquer conduta que cause dano emocional e diminuição da autoestima da mulher, nesse tipo de violência é muito comum a mulher ser proibida de trabalhar, estudar, sair de casa, ou viajar, falar com amigos ou parentes. 

Violência sexual (visual): A violência sexual está baseada fundamentalmente na desigualdade entre homens e mulheres. Logo, é caracterizada como qualquer conduta que constranja a mulher a presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada; quando a mulher é obrigada a se prostituir, a fazer aborto, a usar anticoncepcionais contra a sua vontade ou quando a mesma sofre assédio sexual, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade. 

Violência patrimonial (visual-material): Qualquer conduta que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de objetos pertencentes à mulher, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades. 

Violência moral (não-visual): Entende-se por violência moral qualquer conduta que importe em calúnia, quando o agressor ou agressora afirma falsamente que aquela praticou crime que ela não cometeu; difamação; quando o agressor atribui à mulher fatos que maculem a sua reputação, ou injúria, ofende a dignidade da mulher. (Exemplos: Dar opinião contra a reputação moral, críticas mentirosas e xingamentos). Obs: Esse tipo de violência pode ocorrer também pela internet.  

Brasil 

Em 2020, os canais Disque 100 e Ligue 180 registraram 105.671 denúncias de violência contra a mulher, o que representa um registro a cada cinco minutos. O dado foi divulgado pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos na primeira quinzena de março deste ano. 

Segundo a pasta, 72% dessas denúncias foram de violência doméstica e familiar. De acordo com a Lei Maria da Penha, esse tipo de violência é caracterizado pela ação ou omissão que causem morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico da mulher. Ainda estão na lista danos morais ou patrimoniais a mulheres. Os outros 22% foram registros de violação de direitos civis e políticos, como tráfico de pessoas, cárcere privado e condição análoga à escravidão. 

O ministério informou que a maioria das vítimas são mulheres declaradas como pardas, de 35 a 39 anos, com renda de até um salário mínimo. O perfil mais comum dos suspeitos relatados nas denúncias é de homens brancos de 35 a 39 anos. 

País mais letal para pessoas trans 

Novamente em 2020, o índice de mortalidade entre pessoas trans no Brasil liderou entre os números mundiais. Foram 175 travestis e mulheres transexuais assassinadas, de acordo com o dossiê da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra). A alta foi de 41% em relação ao ano anterior, quando foram registrados 124 homicídios. 

 

No próximo sábado (20), a Prefeitura do Recife dará início à 8ª Jornada de Direitos Humanos. Serão realizadas mais de 60 atividades com o objetivo de reafirmar a luta dos Direitos Humanos e fortalecer as agendas alusivas ao tema. 

As ações devem seguir até o dia 10 de dezembro, quando se celebram os 73 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos. A programação contará com palestras, oficinas, lives, serviços, exposições e espetáculos. 

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A prefeitura aponta que o principal objetivo da iniciativa é reunir e levar para todos os pontos da cidade diversos tipos de ações com temáticas relacionadas à igualdade racial, aos direitos da  criança e do adolescente, das pessoas idosas, das mulheres, das pessoas com deficiência, da população LGBTI+, entre outros segmentos da sociedade.

No Dia Nacional da Consciência Negra, 20 de novembro, a Jornada de Direitos Humanos terá início com diversas ações no Pátio de São Pedro, no bairro de São José. À tarde, será aberta a exposição Agosto da Jurema, no Centro de Design, que contará com registros fotográficos de terreiros existentes no Recife. 

 Na Casa do Carnaval acontecerá a apresentação “O Ifá Contou”, da contadora de histórias e educadora Kemla Baptista. No Núcleo de Cultura Afro, será realizado o workshop de tranças e dreads com os profissionais do Salão Afro Gana Hare.

À noite, o Pátio recebe a apresentação dos coletivos Afoxés e Blocos Afro, além do desfile de moda africana com o estilista senegalês Lassana Mangssouba. 

A Estação da Diversidade, ação itinerante que leva profissionais para divulgar e orientar sobre os serviços municipais voltados para o público LGBTI+, irá acontecer em pelo menos oito localidades diferentes ao longo dos 21 dias da Jornada. 

Um dos grandes destaques da 8ª Jornada é a assinatura do Termo de Fomento que destina o valor de R$ 1,2 milhão a projetos das Organizações da Sociedade Civil, através do Fundo Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa, aprovados em Chamamento Público pelo Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa do Recife. 

O aporte financeiro tem origem de doações de entidades de pessoas jurídicas, com obtenção da dedução fiscal garantida pela Receita Federal e por destinação de pessoas jurídicas, em suas Declarações Anuais de Rendimentos. A ação demonstra a Prefeitura do Recife devolvendo à sociedade seus investimentos na Política Municipal da Pessoa Idosa.

No último dia da Jornada, que é quando a Declaração Universal completa 73 anos, 10 de dezembro, o Parque 13 de Maio recebe a exposição “Do Direito a ter Direitos”, que consiste em 30 painéis, que ficarão permanentemente no entorno da pista de cooper, apresentando os 30 artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Também neste dia, acontece a cerimônia de premiação do Concurso de Crônicas: Velhice não é Doença, que premiará os ganhadores com os valores de R $3 mil, R$ 2 mil R$ 1 mil, para os primeiros três lugares.

Um grupo formado por dez ex-ministros dos Direitos Humanos que atuaram durante os governos FHC, Lula e Dilma interpelou o presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF) em razão de o chefe do Executivo ter imputado a ex-titulares da pasta "conivência e estímulo" à pedofilia. A declaração questionada se deu durante o evento "Simpósio da Cidadania Cristã" realizado na Igreja Batista Central de Brasília no último dia 5 - data que marcou o aniversário de 33 anos da Constituição.

De acordo com os autores da interpelação, Bolsonaro "fez do marco em que se celebra pouco mais de três décadas do retorno ao Estado Democrático de Direito palco para comportamento incompatível com as suas atribuições".

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O documento protocolado no STF na noite desta segunda-feira (18) é de autoria dos ex-ministros Gilberto José Spler Vargas, Ideli Salvatti, José Gregori, Maria do Rosário Nunes, Mário Mamede Filho, Nilmário de Miranda, Nilma Lino Gomes, Paulo Sérgio Pinheiro, Paulo Vannuchi e Rogério Sottili.

Os dez ex-ministros dos Direitos Humanos pedem à Corte que intime Bolsonaro a responder uma série de perguntas sobre a declaração e indicam que, caso o presidente se recuse a prestar as explicações ou se dá-las de forma "insatisfatória" responderá pelas ofensas.

O grupo é representado pelos advogados Antonio Cláudio Mariz de Oliveira, Soraia da Rosa Mendes e Tarso Fernando Herz Genro. Na interpelação, eles apontam que Bolsonaro atingiu a honra e a reputação dos ex-ministros, a quem "imputou conivência e estímulo comportamento dotado de relevante reprovação social", destacando o "potencial difamatório" da fala de Bolsonaro.

"As palavras possuem especial impacto à honra objetiva dos Requerentes precisamente em razão da função por eles exercida, pois o histórico de incansável defesa dos Direitos Humanos definitivamente não se compatibiliza com nenhuma insinuação de pertinência a atos ilícitos e a conceito clínico comumente (embora alheia à técnica jurídica) retratado como uma ilicitude per se", argumentam.

De acordo com o documento, durante o evento na Igreja Batista Central de Brasília, Bolsonaro afirmou: "Quem lembra o que era o Ministério dos Direitos Humanos? Quem eram as pessoas que já ocuparam aquele Ministério? Como uma, por exemplo, que tinha lá, um site chamado "Humaniza Redes", que era… que incentivava a pedofilia. Dizia que o pedófilo era um doente, (que) devia ser entregue para um hospital, e não ser levado a uma delegacia".

Confira a seguir as perguntas que os ex-ministros querem que Bolsonaro responda:

- O interpelado (Bolsonaro) confirma sua manifestação feita no "Simpósio da Cidadania Cristã, no dia 5 de outubro de 2021, na Igreja Batista Central do Brasil", no sentido de terem os ex-ministros dos Direitos Humanos incentivado a 'pedofilia'?

- O interpelado confirma suas declarações atualmente, caso as tenha feito?

- O interpelado pode citar fatos concretos que o tenham levado a fazer tal afirmação, caso a tenha feito?

- O interpelado saber informar se os ex-ministros foram processados ou se responderam a inquérito sob a acusação de terem praticado pedofilia?

- O interpelado pode informar quais foram as razões que o levaram a afirmar que o PLC 22 apresentou 188 itens para destruir a família brasileira?

- O interpelado pode apontar alguns desses itens e explicá-los?

- A quem o interpelado se referiu ao dizer que 'tem gente que, voltando ao poder, vai ressuscitar tudo isso aí'.

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Comissões da Ordem dos Advogados do Brasil de Pernambuco (OAB-PE) se reuniu na manhã desta quinta-feira (7), no Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), para conversar com o delegado Diego Acioli, responsável pelo inquérito policial da advogada de 29 anos, atropelada em um protesto contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no último dia 2 de outubro, no Centro do Recife. O condutor do veículo foi identificado como Luciano Soares, um ex-candidato a vereador pelo PSC-PE. Segundo informações das equipes da OAB, a vítima segue internada em leito de UTI em um hospital da capital pernambucana. 

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A Comissão de Advocacia Popular acompanha o processo formalmente, mas terá suporte jurídico dos demais grupos voltados aos direitos da pessoa dentro da Ordem. Participam, extra-oficialmente, a Comissão Especial de Segurança Pública, a Comissão da Mulher Advogada e a Comissão de Direitos Humanos da OAB-PE. 

Segundo Antônio Celestino, da Comissão da Advocacia Popular, o receio das autoridades é de que o caso possa ter sua dimensão inferiorizada e assim, criar um precedente “perigoso” para a liberdade de expressão e protesto no estado de Pernambuco. 

“A presidência da OAB designou a Comissão de Advocacia Popular para acompanhar formalmente o inquérito. A posição da OAB é a seguinte: era uma advogada no exercício da profissão, mas para além disso, foi um atentado à vida, poderia ter sido qualquer pessoa, e queremos que as apurações aconteçam o mais rápido possível. Quando há uma afronta como essa, o que fica em jogo é o direito de protesto. É um precedente perigoso que uma pessoa que diga ter sua propriedade ameaçada por uma multidão e passe por cima de alguém, atente dolosamente contra a vida de alguém. Estamos tentando fazer com que isso não seja um precedente perigoso em Pernambuco”, explica Celestino ao LeiaJá.

Também segundo o advogado, a vítima, que segue internada, ainda não prestou depoimento. A conversa agora tenta viabilizar uma apuração mais rápida e que proteja os direitos dos manifestantes nos protestos seguintes, que já têm data marcada para 15 de novembro. 

“Queremos agilizar todas as demandas do inquérito, para que ele seja apurado de forma justa e com um resultado satisfatório para todos, especialmente à vítima. Teremos acesso ao inquérito, para saber quais diligências foram solicitadas, se foram ouvidas testemunhas. Se já foram solicitadas as câmeras, a CTTU (Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife) e o que falta para concluir o inquérito, para saber o paradeiro do investigado e se ele já foi ouvido”, afirma Carina Acioly, presidente da Comissão Especial de Segurança Pública da OAB-PE e que presta assistência jurídica ao caso. 

As comissões avaliam o atropelamento como um crime de ódio, e que o incômodo do autor do crime não justifica a “barbárie” e nem “passar por cima de uma manifestante que apenas usava a via pública”, explica Cláudio Ferreira, presidente da Comissão de Direitos Humanos (CDH). 

A reunião terminou por volta das 12h40 e, ainda de acordo com o presidente da CDH, a conversa com o delegado Diego Acioli foi positiva e mostrou que há alinhamento dos interesses policiais e da Ordem na questão. A produção de provas técnicas já foi iniciada.

"O delegado está ouvindo um hall de testemunhas muito grande, como também providenciou as provas técnicas, imagens das câmeras de segurança e particulares na SDS. A preocupação da OAB é que quando se tem um advogado no exercício da profissão, que sofre um atentado dessa natureza, é ruim para a advocacia, para a democracia e põe em risco o direito de manifestação da população. O delegado franqueou as comissões da OAB para acompanhar todo o inquérito, e disse que o inquérito já está bastante robusto e acredita que pode ser concluído em 30 dias e até um pouco antes", continuou.

Cláudio Ferreira acredita que o crime possa ser enquadrado como tentativa de homicídio, mas ainda é cedo para afirmar uma tipificação, já que é preciso melhor apuração das imagens do ocorrido. O acusado, Luciano Soares, alega dano ao patrimônio e ter se sentindo ameaçado pelos manifestantes, pois teve medo de obter alguma retaliação após avançar o carro na multidão, segundo a OAB.

A batalha pelo direito ao aborto chegou neste sábado (2) às ruas dos Estados Unidos, onde centenas de milhares de pessoas começaram a se reunir em diferentes cidades para uma nova edição da "Marcha das Mulheres", convocada para frear uma forte ofensiva conservadora.

"As mulheres deveriam poder decidir o que fazer com seus corpos, ponto", disse Laura Bushwitz, de 66 anos, professora aposentada que compareceu ao protesto em Washington.

"Estou cansada que me digam o que posso ou não posso fazer (...) Ouviu, Suprema Corte?", completou.

Até agora foram registrados poucos protestos desde que entrou em vigor, em 1º de setembro, uma lei no Texas que proíbe praticamente todos os abortos no estado, o que provocou uma guerra judicial e um contragolpe no Congresso.

A dois dias do reinício das audiências na Suprema Corte de Justiça, que arbitrará a disputa, quase 200 organizações convocaram os defensores dos direito ao aborto para manifestações em todo o país.

O principal evento acontece em Washington D.C, onde milhares de pessoas começaram a se reunir para uma passeata que seguirá até o principal tribunal do país, que há quase 50 anos reconheceu o direito ao aborto na sentença do caso Roe vs Wade.

A Suprema Corte, que teve a composição drasticamente alterada pelas nomeações de juízes conservadores pelo ex-presidente Donald Trump, parece pronta agora para alterar a norma.

O tribunal se negou a intervir em caráter de urgência para bloquear a lei do Texas e poderia aproveitar a revisão de uma restritiva do estado do Mississippi para mudar sua jurisprudência.

As capitais destes dois estados conservadores, Austin e Jackson, respectivamente, também devem receber manifestações, assim como outras 600 cidades.

Os organizadores, uma aliança que reúne desde pequenos grupos feministas até grandes organizações como a Planned Parenthood, que promove o planejamento familiar, acreditam que mobilizarão 240.000 pessoas em todo o país.

"Lutamos para que o aborto não apenas seja legal, mas também acessível e sem estigmas", afirma um comunicado divulgado pela organização dos protestos. As ativistas desejam que o Congresso estabeleça o direito ao aborto na lei federal com o objetivo de protegê-lo de uma possível reversão na Suprema Corte.

Um projeto de lei neste sentido foi aprovado na semana passada na Câmara de Representantes, controlada pelos democratas, mas não tem chance de triunfar no Senado, onde os republicanos podem bloquear o texto.

- "Desejo patriarcal" -

Uma primeira "Marcha das Mulheres" aconteceu em 2017, pouco depois da posse do presidente Trump e reuniu milhões de opositores do republicano, que o chamaram de sexista.

Marchas posteriores tiveram menos participantes, em parte porque uma de suas promotoras foi acusada de antissemitismo.

"Este ano estamos unidos", promete o comunicado divulgado pela organização. "Voltamos às ruas pela primeira vez na era Biden porque com a mudança no Salão Oval (da Casa Branca) não acabou o desejo politizado, perverso e patriarcal de controlar nossos corpos", acrescenta a nota, em referência à vitória de Joe Biden em 2020, que não mudou a dinâmica nos estados.

Pelo contrário, estimulados pela entrada na Suprema Corte de três magistrados designados por Trump, legisladores conservadores locais iniciaram uma verdadeira ofensiva contra o direito ao aborto: desde 1º de janeiro, 19 estados aprovaram 63 leis restritivas.

Se a Suprema Corte anular a sentença do caso Roe vs Wade, todos os estados ficariam livres para proibir ou permitir os abortos. Desta maneira, 36 milhões de mulheres em 26 estados, ou quase metade das mulheres americanas em idade reprodutiva, provavelmente perderiam o direito a abortar, segundo um relatório divulgado pela Planned Parenthood.

Nesta sexta-feira (1º), a Defensoria Pública da União (DPU) entrou com ação civil pública contra o Conselho Federal de Medicina (CFM), pela entidade autorizar o uso de cloroquina e da hidroxicloroquina para o tratamento da Covid-19, mesmo sem a eficácia comprovada. A DPU quer que a CFM pague pelo menos R$ 60 milhões por danos morais coletivos. 

Segundo a CNN, a Defensoria Pública da União aponta que o Conselho Federal de Medicina adota postura "acientífica" por manter válido até hoje o parecer de maio de 2020, no qual propõe que os profissionais considerem o uso dos medicamentos sem eficácia comprovada para o tratamento de pacientes com sintomas leves, com sintomas importantes e críticos recebendo cuidados intensivos em nome da autonomia médica.

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“Não há justificativa em recomendar ou ao menos ‘autorizar’ o uso destes medicamentos, mesmo que para fins experimentais, e muito menos possibilitar que fique à mercê da autonomia do médico a decisão de sua prescrição, como se isso não configurasse, no atual estágio de conhecimento científico, erro médico crasso, em total detrimento das evidências científicas coletadas”, diz o documento, que é assinado por defensores regionais de direitos humanos de dez estados do país.

A DPU salienta que a CFM acaba dando "amparo científico e garantias de impunidade administrativa, para a atrocidades que têm sido relatadas e investigadas na CPI da Pandemia do Senado Federal, que acusa a Prevent Senior de utilização massiva de 'kit covid' para seus pacientes, adulteração de dados nos prontuários e certidões de óbitos de pacientes e prescrição de tratamentos paliativos em detrimentos da internação na UTI", salienta o órgão.

Além dos danos morais coletivos, a DPU quer que o Conselho Federal de Medicina suspenda o parecer relativo à cloroquina e à hidroxicloroquina e pague aos familiares que perderam parentes tratados com esses medicamentos, pelo menos, R$ 50 mil.

A Gerência de Políticas Educacionais de Educação Inclusiva, Direitos Humanos (GEIDH), da Secretaria de Educação e Esportes de Pernambuco, abre inscrições para o concurso de redação “Educação em Direitos Humanos: a linguagem e os direitos às diversidades”. A iniciativa é direcionada para estudantes dos ensinos fundamental, médio, Educação de Jovens e Adultos (EJA) e estudantes do atendimento socioeducativo de instituições estaduais.

Os interessados em participar do concurso podem se inscrever até 29 de outubro por meio do envio dos textos, digitalizados, para o e-mail emancipacaoeducacao@gmail.com. As redações devem conter o nome completo do aluno, idade, ano ou módulo que está cursando, nome da escola e da Gerência Regional de Educação (GRE).

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Como previsto no edital, o resultado será divulgado partir de 3 de dezembro e a premiação será no dia 10 do mesmo mês. “A importância deste certame se dá pelo incentivo à discussão de temas em Direitos Humanos como o respeito e a valorização do idoso, a inclusão, as relações de gênero e sobre o racismo", ressalta a gerente da GEIDH Vera Braga, por meio de assessoria.

 

O governo brasileiro compareceu ao debate do Comitê de Desaparecimentos Forçados, da Organização das Nações Unidas (ONU), em Genebra, nesta segunda-feira (13). É a primeira vez que a organização examina a situação do desaparecimento forçado no Brasil, colocando pressão sobre o país em temas como a violência policial, presença de milícias e sobre a forma com a qual o Estado lida com as vítimas da ditadura. O exame ocorre uma semana antes da ida do presidente para a abertura da Assembleia Geral da ONU, em Nova Iorque.

Na ocasião, o governo de Jair Bolsonaro usou o debate para garantir que a democracia brasileira vive "sua plenitude" e atacou o que chama de "relativização da vida", numa referência ao aborto, segundo a coluna de Jamil Chade. Para apresentar o que tem sido feito no país, o Brasil destacou uma delegação de 20 pessoas, incluindo o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, Ministério da Justiça e Itamaraty.

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Mas, em sua apresentação diante dos membros do Comitê, a secretária nacional de Proteção Global (SNPG), Mariana Neris, fez questão de insistir em apontar para a situação nacional. Segundo ela, a democracia "vive sua plenitude" e a defesa dos direitos humanos é um dos pilares do estado. A declaração vem num momento em que o país é alvo de desconfiança internacional.

Na semana passada, a ONU fez um apelo para que o estado de direito fosse preservado no país, enquanto o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos alerta para os ataques contra instituições, entre elas o STF. O Comitê irá examinar a situação brasileira nos próximos dias e apontar para problemas que terão de ser lidado no que se refere ao combate ao desaparecimento forçado.

A declaração chama atenção, também, por ser similar à dada pelo tucano Aécio Neves, em 2016, quatro meses antes do impeachment de Dilma Rousseff. Em entrevista a jornais e agências de notícias internacionais, o então presidente nacional do PSDB disse que “na verdade, se há algo sólido hoje no Brasil são as nossas instituições democráticas. O Brasil vive um momento, sim, de inquietação política, mas com as nossas instituições funcionando na sua plenitude”.

Cerca de uma semana antes do discurso do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na abertura da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque, o Brasil foi incluído na lista de alerta internacional de países que preocupam em relação à defesa dos direitos humanos. O país não era citado pela entidade desde a redemocratização.

Na abertura do Conselho de Direitos Humanos da ONU, nesta segunda (13), a representante de direitos humanos da entidade, Michelle Bachelet, afirmou que alteração de três leis do pacote antiterrorismo proposta pelo governo brasileiro ameaça ativistas e entidades da sociedade civil. A mudança é vista como uma movimentação para silenciar a oposição e limitar o direto de protesto, bem como liberdades individuais.

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"Meu escritório também está preocupado com a nova proposta de legislação antiterrorista no Brasil que inclui disposições excessivamente vagas e amplas que apresentam riscos de abusos, particularmente contra ativistas sociais e defensores dos direitos humanos", criticou ao comentar sobre o projeto que estende a definição de terrorismo, libera a infiltração de agentes públicos em manifestações e autoriza operações sigilosas.

A comissária também se mostrou atenta aos abusos contra povos indígenas, em especial o Yanomami. "Estou alarmada com os recentes ataques contra membros dos povos Yanomami e Munduruku por garimpeiros ilegais na Amazônia [...] tentativas de legalizar a entrada de empresas em territórios indígenas, e limitar a demarcação de terras indígenas - notadamente através de um projeto de lei que está sendo analisado na Câmara dos Deputados - também são motivo de grande preocupação", destacou Bachelet.

A lista de alerta de direitos humanos da ONU é composta por aproximadamente 40 países dentre Haiti, Honduras, Guatemala e El Salvador, Mali, Filipinas, Myanmar, Níger, Ucrânia, China ou Venezuela.

O Centro de Educação em Direitos Humanos da Universidade Estadual do Paraná (CEDH/Unespar) promove, nos dias 16 e 17 de setembro, o Seminário Nacional de Educação em Direitos Humanos: universidade, comunidades e libertação na perspectiva de Paulo Freire. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas até o dia 15 por meio do preenchimento do formulário virtual.

O evento é aberto à comunidade interna e externa da instituição, e tem por objetivo debater a educação e os direitos humanos por uma perspectiva freiriana. O patrono da educação brasileira completaria 100 no dia 19 de setembro.

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Devido à pandemia do novo coronavírus, as atividades do seminário serão transmitidas unicamente de forma virtual, pelo canal do YouTube da Unespar e pelo Google Meet. A programação pode ser conferida no site do evento.

Na próxima segunda-feira (16), o LeiaJá inicia a série de lives em comemoração aos 10 anos do portal de notícias. O primeiro dia do evento "Meeting de Jornalismo LeiaJá 10 anos" terá como temática jornalismo e direitos humanos e contará com mediação do editor do veículo Nathan Santos e as jornalistas Marília Parente, repórter do LeiaJá, Joana Suarez, repórter freelancer, e Mariama Correia, editora da Agência Pública. O evento será transmitido por meio do canal do LeiaJá no YouTube, às 19h. 

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Nathan Santos reforça a importância de se debater a temática e da realização das lives. "Em tempos de pandemia, em que a desigualdade social fica mais evidente no Brasil, o jornalismo focado em direitos humanos se apresenta essencial para o País. O evento promovido pelo LeiaJá, além de celebrar uma década de luta do portal, promove debates de excelência sobre jornalismo, beneficiando estudantes, profissionais da área e, principalmente, os nossos leitores", destaca. 

Para a repórter especial do veículo, Marília Parente, a oportunidade, gerada pela realização da iniciativa, resultará em uma troca instigante. "Fico feliz em poder contribuir com o debate sobre jornalismo e direitos humanos a partir da partilha de minhas vivências do cotidiano como repórter especial. Diante de profissionais tão qualificados, imagino que a troca será bastante instigante para mim e para o público", diz.

O "Meeting de Jornalismo LeiaJá 10 anos" será realizado de 16 a 20 de agosto e traz para o debate o jornalismo sob diferentes perspectivas. Confira a programação completa:

A Coalizão Negra por Direitos denunciou, nesta quinta-feira (22), à Organização das Nações Unidas (ONU) o presidente da Fundação Cultural Palmares (FCP), Sérgio Camargo, por violação de Direitos Humanos e dos interesses da população negra. O apelo foi enviado e assinado pela entidade, que reúne 200 grupos e coletivos negros para promover ações de incidência política nacional e internacional.

O objetivo da ação inédita é solicitar a interferência da ONU para que a organização notifique o Estado brasileiro acerca das denúncias, a fim de “garantir o exercício de direitos da população negra no Brasil e a proteção da memória e patrimônio cultural que estão sob tutela da Fundação Palmares''. No documento, que o portal Alma Preta Jornalismo teve acesso, a Coalizão descreve o comportamento de Camargo como “totalmente adverso ao escopo institucional que se espera da conduta e lisura” de quem ocupa a Fundação.

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Figuram entre os ataques mencionados no dossiê, as tentativas de Sérgio Camargo de promover o desmonte da proteção institucional do patrimônio histórico e cultural afro-brasileiro, bem como os inúmeros ataques ao movimento negro e militantes antirracistas. Segundo a Coalizão, trata-se de uma tentativa de censurar e promover o apagamento histórico da luta negra no país.

A ação anexou ainda a alteração da lista de personalidades negras feita pelo presidente da FCP, que desagradou ao anunciar que a tornaria uma lista póstuma, ou seja, de homenagens a pessoas que já faleceram. A opinião dos movimentos negros, no entanto, é uníssona ao reafirmar a importância da lista, que reúne uma coletânea de lideranças e propagadores da luta por igualdade racial, a exemplo das escritoras Carolina Maria de Jesus e Conceição Evaristo.

Camargo e relação com a imprensa

De acordo com o portal Alma Preta Jornalismo, a reunião de documentos enviados para a ONU também pauta as agressões de Sérgio Camargo a jornalistas e à imprensa de forma abrangente. Em um dos episódios mais recentes, Camargo comentou o caso conhecido como “Chacina do Jacarézinho”, no Rio de Janeiro, que causou a morte de 29 jovens em sua maioria negros, e chegou a afirmar que “parcela significativa dos jornalistas é usuária de cocaína”, buscando desqualificar a cobertura da imprensa.

A alta comissária da ONU para os direitos humanos, Michelle Bachelet, pediu nesta segunda-feira (21) uma ação urgente, diante dos "maiores e mais graves recuos" nos direitos humanos que ela já viu, em um discurso no mais importante órgão da ONU nesta área.

"Para nos recuperarmos dos maiores e mais graves recuos dos direitos humanos já vistos, precisamos ter uma visão que mude a vida e uma ação coordenada" para implementá-la, declarou Bachelet aos membros do Conselho de Direitos Humanos, na abertura de sua 47ª sessão.

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"Precisamos (...) de sociedades que, apesar de diversas, compartilhem compromissos fundamentais para reduzir as desigualdades e fazer todos os direitos humanos avançarem", acrescentou a ex-presidente chilena.

Em seu discurso inaugural, Bachelet disse estar "alarmada" com o "alto nível de violência política" nas recentes eleições legislativas e municipais no México e expressou sua "grave preocupação" com a repressão contra manifestantes na Colômbia.

"Pelo menos 91 políticos e membros de partidos, entre eles 36 candidatos eleitorais, foram assassinados durante o período eleitoral que começou em setembro de 2020", relatou Bachelet.

Ela também denunciou ataques e ameaças contra políticos, além de violência de gênero contra as mulheres, "incluindo violência sexual e campanhas de difamação".

As eleições de 6 de junho, nas quais o presidente Andrés Manuel López Obrador manteve a maioria parlamentar apesar de perder cadeiras, foram marcadas por vários atos de violência, inclusive no mesmo dia de votação em que foram assassinadas cinco pessoas que organizavam as eleições.

"É vital assegurar a prestação de contas por estes atos e garantir que não voltem a se repetir", frisou ela.

A ex-presidente chilena também abordou a onda de protestos contra o governo que explodiu no final de abril passado na Colômbia.

"Meu escritório expressou sua grave preocupação diante das acusações de sérias violações dos direitos humanos por parte das forças de segurança", afirmou Bachelet.

Segundo dados citados por ela, de 28 de abril a 16 de junho foram registradas 56 mortes (54 civis e dois policiais), principalmente em Cali, além de 49 vítimas de violência sexual.

As autoridades civis e a Defensoria da Colômbia elevam este balanço para pelo menos 61 mortos,, incluindo dois policiais.

Bachelet destacou ainda que, "embora a maioria das manifestações tenha sido pacífica, houve alguns episódios de violência". Nesse sentido, a alta comissária estimulou "o diálogo para resolver a crise".

Na manhã desta quinta-feira (3), líderes de movimentos sociais se reuniram virtualmente para denunciar e discutir sobre três ações violentas da Polícia Militar de Pernambuco. As autoridades de segurança pública do Estado são duramente criticadas pela truculência imposta para encerrar o ato pacífico contra o presidente Jair Bolsonaro no Recife e no despejo de famílias sem-terra de um assentamento na Mata Sul, ambas ocorridas em maio.

O debate abordou a garantia dos Direitos Humanos e reprovou o que considera como tentativas de intimidação aos opositores do Governo Federal. O encontro foi convocado pelo Centro Dom Helder Câmara de Estudos e Ação Social (Cendhec) e contou com participação de representantes da Central Única dos Trabalhadores de Pernambuco (CUT-PE), do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra de Pernambuco (MST-PE) e do Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH).

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As operações agressivas da Polícia foram denunciadas à entidades internacionais de proteção de direitos, como a Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organização dos Estados Americanos (OEA).

O uso reiterado de bombas de efeito moral e balas de borracha tanto na manifestação da capital, que registrou feridos e dois homens com perda parcial da visão, quanto na ação de despejo de mais de 200 famílias ocorrida quatro dias antes, no Acampamento Bondade, em Amaraji, na Zona da Mata Sul, foi classificado como excessivo.

Em ambos os casos, a retaliação contra os opositores ao Governo Federal foi destacada. No entanto, o exemplo mais nítido ocorreu em março, quando a então presidenta da Associação dos Docentes da Universidade Federal Rural de Pernambuco (Aduferpe), Erika Suruagy, começou a ser investigada pela Polícia Federal após participar da confecção de outdoors quem chamavam Bolsonaro de "Senhor da morte" e criticavam sua atuação na pandemia.

"Eu represento mais de mil professores que colocaram aquela peça para chamar atenção da população da gravidade do que estava acontecendo no país e por isso [houve] uma tentativa de criminalização do Governo", aponta Suruagy, que sugere uma tentativa de intimidação, sem base legal, solicitada pelo próprio presidente no inquérito supostamente baseado em interesses ideológicos e de repressão.

O debate virtual pode ser acompanhado no Youtube.

A Escola Estadual Professor Nelson Chaves, localizada no município de Camaragibe, na Região Metropolitana do Recife, recebeu, na última quarta-feira (19), a visita de técnicos da Gerência de Educação Inclusiva e Direitos Humanos (GEIDH). O órgão vinculado à Secretaria de Educação e Esportes de Pernambuco (SEE-PE) foi ao local com o intuito de ouvir os gestores e funcionários da instituição, além de oferecer apoio pelo ensino inclusivo de gênero trabalhado com os alunos.

A iniciativa foi uma reação ao comportamento da deputada estadual Clarissa Tércio, que foi na escola na semana passada acusando a instituição de ser um local de doutrinação. A conversa da quarta-feira foi realizada com a presença de representantes da Gerência Regional de Educação (GRE) Metropolitana Sul e do Centro Estadual de Combate à Homofobia.

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Segundo Aline Malta, uma das técnicas da GEIDH, a ação foi proveitosa para que a escola possa continuar com seus trabalhos educativos. “Ouvimos a versão dos que estavam presentes e depois fizemos algumas propostas para a gestão, como participar de grupos de estudos de gênero, participar dos nossos próximos processos formativos e nos colocamos à disposição da escola para sanar qualquer dúvida”, comentou. A gestora da escola, Raquel da Fonseca, participou de toda a visita e viu a oportunidade como positiva. “O apoio que a Secretaria nos deu, trazendo esses técnicos, foi a melhor coisa que existiu nos últimos dias. Estou me sentindo segura com as orientações que recebi, estou reconfortada. Eles (os técnicos) me deram bastante suporte e me explicaram tudo o que eu devo fazer a partir de agora. Eu defendo a política de educação de gênero e a nossa escola já está se preparando para criar um núcleo onde professores, alunos e comunidade em geral possa discutir sobre o tema”, afirmou.

Vera Braga, gestora da Gerência de Educação Inclusiva e Direitos Humanos, vê o papel da escola como fundamental na formação de uma sociedade mais tolerante. “A GEIDH desenvolve uma educação baseada na educação em Direitos Humanos, buscando fortalecer a dignidade humana e construir uma escola e sociedade inclusiva. E a escola repudia toda forma de violência. A escola está aberta para a população, mas a gente precisa entrar nela de forma respeitosa, porque a nossa sociedade tem um histórico de violência, e a escola combate e previne a violência. Esse é um espaço de sociabilidade, de troca de experiências e respeito às diferenças”, declarou. A Escola Estadual Professor Nelson Chaves recebeu, também na semana passada, visita do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe), que também prestou apoio aos educadores.

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