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Nesta quinta-feira (27), a Fundação Cultural Palmares do Ministério da Cultura empossou, o novo presidente da instituição, João Jorge Rodrigues. Sua nomeação para comandar a entidade foi publicada em 21 de março, emblemática data em que se marca o Dia Internacional de Combate à Discriminação Racial.

O baiano de 66 anos é produtor cultural, um dos fundadores do bloco afro Olodum, advogado, egresso da Universidade Católica de Salvador (UCSal) e mestre em Direito pela Universidade de Brasília (UnB). De 2009 a 2016, ele integrou o Conselho Curador da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). É autor do livro Fala Negão: Um discurso sobre Igualdade (2021) e filiado ao Partido Socialista Brasileiro (PSB).

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A solenidade, realizada no Palácio do Itamaraty, na capital federal, contou com a presença de familiares de João, mães de santo de religiões de raízes africanas e indígenas. A ministra da Cultura, Margareth Menezes; a secretária de Igualdade Racial da Bahia, Ângela Guimarães; a reitora da Universidade Estadual da Bahia (Uneb), e as embaixadas do Zimbábue, República de Gana e da República Unida da Tanzânia, também marcaram presença na cerimônia.

Margareth Menezes, em seu discurso, disse que a posse de João marca a retomada da valorização da fundação e o compromisso do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com a proteção e a promoção da cultura afro-brasileira. “Empossar João Jorge é dar uma resposta ao que aconteceu na gestão anterior, ao desrespeito ao legado do povo afro, à falta de consciência pelos que passaram os nossos antepassados”, classificou.

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Emocionado, João Jorge falou que o símbolo da Fundação Palmares, um machado que simboliza a justiça, voltou para a instituição. De acordo com as tradições de religiões de matriz africana, o machado também simboliza o orixá Xangô.

"Eu estou falando emocionado porque estive com os presidentes da Palmares e depois cheguei em Brasília e encontrei as fotos deles jogadas em um depósito. Um funcionário me entregou os tapetes com a marca de Xangô e disse que escondeu para não jogarem fora", contou.

Durante a gestão Bolsonaro (PL), a Fundação Palmares foi palco de polêmicas. Uma delas foi a mudança do machado de Xangô para uma nova logomarca com elementos da bandeira do Brasil e as cores verde e amarela no nome da instituição.

Além disso, o ex-presidente Sérgio Camargo (PL-SP) chegou a chamar o Dia da Consciência Negra, comemorado no dia 20 de novembro, de "Dia da Vitimização do Negro". Em uma série de publicações em suas redes, Sérgio minimizou a luta do movimento negro em diversos aspectos e sugeriu a troca do nome de Zumbi dos Palmares da instituição para o do engenheiro André Rebouças (1838-1898) para destacar outros valores. “Promoveria virtudes e valores construtivos, a união e a colaboração de pretos e brancos do Brasil”, publicou.

Para João Jorge, o momento é de renascimento da Fundação Palmares, a partir de investimento financeiro em políticas públicas e apoio aos desenvolvimentos dos projetos. O novo presidente da fundação, ainda exaltou nomes de ativistas da causa negrasm trabalhadores da entidade e, em especial, das mulheres que lutaram no movimento negro no Brasil. “A Palmares não é minha, é nossa. É do povo brasileiro. Nós vamos fazer a Palmares de novo”, afirmou.

 

O agora ex-presidente da Fundação Cultural Palmares, Sérgio Camargo, disse que sua gestão trouxe respeito à instituição e fez com que ela deixasse de ser uma "senzala do PT". Exonerado oficialmente nesta quinta-feira (31) pelo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, Camargo já havia se filiado ao partido de Jair Bolsonaro (PL) para concorrer como deputado federal.

Em seu perfil no Twitter, o pré-candidato pelo PL apontou como deve balizar sua camapanha e o possível mandato federal. "Se eleito, defenderei uma pauta antivitimista, de negro de direita. Chega de mimimi!", escreveu.

Nova gestão

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Com o fim do período de Sérgio Camargo à frente da Fundação Palmares, quem assume a Presidência é Marco Antônio Evangelista, servidor há mais de 30 anos da casa, citou o ex-presidente, que projetou a continuidade do "trabalho honesto, digno e libertador" que era feito em sua gestão.

Em um fim de semana ocupado com publicações para enfraquecer o Dia da Consciência Negra, o presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, encerrou o domingo (21) em defesa da ex-secretária da Cultura, a atriz Regina Duarte, que propôs o Dia da Consciência Branca. Celebrado em 20 de novembro, o Dia da Consciência Negra foi inclusa pela pauta antirracista em alusão ao nascimento de Zumbi dos Palmares.

Desde que foi nomeado pelo Governo Bolsonaro, Camargo se mostra interessado em trocar a data que exalta o povo preto para o 13 de maio, quando a princesa Isabel assinou a lei Áurea e iniciou o processo de abolição dos escravos no Brasil.

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Em nova polêmica, ele aponta que as críticas contra suas posições partem do “vitimismo” da "negrada mimizenta" e ironizou ao indicar que a decisão pelo Dia da Consciência Branca não configura racismo.

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O gestor também ameaça bloquear quem falar mal da princesa Isabel e politiza o debate racial culpabilizando a esquerda de se aproveitar da comemoração da Consciência Negra para segregar os brasileiros.

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O presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, usou suas redes sociais neste sábado (20) para criticar o Dia da Consciência Negra, chegando a dizer que a data devia ser modificada para comemorar na verdade o Dia da Consciência Humana. “Dia de todos os cidadãos de bem, de todas as cores”, declarou.

Em uma série de publicações em suas redes, Sérgio minimizou a luta negra em diversos aspectos pregando a data como “vitimização” e sugerindo a troca do nome de Zumbi dos Palmares de sua fundação para o do engenheiro André Rebouças para destacar outros valores. “Promoveria virtudes e valores construtivos, a união e a colaboração de pretos e brancos do Brasil”, publicou. 

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Ele ainda afirmou em resposta a um internauta que o rebateu, que a esquerda apoia apenas três tipos de negros. “Bandido, militante e vitimista”, afirmou, pouco antes de compartilhar comentário de seguidor e declarar sua opinião sobre intolerância racial da parte dos próprios negros. “Negros são os mais intolerantes, invejosos e racistas com qualquer negro que se destaque e seja livre. Claro que há exceções, e não são uma raridade. Mas é o que minha experiência pessoal tem demonstrado à exaustão”, escreveu.

“Libertem-se! A escravidão ideológica, a submissão aos branquelos das redações e da academia, a vergonhosa vitimização e a interminável choradeira não são nosso destino, nem nossa vocação. Para vencer, precisamos de autoconfiança e valores, jamais de militância. Negros são livres”, concluiu.

Zezé Motta usou as redes sociais, nessa terça-feira (16), para responder os comentários de Sérgio Camargo, presidente da Fundação Palmares, que criticou ativistas da causa negra publicando texto aliados a fotos de Djavan e da própria Zezé, os chamando de “pretos vergonhosos”.

A atriz publicou texto em forma de carta endereçada a Sérgio Camargo, explicando as dores históricas dos negros, o que o presidente afirmou não existir e não ser exclusiva por conta da cor da pele. “Uma dor ancestral. Existe sim! Uma ‘dor ancestral’ de todo povo negro/afrodescendente, que continua vigente”, iniciou, antes de cutucar Camargo: "Nós os não alienados resistentes, lutamos por um país, por um mundo melhor, sem desigualdades, sem meritocracias, sem alienados que ocupam cargos extremamente significativos nas Instituições que só nos dizem respeito, que são de extrema importância para a história do nosso povo”.

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Em trecho, Zezé respondeu o cunho pejorativo recebido de “pretos vergonhosos”, afirmando que são eles que lutam pela verdadeira base da Fundação. “Pretos vergonhosos? Somos nós que lutamos todos os dias para que a ‘nossa’ Fundação Palmares, continue com a filosofia, ideologia e a linha de ação política implantada, que tanto lutamos para que fossem instauradas”, disse.

Zezé ainda enumerou o porquê das suas lutas em prol do movimento negro no Brasil e criticou os problemas vistos diariamente na sociedade. “Lutamos por um país melhor, sem dores, sem angustias, sem desesperos, sem monopólios dos ‘despreparados’ que não respeitam as ‘dores’ diárias do nosso povo tão ‘doido’ tão sofrido e machucado pelos alienados que só contribuem para que a ‘nossa dor’ seja cada vez maior. O que está acontecendo quotidianamente: retrocesso, desrespeito ao nosso povo de todos os segmentos, aos artistas e todos que se rebelam contra as manipulações, conveniências e torturas”, declarou.

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Sérgio Camargo responde

Na manhã desta quarta-feira (17), Sérgio respondeu afirmando que os negros como um todo necessitam de “autoconfiança e fé nos bons valores” e acusou Zezé e outros de “fomentar o ressentimento e a vitimização” em campanhas de combate ao racismo.

O presidente da Fundação Palmares por fim chamou a luta de Zezé em sua publicação de “vergonhoso”. “O sofrimento afeta qualquer ser humano, não é uma exclusividade do negro. Prestaram um desserviço, mais uma vez. Vergonhoso!”, publicou.

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A Justiça do Trabalho determinou nesta segunda-feira, 11, o afastamento do presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, das atividades de gestão de pessoal. Com a decisão, ele fica proibido de nomear, contratar e afastar servidores da entidade.

A sentença é assinada pelo juiz Gustavo Carvalho Chehab, da 21.ª Vara do Trabalho de Brasília, que atendeu a um pedido do Ministério Público do Trabalho. O órgão diz que Sérgio Camargo cometeu assédio moral, perseguição ideológica e discriminação contra funcionários.

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"Os elementos iniciais de provas trazidos pelo autor indicam que, pela ótica dos relatos colhidos no procedimento investigativo prévio a esta demanda, o ambiente laboral sofreu degradação e que ex-trabalhadores narram situações de fobias, de pânico e de abalo emocional", diz um trecho da decisão. A multa diária em caso de descumprimento é de R$ 5 mil.

Em sua decisão, o juiz disse ainda que a medida é cautelar e pode ser revista, mas é necessária para 'coibir eventuais práticas tidas, a princípio, como abusivas'.

"O alegado abuso do réu está centrado na gestão de pessoas e na possível execração pública de indivíduos (questão afeta à 2a medida tutelar requerida). Ora, se a atuação tida como abusiva do 2o réu pode ser identificada e isolada (ou afastada) em determinada atribuição, então o provimento inibitório deve sobre essa recair e não sobre a totalidade do exercício do mandato confiado pelo Excelentíssimo Sr. Presidente da República", escreveu.

O magistrado também proibiu Sérgio Camargo de usar seus perfis pessoais e as contas institucionais da Fundação Parlamares nas redes sociais contra terceiros.

"Imponho, ainda, a seguinte medida de caráter cautelar: proibição de - direta, indiretamente ou por terceiros - manifestação, comentário ou prática vexatória, de assédio, de cyberbullying, de perseguição, de intimidação, de humilhação, de constrangimento, de insinuações, de deboches, de piadas, de ironias, de ataques, de ofensa ou de ameaça", determinou.

A Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Decreto Legislativo 510/20, do Senado Federal, que suspende os efeitos de portaria da Fundação Cultural Palmares que excluiu 27 personalidades negras do rol de homenageados pela instituição. A proposta ainda será analisada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania antes de seguir para o Plenário. Caso seja aprovada, as homenagens serão restabelecidas.

A aprovação foi recomendada pela relatora, deputada Alice Portugal (PCdoB-BA). Ela acusa o presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, de perseguir as lideranças negras de campo ideológico contrário ao do governo. "Ao negar a relevância e a contribuição histórica das personalidades negras excluídas da lista, a atual gestão da Fundação Palmares dá mais um passo na trajetória de desmonte do órgão e desvirtuamento de sua função", lamentou.

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Vivos

A Portaria 189/20 passou a admitir apenas homenagens póstumas. Com isso, foram retiradas as homenagens da Fundação Cultural Palmares a personalidades ainda vivas.

Na lista de excluídos estão:

- oito músicos: Alaíde Costa, Elza Soares, Gilberto Gil, Leci Brandão, Martinho da Vila, Milton Nascimento, Sandra de Sá e Vovô do Ilê;

- seis atletas: Ádria Santos, Janeth dos Santos Arcain, Joaquim Cruz, Servílio de Oliveira, Terezinha Guilhermina e Vanderlei Cordeiro de Lima;

- seis políticos: Benedita da Silva, Janete Rocha Pietá, Jurema da Silva, Luislinda Valois, Marina Silva e Paulo Paim;

- três educadoras: Givânia Maria da Silva, Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva e Sueli Carneiro;

- duas atrizes: Léa Garcia e Zezé Motta;

- a escritora Conceição Evaristo; e

- o museologista Emanoel de Araújo.

Alice Portugal nota que, posteriormente ao ato, a Fundação Cultural Palmares também excluiu homenagens a outras personalidades negras que já haviam falecido: a ex-ministra da Secretaria de Políticas Públicas da Igualdade Luiza Helena de Bairros e a médica Maria Aragão. A alegação era que não tinham relevância histórica.

Com a mesma justificativa, três personalidades tinham sido excluídas antes da publicação da Portaria 189/20, mas hoje estão na lista por força de decisão judicial: Madame Satã, Marina Silva e Benedita da Silva.

*Da Agência Câmara de Notícias

A Fundação Cultural Palmares (FCP) se tornou instrumento para apagar a memória da população negra e patrocinar o racismo estrutural no país. A denúncia foi feita pelo senador Paulo Paim (PT-RS) a debatedores que participaram de audiência pública nesta quinta-feira (2), na Comissão de Direitos Humanos (CDH), que discutiu a importância da instituição. Eles também criticaram a postura do presidente da instituição, Sérgio Camargo, que, na avaliação dos participantes, tem atuado para a desconstrução das políticas públicas para promoção da igualdade racial. A instituição completou 33 anos no dia 22 de agosto.

Paim ressaltou que a instituição foi criada no âmbito da redemocratização do país, com o objetivo de promover uma política cultural igualitária e inclusiva, que, ao longo dos anos, contribuiu para a valorização da história e das manifestações culturais e artísticas negras brasileiras como patrimônios nacionais. No entanto, lamentou o senador, está sendo usada para ruptura dessas conquistas e repercutir censuras e preconceitos contra os negros do país.

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"Ele (Sérgio Camargo) praticamente tirou todas as referências do movimento negro do passado, presente e, se deixar, ele retira até do futuro já. Frases racistas são proferidas quase que diariamente. Infelizmente o espaço da Fundação Palmares tem sido usado para isso, nos dias de hoje, principalmente pelo seu presidente. Disse ele: 'A escravidão foi terrível, mas benéfica para seus descendentes'. Negros no Brasil vivem melhor do que os negros da África. É lamentável. Eu não vou nem ler outras frases que estão aqui".

Paim aproveitou a ocasião para homenagear o cantor e compositor Martinho da Vila, que também participou da audiência pública. O sambista se tornou alvo do presidente da FCP após o artista classificar Camargo como “bolsonarista radical” e criticar sua postura à frente da instituição. "Ele é um preto de alma branca, como se diz", teria dito Martinho da Vila durante entrevista ao programa Roda Vida, da TV Cultura. Sérgio Camargo ameaçou processar o cantor após a fala.

"A instituição, por ordem do seu presidente retira da sua lista personalidades, nomes, como por exemplo, da escritora Conceição Evaristo, da cantora Elza Soares, do ex-pugilista Servílio de Oliveira. Censura obras escritas por Aldo Rebelo, por exemplo, Caio Prado Junior, Celso Furtado, Karl Marx, Marilena Chaui e tantos outros. Entre os que ele excluiu por obra e arbítrio seu está nosso querido Martinho da Vila. E eu sou teu parceiro, Martinho. E ele cometeu esse desatino", completou Paim.

Na avaliação de Martinho da Vila, Sérgio Camargo tem cumprindo bem a função concedida pelo atual governo que é de “acabar com a fundação”. Para ele, mesmo com as investidas contra a igualdade racial, o cantor defendeu a união das representatividades para o fortalecimento e manutenção dos objetivos primordiais da FCP.

"Um dos sonhos que eu tenho é que um dia, no Brasil, não haja necessidade de movimento negro. Que o racismo não precise de movimento negro. E que não precise de uma sessão como esta. Tudo isso aqui ainda é muito necessário", disse Martinho.

Democracia

Para a ex-diplomata e ex-presidente da FCP Dulce Pereira a fundação deixou de exercer sua função básica de proteção da população negra, com o racismo sendo operado de dentro do próprio governo. Na sua visão, esse tipo de atuação tem ajudado a enfraquecer o sistema democrático no país.  

"Essa ideologia do racismo imobiliza a democracia. Não há democracia com o racismo estrutural sendo operado dentro do estado. Isso não é estado democrático. Não é um Estado que assegura direito a todos. Então essa história dual da Fundação Cultural Palmares atenta contra o Estado democrático de direito".

Reconstrução administrativa

Já o mestre em cultura e sociedade pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e também ex-presidente da FCP Zulu Araújo disse que é preciso união de todos os setores democráticos e progressistas da sociedade para sair em defesa e alcançar verdadeiramente a reconstrução administrativa da fundação.

"Primeiro, no sentido de ela ser dotada de orçamento suficiente para funcionar a contento. Porque é importante dizer também que a Fundação Palmares nunca teve um orçamento digno da proporção que ela possui. Segundo, reconstruir a fundação do ponto de vista dos recursos humanos. É preciso que a fundação tenha trabalhadores no quantitativo e na qualidade que ela precisa realizar e cumprir a sua missão. É necessário que a questão racial não seja enjaulada, circunscrita exclusivamente à Fundação Palmares e à Secretaria de Promoção da Igualdade Racial".

A mesma defesa fez o ex-ministro da Igualdade Racial no governo do ex-presidente Lula e também ex-presidente da FCP Eloi Ferreira Araújo.

"Precisamos unir todas as forças para a gente fazer essa travessia e reconstruir. Teremos que renascer das cinzas. Teremos que reconstruir todos os equipamentos. Reconstruir toda a história e quem sabe a gente reiniciar esse grande combate contra o racismo"

*Da Agência Senado

 

O novo procurador-geral do Ministério Público do Trabalho (MPT), José de Lima Ramos Pereira, declarou, nesta segunda-feira (30), todo o apoio do órgão ao procurador Paulo Neto, responsável pelo o processo que pede à Justiça o afastamento imediato do presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, pela prática de assédio moral.

A ação foi protocolada na última sexta-feira (27) perante a 21ª Vara do Trabalho de Brasília e pede que Camargo seja condenado a pagar indenização de R$ 200 mil por danos morais. Além disso, a Procuradoria requer que a Fundação Palmares "não permita, submeta ou tolere a exposição de trabalhadores a atos de assédio moral praticado por qualquer de seus gestores" e cobra um diagnóstico do meio ambiente psicossocial do trabalho.

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"O procurador Paulo Neto tem conduzido o processo com muita tranquilidade, firmeza e segurança. Os dados já são dados públicos, e dizem respeito a fatos que deixam qualquer pessoa bem preocupada. Você tem uma entidade como a Fundação Palmares, que foi criada para acolher as pessoas e está se tornando uma situação de conflitos e assédios", declarou o PGT, em entrevista ao Broadcast. "O procurador tem todo o nosso apoio para continuar o trabalho, para que o assédio moral não tenha guarida nas nossas empresas e instituições", completou Pereira.

As investigações que culminaram no processo duraram mais de um ano. De acordo com o processo, as apurações indicaram que Sérgio Camargo persegue os trabalhadores que ele classifica como "esquerdistas", promovendo um "clima de terror psicológico" dentro da Fundação Palmares.

Pelo Twitter, Camargo reagiu à denúncia e disse, na manhã desta segunda, que "o MPT não tem autoridade para investigar servidores ou pessoas em cargos comissionados". Disse ainda que as "acusações partiram de militantes vitimistas e traíras".

O Ministério Público do Trabalho (MPT) denunciou o presidente da Fundação Cultural Palmares, Sérgio Camargo. Na ação, protocolada na sexta-feira (27), ele é acusado de cometer assédio moral, perseguição ideológica e discriminação contra 16 funcionários do órgão. A medida adotada pelo MPT foi divulgada pelo Fantástico, na noite desse domingo (29).

Em um dos trechos da reportagem, o MPT afirma que a atuação de Camargo na Fundação Palmares “contaminou todo o ambiente de trabalho e gerou terror psicológico” entre os funcionários, que relataram, em seus depoimentos, comentários racistas e acusações contra servidores considerados por Camargo “esquerdistas”.

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Conforme a apuração, funcionários relataram que Sérgio Camargo dedica a maior parte do tempo no órgão para monitorar as redes sociais dos servidores, promovendo uma “caçada” ideológica. Os fatos organizados pela investigação também sugerem que Camargo é movido pela convicção de que não sofrerá nenhuma sanção por suas ações, já que está “ao lado de Bolsonaro”.

Diante da ação, de autoria do procurador Paulo Neto, o presidente da Palmares usou as redes sociais para, mais uma vez, dar declarações consideradas polêmicas. Ele afirmou que “lida com vermes de esquerda” desde muito antes de sua nomeação ao cargo na fundação, que, em tese, trabalha para promover a valorização da história afro-brasileira.

“Direitistas, não precisam pedir que eu aguente. Lido com vermes da esquerda desde muito antes da minha nomeação! Estou ouvindo as sonatas de Franz Schubert, com o mestre alemão do piano Wilhelm Kempff, e dando blocks na esquerdalha imunda. Rotina...Mas obrigado pelo apoio”, publicou Camargo, minutos depois da veiculação da matéria na TV Globo.

Citado no texto, o pianista Wilhelm Kempff é conhecido por ter realizado concertos para fortalecer o regime nazista na Alemanha.

A ação do MPT pede o afastamento de Camargo do cargo na Fundação Palmares e cobra, no prazo de 180 dias, um diagnóstico do meio ambiente psicossocial do trabalho, realizado por profissionais da área de psicologia social. Além disso, solicita que o órgão, juntamente com Camargo, sejam condenados, a título de reparação por danos morais coletivos, no valor de R$ 200 mil, a serem pagos de maneira solidária.

Como Camargo chegou até a Fundação Palmares?

Contra as manifestações movimento negro, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nomeou o jornalista Sérgio Camargo para liderar a Fundação Palmares em fevereiro de 2020. Em suas redes, Camargo já se definia como um “negro de direita, antivitimista, inimigo do politicamente correto e livre”.

Na trajetória à frente do órgão, teve posicionamentos acusados de serem contra a promoção da cultura afro-brasileira, indicando o distanciamento ideológico do que intenciona a Fundação.

A postura de Camargo fez com que a Coalizão Negra por Direitos enviasse à Organização das Nações Unidas (ONU) uma denúncia alegando violação dos direitos humanos por parte do presidente da Palmares. A ação inédita aconteceu em julho.

Em uma de suas falas mais agressivas, Camargo classificou o movimento negro brasileiro como uma “escória maldita formada por vagabundos”. Ele também chamou Zumbi dos Palmares, baluarte da cultura afro-brasileira, de “falso herói”.

Como anunciado pelo presidente da Fundação Cultural Palmares, Sergio Camargo, a marca da instituição vai ser alterada por fazer alusão ao machado de Xangô. Nesta quinta-feira (26), o gestor informou sobre o novo edital com a imagem de uma lâmpada – símbolo de boa ideia - saindo de uma cabeça branca.

Com inscrições abertas desde a terça (17), Camargo novamente adotou uma postura controversa para reforçar o concurso que vai remover o símbolo candomblecista da fundação destinada à preservação da cultura afro-brasileira.

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Apesar da imagem de divulgação possuir as tradicionais cores do Brasil, o gestor optou em compartilhar a versão do material com a cabeça branca em seu perfil no Twitter.

Ele escreveu que público-alvo da instituição "não se restringe a povos de terreiro. Há também pequenos produtores de cultura, comunidades quilombolas, além do cidadão negro de bem".

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 O projeto vencedor será premiado com R$ 20.000 e o informe do edital destaca que o concurso segue a laicidade do Estado e busca por mais democracia.

Autodeclarado "antivitimista e inimigo do politicamente correto", o presidente da Fundação Palmares acrescentou em uma publicação seguinte que "a expressão afro-brasileiros não faz sentido", pois somos "apenas brasileiros"; e continuou: "Afrodescendente consegue ser pior ainda!".

Martinho da Vila ‘soltou o verbo’ e disse tudo que pensa a respeito da Fundação Palmares e seu atual presidente, Sérgio Camargo. O sambista afirmou não reconhecer mais a instituição como equipamento de valorização e preservação da cultura negra - como deveria atuar -, e teceu duras críticas a Camargo. para o músico, o gestor é um “preto de alma branca”.

Martinho foi o convidado do programa Roda Viva, na última segunda (16),  no qual falou sobre a Fundação Palmares, O artista disse que a instituição deveria ser “da sociedade civil” e que seu atual presidente, Sérgio Camargo, está participando de um projeto de desmonte do órgão. “Ele está lá cumprindo seu papel, que é acabar com a Fundação Palmares. Pra mim, a Fundação Palmares não existe mais. Ele não tá exercendo função nenhuma. Pra mim aquilo acabou, ele retirou uma porção de coisa lá e tal e eu acho que nós temos que criar uma outra fundação, aquela já era". O sambista foi um dos nomes retirados do panteão de personalidades negras da fundação por Camargo.

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O músico também não poupou o gestor da Palmares de críticas e disse que dava “graças a Deus” por ter sido excluído da instituição pois não quer ver seu nome ligado a ela. “A Fundação Palmares era uma fundação criada para tratar dos assuntos da cultura negra, do negro no geral. Botaram aquele cara lá, o Camargo, bolsonarista radical. Ele é um preto de alma branca, como se diz. No duro, ele gostaria de ser branco. Ele acha que ele é branco. Ele se sente branco”. 

O presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, anunciou por meio de sua conta no Twitter que vai criar o "Museu da Vergonha" na instituição. A declaração de Sérgio acontece após a Justiça impedir que ele doasse mais de 300 mil livros do acervo da fundação.

"O Museu da Vergonha na nova sede da Palmares, exibirá para a sociedade o nefasto legado dos 30 anos de gestões de esquerda na instituição (comunismo, ‘bandidolatria’, perversões e bizarrias). A Palmares deixou de ser uma senzala marxista", publicou Camargo.

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Ele acentua que o museu servirá "para que não se repitam os erros do passado". Além disso, o presidente da Fundação Palmares garante que "a vergonhosa submissão ao marxismo chegou ao fim. A Palmares terá um acervo totalmente renovado, digno e amplo. A instituição não é uma senzala dos comunistas", pontuou.

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A Coalizão Negra por Direitos denunciou, nesta quinta-feira (22), à Organização das Nações Unidas (ONU) o presidente da Fundação Cultural Palmares (FCP), Sérgio Camargo, por violação de Direitos Humanos e dos interesses da população negra. O apelo foi enviado e assinado pela entidade, que reúne 200 grupos e coletivos negros para promover ações de incidência política nacional e internacional.

O objetivo da ação inédita é solicitar a interferência da ONU para que a organização notifique o Estado brasileiro acerca das denúncias, a fim de “garantir o exercício de direitos da população negra no Brasil e a proteção da memória e patrimônio cultural que estão sob tutela da Fundação Palmares''. No documento, que o portal Alma Preta Jornalismo teve acesso, a Coalizão descreve o comportamento de Camargo como “totalmente adverso ao escopo institucional que se espera da conduta e lisura” de quem ocupa a Fundação.

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Figuram entre os ataques mencionados no dossiê, as tentativas de Sérgio Camargo de promover o desmonte da proteção institucional do patrimônio histórico e cultural afro-brasileiro, bem como os inúmeros ataques ao movimento negro e militantes antirracistas. Segundo a Coalizão, trata-se de uma tentativa de censurar e promover o apagamento histórico da luta negra no país.

A ação anexou ainda a alteração da lista de personalidades negras feita pelo presidente da FCP, que desagradou ao anunciar que a tornaria uma lista póstuma, ou seja, de homenagens a pessoas que já faleceram. A opinião dos movimentos negros, no entanto, é uníssona ao reafirmar a importância da lista, que reúne uma coletânea de lideranças e propagadores da luta por igualdade racial, a exemplo das escritoras Carolina Maria de Jesus e Conceição Evaristo.

Camargo e relação com a imprensa

De acordo com o portal Alma Preta Jornalismo, a reunião de documentos enviados para a ONU também pauta as agressões de Sérgio Camargo a jornalistas e à imprensa de forma abrangente. Em um dos episódios mais recentes, Camargo comentou o caso conhecido como “Chacina do Jacarézinho”, no Rio de Janeiro, que causou a morte de 29 jovens em sua maioria negros, e chegou a afirmar que “parcela significativa dos jornalistas é usuária de cocaína”, buscando desqualificar a cobertura da imprensa.

O presidente da Fundação Palmares Sérgio Camargo foi judicialmente impedido de excluir e doar livros do acervo da instituição nessa quarta-feira (23). Alinhado a aversão do presidente Jair Bolsonaro ao comunismo, ele afirmou que iria se desfazer de 5,3 mil obras 'ideológicas' e 'marxistas'.

Na determinação do juiz federal Erik Navarro Wolkart, da 2ª Vara Federal de São Gonçalo, ficou estabelecido que Camargo vai ter que pagar R$ 500 por cada item que venha a ser doado, conforme O Globo.

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"Por mais que eventualmente, e na visão da Fundação ou de seu principal dirigente, não haja uma correlação direta entre a finalidade da referida Instituição e os livros apontados (folhetos, folders e catálogos do seu acervo), o expurgo dos mesmos de maneira açodada, sem um amplo diálogo com a sociedade, que, ao fim e ao cabo, é a destinatária do material, pode representar prejuízo irreparável”, aponta parte do documento da justiça federal.

Ele ainda pode recorrer da decisão, mas será intimado para contestar as alegações da ação em até 15 dias. Repreensor do movimento negro no Brasil, nomes de destaque da música nacional são reiteradamente atacados pelo gestor da instituição, que é acusado de querer apagar a história dos povos africanos no país e seus desdobramentos.  

Camargo já criticou até o logo da Fundação e também busca alterá-lo por fazer referência ao machado de Xangô.

Em seu perfil no Twitter, ele garantiu que vai recorrer da decisão e classificou as obras como ‘bandidólatras’ e de ‘perversão sexual’. “A Palmares apresentará recurso contra a liminar. Caso seja vitoriosa, fará a doação das obras marxistas, bandidólatras, de perversão sexual e de bizzarias. Descobertas após triagem no acervo, tais obras contrariam e corrompem a missão institucional da Fundação, definida por lei”, escreveu.

O deputado federal Orlando Silva (PCdoB) apresentou à Procuradoria Geral da República um pedido de abertura de inquérito e de afastamento cautelar contra  Sergio Camargo, da presidência da Fundação Palmares, por improbidade administrativa.

Orlando afirma que "por ódio ideológico, censura e culto à própria indigência intelectual, esse cidadão tem feito da Fundação Palmares um espaço de perseguição ao movimento negro e a seus intelectuais, bem como patrocinando uma odiosa campanha para o apagamento de nossa história de resistência".

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O deputado salienta que preza e exalta a memória dos heróis negros que lutaram pela liberdade da população. "Tenho a obrigação política e moral de impedir que os fascistas de plantão boicotem, censurem e reescrevam a história", pontua.

Até a publicação desta matéria, nem o presidente da Fundação Palmares nem a própria instituição se manifestaram sobre o pedido de abertura de inquérito.

O "inimigo do politicamente correto" e presidente da Fundação Palmares, Sergio Camargo, voltou a atacar personalidades da cultura negra brasileira e, desta vez, tenta boicotar um premiado longa-metragem dirigido por Lázaro Ramos.

"Filmes militantes - 'Marighella', 'Medida Provisória' - não são dignos da consideração nem do dinheiro do público brasileiro", afirmou Camargo em seu perfil no Twitter.

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Em outra publicação, ele foi mais especifico e direcionou as críticas ao diretor. "Recado rápido para a mídia militante: nenhum preto tem a obrigação de admirar Lázaro Ramos, nem assistir e gostar de seus filmes. Somos livres", escreveu.

O filme

O filme "Medida Provisória" é estrelado por Taís Araújo - esposa de Lázaro - e conta com a participação do cantor e ator Seu Jorge. Ele foi inspirado na peça "Namíbia, Não!" do também baiano Aldri Anunciação.

O filme se passa no Rio de Janeiro. É um longa-metragem de ficção cuja trama parte da criação de uma lei que determinaria a volta compulsória de todos os afrodescendentes a seus países de origem, segundo a sinopse.

O filme foi aprovado em editais da Agência Nacional do Cinema (Ancine), que investiu R$ 1.734.648,73 no projeto, de acordo com o SIF (Sistema Integrado das Áreas Finalísticas).

Além de receber diversas críticas positivas, o longa foi premiado pelo jornal LA Weekly como o 2º melhor filme exibido na South by Southwest Film Festival, no Texas.

Autor da peça responde a Camargo

“Escrevi em 2011, nem sabia quem era Bolsonaro naquela época”, indicou Aldri, que venceu uma das categorias do prêmio Jabuti de 2013.

Na visão do autor da peça que inspirou o filme, o posicionamento de Camargo, adverso ao movimento negro, trata-se de ressentimento e falta de autocrítica.

“Avalio como uma falta de compreensão do presidente da Fundação Palmares do que se é uma distopia futurística. Quando você escreve ou filma na linguagem distópica, você não acusa o presente. Você faz um prognóstico pessimista do futuro.  A não ser que a ‘carapuça’ seja vestida. Aí é uma outra questão. Talvez seja uma questão de ele reavaliar a própria gestão que ele está fazendo de um órgão que na verdade deveria estar apoiando o filme. Me pergunto se ele leu o livro ou assistiu ao filme. Considero uma avaliação precipitada e com aspectos de ressentimento político e talvez pessoal”, avaliou.

Em relação à fala de Camargo sobre o uso de recursos públicos para a produção de Medida Provisória, Aldri questionou: “Eu devolveria a pergunta: e por que não ser bancado por recursos públicos? Os recursos públicos destinados ao cinema devem ir para as mãos de quais artistas? Ele por acaso está dizendo que cinema negro e crítico não deve ter recursos públicos? Por que não?”.

Ele ainda cobrou o presidente da Fundação Palmares em relação a sua gestão à frente da entidade criada para proteger e exaltar a cultura negra brasileira.

“Gostaria de saber do presidente da Fundação Palmares quais são as estratégias dele para estimular o cinema negro no Brasil. Adoraria que ele respondesse”, acrescentou.

Reconhecido pela incoerente aversão à cultura negra brasileira, o presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, afirmou que esta edição do Big Brother Brasil prova que há pretos racistas no país. Na madrugada desta terça-feira (2), o gestor auto classificado como 'negro de direita' avaliou o reality e disse que as desavenças do programa trazem benefícios inegáveis.

Expectador ligado nas confusões da Casa, sem citar a briga que isolou o participante Lucas Penteado, Camargo aproveitou o sucesso do BBB para criticar a esquerda e o movimento negro no Brasil em mais uma oportunidade. “É inegável que essa edição do BBB tem um benefício. Mostra, em tempo real, que há pretos racistas no Brasil. E são todos crias do esquerdismo que tenta nos dividir. Finalmente a máscara caiu”, publicou.

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Antes, ele já havia feito uma série de posts sobre o programa e chegou discordar de uma matéria em que Boninho explica que a pauta da edição 21 é o racismo estrutural. “Não existe racismo estrutural (onipresente) no Brasil! O racismo, no nosso País, é circunstancial e episódico. A narrativa da esquerda tem um só objetivo: disseminar o ódio, o rancor e a divisão. É preciso combater a agenda do mal incansavelmente!”, criticou.

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Uma proposta em discussão na Câmara dos Deputados susta os efeitos da Portaria 189/20, da Fundação Cultural Palmares, que estabelece diretrizes para a seleção das personalidades notáveis negras, nacionais ou estrangeiras, a serem divulgadas no sítio eletrônico da entidade.

O Projeto de Decreto Legislativo 515/20, de autoria da deputada Tabata Amaral (PDT-SP), questiona decisão tomada pela fundação em dezembro do ano passado, de excluir 27 nomes que já constavam na lista de personalidades negras, entre os quais a escritora Conceição Evaristo, o cantor e compositor Milton Nascimento e o esportista Joaquim Cruz.

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Homenagens póstumas

Na portaria, a Fundação Palmares informou que passaria a fazer apenas homenagens póstumas, para justificar a retirada dos nomes de personalidades negras ainda atuantes no cenário nacional e internacional.

Tabata Amaral criticou a “atuação persecutória a lideranças negras de campo ideológico diversos daquele do governo e do presidente da fundação”. Para ela, o ato é inválido, na medida em que ostenta aparência de legalidade ao deixar de permitir homenagens em vida, mas em verdade é apenas “subterfúgio utilizado para, uma vez mais, separar os brasileiros em função de suas matizes políticas”.

*Da Agência Câmara de Notícias

A Fundação Cultural Palmares, órgão cultural do governo voltado ao fomento da cultura negra no país, não realizará atividades de comemoração da consciência negra, em novembro.

Segundo publicou a coluna do jornalista Guilherme Amado no site da revista Época, abriu apenas um edital ao longo de 2020 e não terá atividades voltados à comemoração do mês da consciência negra.

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Até agora, o único edital publicado pela organização, de R$ 690 mil, foi voltado para premiar 100 iniciativas de cultura negra no país. Apesar de não ter nada específico voltado à consciência negra, a Fundação afirma que o resultado do edital será divulgado em novembro.

Os dados, informa a coluna, foram obtidos via Lei de Acesso à Informação por Marivaldo Pereira, que é militante do movimento negro e também já foi candidato ao Senado Federal, em 2018, pelo PSOL.

Ao longo da gestão do atual secretário, Sérgio Camargo, a Fundação Palmares mudou de postura em relação às comemorações do 20 de novembro, o dia da consciência negra. Crítico do movimento negro, Camargo, em mais de uma ocasião, se disse favorável a dar mais importância ao 13 de maio, quando se comemora a data da assinatura da Lei Áurea.

O 20 de novembro é considerado pelo movimento negro como uma data mais adequada para comemorar a cultura negra no país por ser uma data que simboliza a resistência contra o racismo no Brasil.

Da Sputnik Brasil

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