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Ao tomar posse nessa terça (3), como ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, o jurista Silvio Almeida se comprometeu a reativar a Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos e criar a Assessoria Especial de Defesa da Democracia, Memória e Verdade. O ex-deputado Nilmário Miranda (PT-MG) foi escolhido para chefiar essas iniciativas.

"A gestão que se encerra tentou extinguir, sem sucesso, a Comissão de Mortos e Desaparecidos. Não conseguiu", afirmou Almeida. O ministro disse ainda que recebe um ministério "arrasado". "Conselhos de participação foram reduzidos ou encerrados, vozes da sociedade foram caladas, políticas foram descontinuadas e o orçamento voltado para os direitos humanos foi drasticamente reduzido." O orçamento da pasta para este ano é de R$ 789,5 milhões.

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Almeida prometeu revogar atos assinados pela ex-ministra da pasta e senadora eleita pelo Distrito Federal, Damares Alves. Entre os atos a serem anulados, estão o que reduziu o número de cargos do Comitê Nacional de Prevenção e Combate à Tortura.

O futuro ministro de Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, anunciou, nesta sexta-feira (30), a defensora pública federal Rita Cristina de Oliveira como a nova Secretária Executiva do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania.

Rita é Defensora Regional de Direitos Humanos no Paraná e coordena o Grupo de Trabalho de Políticas Etnorraciais da Defensoria Pública da União. Ela é especialista em Direito Público e mestranda em Direitos Humanos e Democracia pela Universidade Federal do Paraná (UFPR).

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"Em 2021, integrou a Comissão de Juristas Negros e Negras instituída pela Câmara dos Deputados, que apresentou relatório contendo diversos projetos de reforma legislativa visando o combate ao Racismo Institucional. Rita se destaca pelo trabalho excepcional no campo dos direitos humanos e por sua sofisticada visão acerca do papel das políticas públicas na promoção da cidadania", tuitou Almeida.

O Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH) do Governo Bolsonaro chamou de "mentiroso" o relatório divulgado pelos grupos de trabalho da Transição. No mesmo evento em que os ministros do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foram revelados na última quinta-feira (22), a equipe disponibilizou o documento, que possui 100 páginas e reúne diagnósticos, conclusões e propostas de 32 grupos temáticos que trabalharam nas últimas semanas no Centro Cultural Banco do Brasil, em Brasília. Geraldo Alckmin (PSB), vice-presidente eleito, coordenou os grupos. 

No item Direitos Humanos, o relatório disse que houve restrição à participação social e o desmonte de políticas públicas. Também foi dito que o suposto desmonte afetou diretamente o desempenho do Disque 100, canal que recebe e apura denúncias de ferimento aos direitos humanos. 

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“Além de ter sido fragilizado pela péssima gestão contratual, o Disque 100 foi aparelhado para assediar a educadores e a estabelecimentos comerciais que exigiam certificado vacinal contra COVID-19, atendendo denúncias de sujeitos identificados com a chamada “escola sem partido” e com o negacionismo da crise sanitária recente. Toda a rede de proteção, antes acionada para dar resposta a denúncias de violações, foi desarticulada. Os dados do Disque 100, que são fonte de informações para o desenvolvimento de políticas públicas, deixaram de ser divulgados”, diz o documento. 

Em resposta, o MMFDH publicou uma tabela com as metas e os números alcançados através do canal e outras iniciativas de captação. Apesar de em muitos dos exemplos a meta não ter sido alcançada, os indicadores estratégicos se mantiveram consistentes nos últimos quatro anos. Em desempenho, os disque 100 e 180 também alcançaram seus objetivos em dois dos quatro anos. 

"Infelizmente, o conteúdo do referido relatório de transição faltou com a verdade ao caracterizar uma desarticulação da rede de proteção. A atuação da ONDH através do Disque 100 atingiu ou superou, até setembro de 2022, quase todas as metas de indicadores estratégicos pactuadas antes mesmo do final do exercício atual”, respondeu o Ministério. 

Em um outro trecho, o relatório da transição questionou o dinheiro investido nas políticas públicas para os direitos humanos, que teria sido, em 2022, de aproximadamente um terço (R$ 238 milhões) do investido em 2015. A redução foi considerada como “desprezo” pela atividade da pasta. 

Na resposta, o MMFDH disse que a interpretação da transição é “simplista” e “deslocada”, e que mostra pouco conhecimento do funcionamento dos órgãos. “Em relação à questão estritamente orçamentária, cumpre salientar que associar o volume de recursos consignados na Lei Orçamentária a um cenário de desprezo; ou demonstra inépcia, ou denota má-fé. Provavelmente os autores do referido relatório, em sua abordagem tacanha, tenham se olvidado de um dos princípios basilares da Administração Pública, consagrado no art. 37 da Constituição Federal: o princípio da eficiência”, acrescentou a pasta. 

 

 

Descrito por acadêmicos como um dos maiores intelectuais brasileiros da sua geração, o jurista e filósofo Silvio Almeida será o futuro ministro dos Direitos Humanos no novo governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Um dos principais nomes na área e conhecido como um estudioso, Almeida terá o desafio de conciliar uma pauta de governo que foi alvo de denúncias por ONGs durante os quatro anos de Jair Bolsonaro no Executivo.

Notado por um grande trabalho na luta antirracista, Almeida é autor do livro Racismo Estrutural (Pólen, 256 páginas), publicado em 2019 e um dos trabalhos mais influentes sobre o tema, é doutor em Direito pela Universidade de São Paulo (USP), presidente do Instituto Luiz Gama e do Centro de Estudos Brasileiros do Instituto para Reforma das Relações entre Estado e Empresa (IREE).

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"Silvio Almeida é uma das mais importantes referências dos direitos humanos que temos hoje no Brasil. É uma pessoa que tem uma visão extremamente moderna e contemporânea", diz Rogério Sottili, diretor executivo do Instituto Vladimir Herzog.

Pedro Serrano, professor de Direito da PUC-SP, acredita que Silvio Almeida enfrentará uma "grande dificuldade", mas que poderá ser superada. "Ele terá que lidar com um tema que uma parcela da sociedade brasileira compreende muito mal. Esse trabalho não é importante para ele, mas para a consciência da sociedade que os direitos humanos são uma relação civilizada entre Estados e pessoas e não para defender bandido", disse.

Para Serrano, Almeida defende os direitos humanos "como um solo comum entre direita e esquerda". "Não conheço nome melhor do que ele", afirmou.

Em novembro, o governo Bolsonaro foi alvo de nova denúncia encaminhada a relatores de Direitos Humanos e Mudanças Climáticas da Organização das Nações Unidas (ONU) formulada por cinco ONGs brasileiras. O documento aponta dados de desmatamento na Amazônia e no Cerrado e de violência contra povos indígenas para sustentar que a atual gestão do País representa risco "às gerações futuras" de todo o mundo.

Silvio Almeida é filho de Barbosinha, ex-goleiro que passou pelo Corinthians em 1967, que ganhou o apelido em referência a Barbosa, que defendeu o gol brasileiro na Copa de 1950, acusado de falhar na final, em que a seleção foi derrotada pelo Uruguai. Assim como o arqueiro vice-campeão, Barbosinha ficou apenas um ano no Corinthians, após falhar em clássico contra o Palmeiras.

Foi também na relação com o pai que Almeida notou o racismo na sociedade brasileira. "Eu notei que o apelido do meu pai era por conta de eles serem negros. E meu pai não herdou apenas o apelido, mas o estigma sobre os goleiros negros", disse o jurista em entrevista ao SporTV, em 2020.

"É como se as pessoas sempre estivessem olhando para você esperando que você cumpra a sua sina. Ou seja, que você falhe. Porque o goleiro deve ter um coisa que as pessoas geralmente não associam ao negro. E isso é racismo. Que é a confiança. Sempre há uma desconfiança", afirmou Almeida em outra entrevista ao UOL.

Descrito por pessoas do entorno como uma pessoa humilde, Almeida também terá que agir politicamente. "Silvio tem capacidade de diálogo e trânsito em todos os espectros políticos e em todas as faixas sociais", afirmou Yuri Silva, coordenador de Direitos Humanos no IREE e membro do grupo de transição na área de igualdade racial. "Ele é um intelectual negro que fala para os negros, para a esquerda brasileira, consegue dialogar com o centro político, e fala também para a mãe de família de classe média que assiste a Globo e que não necessariamente é de esquerda, ou às vezes é até conservadora."

Para Gabriel Sampaio, coordenador do programa de enfrentamento à violência Institucional da Conectas Direitos Humanos e membro do grupo técnico de transição na área de Justiça e Segurança Pública, Silvio Almeida poderá trazer avanços significativos no campo de construção de políticas públicas antirracistas no Brasil.

"É fundamental que o ministério de Direitos Humanos tenha a real dimensão e adote uma postura condizente com o tamanho do desafio do enfrentamento ao racismo estrutural do Brasil. Ele (Almeida) é o melhor sistematizador sobre as origens, as dimensões do racismo estrutural no Brasil", afirmou.

   A equipe de transição de Lula discutiu o tema na quarta-feira (7)   O Grupo Técnico de Direitos Humanos da transição do governo Lula realizou uma reunião com ativistas do campo do autismo na quarta-feira (7), e a futura primeira-dama, Janja Silva. A transversalidade do atendimento e das políticas públicas para autistas e questões médicas foram debatidas.

O gabinete de transição de Janja afirmou, através de nota, que nos próximos quatro anos o compromisso de Lula é “trazer as demandas, questões, dificuldades e anseios das pessoas com autismo e familiares ao centro da discussão”.

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“Vai ser um dos temas que ele vai tratar com muito carinho e atenção, inclusive com a retomada das conferências nacionais, e que vai tratar também das pessoas com deficiência”, disse.

 

Na próxima quarta-feira (7), o município de Guarulhos realizará a palestra “Somos Pessoas de Direitos?”, destinada ao público jovem. O evento ocorrerá das 14h às 17h na Subsecretaria da Juventude no bairro do Gopoúva.

A palestra será ministrada pela assistente social Eliane Lopes da Silva, da Secretaria de Desenvolvimento e Assistência Social. A iniciativa faz parte da programação da 2ª Semana dos Direitos Humanos da cidade, que vai até o dia 13 de dezembro. O Dia Internacional dos Direitos Humanos é celebrado por todo o mundo no dia 10 de dezembro.

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Entre as atrações oferecidas estão: peças teatrais; rodas de conversa; oficinas de montagem de currículos, artesanato, violão, pintura em tecido, customização, microsoft office e mais.

Serviço - Palestra “Somos Pessoas de Direitos”

Data: 7 de dezembro

Horário: 14h às 17h

Local: Subsecretaria de Juventude

Endereço: Rua Guarulhos, número 22 - Gopoúva, Guarulhos/SP

Pescadores ilegais que atuam na região remota da Amazônia onde o indigenista Bruno Pereira e o jornalista Dom Phillips foram assassinados este ano ameaçaram de morte e abriram fogo contra um grupo de indígenas. É o que denunciaram nesta sexta-feira (18) organizações de direitos humanos.

O ataque é o mais recente episódio de violência no Vale do Javari, onde o brasileiro e o britânico foram mortos a tiros em junho, supostamente por um grupo de pescadores ilegais.

A região, próxima à fronteira com o Peru e a Colômbia, abriga a maior concentração de tribos isoladas do mundo, mas tem sido afetada por um aumento do desmatamento, da caça e da pesca clandestinos, além do tráfico de drogas.

A tribo Kanamari disse que cerca de 30 membros de sua comunidade estavam viajando em canoas em seu próprio território quando cruzaram com pescadores ilegais em barcos carregados de peixes e tartarugas.

Os pescadores tentaram suborná-los para que não os denunciassem por pesca predatória na reserva indígena, que é uma área protegida, informou a Associação dos Kanamari do Vale do Javari (Akavaja) em um comunicado.

Segundo a Akavaja, quando uma líder indígena se negou, os pescadores a ameaçaram com uma arma de fogo.

“Por conta de atitudes assim que Bruno e Dom foram mortos pela nossa equipe e você será a próxima. Só não te matarei agora porque estamos na presença de muitas crianças”, teria dito um deles.

Os Kanamari relataram que os pescadores cortaram os cabos do motor de uma das embarcações indígenas e saíram a toda velocidade, atirando contra eles. Os tiros perfuraram tambores de gasolina dentro de uma das canoas.

Ocorrido em 9 de novembro, o incidente foi levado a conhecimento público esta semana. Os líderes indígenas dizem que pediram à polícia a abertura de uma investigação.

“A situação vivida pelos Kanamari demonstra que as investigações dos assassinatos de Bruno e Dom não podem ser consideradas encerradas”, declarou o Observatório dos Direitos Humanos dos Povos Indígenas Isolados (OPI) em nota.

“É uma indicação óbvia de que a violência voltou a escalar. O risco de novas mortes é concreto”, acrescentou.

Pereira, de 41 anos, e Phillips, de 57, estavam viajando pelo Vale do Javari em uma expedição de pesquisa para um livro quando foram emboscados e assassinados. Nove pessoas foram presas pelo caso.

Bruno Pereira já havia recebido ameaças de morte por seu trabalho em defesa da região e dos povos indígenas.

derechosjhb/msi/mel/dg/ic

Nesta quarta-feira (16), indígenas e ambientalistas irão apresentar uma denúncia contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) a cinco relatores das Nações Unidas. O atual governo está sendo acusado de destruição do meio ambiente e de violações a direitos humanos. 

No documento obtido e divulgado pelo UOL, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), a Conectas Direitos Humanos, o Instituto Socioambiental (ISA), o Observatório do Clima e o WWF-Brasil apontam que "grandes extensões de terra já foram desmatadas e as taxas de desmatamento sob a gestão Bolsonaro estão em seu nível mais alto em mais de 15 anos".

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Destacam ainda que os "ataques à floresta e aos povos que vivem nela representam riscos reais para a vida da população da América do Sul e do mundo em geral. A Amazônia é fundamental para a natureza global, pois 10% das espécies do mundo são encontradas lá, e também para o clima, sendo responsável pelo regime de chuvas de toda América do Sul, além da regulação do clima global", apontam.

O grupo pede que o governo brasileiro interrompa a destruição ambiental no Brasil, respeite os direitos de povos indígenas e comunidades tradicionais e inclua a "maior ambição possível" em seus compromissos de redução de emissões. 

Os indígenas e ambientalistas que assinam o documento esperam que os relatores da ONU consigam pressionar o governo brasileiro a tomar iniciativas que previnam o desmatamento, retomando a implementação das políticas de gestão dos territórios indígenas. Além disso, eles também querem a reativação do Fundo Amazônia e o restabelecimento do orçamento do Ministério do Meio Ambiente.

Relatórios apresentados nesta segunda-feira (14) pelo Observatório Parlamentar da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados durante o 4º Ciclo da Revisão Periódica Universal (RPU) mostram que o Brasil não está cumprindo as recomendações da Organização das Nações Unidas (ONU) em relação à melhoria da situação dos direitos humanos no País. 

O deputado Helder Salomão (PT-ES) representou o Observatório Parlamentar na reunião, realizada em Genebra, na Suíça. Segundo o deputado, os 26 relatórios apresentados no encontro foram entregues ao governo de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. 

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“A nossa avaliação é que o Brasil não está cumprindo as recomendações. Houve retrocessos e não houve cumprimento. Precisamos aperfeiçoar a defesa dos direitos humanos no País”, afirmou o parlamentar.  Cada relatório temático foi debatido em audiências públicas, realizadas na Câmara em 2021 e 2022. Ao todo, foram promovidas 26 audiências públicas pelo Observatório Parlamentar. 

No evento em Genebra, o deputado explicou que participaram destas audiências públicas 127 representantes do Poder Público (Judiciário, Executivo e Legislativo), 40 participantes de organismos internacionais e 160 da sociedade civil. 

De acordo com o Salomão, das 246 recomendações, 136 não foram cumpridas e em 35 recomendações houve retrocesso. 

O deputado destaca, por exemplo, que, das 25 recomendações relacionadas aos direitos dos povos indígenas, 19 foram consideradas não cumpridas e em 6 houe retrocesso. No que se refere à segurança pública, o Brasil recebeu 16 recomendações, e o Observatório considerou que14 não foram cumpridas e 2 estavam em retrocesso.

  No tema da redução da pobreza e da desigualdade, o País recebeu 13 recomendações. A avaliação é que entre maio de 2017 e agosto de 2022 não foram notadas modificações significativas na tributação que pudessem melhorar a distribuição de renda. Das 13 orientações, 10 foram consideradas não cumpridas, 2 em retrocesso e 1 em progresso. “Esse é o quadro final que está sendo apresentado nos relatórios”, disse Salomão. 

RPU e Observatório Parlamentar Criada em 2006, a Revisão Periódica Universal é um mecanismo da ONU por meio do qual os 193 países-membros contribuem entre si com avaliações e recomendações, com o objetivo de melhorar a situação dos direitos humanos no mundo e atender da melhor forma possível os compromissos assumidos na Agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável. O Brasil já passou por três ciclos dessa revisão – em 2008, 2012 e 2017. 

Em 2019, a Câmara dos Deputados e o Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos firmaram parceria para a criação de um Observatório Parlamentar no âmbito da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, com o objetivo de monitorar as recomendações recebidas pelo Brasil. 

*Da Agência Câmara de Notícias

Na próxima quarta-feira (9), o Centro de Cultura Luiz Freire (CCLF) resgata uma ação cultural que aconteceu durante 10 anos no quintal do seu casarão centenário no Sítio Histórico de Olinda. Em comemoração aos 50 anos completados em agosto, a Quartas Literárias volta com uma edição especial para promover e defender a cultura através da literatura, da poesia, da música e do teatro.

Com uma programação repleta de artistas pernambucanos, o evento inicia às 18h30 e tem como participações especiais duas escritoras negras de referência do nosso estado: Odailta Alves e Inaldete Pinheiro. 

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Com o sarau “Poemas da Travessia”, as intelectuais têm como referência o livro “Travessias” da própria Inaldete Pinheiro, que fala sobre a travessia forçada que a população negra africana sofreu até o Brasil e o sequestro da ancestralidade que ocorreu durante o período escravocrata.

“São poesias produzidas por mulheres negras idosas, adultas e jovens, que compreendem como historicamente a mulher negra sempre foi pensada para tarefas subalternizadas, porque sabemos que o racismo nos impede de acessarmos muitos espaços. E esse caldeirão de poesia preta e feminina vai lembrar essa travessia, ressignificando nossas narrativas e construindo essa poesia que traz essa mulher através da primeira pessoa, quebrando com a literatura hegemônica e o silenciamento”, explica Odailta.

Odailta Alves também levará o Projeto Mala Preta, conduzido por ela e outras escritoras negras com o objetivo de circular livros de intelectuais pretas independentes que não conseguem acessar as livrarias por todas as dificuldades do mercado editorial. 

A responsável pela produção da Quartas Literárias é Silvana Menezes, atriz, poetisa e integrante do Vozes Femininas, outra atração confirmada no evento - cujo grupo também é formado por Cida Pedrosa, Mariane Bigio e Susana Morais. Silvana fala com emoção desta atividade que coordenou por 10 anos dentro do Programa de Desenvolvimento das Leituras e Escritas Literárias do CCLF. 

“As primeiras edições aconteceram na Biblioteca Solar de Ler, que fica dentro da sede da organização. À luz de velas e de candeeiros vermelhos, esta iniciativa evoluiu e o espaço tornou-se pequeno, ocupando então o belíssimo quintal. Não tínhamos recursos de luz, fazíamos fogueiras, e era lá, ao redor do fogo sagrado, que líamos nossos versos escritos em guardanapos, datilografados em máquinas de escrever antigas ou digitados. Os artistas começaram a subir as ladeiras de Olinda para participar das edições das Quartas”, relembra o início da ação.

Além do Poemas da Travessia e Vozes Femininas, a nova leva de poetas e poetisas pernambucanos se juntam aos precursores da ideia e colaboram para a realização de uma noite muito especial. São eles: Allan Sales, Ana Neves, Rafaela Valença, Kerlito de Lenira, Adélia Coelho, Renata Santana, Malungo, Gleison Nascimento e Flávia Gomes. Estes compõem a Roda Literária, que também terá o microfone aberto para as pessoas presentes que sintam o desejo de recitar.

O Grupo Totem é uma das atrações teatrais do evento, grupo que existe desde 1988 na cena e se tornou uma das referências em Pernambuco. O Grupo Teatral da EREFEM Compositor Antônio Maria, unidade educacional localizada em Rio Doce - Olinda, é formado por crianças e adolescentes e se junta aos mais experientes para também realizarem uma apresentação nesta edição especial da Quartas Literárias.

Para abrir a noite e garantir o gênero musical do encontro, a Banda Colírio Elétrico faz uma versão acústica de seu show. Navegando pelo blues, rock, folk e country, a banda é formada por Paulo Guimarães nos vocais, Luciano King na guitarra, Edinaldo Nascimento no baixo, Maurilio Luna no Teclados e Isaac Olindino na bateria.

Bebidas e comidas também estarão disponíveis para compra no local. A entrada é gratuita.

 

Serviço:

Quartas literárias - Edição Especial #CCLF50Anos

Dia 09 de novembro

A partir das 18h30

No CCLF | Rua 27 de Janeiro, 181 - Carmo, Olinda

Entrada gratuita

 

Entre os dias 19 e 22 de setembro, o Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) realiza missão no estado de Pernambuco para apurar denúncias de violações de direitos humanos envolvendo conflitos agrários, especialmente na Zona da Mata do estado.   

 A programação da missão inclui visitas a comunidades em conflitos nos municípios de Barreiros e Jaqueira, ambos situados na Mata Sul; e Itambé e Goiana, na Mata Norte do estado. Também serão realizadas reuniões com autoridades governamentais, audiência pública e coletiva de imprensa. 

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   Durante a missão, o CNDH será representado pelo conselheiro Marcelo Chalréo e pela conselheira Sandra Maria da Silva Andrade. A missão contará também com a participação de várias entidades, tais como a Comissão Pastoral da Terra (CPT), a Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado de Pernambuco (Fetape), a CONTAG, o Conselho Indigenista Missionário (CIMI), a Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq), além de representantes da Comissão de Direitos Humanos da OAB-PE, da Defensoria Pública da União (DPU), da Defensoria Pública do Estado (DPE) e da Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão do Ministério Público Federal.   

 Contexto da violência no campo na Zona da Mata pernambucana - A realização da missão do Conselho Nacional de Direitos Humanos foi motivada pelo cenário de violência no campo a que estão submetidas populações camponesas da Zona da Mata pernambucana. De acordo com dados da Comissão Pastoral da Terra (CPT), do total dos conflitos no campo registrados no estado em 2021, 44% ocorreram nessa região.  Ainda segundo os dados, das 22 pessoas ameaçadas de morte no campo no estado em 2021, 18 são agricultores e agricultoras que vivem em municípios da Zona da Mata. O número classifica Pernambuco como o segundo estado do país com mais pessoas ameaçadas de morte no campo.   

 Os altos índices de violência na região se relacionam com as transformações em sua matriz produtiva. Nos últimos anos, com a decadência do setor sucroalcooleiro e o acúmulo de dívidas milionárias de usinas produtoras de açúcar e álcool, grandes extensões de terras na Zona da Mata de Pernambuco vêm sendo arrendadas, vendidas ou adquiridas por meio de leilões judiciais por empresas do ramo da pecuária. Essas empresas são alvos de inúmeras denúncias envolvendo esbulho de posse, destruição e envenenamento de lavouras e ameaças contra famílias posseiras que vivem nessas localidades há décadas. 

    Sobre o CNDH - O Conselho Nacional dos Direitos Humanos (CNDH) é um órgão colegiado de composição paritária que tem por finalidade a promoção e a defesa dos direitos humanos no Brasil, através de ações preventivas, protetivas, reparadoras e sancionadoras das condutas e situações de ameaça ou violação desses direitos, previstos na Constituição Federal e em tratados e atos internacionais ratificados pelo Brasil. Instituído inicialmente pela Lei nº 4.319, de 16 de março de 1964, que criou o Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CDDPH), o colegiado foi transformado em Conselho Nacional dos Direitos Humanos pela Lei n° 12.986, de 2 de junho de 2014.

O CNDH desempenha sua missão institucional tendo como orientação os Princípios Relativos ao Status das Instituições Nacionais de Direitos Humanos (Princípio de Paris), definidas pela ONU em 1992, marcados pelo pluralismo e pela autonomia.   

 PROGRAMAÇÃO:   

 ● Data: 19.09.22 (segunda-feira) - Visitas às comunidades de Roncadorzinho, em Barreiros, e Fervedouro, em Jaqueira, ambas situadas na Zona da Mata Sul pernambucana. Na ocasião, representantes de outras comunidades rurais do entorno também estarão presentes.   

 ● Data: 20.09.22 (terça-feira) - Visitas às comunidades em conflitos na região da Zona da Mata Norte. Na ocasião, serão realizadas escutas na comunidade do Gongo, situada em Itambé, e nas comunidades Horizonte e Dois Rios/São Severino, em Goiana.   

 ● Data: 21.09.22 (quarta-feira) - Reuniões com autoridades no Recife durante a manhã e a tarde;   

 ● Data: 22.09.22 (quinta-feira) - Audiência pública, das 9h às 13h30, no auditório da OAB, com foco nos conflitos objetos das visitas in loco e apresentação de casos e realidades dos povos indígenas, comunidades quilombolas e pescadoras e pescadores em Pernambuco;   

 ● Data: 22.09.22 (quinta-feira) - Coletiva de imprensa, às 16h, na sede da Defensoria Pública do Estado (DPE), situada na Av. Manoel Borba, 640, Recife (PE).

*Da assessoria 

A Coreia do Norte chamou a principal inspetora da Organização das Nações Unidas (ONU) para monitorar os direitos humanos do país de "fantoche" dos EUA, alertando nesta sexta-feira (2) que Pyongyang não irá tolerar o que chamou de trama liderada por Washington de usar a questão dos direitos humanos para derrubar seu regime político.

O governo norte-coreano é extremamente sensível a críticas externas a seu histórico de direitos humanos e as classifica como tentativa de difamar e abalar seu domínio sobre uma população de 26 milhões de pessoas, a maioria das quais têm pouco acesso ao noticiário estrangeiro.

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Os comentários vieram num momento em que Elizabeth Salmon, relatora especial da ONU para direitos humanos na Coreia do Norte, faz sua primeira visita à Coreia do Sul nesta semana para se reunir com autoridades, ativistas e desertores norte-coreanos desde que foi nomeada ao cargo, no mês passado.

O ministério de Relações Exteriores norte-coreano acusou Elizabeth Salmon de demonstrar "ignorância e visão enviesada" sobre Pyongyang. Também acusou Washington de estar por trás do mandato da inspetora, como parte de uma estratégia contra a Coreia do Norte.

Elizabeth Salmon afirmou que seu primeiro relatório sobre a questão dos direitos humanos na Coreia do Norte será apresentado à Assembleia Geral da ONU no fim de outubro. Fonte: Associated Press.

O prefeito do Recife, João Campos (PSB), sancionou, uma lei que proíbe homenagens a violadores dos Direitos Humanos em prédios, monumentos, estátuas, bustos, logradouros ou espaços públicos da cidade, na última terça-feira (26). A lei municipal é de autoria da vereadora Dani Portela (Psol).

 Segundo a lei  nº 18.963 que proíbe as pessoas que possuem ligação com a ordem escravista, prática de tortura, que tenham seus nomes no relatório final da Comissão da Verdade da Ditadura Militar, ou que tenham sido condenadas por violações aos Direitos Humanos, não podem ter seus nomes expostos como homenagem na capital pernambucana. 

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No instagram, João Campos fez postagem falando sobre a sanção e a importância da lei. "A defesa da democracia passa obrigatoriamente pela preservação da memória, pela reflexão sobre os erros do passado e pela conscientização da sociedade. Um exercício que faremos sempre, como quando cedemos um espaço no Sítio Trindade para ser o Memorial da Democracia, onde ficará guardada documentação recolhida pela Comissão Estadual da Memória e Verdade Dom Helder Câmara".

 A lei já está em vigor e foi publicada na edição extra do Diário Oficial do Recife dessa terça-feira.

A alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, negou, nesta quarta-feira (20), pressões da China para não divulgar um relatório sobre o país e assegurou que o mesmo será publicado antes do término de seu mandato em agosto.

"Não existe uma carta das autoridades chinesas, a verdade é que há uma carta de países. Assim como há cartas de países que me pedem para publicá-lo, há cartas de países que me pedem para não o publicar. Isso é normal", disse Bachelet durante uma conferência de imprensa em Lima como parte de sua visita de trabalho ao Peru.

O relatório "será publicado antes que eu deixe o cargo" em agosto, afirmou.

"Posso dizer que seguimos trabalhando no escritório [do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos] para atualizar o relatório para compartilhá-lo com o país em questão, como se faz sempre antes de divulgar um relatório, para que faça os comentários factuais se houver erros, como se faz na prática habitual", detalhou a ex-presidente chilena.

Durante sua visita à China em maio, Bachelet instou as autoridades a evitar medidas "arbitrárias e indiscriminadas" em Xinjiang. Mas ressaltou que sua visita não era "uma investigação".

O governo chinês é acusado de manter uigures e outros indivíduos de minorias muçulmanas em centros de detenção em Xinjiang, de esterilizar as mulheres e obrigar essas pessoas a realizar trabalhos forçados. A China, por sua vez, nega todas as acusações.

Bachelet anunciou em 13 de junho que não concorreria a um segundo mandato para o cargo, pois pretende passar mais tempo com sua família e em seu país.

A ex-presidente chilena havia avisado sua decisão ao secretário-geral da ONU, António Guterres, dois meses antes, mas nenhuma informação vazou.

A funcionária foi duramente criticada nos últimos meses pelos Estados Unidos e importantes ONGs, que a acusam de falta de firmeza frente às violações de direitos humanos na China e de agir mais como "diplomata" do que defensora dos direitos humanos.

Mais de 35 mil denúncias de violações de direitos humanos contra pessoas idosas foram registradas no Brasil, de 1º de janeiro a 2 de junho, pelo Disque Direitos Humanos (Disque 100). 

Em mais de 87% das denúncias (30.722), as violações ocorreram na casa onde o idoso mora. Segundo o ouvidor nacional de Direitos Humanos, Nabih Chraim, entre os agressores, os principais responsáveis pela violação são os próprios filhos, suspeitos em mais de 16 mil registros. Na sequência estão vizinhos (2,4 mil) e netos (1,8 mil). 

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Na maior parte dos registros (5,9 mil), a vítima tem entre 70 e 74 anos. Foram registrados ainda 5,8 mil denúncias relacionadas a idosos de 60 a 64 anos e 5,4 mil registros de violações de pessoas de 65 a 69 anos. 

O secretário Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa (SNDPI), Antônio Costa, informou que os maus tratos a idosos figuram em terceiro na lista de maiores registros de violações do Disque 100. “O idoso precisa ser cuidado e protegido para viver com dignidade”, contou. 

Denúncias

Quem quiser denunciar casos de violações de direitos humanos pode fazer anonimamente pelo Disque 100, que recebe ligações diariamente durante 24h, incluindo os fins de semana e feriados. 

“As denúncias podem ser feitas de todo o Brasil por meio de discagem direta e gratuita para o número 100, pelo WhatsApp (61-99656-5008), ou pelo aplicativo Direitos Humanos Brasil, no qual o cidadão com deficiência encontra recursos de acessibilidade para denunciar”, informou o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. 

Rio de Janeiro

No município do Rio, nos cinco primeiros meses do ano, foram registradas 251 ocorrências de violência contra idosos. O número foi divulgado pelo Núcleo de Assistência de Promoção e Proteção Social da Secretaria Municipal do Envelhecimento Saudável e Qualidade de Vida. 

Para chamar a atenção para esse tipo de violência, a Secretaria Municipal do Envelhecimento Saudável e Qualidade de Vida realizou ações na cidade durante o Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa, celebrado ontem (15).  No calçadão de Campo Grande, zona oeste, a prefeitura do Rio distribuiu o Estatuto do Idoso e materiais informativos sobre os tipos de violência mais comuns, entre elas, a física, a psicológica e a financeira. 

“Envelhecer é um processo da vida. Estamos vivendo cada vez mais e querendo viver com qualidade, autonomia e saúde. Ações como essas são fundamentais para chamarmos a atenção da população”, apontou o secretário Júnior da Lucinha. 

Para o morador de Campo Grande, Gessy Duque, de 83 anos, esse tipo de iniciativa é importante no combate à violência contra os idosos. “Ação muito boa e necessária para que todos possam conhecer os tipos de violências contra a pessoa idosa. Eu mesmo não sabia da existência de todas elas”, revelou. 

Campanha

Todos os anos ao redor do mundo é realizada a campanha Junho Violeta. O mês foi escolhido para marcar o Dia Mundial de Conscientização da Violência Contra a Pessoa Idosa, criado em 2006 pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pela Rede Internacional de Prevenção à Violência à Pessoa Idosa. 

O período 2020-2030 foi escolhido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como a década do envelhecimento saudável, para reforçar o debate sobre o assunto e o combate a agressões e tratamentos abusivos dentro e fora do ambiente familiar.

A Organização das Nações Unidas (ONU) está com inscrições abertas, até 15 de junho, para o Programa Anual de Bolsa para afrodescendentes. A iniciativa disponibiliza bolsas de estudos a pessoas de ascendência africana no curso de Direitos Humanos em Genebra, na Suíça.

O programa faz parte das comemorações pela Década Internacional de Afrodescendentes e a formação tem duração de três semanas. Os interessados em pleitear uma vaga devem atender aos seguintes requisitos: ter ascendência africana, ser fluente em inglês ou francês, ter no mínimo quatro anos de experiência profissional na promoção dos direitos afrodescendentes e integrar organização que trabalha com questões relacionadas a pessoas de ascendência africana ou direitos das minorias.

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As candidaturas devem ser realizadas através do envio do currículo, carta oficial da organização onde trabalha certificando o seu estatuto, formulário de candidatura preenchido, assinado e escaneado; cópia do passaporte e carta de motivação com, no máximo, 500 palavras, para o e-mail ohchr-africandescentfellowship@un.org com o assunto “Application for the 2022 Fellowship Programme for People of African Descent”. Confira o edital aqui.

Por Ayanne Lima

O Ministério de Justiça e Segurança Pública (MJSP), através da coordenação Geral de Gestão de Pessoas (CGGP) e o Centro de Integração Empresa Escola (CIEE), divulgou a abertura de um processo seletivo para cadastro reserva de estágio remunerado. O valor da bolsa-auxílio corresponde a R$ 787,98 para carga horária de 20 horas semanais e R$ 1.125,69 para carga horária de 40 horas semanais.

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Os requisitos para participação incluem estar matriculado em uma instituição de ensino pública ou privada com frequência efetiva nas graduações de relações internacionais ou direito, ter idade mínima de 16 anos no dia no início do estágio, e ter domínio da língua inglesa ou espanhola em ambos os cursos. As vagas são destinadas para candidatos residentes em Brasília- DF e Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno – RIDE.

As inscrições devem ser realizadas através do site do CIEE no período de 30 de maio até o dia 13 de junho. Para fazer a inscrição, o candidato acessar o site do CIEE. É necessário que durante a inscrição o participante confirme a localidade, curso, e o horário que deseja exercer sua atividade. A carga horária deve ser compatível com o horário escolar, sob pena de desclassificação.

A lista de classificação provisória currículos aprovados será divulgada no site do CIEE  no dia 20 de junho de 2022, com os nomes dos candidatos aprovados.

Nesta terça-feira, 17 de maio, é celebrado o Dia Internacional Contra a Homofobia, Transfobia e Bifobia, data criada em 2004 para chamar a atenção para a violência e discriminação sofridas por lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros, intersexuais e todas as outras pessoas com diversas orientações sexuais, identidades ou expressões de gênero e sexo. O Brasil é uma das mais de 130 nações que comemoram a data e que têm ações nas três esferas voltadas à conscientização da luta LGBTQ+. 

Foi neste mesmo dia, em 1990, que a Organização Mundial da Saúde deixou de desclassificar a homossexualidade como um transtorno mental, removendo a sexualidade do rol de doenças previsto na classificação internacional de doenças (CID), o que motivou a escolha da data para a celebração do dia internacional. 

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O 17 de maio representa um grande marco anual global para chamar a atenção de governantes, mídia, sociedade, corporações, líderes de opinião e autoridades locais para a situação alarmante enfrentada por pessoas com diversas orientações sexuais, identidades ou expressões de gênero e características sexuais ao redor do mundo. A data é tão importante e desafiadora, que é celebrada em 37 países onde atos homossexuais são ilegais, como na Rússia e no Iêmen. 

O Dia Internacional contra a Homofobia, Transfobia e Bifobia recebeu o reconhecimento oficial de vários Estados, de instituições internacionais como o Parlamento Europeu e de inúmeras autoridades locais. A maioria das agências das Nações Unidas também marca o dia com eventos específicos. 

- - > MPPE lança hotsite com informações para a população LGBTQ+ 

Brasil 

No Brasil, que apesar de se distinguir dos países citados, onde ser LGBT ou aliado à luta pode ser motivo para ir preso, o ritmo da elaboração de políticas eficazes para o combate a lgbtfobia é lento. O país está próximo de completar três anos da criminalização da homofobia. Em 13 de junho de 2019, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu enquadrar a homofobia e a transfobia no racismo, tornando o Brasil se tornou o 43º país a criminalizar as práticas, de acordo com o relatório "Homofobia Patrocinada pelo Estado", elaborado pela Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais e Intersexuais (Ilga). 

Conforme a decisão do STF: 

- "praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito" em razão da orientação sexual da pessoa poderá ser considerado crime; 

- a pena será de um a três anos, além de multa; 

- se houver divulgação ampla de ato homofóbico em meios de comunicação, como publicação em rede social, a pena será de dois a cinco anos, além de multa; 

a aplicação da pena de racismo valerá até o Congresso Nacional aprovar uma lei sobre o tema. 

A criminalização é o primeiro passo para que vítimas de lgbtfobia possam buscar suporte jurídico e também notificar os casos de violência — a subnotificação, especialmente da violência contra pessoas transgênero, é um dos principais problemas para a elaboração de políticas públicas de proteção à população LGBT no país. Um bom exemplo disso é o exercício do censo demográfico, que não considera questões individuais de gênero e sexo, pois o método utilizado (qualquer residente da casa pode responder), em tese, não comporta esse tipo de coleta de dados. 

Apesar da ampliação do mapeamento da homofobia no país, os casos, com ou sem recuo, apresentam margem estável e colocam o Brasil na posição de uma dos piores países para a vida de pessoas LGBT.  

Mortalidade 

Ao longo do ano de 2021, ao menos 300 pessoas perderam a vida para a violência LGBTfóbica no país, número que representa um aumento de 8% em relação a 2020. Com uma morte registrada a cada 29 horas, o Brasil segue liderando o ranking de países que mais matam LGBTQIA+. Os dados são do relatório “Mortes Violentas de LGBTI+ no Brasil – 2021”, divulgados pelo Grupo Gay da Bahia (GGB). 

No ano passado, homens gays voltaram a ocupar o primeiro lugar no ranking de mortes de LGBTQIA+, somando 51% dos casos. Os grupos seguintes foram travestis e transexuais (36,67%), lésbicas (4%), bissexuais e homens trans (1,33%), uma ocorrência de pessoa não binária e um heterossexual, este último confundido com um homem gay. Os dados da pesquisa se baseiam em notícias publicadas nos meios de comunicação, que foram coletadas e analisadas pelo GGB. 

Em relação à cor das vítimas, 28% eram brancas, 25% pardas, 16% pretas e apenas uma indígena. Cerca de 47% dos LGBTQIA+ tinham entre 20 e 39 anos. Para o fundador do GGB, Luiz Mott, a raça das vítimas é um agravante social da violência, mas ainda é pouco especificada nas reportagens produzidas pela imprensa, fator que dificulta o levantamento de dados por cor. 

De acordo com o Dossiê Assassinatos e Violências Contra Travestis e Transexuais Brasileiras de 2021, foram registrados 140 assassinatos de pessoas trans no Brasil. Deste total, 135 tiveram como vítimas travestis e mulheres transexuais e cinco vitimaram homens trans e pessoas transmasculinas. 

O estudo foi realizado pela da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) com apoio de universidades como a Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), Federal de São Paulo (Unifesp) e Federal de Minas Gerais (UFMG). 

O número foi menor do que o do ano anterior, quando foram registrados 175 assassinatos de pessoas trans. Mas foi superior ao de 2019, no período pré-pandemia, quando foram contabilizados 124 óbitos. O número de 2021 está acima da média desde 2008, de 123,8 homicídios anuais de pessoas pertencentes a esse segmento. 

Governo Bolsonaro 

Durante o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) não foi possível ignorar pautas identitárias. Não porque elas são prioridade do mandatário, mas porque a agenda conservadora prometida durante a campanha do então deputado federal, se fez presente na gestão federal e o chefe do Executivo não mediu esforços ao decretar um “pé de guerra” com o que considera uma tática da esquerda para destruir a “família tradicional brasileira”. Os ataques lgbtfóbicos do presidente não foram poucos e certamente não colaboram com as tentativas de acolhida ao público LGBT, realizadas por entidades em todo o país. 

De acordo com a Folha de São Paulo, uma movimentação mais intensa de casamentos civis entre pessoas do mesmo sexo ou gênero foi notada, por exemplo, entre 2017 e 2018, anos anteriores à gestão bolsonarista. Os especialistas ouvidos pontuaram que o governo Bolsonaro desmantelou políticas públicas, estancou investimentos e criou um apagão em relação às demandas do segmento, que se viu ainda mais vulnerável na pandemia de Covid-19. 

Jair Bolsonaro já propagou fake news de que as escolas brasileiras contavam com um "kit gay", que rendeu a história da “mamadeira” que imitava o formato de um pênis; criticou o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) por causa de uma questão sobre o dialeto usado entre gays e travestis; ameaçou vetar projetos audivisuais com temática LGBTQIA+ na Agência Nacional do Cinema (Ancine) e interveio na anulação de um vestibular específico para transgêneros e intersexuais na Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab). 

No começo deste ano, em janeiro, o presidente voltou a provocar polêmicas em relação à homofobia. Ele afirmou que as pautas LGBTs são usadas contra ele como forma de desgaste ao governo e constituem uma forma de "destruir a família". 

"Tem LGBT que conversa comigo sem problema nenhum. Tem muita gente que a gente descobre que é depois e o cara tinha um comportamento completamente normal e não tem problema nenhum. Isso tudo são pautas para desgastar. Uma das maneiras de você dominar o povo é você destruir a família com essas pautas", disse.  

A declaração do presidente, em referência ao termo antigo do atual LGBTQIA+, ocorreu durante entrevista ao canal Jovem Pan News. A nova sigla busca representar as comunidades de indivíduos fora das normas binárias de gênero e sexo. Bolsonaro ainda comemorou que pautas que chamou de "ideologia de gênero" estejam nas mãos do novo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça, o que caracterizou como "sorte". O ministro foi o nome escolhido pelo presidente para a vaga que ele tinha prometido como de um magistrado "terrivelmente evangélico" para a Corte. 

 

Uma denúncia assinada por 119 entidades jurídicas e pela defesa dos direitos humanos em todo o Brasil foi enviada à Organização das Nações Unidas (ONU) e à Corte Interamericana de Direitos Humanos (CDIH), em caráter de urgência, na última terça-feira (5). O documento trata de questionamentos sobre a violência policial e as violações de direitos humanos em Porto de Galinhas, cidade em Ipojuca, no Litoral Sul de Pernambuco. O apelo foi feito após a morte da menina Heloysa Gabrielly, de seis anos, baleada em operação policial na última semana.

As entidades pedem, dentre outras solicitações, que os organismos internacionais solicitem explicações ao Brasil e cobrem um plano de combate à violência e letalidade policial, com a participação da sociedade civil. Foram apresentados no documento dados da violência policial no estado de Pernambuco e o descumprimento de normas internacionais.

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"O caso da menina Heloysa é um dos retratos mais brutais do despreparo da polícia. O número de tiroteios e disparos de arma de fogo, durante operações policiais, aumentou 31%, em 2021, quando comparado ao ano anterior. O resultado disso é o aumento da letalidade e violência policial em territórios criminalizados. É inadmissível que apenas algumas crianças tenham o direito de brincar e estarem com suas famílias em segurança" diz Edna Jatobá, Coordenadora Executiva do Gabinete Assessoria Jurídica Organizações Populares (GAJOP).

A denúncia apresenta um levantamento do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, que aponta que a polícia é responsável por cerca de 13 em cada 100 mortes violentas, no ano de 2020. Ao todo, foram registradas 6.146 mortes em decorrência da atividade policial. Destas, 68,8% eram jovens de 18 até 29 anos e 78,9% eram negras.

De acordo com dados da Secretaria de Defesa Social fornecidos para a Rede Observatórios de Segurança, no ano de 2020, 113 pessoas foram mortas em ações policiais no Estado de Pernambuco, destas 97,3% eram pretas e pardas. 

Para Igor Travassos, da Articulação Negra de Pernambuco (Anepe), que também assina o documento, “o Governo de Pernambuco precisa ser responsabilizado pela ação de suas polícias. Um aparato de guerra foi colocado contra uma comunidade que sequer tem a possibilidade de viver o luto. Fica nítido que, para o Governo, o inimigo é o povo preto e periférico, e que, sob a falsa argumentação de guerra às drogas, vê-se autorizado a violar os direitos de todo um território que já sofre com o descaso e a ausência do poder público”.

Por fim, “o assassinato de Heloysa é mais uma situação emblemática da política de morte executada pelo Estado contra a população negra. Nós estamos unidas e fortalecidas para enfrentar mais esse crime bárbaro”, finaliza Mônica Oliveira, representante da Rede de Mulheres Negras de Pernambuco.

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