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Apesar da liderança das intenções de voto permanecer com o ex-presidente Lula (PT), nesta sexta-feira (13), a pesquisa Ipespe apontou que Jair Bolsonaro (PL) conseguiu encurtar a distância. O atual presidente oscilou dentro da margem de erro e alcançou o melhor resultado de 2022.

Conforme o estudo, o petista estabilizou a posição com 44% dos votos, enquanto Bolsonaro subiu 1% e atingiu 32% das intenções. Essa é a menor distância entre os concorrentes desde julho do ano passado.

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O desempenho do núcleo da terceira via sequer incomoda o cenário polarizado. Ciro Gomes (PDT) pontuou com 8%, seguido por João Doria (PSDB), com 3%, André Janones (AVANTE), com 2%, e Simone Tebet (MDB), que marcou 1%.

Segundo Turno

Aparentemente sem surpresas em um eventual segundo turno, a disputa se consolidaria entre os dois principais pré-candidatos. O resultado cravou a eleição de Lula com 54% dos votos e Bolsonaro derrotado com 35% do eleitorado.

Com margem de erro de 3,2 pontos percentuais, o Ipespe telefonou para 1.000 pessoas entre os dias 9 e 11 de maio.

Pré-candidato à Presidência pelo PSDB, João Doria admitiu, nesta quinta-feira (28), a possibilidade de ser candidato a vice-presidente nas eleições deste ano. "Nós temos que ter o bom entendimento que a prioridade é o Brasil, não somos nós. Então, eu não me priorizo nem excluo nenhuma alternativa. Nós não podemos agir dessa maneira", disse ele ao ser indagado sobre se comporia uma chapa sem ser candidato ao Planalto, durante sabatina promovida pela Folha de S.Paulo e o UOL.

"A prioridade, no meu entender, é o Brasil e os brasileiros, não é sequer o meu partido. entendo que prioridade não é o indivíduo", emendou o tucano. Doria negou que suas falas fossem uma crítica a senadora Simone Tebet (MDB), que faz parte da união das siglas de centro que pretendem lançar uma candidatura única às eleições deste ano. Tebet já afirmou que, se não for cabeça de chapa, não aceitaria ser vice.

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Com as dificuldades do "centro democrático" para lançar uma candidatura única ao Planalto, Doria admitiu que as tratativas podem não dar certo. "É um trabalho em progressão, pode dar certo, pode não dar", disse. "Mas isso não invalida as boas conversas, o bom entendimento que temos tido entre partidos", continuou o tucano.

Integram as conversas para o lançamento desta candidatura única o União Brasil, MDB, Cidadania e PSDB. Luciano Bivar, do União Brasil, já sinalizou que pode desistir se não houver a definição de um nome em breve.

"É natural nesse processo que haja situações convergentes, outras não convergentes, mas o importante é que o diálogo continue. O diálogo de todos é no melhor sentido, de defender e proteger o Brasil e encontrar uma alternativa que possa romper essa polarização entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente Jair Bolsonaro", disse o ex-governador, ao minimizar os desentendimentos entre as siglas.

Ao comentar sobre conversas que tem tido com Bivar, Doria admitiu que o presidente da União Brasil pretende dar um parecer sobre a união entre as legendas na próxima quarta-feira (4), e que a tendência do agora aliado é caminhar sozinho no processo eleitoral. "Mas nada nos impedirá de mais adiante estarmos juntos novamente. Não há ruptura, não há briga, não há conflito entre nós", ressalvou.

Alckmin

Mesmo que tenha tido atritos com Geraldo Alckmin (PSB), seu padrinho político, João Doria negou, na sabatina, ter reservas com o ex-governador de São Paulo. "Não compreendo exatamente a razão dele estar hoje ao lado de Lula, mas o histórico, a biografia de Geraldo Alckmin merece respeito" .

Doria afirmou que os atritos teriam acontecido principalmente após uma sugestão sua de que, para Alckmin concorrer ao governo de São Paulo, fossem realizadas prévias no partido, o que Alckmin não aceitou. "Eu disse ao ex-governador Geraldo Alckmin vamos então fazer prévias em São Paulo, e Geraldo Alckmin disse de prévias eu não participo", e daí ficamos em um dilema", relatou Doria.

Alckmin deixou o PSDB após 33 anos no partido. O ex-tucano embarcou na campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como vice-presidente após se filiar ao PSB. Doria disse, ainda, que não fala com Alckmin desde dezembro do ano passado.

O ex-governador de São Paulo é pré-candidato à presidência pelo PSDB, João Doria, cancelou uma viagem que faria para municípios de Goiás nesta quinta-feira (28). Segundo nota do partido, o motivo foi o estado de saúde do ex-governador de Goiás Marconi Perillo, que sofreu alteração na sua pressão arterial.

"Marconi está medicado e foi submetido a exames médicos e laboratoriais. Seu estado de saúde é normal, sem nenhuma intercorrência", declara a nota.

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"João Doria, assim que foi comunicado do estado de saúde do ex-governador Marconi, solicitou o adiamento do evento e agradeceu a todos pela atenção, reiterando seu desejo de voltar a Goiás o mais breve possível", segue o texto.

O pré-candidato à Presidência da República pelo PSDB, João Doria, afirmou que foi convidado pelo presidente do partido, Bruno Araújo, para reunião nesta terça-feira, 26, em Brasília e que também conversou com dirigentes das demais siglas que buscam um candidato de consenso para a terceira via. O encontro entre os políticos ocorre após Araújo ser retirado do comando da campanha de Doria.

Doria disse ter falado também com Baleia Rossi, presidente do MDB, Roberto Freire, do Cidadania, e Antônio Rueda, vice-presidente do União Brasil. "Falei ontem e hoje pela manhã com o Bruno Araújo", disse Doria nesta terça-feira durante a Agrishow, em Ribeirão Preto. "Hoje terá uma reunião em Brasília e ele me convidou. Também falei com o Rueda, Baleia Rossi e Roberto Freire."

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Doria tem jantar marcado, também em Brasília, com o ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite, que disputou as prévias do partido contra ele e chegou a sinalizar uma candidatura à presidência mesmo após ser derrotado. Na semana passada, Leite divulgou carta na qual sustenta que o candidato do PSDB, hoje, é Doria.

Doria repetiu que o candidato da terceira via deve ser definido por um "conjunto de valores", tanto de pesquisas quanto de experiências anteriores. "A pesquisa quantitativa é essencial, porque é ela que reproduz o interesse do eleitor em votar ou não. A qualitativa também", afirmou.

"Eu diria também a qualificação, a experiência de gestão e administrativa, porque isso vai valer nos debates e nas apresentações no horário eleitoral". Ele defendeu que a data limite para a decisão do grupo, que hoje é o dia 18 de maio, seja mantida. "A priori, não vejo razão para mudar. Foi estabelecido com a concordância de todos e espero que possa se processar dentro desse prazo."

Vice?

Questionado se pode ser candidato à vice-presidência, Doria disse ser candidato do Brasil, e não do PSDB ou dele próprio. "Pesquisas mostram que há 44% da população brasileira que não querem nem Lula nem Bolsonaro. Cabe ao centro democrático formado por esses quatro partidos ter grandeza e humildade para encontrar um caminho vencedor, que não é o da vaidade, nem do interesse pessoal ou partidário."

Quanto a Leite, Doria diz que essa questão é "pacificada no PSDB". "Ele teve dignidade, grandeza, fez uma carta bonita onde declarou que o candidato do PSDB à presidência é João Doria. Eu agradeci por meio de carta e também por telefone."

Ao ser questionado se está satisfeito com sua participação nas propagandas de seu sucessor no governo de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), Doria disse: "O Rodrigo tem que fazer a campanha dele, ele é candidato ao governo do Estado de SP. É nisso que ele tem de estar concentrado e é isso que ele está fazendo, a meu ver, corretamente."

O ex-governador de São Paulo João Doria (PSDB) é o pré-candidato à Presidência da República com mais conteúdo desfavorável em circulação nos grupos de WhatsApp. De acordo com a pesquisa FSB/BTG divulgada nesta segunda-feira, 25, 59% das notícias sobre o tucano no aplicativo de mensagens são classificadas como "mais desfavoráveis", enquanto 24% são vistas como "mais favoráveis".

Doria é o único entre os oito pré-candidatos citados na pesquisa que tem mais conteúdo negativo do que positivo no WhatsApp. O campeão de notícias "mais favoráveis" - 68% - é André Janones (Avante).

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O segundo da lista com mais conteúdo negativo é o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com 42%, ante 47% de "favorável". Na sequência vêm o ex-governador gaúcho Eduardo Leite (PSDB), com 39% "mais desfavoráveis" e 44% "mais favoráveis", e o presidente Jair Bolsonaro (PL), com 38% e 51%, respectivamente.

Ciro Gomes (PDT) tem 32% de notícias negativas e 53% positivas; Felipe D’Ávila (Novo) aparece com 31% (desfavoráveis) e 52% (mais favoráveis). Simone Tebet (MDB) tem 26% (negativas) e 50% (positivas) e Janones, 19% e 68%, respectivamente.

Mesmo com seus 57%, contra 45% de Lula (PT), seu principal adversário, o atual presidente não é o mais rejeitado pelos eleitores. Doria (PSDB) é o pré-candidato que apresenta a maior rejeição, segundo a pesquisa FSB/BTG. Para 63% dos entrevistados, o ex-governador de São Paulo não é uma opção de voto "de jeito nenhum".

Em seguida vêm Bolsonaro (PL), com 57% de rejeição, e Ciro Gomes (PDT), com 49%. Lula (PT) aparece em quarto lugar, com 45% de rejeição. Eduardo Leite (PSDB) tem 38% e Felipe D'Ávila (Novo), 35%. Simone Tebet (MDB) e Janones (Avante) empatam com 31%.

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A pesquisa FSB/BTG consultou dois mil eleitores por telefone entre os dias 22 e 24 de abril. A margem de erro é de 2 pontos porcentuais, para mais ou para menos. O registro na Justiça Eleitoral é BR-04676/2022.

Com informações da Agência Estado

Os líderes do MDB, do União Brasil e do PSDB e os pré-candidatos das três siglas à Presidência vão se reunir em um jantar, na segunda-feira (25), na casa do ex-governador João Doria, para discutir os critérios que serão adotados para a escolha do nome que vai representar a chamada terceira via na disputa presidencial. Uma eventual mudança no calendário também será debatida.

Pelo acerto inicial, o colegiado vai escolher seu pré-candidato no dia 18 de maio. Integrantes do MDB e do União Brasil disseram reservadamente que Doria pediu a mudança da data para 31 de maio, o que foi negado pelo ex-governador em suas redes sociais.

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O encontro vai ocorrer no momento em que o grupo do ex-governador paulista ameaça recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para garantir que o resultado das prévias tucanas do ano passado não possa ser revogado por nenhuma outra instância partidária.

Conversa tensa

Aliados do ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite - que foi derrotado por Doria na eleição interna - alegam que o diretório nacional do PSDB e a convenção nacional da legenda são soberanos para definir o futuro do partido.

Os dois ex-governadores se reuniram em São Paulo na semana passada para tratar do tema. Segundo interlocutores de Doria, o que parecia ser uma tentativa de trégua se tornou uma conversa tensa e o paulista deixou claro que iria judicializar o processo se o rival insistisse com sua pré-campanha paralela.

Em um gesto para tentar barrar as articulações em torno de Leite, Doria divulgou ontem um manifesto assinado por 73 advogados que corrobora o apoio ao resultado das prévias realizadas pelo PSDB em novembro de 2021.

O documento lembra que 45 mil filiados e membros do tucanato escolheram o nome do paulista como representante do partido para disputar a Presidência e diz que o pleito custou R$ 12,2 milhões do Fundo Partidário. A carta expõe a estratégia de Doria ao dizer que a 14.ª Convenção Nacional do Partido aprovou em 2017 um novo estatuto (que, por sua vez, foi aprovado pelo TSE) no qual foi instituído o mecanismo das eleições prévias para a escolha de candidatos.

Pesquisa

Doria defende que os partidos da terceira via realizem uma pesquisa quantitativa de intenção de voto para definir quem será o escolhido. Segundo o paulista, esse modelo seria "incontestável".

Em um jantar com emedebistas e o ex-presidente Michel Temer na semana passada - incluindo a pré-candidata do partido, senadora Simone Tebet (MDB-MS) -, Doria disse que, em uma situação "extrema", ou seja, se nenhum dos nomes avançar nas pesquisas, os partidos poderiam buscar uma alternativa. Na ocasião, o ex-governador sugeriu que Temer poderia ser uma opção, possibilidade logo descartada pelo próprio ex-presidente.

No PSDB, o deputado Aécio Neves (MG) ampliou a pressão no PSDB para derrubar a pré-candidatura de Doria. O mineiro disse em entrevista ao portal UOL que o partido deveria abrir um diálogo com Ciro Gomes (PDT).

O ex-governador de São Paulo e pré-candidato do PSDB à Presidência, João Doria, age para reconstruir pontes com a bancada do partido na Câmara e reduzir danos decorrentes do rompimento com o presidente da própria legenda, Bruno Araújo. Enquanto o paulista busca amenizar os atritos internos, o ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite busca apoios fora do PSDB, o que mostra que o partido tem explicitamente um pré-candidato oficial e outro paralelo.

O gaúcho vai se reunir nesta terça-feira (19), em São Paulo, com o ex-presidente Michel Temer (MDB), no momento em que intensifica uma campanha alternativa para se viabilizar como opção dos partidos de centro.

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"A condição de pré-candidato do João (Doria) é fato consumado. Vamos ampliar o diálogo com Brasília e outros Estados, além de viajar o País", disse Marco Vinholi, presidente do PSDB em São Paulo e novo coordenador da pré-campanha de Doria ao Planalto.

Após um feriado tenso, quando apoiadores de Doria fizeram uma ofensiva nas redes sociais com a hashtag #renunciaBrunoAraujo, Vinholi adotou um tom conciliador e declarou que pretende repactuar a relação com o dirigente máximo do PSDB. Araújo e Doria conversaram ontem. Ficou acertado que Araújo cuidará da candidatura única da terceira via, no que cabe ao PSDB, e o ex-governador paulista seguirá em pré-campanha.

Com o novo cargo, Vinholi terá também um lugar na mesa da terceira via. O colegiado reúne, além de Araújo e dos próprios pré-candidatos, os presidentes do MDB, Baleia Rossi; do União Brasil, Luciano Bivar; e do Cidadania, Roberto Freire. O grupo vai começar nesta semana a discutir os critérios para a escolha do candidato único da chamada terceira via. Pelo calendário dos partidos, o martelo será batido no dia 18 de maio.

Sondagem

O grupo de Doria defende a contratação de uma pesquisa quantitativa pelos partidos para definir o nome com mais intenções de voto. Enquanto o PSDB enfrenta mais uma disputa interna, a senadora Simone Tebet (MS) avança na construção de um consenso em torno de seu nome no MDB.

Em conversas reservadas, emedebistas resistem ao nome de Doria e não descartam uma chapa Simone-Leite, mas admitem que Bivar teria a prerrogativa de escolher o vice, sendo ele próprio pré-candidato.

No comitê da pré-campanha de Doria, a avaliação é de que o ex-governador tem hoje na sua retaguarda três parlamentares influentes na bancada tucana: os deputados Nilson Pinto (PA), Ezequiel Ferreira (RN) e o líder Adolfo Viana (BA). Já Leite tem o apoio de Aécio Neves (MG), José Aníbal (SP) e Tasso Jereissati (CE), todos influentes na executiva do PSDB.

Os tucanos paulistas também apostam nas inserções do partido na TV, marcadas para o próximo dia 26, que terão Doria como protagonista.

Mesmo assim, Leite tenta ainda se viabilizar, apesar de derrotado para Doria nas prévias do ano passado. Nesta segunda, 18, o gaúcho se encontrou com o presidente do Solidariedade, Paulinho da Força, em São Paulo. Hoje, além do encontro com Temer, está prevista uma reunião com Raquel Lyra, pré-candidata do PSDB ao governo de Pernambuco. No dia 20, deve iniciar um giro pelo Brasil.

O roteiro do ex-governador gaúcho vai começar pelo Ceará, Estado de Tasso Jereissati, seu aliado. Em seguida, Eduardo Leite passará por Pernambuco - Estado de Araújo -, Rio, onde Rodrigo Maia comanda a sigla, e Mato Grosso do Sul.

"Eduardo hoje é uma liderança nacional do PSDB, portanto é legítimo que rode o País, principalmente neste momento em que a candidatura do Doria sofre tanta resistência", disse Orlando Faria, um dos articuladores do grupo do ex-governador do Rio Grande do Sul.

O presidente do PSDB, Bruno Araújo, disse que nunca fez "questão" de exercer posto de coordenador-geral da pré-campanha do ex-governador João Doria à Presidência da República. "Ufa! Comando que nunca fiz questão de exercer. Aliás, ele sabe as circunstâncias em que e o porque 'aceitei' à época. Aliás, objetivo cumprido!", escreveu Araújo nesta sexta-feira, 15, em sua conta oficial do Twitter ao compartilhar notícia sobre a troca de comando da pré-campanha.

Mais cedo, a equipe de Doria comunicou a substituição de Araújo da coordenação pelo presidente-geral do partido em São Paulo Marco Vinholi. Em nota, o partido diz que Araújo, que é presidente nacional do PSDB, havia sido convidado por Doria para a função. Mas em recentes manifestações durante entrevistas e encontros empresariais, relativizou a candidatura de Doria - que venceu as prévias do partido em novembro. "Essa postura, considerada pouco agregadora, motivou a decisão", informa a nota.

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Vinholi é um dos mais próximos aliados de Doria, foi secretário de seu governo e ajudou o tucano em todas as outras campanhas.

Em evento recente do partido, Bruno Araújo afirmou que a aliança entre as legendas que articulam uma candidatura única da "terceira via" é superior ao resultado das prévias tucanas, das quais Doria saiu vitorioso no ano passado. "Estou deixando claro que o PSDB está contido no acordo de uma aliança nacional. João Doria é o candidato do PSDB e está contido neste acordo, mas não seremos candidatos de nós mesmos. O PSDB não vai às ruas este ano com um candidato de si próprio", disse o dirigente tucano.

A candidatura do ex-governador paulista enfrenta resistência dentro da sigla. Há movimentações para que seja priorizada uma composição envolvendo o ex-governador gaúcho Eduardo Leite, possivelmente como vice de Simone Tebet, e não uma chapa liderada por Doria. Este, contudo, segue afirmando que manterá sua pré-candidatura.

Em movimento para fortalecer sua posição, Doria ensaiou uma "desistência" da disputa no fim do mês passado, o que acentuou a crise interna do PSDB e fez com que Araújo lançasse uma carta confirmando-o como pré-candidato. Um dia depois, porém, o próprio Araújo disse que "os fatos valem mais que cartas", minimizando a simbologia do documento.

A equipe do pré-candidato à Presidência da República pelo PSDB João Doria comunicou nesta quinta-feira (14) a substituição de Bruno Araújo do posto de coordenador-geral da campanha pelo presidente-geral do partido em São Paulo, Marco Vinholi.

Em nota, o partido diz que Araújo, que é presidente nacional do PSDB, havia sido convidado por Doria para a função. Mas em recentes manifestações durante entrevistas e encontros empresariais, relativizou a candidatura de Doria - que venceu as prévias do partido em novembro. "Essa postura, considerada pouco agregadora, motivou a decisão", informa a nota.

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O PSDB acrescenta que Marco Vinholi "desempenhou papel fundamental no fortalecimento do PSDB no Estado e é considerado um hábil articulador político por sua ampla capacidade de diálogo".

O ex-governador de São Paulo e pré-candidato à Presidência da República, João Doria (PSDB), afirmou, nesta segunda-feira (11), que defende a ampliação de forças do centro democrático para ter uma candidatura única ao Planalto, "que não será partidária, e sim coletiva". A fala foi dada durante almoço debate com empresários organizado pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide).

"Estou participando (dessa negociação) e este é o caminho para romper a polarização", disse em referência à aliança formada entre dirigentes do MDB, PSDB, União Brasil e Cidadania. As legendas confirmaram que lançarão, no dia 18 de maio, um candidato único à Presidência. Estão no páreo o próprio Doria, Simone Tebet (MDB) e Luciano Bivar (União).

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"Teremos um nome para romper a bolha, a terceira via é a via da esperança", completou o tucano, reforçando a necessidade de se lançar um nome competitivo que se mostre como alternativa à polarização entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Doria destaca agendas prioritárias e se coloca como 'liberal-social' 

Em tom de campanha, Doria aproveitou o evento para destacar suas agendas prioritárias caso seja eleito presidente da República, colocando-se como "um liberal-social".

Na área econômica, o ex-governador defendeu a aprovação de reformas, especialmente a tributária, por meio da PEC 45, para simplificar a tributação e estimular o crescimento. "Governo que entra tem que ter coragem de fazer as reformas de imediato. Ou você faz isso quando tem força e prestígio do resultado eleitoral, ou não faz", disse. Doria defendeu, mais uma vez, a privatização da Petrobras, dividindo-a em três ou quatro empresas.

O tucano aproveitou para elogiar a reforma trabalhista aprovada no governo Michel Temer (MDB), que, segundo Doria, "foi uma grande conquista ao Brasil". "Se eleito presidente da República, não faremos nenhuma alteração na reforma trabalhista Reforma que permite ao trabalhador ter a oportunidade de trabalho", declarou. Lula, em declarações à imprensa, defendeu a revogação de pontos da reforma aprovada durante a gestão Temer.

Apesar de ser adepto à atuação do setor privado na gestão pública, o ex-governador ponderou que "o governo não pode ser omisso em relação aos mais pobres e vulneráveis". "Essa faixa no Brasil dobrou de tamanho pela incompetência do atual governo e pela pandemia", afirmou.

O pré-candidato tucano à Presidência, João Doria, reforçou no domingo sua determinação de disputar a eleição deste ano. Durante sabatina na Brazil Conference, Doria disse ser um "especialista" em romper com as resistências dentro do PSDB.

A disposição de Doria coloca em xeque a articulação envolvendo alas da sigla tucana, MDB e União Brasil por uma chapa que reúna o ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite (PSDB) e a senadora Simone Tebet, pré-candidata emedebista. Depois de migrar do Podemos para o União Brasil, o ex-juiz Sérgio Moro já não é mais visto como potencial candidato pelos nomes do centro político.

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Em um recado aos demais postulantes de uma candidatura única em torno da "terceira via", Doria pregou consenso entre as siglas, mas indicou que não deve abrir mão de ser o candidato escolhido pelo grupo.

"Em 2016 eu disputei prévias para a prefeitura de São Paulo. A maioria expressiva do PSDB não me queria como candidato", disse o ex-governador. "Não era uma parte, era a maioria expressiva. O partido teve que fazer prévias. A minha probabilidade de vencer as prévias era praticamente nenhuma. Vencemos as prévias e depois vencemos as eleições. Em 2018 mais uma vez prévias do PSDB, fui colocado por deputados estaduais que não representavam a maioria", destacou. "O então governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, por quem tenho respeito, se posicionou contra mim, apoiando a candidatura de Márcio França, do PSB (...) Disputei as prévias com pouca probabilidade de vencer. Vencemos as prévias e as eleições. Estou me tornando um especialista em romper com essas tradições."

Evento

Doria venceu as prévias em novembro do ano passado, superando o ex-governador gaúcho. A disputa dentro do PSDB é considerada central para uma articulação que reúna os três partidos em uma mesma chapa. Leite e Simone participaram também do evento realizado em Boston e apoiado pelas universidades Harvard e MIT - que tem o jornal O Estado de S. Paulo como parceiro na cobertura dos debates.

"Estou na pista para negócios", disse Leite no último painel da conferência após ser provocado pela colunista do jornal O Estado de S. Paulo Eliane Cantanhêde.

Já Simone Tebet afirmou que se sente preparada para liderar a candidatura presidencial organizada pelo que chamou de "centro democrático" e disse que considera Moro atualmente fora do páreo. "Me desculpe o ministro Sérgio Moro, mas hoje ele não é, por enquanto, o pré-candidato do União Brasil, que vai ter um pré-candidato que é o Luciano Bivar."

Em sabatina realizada no sábado, o ex-juiz falou como presidenciável e disse seguir com disposição para a candidatura presidencial. "Óbvio que todos nós nos sentimos preparados. Eu me sinto preparada para liderar essa legião que existe por trás de nós que não quer nem o atual governo nem voltar ao passado", afirmou.

Partidos

Os dirigentes do PSDB, MDB, Cidadania e União Brasil decidiram lançar uma candidatura conjunta à presidência, cujo nome será anunciado no dia 18 de maio.

Entre as propostas discutidas para um possível governo liderado por ela, Tebet defendeu que questões referentes à segurança pública precisam ser coordenadas pelo governo federal. Neste contexto, sugeriu a criação de um ministério da Segurança Pública separado do Ministério da Justiça.

Em meio a diversas críticas ao governo, a senadora aproveitou, ainda, para levantar a bandeira de uma reforma tributária que, segundo ela, poderia diminuir a desigualdade de renda no Brasil. Ela propôs, por exemplo, a readequação de tributos para a faixa mais rica da população.

Já o debate em que Leite participou passou por diferentes temas da área econômica. Ao ser questionado sobre a atual política de preços de combustíveis, ele disse que a Petrobras "precisa ser conduzida a um processo de privatização responsável".

Lemann afirma que País terá 'novo presidente' em 2023

O bilionário e megainvestidor Jorge Paulo Lemann afirmou que o Brasil terá "um novo presidente" em 2023. A declaração foi dada no sábado, 9, em um painel da Brazil Conference que discutia inovação nos modelos de trabalho pós-covid.

Durante o debate, ele foi questionado sobre seus planos e metas para 2023.

Na resposta, Lemann disse desejar que o País melhore seu sistema de educação e sinalizou que espera mudanças no Executivo federal: "Temos uma eleição em curso no Brasil e teremos um novo presidente."

Lemann acrescentou ainda que, em sua visão, o avanço da educação no País deve ser prioridade nas próximas décadas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A assessoria do pré-candidato do PSDB ao Planalto, João Doria, recuperou um vídeo de 2018 de Geraldo Alckmin (PSB) no qual o ex-tucano critica um segundo turno entre PT e Jair Bolsonaro (PL). O fato acontece logo após o PSB ter oficializado a indicação do ex-governador para compor uma chapa presidencial ao lado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

No vídeo, enviado a um grupo de whatsapp, Alckmin, que à época estava na corrida eleitoral como candidato do PSDB à Presidência, declara: "quero fazer um desmentido de uma fake news que está circulando dizendo que o PSDB poderia, no segundo turno, apoiar o PT. Isso não existe. nós somos contra o PT, nós somos contra o Bolsonaro, achamos que o Brasil só perde com esses radicalismos".

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Padrinho de Doria no ninho tucano, Alckmin, que esteve no partido durante 33 anos, deixou o PSDB em meio a divergências com o empresário. Agora, o ex-tucano está com o caminho pavimentado para ser vice na chapa do seu antigo adversário, o ex-presidente Lula.

O vídeo também está sendo usado por apoiadores de Bolsonaro que criticam a aliança entre os antigos rivais. O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) chegou a republicar o vídeo - sinalizando sua data - criticando Lula e Alckmin.

O pré-candidato à Presidência pelo PSDB, João Doria, afirmou que é possível quebrar a polarização eleitoral entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL) e que a força dos partidos da chamada terceira via (União Brasil, Cidadania, MDB e PSDB) será suficiente para impulsionar o candidato escolhido para representar o campo.

Doria também pediu que o ex-governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), tenha "grandeza para perder". A declaração foi dada ao comentar os movimentos do correligionário, que tenta se cacifar como nome do partido para disputar o Planalto ou a vice em uma chapa, mesmo tendo perdido as prévias para o ex-governador paulista.

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"Se isso não acontecer (unidade na terceira via), não teremos a via da esperança. É preciso que os dirigentes dos partidos tenham juízo, como estão tendo em motivar, incentivar o diálogo entre os partidos. se isto ocorrer, a força desses quatro partidos será suficiente, não só no horário eleitoral, mas na capilaridade por todo Brasil para impulsionar essa candidatura", avaliou Doria durante entrevista nesta sexta-feira, 8, para a Rádio Metrópole.

O tucano se referiu a Eduardo Leite como "um bom rapaz", mas aproveitou para dar um conselho ao colega. "Uma das lições que eu aprendi na vida é que você tem que ter grandeza para vencer e grandeza para perder. Ao ganhar, grandeza para não humilhar ninguém. A grandeza para quando perder é respeitar quem ganhou. A derrota de hoje é a vitória de amanhã", cutucou.

Leite tem apoio de uma ala do PSDB, capitaneada por figuras como o deputado federal Aécio Neves (MG), para retirar Doria da disputa e se lançar como candidato da sigla e da terceira via à Presidência. Recentemente, ele se reuniu com a senadora Simone Tebet, pré-candidata pelo MDB, e acenou para a possibilidade de ser vice em uma chapa com ela.

O ex-governador voltou a chamar Bolsonaro de criminoso pelo negacionismo no combate à pandemia. "Bolsonaro é criminoso porque advogou pela morte, e não pela vida. Enquanto eu buscava vacina para salvar os brasileiros, Bolsonaro buscava cloroquina, que matou os brasileiros." Ele disse também que não fará "campanha de destruição" contra o presidente e Lula.

A 7ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo, condenou o ex-governador João Doria (PSDB) e o secretário de Educação do Estado, Rossieli Soares, por causa do programa ‘Escola Mais Bonita’, que previa a pintura de 40% das instituições da rede estadual nas cores azul e amarelo, símbolo do Partido Social Democracia Brasileira. O juiz Emílio Migliano Neto também determinou que o ex-governador e o secretário arquem com os custos processuais e os honorários advocatícios, fixados no valor de R$ 10 mil. O valor deve ser atualizado a partir da publicação da sentença. A ação popular foi protocolada pela codeputada Paula Aparecida, membro da Bancada Ativista, em dezembro de 2019. A sentença é de primeira instância. Cabe recurso.

Além disso, o juiz vedou a aquisição de marcas e cores específicas das tintas sem a realização do processo licitatório. Na ação, a autora solicitou que os acusados devolvessem o dinheiro utilizado para fins pessoais aos cofres públicos. Conforme mencionado por Aparecida, o orçamento do programa foi avaliado em R$ 1,1 bilhão. "O dinheiro público não pode e não deve ser utilizado para atender anseios próprios, de nítida coloração partidária", avaliou Migliano Neto.

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No início do processo, o Ministério Público se manifestou pedindo a liminar para que o governo parasse de pressionar a Associação de Pais e Mestres para cumprir o que constava no manual. Ou seja, pintar as escolas com as cores da legenda. O juiz acatou ao pedido. Em resposta às acusações, a defesa de João Doria defendeu que "a escolha não foi baseada nas cores do partido e que não há aquisição de tintas de marcas específicas".

A Fazenda do Estado de São Paulo apresentou contestação afirmando não haver indício "de promoção pessoal direta ou indireta de qualquer agente político, que o PSDB alterou seu logo em setembro de 2019, sendo que a cor predominante, atualmente, é a verde, inexistindo lesividade, ilegalidade ou imoralidade". No entanto, o juiz considerou que diante das provas apresentadas foi verificado "a ilegalidade dos padrões impostos às pinturas das escolas, bem como em relação à prévia estipulação de marcas a serem observadas".

Por fim, Migliano Neto concluiu que "em tempos de graves crises institucionais e de ataques aos pilares do Estado Democrático de Direito, mostra-se fundamental reafirmar a necessidade de separação da pessoa que ocupa o munus publico da figura do administrador". Na sentença, o juiz ainda argumentou que não havia dúvidas que se tratava de "promoção pessoal".

Ao longo da sentença, o magistrado acrescentou que Doria e Rossieli "descumpriram a lei, com voluntarismo incompatível com os deveres dos relevantes cargos por eles exercidos, impondo-se vontade particular acima das obrigações de conduzir e dar exemplo a servidores e cidadãos".

Para Flavio Siqueira, advogado responsável pela ação popular "a prática de utilização de recursos públicos para promoção pessoal é vedada pela legislação e o Judiciário tem sido implacável".

Lançado em janeiro de 2019, o programa ‘Escola Mais Bonita’ anunciou a revitalização de 2.100 instituições até 2020. Seis meses depois, em junho de 2019 esse número caiu para 1,4 mil escolas inscritas para receber o programa.

COM A PALAVRA, A PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO

A reportagem do Estadão entrou em contato com a procuradoria, mas até a publicação deste texto não enviaram nota sobre o caso. O espaço está aberto para manifestação.

COM A PALAVRA, DORIA

A reportagem do Estadão fez contato com a assessoria de João Doria. O espaço está aberto para manifestação.

COM A PALAVRA, A SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DO ESTADO DE SÃO PAULO

A equipe entrou em contato com a Secretaria, mas até a publicação deste texto não houve retorno. O espaço está aberto para manifestação

Um dia depois do agora ex-governador João Doria (PSDB) dizer que houve um planejamento prévio para que o presidente do partido, Bruno Araújo, tivesse de se manifestar publicamente em apoio a seu nome para a disputa ao Planalto, o dirigente partidário minimizou, nesta sexta-feira, 1º, a carta divulgada por ele ontem.

"Em política tem algo que vale mais do que papel e carta, que são os fatos e acontecimentos", disse Araújo aos jornalistas na saída do evento de filiação do deputado Rodrigo Maia (RJ) ao PSDB em São Paulo. Ainda segundo o presidente do PSDB, a candidatura do partido está contida em um "projeto maior" e Eduardo Leite, ex-governador do Rio Grande do Sul, teve um comportamento "extremamente decente".

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Doria venceu Leite nas prévias presidenciais no ano passado, mas o gaúcho continua se movimentando para ser o presidenciável tucano.

Na quinta-feira, 31, após simular que permaneceria como governador, Doria falou em "estratégia política". Hoje, minimizou. "Não é estratégia, é objetivo. O objetivo do PSDB é servir o Brasil (...) O PSDB é uma família, e em uma família você não tem unidade todos os dias. Nem por isso deixa de compor um lar", afirmou.

Federação

No evento, que não contou com a presença do governador Rodrigo Garcia (PSDB), Doria defendeu o nome do presidente do PSDB para assumir o comando da federação que vai surgir da união com o Cidadania. "Bruno tem o meu apoio e o apoio de todos para ser o presidente da federação. Não há nenhuma contestação. Não há nenhum clima de hostilidade. Há um clima de entendimento. Isso é parte do processo democrático", disse.

Araújo afirmou que a executiva da federação terá 19 membros - 14 do PSDB e 5 do Cidadania. O PSDB vai presidir a federação. Vão participar os líderes da Câmara e Senado, das maiores bancadas, Minas Gerais e São Paulo, quatro mulheres de regiões diferentes e um representante de cada região importante para o partido.

Na semana que vem Araújo, Baleia Rossi (MDB) e Luciano Bivar (UB) vão se reunir em Brasília para discutir os passos seguintes e definir critérios para afunilar a terceira via.

Os integrantes do PSDB que são contra a pré-candidatura presidencial de João Doria mantêm os planos de forçar o paulista a desistir de disputar o cargo e apresentar Eduardo Leite, recém-saído do governo do Rio Grande do Sul, no lugar como candidato ao Palácio do Planalto. O próprio presidente nacional da legenda, Bruno Araújo, que é coordenador da futura campanha de Doria, já disse a aliados que não tem como agir para impedir os movimentos do gaúcho.

Eduardo Leite já começa as negociações envolvendo a terceira via neste sábado, 2, quando vai se reunir com o ex-ministro Sergio Moro, que decidiu sair do Podemos para ir ao União Brasil e suspender a candidatura presidencial. "Encontro com ele amanhã de manhã em São Paulo. Já tínhamos combinado essa conversa antes deste anúncio dele de ontem (quinta, 31). Vamos conversar sobre as perspectivas futuras", disse o gaúcho ao Estadão.

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Doria ensaiou desistir de concorrer à Presidência e permanecer no governo de São Paulo, mas recuou e anunciou na tarde de quinta-feira 31, que vai sair do cargo para disputar a sucessão do presidente Jair Bolsonaro (PL). Após o presidente do PSDB escrever uma carta garantindo a pré-candidatura do paulista, ele retomou o plano de sair do governo de São Paulo e tentar ser candidato a presidente.

Mesmo assim, a ala do partido opositora de Doria diz que a carta é uma "bobagem" e que nem o próprio presidente da legenda acredita nela. A avaliação é que ela foi escrita para garantir que o vice Rodrigo Garcia (PSDB) assumisse o comando do Palácio dos Bandeirantes.

Ao ameaçar permanecer como governador, o tucano deixou a candidatura de Garcia em risco porque tirou dele a oportunidade de assumir o Bandeirantes e ter o comando da máquina durante o período eleitoral. Críticos de Doria dizem que ele fez uma chantagem para ter uma sinalização da direção nacional a favor de sua candidatura presidencial.

A estratégia foi considerada errática pelo comando do partido e irritou Araújo, que já vinha resistindo a vir a público para conter o movimento de Leite e reforçar apoio a Doria. Com a ação do paulista, o presidente do partido liberou o ex-governador gaúcho de construir com outros partidos uma eventual candidatura presidencial.

Doria tem sido alvo de uma pressão interna do partido, comandada pelo deputado Aécio Neves (MG) e pelo senador Tasso Jereissati (CE). A ala deseja que Eduardo Leie seja a opção da sigla.

Bruno Araújo foi eleito para comandar o PSDB pela primeira vez em 2019. Na época ele era apoiado por Doria, mas também mantém pontes com a ala da legenda opositora do paulista. No ano passado, o agora ex-governador de São Paulo tentou tirar Araújo do comando da legenda para ele próprio assumir a sigla, mas não teve sucesso.

Alas

O atual dirigente nacional do PSDB também tem proximidade com Aécio. Araújo foi líder da minoria na Câmara quando o mineiro era presidente do partido e chegou ao comando do Ministério das Cidades por uma negociação entre o mineiro e o ex-presidente Michel Temer (MDB).

Em março, quando a Justiça de São Paulo anulou o processo contra Aécio no caso da propina da JBS, Araújo publicou uma nota em que disse que "o partido deu demonstrações de confiança ao seu ex-presidente e se conforta com essa sempre aguardada decisão da justiça".

Também parte do grupo, o ex-presidente do PSDB e ex-senador José Aníbal (SP) criticou Doria e disse que ele vai ficar mais fragilizado ao sair do governo de São Paulo. "A maioria deles (dos presentes no auditório onde Doria anunciou que vai tentar ser presidente) bateu palmas para ele pela última vez, ali instados pelo Garcia", afirmou ao Estadão. "O Garcia estava muito abertamente dizendo que Doria saiu, ele estava liberado, ia fazer a campanha dele. Teve aquela crise ontem, parece que ele (Doria) xingou todo mundo de traidor, a forma de tentar reverter isso era criar essa grande fake news do dia", completou.

Ao recuar da candidatura presidencial mais cedo, Doria abriu uma crise no partido, em nível estadual, e irritou Garcia, o pré-candidato ao comando do Palácio dos Bandeirantes. Para disputar o Planalto, Doria precisa renunciar ao cargo de governador até sábado, 2, algo que ele ameaçou não fazer, mas acabou fazendo.

Os opositores de Doria no PSDB já tinham a expectativa há meses de que, ao sair do cargo de governador, o paulista se encontraria ainda mais enfraquecido para a disputa presidencial. A avaliação é que, sem os recursos e a exposição que a máquina do maior Estado do País dá, Doria ficaria menos viável.

A ideia é apresentar Eduardo Leite, como opção presidencial e levar o gaúcho para o debate com outros partidos da terceira via, que buscam uma alternativa ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ao presidente Jair Bolsonaro (PL).

Discurso

Na quinta, ao transmitir o cargo de governador do Rio Grande do Sul para Ranolfo Vieira (PSDB), seu vice, Leite fez um discurso sinalizando manter a intenção ser candidato a presidente.

"Eu não saio, eu me apresento. Me apresento para cumprir meu papel como cidadão, como representante de uma nação que não se conforma como uma armadilha política que se montou contra o próprio Brasil", afirmou o gaúcho. "Eu me apresento com ânsia de futuro, com desejo de mudança, disposto a trabalhar politicamente de forma determinada em torno de uma agenda que ofereça as melhores perspectivas para todos."

De acordo com Aníbal, Doria não conseguiu completamente o que queria e afirmou que ele desejava uma sinalização de outros partidos ao ameaçar deixar a candidatura. "Ele (Doria) queria obter uma adesão, não queria só a cartinha do Bruno. Ela foi um ato de submissão e subordinação do presidente nacional do partido a essa fake. Ele queria também certamente a adesão do MDB e do União Brasil, não conseguiu", disse.

O fato de a carta de Bruno Araújo não ter a assinatura de mais tucanos, segundo Aníbal, demonstra o isolamento de Doria. "O que fala pelo partido foi aquela carta endereçada ao Eduardo Leite. Ali estão todos os (ex-)presidentes, senadores, a maioria dos deputados e candidatos a governador", disse.

Mesmo sem outras assinaturas na carta, nomes importantes do PSDB se manifestaram a favor da pré-candidatura presidencial de Doria nos últimos dias, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o senador José Serra (SP).

Após um dia de incertezas, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), confirmou nesta quinta, 31, que renunciará ao cargo e disputará a presidência da República pelo partido. "Sim! Serei candidato à presidência da República pelo PSDB", anunciou. O vice Rodrigo Garcia (PSDB) assume o cargo a partir do dia 2 de abril.

"Estarei com vocês a partir do dia 2 de abril para mostrar que é possível ter uma alternativa para o Brasil", disse durante o Congresso Estadual de Municípios, no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista.

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Com um fraco desempenho nas pesquisas de intenções de voto, o tucano minimizou a questão ao afirmar que os principais nomes da disputa - o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) - estão em uma "disputa de rejeitados". "A desaprovação de Lula e Bolsonaro é o que alimenta o voto de um contra o outro, e não o voto a favor", disse.

Afirmando que os "extremistas têm tornado difícil o consenso", o governador declarou que é hora do voto ser "a favor do Brasil".

Conforme informou o Estadão/Broadcast Político nesta quinta-feira, 31, Doria tinha dito a aliados que iria desistir de concorrer à presidência e que não deixaria o cargo de governador, como estava previsto. A decisão prejudicaria diretamente Garcia, que ficaria sem o comando da máquina pública. Garcia chegou a cogitar migrar para o União Brasil ou até desistir da candidatura.

Após o governador de São Paulo, João Doria, anunciar que desistiria da pré-candidatura presidencial e ficaria no cargo, o presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, enviou uma carta aos principais líderes do partido na qual defendeu o resultado das prévias pela primeira vez.

"Venho, por meio desta, reafirmar que o candidato a Presidente da República pelo Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) é o governador do Estado de São Paulo, João Doria, escolhido democraticamente em prévias nacionais realizadas em novembro de 2021. As prévias serão respeitadas pelo partido", escreveu Bruno Araújo, se dirigindo ao presidente estadual do PSDB, Marco Vinholi. "O governador tem a legenda para disputar a Presidência da República. E não há, nem haverá qualquer contestação à legitimidade da sua candidatura pelo partido. Aproveito a oportunidade para reafirmar o compromisso do PSDB com o processo democrático brasileiro."

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Mais cedo, Doria surpreendeu aliados e assessores ao anunciar que desistiria da candidatura à Presidência e permaneceria no cargo de governador. Com o movimento, o vice-governador, Rodrigo Garcia (PSDB), que assumiria o posto, deixou o cargo de secretário de Governo e estava reunido com aliados para definir o seu futuro político.

Ao longo da última semana, aliados de Doria se mobilizaram contra o que chamavam de tentativa de "golpe" contra sua pré-candidatura e cobravam do presidente nacional do PSDB um posicionamento contundente em defesa do resultado das prévias presidenciais tucanas realizadas no ano passado, em meio às movimentações de Eduardo Leite, que anunciou na segunda-feira que deixará o governo gaúcho e continuará no partido.

Leia a íntegra da carta de Bruno Araújo:

Exmo. Sr. Presidente Marco Vinholi,

Cc Presidentes e Diretórios estaduais do PSDB Governadores do PSDB Bancada Câmara dos Deputados Bancada Senado Federal Bancada de Deputados estaduais Executiva Nacional

Venho, por meio desta, reafirmar que o candidato a Presidente da República pelo Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) é o Governador do Estado de São Paulo, João Doria, escolhido democraticamente em prévias nacionais realizadas em novembro de 2021. As prévias serão respeitadas pelo partido. O governador tem a legenda para disputar a presidência da República. E não há, nem haverá qualquer contestação à legitimidade da sua candidatura pelo partido. Aproveito a oportunidade para reafirmar o compromisso do PSDB com o processo democrático brasileiro. O PSDB é consciente de seu protagonismo em contribuir com o fim da polarização hoje existente no país.

 

O governador João Doria foi às redes sociais na manhã desta quinta-feira (31), mas não comentou o assunto do dia envolvendo seu nome - sua desistência da corrida presidencial. Em vez disso, falou sobre a carta que o Ministério da Defesa, chefiado por Walter Braga Netto, publicou ontem à noite para celebrar o aniversário do golpe militar.

No documento, Braga Netto qualifica o regime como um "marco histórico da evolução política brasileira" e diz que o golpe agiu para "restabelecer a ordem e impedir que um regime totalitário fosse implantado no Brasil", ainda que não haja nenhuma evidência histórica para tal afirmação.

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"Inacreditável a afirmação do Ministro da Defesa que o Golpe de 64 fortaleceu a democracia. Esse foi o período mais sombrio e antidemocrático da nossa história! Pessoas foram presas, torturadas e mortas. A imprensa censurada e a liberdade cerceada. Inaceitável!", escreveu o tucano.

Doria e Braga Netto dividem a lista de assuntos mais comentados do Twitter nesta quinta-feira. Após as declarações do ministro, usuários retomaram trechos do discurso de Ulysses Guimarães quando da promulgação da Constituição. A expressão "ódio e nojo pela ditadura" foi uma das mais repetidas na plataforma durante a madrugada.

Já Doria aparece nos trending topics por ter desistido da corrida presidencial. O tucano deve anunciar hoje à tarde, às 16h, que irá permanecer no governo de São Paulo. Até o momento, ele não se pronunciou sobre o assunto. A desistência acentua a crise interna que o PSDB enfrenta desde a realização das prévias, no passado.

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