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A vitória de João Doria nas prévias do PSDB para disputar a Presidência da República em 2022 lançou ainda mais pressão política e dúvidas sobre os próximos passos de dois ex-presidenciáveis do partido, Aécio Neves e Geraldo Alckmin. Rivais de Doria, ambos se opuseram à ascensão do governador de São Paulo e, derrotados internamente, se veem agora com pouco espaço de poder, às voltas com especulações de que deixarão o partido.

No tucanato, as alas aecista e alckmista trabalharam majoritariamente pelo triunfo de Eduardo Leite, governador gaúcho suplantado por Doria nas prévias. Aécio e seus aliados rejeitam a debandada, apesar do ambiente hostil e das cobranças por expurgo. Mas Alckmin pode ter sua decisão precipitada.

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Aliados dizem que não há mais condições de ele permanecer na legenda. Ele já conversava com partidos de centro-direita, como o PSD, e até de esquerda, como o PSB, sendo considerado peça-chave no xadrez eleitoral das disputas pelo Palácio do Planalto e pelo Palácio dos Bandeirantes.

O PSDB concluiu suas prévias inéditas com mágoas não cicatrizadas e desentendimentos explícitos. Um cenário de "união" pregado pela direção nacional é visto como distante para integrantes da velha guarda do PSDB. Durante os últimos meses, a troca de farpas mais dura foi protagonizada por Doria e Aécio - identificado pelo entorno do governador como incentivador da rebeldia da bancada bolsonarista no PSDB da Câmara.

Doria já defendeu publicamente a expulsão do mineiro por causa das suspeitas de corrupção no caso JBS. Aécio reagiu. Ele acusou o rival de liderar um projeto pessoal e disse que o PSDB correria risco de se tornar um "partido nanico" com a candidatura do governador de São Paulo à Presidência.

Influenciado por Aécio, o diretório de Minas Gerais apoiou Leite, que se vencesse poderia ter fortalecido o poder atualmente exercido por Aécio de forma discreta na sigla. Com o cenário oposto, sua influência no partido pode se ver fragilizada. Mesmo diante desse quadro, o mineiro nega a possibilidade de deixar o PSDB.

A posição foi reafirmada neste domingo (28), por um de seus aliados, o presidente da sigla em Minas e deputado federal, Paulo Abi-Ackel (MG). Ao Estadão/Broadcast Político, Abi-Ackel afirmou que "nenhum de nós" pensa em sair do PSDB. "E sei que posso falar pelo ex-governador Aécio Neves. Não cogitamos deixar o PSDB, até porque fomos nós que o construímos ao longo dos últimos 30 anos", afirmou o deputado.

Embora ninguém cogite hoje que Aécio atue na campanha de Doria, seus aliados calculam que o agora pré-candidato do PSDB precisará do apoio de Minas para pacificar o partido e evitar defecções na rota das eleições. Abi-Ackel também reforçou o desafio que Doria terá nos próximos meses para demonstrar ter "condições de liderar uma candidatura viável na terceira via" nos próximos meses. "A bola está com ele", disse o deputado, para quem a ala de apoio a Eduardo Leite "de certa forma" se sente vitoriosa com os 45% de votos conquistados pelo gaúcho nas prévias.

Um dos temores correntes entre aliados de Doria é que seus inimigos na legenda trabalhem para que o PSDB desista de ter candidato próprio a presidente. Questionado se o êxito de Doria na eleição interna concretizaria a candidatura própria, Abi-Ackel indicou que ainda há muitas discussões internas ao longo da fase pré-eleitoral e destacou o protagonismo da seção de Minas Gerais.

"Vamos imaginar que Doria seja capaz de unificar o partido e tornar-se viável. Para isso, Minas será fundamental, porque provamos ter força, unidade e entusiasmo com o partido. Demos para Eduardo quase 100% dos votos de filiados, militantes, prefeitos e vices, vereadores, deputados. Foi uma bela demonstração de força", disse.

Já para o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, a definição de Doria como pré-candidato deve selar seu destino fora do PSDB. Alckmin guarda o desejo de concorrer mais uma vez ao Palácio dos Bandeirantes no próximo ano, a contragosto de Doria. O atual governador apoia os planos eleitorais do vice-governador Rodrigo Garcia, egresso do DEM, e queria forçar uma disputa de primárias locais, o que Alckmin rejeita. Alckmin foi padrinho político de Doria, mas sofreu o que considera um processo de "traição" ao ver Doria tentar disputar o Planalto ainda em 2018, furando a fila tucana, e depois apoiando Bolsonaro na mesma campanha, quando Alckmin naufragou.

Aliados apostam que não existem mais chances de Alckmin permanecer no partido e que ele deve seguir para outro para viabilizar sua candidatura ao governo de São Paulo. Alckmin, que encabeça a corrida eleitoral em São Paulo de acordo com pesquisas eleitorais, já flerta com alguns, como o PSD, de Gilberto Kassab.

O União Brasil, fusão do DEM com o PSL, também entrou na disputa para abrigar o ex-governador. Recentemente, ele passou a ser cortejado para uma aliança com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2022. Seria filiado ao PSB e disputaria como candidato a vice-presidente. Apesar de já ter declarado que se sente "honrado" com o aceno petista e até elogiado Lula, algo que provoca ruídos no tucanato, a composição é considerada improvável por alckmistas.

Doria tem sido cauteloso ao falar sobre ambos. Ele tem elogiado a trajetória política do ex-governador e neste domingo citou as incertezas sobre a permanência do tucano na legenda. "Resta saber qual seu destino. Se for ficar no PSDB, será muito bem-vindo e será respeitado nos seus objetivos, obviamente, na dimensão que possui como homem público", disse em entrevista na CNN. Sobre Aécio, o governador de São Paulo se esquivou de comentários. A reportagem tentou contato com Aécio, mas não obteve resposta até a publicação deste texto. Alckmin também não retornou.

Um dia após vencer as prévias no PSDB para disputar a Presidência em 2022, o governador de São Paulo, João Doria, falou neste domingo (28) em uma "possível" aliança com o ex-ministro Sérgio Moro, que se filiou este mês ao Podemos, e fez elogios aos senadores Simone Tebet (MDB-MS) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Congresso.

"É possível. Eu tenho boas relações com Sérgio Moro e tenho respeito por ele, não haveria nenhuma razão para não manter relações com alguém que ajudou o Brasil, com alguém que contribuiu com a Lava Jato, assim como Simone Tebet, uma brilhante senadora, e o senador Rodrigo Pacheco, com boa postura e equilíbrio", disse o governador em entrevista à CNN Brasil.

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Doria busca se viabilizar como alternativa eleitoral em espectro político já congestionado, com outros nomes já colocados, como Moro, Pacheco, Simone, que deve ser lançada nos próximos dias, o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) e Luiz Felipe D’Avila (Novo).

À CNN, Doria afirmou que já iniciou conversas com alguns pré-candidatos e vai mantê-las nas próximas semanas. "Temos que estar juntos para termos projetos para os brasileiros. Não vejo condições de um projeto do PSDB, mas um projeto de Brasil. Temos que ter humildade, capacidade, bom diálogo e propostas claras e objetivas", afirmou, repetindo o tom do discurso após a vitória nas prévias no sábado (27).

Na ocasião, ele pregou a união interna do partido e pediu ajuda das demais siglas de centro para a "consolidação" de um "melhor projeto" para o Brasil. "Ninguém faz nada sozinho. Precisaremos da ajuda de todos. Da união do Brasil. Da união do PSDB. Da união com outros líderes e partidos", disse.

Após derrotar o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, e o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio nas prévias tucanas, o governador paulista pregou a união interna do partido e pediu ajuda das demais siglas de centro para a "consolidação" de um "melhor projeto" para o Brasil. siglas de centro para a "consolidação" de um "melhor projeto" para o Brasil. "Ninguém faz nada sozinho. Precisaremos da ajuda de todos. Da união do Brasil. Da união do PSDB. Da união com outros líderes e partidos", afirmou no discurso da vitória.

Doria obteve 53,99% dos votos, superando o governador Eduardo Leite (RS), que somou 44,66%, e o ex-senador Arthur Virgílio (AM), com 1,35%. Cerca de 30 mil tucanos votaram.

Um levantamento divulgado nesta segunda-feira (22), pelo Instituto Paraná Pesquisa mostra o ex-presidente Lula (PT) à frente do atual presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em todos os cenários avaliados para as eleições de 2022.

Na pesquisa estimulada, quando os nomes dos candidatos são citados, Lula aparece com 34,9% das intenções de voto, enquanto Bolsonaro marca 29,2%. O ex-juiz Sergio Moro (Podemos), que teve o seu nome avaliado pelo instituto pela primeira vez, figura em terceiro lugar, com 10,7% das intenções de voto.

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Com 6,1%, o ex-governador do Ceará, Ciro Gomes (PDT) ocupa o quarto lugar. O governador de São Paulo, João Doria (PSDB) aparece em quinto, com 3,1%. 

Na pesquisa espontânea, onde os nomes dos candidatos não são apresentados para as pessoas, Lula continua em primeiro lugar, mas tecnicamente empatado com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O petista marca 19,7%, enquanto o atual presidente figura com 18,4% das intenções de voto. Moro continua em terceiro lugar, com 2,8%, seguido de Ciro (1,3%) e Doria (0,4%). 

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), descartou neste domingo (21) qualquer rompimento com o governador de São Paulo, João Doria (PSDB). Os dois disputam hoje nas prévias do partido uma vaga de pré-candidato ao Palácio do Planalto. "Eu tenho convicção que vamos trabalhar juntos", disse o gaúcho ao Estadão.

Para falar sobre a situação com Doria, Leite usou o exemplo da eleição para o governo gaúcho em 2018, quando ele derrotou o então governador José Ivo Sartori (MDB) no segundo turno. "Dez dias depois estávamos juntos, sentados na sede do MDB convidando para entrar no governo, o MDB entrou no governo e participa desde o primeiro dia nos ajudando a governar", afirmou.

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"Se nós conseguimos sentar com o adversário de outro partido para fazer composição, não vai ser dentro do partido que vai deixar de haver composição para poder ter um partido unido para ganhar as eleições", completou.

Apesar do discurso do governador, o processo de escolha do pré-candidato do PSDB expôs a divisão no partido. Doria e Leite trocaram acusações durante a campanha e houve denúncias de que o aplicativo de votação a ser usado no domingo permite fraudes.

O gaúcho tem o apoio de nomes experientes da legenda, como o senador Tasso Jereissati (CE) e o deputado Aécio Neves (MG). Doria, por sua vez, recebeu o aval do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e do senador licenciado José Serra (SP).

Os governadores polarizam a disputa interna. O ex-prefeito de Manaus (AM) Arthur Virgílio também concorre, mas sem chances de vencer. Ele, inclusive, declarou hoje que sua candidatura foi só para marcar posição e ter palanque para falar de pautas que julga importantes. "Cabe ao escolhido de hoje demonstrar maturidade, liderança, no sentido de ter capacidade para construir e lamber as feridas internas, unir o partido e o campo do centro", afirmou o presidente do PSDB, Bruno Araújo.

Os dois principais candidatos nas prévias do PSDB para escolher o candidato da sigla à presidência da República, os governadores de São Paulo, João Doria, e do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, chegaram há pouco no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília, onde neste domingo acontece a votação presencial da disputa interna.

Doria e Leite têm torcidas organizadas e uniformizadas no evento, que, com bandeiras e adesivos, entoam "gritos de guerra".

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Primeiro a comparecer, o gaúcho reafirmou sua confiança na vitória para "retirar o País da polarização" entre o presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2022. "Vamos unir o PSDB e depois vamos unir o Brasil", disse a jornalistas.

Acompanhado pelo vice-governador Rodrigo Garcia, pela deputada federal Joice Hasselmann e pelo senador Izalci Lucas, Doria garantiu que a legenda está unida "e permanecerá". Ele também voltou a pedir votos aos filiados. "Não desista, seu voto vale muito".

Joice afirmou que Doria é o melhor candidato para "tirar Bolso-Lula" do poder.

Na véspera das prévias que escolherão o pré-candidato do PSDB à Presidência da República, o governador de São Paulo, João Doria, afirmou que, se escolhido para representar o partido na corrida eleitoral, deverá buscar diálogo com outros nomes da chamada "terceira via". Ele citou nominalmente o ex-juiz da Operação Lava Jato Sergio Moro (Podemos), o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), e a senadora Simone Tebet (MDB-MS).

Doria disputa a indicação do PSDB para concorrer ao Palácio do Planalto com o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite - chamado pelo paulista de "jovem" - e com o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio, tido como menos competitivo. A votação das prévias tucanas será realizada neste domingo.

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"Se eu vencer as prévias do PSDB, essa será a nossa conduta de isenção, humildade e desentendimento, sem prerrogativa de nenhuma parte", afirmou o governador paulista em coletiva de imprensa neste sábado, em Brasília.

Na avaliação do tucano, os nomes citados da terceira via são pessoas "muito qualificadas" e "experientes na vida política". "Terceira via, se não for fragmentada, será a melhor via. E terá toda a chance de disputar segundo turno das eleições presidenciais e vencer", declarou.

Questionado se aceitaria ceder a cabeça de chapa a uma outra figura política, Doria afirmou que "nada pode ser descartado". "Não se pode iniciar conversa já estabelecendo condições para conversa. Democracia deve ser entendida de outra maneira".

O governador paulista ainda voltou a defender a realização de prévias no PSDB. "Sairemos fortalecidos, todos serão vitoriosos, não teremos derrotados amanhã", disse Doria. "Considero que será muito difícil para o PSDB futuramente não seguir mesmo procedimento de escolha de candidato para a Presidência da República e até governos estaduais", acrescentou.

Após a coletiva de imprensa, o governador seguiu para um jantar com prefeitos e lideranças tucanas no hotel Royal Tulip Brasília, um dos mais luxuosos da cidade. A reportagem acompanhou os ajustes finais da estrutura de som e de grandes painéis de LED exibindo fotos do governador e a mensagem "Para o PSDB voltar a vencer. João Doria".

Depois do evento, Doria encerrará a agenda do dia na residência do líder do PSDB no Senado, Izalci Lucas (DF).

Além de Doria, estiveram na coletiva de imprensa tucana o vice-governador paulista, Rodrigo Garcia (PSDB); o secretário do Desenvolvimento Regional de São Paulo, Marco Vinholi; o coordenador da campanha de Doria nas prévias, Wilson Pedro; os deputados federais Alexandre Frota (SP), Beto Pereira (MS) e Ruy Carneiro (PB); e a deputada estadual Carla Morando (SP). Tomas Covas, filho de Bruno Covas, prefeito de São Paulo falecido em 16 de maio, no exercício do mandato, também marcou presença.

A votação

As prévias do PSDB ocorrem neste domingo. Os filiados poderão votar das 7 horas às 15 horas por meio de um aplicativo. Haverá uma cerimônia no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília, onde o vencedor será anunciado às 17 horas.

Doria é apontado por lideranças políticas e analistas como favorito na disputa com uma margem estreita em relação a seu principal adversário, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite. O ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio também é candidato.

Após o anúncio de que Doria daria uma entrevista coletiva de imprensa neste sábado, Leite também resolveu atender aos jornalistas. O gaúcho falará com jornalistas no restaurante brasiliense Galeteria Beira Lago, antes de jantar com apoiadores, marcado para começar às 20 horas.

Pré-candidatos do PSDB à Presidência em 2022, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e ex-senador Arthur Virgílio (AM) afirmaram em nota conjunta, nessa segunda-feira (15), que receberam uma proposta de representante do governador do Rio Grande Sul, Eduardo Leite, rival na disputa, para adiar a votação, agendada para o próximo domingo (21).

Em nota, as campanhas de Doria e Virgílio consideraram a proposta "imoral e inaceitável". Para eles, "adiar as prévias é casuísmo eleitoral". "Os candidatos Arthur Virgílio e João Doria entendem que a democracia não pode ser adiada. As prévias do PSDB devem, portanto, ocorrer dia 21 de novembro, conforme programado e amplamente divulgado em todo o País. Eleições não se adiam. Eleições se realizam", diz o texto.

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Procurado pelo Estadão, Eduardo Leite disse, por meio da assessoria, que "se alguém falou, foi sem a concordância dele". No Twitter, Leite negou que tenha feito tal proposta. "Não procede a informação de que nossa campanha tenha proposta adiar as prévias do PSDB. Não faz sentido postergarmos a decisão em um processo no qual trabalhamos com absoluta confiança vitória", disse.

A entrada de Jair Bolsonaro no PL, marcada para o próximo dia 22, já começou a provocar problemas para a montagem de palanques com aliados do presidente. Em São Paulo, maior colégio eleitoral do País, o PL apoiará a candidatura do vice-governador Rodrigo Garcia (PSDB) ao Palácio dos Bandeirantes, embora Bolsonaro quisesse que seu novo partido lançasse o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, à sucessão de João Doria.

A equação política para esse impasse não está fechada. Uma das alternativas cogitadas agora pela cúpula do PL é lançar Tarcísio como candidato ao Senado por Goiás. Mesmo assim, em conversas reservadas, bolsonaristas avaliam que costurar um acordo com Garcia equivale a ajudar Doria, ferrenho adversário do presidente, e tentam barrar esse acerto. Se o apoio do PL à candidatura de Garcia for mantido, deputados federais de São Paulo aliados de Bolsonaro já avaliam a possibilidade de não entrar no novo partido do presidente.

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O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, avisou a Bolsonaro ter dado a palavra a Doria de que vai aderir à campanha de Garcia. O PL integra o Centrão, tem indicações no governo de São Paulo na área de infraestrutura e comanda estruturas como o Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) e o Departamento de Estradas de Rodagem (DER).

TARCÍSIO. Não é apenas a aliança com Doria que complica a situação do PL com Bolsonaro no Estado. Costa Neto também vê com reserva o nome de Tarcísio. Motivo: o ministro da Infraestrutura demitiu pessoas ligadas ao PL. Durante anos, a área de transportes foi feudo do partido chefiado por Costa Neto, condenado e preso no escândalo do mensalão.

As divergências, porém, não se resumem a São Paulo. O PL e Bolsonaro têm obstáculos a superar no Estados do Piauí e Alagoas - onde o partido de Costa Neto deve apoiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) - e no Amazonas, onde o vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos é adversário de Bolsonaro e ameaça sair do PL.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Familiares, ex-auxiliares e aliados do ex-prefeito Bruno Covas, que morreu em maio em decorrência de um câncer, assinaram um manifesto em defesa da candidatura de João Doria nas prévias do PSDB.

O documento, que foi obtido pelo Estadão, é uma resposta às tentativas do governador Eduardo Leite (RS) de se aproximar do grupo do ex-prefeito para reduzir a vantagem de Doria no Estado.

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O texto foi escrito após o secretário de Habitação da capital, Orlando Faria (PSDB), que era um amigo próximo de Covas, declarar apoio a Leite e em seguida ser exonerado do cargo.

Faria disse ao Estadão ter "certeza" que houve pressão do Palácio dos Bandeirantes sobre o prefeito Ricardo Nunes (MDB) por sua saída da pasta, mas o emedebista negou interferência do governador na decisão.

A carta dos "covistas" é assinada por Renata Covas, mãe de Bruno, Tomás, filho do ex-prefeito, por dirigentes do PSDB que eram ligados ao tucano, como Carlos Balotta, secretário geral da legenda em SP, além de Alexandre Modonesi, secretário municipal das subprefeituras, Gustavo Pires, ex-assessor de Covas. Também referendam o documento Wilson Pedroso, coordenador da pré-campanha de Doria, e Fernando Alfredo, presidente do PSDB da capital.

O manifesto cita o "legado" dos fundadores do PSDB, Franco Montoro, Mário Covas e Fernando Henrique Cardoso. "João Doria sempre foi próximo ao nosso amado e saudoso Bruno Covas. Foi Doria que, em 2016, apostou na chapa pura e juntos chegaram a Prefeitura", disse o texto.

Em suas redes sociais, Leite divulgou recentemente um vídeo em homenagem a Mário Covas no qual reproduz o discurso do ex-governador quando ele se lançou candidato à Presidência da República em 1989. Em outra frente, o sobrenome Covas foi citado várias vezes pelo gaúcho em debates e entrevistas.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou nesta quarta-feira que o Estado ultrapassou a marca de mais de 90% da população acima de 18 anos com o ciclo de imunização completo contra a covid-19. Em relação à população total, São Paulo ultrapassa 70% das pessoas totalmente imunizadas.

Segundo Doria, tais resultados só são possíveis porque sua gestão "contrariou" a orientação do Ministério da Saúde, ao adiantar passos do Programa Nacional de Imunização (PNI). "Contrariamos porque aqui defendemos a vida. A vida é mais importante do que a política e do que a eleição", disse.

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Em coletiva de imprensa nesta quarta-feira, no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, Doria declarou que, com a ampla cobertura vacinal, houve uma queda de 93% das mortes por covid-19 entre abril e novembro de 2021 e a redução de dez vezes no número de internados pela doença, passando de 31 mil no pico da segunda onda em abril deste ano para menos de 3 mil em novembro.

De 4 a 10 de novembro, 86% das cidades do Estado de São Paulo não registraram nenhuma morte pela doença.

3ª dose

A coordenadora do Programa de Estadual de Imunização (PEI), Regiane de Paula, também anunciou a aplicação da dose de reforço da vacina contra covid-19 em pessoas acima dos 60 anos a partir de 17 novembro.

De acordo com o anúncio, poderão se vacinar todos os maiores de 60 anos e os trabalhadores da saúde que tomaram a segunda dose há pelo menos seis meses, ou seja, no decorrer de todo o mês de maio de 2021. Nesta etapa, o governo prevê a vacinação de cerca de 1,1 milhão de pessoas.

O governador de São Paulo, João Doria, afirmou nesta segunda-feira (1º) que a presença do presidente Jair Bolsonaro na COP26 seria "absolutamente inútil".

A declaração foi dada durante uma coletiva de imprensa em Glasgow, no Reino Unido, que recebe a 26ª cúpula climática da ONU até 12 de novembro.

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Apesar de ter viajado a Roma para a reunião do G20, Bolsonaro decidiu não ir a Glasgow e preferiu passar o dia visitando a cidade de seus antepassados na Itália.

"Seria uma presença inútil, essa é a realidade, uma presença absolutamente inútil. Não contribuiria para nada, exceto para convulsionar ainda mais o ambiente da cúpula do clima", declarou Doria.

Segundo o governador de São Paulo, o Brasil já chega em uma circunstância negativa para a COP26 mesmo sem o presidente.

"Imagine com a presença do presidente Jair Bolsonaro. Seria a conflagração absoluta de protestos de toda ordem, não só de ambientalistas, mas também de governos que refutam esse posicionamento de descompromisso ambiental", acrescentou.

Doria foi a Glasgow para apresentar projetos ambientais de São Paulo, como a despoluição do Rio Pinheiros, que o governador promete entregar até o fim de 2022, e um investimento de R$ 100 milhões para a Amazônia.

Já a delegação do governo federal é liderada pelo ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, que prometeu reduzir as emissões de gases do efeito estufa em 50% até 2030 e atingir a neutralidade de carbono até 2050, mas não explicou qual será a base de cálculo.

Ou seja, dependendo de qual for a referência adotada, o Brasil pode até chegar em 2030 poluindo mais do que havia prometido na assinatura do Acordo de Paris, em 2015.

Da Ansa

Maior evento mundial pós-pandemia, a Expo Dubai 2020 se transformou em nova disputa entre o presidente Jair Bolsonaro e o governador João Doria, um dos pré-candidatos do PSDB à Presidência inscrito nas prévias do partido.

Doria, que está em Dubai, mobilizou uma comitiva de secretários e empresários para participar do evento. Bolsonaro decidiu visitar o pavilhão destinado ao Brasil na feira, mas só após o dia 15 de novembro, depois da chamada a semana São Paulo, ignorada também pelo órgão do governo federal que montou o espaço brasileiro, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex).

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Em seu site, a Apex citou a presença de artistas brasileiros, sem mencionar o nome do Estado de São Paulo. "É vergonhosa a atitude da Apex ao ignorar as ações que São Paulo está fazendo na Expo Dubai para promover o Brasil. Ao invés de somar e agregar, a Apex prefere dividir", afirmou Doria. O secretário de Agricultura, Itamar Borges (MDB), afirmou que São Paulo "salvou o Brasil" na exposição.

Procurada, a Apex disse que não destacou o nome de São Paulo porque as exibições no Pavilhão Brasil são tratadas como atrações do espaço destinado ao Brasil na Expo Dubai 2020. A agência não se manifestou sobre as críticas de Doria.

Com um investimento de U$ 25 milhões do governo brasileiro no evento, a Apex cedeu o pavilhão do Brasil para sediar a semana SP, o que não é obrigatório. Pela política do órgão, todos os Estados podem usar o local. Alguns promoveram exposições, mas só São Paulo mobilizou uma estrutura grande.

Ao contrário dos pavilhões de outros países, o espaço do Brasil não tem atrações fixas e mantém apenas um espelho d'água onde os visitantes podem molhar os pés. Para fazer do evento um palco internacional para promover o Estado de São Paulo, Doria criou uma força tarefa que envolveu várias pastas.

A comitiva montada por Doria incluiu seis secretários e 40 empresários - a viagem do grupo foi organizada pela InvestSP, braço de negócios do Palácio dos Bandeirantes. A Invest São Paulo atraiu patrocinadores como Ambev, BRF, Natural One, JHSF, Raízen e Sabesp em um projeto que custou R$ 10 milhões, sendo 60% de patrocinadores e 40% do governo. O Estado também levou 150 artistas, entre eles a SP Cia de Dança, cantores, artistas plásticos e grafiteiros.

Diante da plateia de empresários, Doria fez críticas ao governo Bolsonaro em diversas áreas. As declarações do tucano causaram desconforto até entre auxiliares do governo de São Paulo envolvidos na organização da semana de São Paulo.

Procurado, o presidente da InvestSP, Gustavo Junqueira, adotou um tom diplomático para evitar constrangimentos com os "anfitriões" do pavilhão. "A participação de São Paulo na Expo Dubai foi estratégica para promoção de novos negócios e investimentos para São Paulo. Nosso Estado se preocupa em garantir que tenhamos cada vez mais destaque no cenário internacional", disse Junqueira.

No governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Doria chegou a elogiar a Apex. Durante a gestão petista, o presidente da agência era o empresário Juan Quirós, que é amigo de Doria. Já o ministro da Indústria, Desenvolvimento e Comércio de Lula era Luiz Furlan, que também foi elogiado por Doria. Hoje, Furlan está na cúpula do Lide (Grupo de Líderes Empresariais), entidade fundada pelo hoje governador.

Segundo a Apex, o fluxo de visitantes do Pavilhão Brasil registrou seus números mais altos no dia 21, três dias do início da semana de São Paulo. Foram 20.506 visitantes, de acordo com o Comissário Geral do Brasil na Expo, Elias Martins. O texto de divulgação do pavilhão brasileiro enviado pela Apex diz que o evento "é uma oportunidade única do Brasil mostrar ao mundo áreas e questões em que é líder, além de desfazer percepções equivocadas sobre o País".

A Apex fala ainda em "ganhos intangíveis" em termos de imagem, promoção do turismo e percepção internacional sobre o País, e afirma que a Expo 2020 Dubai deve gerar ao menos US$ 10 bilhões em novos investimentos estrangeiros diretos e mais de meio bilhão de dólares em contratos de exportação, o que, segundo a agência, contribuiria para a "geração/manutenção" de cerca de 120.000 empregos diretos no Brasil.

*O repórter viajou a Dubai a convite da InvestSP

Por aclamação, a Executiva Nacional do PSDB decidiu que caberá à Comissão Especial das Prévias Presidenciais a análise sobre o caso dos 92 prefeitos e vice-prefeitos de São Paulo que têm sua data de filiação questionada. A participação deles no pleito segue suspensa, mas as filiações serão agora analisadas caso a caso. A decisão definitiva deverá ser tomada até o início da próxima semana.

A investigação foi aberta pela cúpula do PSDB depois que quatro diretórios aliados do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, apresentaram recurso acusando o diretório de São Paulo de inscrever no colégio eleitoral prefeitos e vices que teriam se filiado ao PSDB após o prazo permitido.

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As prévias serão realizadas em novembro. Por enquanto, os 92 tucanos não estão aptos a votar. Mas as filiações serão analisadas individualmente e, a depender dessa avaliação caso a caso, serão incluídos ou não como eleitores. Para o secretário de Desenvolvimento Regional do governo paulista e presidente do diretório paulista, Marco Vinholi, o encaminhamento da Executiva foi uma vitória.

"A Executiva Nacional do PSDB definiu por unanimidade a manutenção da possibilidade de voto dos 92 tucanos, entre prefeitos e vice-prefeitos paulistas, impugnados pelos aliados da campanha de Eduardo Leite, remetendo a provação de caso a caso à Comissão de Prévias", disse por meio de nota. "Portanto, é fundamental ressaltarmos a importância da garantia do direito a voto de todos os filiados e da valorização da democracia interna no PSDB. Que essa eleição possa se definir no voto, nunca no tapetão."

O prazo limite para filiações aptas a votar nas prévias era 31 de maio. Os diretórios do Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Bahia e Ceará alegam que esses 92 prefeitos e vices entraram no partido após o prazo, e tiveram seus dados apresentados com data retroativa na hora do registro junto à Justiça Eleitoral.

Em nota, o PSDB diz que "a decisão da Executiva referenda resolução da Presidência Nacional do PSDB que determina ainda a competência da Comissão de Prévias para deliberar sobre qual data de filiação deve ser considerada em cada caso para efeitos de formação do colégio eleitoral".

LEIA A ÍNTEGRA DA NOTA DA EXECUTIVA DO PSDB:

"A Executiva Nacional do PSDB decidiu por aclamação que ficará a cargo da Comissão Especial de Prévias a análise, caso a caso, das condições de filiação de 92 prefeitos e vice-prefeitos do estado de São Paulo, cuja possibilidade de participação nas prévias partidárias foi objeto de questionamento e pedido de impugnação.

Reunida nesta quinta-feira (28/10), sob a presidência interina do deputado Domingos Sávio (MG), primeiro vice-presidente do partido, a Executiva também manteve a suspensão desses nomes da lista de filiados aptos a votar encaminhada ao Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal.

A decisão da Executiva referenda resolução da Presidência Nacional do PSDB que determina ainda a competência da Comissão de Prévias para deliberar sobre qual data de filiação deve ser considerada em cada caso para efeitos de formação do colégio eleitoral. No caso de validação da filiação apta a participar na condição de eleitor nas prévias, o filiado exercerá o voto por meio do aplicativo. A resolução foi assinada pelo presidente Bruno Araújo e publicada nesta quarta (27).

A participação dos recém-filiados permanece suspensa. De acordo com a resolução 046/2021, que regulamentou as prévias, estão aptos a votar os filiados até 31 de maio deste ano".

Em pré-campanha para as eleições presidenciais de 2022, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), expôs suas prioridades de governo, caso ocupe a cadeira do chefe do Executivo a partir de 2023, e apostou em um discurso para deixar que o País seja "pária", tanto no cenário internacional quanto em políticas públicas. Empresário e liberal, Doria, ao apresentar suas políticas de governo, negou ser populista. "Estou aqui para administrar o Estado de São Paulo", destacou.

Em discurso de abertura do 20º Fórum Empresarial Lide, Doria apresentou cinco temas que serão prioritários caso vença as eleições de 2022: saúde, emprego, proteção social, meio ambiente e educação. Com fortes críticas ao presidente Jair Bolsonaro, o governador traçou paralelo entre as ações de seu governo à frente do Estado paulista ante as do Executivo.

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Na área da saúde, Doria reforçou o uso de sua bandeira eleitoral, a vacina contra a Covid-19 Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan em parceria com a Sinovac. Destacando a união dos governadores pela campanha de imunização, Doria enalteceu o Sistema Único de Saúde (SUS) e comentou sobre a importância da vacinação. "Vamos precisar de vacinas, vai ser necessária até por muitos anos até termos medicamentos sérios, corretos e adequados para nos proteger", afirmou, em referência aos medicamentos não comprovados cientificamente defendidos por Bolsonaro.

Doria enalteceu a iniciativa privada pelos investimentos na viabilização das vacinas. No evento, antes da fala do governador, ele foi citado diversas vezes por empresários, que destacaram que o evento acontece de forma híbrida - presencial e virtual - como consequência da luta de Doria pelos imunizantes.

Usando projeções estaduais para comprovar seu compromisso com os temas, o chefe do Executivo estadual comentou a luta pela viabilização de mais empregos no País, a implementação de escolas integrais e investimentos em universidades públicas. Doria afirmou que na área da educação em São Paulo a meta é chegar a 2 mil escolas em tempo integral até o final deste ano e 3 mil até 2022. Segundo ele, o "futuro" que deseja é que todas as escolas do Brasil sejam em tempo integral.

"Desculpas da área pública você tem, agora quando você tem a alma privada e respeitando o público, nós fazemos", afirmou. Mesmo destacando a importância da iniciativa privada, Doria afirmou que "não dá pra ser um liberal sem ser um democrata social, olhando e atuando para mitigar a pobreza". Expondo ações de seu governo, Doria citou o Vale Gás, distribuição de alimentos solidários e deu ênfase à distribuição gratuita de absorvente para alunas da rede municipal de ensino. Segundo ele, o governo estadual vai fazer a distribuição de absorvente para mulheres de até 46 anos.

"Em Brasília, os mesmos infames do 'presta para quê' vetaram projeto no Congresso Nacional que tornava obrigatório o fornecimento de absorvente para essas famílias", criticou o tucano. No início do mês, Jair Bolsonaro vetou a distribuição gratuita de absorventes íntimos. A decisão trouxe novamente ao debate o conceito de "pobreza menstrual" e a dificuldade de promover políticas públicas capazes de acolher estudantes de baixa renda de escolas públicas e pessoas em situação de rua ou de extrema vulnerabilidade.

O projeto de governo de Doria também passa pela forte defesa ao meio ambiente. "Aqui não há agressão ambiental, nem legal e muito menos ilegal", afirmou Doria, acrescentando ser "perfeitamente possível avançar no agro e na indústria protegendo e respeitando o meio ambiente". Entre promessas, o governador afirmou que o Rio Pinheiros será limpo e despoluído até o ano que vem, além de garantir ações pela despoluição do Rio Tietê.

"Fizemos reformas ao invés de apostar no populismo", declarou. Para o governador, o País se tornou pária na área ambiental e nas relações internacionais. "Enquanto o Brasil se isolava, São Paulo abria escritórios na China, nos Emirados Árabes, na União Europeia e, no próximo dia 2 de dezembro, abre escritório para América do Norte em Nova York. 70% com investimento privado e 30% do governo", disse.

Doria finalizou seu discurso "dando um sinal de esperança", como pontuou. "Não percam esperança no Brasil, não silenciem. O silêncio é o instrumento dos medíocres, dos covardes. Lutem pela sua terra, famílias, amigos, os pais que já se foram, pessoas que amaram e não estão aqui, lutem pelo Brasil, e a luta é democrática", destacou. Com tom pacificador, o tucano destacou que a "luta não é com arma, é com inteligência". "O orgulho será resgatado pela via democrática", finalizou.

Ao mesmo tempo em que buscam os votos dos filiados tucanos nas prévias do PSDB, os governadores Eduardo Leite (RS) e João Doria (SP) mantêm articulações políticas além dos limites partidários. Neste caso, a disputa é sobre quem está mais bem posicionado para liderar uma terceira via em 2022. Os adversários têm dividido a agenda entre os partidários e encontros com empresários e lideranças de outras legendas.

O gaúcho investe no apoio do ex-ministro Gilberto Kassab, presidente do PSD, e de ACM Neto - que está à frente do processo de fusão das legendas e criação do União Brasil. O entorno de Leite age para aproximá-lo do apresentador José Luiz Datena (PSL) e de representantes do empresariado paulista.

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Doria, por sua vez, mantém linha direta com o ex-ministro Sérgio Moro, estreitou a relação com o MDB e outros partidos de sua base no Estado - como Solidariedade, PL, PV e Avante - e comemorou o apoio explícito do presidente da Itaúsa, Alfredo Setubal.

Com agendas cada vez mais frequentes em São Paulo, Eduardo Leite participou de um jantar no domingo com cerca de cem convidados na capital paulista. Entre os presentes no evento, que foi organizado pelo grupo Esfera Brasil, estavam empresários próximos a Doria desde os tempos que ele presidia o Grupo de Líderes Empresariais (Lide), como Luiza Trajano, presidente do conselho do Magazine Luiza, e Claudio Lottenberg, do conselho do Albert Einstein.

Chamou atenção no evento a presença dos prefeitos de Jacareí e São José dos Campos, duas grandes cidades paulistas governadas pelo PSDB. No dia 22, Leite vai participar de outro almoço com empresários, desta vez no Rio de Janeiro.

Doria almoçou ontem com o presidente do Itaú-Unibanco, Milton Maluhy, e a diretoria do banco. O secretário de Projetos e Ações Estratégicas, Rodrigo Maia, estava presente. O ex-presidente da Câmara viajou para São Paulo também com a missão de aproximar lideranças do Congresso e de outros partidos do governador.

Na sexta-feira, Doria participa do 10° encontro com empresários em um evento do Lide na capital. Já na viagem que fez para Minas em setembro, o paulista participou de um ato em Belo Horizonte com centenas de empresários e poucos tucanos. No dia seguinte, esteve em um evento organizado pelo prefeito de Betim, Vittorio Medioli (sem partido), com políticos e lideranças de diversas siglas. Na ocasião, o deputado Aécio Neves ironizou os encontros e disse que o paulista faz campanha onde não tem voto.

Às vésperas do primeiro debate das prévias, a disputa se acirrou entre os dois governadores. Em Santo André, na Grande São Paulo, Eduardo Leite criticou o adversário por ter anunciado que não iria ao debate organizado pelos jornais Valor e O Globo, e depois recuado. O governador gaúcho também rebateu críticas do entorno de Doria sobre o aplicativo que será usado nas votação dos filiados do PSDB.

"Negar participação no debate e lançar suspeitas à forma de votação é coisa do bolsonarismo. Espero que não volte o BolsoDoria", disse ele no domingo. O presidente do diretório paulista do PSDB, Marco Vinholi, rebateu.

"Diálogo na teoria, agressão na prática. É momento de termos um candidato para unir o partido e o país, não para dividir". Procurado, o coordenador da campanha de Doria, Wilson Pedroso, negou que o governador esteja procurando aliados fora do partido e disse que a estratégia é "100% interna no PSDB".

Pré-candidatos à presidência da República nas prévias do PSDB, os governadores Eduardo Leite (RS) e João Doria (SP) travam uma guerra de números e ambos se dizem favoritos para vencer a disputa, marcada para 21 de novembro.

Em uma entrevista coletiva "técnica" realizada nesta quinta-feira (7) na sede estadual do PSDB paulista, o presidente da legenda no Estado, Marco Vinholi, o coordenador da pré-campanha de Doria, Wilson Pedroso, e o presidente da Associação Paulista de Municípios, Frederico Guidoni, explicaram o colégio eleitoral e disseram que São Paulo já larga com uma dianteira de 25% dos filiados ao partido.

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"Temos neste momento 65 % de adesão nas prévias do PSDB", disse Vinholi. Já Wilson Pedroso classificou como "uma gota no oceano" os apoios de Eduardo Leite em São Paulo.

Já o grupo de Leite apresenta números diferentes. No dia que anunciou sua desistência das prévias para apoiar Leite, o senador Tasso Jereissati (CE) afirmou que os dois juntos contam com o apoio de 80% das executivas estaduais do PSDB.

Já a assessoria do governador gaúcho enviou a reportagem uma projeção interna na qual Leite teria 62% de apoio do partido, contra 37% de Doria.

Segundo o TSE, o PSDB contaria com 1.355.766 filiados, mas esses dados estão desatualizados. Pelo formato do colégio eleitoral das prévias, a votação será indireta e com pesos diferentes entre filiados, mandatários e dirigentes.

Os 565 prefeitos e 445 vices formam 25% do eleitorado, os 4.297 vereadores e 272 deputados estaduais outros 25%. Governadores (3), vices (5), senadores (7), deputados federais (32) e o presidente nacional do partido, Bruno Araújo representam o terceiro bloco, e os filiados em geral o 4° bloco.

Vence o candidato que alcançar maioria absoluta dos votos válidos considerando esta soma: resultado do grupo 1 + resultado do grupo 2 + resultado do grupo 3 + resultado do grupo 4.

Os aliados de Doria dizem que ele venceria Leite por 60% a 40% nas bancadas do Congresso e executiva Nacional. Além dos dois governadores, o ex-prefeito de Manaus, Arthur Virgílio, também concorre nas prévias.

A pesquisa Poder Data divulgada nesta última quarta-feira (30), mostra que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) perderia no 2º turno para o ex-presidente Lula (PT), o governador de São Paulo João Dória (PSDB), o ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT) e o governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite (PSDB). 

No primeiro turno, o ex-presidente Lula segue na liderança pela corrida ao Palácio do Planalto em 2022. Lula oscilou três pontos percentuais para cima em um mês e agora marca 40% das intenções de voto. Com alta de dois pontos percentuais em relação ao último levantamento do Poder Data, Bolsonaro aparece em segundo lugar, com 30%.

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Empatados dentro da margem de erro, em terceiro lugar aparecem Ciro Gomes (5%), o apresentador José Luiz Datena (4%), o ex-ministro Henrique Mandetta (4%) e Dória (3%).

O levantamento confirma que Lula se sai melhor entre as mulheres, com 42% das intenções de voto no grupo, entre as pessoas de 45 a 59 anos (47%) e moradores das regiões Nordeste (51%) e Sudeste (43%).

Já Bolsonaro tem mais vantagens entre os homens (41%), e com as pessoas a partir dos 60 anos (34%) - além dos moradores da região Sul (47%). 

A pesquisa foi realizada do dia 27 a 29 de setembro deste ano. Foram ouvidas 2.500 pessoas, de 451 municípios, nas 27 unidades da Federação. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos.

Em campos distintos na política nacional e paulista, o PSDB e o PT se uniram em apoio à criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar a operadora de planos de saúde Prevent Senior na Assembleia Legislativa de São Paulo. O deputado Paulo Fiorilo (PT) reuniu, nessa segunda-feira (27), 40 assinaturas de parlamentar favoráveis - oito a mais do que o mínimo necessário. Na bancada tucana, base do governador João Doria, quatro dos nove integrantes declararam apoio à instalação da comissão.

A operadora paulista já é alvo da CPI da Covid, no Senado, sob suspeita de submeter pacientes a experiências com o "kit covid" - composto por medicamentos comprovadamente ineficazes contra a doença -, sem conhecimento de familiares. Um dossiê elaborado por ex-funcionário da Prevent Senior, entregue à CPI, apontou inclusive atestados de óbitos fraudados de forma a omitir mortes pela doença. O estudo teria sido fraudado, para induzir à ideia de que o tratamento, defendido pelo presidente Jair Bolsonaro, funciona. A empresa nega as acusações e se diz alvo de difamação.

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A avaliação reservada entre os deputados estaduais é que, a exemplo da comissão no Senado, a CPI na Alesp tem potencial para desgastar Bolsonaro, adversário tanto de Doria quanto dos petistas. Os dez parlamentares bolsonaristas na casa estão isolados e sem força para barrar a iniciativa.

Com as assinaturas necessárias, a instalação da CPI da Assembleia precisa ainda ser aprovada em plenário por meio de um projeto de resolução para mudar o regimento, já que existem cinco CPIs em andamento, o número máximo previsto.

"Eu vejo clima para a aprovação em plenário. Acredito que a CPI tem apoio na esquerda e na direita, na base do governo paulista e também na oposição", disse ao Estadão o deputado Carlos Pignatari (PSDB), presidente da Assembleia. Ele acrescentou considerar as denúncias contra a operadora de saúde "muito graves".

Pignatari afirmou que determinaria a publicação do pedido de CPI no Diário Oficial de hoje. Segundo ele, o requerimento vai tramitar na Casa com a urgência que o tema exige.

A denúncia levada pelos médicos à CPI do Senado afirma que, no ano passado, após críticas do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta a subnotificações de mortes de pacientes e ao atendimento da Prevent Senior a idosos, a diretoria da operadora "fez um pacto com o gabinete paralelo para livrar a empresa das críticas". O próprio Bolsonaro chegou a fazer postagens citando o suposto estudo da Prevent como comprovação de que o chamado "tratamento precoce" era eficaz.

Apesar de a denúncia citar Bolsonaro, o autor da proposta de CPI na Alesp nega que o presidente seja o foco da comissão estadual. "Não foi o Bolsonaro que uniu os dois lados para essa comissão, mas o crime grave que pode ter sido cometido", afirmou Fiorilo.

Na justificativa registrada no pedido, o deputado do PT afirma que a Prevent Senior tem atendimento no Estado e na cidade de São Paulo e alegou que a empresa teria submetido pacientes a tratamentos experimentais contra covid-19 sem o consentimento deles e sem autorização dos órgãos competentes. "Além disso, existem fortes indícios que a empresa teria fraudado os resultados de um estudo sobre uso da hidroxicloroquina no tratamento da doença, além de omitir mortes de pacientes ao longo desse experimento", diz Fiorilo.

Apoio

Com nove deputados, a bancada do PSDB foi orientada pela liderança do governo a assinar o pedido. "A bancada do PSDB está extremamente sensibilizada com as revelações da CPI do Senado em relação à Prevent Senior. E os parlamentares têm o dever de buscar a verdade sobre as condutas da empresa em São Paulo, onde está o maior número de vítimas da pandemia. Por isso, o apoio à instalação da Comissão", afirmou a deputada Carla Morando (PSDB).

Em mais um gesto ao eleitorado bolsonarista, a deputada Janaína Paschoal (PSL) se disse contra a CPI. "Não vejo motivo para CPI sobre esse tema, na Alesp. Já há uma CPI, acompanhada por todos, abordando a questão e o MP já disse que vai apurar. Nem as CPIs já aprovadas foram instaladas, como as da Dersa e a da isenção fiscal", disse a parlamentar.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), considerou o discurso do presidente da República, Jair Bolsonaro, na abertura da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), nesta terça-feira (21) como "constrangedor e vergonhoso". Para Doria, as falas de Bolsonaro, com mentiras e fatos distorcidos, foram mais um desastre para o Brasil e prejudicam as relações multilaterais com outras nações.

"Você não pode declarar uma Assembleia Geral da ONU, com mais de 160 chefes de Estado, posições que não correspondem à verdade sobre vacinação, saúde, sobre posicionamento do Brasil no âmbito da diplomacia", disse. "Foi constrangedor e vergonhoso que o presidente do Brasil, mais uma vez, pois é a terceira vez que ele vai à Assembleia, faça o papel vexatório que nos envergonha", completou o governador paulista em entrevista a jornalistas que participam do curso de focas econômico da Agência Estado e do Estadão.

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Segundo Doria, que tenta no PSDB obter a vaga como candidato à sucessão de Bolsonaro, o Brasil virou objeto de chacota e de piada com Bolsonaro no governo. "Você lê os principais jornais do mundo e as matérias sobre o Brasil são vergonhosas para nós, Bolsonaro é objeto de piadas. Ele é tido como ditador ameaçando a democracia brasileira e como o maior negacionista do mundo."

Em entrevista aos jornalistas, o tucano avaliou, por fim, que o Brasil não tem um líder, mas uma figura que ameaça a democracia e a saúde pública, "pois gastou milhões comprando cloroquina, quando poderia ter comprado vacina e muitas vidas se perderam", chamou de covarde os que usam máscaras e estimula aglomerações.

"Enfim, mais um desastre do Brasil colocado internacionalmente e isso nos afastou ainda mais dos grandes líderes mundiais que prezam a democracia e os valores", concluiu.

As prévias tucanas começam amanhã com o governador de São Paulo João Doria à frente de seu principal adversário interno, o colega gaúcho Eduardo Leite. A vantagem se dá pelos apoios já anunciados ao paulista em viagens feitas pelo País nos últimos meses. Até aqui, Doria soma, em tese, um terço do eleitorado do PSDB. Outros 10% fecharam com Leite - o restante segue em aberto, assim como a disputa interna, que promete ser acirrada.

Pelo calendário definido pela executiva nacional, os postulantes a presidenciável em 2022 terão pela frente dois meses de campanha - o primeiro turno está marcado para 20 de novembro. Além de Doria e Leite, a expectativa é de que o senador Tasso Jereissati (CE) e o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio também se inscrevam, mesmo sem disposição real para seguirem até o fim.

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Após conquistar os diretórios de São Paulo, Paraná, Acre e Pará, Doria espera anunciar o apoio dos tucanos do Rio Grande do Norte e do Espírito Santo. Juntos, esses seis Estados somam 467 mil filiados, ou 35% do total. Já Leite fechou com Minas Gerais, que, sozinho, detém um décimo dos votos.

O resultado final, porém, não será uma soma simples. Por decisão da executiva nacional, os votos dos filiados com mandatos, como prefeitos e deputados, terão mais peso na decisão, o que força os candidatos a negociarem com as bancadas federais, estaduais e municipais.

O PSDB tem hoje três governadores, sete senadores, 33 deputados federais, 720 estaduais e distritais, 520 prefeitos e 4.377 vereadores. Os ex-presidentes nacionais também votam, assim como Fernando Henrique Cardoso, atual presidente de honra, que fechou com Doria.

Estilos. De perfil mais discreto e menos crítico a Jair Bolsonaro, Leite tem, ao menos por enquanto, mais aliados no Congresso. Dos sete senadores, dois são considerados bolsonaristas - Roberto Rocha (MA) e Rodrigo Cunha (AL) - e, por isso, mais avessos a Doria.

Entre os demais, apenas Izalci Lucas (DF) declarou apoio ao paulista. Ele receberá Doria em almoço após o ato de inscrição, amanhã, em Brasília. Se Tasso desistir, a tendência é que apoie Leite e leve com ele os votos de Plínio Valério (AM) e Mara Gabrilli (SP). José Aníbal, suplente em exercício de José Serra (SP) no Senado, estaria neutro.

Para conquistar tucanos com mais peso nas prévias, Doria e Leite têm rodado o País. O paulista já esteve em dez Estados, enquanto o gaúcho visitou 12. Tasso e Virgílio, contudo, não lançaram mão dessa estratégia.

Ainda que atrás de Doria no momento, Leite tem menos rejeição dentro e fora do partido, o que o coloca, segundo aliados, com chances reais de crescimento. Prefeitos tucanos de Santa Catarina, por exemplo, foram até o gaúcho para incentivá-lo. O Estado é considerado o mais bolsonarista do País.

Dois ex-presidentes do PSDB-SP oficializaram apoio a Leite - Antonio Carlos Pannunzio e Pedro Tobias, este ligado ao ex-governador Geraldo Alckmin, que cogita migrar para o PSD após Doria avisá-lo que não teria legenda para disputar mais uma vez o Bandeirantes.

Após obter o aval do PSDB mineiro, comandado pelo deputado Aécio Neves, desafeto público de Doria, Leite avança para ter o apoio de Tasso, que desistiria da disputa e ajudaria a convencer o diretório cearense a seguir sua decisão. Já Virgílio, se abrir mão, tende a ir com Doria.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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