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Aliados do governador João Doria se mobilizaram contra o que chamam de tentativa de "golpe" contra sua pré-candidatura e cobram do presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, um posicionamento contundente em defesa do resultado das prévias presidenciais tucanas realizadas no ano passado.

Assediado pelo PSD, que sinalizou que lançaria sua candidatura ao Palácio do Planalto, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), que foi derrotado por Doria nas prévias, vai deixar o cargo na próxima segunda-feira e deve anunciar sua permanência no partido.

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Liderado pelo deputado Aécio Neves (PSDB-MG), o grupo que faz oposição a Doria no PSDB acredita que pode reverter o resultado das prévias na convenção do partido, em junho. Segundo reportagem do Estadão, o "Dia do Fico" no PSDB seria uma estratégia que prevê a possibilidade de um acordo com o MDB e o União Brasil para o lançamento de uma candidatura única ao Planalto.

Aliados de Doria reclamam do silêncio do presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, que é coordenador da pré-campanha do governador.

"Esperamos uma manifestação do Bruno (Araújo) para garantir que a democracia interna seja respeitada", disse Fernando Alfredo, presidente do PSDB da capital paulista. "Eles não tem embasamento jurídico para contestar o resultado e apostam no desgaste do João. Qualquer tentativa de revogar as prévias seria um golpe", concluiu o dirigente.

Procurado, Araújo não foi localizado.

"A permanência do Eduardo (Leite) é bem vinda. Mas pelo estatuto as prévias são irrevogáveis. Não tem como voltar atrás. A convenção é meramente homologatória", disse o tesoureiro nacional do PSDB, Cesar Gontijo, que é aliado de Doria.

Outros dirigentes ouvidos pela reportagem dizem, porém, que o estatuto tem brechas que permitiram a revogação das prévias na convenção, que é a instância máxima do partido.

O levantamento do Ipespe, divulgado nesta sexta-feira (25), aponta o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com 44% das intenções de votos no primeiro turno. Já o presidente Jair Bolsonaro (PL) aparece com 26% da preferência. O levantamento aferiu a opinião de 1.000 eleitores por telefone entre segunda (21) e quarta-feira (23).

Em terceiro lugar, segundo dados do levantamento, vem o ex-juiz Sergio Moro (Podemos), com 9%, seguido do ex-ministro Ciro Gomes (PDT), com 7%, e do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), com 2%.

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O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), o deputado federal André Janones (Avante), a senadora Simone Tebet (PMDB) e Felipe d’Avila (Novo) ficaram empatados ao contabilizar 1% cada.

A pesquisa foi registrada na Justiça Eleitoral com o número BR-04222/2022. A margem de erro é de 3,2 pontos percentuais para mais ou para menos, com um intervalo de confiança de 95,5%.

Segundo turno

Para o segundo turno, o Ipespe verificou nove cenários diferentes. O ex-presidente Lula venceu em todos que foi citado. Veja:

Cenário 1

Lula – 54%

Bolsonaro – 31%

Branco/Nulo/Não votaria/Indecisos – 15%

Cenário 2

Lula – 52%

Moro – 30%

Branco/Nulo/Não votaria/Indecisos –18%

Cenário 3

Lula – 51%

Ciro Gomes – 24%

Branco/Nulo/Não votaria/Indecisos – 25%

Cenário 4

Lula – 54%

Doria – 19%

Branco/Nulo/Não votaria/Indecisos – 27%

Cenário 5

Lula – 56%

Eduardo Leite – 19%

Branco/Nulo/Não votaria/Indecisos – 25%

Cenário 6

Moro  – 35%

Bolsonaro – 33%

Branco/Nulo/Não votaria/Indecisos – 32%

Cenário 7

Ciro Gomes – 48%

Bolsonaro – 36%

Branco/Nulo/Não votaria/Indecisos – 16%

Cenário 8

Dória – 40%

Bolsonaro – 37%

Branco/Nulo/Não votaria/Indecisos – 24%

Cenário 9

Bolsonaro – 39%

Eduardo Leite – 38%

Branco/Nulo/Não votaria/Indecisos – 23%

Para 70% dos paulistas, o governador de São Paulo João Doria não merece ser reeleito ao Palácio dos Bandeirantes, de acordo com a pesquisa da consultoria Quaest, financiada pela Genial Investimentos e divulgada nesta quinta-feira, 17. Segundo o levantamento, apenas 28% acreditam que Doria merece uma segunda chance frente ao governo. 3% não responderam.

O tucano não pretende tentar se reeleger, porque é pré-candidato à Presidência. A rejeição estadual, porém, pode ter reflexo negativo em seu projeto nacional. Doria deverá deixar o governo até o dia 2 de abril, data limite para que candidatos a cargos diferentes do que ocupam deixem o Executivo. Ele venceu as prévias do partido contra Eduardo Leite, que agora pode migrar para o PSDB e entrar na disputa.

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A pesquisa também mediu a avaliação do governo Doria pelos paulistas. 46% avaliaram de forma negativa, 34% definiram como regular e apenas 17% consideraram positiva. 3% não sabiam ou não responderam.

De acordo com o levantamento, os paulistas esperavam melhores resultados do tucano. 48% dos entrevistados responderam que o governo "é pior do que esperava". 39% avaliam como "nem pior, nem melhor". E apenas 12% dizem que o governo é "melhor do que esperava".

Além da rejeição, Doria tem dificuldade de emplacar Rodrigo Garcia (PSDB), candidato apoiado por ele na disputa pelo governo de São Paulo, nas pesquisas de intenção de voto.

O atual vice-governador aparece apenas na sexta colocação, com 3% das intenções de voto. Ele fica atrás de Fernando Haddad (PT), com 24%; Márcio França (PSB), com 18%; Tarcísio Freitas (sem partido), com 9% e Guilherme Boulos (PSOL), com 7%. Renata Abreu aparece empatada com o vice-governador, também com 3%.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou o fim da obrigatoriedade do uso de máscaras em todo o Estado a partir desta quinta-feira, 17. O uso seguirá compulsório em espaços de saúde, como hospitais e UBSs, e nas estações e veículos de transporte coletivo, como no Metrô, no trem e nos ônibus.

"Acabo de assinar decreto que libera imediatamente o uso de máscaras em locais fechados em SP. O avanço da vacinação e a queda nas internações e óbitos permitem esta medida. Momento tão esperado depois de dois anos desafiadores. Estou muito feliz!", publicou em rede social.

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O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou que a pré-candidatura de Sérgio Moro (Podemos) à Presidência ficou fragilizada após o episódio envolvendo o deputado estadual Arthur do Val (sem partido), autor de áudios com conteúdo sexista sobre mulheres ucranianas.

Moro e o deputado haviam acordado em dividir palanque em São Paulo, sendo que o parlamentar planejava disputar o governo do Estado. Ambos eram do mesmo partido, o Podemos, mas a controvérsia gerada pelos áudios levou Do Val a se desfiliar da legenda e retirar sua pré-candidatura.

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"Fragilizou, evidentemente", disse Doria. "O MBL (grupo de renovação política do qual Arthur do Val era membro) se filiou ao Podemos. Machucou a candidatura do Sérgio Moro, ainda que ele tenha tido a atitude correta, a meu ver, que foi de repugnar e condenar os áudios e a postura de Arthur do Val".

A declaração foi feita ao podcast Talk Churras, transmitido pelo YouTube na noite dessa segunda-feira (14). Ao afirmar que o ex-juiz sai fragilizado dessa polêmica, o tucano ponderou que sua intenção não era criticá-lo. Em outro ponto da conversa, o governador reiterou que ele e Moro ainda podem estar juntos neste ano.

Doria opinou, ainda, que os áudios do deputado paulista feriram também o próprio Podemos, sobretudo Renata Abreu, a presidente do partido. Segundo o governador, a atitude correta da agremiação seria expulsar Do Val de seus quadros, "se quiserem preservar minimamente" a legenda. O parlamentar chegou a ser alvo de processo disciplinar na legenda, mas comunicou sua saída antes da conclusão do procedimento.

Questionado sobre sua posição nas eleições presidenciais deste ano, Doria voltou a dizer que gostaria de ter uma mulher como vice, se referindo à senadora Simone Tebet (MDB). Em outras ocasiões, porém, ela já afirmou que gostaria de se manter como cabeça de chapa. Falando sobre a senadora, o governador paulista mencionou as conversas entre PSDB, MDB e União Brasil para unificar uma candidatura por meio de coligação. Ele também lembrou que os tucanos aprovaram federação com o Cidadania, que ficou sem pré-candidato ao Planalto após a desfiliação do senador Alessandro Vieira.

O governador João Doria (PSDB) lançou nesta quinta-feira (10)o projeto de uma ciclovia de longa distância ligando a capital paulista a Itupeva, no interior, pela rodovia dos Bandeirantes. A nova ciclovia, com 57 km de extensão, dará acesso ao recém-lançado Distrito Turístico Serra Azul e será implantada pela concessionária CCR Autoban, que administra a rodovia. No evento, em Itupeva, o governador disse que será a maior e mais completa ciclovia do Brasil. "Uma grande opção para o esporte, para o lazer e para a mobilidade", afirmou Doria.

Conforme o governo, a região recebe cerca de 10 milhões de visitantes por ano e tem atrações como os parques Hopi Hari e Wet'n Wild, além de outlet, centros comerciais e rotas de turismo rural. O projeto prevê a construção de uma ciclovia segregada do tráfego de veículos da rodovia entre os quilômetros 13,8 e 71 da Bandeirantes. As bikes vão circular em trechos do canteiro central e do gramado lateral da rodovia. O projeto prevê seis passarelas de transposição, que permitirão ao ciclista acessar a passarela sem cruzar a rodovia.

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A ciclovia, que terá ainda sete pontos de apoio para ciclistas, além de sinalização, deve custar R$ 219 milhões. O prazo de entrega não foi definido, já que o projeto ainda passará por análises técnicas, segundo o governo. Conforme a Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp), só neste ano foram registradas duas mortes de ciclistas, atropelados por carros quando trafegavam pelo acostamento da Bandeirantes. Em todo o ano passado, foram seis mortes de ciclistas no mesmo trecho.

O governo de São Paulo já lançou outros projetos para ciclistas na região, como a Ciclo Rota das Flores, em Holambra, com percurso de 14 km, e a Ciclo Rota das Frutas, que integra os municípios de Jundiaí, Louveira, Vinhedo e Itatiba, com extensão total de 75 km. A ideia, segundo o governo, é estimular o deslocamento seguro e sustentável da população, além de integrar municípios com vocação turística e potencial para o cicloturismo. O plano é ter 300 km de ciclorrotas no interior.

O projeto, no entanto, também é alvo de críticas. Em vídeo divulgado em suas redes sociais, a cicloativista Renata Falzoni apontou falhas importantes na ciclorrota das frutas, como a falta de placas de sinalização e de ciclo faixas, que levam os ciclistas a uma disputa de espaço com os carros. Ela diz ainda que os projetos estão desconectados e não fazem parte de um sistema de cicloturismo. No caso da Rota das Frutas, os produtores de frutas da região não foram inseridos no projeto. "O nome gera uma expectativa no ciclo turista, mas não há frutas", disse.

Conforme a CCR Autoban, a sinalização da Ciclo Rota das Frutas foi prejudicada pelas chuvas intensas que atingiram a região, assim como as rodovias administradas pela concessionária, durante o lançamento do projeto. A concessionária informou que três equipes trabalham na instalação de mais de 200 placas de sinalização ao longo do percurso. Lembrou ainda que o conceito de ciclo rota é de trânsito compartilhado com os carros, diferente da ciclovia, em que a segregação das bicicletas.

Ainda segundo a CCR, os pontos de alimentação ao longo do percurso também foram sinalizados. Foi feito ainda um mapeamento dos produtores de frutas e de produtos artesanais do campo na região para que abram as portas para os cicloturistas. O próximo passo será o treinamento desses produtores para o turismo receptivo.

Um laudo do núcleo de criminalística da superintendência da Polícia Federal em São Paulo concluiu que não há sinais de adulteração no vídeo íntimo atribuído ao governador João Doria (PSDB) nas eleições de 2018.

"O perito analisou a direção da iluminação, disposição de personagens e objetos e suas relações na imagem, assim como a continuidade do sinal de áudio, não encontrando sinais de adulteração nas imagens examinadas", diz um trecho do documento entregue no final do mês passado.

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Em nota, o tucano afirmou que a Polícia Federal decidiu "ressuscitar" a investigação "justamente quando se aproximam as próximas eleições presidenciais" e acusa uma tentativa de prejudicar sua pré-candidatura ao Planalto.

O documento foi produzido a pedido da Delegacia de Defesa Institucional da PF em São Paulo para tentar identificar as seis mulheres que aparecem na gravação, por meio de cruzamento com imagens de redes sociais e fontes abertas, o que segundo o perito responsável não foi possível. De acordo com o laudo, a gravação não tem qualidade suficiente, "gerando uma resposta nula pelo sistema".

"As imagens extraídas do material questionado têm baixa definição nas regiões de interesse e a baixa iluminação, os ângulos de enquadramento e as distâncias (câmera-pessoa) não favorecem à identificação de pessoas. Assim, essas imagens não apresentaram um resultado nos sistemas de banco de dados de imagens disponíveis e não são adequadas ao exame de Comparação Facial", afirma técnico responsável pela análise.

O vídeo repercutiu no segundo turno das eleições de 2018, quando Doria foi eleito governador, e usado para atacar a candidatura do tucano. Ele sempre negou a autenticidade de gravação e pediu a abertura de uma investigação sobre o caso. A movimentação nas apurações ocorre a sete meses das eleições que Doria pretende disputar como candidato a presidente.

COM A PALAVRA, O GOVERNADOR JOÃO DORIA

"Fui surpreendido hoje com a informação de que a Polícia Federal decidiu ressuscitar a investigação de um caso da eleição de 2018, que se tornou o maior crime eleitoral já realizado contra um candidato na história do Brasil, justamente quando se aproximam as próximas eleições presidenciais.

Laudos independentes produzidos na época do episódio comprovaram de maneira cristalina que o vídeo em questão é uma fraude primária. A Revista Veja publicou em outubro de 2018 documento técnico que comprovou "alterações digitais" e manipulação. Um segundo laudo independente também comprovou a fraude desse vídeo.

É revoltante que Polícia Federal não tenha investigado os autores do crime em 2018. Agora, quatro anos depois do episódio, utiliza essa fake news não para elucidar o caso, mas para atingir a vítima desta armação sórdida.

Lamentavelmente, uma parte da instituição de Estado tem sido utilizada para propósitos políticos, como já ocorreu recentemente com outros pré-candidatos à presidência. É uma afronta ao Estado Democrático de Direito.

Não me intimidei na época desse crime e não me intimidarei com essa tentativa rasa para prejudicar a minha pré-candidatura.

A determinação de construir um país mais justo, próspero e pacificado é maior do que a tentativa torpe de atacar a minha honra e da minha família."

A exuberante propriedade de João Doria (PSDB), em Campos do Jordão (SP), serviu neste feriado de Carnaval para uma reunião da "tropa aliada" do governador paulista. No momento em que se aproxima a data de desincompatibilização para disputar a Presidência da República, Doria recebeu na luxuosa residência o presidente do PSDB, Bruno Araújo, o vice-governador Rodrigo Garcia, pré-candidato do PSDB ao governo paulista, o apresentador José Luiz Datena e o presidente do PSDB paulista e secretário de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi - autor da foto que ilustra este texto.

O encontro tem uma simbologia clara: é uma tentativa do governador de mandar uma mensagem de unidade e afastar as dúvidas entre os próprios partidários sobre a viabilidade de sua candidatura presidencial. Pressionado por alas do PSDB a desistir de sua pré-candidatura, Doria terá de deixar o Palácio dos Bandeirantes até o início de abril. Nesta fase, seu foco está em garantir empenho e lealdade dos aliados estratégicos.

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Coordenador da pré-campanha do governador, o presidente do PSDB foi reconduzido ao cargo por mais um ano com apoio do grupo de Doria, mas é alvo de críticas dos "doristas" por não ter se posicionado de maneira mais enfática em defesa da candidatura do vencedor das prévias do PSDB. Já Datena é visto como o candidato natural ao Senado na chapa dos tucanos, mas tem sido assediado também por outros partidos.

Mensagem

Ao promover esse encontro no fim de semana, Doria procura enviar um recado ao mundo político de que não está isolado e conta com o apoio de Araújo - o principal operador político do PSDB nas articulações com o MDB, o União Brasil e o Cidadania por uma federação partidária -, com Garcia, que vai assumir a máquina e de quem vai precisar do apoio, e Datena, que é um "coringa" no tabuleiro eleitoral de 2022.

A ampla propriedade, que conta com um heliponto e escultura de Bia Doria - mulher do governador - na entrada, deu caráter de intimidade ao encontro político. Por lá, também passaram dois nomes do PSDB que ajudam a fazer a ponte do governador com a "velha guarda" do partido: o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio e o ex-ministro Antonio Imbassahy.

Virgílio disputou as prévias contra Doria e Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul, que agora ameaça deixar a legenda e ingressar no PSD para ser candidato ao Planalto. Imbassahy integra o círculo mais próximo de Doria - foi articulador político da gestão Michel Temer e hoje é secretário especial do governo paulista e chefe do Escritório de Representação do Estado de São Paulo em Brasília.

Reconhecido até pelos adversários por sua obstinação, o governador João Doria (PSDB) investe numa estrutura para concorrer ao Palácio do Planalto em 2022. Embora sofra pressão dentro do próprio partido para desistir da disputa presidencial, Doria mantém o cronograma de campanha.

O tucano quer concentrar as agendas em São Paulo até o dia 1.º de abril, uma sexta-feira, quando deixará o cargo. Logo depois, vai se mudar com seu "núcleo duro" para uma ampla casa na Avenida Brasil, no Jardim América, bairro nobre da capital. O local terá salas reservadas para o ex-deputado pernambucano Bruno Araújo, presidente nacional do PSDB - que é o coordenador da pré-campanha -, e Rodrigo Maia, que prometeu se dividir entre sua candidatura a deputado no Rio e o comitê de Doria.

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O entorno do governador admite que a relação com Araújo passa por um momento difícil, mas espera, mesmo assim, que ele passe parte da semana despachando na capital. O presidente do PSDB é uma peça-chave para Doria, já que comanda a executiva do partido e, consequentemente, os recursos públicos dos fundos Partidário e eleitoral, além de ser o interlocutor oficial das conversas com MDB, União Brasil e Cidadania.

Ao contrário de 2018 e 2014, desta vez o pré-candidato presidencial tucano não tem a máquina partidária na mão e assiste a uma dissidência interna aberta se movimentando sem a censura de Araújo.

O primeiro movimento de Doria depois que deixar o cargo será colocar em campo uma narrativa para tentar desconstruir a rejeição ao seu nome, que é maior do que a aversão ao seu governo, segundo pesquisas internas. A ideia é "humanizar" o tucano, que é visto por grande parte dos eleitores com "marqueteiro", "ambicioso" e representante da elite.

Bahia e Minas

Doria planeja começar a pré-campanha pela Bahia, sua "terra natal", e lá relembrar a história de seu pai, deputado cassado pela ditadura, e das dificuldades que passou na infância decorrentes disso. Depois da Bahia, deve ir para Minas Gerais, reduto de seu arquirrival, deputado Aécio Neves, e segundo maior colégio eleitoral do Brasil.

Além de Maia, o secretário de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi, que preside o PSDB-SP, também sairá do governo para se dedicar à campanha. O time de Doria quer deixar na futura gestão de Rodrigo Garcia (PSDB) - atual vice e pré-candidato à reeleição - o secretário particular do governador, Wilson Pedroso, para que atue na interface entre as duas campanhas: estadual e nacional. Aliados do governador dizem contar com a "lealdade" de Garcia, que vai assumir a máquina em abril e disputar o Bandeirantes.

A base de Doria na Avenida Brasil terá ainda o ex-ministro baiano Antonio Imbassahy, o ex-prefeito de Campos do Jordão Fred Guidoni, que será coordenador de Mobilização, além de uma equipe de comunicação com três nomes: os marqueteiros Daniel Braga, Guillermo Raffo e Eduardo Fisher.

Anti-Lula

A estratégia vislumbrada, segundo integrantes do núcleo próximo ao governador, também é focar os ataques na esquerda - basicamente no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e retomar o histórico antipetista que o ajudou a se eleger duas vezes. Em vez de atacar o presidente Jair Bolsonaro e a direita, a campanha tucana vai tentar transformar o governador no "anti-Lula" e, ao mesmo tempo, "colar" a vacina da covid-19 na imagem do tucano.

Doria vai ainda fazer gestos de reconciliação interna, estreitar laços com a bancada e manter-se próximo de Sérgio Moro (Podemos) e Simone Tebet (MDB).

Ele tem dito que acredita numa união dos três pré-candidatos ainda no primeiro turno e aposta nas pesquisas para definir quem será o representante único da terceira via. Confia, assim, que nos próximos meses alcançará um índice mais elevado de intenções de voto.

O governador de São Paulo e pré-candidato à Presidência da República, João Doria (PSDB), criticou a decisão do Brasil de não assinar a declaração da Organização dos Estados Americanos (OEA) repreendendo a ação militar russa contra a Ucrânia. O pré-candidato diz que ao não assinar o documento, o Brasil se colocou ao lado de ditaduras, e questionou se o Brasil "ficará ao lado da democracia ou do autoritarismo?"

"Ao não assinar carta da OEA condenando invasão russa à Ucrânia, Brasil fica ao lado de ditaduras como Cuba e Nicarágua, que também se recusaram a ratificar o documento. 500 brasileiros esperam por ajuda na Ucrânia. Este governo ficará ao lado da democracia ou do autoritarismo?", publicou o dirigente paulista em suas redes sociais neste sábado, 26.

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Segundo o jornal O Globo, apesar de ter votado a favor da condenação da Rússia no Conselho de Segurança da ONU, o Brasil não apoiou, na última sexta-feira, uma declaração da OEA criticando os ataques russos à Ucrânia.

O documento também não foi assinado pela Argentina, Bolívia e Nicarágua, diz o jornal.

Entre os motivos para o Brasil não ter assinado o documento, disse fonte ao jornal, estava o fato de a Ucrânia ficar no continente europeu, e não nas Américas, e a defesa do embaixador brasileiro Otávio Brandelli no Conselho de Segurança da ONU, que argumentou pela retomada do diálogo para resolução do conflito no leste europeu.

Pré-candidato ao Palácio do Planalto, o governador João Doria (PSDB) defendeu nesta terça-feira, 22, a manutenção das candidaturas da chamada terceira via, mas admitiu publicamente pela primeira vez que "lá adiante" pode abrir mão em prol de outro nome.

"Não vou colocar o meu projeto pessoal à frente daquilo que sempre foi a índole. Se chegar lá adiante e, lá adiante, eu tiver de oferecer o meu apoio para que o Brasil não tenha mais essa triste dicotomia do pesadelo de ter Lula e Bolsonaro, eu estarei ao lado daquele ou de quantos forem os que serão capacitados para oferecer uma condição melhor para o Brasil", afirmou o governador diante de uma plateia de empresários e investidores no CEO Conference 2022, evento organizado pelo banco BTG Pactual.

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Ao falar no mesmo evento antes de Doria, Moro foi no caminho oposto e deixou claro que não abre mão da disputa. "Não faz sentido abdicar da pré-candidatura se ela tem o maior potencial para vencer extremos", completou.

O timing do momento da unidade da terceira via também destoou. "A gente precisa se unir, acho que isso é urgente, eu faria isso de bom grado", disse Moro.

"Aquelas [candidaturas] que compõem esse centro democrático liberal e social, nós temos que manter até o esgotamento do diálogo pelos líderes partidários", rebateu o tucano, citando os nomes do ex-juiz Sérgio Moro (Podemos) e da senadora Simone Tebet (MDB-MS).

Pesquisa

Na semana passada, Moro, Tebet e o cientista político Felipe d'Avila, pré-candidato do Novo, participaram de um almoço debate com empresários organizado pelo Lide (Grupo de Líderes Empresariais), organização criada pelo governador João Doria, pré-candidato do PSDB ao Palácio do Planalto.

Na ocasião, todos pregaram a união do centro contra Lula e Bolsonaro. "Sem dúvida é possível a união do centro até as convenções. Como avaliar? Com pesquisa, quantitativa e qualitativa. Não só a pesquisa de intenção de voto, mas também ver aquele tem o menor índice de rejeição", disse Tebet aos jornalistas na saída do evento.

Ainda segundo a senadora, o momento certo para definir o candidato desse bloco é em maio. "Muitas pré-candidaturas vão se encontrar. Acredito que é possível caminhar com uma única candidatura do centro democrático ainda no 1° turno".

Na mesma linha, o ex-ministro Sérgio Moro (Podemos) afirmou que existe "convergência" entre os projetos do centro democrático.

"O ideal é que essa união aconteça o quanto antes. Temos que considerar vários fatores (para a escolha do nome). O mais fundamental é o pré-candidato que se encontrar mais à frente nas pesquisas. Devemos nos unir em torno de um nome mais competitivo, e as pesquisas devem ser levadas em consideração."

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a defender a regulação da imprensa e dos meios de comunicação nesta quinta-feira, 9. O petista afirmou que é preciso "regular a internet e o sistema de televisão", em entrevista à Rádio Clube, de Pernambuco.

O pré-candidato à Presidência pelo PSDB, João Doria, rebateu a fala de Lula. "Liberdade de imprensa é um princípio básico da democracia. Regular imprensa significa censurar a imprensa", escreveu o tucano no Twitter.

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Desde o segundo semestre do ano passado, Lula cita a regulação dos meios de comunicação em entrevistas, relembrando do projeto elaborado pela secretaria de Comunicação Social durante o segundo mandato do petista, que propunha a criação de um marco regulatório da comunicação eletrônica no Brasil.

Um dos pontos polêmicos era a criação de uma agência reguladora única para a comunicação social no País. O anteprojeto não chegou a ser encaminhado para o Congresso e foi engavetado na gestão Dilma Rousseff.

Lula falou que nem jornais e revistas seriam submetidas a alguma regulação, mas deu destaque à internet. "Não pode deixar a internet do jeito que está, uma fábrica de mentiras, fake news e provocações", disse o petista.

O governador do Estado de São Paulo, João Doria (PSDB), classificou o encontro ocorrido nessa terça (8), em Brasília, com representantes da ala tucana contrária à escolha de seu nome como pré-candidato à Presidência da República pelo PSDB como um "jantar de derrotados". Em entrevista à Rádio Eldorado na manhã desta quarta (9), Doria ainda afirmou que o "PSDB é maior do que cinco pessoas".

Caciques da legenda como o deputado Aécio Neves (MG), o senador Tasso Jereissati (CE), o ex-senador José Aníbal (SP) e até mesmo o governador Eduardo Leite (RS), derrotado nas prévias do partido ano passado, se reuniram na casa do ex-ministro Pimenta da Veiga para debater alternativas ao nome de Doria, que segue estagnado nas pesquisas, como o apoio a senadora Simone Tebet (MDB-MS).

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"Foi um jantar de derrotados, com todo respeito. Todos eles foram derrotados nas prévias. Eu entendo que na vida pública, e também na vida privada, você tem que compreender vitórias e derrotas. Eu tive, circunstancialmente, uma vitória nas prévias do PSDB, mas tive a grandeza de cumprimentar o Eduardo Leite e todos aqueles que o apoiaram de maneira educada. Não me parece que cinco pessoas sentadas num jantar possam representar o PSDB. O PSDB é maior do que cinco pessoas que ali representavam derrotados", disse.

O governador ressaltou que venceu o processo de escolha interna do partido com o apoio de políticos com mandatos, como deputados, senadores e prefeitos, mas também com o apoio de filiados. "É preciso ter grandeza na vitória e na derrota. Esse é um ensinamento da vida. Não vou fazer oposição ou maiores considerações de um jantar de cinco pessoas que entendem que uma derrota não deve ser assimilada. O correto e a forma nobre é você somar forças em torno de um partido que é maior do que essas cinco pessoas que jantaram em Brasília."

Segundo Doria, a população brasileira ainda não está preocupada com a eleição deste ano. De acordo com ele, isso deve ocorrer apenas em agosto, com as candidaturas oficializadas e a campanha na rua. "As pesquisas de agora são meros retratos pontuais e circunstanciais que não refletem uma realidade que será, sim, apontada pela população mais próximo do processo eleitoral. As pessoas agora estão preocupadas com a sua saúde, com o seu emprego, com seu salário e com comida no prato. Não estão preocupadas com eleição."

Nova rodada da pesquisa Genial/Quaest de intenção de voto para a disputa presidencial de 2022 divulgada nesta quarta mostra um cenário ainda desafiador para a chamada 'terceira via'. Em diferentes cenários da pesquisa estimulada, Lula (PT) aparece com 45% a 47%, seguido por Jair Bolsonaro (PL), que tem 23% a 26%. Moro e Ciro registraram 7% a 9% das intenções de voto. André Janones (Avante) e João Doria (PSDB) registraram 2% a 3%. Simone Tebet (MDB), 1%. Rodrigo Pacheco (PSD) e Felipe d'Avila (Novo) não pontuaram. 

Questionado como pretende mudar seu baixo patamar de intenção de votos, Doria mostrou-se resiliente e disse que isso irá ocorrer quando ele puder se dedicar de fato à pré-campanha, a partir de abril. "Fazendo campanha, dialogando com a população, fazendo debate, fazendo aquilo que uma campanha prevê. É preciso ter tenacidade, determinação, capacidade de dialogar e apresentar um bom governo. O governo de São Paulo é um governo honesto, transformador e até os ferrenhos adversários reconhecem isso. Um governo que cuidou da pobreza e da saúde, que trouxe a vacina, que fez as reformas administrativas e fiscal e a reforma previdenciária. Um governo que trata bem as pessoas, sobretudo as mais vulneráveis, e que não rouba o dinheiro público."

Chapa Lula-Alckmin

Apesar de se negar inicialmente a comentar a eventual chapa Lula-Alckmin, o governador discorreu sobre a possibilidade com um tom de lamento e incompreensão. Distantes desde a campanha presidencial de 2018, na qual Doria se elegeu para comandar o Estado com o bordão "Bolsodoria", o tucano afirmou que "não perdeu o respeito por Alckmin (que o lançou em 2016), mas que se "entristece" de sua atual posição política.

"Lamento a posição do ex-governador de São Paulo, por quem eu não perdi o respeito, mesmo com essa decisão de estar vinculado ao Lula. Alguém que ele mesmo combateu ao longo de 33 anos como um bom homem público no PSDB. Me entristece o fato de ele estar ao lado de Lula. Eu estarei do outro lado e, como candidato, combaterei Lula e todos que estiverem ao lado dele", disse.

Doria disse ser incompreensível que alguém que, na sua avaliação, tenha contribuído para roubar o dinheiro público, que usou a frase 'os fins justificam os meios', desejar voltar ao poder para comandar novamente a Petrobras. "Ainda que Lula tenha  feito política para os mais humildes, para mim os fins não justificam os meios", finalizou o tucano.

A pré-candidatura à Presidência do governador de São Paulo, João Doria, foi alvo nesta terça (8) da mais contundente ação de oposição interna desde que ele venceu as prévias do PSDB, em novembro do ano passado. Parte da ala tucana contrária à candidatura própria ao Palácio do Planalto se reuniu na noite de ontem, em Brasília, na casa do ex-ministro Pimenta da Veiga. Este grupo defende a desistência de Doria da pré-candidatura, com a avaliação de que o paulista ainda não conseguiu se mostrar um candidato competitivo e dificilmente vai se impor como nome da terceira via capaz de romper a polarização entre Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

No PSDB, a disputa por dinheiro do fundo eleitoral e a resistência à candidatura presidencial podem levar a uma debandada de parlamentares da bancada federal da legenda. Pelos cálculos de líderes tucanos, entre 6 e 10 dos 32 deputados devem deixar a sigla. Quadros históricos do partido têm sido procurados por Lula para conversas que constrangem o projeto eleitoral do paulista.

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Em reação ao encontro dos correligionários na capital federal, Doria mobilizou uma ofensiva de aliados nas redes sociais. O entorno do governador, porém, se frustrou com a carta escrita pelo presidente nacional do partido, Bruno Araújo, sobre o assunto. Para tucanos alinhados com o pré-candidato, Araújo - que é coordenador da pré-campanha de Doria - não se posicionou de maneira enfática diante da ameaça pública de dissidência.

"Estando na mesma agremiação política, o coerente é que estejam todos em um mesmo projeto coletivo. Ninguém manda em voto de ninguém e todos que fazem parte de um partido político o são por livre e espontânea vontade. O momento é de fase preparatória de eleição. Há um conjunto de filiados que trabalha na estruturação da candidatura. Que passa não só por estruturação interna, mas também por diálogos em direção à possibilidade a federação partidária", disse o dirigente tucano na carta.

'Ânimo'

Para a reunião na residência de Pimenta da Veiga foram convidados o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, o senador Tasso Jereissati (CE), o ex-senador José Aníbal (SP) e o deputado Aécio Neves (MG). "A nossa ideia é dar um ânimo a tal terceira via, a nossa candidatura não deu ainda e nem sei se vai dar", disse Aníbal ao Estadão, que, ao lado do colega Tasso Jereissati, é defensor do apoio à pré-candidatura da senadora Simone Tebet (MS), do MDB, ao Palácio do Planalto.

Em conversas reservadas, Aécio tem afirmado que "há muita preocupação com a estagnação do Doria". Procurado pela reportagem, ele disse que a reunião de ontem foi "apenas para avaliar cenário".

Uma das alternativas estudadas pelo grupo é viabilizar a candidatura de Eduardo Leite, que perdeu as prévias para Doria, por outro partido. O gaúcho foi convidado pelo PSD, de Gilberto Kassab, mas não decidiu se vai trocar de legenda. Ao Estadão, Leite negou que o jantar serviria para decidir uma desfiliação. "Não tem nada de 'discussão de desembarque'. É apenas uma conversa entre pessoas que estiveram junto do nosso projeto das prévias. Avaliando o contexto político. Conversa para reflexão", disse o governador.

'Educados'

Nas redes sociais, aliados de Doria foram menos amenos. "Os cães ladram e a caravana passa", escreveu o presidente do PSDB paulista, Marco Vinholi.

Doria não tem dado sinais de abalo com o baixo desempenho nas pesquisas. O governador paulista é reconhecido, mesmo pelos adversários, pela obstinação. No plano interno, ele tem procurado superar desconfianças em relação à movimentação de nomes históricos da legenda, sob assédio de Lula. "Os líderes do PSDB não são malcriados. São pessoas educadas. É o perfil deles. Não vejo impedimento de que eles dialoguem com o ex-presidente Lula. Dialogar não significa apoiar", disse o governador paulista ao Estadão.

Após se reunir com líderes históricos do PSDB, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, Tasso Jereissati, o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio, o ex-governador de Goiás Marconi Perillo e o ex-senador Aloysio Nunes Ferreira, o petista tenta agora, por meio de interlocutores, marcar um encontro com o senador José Serra (SP). Doria foi eleito prefeito em 2016 e governador dois anos depois com forte discurso antipetista.

Aliados de Doria lembram que FHC publicou um tuíte declarando apoio ao governador paulista na disputa presidencial depois de se encontrar com Lula, e que teria declinado do convite para um novo encontro com o petista. Os demais tucanos também apoiaram o paulista nas prévias.

"Não se pode viver de rancor e amargura. É natural estabelecer pontes para eventualidades que possam surgir. Não se trata de uma estratégia para desestabilizar o Doria. Lula me conhece e sabe que não sou cooptável", afirmou Virgílio.

O ex-prefeito de Manaus, que também disputou as prévias presidenciais do PSDB, foi o único tucano presente no almoço organizado em dezembro passado pelo grupo de advogados Prerrogativas, que reuniu Lula e Alckmin pela primeira vez desde que foi aventada a possibilidade de formação de uma chapa presidencial com os dois antigos adversários.

A nova pesquisa Quaest/Genial, divulgada nesta quarta-feira (9), mostrou que o ex-presidente Lula (PT) ainda é o líder das intenções de voto. O petista aparece com um percentual superior à soma dos concorrentes, mas o que chamou atenção foi o alto índice de indecisos.

As intenções de voto de Lula variam entre 45% e 47% no primeiro turno, que tem como segundo colocado o presidente Bolsonaro, entre 23% e 26%.

Outro destaque foi o alto número de indecisos. Na pesquisa espontânea, 48% mostraram que não sabem em quem votar e 4% expuseram o desejo de votar em branco ou nulo.

Fidelidade

A pesquisa Quaest também verificou que seis em cada 10 eleitores, equivalente a 58% dos entrevistados, devem manter a escolha do voto. Outros 40% não descartam mudar de opção.

Os fiéis a Bolsonaro representam 65%, enquanto Lula conquistou a fidelidade de 74% dos seus eleitores.

Contra os candidatos que já lançaram pré-campanha e outros possíveis postulantes à Presidência, Lula lidera com 45%. O índice representa dois pontos a mais que a soma dos concorrentes.

A segunda posição ficou com Bolsonaro, que pontuou com 23%, a terceira ficou dividida entre Sergio Moro (Podemos) e Ciro Gomes (PDT) com 7%. João Doria (PSDB) e André Janones (Avante) aparecem em seguida com 2%. Simone Tebet (MDB) obteve 1%, enquanto Rodrigo Pacheco (DEM) e Felipe D'Ávila (Novo) não pontuaram. Nulo e brancos são 8% e indecisos 5%.

O segundo turno também mostrou a vantagem do ex-presidente, de acordo com o estudo. Ele se manteve à frente em todos os cenários ao pontuar entre 56% e 51%. O registro de brancos e nulos variam entre 13% e 26%.

Entre os possíveis derrotados, Bolsonaro marcou 30%, Moro obteve 28%, Ciro ficou com 24%, Doria com 16% e André Janones com 14%.

Metodologia

O estudo foi feito por meio de entrevistas presenciais com dois mil eleitores das 27 unidades federativas, entre os dias 3 e 6 de fevereiro. Com 95% de confiança, a margem de erro é de dois pontos percentuais.

O pré-candidato do PSDB à Presidência, João Doria, recebeu a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) nesta segunda-feira, 7, no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista. Eliziane é cotada como vice na chapa tucana, movimento que faz parte da negociação entre os dois partidos para uma criar uma federação.

Esse não foi o primeiro encontro entre os políticos. Na semana passada, após o Cidadania apresentar a senadora como uma opção para a Vice-Presidência, os dois se encontraram para discutir a composição de uma eventual chapa.

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No evento desta segunda, entretanto, a publicidade e amplitude do encontro deu o tom da aproximação entre os possíveis candidatos. Eliziane participou de uma reunião com os secretários de Estado do governo paulista. Na frente de mais de 50 autoridades presentes, a senadora elogiou a condução do governo Doria durante a pandemia de covid-19 e destacou o papel fundamental do governador no avanço da vacinação no País.

"O Doria vai ser de Brasília e do Brasil. São Paulo precisa do senhor, mas o Brasil também precisa", disse.

Eliziane ganhou destaque no cenário político nacional por causa de sua participação ativa na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, mesmo sem ser integrante formal. A parlamentar foi uma das lideranças que se movimentou na busca por mais mulheres no grupo. "Muitos parlamentares da base estão emocionalmente abalados", disse ela ao Estadão na época. "Não queriam a voz das mulheres na CPI."

Atualmente, o Cidadania negocia federações com três partidos: PSDB, Podemos e PDT. Na última terça-feira, 1º, a executiva nacional da sigla se reuniu para indicar uma das três opções, mas a reunião terminou com a sigla rachada. Os 21 integrantes do grupo votaram cada possibilidade individualmente e nenhuma delas obteve maioria. O resultado favorável mais próximo se deu em relação ao PSDB: 10 a favor, 10 contra e uma abstenção, do ex-senador Cristovam Buarque, que é contra formar uma federação com qualquer que seja o partido pretendente. No caso do Podemos, o placar ficou em 11 votos contrários e 8 favoráveis e do PDT, em 11 contra e 8 a favor.

Em paralelo às negociações de federação, o Cidadania ainda mantém a pré-candidatura à Presidência da República do senador Alessandro Vieira (SE), classificado como "terceira via" na disputa eleitoral de 2022. Assim como Eliziane, o parlamentar ganhou notoriedade na CPI da Covid e obteve o aval do partido para concorrer ao cargo em setembro de 2021. Vieira defende um acordo da legenda com o Podemos do ex-juiz Sérgio Moro.

O presidente Jair Bolsonaro atacou o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), pelo desmoronamento que atingiu a Marginal do Tietê, na capital paulista, e prometeu liberar recursos para municípios do Estado atingidos pelas chuvas nos últimos dias.

Em conversa com apoiadores no Palácio da Alvorada na manhã desta sexta-feira, Bolsonaro vinculou as medidas restritivas adotadas na pandemia de Covid-19 à fome da população. "Por exemplo, Aparecida, a cidade que vive do turismo religioso, com a política lá do governador de fechar tudo, caiu a renda da cidade, pessoal passando fome. A Ceagesp, por um tempo, manteve o pessoal alimentado."

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Nesta semana, o presidente sobrevoou os municípios de São Paulo mais atingidos pelas chuvas, entre eles Francisco Morato, na Região Metropolitana. "O governador pediu R$ 450 milhões. Nós vamos dar, mas é para os prefeitos", afirmou Bolsonaro. "Parabéns pela transposição do Tietê para ele", emendou, repetido provocação já feita nesta semana.

Adversários políticos de Doria usaram o episódio que causou a cratera aberta na marginal do Tietê para atacar o governador, que pode se candidatar à Presidência. Nesta sexta-feira, Bolsonaro fez referência à ocorrência e citou o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, pré-candidato ao governo paulista. "Tem que chamar o Tarcísio, né?"

Diante das chuvas que atingem o Estado de São Paulo, o governador João Doria (PSDB) abandonou o tom de embate e, em suas redes sociais, afirmou que a visita do presidente Jair Bolsonaro ao Estado é "bem-vinda". O presidente deve visitar o Estado na quarta-feira (2) para acompanhar a situação dos municípios atingidos pelas enchentes.

"Nosso povo está sofrendo as duras consequências das chuvas que castigaram nosso Estado. A visita do presidente a SP para oferecer ajuda aos que mais necessitam é bem-vinda", publicou o governador.

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Desde o fim de semana, ao menos 24 pessoas morreram em decorrência das chuvas que atingiram a região metropolitana da capital paulista e o interior de São Paulo. Oito crianças estão entre as vítimas. Municípios também registraram o transbordamento de rios, alagamentos, deslizamentos e interdições de rodovias, ruas e avenidas após chuvas intensas atingirem a região.

Nesta segunda-feira, 31, durante passagem pelo Rio de Janeiro, o presidente afirmou que pretende acompanhar "in loco" a situação no Estado de São Paulo. Ao ser perguntado se contava também com a parceria de Doria, Bolsonaro disse que não vê problema nesse apoio. "É nosso dever como homens públicos colaborar com qualquer brasileiro de qualquer parte do nosso território para levar conforto e para que essa dor seja diminuída", declarou.

A postura do presidente com relação ao incidente, no entanto, é diferente da adotada no início do ano, quando a Bahia passou por uma tragédia semelhante. Na época, Bolsonaro se recusou a interromper suas férias em Santa Catarina para visitar o Estado. O presidente chegou a fazer uma primeira visita, no início de dezembro à Bahia, mas não voltou, depois do agravamento da situação, com mortos e desabrigados.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), fez duras críticas ao ministro da Economia, Paulo Guedes. "Fui amigo do Guedes, hoje quero distância. Ele virou um fanático por esse homem que está no Palácio do Planalto, uma pessoa doentia, que faz uma política antivacina", disse durante live promovida pelo grupo Parlatório.

Doria citou a atual situação da inflação, acima de 10%, "retrato de um desgoverno". "Hoje temos falta de governabilidade, um governo que propõe a ruptura do teto de gastos, não tem credibilidade no plano internacional e gera insegurança ampla no mercado. A falta de políticas claras influencia obviamente na inflação e quem sofre mais é a classe mais vulnerável. A economia está tão desorganizada que nem um gênio resolveria sozinho, é preciso equipe."

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Reformas

Doria exaltou a reforma trabalhista aprovada no governo do ex-presidente Michel Temer (MDB) e reforçou a sua manutenção.

"Quero exaltar a reforma trabalhista que chegou a ser ameaçada por Lula, isso é um absurdo. Nós temos que estar posicionados para que esse discurso não seja colocado sem contestação no período eleitoral", disse o tucano, destacando que é preciso que se possa garantir que o trabalhador não pague mais imposto e o empregador tenha condição mais justa e equilibrada para atuar.

Doria criticou também a proposta de taxar grandes fortunas. "Sou contra a taxação de grandes fortunas, isso é populismo barato, se não tiver uma contestação clara, a população mais humilde passa a acreditar no candidato populista."

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse neste domingo (30) que a campanha eleitoral será "dura e suja" e que as pessoas precisam se posicionar. "A campanha eleitoral será dura e suja, com intimidação dos dois campos extremistas. Seria um pesadelo ter que optar por Lula ou (Jair) Bolsonaro lá na frente. É preciso acabar com o discurso de ódio e de intolerância dos últimos três anos", disse durante live promovida pelo grupo Parlatório. "No Brasil de hoje não dá para ser isentão, que não declare suas posições. Se nós tivermos medo de exercer nosso direito de fazer nossa opção, diante da ameaça que o Brasil tem pela frente, quem vai defender a democracia?", acrescentou.

Doria afirmou também que, neste ano, as pessoas não devem votar por partido, mas sim "pelo candidato". Destacou ainda que a população será ativada para a eleição apenas em agosto, com o horário eleitoral.

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Terceira via

O tucano citou como exemplos de possíveis nomes para a terceira via Sérgio Moro (Podemos), Simone Tebet (MDB-MS), Rodrigo Pacheco (PSD) e Alessandro Vieira (Cidadania). "A terceira via será importantíssima para o Brasil, ouso chamar de melhor via quando se materializar. Moro, Vieira, Pacheco, Simone, nenhum deles tem um projeto pessoal. Não podemos fazer um exercício individualista, ainda que em nome de um partido ou conjunto de partidos."

Doria reforçou ainda que colocará em prática, no âmbito nacional, a política desestatizante que vem sendo adotada em São Paulo. "O governo de São Paulo é desestatizante, chegaremos a 15 leilões, já fizemos 12. São Paulo é o Brasil, é o espelho do País, abraça a todos."

O tucano salientou que é preciso fazer as mudanças necessárias sem rupturas desnecessárias. "Nosso portfólio fará diferença na campanha, quem terá condição e experiência para governar? É preciso ter nervos de aço, trabalho, convicção e até fé, não pode haver ansiedade."

Vacinação

Doria relatou que 27% das crianças de 5 a 11 anos já foram vacinadas no Estado de São Paulo. "Esperamos que até dia 10 de fevereiro tenhamos 100% da população infantil com a primeira dose."

Ele afirmou também que o sucesso da vacinação infantil em São Paulo acontece mesmo diante da política "antivacina" do governo federal e do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. "Temos um ministro que é antivacina", disse o governador.

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