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Segundo dados do Detran-PE, levantados pela empresa Copergás, no mês de agosto o número de veículos convertidos para Gás Natural Veicular (GNV) em Pernambuco atingiu a maior marca mensal da história - foram 1.306 automóveis. A frota de veículos utilizando o GNV chegou a 74.588 no total.

Em abril passado, o total de conversões foi de 649. Subiu para 1.140 em maio e chegou a 993 em junho e 965 em julho.  A diferença é ainda maior quando se compara com agosto de 2020 (no primeiro ano da pandemia), que teve 563 carros convertidos.

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Uma das explicações para esse aumento recorde pode ser o preço do litro da gasolina, que já vem em alta pela sétima semana consecutiva, sendo o GNV uma alternativa mais barata para os motoristas. 

Enquanto em alguns postos da Região Metropolitana do Recife o valor do litro da gasolina chega a R$ 6, o GNV é comercializado por aproximadamente R$ 3,72 m³ na capital Pernambucana. 

O LeiaJá mostrou em reportagem sobre os procedimentos para a instalação do GNV que o custo para a troca da gasolina pelo Gás Natural Veicular em Pernambuco precisa ser autorizado pelo Detran, que cobra R$ 107,97 para realizar a vistoria e homologar o uso do combustível através do licenciamento.

Somados o valor do próprio kit gás e da mão de obra para a instalação, o investimento varia entre R$ 4 mil e R$ 7 mil. O custo depende da capacidade do cilindro, que pode variar entre 7,5m³ e 15m³.

Segundo a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Recife é a capital do Nordeste com o menor preço médio do GNV. O setor é beneficiado por uma lei estadual de 2016, de autoria do Governo Paulo Câmara, que reduziu o ICMS do gás veicular para 12%.

“Sob qualquer perspectiva que se olhe, o gás veicular aparece como a melhor opção, principalmente em Pernambuco”, pontua André Campos, presidente da Copergás.

Em alta pela sétima semana seguida, o preço do litro da gasolina já se distancia da realidade financeira dos brasileiros, que enxergam o Gás Natural Veicular (GNV) como uma saída remanescente para evitar o transporte público. Além do aspecto sustentável, se comparado à queima de combustíveis líquidos, o GNV se apresenta como uma alternativa de menor impacto no bolso do consumidor.

Antes de visitar às bombas de gasolina com menor frequência e começar a abastecer com o gás comercializado por aproximadamente R$ 3,72 no Recife, o professor especialista em área automotiva do Senai Pernambuco, Marcelo Farias, explica que é necessário fazer uma espécie de diagnóstico no veículo e, em seguida, modificações estruturais para instalar o cilindro e os cabos que compõem o kit gás.

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Nessa revisão é importante ficar atento ao funcionamento da parte elétrica e eletrônica do carro, além de consultar a empresa responsável pela instalação sobre os impactos que o procedimento pode causar na estrutura do carro, em especial ao sistema de amortecimento e de injeção eletrônica. "O check-up impacta para que você possa instalar o GNV de maneira precisa", aconselha.

Entre os ajustes prévios à instalação, como reforço da suspensão para suportar o peso do cilindro e a aparelhagem de cabos elétricos, o especialista lembra que o modelo do carro precisa ser compatível como o esquema GNV e as características de fábrica do veículo são alteradas pelo sistema. “Em algumas montadoras você perde a garantia do veículo”, alertou.

A troca precisa ser autorizada pelo Departamento de Trânsito de Pernambuco (Detran-PE), que cobra R$ 107,97 para realizar a vistoria e homologar o uso do GNV através do licenciamento. Somados o valor do próprio kit gás e da mão de obra para a instalação, o investimento varia entre R$ 4 mil e R$ 7 mil. O custo depende da capacidade do cilindro, que pode variar entre 7,5m³ e 15m³, estipulou Farias.

Ele destaca que o uso do GNV não vai extinguir a necessidade de combustível líquido, que além da ignição, serve para lubrificar componentes e na limpeza das válvulas. “Eu sempre vou ter o líquido atuando em algumas situações, em condições mínimas”, como em ultrapassagens, explica.

“Você não vai ter a mesma potência de um combustível líquido, então você perde cerca de 20% a 30% de força, mas em condução de pista comum não tem tanta perda”, ressaltou. O professor do Senai aponta que o GNV permite uma economia de queima entre 35% a 40%, pois dura mais que os combustíveis líquidos.

Fora a economia para o bolso, o GNV garante uma durabilidade maior ao motor em termos de autonomia, complementa Farias.

Neste domingo (19), um grupo de 20 governadores divulgou uma nota contrária às declarações do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre o aumento do preço da gasolina nos estados. O chefe do Executivo tem atribuído o valor dos combustíveis aos impostos cobrados nas unidades federativas.

Segundo os signatários, o custo da gasolina registrou um aumento superior a 40%, “embora nenhum Estado tenha aumentado o ICMS incidente sobre os combustíveis. Dessa forma, o problema envolvendo a crise seria de responsabilidade nacional, “e, não somente, de uma unidade federativa”.

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Ao longo dos últimos seis meses, Bolsonaro tem reagido a pressão de setores como o dos caminhoneiros colocando a responsabilidade do aumento exclusivamente nos governadores. “Essa é a maior prova de que se trata de um problema nacional, e não somente de uma unidade federativa. Falar a verdade é o primeiro passo para resolver um problema”, criticaram.

O preço da gasolina é formado a partir da fatia da Petrobras, que, na semana de 5 a 11 de setembro, era de 33,5%; o ICMS, que na média do País, estava em 27,6%; e os tributos federais Cide e PIS/Pasep e Cofins; o custo do etanol anidro; e pela parte da distribuição e revenda. No diesel, a fatia da Petrobras ultrapassa os 50%.

Nomes como Paulo Câmara (PSB-PE), Flávio Dino (PSB-MA), Rui Costa (PT-BA), Eduardo Leite (PSDB-RS) e Ibaneis Rocha (MDB-DF) assinam o documento.

Leia, abaixo, a íntegra da nota e todos os seus signatários:

NOTA DOS GOVERNADORES SOBRE O PREÇO DOS COMBUSTÍVEIS

Os Governadores dos entes federados brasileiros signatários vêm a público esclarecer que, nos últimos 12 meses, o preço da gasolina registrou um aumento superior a 40%, embora nenhum Estado tenha aumentado o ICMS incidente sobre os combustíveis ao longo desse período. Essa é a maior prova de que se trata de um problema nacional, e, não somente, de uma unidade federativa. Falar a verdade é o primeiro passo para resolver um problema.

Assinam esta nota:

RUI COSTA, Governador do Estado da Bahia

CLÁUDIO CASTRO, Governador do Estado do Rio de Janeiro

FLÁVIO DINO, Governador do Estado do Maranhão

HELDER BARBALHO, Governador do Estado do Pará

PAULO C MARA, Governador do Estado de Pernambuco

JOÃO DORIA, Governador do Estado de São Paulo

ROMEU ZEMA, Governador do Estado de Minas Gerais

RONALDO CAIADO, Governador do Estado de Goiás

MAURO MENDES, Governador do Estado de Mato Grosso

EDUARDO LEITE, Governador do Estado do Rio Grande do Sul

CAMILO SANTANA, Governador do Estado do Ceará

JOÃO AZEVÊDO, Governador do Estado da Paraíba

RENATO CASAGRANDE, Governador do Estado do Espírito Santo

WELLINGTON DIAS, Governador do Estado do Piauí

FÁTIMA BEZERRA, Governadora do Estado do Rio Grande do Norte

RENAN FILHO, Governador do Estado de Alagoas

BELIVALDO CHAGAS, Governador do Estado de Sergipe

REINALDO AZAMBUJA, Governador do Estado de Mato Grosso do Sul

IBANEIS ROCHA, Governador do Distrito Federal

WALDEZ GÓES, Governador do Estado do Amapá

 

Na intenção de apoio nas urnas em 2022, o pré-candidato do PDT, Ciro Gomes, aposta nos caminhoneiros insatisfeitos com o recuo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) após o ato de 7 de setembro. Nesta segunda-feira (20), o cearense publicou um vídeo pilotando uma carreta e disse que seu sonho de infância era ser caminhoneiro.

"Meu sonho na infância era entrar na boleia de um caminhão e sair pelas estradas, Brasil afora", inicia Ciro. Na legenda, ele critica que o "preço do diesel aumenta toda semana", o que considera uma injustiça a todos, especialmente à categoria. "Bolsonaro virou as costas para os caminhoneiros", acrescentou.

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O pedetista ainda prometeu que, caso eleito, "vai melhorar o país" e apontou que o fator de impacto nos reajustes dos combustíveis é a política de preços defendida pelo Governo Federal, que “está destruindo a Petrobras”, denunciou. “[...]"preferindo cobrar do brasileiro, em dólar, os combustíveis. E pior, importando do estrangeiro aquilo que poderia ser produzido aqui em matéria de derivados de petróleo", destacou.

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O gás de cozinha subiu mais 1,5% esta semana, sendo encontrado a R$ 130 o botijão de 13 quilos na região Centro-Oeste, o valor mais caro do Brasil. Nas últimas quatro semanas, mesmo sem a Petrobras aumentar o preço do produto nas suas refinarias desde o início de julho, a alta já atingiu 5%, segundo dados divulgados neste sábado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

A elevação de preço se deve a um aumento de 7% feito pelas distribuidoras por causa do dissídio salarial da categoria em setembro. O preço nacional médio do botijão na semana de 12 a 18 de setembro ficou em R$ 98,33, sendo o mais barato encontrado na região Nordeste: R$ 75,00.

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A gasolina também registrou alta na semana passada, de 0,2% contra a semana anterior, com preço médio de R$ 6,076 o litro, sendo o menor preço R$ 5,190 nas região Norte, e o maior, de R$ 7,199, no Rio de Janeiro. No mês, o combustível fóssil já subiu 1,6%. O último aumento da Petrobras foi em 12 de agosto.

O óleo diesel, cujo último reajuste nas refinarias foi em 27 de agosto, subiu 0,2% esta semana e 2,2% nas últimas quatro semanas, custando em média R$ 4,709 por litro. O preço mais alto foi encontrado pela ANP na região Norte, R$ 6,480 o litro, enquanto o mais barato, R$ 3,780 o litro, foi registrado no Nordeste.

O valor médio da gasolina subiu pela 7ª semana consecutiva, segundo dados divulgados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) na última sexta (17). O preço por litro cresceu 0,28%, chegando a R$ 6,076.

Dentre os 4.390 postos pesquisados pela ANP, o preço máximo do combustível por litro chegou a R$ 7,199 em um posto no Estado do Rio de Janeiro. O custo mais baixo foi de R$ 5,190, em um posto no Amapá.

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A média mais cara é a da região Centro Oeste, em que o litro de gasolina está sendo comercializado por R$ 6,241. A média mais baixa foi registrada pelo Norte do país.

Um dos fatores que justifica o aumento constante nos preços dos combustíveis é a desvalorização do real frente ao dólar. O presidente Jair Bolsonaro, contudo, costuma culpar os estados pelos preços, em razão da cobrança do ICMS. O governo federal também arrecada o PIS/Cofins do valor pago pelos combustíveis.

O aumento da gasolina, gás de cozinha e derivados do petróleo no Brasil faz parte da intenção do Governo Federal em agradar o mercado internacional e acionistas minoritários da Petrobras, aponta o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Petróleo de Pernambuco e Paraíba (Sindipetro PE/PB). Diferente do que afirma o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), os impostos estaduais não interferiram nos recentes reajustes que impulsionaram o preço nas bombas para R$ 7,00 em regiões do país.

O coordenador da entidade e ex-técnico de operação da Refinaria Abreu e Lima, Rogério Almeida, explica que falta interesse do Executivo em apoiar a produção nacional. Tal condição poderia ser revertida por uma 'canetada' de Bolsonaro, após diálogo com seu indicado à presidência da Petrobras, o general Joaquim Silva e Luna.

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"O preço do barril aqui no Brasil segue o preço do barril internacional, mesmo o Brasil tendo petróleo de sobra para suprir o mercado", assegura.

O coordenador elencou pontos que representam a alta ainda nas refinarias. Em 2016, o ex-presidente Michel Temer (MDB) instituiu o novo cálculo de preços através da Política de Preço de Paridade de Importação (PPI), regido por taxas cambiais, principal fator para a disparada para o consumidor brasileiro.

"Enquanto tiver a PPI, vai subir sempre. Não tem o que fazer [...] independente de quanto a Petrobras gasta para tirar um barril de petróleo do pré-sal, por exemplo, que hoje é em torno de U$ 10, ela é obrigada aplicar o preço internacional, em torno de U$ 72", pontua. "Para a Petrobras tá sendo maravilhoso, tá tendo US$ 62 de lucro só com um barril", acrescenta.

Contra a medida da breve passagem do MDB, Rogério comenta que "quem faz PPI são países que não tem petróleo, que não tem refinaria, como Japão, Chile, Cingapura. Aí eles têm que seguir o mercado internacional. A gente tem petróleo em baixo custo, tem refinaria para processar".

A política de precificação também obriga a Petrobras a custear a taxa de importação, em torno de R$ 0,25 centavos por litro, para atrair o mercado externo, sobretudo o americano. Atado a volatilidade das aspirações estrangeiras, Rogério enxerga a subida de 55% no valor do combustível e do gás no Brasil desde o ano passado, e que os importadores no Brasil ampliaram as atividades em 90% desde o PPI.

O coordenador sindical classifica como “falácia dos impostos”, as reclamações de Bolsonaro contra governadores sobre o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Ele disse que não há um aumento percentual significativo a mais de 20 anos. Também vale destacar que o imposto só entra no valor após a saída das refinarias. Mesmo com as taxas de redistribuição, seguro e outras, o preço inicial da gasolina deveria ser de R$ 1,20 e comercializado a R$ 3,60, o litro. Hoje, sai da refinaria em torno de R$ 1,90, com os impostos atinge R$ 2,10, e repercute no bolso do consumidor com o gasto em torno de R$ 6,00 a R$ 7,00.

Fora a dolarização do produto que circula em reais, a retração da capacidade de operação das refinarias, atualmente ameaçadas pela venda ao setor privado, também representa o valor repassado nas bombas. "Refinarias estão operando a 65% por ordem do Governo Federal para poder abrir mercado. As empresas americanas só vão distribuir para cá se aqui tiver faltando combustível, que é o que está acontecendo", comenta o representante do Sindipetro PE/PB, que afirma que a capacidade de refino no governo do PT era de 90%.

Com a produção diária de 2,6 milhões de barris, Rogério esclarece que "o mercado nacional consome 2 milhões. Então a gente tem mais que o suficiente de petróleo para abastecer o país". Nesse contexto, o ‘preço justo’ da gasolina nos postos deveria ser entre R$ 3,50 e R$ 4,00 por litro. O do diesel em torno de R$ 2,90 a R$ 3,40. Já o gás de cozinha entre R$ 35 e R$ 50.

Um posto de combustível, localizado na avenida Barão de Souza Leão, em Boa Viagem, Zona Sul do Recife, foi interditado pelo Procon Pernambuco por praticar preço abusivo. Foi constatado pela equipe que naquele posto um dia antes, a gasolina foi vendida pelo valor de R$ 5, 79, já hoje o valor estava por R$ 6,29, um aumento de R$ 0,50.

Nesta quinta-feira (09), após a paralisação dos caminhoneiros, postos de combustíveis amanheceram lotados por motoristas temendo o desabastecimento. Com isso, o Procon-PE realizou entrega de notificações nos postos da Região Metropolitana do Recife, solicitando que seja apresentado ao órgão as notas fiscais e preços praticados na quarta (08) e quinta-feira (09), no prazo de 24h.

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O Secretário de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico, também esteve presente na ação e ressaltou o trabalho do órgão em defesa dos consumidores e tranquilizando os pernambucanos. “Nesse momento está tudo sob controle, não há motivos para essa corrida, os postos estão operando normalmente. Estamos na rua para verificar que nenhum fornecedor estará aplicando preços abusivos. Caso seja comprovado o aumento, o estabelecimento poderá responder administrativamente, além de ser interditado e de receber uma multa de até R$ 10 milhões”, comentou o secretário.

O consumidor que se sentir lesado pode levar a sua denúncia até o órgão através do Whatsapp 3181-7000, Telefone 0800 282 1512 e e-mail denuncia@procon.pe.gov.br.

"Nossa pauta é o impeachment dos ministros”: afirmação foi parte da declaração feita em vídeo pelo caminhoneiro Marcos Antônio Pereira Gomes, conhecido como Zé Trovão, na manhã desta quinta-feira (9). Nas imagens, o bolsonarista e espécie de liderança entre a categoria, pede para a população ir às ruas para apoiar a greve dos caminhoneiros. “Eu não sei o que vai ter que acontecer aí, não, mas o pau vai continuar torando", continuou o grevista.

Depois de uma semana foragido, Zé Trovão foi localizado pela Polícia Federal escondido em um hotel no México e deve ser preso ainda nesta quinta-feira (9), para então ser transportado de volta ao Brasil. O caminhoneiro deixou o país antes da ordem de prisão, expedida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, após o bolsonarista incitar um ato antidemocrático no dia 7 de setembro.

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“Eu quero deixar um recado aqui para a população brasileira. Cadê a parte de vocês? Vocês estão em cima das pistas hoje ajudando os caminhoneiros? Porque a Polícia Federal está tentando a todo custo desmobilizar o movimento. Se vocês não estiverem nas pistas juntos, não forem pra cima juntos e não ajudarem esse movimento, fica difícil. Fica muito difícil”, disse Zé Trovão em vídeo.

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Zé Trovão se popularizou como um suposto líder dos caminhoneiros ao insuflar atos contra os ministros do STF. Segundo uma de suas postagens em redes sociais, os manifestantes só deixariam Brasília após todos os ministros do Supremo serem retirados. Até o início dessa tarde, o agitador mostrava ter ciência da sua prisão e dizia ter interesse em se apresentar à embaixada.

"Não tem moleque aqui, não. Nós não estamos brincando aqui, não. Não arredem o pé. Nós temos que segurar isso daí (...) Eu estou pedindo pelo amor de Deus, não abaixem a cabeça. Vamos para cima. Cadê o povo brasileiro? Ninguém foi às ruas para defender o presidente Bolsonaro, fomos às ruas para defender nossa bandeira verde e amarela. Nós não vamos cumprir ordem que não venha do presidente da República", disse.

O presidente Jair Bolsonaro gravou um áudio pedindo aos caminhoneiros que liberem as estradas do país, segundo o G1. Na gravação, Bolsonaro diz que a ação “atrapalha a economia” e “prejudica todo mundo, em especial, os mais pobres”.

A corrida por gasolina desde a noite dessa quarta-feira (8) secou reservatórios dos postos de combustíveis no Recife e pegou consumidores de surpresa. Os longos engarrafamentos nas rodovias causados pelo bloqueio de caminhoneiros bolsonaristas deve atrasar o reabastecimento na capital.

"Não sabia que já tava nesse nível e aí fui pego de surpresa aqui. Vou ter que ir para um posto mais próximo, talvez com um preço um pouco mais caro para poder abastecer. Por mais que esteja 10%, 20% a mais, preciso do veículo e tenho que pagar o custo", asseverou o assessor financeiro Fábio Barbosa após a tentativa no posto BR da Avenida Conselheiro Aguiar, bairro de Boa Viagem, na Zona Sul.

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O gerente Carlos Eduardo confirmou que a disparada repentina da demanda lotou o estabelecimento até secar os tanques. "Eu recebi ontem gasolina pela manhã, tinha meu estoque para passar pelo menos três dias e, de repente, veio essa notícia da parada dos caminhoneiros e 19h começou a agonia, foi a madrugada toda até 10h e acabou meu combustível", explicou.

Sem gasolina para movimentar as caixas registradoras, ele se diz preocupado pela previsão da distribuidora, que só deve conseguir repassar o combustível por volta das 15h.

Para não se atrasar no trabalho, a cirurgiã dentista Maria Beatriz Almeida mudou o hábito e, para não enfrentar mais filas, abasteceu o carro com álcool. "Geralmente eu só coloco gasolina, mas diante dessa situação, como trabalho no interior, para não ficar em fila de posto, vou colocar álcool", apontou.

No Centro do Recife, a gasolina também se tornou artigo raro. Em dois postos da mesma franquia, localizados na Avenida Conde da Boa vista, nos cruzamentos com a Rua das Ninfas e com a Rua Oswaldo Cruz paralisaram as bombas temporariamente.

O Procon-PE realiza, nesta quinta-feira (9), fiscalizações em postos de gasolina do Grande Recife para identificar possíveis aumentos nos preços da gasolina. Ilegal, a prática de preços abusivos costuma ocorrer quando há aumento de demanda. Desde a quarta-feira (8), postos de gasolina em todo o Estado têm comportado filas de consumidores atípicas —principalmente para o período de alta no preço dos combustíveis — em função das paralisações dos caminhoneiros, que ocorreram em 15 Estados diferentes nas últimas 24h.

Segundo registrado pelas equipes do LeiaJá, unidades no Centro do Recife e na Zona Sul já apresentam desabastecimento temporário, em virtude da grande procura. Os relatos acontecem simultaneamente à operação do Procon, que deve ter fim apenas na tarde desta quarta (9). Segundo informou o órgão, os postos serão notificados e têm até 24h para apresentar notas fiscais referentes às vendas dos últimos dois dias. Caso confirmada a presença de preços abusivos, o Procon tomará as medidas cabíveis legalmente.

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As equipes seguirão para a Imbiribeira, na Zona Sul; Avenida Norte, na Zona Norte; e Avenida São Miguel, na Zona Oeste. O secretário de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico, acompanhará a operação na Zona Norte. Paralelamente, o Instituto de Pesos e Medidas (IPEM), também associado à SJDH, realizará fiscalização de qualidade dos combustíveis nas regiões citadas.

O Procon frisa que, na operação desta quarta (8), não serão realizadas interdições, apenas notificações preliminares para uma avaliação posterior da situação de cada estabelecimento.

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Diante da disparada irregular no preço dos combustíveis no Recife, nesta quinta-feira (9), motociclistas reclamam dos reflexos do bloqueio de caminhoneiros em rodovias. Apesar do gasto menor em comparação aos carros, motos também formaram fila em postos na corrida por gasolina.

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O agente de limpeza pública, Valmerson Rodrigues, afirma que gastou R$ 100 para abastecer o tanque da moto com capacidade de aproximadamente 15 litros. "Todos os dias vou e volto do trabalho com ela, mas não tá compensando", observou.

Com os aumentos progressivos que jogaram o valor do litro da gasolina em torno de R$ 6,00 nos postos da região, ele diz que já pensou em abandonar a moto e voltar aos coletivos. Porém, a desconfiança na qualidade do serviço faz com que permaneça com o veículo, mesmo apertado em dívidas. "O transporte público também não é boa coisa para a gente depender", comentou.

Na espera pelo abastecimento entre os carros, o entregador Eryclis Teotônio aponta que houve um aumento literalmente da noite para o dia. Mesmo com ajuda de custo da empresa para o combustível, o gasto semanal de R$ 150 começa a não ser suficiente.

O medo do motociclista é que a paralisação dos caminhoneiros evolua para uma greve e gera uma situação ainda mais grave, como ocorreu em 2018. "A outra vez a gente ficou sem trabalhar também porque não conseguia colocar gasolina. Atrapalhou muito", recordou.

Após denúncias sobre o aumento abusivo, o Programa de Proteção e Defesa do Consumidor de Pernambuco (Procon-PE) começou a fiscalizar postos espalhados pelo Recife com a presença do secretário de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico.

Na última semana, as instituições responsáveis por monitoramento de motoristas de aplicativos registraram que houve queda no número de profissionais que atuam nesse segmento. A causa está ligada ao aumento do preço da gasolina, que em algumas regiões do Brasil, passou a valer R$ 7 o litro, o que fez com que uma parcela de motoristas largasse o ofício de vez. Além disso, nas redes sociais da Uber é possível encontrar diversas declarações de motoristas insatisfeitos com o repasse de valor líquido de cada corrida.

Este é o caso de Carlos dos Santos, 48 anos, motorista de aplicativo, que afirma ter entrado para o ramo há quatro anos, após ter ficado desempregado. “Trabalho, no máximo, 12 horas por dia e não fico mais tempo porque a Uber bloqueia [o usuário] depois desse período”. Santos comenta que o aplicativo chega a retirar 40% do lucro bruto de cada corrida feita, e às vezes até mais. “Impossível ter lucros. Você empata [o gasto] ou às vezes perde, porque acaba tomando prejuízo por tentar recuperar o que investiu”, relata.

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Mesmo ao trabalhar o máximo de horas permitidas pelo aplicativo, Santos conta que em condições normais, no meio da semana, é possível ter um lucro de cerca de R$ 350 (valor bruto). E no fim de semana, como no sábado, cerca de R$ 450 (valor bruto). Entretanto, cerca de 40% desse valor é passado ao aplicativo, além de outros R$ 150 que são necessários para abastecer o carro. Assim, o motorista afirma que não consegue pagar suas contas, e sempre está devendo o cartão de crédito por causa das manutenções do veículo.

Como consequência do desgaste constante, Santos diz que já trocou de carro três vezes nesse período de quatro anos de trabalho e não consegue comprar à vista, o que acaba rendendo mais dívidas por conta do financiamento. O motorista mora com um filho de 15 anos e sua esposa, que atualmente trabalha e acaba sendo um pilar para ajudar nas contas de casa. “Graças a Deus. Se não [fosse por ela], eu estava perdido”, reconhece.

Além da questão financeira, Santos comenta que as condições de trabalho são desgastantes. “Se eu for almoçar em casa, vou gastar combustível. Tem dia que eu faço apenas um lanche e deixo para me alimentar quando chego em casa. Não há organismo que aguente”. Por conta da junção desses fatores, quando há uma chamada de trabalho com o valor mínimo, de aproximadamente R$ 5, Santos se recusa a aceitar a corrida. Segundo ele, “chega a ser humilhação”.

O outro lado

Em contato com o LeiaJá, a Uber se posicionou a respeito do aumento dos combustíveis e disse que vem tomando algumas medidas para reduzir o gasto dos motoristas cadastrados na plataforma. Revelam que têm acompanhando os aumentos de preço dos combustíveis nos últimos meses, que entenden a insatisfação causada pelos seus impactos em todo o setor produtivo e, por isso, a empresa tem intensificado esforços para ajudar os motoristas parceiros a reduzirem seus gastos. Por meio do programa de vantagens Uber Pro, a empresa lançou em 2021 diversas iniciativas e promoções para aumentar os ganhos em todos os tipos de viagem, de curta ou longa distância.

A Uber informou ainda vem realizando ações especiais em 2021 nas quais o motorista ganha até 20% de cashback no abastecimento do seu carro. E de forma permanente, pagando com o app "abastece-aí" nos postos Ipiranga, o motorista parceiro da Uber tem direito a 4% de cashback sem que, para isso, precise gastar seus pontos do programa KM de Vantagens. "Isso significa que, além de receber de volta parte do valor gasto no abastecimento, o parceiro ainda acumula mais pontos para usar, por exemplo, na manutenção do carro (troca de óleo, pneu, reparos etc.). Considerando quem abastece um carro 1.0 toda semana com gasolina, por exemplo, a economia estimada supera R$ 500 por ano", explicou a empresa. 

Inúmeros passageiros também já se pronunciaram nas redes sociais sobre a qualidade oferecida pelo aplicativo. Este é o caso de Carolina Rosseto Marques, 30 anos, médica, que começou a utilizar o serviço há alguns anos e o considerava ser superior ao serviço dos táxis comuns, por conta dos carros mais limpos e os motoristas educados. De uns anos pra cá no entanto, segundo ela, isso vem mudando. "Pode ser devido ao baixo repasse que a empresa vem fazendo aos motoristas, mas de uns tempos pra cá a qualidade do serviço caiu demais. Tanto no que diz respeito aos carros, quanto na forma que os motoristas te tratam”, avalia.

 

A gasolina com chumbo não é mais usada em nenhum país, anunciou o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) nesta segunda-feira (30), um marco que permitirá salvar 1,2 milhão de vidas a cada ano e economizará mais de US$ 2,4 trilhões.

Quase um século depois que as autoridades de saúde começarem a alertar sobre os efeitos tóxicos da gasolina com chumbo, a Argélia, o último país a continuar a usar esse combustível, esgotou suas reservas no mês passado, disse o PNUMA.

"O sucesso da campanha de proibição da gasolina com chumbo é um marco para a saúde no mundo e para o meio ambiente", celebrou Inger Andersen, diretora-executiva do PNUMA, cuja sede fica em Nairóbi, capital do Quênia.

Há apenas 20 anos, a gasolina com chumbo estava presente em mais de 100 países, apesar de estudos científicos terem-na identificado como causa de mortes prematuras, de efeitos prejudiciais à saúde e de poluição do ar e de contaminação dos solos.

O primeiro alerta de sua periculosidade foi em 1924, depois que cinco trabalhadores morreram após sofrerem convulsões em uma refinaria do estado de Nova Jersey, nos Estados Unidos. O acidente também levou dezenas a serem hospitalizadas.

Ainda assim, até a década de 1970, quase toda gasolina vendida no mundo continha chumbo.

No momento em que o PNUMA lançou sua campanha de erradicação em 2002, grandes potências, como Estados Unidos, China e Índia, haviam parado de usá-la. O combustível continuou muito presente, porém, nos países desfavorecidos.

- Combustíveis fósseis perigosos -

Segundo este programa da ONU, a erradicação da gasolina com chumbo "evitará mais de 1,2 milhão de mortes prematuras por ano, aumentará Quociente Intelectual das crianças, permitirá economizar US$ 2,4 trilhões para a economia mundial e reduzirá a taxa de criminalidade".

O PNUMA recorda, no entanto, que o uso de combustíveis fósseis tem de ser reduzido consideravelmente para conter os efeitos da mudança climática, diante do aumento exponencial das vendas de veículos - sobretudo, nos países emergentes.

"O setor de transporte é responsável por quase 25% das emissões mundiais de gases de efeito estufa relacionadas com energia e aumentará em um terço até 2050", disse o PNUMA, observando que 1,2 bilhão de carros novos entrarão em circulação nas próximas décadas.

O anúncio do PNUMA surge poucas semanas depois da apresentação do relatório do Painel Intergovernamental da ONU sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), da ONU, que decretou um "alerta vermelho para a humanidade", diante do rápido agravamento do aquecimento global.

Segundo este relatório, o planeta atingirá o limiar de +1,5°C até 2030, dez anos antes do previsto pelo IPCC em 2018.

O preço do litro da gasolina já ultrapassa os R$ 7 em três regiões do País - Norte, Sudeste e Sul -, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) referentes à semana de 22 e 28 de agosto. Neste mês, a gasolina acumula alta de 2,2%, sendo 0,5% somente na última semana.

O preço mais caro da gasolina foi encontrado pela ANP em Bagé, no Rio Grande do Sul (R$ 7,219/litro), e o mais barato em alguns municípios de São Paulo, inclusive a capital (R$ 5,099/litro). O preço médio do País ficou em R$ 5,982 por litro na semana passada.

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O último aumento da gasolina foi realizado nas refinarias da Petrobras em 12 de agosto, da ordem de 3,5%. No ano, o combustível já subiu cerca de 51%.

Segundo analistas, apesar dos 20 aumentos já aplicados na gasolina este ano, ainda existe defasagem em relação ao mercado internacional, o que deve ser recomposto gradualmente pela Petrobras ao longo do tempo, à medida em que o preço do petróleo evolui no mercado internacional.

Nesta segunda-feira (30), o petróleo reduzia perdas registradas na semana passada e operava cotado a US$ 71,61 o barril do tipo Brent.

Além do impacto da alta do petróleo, o preço da gasolina no posto de abastecimento também tem sido afetado pela adição do etanol, produto também em alta no mercado, cuja mistura obrigatória ao combustível fóssil é da ordem de 27%.

Durante exibição do telejornal “Rio Grande Record” dessa quarta-feira (25), uma mulher aproveitou a entrevista ao vivo para pedir o impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Perguntada sobre o preço da gasolina, a senhora foi enfática na resposta, “está cara, graças ao Bolsonaro”, declarou inicialmente.

A matéria era sobre o aumento do preço da gasolina em Bagé, Rio Grande do Sul, e, no ao vivo, a repórter resolveu questionar uma senhora que estava com o carro no posto. “O que faz com esse preço? Enche o tanque mesmo assim?”, perguntou.

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Sem pensar duas vezes, a senhora respondeu: “Faz o impeachment do Bolsonaro”. A repórter agradeceu a resposta e para encerrar afirmou em tom de humor, que de fato está caro e só vê uma solução. “O jeito mesmo é andar de bicicleta”, disse.

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De acordo com as instituições responsáveis pelo monitoramento de motoristas de aplicativos, os profissionais que atuam na Uber e 99 passaram a desistir de trabalhar no ofício, por conta do aumento do preço da gasolina e da falta de reajuste nas tarifas nos aplicativos, que não ocorrem desde 2015.

Segundo os dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), na época em questão, o preço da gasolina era em média R$ 3 e atualmente, é possível encontrar em algumas regiões do Brasil, o combustível por pouco mais de R$ 7.  

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O aumento exponencial também aconteceu em questão de meses. Em março deste ano, a ANP registrou que o preço médio da gasolina nos postos de combustíveis pelo Brasil era de R$ 4,8 cada litro.

Por conta disso, a Associação de Motoristas de Aplicativos de São Paulo (Amasp), informou que desde o início da pandemia, cerca de 25% dos trabalhadores que atuavam na região paulista abandonaram o trabalho. Anteriormente eram 120 mil motoristas, hoje são aproximadamente 90 mil.

Já em outras regiões do Brasil, como o estado de Minas Gerais,  entre julho de 2020 e agosto de 2021, mais de 50% dos motoristas de aplicativo decidiram largar os carros e passaram a procurar outras formas de renda.

O que diz a Uber

Em contato com o LeiaJá, a Uber se posicionou a respeito do aumento do combustíveis e disse que vem tomando algumas medidas para reduzir o gasto dos motoristas cadastrados na plataforma.

"A Uber vem acompanhando os aumentos de preço dos combustíveis nos últimos meses, entende a insatisfação causada pelos seus impactos em todo o setor produtivo e, por isso, a empresa tem intensificado esforços para ajudar os motoristas parceiros a reduzirem seus gastos. Por meio do programa de vantagens Uber Pro, a empresa lançou em 2021 diversas iniciativas e promoções para aumentar os ganhos em todos os tipos de viagem, de curta ou longa distância.

Combustíveis

A Uber vem realizando ações especiais em 2021 nas quais o motorista ganha até 20% de cashback no abastecimento do seu carro. E de forma permanente, pagando com o app abastece-aí nos postos Ipiranga, o motorista parceiro da Uber tem direito a 4% de cashback sem que, para isso, precise gastar seus pontos do programa KM de Vantagens. Isso significa que, além de receber de volta parte do valor gasto no abastecimento, o parceiro ainda acumula mais pontos para usar, por exemplo, na manutenção do carro (troca de óleo, pneu, reparos etc.). Considerando quem abastece um carro 1.0 toda semana com gasolina, por exemplo, a economia estimada supera R$ 500 por ano."

O preço da gasolina comum já ultrapassou R$ 7 no Rio Grande do Sul e chegou a R$ 6,99 o litro no Acre na semana passada, segundo a pesquisa semanal da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). O preço médio praticado em todo o País, de R$ 5,866, subiu 0,22% entre os dias 8 e 14 de agosto (últimos dados disponíveis) e acumula alta de 0,60% no mês. Para especialistas, o dólar tem grande influência nesse comportamento, mas outros fatores também influenciam.

Os derivados de petróleo sobem sempre que o câmbio sofre desvalorização (ou seja, o real fica mais barato) e o preço do barril aumenta, explica o diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires. Ontem, o dólar à vista fechou a R$ 5,3848, e o petróleo brent negociado em Londres para outubro fechou a US$ 65,18 o barril. "Estamos vivendo um período eleitoral e há uma confusão muito grande no governo. Acho que vai continuar tendo uma pressão via câmbio", afirmou.

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Na composição do preço da gasolina, a fatia da Petrobras é a maior, com 32,9%. A companhia detinha 98% do mercado de refino até 2019, quando se comprometeu com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) a vender metade de suas refinarias. Por enquanto, a única que já foi vendida é a da Bahia, que ficou com o Mubadala, o fundo soberano dos Emirados Árabes.

Manter a paridade de preços internacional é considerado fundamental para atrair interessados para as outras refinarias. Outro fator que reforça a necessidade de reforçar a política da Petrobras de paridade de preços internacionais é o fato de o Brasil precisar importar combustíveis para abastecer o mercado interno. Quase 7% da gasolina consumida no País entre janeiro e junho deste ano veio de fora, afirma a diretora executiva de Downstream do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), Valéria Lima. "Não adianta procurar culpar a Petrobras. Certamente o câmbio pressiona bastante, e se estivesse mais baixo, a gasolina também estaria. E isso é resultado da política econômica, afinal, o câmbio reflete nossas condições macroeconômicas", afirmou.

Há outros determinantes para o preço final, destaca a diretora. Os biocombustíveis, que também são incluídos na mistura final, também subiram - caso do etanol anidro, que é adicionado na proporção de 27% na gasolina comum e representa 15,9% do preço final. As margens brutas de revenda e distribuição, por sua vez, são estimadas em 11,7% do preço final.

Sempre citado pelo presidente Jair Bolsonaro, o ICMS (imposto estadual) também é vilão no preço dos combustíveis e responsável por 27,9% do valor final. Impostos federais - Cide, PIS e Cofins - representam outros 11,6%. Cada Estado tem competência para definir a alíquota. Segundo dados da Federação Nacional do Comércio de Combustíveis (Fecombustíveis), ela varia entre 25% e 34% na gasolina, dependendo do Estado.

A gasolina brasileira não está entre as mais caras do mundo. O preço médio mundial, segundo o site Global Petrol Prices, era de US$ 1,20 por litro no dia 16 de agosto e de US$ 1,115 no Brasil - valor sem subsídios e impostos. O mais barato é o da Venezuela, de US$ 0,020 por litro, enquanto o Líbano tem o valor mais caro, de US$ 2,564. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Petrobras reajustou os preços da gasolina e do óleo diesel pela primeira vez desde que o general Joaquim Silva e Luna assumiu a presidência da empresa, em abril deste ano. A partir de hoje, a gasolina vai ficar 6% mais cara nas refinarias, enquanto o óleo diesel terá alta de 3,7%. O valor do gás liquefeito de petróleo (GLP), conhecido como gás de cozinha, também foi alterado, com reajuste de 6%. Esta é a sexta vez que o produto sobe de preços desde janeiro.

Os aumentos ocorrem após meses consecutivos de alta do preço do petróleo no mercado internacional. A estatal nega, porém, que estivesse segurando os preços dos combustíveis como forma de ajudar politicamente o governo federal.

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A empresa diz que continua praticando valores equivalentes aos dos importadores, que concorrem com ela pelo fornecimento interno. Os critérios de reajuste seriam as variações da commodity nas principais Bolsas de negociação e também do real frente ao dólar. Além disso, a Petrobras diz considerar os custos logísticos dos seus competidores, que pagam pelo frete do navio para transportar os combustíveis até o Brasil e pela infraestrutura de armazenamento e escoamento dos produtos no mercado interno.

Ao mesmo tempo, a empresa diz que não pretende repassar para os consumidores volatilidades momentâneas provocadas por eventos pontuais no mercado internacional. Por isso, os reajustes da gasolina e do diesel estariam acontecendo em prazos mais longos, na atual gestão, segundo a empresa. "O alinhamento dos preços ao mercado internacional é fundamental para garantir que o mercado brasileiro siga sendo suprido sem riscos de desabastecimento pelos diferentes atores responsáveis pelo atendimento às diversas regiões brasileiras", afirma a Petrobras, em nota.

Os argumentos da Petrobras são, no entanto, refutados pela Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom). Segundo a entidade, a empresa acumulava uma defasagem elevada até anunciar o reajuste ontem. O preço da gasolina estaria 12% abaixo dos do mercado internacional e o do diesel, com 7,3% de diferença. Essa política estaria impedindo a competição interna, de acordo com a associação.

"As defasagens calculadas pela Abicom não foram eliminadas, mas o anúncio de reajuste pela Petrobras foi uma boa sinalização para o mercado", afirmou Sérgio Araújo, presidente da Abicom.

Ontem, o barril da commodity subiu mais uma vez, com a notícia de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (Opep+) não conseguiu chegar a um acordo sobre a retomada gradual de sua produção. Com isso, o contrato mais líquido do petróleo do tipo Brent, negociado em Londres, superou a marca de US$ 77 pela primeira vez desde outubro de 2018.

Diferentemente do que acontece com os combustíveis automotivos, o preço do gás de cozinha permanece numa escalada de alta ao longo deste ano. O reajuste de 6% anunciado ontem pela Petrobras é o sexto desde o começo do ano. Com mais essa alta, o produto passa a custar R$ 46,80 nas refinarias, R$ 2,60 mais que em junho. Por conta do apelo social do gás de cozinha, a cobrança de PIS e Cofins foi suspensa pelo governo.

Isso não tem impedido, no entanto, que o combustível chegue a custar mais de R$ 100 em algumas cidades.

Intervenção

O general do Exército Silva e Luna tomou posse em abril, no lugar de Roberto Castello Branco. Indicado pelo presidente Jair Bolsonaro, o militar entrou na empresa com o desafio de conduzir a política de preços dos combustíveis, motivo do desentendimento entre o ex-chefe da estatal e Bolsonaro.

Com reajustes seguidos dos combustíveis e se tornando alvo de críticas, Bolsonaro passou a usar desde fevereiro suas lives semanais na internet para atacar Castello Branco.

O executivo, no entanto, optou por permanecer à frente da companhia até abril, quando um novo conselho de administração tomou posse. No dia 19 de abril, Silva e Luna assumiu a presidência da empresa estatal. (Colaborou Gabriel Bueno da Costa)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O preço do litro da gasolina nas refinarias foi reduzido em R$ 0,05. O anúncio foi feito hoje (11), no Rio de Janeiro, pela Petrobras. O novo valor passa a vigorar a partir deste sábado (12), devendo ficar em R$ 2,53 por litro de gasolina vendido nas refinarias. O preço praticado nos postos dependerá de cada estabelecimento repassar ou não a redução.

“Importante reforçar o posicionamento da Petrobras que busca evitar o repasse imediato para os preços internos da volatilidade externa causada por eventos conjunturais. Nossos preços seguem buscando o equilíbrio com o mercado internacional e acompanham as variações do valor dos produtos e da taxa de câmbio, para cima e para baixo. Os reajustes são realizados a qualquer tempo, sem periodicidade definida, de acordo com as condições de mercado e da análise do ambiente externo. Isso possibilita a companhia competir de maneira mais eficiente e flexível”, explicou a estatal.

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A Petrobras frisou que os preços de combustíveis e suas variações para mais ou para menos - associadas ao mercado internacional e à taxa de câmbio - têm influência limitada sobre os preços percebidos pelos consumidores finais.

Liberdade de preços

“Como a legislação brasileira garante liberdade de preços no mercado de combustíveis e derivados, a mudança no preço final dependerá de repasses feitos por outros integrantes da cadeia de combustíveis. Até chegar ao consumidor são acrescidos tributos federais e estaduais, custos para aquisição e mistura obrigatória de etanol anidro, além das margens brutas das companhias distribuidoras e dos postos revendedores de combustíveis” informou a empresa.

O preço médio do litro da gasolina no país, segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), foi de R$ 5,65, no dia 23 de maio, último dado disponível. Na cidade do Rio, o valor médio da gasolina está em R$ 6,16. Em São Paulo, R$ 5,45. E, em Brasília, R$ 5,79. No início do ano, o litro da gasolina era vendido, em média, a R$ 4,62 no país.

 

 

 

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